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Destaques
quinta-feira, agosto 04, 2011
Vasco 2 X 0 Santos - uma sequência infeliz
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Excesso de otimismo
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Achei o Nicolau muito otimista quando, no comentário a um post provocação meu logo antes do jogo do Corinthians contra o Cruzeiro, disse acreditar numa substituição à altura dos jogadores que desfalcariam o time nas rodadas seguintes. Em particular, via dificuldade em substituir Liédson e Julio César, goleiro que aprecio, mesmo com um frango vez ou outra. Se o elenco é bom e está ganhando, aí seis vale meia-dúzia. Mas no caso do Corinthians, que tem um elenco no mínimo limitado, a excepcional série de vitórias com que o clube abriu o campeonato deve-se mais a um conjunto que “encaixou”, o que faz de qualquer subsitiuição uma perda real.
A quebra na sequência de vitórias deu um baque: foram duas derrotas consecutivas, sendo uma delas para o Avaí. Segundo comentários que li, o Coirinthians ainda penou pra vencer apertado o lanterna América MG. Abaixo se veem os lances dos gols.
Fato é que o Corinthians neste momento não tem time para manter a liderança por muito tempo, ainda mais com os times que têm Flamengo, Santos (que vai demorar até brigar por espaço), São Paulo... Estamos lá na frente só esperando para logo mais passar o bastão.
Entretanto, a tabela mais próxima é agora favorável ao Timão, em que enfrentará o vice-lanterna Atlético Paranaense, o Ceará, entre outros fracos. Mas esperar que o Tite encaixe de novo o time, aí acho que já é entrar no campo do excesso de confiança.
Empate bom, jogo feio do Palmeiras com Coritiba
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O Palmeiras empatou com o Coritiba em 1 a 1 no Couto Pereira. O torcedor alviverde paulistano que esperava algum tipo de vingança contra a sova da primeira partida pela Copa do Brasil, viu apenas maus tratos à redonda.
A exemplo do que aconteceu na semana passada, diante do Figueirense e em outros jogos do time de Luiz Felipe Scolari, o time jogou pouco futebol.
Considerando o que o alviverde paranaense realizou, o empate foi ótimo. Como Thiago Heleno ainda foi corretamente expulso no segundo tempo, faltou pouco para congelar o ânimo palmeirense no frio de Curitiba.
Os 26 pontos somados deixa o time provisoriamente entre os quatro primeiros – o São Paulo só precisa superar o Bahia (Bahea, minha porra!) para ultrapassar o Verdão. A menos de um mês do fim do primeiro turno, a coisa vai bem.
Quando Maikon Leite não joga, o time depende de Kleber e de Valdívia. Eles protagonizam bons lances, boas jogadas, mas nem sempre salvam. O time tem Marcos Assunção para bater faltas e evitar o pior – como nesta quarta-feira, 3.
Marcos fez seus milagres, Henrique estreiou, Gerley não está à altura de Gabriel Silva e Luan continua o mesmo. Marca bem, vai mal ao ataque. Se a zaga foi mal no gol dos paranaenses, se garantiu depois perante a pressão dos donos da casa.
segunda-feira, agosto 01, 2011
Justa derrota e prejuízo duplo
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Por Moriti Neto
Até os 20 da primeira etapa, esperança. No Morumbi, o São Paulo cria boas jogadas e envolve o Vasco da Gama. Rivaldo, Lucas e Dagoberto tocam a bola rapidamente e acham espaços na defesa carioca. O bom goleiro Fernando Prass faz ao menos três defesas importantes. Estreante, o lateral-direito paraguaio Piris está bem na partida. Com o ritmo, a sensação é de que o Tricolor logo abrirá o placar. Ilusão.Da mesma forma que deu pinta de avassalador, o São Paulo vai parando. Curioso é que o adversário não precisa de muito esforço para ganhar campo. Nenhuma mexida tática agressiva no Vasco. Não há avanço da marcação ou algo que o valha. Sim, é natural que o dono da casa diminua a velocidade, mas a mudança é extrema.
É tudo que o time de Ricardo Gomes quer. Com jogadores ao estilo de Juninho Pernambucano e Diego Souza no meio, o onze carioca aprecia a cadência. Vem o equilíbrio na posse de bola. Não há mais chances claras de lado a lado. No entanto, uma tendência aponta. O Vasco trabalha mais e melhor a redonda, ainda que sem agudeza. Algo de destaque para Rivaldo, que rouba uma bola no campo de defesa são-paulino e faz lançamento em profundidade para Dagoberto. O atacante domina pela direita do ataque, entra na área, mas se enrola com o zagueiro Anderson Martins. Dagoberto cai, pede penâlti. Acertadamente, o árbitro nada marca. Final dos 45 iniciais.
Segundo tempo. A tendência vai se confirmando. O Vasco tem Felipe em campo para melhorar o passe. Lento, o São Paulo pouco cria. E pouco marca. Lucas perde bola na frente. Contra-ataque. Diego Souza tem todo o espaço do mundo para olhar o jogo, pensar e lançar rasteiro para Eder Luis. O vascaíno recebe nas costas do jovem Henrique Miranda e chuta cruzado para fazer 1 x 0.
