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O jogo acabou. Não faz meia hora. Tinha o ingresso na mão, mas o fechamento, esse conhecido fardo dos jornalistas, me impediu de descer até a Vila Belmiro. Restou-me torcer pela televisão. O sentimento de não poder participar não diminuía a apreensão, ao contrário, só aumentava.
Partida iniciada. Marcos Aurélio perde um gol. Sim, o arqueiro gremista fez uma excelente defesa. Mas ele está lá pra isso, né? Assim como Fábio Costa, que fez duas grandes defesas em chutes de longa distância no segundo tempo. As únicas chances gaúchas no jogo. Tirando o gol. O fatídico que tirou o Santos.
O empate de Renatinho no finzinho do primeiro tempo me devolveu esperanças. O mesmo fez o gol da virada. Tensão no ar. Muita tensão. Era curioso ver os gremistas, com dois gols de vantagem, absolutamente nervosos. Esperando pelo pior. Sentiam não somente o time, mas o clima da Vila Belmiro, que só quem nunca foi até lá ignora o que é disputar uma partida ali. Como dizia o pseudo-filósofo Viola, "o time adversário entra na Vila e vira Miojo. Pode entrar duro, mas fica mole".
O Grêmio amoleceu. mas tinha quatro gols de vantagem. Ainda assim, tremeu. Não, não foi o suficiente. Mas torneios eliminatórios são assim. O Grêmio é superior ao Santos? Não. Foi nos dois jogos? Talvez no primeiro, jogou com o regulamento embaixo do braço, a mesma regra que não existia em muitos anos anteriores. Pode-se argumentar que houve um erro de arbitragem primordial, antes de qualquer outro no primeiro jogo, que prejudicou o Santos? Sim. Mas, passou. No total, 3 a 3.
Imagino quem esteve na Vila. Entristeceu, mas saiu feliz com a performance da equipe. Porque sentiu, porque vibrou, porque esteve junto o tempo todo. Não pude estar, apesar de ter estado à distância todo o tempo. Então, não fiquei feliz. Sinceramente, no momento, preferia ter perdido a ter sofrido tanto aguardando a redenção. Mas amanhã vou estar orgulhoso do Santos que não se entregou e não se apequenou. Mas agora, só me dói.
Na editora, viram o jogo comigo o atleticano Frédi e a corintiana Xamuska. O primeiro foi discreto, a segunda torceu contra o Santos, de um jeito contido que o meu nervosismo e minha diferença de 30 centímetros de altura e de outros tantos quilos permitiu a ela torcer. Não reclamo de ter visto o jogo com eles. Mas preferia estar com santistas pra derramar as lágrimas que verti no banheiro pra não passar vergonha de macho que não chora.