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"Inquirido sobre o fato de aparecer nas imagens supostamente jogando o objeto em direção à vítima, ele (Higor) alegou que apenas teve a intenção de se desfazer do objeto. Que, por ser muito pesado, foi jogado para frente, em direção ao solo." Essa foi a justificativa de Higor Camilo Mendes Chagas, 19 anos, que arremessou... ops, se desfez de uma barra de ferro com concreto no lamentável episódio da agressão ao ex-técnico do Santos Emerson Leão.
Mais dois outros jovens, um de 18 e outro de 25 anos, foram ouvidos ontem no 3º Distrito Policial de Santos, depois que um adolescente de 16 anos (ao que parece, forçado pela mãe) identificou os autores da emboscada contra Leão. Os argumentos de defesa dignos de riso continuaram e os três disseram que o objetivo era “auxiliar” um “conhecido de vista”, no caso, o ex-segurança do Santos Marco Antônio Castelo, o Castelão, supostamente agredido por seguranças do clube e pelo advogado do técnico. Os acusados fazem parte de uma organizada, que também brigou com o ex-comandante santista e integrantes teriam inclusive apedrejado o carro de Leão quando o mesmo pediu demissão do clube.
A câmera interna do Santos não mostra isso. E o termo correto é “emboscada” mesmo, resta saber quem de dentro da Vila Belmiro passou as coordenadas da presença de Leão, que cobra uma dívida de R$ 700 mil do clube. Mas isso não é tarefa da polícia. Seria (veja bem, seria...) incumbência da diretoria, se ela se preocupa de fato em não ver o nome do Santos manchado, algo que ela parece não se esforçar muito em fazer desde que assumiu.
Mas o presidente Marcelo Teixeira, tal Pilatos, lavou as mãos, mesmo que não tenha conseguido limpá-las. Na quinta, declarou que o episódio era "um fato envolvendo dois ex-funcionários que não têm mais nenhum vínculo com o Santos", completando que "já havia um problema entre eles [Leão e um ex-segurança do Santos] e uma das partes quis tomar esclarecimento e gerou esse episódio triste e lamentável". Segundo o dicionário Teixeira, “tomar esclarecimento” e “agredir” são sinônimos? Ele gostaria de ter torcedores “tomando esclarecimento” dele desta forma. Seria igualmente inadmissível, mas ele não aparece se importar.
Hoje, Castelão, demitido a pedido de Leão por ter, segundo o técnico, brigado com outro segurança no vestiário, vai prestar depoimento. O ex-funcionário do Santos prestaria serviços atualmente ao goleiro Fábio Costa.