Uma amostra de que a coisa não está bem: o Tricolor cambaleia e a torcida pede... Marlos. De fato, não há muitas opções. Ainda assim, Adílson Batista se atrapalha. Atende ao pedido, mas mexe errado. Saca Piris. O paraguaio mostra queda de produção, aliás, como o time todo, mas é da posição e, considerada a conjuntura do jogo, faz estreia razoável. Ocorre o inevitável. Jean vai para a lateral. Carlinhos Paraíba recua. O que estava ruim, piora. O Vasco tem cada vez mais o controle das ações. Nos últimos minutos da peleja, Jumar rola para Felipe, que bate no alto, sem chance para Rogério. 2 x 0. Justo.
Das motivações
Depois de vencer Cruzeiro e Internacional, parecia que o São Paulo iria decolar. Nos últimos três jogos, fez dois no Morumbi. Em casa, de seis possíveis, somente um ponto. Joga melhor fora? Pode ser. Tem homens rápidos para contra golpear. Porém existe uma coisa comum como mandante e visitante. Seja no empate com o Atlético Goianiense, na vitória sobre o Coritiba ou na derrota de ontem, o time despenca na etapa final. Talvez fosse hora de rever a preparação física.
O técnico
Desde o início, não gostei da contratação de Adílson Batista. Se Carpeggiani inventava demais, a impressão é de que o atual treinador vem na mesma batida. Em todos os jogos que fez, escalou e mexeu mal. Nas duas partidas em casa, independentemente do nível do adversário, optou por três volantes. Lucas tem jogado no ataque, perto demais da área, sem tanto espaço para enxergar o campo. O garoto rende mais vindo do meio, de onde pode arrancar com a bola. Certo que a equipe não tem centroavante de ofício (volta logo, Luis Fabiano!), mas sacrificar o maior talento não é inteligente.
Duplo prejuízo
Se vencesse domingo, o São Paulo se igualaria ao líder Corinthians em número de pontos. Difícil outra oportunidade assim. Ainda deixou o Flamengo passar, perdendo a vice-liderança. Palmeiras e Vasco encostaram. Ruim.
sábado, julho 30, 2011
Bebia-se no Rio de Janeiro de 1900
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O título do post faz referência ao capítulo 17 de Antologia da Alimentação no Brasil, livro de Câmara Cascudo que trata dos hábitos, rituais, receitas, pratos e quetais que ajudaram a constituir a identidade brasileira. Como já comentou o Anselmo aqui, o trabalho do historiador e antropólogo, resgatava aspectos da cultura brasileira que nem sempre eram destacados por estudiosos das Ciências Humanas à época, e mesmo hoje. Aliás, Cascudo morreu há exatos 25 anos...
Voltando ao capítulo da obra, trata-se de uma excerto publicado originalmente em O Rio de Janeiro do meu tempo, de autoria do também historiador Luís Edmundo, um apaixonado pela terra de Estácio de Sá, nascido em 1878 e falecido em 1961. Ele descreve de forma saudosista o início do século XX na cidade, em especial da vida noturna daquele já longínquo 1900:
Só os ricos podiam criar, para viver, ambientes agradáveis em matéria de conforto, a grande massa da população vivia mal, sobretudo durante o estio, quando a casa de residência se transformava numa verdadeira estufa, sem os naturais recursos de defesa que em outras partes do mundo já então se empregavam para suavizar os rigores da estação.
Assim, segundo Edmundo, as mulheres e crianças ficavam em casa, enquanto os homens saíam para “espairecer” e diminuir os efeitos deletérios do calor carioca.
Somente, por essas noites de espairecimento e alívio, em qualquer desses lugares, diga-se de passagem, bebia-se muito, bebia-se demais, bebia-se como talvez não haja ideia de se haver bebido no Brasil. Bebia-se pelas compoteiras!
Mas por que a população não tinha desenvolvido ainda o hábito de tomar uma cervejinha? Um dos motivos era o boicote e a campanha difamatória dirigida por negociantes de vinho, que também atuavam contra produtores nacionais de vinho no Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Essa explicação, na verdade, não consta do trecho do livro de Cascudo, mas do original de Edmundo.
Se não era cerveja a bebida mais consumida, o vinho, principalmente o português, era quem dominava o cenário etílico do Rio. Também se fazia campanha contra a bebida de outros países como França, Espanha, Alemanha, Itália e Áustria, tanto que se criou a expressão “de dar azia em caixa de bicarbonato” para esses vinhos, exaltando-se a qualidade supostamente superior do exemplar lusitano.
As estatísticas oficiais de 1900 dão uma mostra do quanto se bebia no país (e no Rio) naquela época. Com 22 milhões de habitantes, importávamos de Portugal 43,4 milhões litros de vinho só de Portugal. Isso é mais do que o Brasil importou, levando-se em conta vinhos e espumantes, em 2005.
Bebida gelada
Havia outra dificuldade para a popularização da cerveja como bebida nacional no Brasil do século XIX e início do XX. O gelo industrializado só chegou ao Rio em 1835 (e a primeira geladeira doméstica veio apenas em 1913), como lembra Câmara Cascudo no capítulo Esfriando Bebidas e havia um preconceito contra as bebidas geladas. Ainda vigorava entre as pessoas a noção difundida pelo médico judeu Isaac Cardoso, que em Madri publicou, em 1637, contra-indicando a ingestão de líquidos frios. Aliás, tal noção de que isso “faz mal” ainda é bastante popular nos dias que correm...
Para “esfriar” (não se falava em “gelar”) as bebidas, as técnicas eram várias, de acordo com o lugar. A garrafa de vinho era metida numa meia grossa ou pano úmido e borrifava-se de novo quando secava, ficando ao relento da noite e depois coberta com areia molhada ou serragem. Outra estratégia era deitar em grandes bacias de alumínio ou enterrá-la na beira de córregos e rios (com certeza em áreas montanhosas isso funciona). Já em locais onde ocorrem geadas e chuvas de granizo, a solução era armazenar e usar sal de cozinha para conservar por mais tempo a garrafa em baixas temperaturas.
Quando for tomar uma gelada, agradeça – e muito – pela geladeira existir...
quinta-feira, julho 28, 2011
Volátil Tricolor
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Por Moriti Neto
Paraná. A bola rola no Couto Pereira e o cenário inicial é como o esperado. O Coritiba sai para o jogo e, antes de 1 minuto, manda uma bola na trave, com o meia Rafinha. Pressão. Correria. A marcação adiantada do time paranaense encurrala o Tricolor Paulista, que mal consegue passar do círculo central. Contudo o domínio é só territorial. De finalizações efetivas, mais nada.
Até os 17 minutos, o Coxa ainda tem o controle da redonda. É aí que, ofensivamente, o São Paulo surge na partida. Com passe de Lucas, numa das habituais ironias do futebol, o volante Carlinhos Paraíba, vaiado insistentemente pela torcida do ex-clube, acerta bonito chute de fora da área, na gaveta, 1x0.
Passam-se seis minutos. São 23 da primeira etapa. Num belíssimo lançamento do zagueiro Rodolfo, coisa de 40 metros, o lateral-esquerdo Juan corta por dentro e, esperto, encobre Michel Bastos: 2x 0. Bela movimentação do time do Morumbi.
O cronômetro corre mais sete minutos. Aos 30, numa jogada coletiva, com ritmo de Rivaldo, o São Paulo troca vários passes, até Dagoberto fazer o terceiro. Gol de equipe. Além disso, o lance passa pelos talentos de Lucas, de Dagoberto – que, quando desperto, joga – e do veterano camisa 10, atleta raro, que faz o futebol parecer fácil.
40 minutos. Entrada dura de Davi, do Coritiba, que fica com um a menos. O primeiro tempo acaba. A torcida, forte, que pressiona o visitante, agora vaia o dono da casa.
Segundo tempo. Cícero no lugar de Juan, Carlinhos Paraíba, entre os melhores em campo, sai do meio e vai para a lateral. Juan tem cartão amarelo e Adílson Batista não quer ficar com dez. Fica sem laterais. Na direita, Jean não aprende a jogar pelo lado de jeito nenhum. Não dá mais para usar a desculpa da “improvisação”. Ele está na posição faz dois anos e não chega à linha de fundo, não sabe cruzar.
Os paranaenses tentam pressionar, mas Lucas, aos 10 minutos, aproveita a saída de bola errada de Eltinho e faz outro golaço. Categoria, cobertura, e um adiantado Edson Bastos salta somente para sair na foto.
O jogo amorna. O São Paulo tem mais chances. Cícero chuta duas vezes para fora da meta. Rivaldo, cansado, sai para a entrada de Marlos. O Time da Fé tem quatro gols, o adversário nada. O Tricolor tem um atleta a mais. Partida resolvida? Longe disso.
Aos 22, Rafinha, ex-São Paulo, o melhor do Coxa, desconta. Pouco depois, Cícero erra saída de bola, Rafinha serve Bill e o Coritiba faz o segundo. Embalado, o vice-campeão da Copa do Brasil se atira ao ataque e, mesmo com um a menos, de novo em bela jogada de Rafinha e conclusão de Bill, anota o terceiro tento.
Eram 41 minutos do tempo final. Eternidade para quem contava com uma vitória tranquila desde a etapa inicial. Para piorar, o bom volante Denílson é expulso.
Vêm os descontos. A pressão final de um Coritiba com dez homens em campo é maior do que a ensaiada no começo da peleja. Aos trancos, volátil, bipolar, o São Paulo vence. No ataque, jogadas coletivas como há tempos não se via. Na defesa, cochilos. Assim como na partida anterior, contra o Atlético (GO) quando, nos minutos finais, cedeu o empate a um dos piores times do campeonato em pleno Morumbi.
Na próxima rodada, o adversário é um Vasco embalado, campeão da Copa do Brasil batendo às portas do G4, e com elenco interessante. Qual São Paulo prevalecerá?
Santos 4 X 5 Flamengo - Obra-prima de Neymar e atuação de gala de R. Gaúcho
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Nove gols, inúmeros dribles – alguns dos mais originais e desconcertantes –, lances inesperados, pênalti com cavadinha desperdiçado, uma ou outra boa defesa de goleiro... Esse Santos e Flamengo não só pelo resultado elástico foi histórico, mas também pelo que se pôde ver dentro de campo. E, apesar da derrota santista, o torcedor ao menos viu o tento mais bonito da temporada feito por Neymar: poucas vezes se viu tão vasto repertório em uma jogada de gol e, comedimento às favas, nunca vi Messi dar o(s) tipo(s) de drible(s) dado pelo gênio peixeiro no terceiro do Santos de ontem.
Mas Neymar não era o único gênio em campo. Ronaldinho Gaúcho resolveu ser decisivo e, mesmo que menos vistoso, seu futebol foi fundamental para a vitória flamenguista. Mas cada craque estava em um time e foram os coadjuvantes (e os técnicos) determinantes também para o resultado.
Mesmo quando fez três a zero, o placar a favor do Alvinegro mostrava menos o jogo em si e mais o resultado da individualidade de Neymar. Sim, o Peixe tomou sufoco e, nesse meio tempo em que o placar foi construído, Ronaldinho teve duas chances (uma, numa bola mal recuada por Elano; noutra, em bola mal chutada por Pará) e Deivid perdeu uma chance inacreditável, sem goleiro. As laterais santistas eram exploradas ao máximo pelo avanço dos alas e meias do Flamengo, principalmente a esquerda, onde Ibson fazia mal a cobertura de Léo, entregue às feras como no primeiro tempo da semifinal do Santos com o São Paulo no Paulista.
Assim, dois gols rubro-negros saíram por ali, e, outro, em escanteio pela direita. Esse terceiro, do empate, poderia até não ter saído se Elano tivesse convertido o penâlti sofrido por Neymar quando a peleja ainda estava 3 a 2. Mas o meia, ao invés de mandar a bola pra galáxia como fez na seleção, resolveu dar uma cavadinha e tornou-se alvo da justa pilhéria do goleiro Felipe. Apesar do belo lançamento do primeiro gol e de um outro lançamento para Neymar no segundo tempo, Elano foi uma lástima na marcação, errou muitos passes e se mostrou bastante disperso na partida. Com a vinda de Henrique e o breve retorno de Adriano, é candidato a esquentar o banco.
Para a segunda etapa, esperava-se um jogo menos aberto. E foi o que aconteceu. Mas Neymar, logo no início, desempatou para o Santos. Luxemburgo já tinha tirada o zagueiro Wellinton, que tinha amarelo, e o reserva David Braz não parou o gênio peixeiro. Depois, seria Willians o marcador do onze alvinegro, medida acertada do treinador flamenguista. Já Muricy entregou a Edu Dracena a tarefa de marcar Ronaldinho Gaúcho. Se Adriano tivesse condições de jogo, talvez ele fizesse as vezes, mas um zagueiro marcando o craque adversário... Não deu certo mesmo. Essa foi uma das diferenças da partida, genialidades à parte: enquanto o flamenguista foi pouco marcado, pegando a bola com liberdade quando no meio de campo e enfrentando a marcação solitária de um zagueiro quando próximo à área, Neymar foi acompanhado de perto no segundo tempo pelo valoroso Willians (alô, Mano Menezes) e tendo sobra na marcação. Obviamente, o fôlego do santista também já não era o mesmo no segundo tempo.
Claro que essa preocupação defensiva do Flamengo sobre Neymar poderia abrir espaço para outros atletas santistas atacarem, mas não foi o que aconteceu, já que Ganso estava muito pouco inspirado e Elano e Ibson foram mal. Os avanços de Léo quase salvaram Neymar da solidão à frente, mas não foram suficientes. Muricy demorou demais a mexer e, quando o fez, já era tarde.
Em uma partida de lances brilhantes, ironicamente o lance decisivo saiu dos pés de um craque, mas não do modo que ele queria. O apagado Ganso perdeu uma bola boba no meio de campo que, pela disposição da equipe que se preparava para sair, não poderia jamais ter perdido. O Flamengo contra-atacou com superioridade numérica e fez o gol da virada. Dadas as circunstâncias da partida, ali o jogo havia acabado. Ótimo para o amante de futebol, excelente para os flamenguistas, e com um gosto amargo para os santistas, a partida atípica vai ficar na memória do torcedor. E, aos peixeiros, fica o consolo do épico gol de Neymar.
E a visão flamenguista aqui.
Três TVs, três jogos, uma porção de calabresa e 17 gols
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Foi no Rei das Batidas, na zona oeste de São Paulo, onde assisti a três jogos da rodada. Com os também futepoquenses Maurício e Nicolau. No mesmo Rei das Batidas onde figuras como Mouzar Benedito e tantos outros alunos da USP se graduaram etílico-estudantes, três aparelhos de televisão sintonizaram três partidas diferentes de futebol pelo Campeonato Brasileiro. Alucinante efeito da TV por assinatura. Viva!
Da esquerda para a direita, o primeiro televisor mostrava o São Paulo enfrentando o Coritiba no Morumbi. No segundo aparelho, o Figueirense recebia o Palmeiras, no Orlando Scarpelli. A terceira estação era dedicada ao que se tornaria o melhor jogo da competição até aqui (e provavelmente até o final da edição 2011) entre Santos e Flamengo, na Vila Belmiro.
Palmas, palmas
Antes de qualquer comentário sobre as partidas em si, cabe uma nota sobre a reação de torcedores e secadores. Dada a profusão de gols (nove na peleja entre rubronegros cariocas e alvinegros da Baixada Santista; e sete entre o tricolor paulista e o alviverde da capital paranaense), a reação de cada agremiação ficou marcadamente destacada.
A cada um dos três primeiros gols do Peixe, santistas gritavam, urravam de orgulho pela volta de Neymar, Ganso e Elano – ainda que os dois primeiros gols tenham sido anotados por Borges. Depois, quando o Flamengo empatou o certame, os secadores celebraram, com exclamações igualmente primevas.
Quando, quase na reta final das partidas, o Palmeiras deixou seu gol da vitória sobre os catarinenses, veio o grito mais sufocado da noite. Como se ninguém ali, entre palmeirenses ocultados por tantos ecrãs brilhantes, acreditasse de verdade que, depois de uma derrota para o Fluminense, pudesse vir uma vitória fora de casa.
Muito, muito antes de o time de Luiz Felipe Scolari conseguir a sorte grande, vieram três gols do São Paulo.
Diferentemente dos tentos conferidos pelas demais equipes, o que se viu no democrático Rei das Batidas foi uma reação digna de lordes. Quiçá de gente indiferenciada. Nem bem se esboçaram gritos e logo veio uma sequência de aplausos.
Aplausos, simples e singelas aclamações com palmas. Sem palavras, sem gritos, sem interjeições nem palavras de baixo calão. Nem mesmo um convencional "chupa, coxa"; nada de "vai, tricolor". Só palminhas.
Inconformado, reprovei: "É tênis isso aqui?"
Foi coincidência, mas os são-paulinos presentes construíram sua posição de um jeito bem diferente dos demais torcedores. Nos três gols do Coritiba, os secadores – com menção honrosa para os corintianos – celebraram especialmente a participação de Bill em dois do escores conferidos pelos paranaenses. Ninguém cogitou só aplaudir, reação atípica e despropositada. Ninguém menos os tricolores. Vai entender...
Resultados
O jogo entre Santos e Flamengo merece caixa alta. O Jogo foi bom. Primeiro tempo que termina 3 a 3 merece nota de rodapé nos autos do futebol mundial. Se foram abertos três de vantagens e o empate foi cedido, já pode haver menção no texto sobre a história do ludopédio no período. Quando termina 5 a 4 para o time visitante que saiu perdendo, exige-se intertítulo e discriminação dos detalhes.
Que partida! Ainda mais porque Neymar jogou muito e fez dois. A zagua rubro-negra é pior do que a do Paraguai, mas como jogou o atacante santista!
São Paulo e Coritiba foi menos emocionante e teve desfecho menos feliz para este secador que escreve. Os 4 a 3 pró-time da casa foram suficientemente enervados para os torcedores que se deslocaram ao Morumbi. Com um pouco mais de esforço, os curitibanos poderiam ter atrapalhado mais um pouco a equipe de Adílson Batista. Dagoberto parece estar jogando mais do que em qualquer outra temporada anterior, mas o time oscila horrores durante os 90 minutos.
A terceira televisão ligada mostrou o jogo menos interessante da rodada. Pior para os catarineses, porque para o Palmeiras foi tudo bem. A vitória mínima veio arrancada, com gol marcado por Maurício Ramos, em um bate-rebate daqueles. Visto isoladamente, o gol seria só mais um. Mas numa quarta-feira em que assistiram-se a 16 balançadas de reda, a trombada do zagueiro verde fica até feia.
Se a gente for comparar com o que foi o terceiro gol do Santos, por Neymar, é melhor nem comentar. Então, melhor não ladear o que é diferente e só celebrar a habilidade onde ela existe: nos pés do santista, nos dos flamenguistas e na frigideira do cozinheiro que mandou uma calabresa na cachaça pra mesa.
Que rodada.
terça-feira, julho 26, 2011
Números e metas do Felipão
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Por Paulo Donizetti
O Palmeiras completou no último domingo uma jornada do tamanho de um Brasileiro, 39 jogos.Em 2011, o time chegou a "82 pontos". A média é de 2,1 pontos por jogo, ou aproveitamento de aproximados 70%, ao gosto do freguês.No Brasileiro da era dos pontos corridos, essa média só foi superada pelo Cruzeiro de 2003 (72,4%). E as médias dos "libertadoráveis" menos bem colocados ficaram quase sempre perto de 1,6 ponto por jogo, ou de 55%.
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Felipão faz a lasanha com os ingredientes que tem. Foto: Reprodução |
É essa a matemática que move o Felipão ao traçar metas. Ele está razoavelmente feliz com a temporada - ainda mais porque conhece como ninguém o limitado elenco que tem. Com um ou dois pontinhos a mais na tabela Brasileiro, estaria se sentindo realizado. Está com 58% de aproveitamento e acredita que média de campeão é 67%. Acha improvável que o ano termine atípico como está (e, enfim, queria ter um empate a menos e uma vitória a mais.)
O objetivo, portanto, é ter o elenco na mão para manter essa regularidade. Por isso não esperneia com Kleber, não vê a hora de contar com Valdivia, outro que, em outros carnavais, iria para a geladeira, e não acha ruim ter um reserva como Tinga. A emoção da competição é que os demais treinadores também fazem contas e traçam metas.
segunda-feira, julho 25, 2011
A Copa América deu alguma lição à seleção brasileira?
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Ah, aquele time do Dunga... Foto: Owen Jeffers Sheer |
O Uruguai é sim, a tal raça, mas não só. É conjunto, é técnica e habilidade, tem jogadores acima da média como Forlán e Suárez, e já joga junto há algum tempo. Quem viu o segundo gol marcado pela Celeste contra o Paraguai percebeu como se pode ver arte e habilidade em um contra-ataque. O Brasil, hoje, não usa essa arma, mesmo tendo jogadores aptos para tal. Aí aparece uma diferença fundamental entre as duas seleções: uma é time; a outra, ainda não é.
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Mídia se preocupa muito com o cabelo de Neymar. Foto: Ronnie Macdonald |
domingo, julho 24, 2011
Oportunismo de uma confissão: dinheiro público em estádio é quase regra
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Até o São Paulo admite: teve dinheiro público para a construção do Cícero Pompeu de Toledo, conhecido como estádio do Morumbi. A conclusão de uma auditoria interna do clube corrobora o que fora afirmado há dois meses em reportagem da ESPN. Confirma o que muita gente sabia e que até Juvenal Juvêncio, em entrevista de novembro de 2008, admitia.
Laudo Natel (foto) era governador de São Paulo de 1966 a 1967 e de 1971 a 1975, ambos os períodos durante a ditadura militar. Antes, havia sido dirigente do São Paulo. E garantiu facilidades para a obra no Jardim Leonor (segundo a busca de CEP dos Correios), próximo à Vila Sônia. Consta que havia até liberação de material de construção por parte do setor público.
A versão oficial do clube saiu no Estadão neste domingo, e vários outros veículos seguiram-lhe à cola. Um relatório encomendado pela diretoria tricolor aponta que 4,54% do custo do Morumbi teria vindo da prefeitura e do governo do estado.
As "irrisórias" quantias, segundo termos do estudo, seriam de Cr$ 11 milhões, das administrações municipal e estadual em 1956 e 1958 (Cr$ 5,5 milhões para cada instância). Consta ainda que projetos de lei na Câmara de Vereadores paulistana aprovaram Cr$ 10 milhões (PL 301/1956) e Cr$ 50 milhões (PL 261/1960) ao Tricolor. A reportagem não esclarece por que esses outros valores, bem mais expressivos, não foram liberados. Nem comenta os rumores sobre desvios e facilidades atribuídas (e não comprovadas) à gestão de Natel.
No relatório, consta que o que bancou as despesas foram a venda de carnês, espaço publicitário, cadeiras cativas e camarotes. Na biografia de Natel custo de US$ 70 milhões na obra. Pela "auditoria" atual do clube, US$ 3 milhões teriam vindo dos cofres públicos.
Usando a calculadora do cidadão, do Banco Central, com valores corrigidos pelo IPC-SP da Fipe (o único índice da calculadora disponível desde aquela época), tem-se:
- Cr$ 5,5 milhões em 1956 valeriam R$ 1,3 milhão.
- Cr$ 10 milhões em 1956 representariam R$ 1,2 milhão.
- Cr$ 50 milhões em 1960 equivaleriam R$ 2,3 milhão.
Oportunismo pouco é bobagem
Os são-paulinos sofrem a acusação de terem obtido recursos do erário público desde a época da construção. O tema sempre foi meio tabu e motivo de negativas.
Menos de uma semana depois de o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM, a caminho do PSD) ter sancionado lei que concede incentivos fiscais de R$ 420 milhões para um estádio orçado em R$ 820 milhões (segundo o Lance!), o São Paulo reconhece que usou dinheiro público.
Mas só 4,54%, hein?
Um arguto tricolor arguirá: o que é isso perto do que pode chegar a 51,2% que terá o prometido estádio do Corinthians em Itaquera, zona leste da capital? E olha que a estrutura provisória pode demandar R$ 70 milhões, custeados pelo governo do estado de São Paulo na conta da Copa (a "pegadinha" que diferencia o custo-Copa do investimento em obra privada está explicada aqui). Proporcionalmente, é mais que dez vezes, exclamará o torcedor à mesa de bar.
O são-paulino Kassab, sem querer, ofereceu uma redenção ótima para seu clube do coração. Longe de ser sua intenção (já que anda orgulhoso de repetir a fórmula aplicada à Nova Luz), a oferta de Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CID) permitiu esse, digamos, efeito colateral.
Até a Lusa!
Se Corinthians e São Paulo locuperaram-se (ou locupletar-se-ão) de apoio governamental, um terceiro clube da capital enfrenta questionamentos do mesmo gênero. O Canindé, da Portuguesa, estaria construído em terreno público. Pelo menos uma parte dele, na visão do Ministério Público Estadual.
A cobrança de aluguéis atrasados giraria em torno de R$ 9,8 milhões referentes ao período posterior a 2008. A área foi concedida em 1996, mas o plano diretor da cidade de 2002 exigiria o pagamento da contrapartida pela cessão do terreno. A Lusa diz estar tranquila de que tudo está certo por ter recebido a área em comodato.
livrou a barra dos são-paulinos
É mais embaixo
(atualizado às 17h40)
Para ter certeza de que o são-paulino se sinta desconfortável pela quase redenção pela via corintiana, cabe um adendo. Em setembro de 2010, o Promotoria de Habitação e Urbanismo da Capital do Ministério Público Estadual, instaurou inquérito para apurar detalhes sobre a doação do terreno na Vila Sônia. Segundo investigação preliminar, faltavam duas contrapartidas prometidas pelo São Paulo, um parque infantil e um estacionamento de 25 mil metros quadrados. Irregular ou não, o fato é que a arena foi erguida também em terreno público.
Ao mérito
Vale explorar o funcionamento dos CIDs oferecidos. Os certificados são oferecidos pela prefeitura aos investidores para descontar impostos pagos. Eles pagam os tributos mas recebem os certificados, corrigidos a juros, que funcionam de modo semelhante aos títulos de dívida pública. Eles permitem ao detentor dos papéis ao final do período recuperar o valor reajustado.
Mais ou menos assim: o empreendedor pega o documento oficial com valor de face igual "X", vende a quem quiser comprar no mercado por "X" menos um deságio. No final do prazo determinado (no caso, 10 anos), quem tiver aquilo em mãos leva o valor de "X" mais todo juro acumulado. Quer dizer, o cidadão ganha a soma dos juros mais o deságio que deixou de pagar lá no começo.
Os R$ 420 milhões são teto e dependem de haver despesas de ISS e IPTU nos próximos dez anos para serem descontados. Eles vão chegar lá. Tecnicamente, não é investimento público mas renúncia fiscal – a prefeitura devolve o que receber; mas nada receberia se nada fosse construído. O problema é que, na prática, o que sai do erário é mais caro lá na frente, por causa dos juros.
Dinheiro público em obra particular é uma polêmica ruim de entrar. Quando acontece, alguém sempre pode lembrar que não é a primeira vez. E provavelmente não será a última.
No caso da Copa do Mundo, os gestores mantém o discurso: dinheiro recolhido de impostos do cidadão não vai bancar estádio particular. Mas tudo bem arcar com despesas para infraestrutura temporária, porque isso "volta" com outros tributos recolhidos durante os eventos, dizem os mesmos administradores de diferentes esferas de governo.
O cálculo é semelhante ao investimento em grande prêmio de automobilismo ou outros eventos que atraem turistas e movimentam a economia local.
Aí, entram em campo as "contas de chegada" para justificar um investimento e provar que tudo será compensado com folga pela geração (sic) de emprego diretos e indiretos, pelo giro do comércio e serviços etc.
Só que a argumentação para livrar-se de críticas em relação à Copa serve para minimizar outras "ajudinhas" do poder público.
Então, esse post serve pra duas coisas. De um lado, reclamar do oportunismo de aproveitar a liberação de verbas para a Copa para redimir apropriações privadas do dinheiro público. De outro, para lembrar que existem formas muito diferentes de essa transferência ocorrer – e eu não sou o mais qualificado para apontar quais são as modalidades mais ou menos nobres de se adonar do dinheirinho que, no fundo, no fundo, era do povo.
Mas posar de bom moço numa hora dessas fica feio.
sexta-feira, julho 22, 2011
Velocidade de cruzeiro
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Liedson vai entrar na faca, Julio Cesar machucou o dedo, Jorge Henrique é dúvida. Serão os desfalques que vão interromper a estupefiante série do Corinthians de nove vitórias e um empate nos dez primeiros jogos do Brasileirão, com aproveitamento de 28 em 30 pontos e sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado São Paulo? Ou é o tricolor que está guardando a revanche pra quando o Lucas voltar? No mais, quem no horizonte pode parar o Timão?
quinta-feira, julho 21, 2011
Folha Poder e Observatório Político de FHC: Separados no nascimento?
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Folha Poder e Observatório Político, lançado nesta quinta-feira, 21, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: separados no nascimento?
Antes que alguém responda: segundo software de edição de imagens, o azul da Folha é composto pode 68% de ciano e 8% de magenta (sistema CMYK). O do iFHC é 63% ciano e 3% amarelo.
quarta-feira, julho 20, 2011
Manguaças no cinema: Cantona, Ken Loach e um belo filme
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PS.: Vendo as jogadas de Cantona, pensei no que seria aquela França de 1998 com ele no ataque...
segunda-feira, julho 18, 2011
Não bato em time caído, mas podiam acertar um chute...
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Como todos já sabem, já viram, já comentaram, a derrota do Brasil frente ao Paraguai na Copa América ficará marcada como a pior série de cobrança de pênalties da história do selecionado e não poderá ser suplantada nunca. Basicamente porque erramos todas as cobranças e nosso goleiro não defendeu nenhuma.
sábado, julho 16, 2011
O futebol feminino do Brasil por quem conhece
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Kleiton Lima inventou demais no Mundial? |
quinta-feira, julho 14, 2011
Brasil faz quatro com protagonismo do ataque
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terça-feira, julho 12, 2011
Cerveja palestina made in Alemanha e Bélgica
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Deu na BBC.
A Taybeh original é puro malte, segue a lei de pureza alemã de 1516 – que garante que só se usam malte, água, levedura e lúpulo. É produzida localmente e sem pasteurizar. A água vem de Ein Samia, literalmente um oásis na região.

O processo é simples. Eles passaram a comprar a produção de unidades desses países e pôr o rótulo da marca. Normalmente, a terceirização internacional é uma estratégia das empresas para rebaixar custos. Às vezes, a conta é paga pelos trabalhadores. Em outras, a margem de lucro vem de outras vantagens comparativas (isenção fiscal, proximidade de fonte de matéria-prima ou de polo de conhecimento técnico-científico). No caso da Taybeh, a produção de cerveja precisa contornar o clima de guerra permanente que se vive por lá.
A cidade é de maioria cristã. E, apesar de não constar de nenhum roteiro turístico para a região – pelo menos não dos que eu já tenha visto – tem até uma Oktober Fest (cartaz de 2010 ao lado). Se alguém passar por aquelas bandas pode incluir uma parada a mais. Só corre o risco de tomar como palestina uma cerveja fabricada em terras europeias.
segunda-feira, julho 11, 2011
Um 3 a 0 enganoso do Palmeiras sobre o Santos
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O tempo falta nesta segunda-feira, 11, para uma análise pormenorizada dos 3 a 0 impingidos pelo Palmeiras diante do Santos, no domingo, 10. A vitória sobre um time de Muricy Ramalho, que já me calou com títulos, é divertida, mas também enganosa.
Além de não ter Neymar, não ter Paulo Henrique Ganso nem Elano – e ter um meio de campo e um ataque frágeis, que quase nada criaram, os problemas da equipe desfalcada estenderam-se à retaguarda. A marcação alvinegra pelo seu lado direito – o esquerdo do ataque verde – foi terrível. A ponto de Luan (eu escrevi "Luan") ter deitado e rolado.
O atacante-volante palmeirense foi alvo constante da torcida até decidir algumas partidas. Ele continua em boa fase, mas não é um grande armador. Pelo papel que cumpre na equipe, é mesmo difícil achar argumentos para sacá-lo do time.
Mas o evento é destacado apenas para ressaltar o quanto a margem de gols, construída toda na primeira etapa, pode dar a impressão de que o time é melhor do que de fato é. Maikon Leite caiu bem no time, mas não lhe veste bem o uniforme de salvador da pátria.
As oscilações da equipe de Luiz Felipe Scolari são regra no Campeonato Brasileiro. O time está estruturado e pode continuar sonhando com a condição de azarão para disputar uma vaga na Libertadores de 2012. Mas nem favorito a isso pode ser considerado.
Falta, inclusive, certezas sobre a condição de nomes como Valdívia e Kléber. Contundidos, o primeiro já voltou aos gramados pela seleção chilena. O segundo, parece, está louco para sair e ter aumento de salário. Com ambos, as possibilidades seriam melhores. Sem eles, resta a dúvida e a esperança no treinador.
Feitas as ressalvas, eu espero ter outra dessas apresentações enganosas na próxima rodada, quando o Palmeiras enfrenta o Flamengo. O vice-líder está invicto. Mas mais importante do que isso: é comandado por Vanderlei Luxemburgo.
Vencer Muricy é legal. Vencer Luxemburgo, seria ainda mais legal. Eu torço.
domingo, julho 10, 2011
Aécio faz escola: Romário não sopra bafômetro, mas tem carteira apreendida
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O ex-jogador de futebol e deputado federal pelo PSB do Rio de Janeiro, Romário, seguiu a cartilha inaugurada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). O boleiro decidiu que era melhor não soprar o bajfômetro em uma blitz na noite de sábado (9), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Não se sabe se estava ou não alcoolizado. Mas são desconhecidos outros motivos que levem um motorista a não assoprar o instrumento que mede o nível etílico no sangue.
Romário tinha a documentação do veículo e carteira de habilitação em ordem – coisa que o ex-governador de Minas Gerais não pode assegurar. A Land Rover de Aécio era de propriedade da Rádio Arco-Íris, de sua irmã, André Neves. Até estava licenciada, mas ninguém explicou por que ele usava o carrão.
Também diferentemente deste último, o autor de mil gols como jogador profissional – segundo suas próprias contas – deu uma bola fora. É que, ao recusar-se a soprar o bafômetro, ele teve a carteira de motorista apreendida. A de Aécio estava vencida.
Romário estava acompanhado, inclusive da filha. O senador estava só.
Pior que carrinho por trás
Dirigir bêbado ou recusar-se a soprar o bafômetro (que, pela norma atual, permite aos policiais considerar como prova contra o motorista) é infração gravíssima.
O ex-jogador levou uma multa de R$ 957,70 e teve a carteira retida por cinco dias. O mesmo que ocorre com quem é flagrado conduzindo veículo automotor sob efeitos de álcool.
Segundo a assessoria de imprensa da operação Lei Seca, ligada à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Romário apresentou motorista habilitado a digirir e o carro foi liberado. O Terra diz que testemunhas teriam visto Romário tentando manobrar para evitar a blitz, mas não conseguiu.
Quando era jogador, o "Peixe" só teve problemas de "drogas ilícitas" em um episódio meio patético, em que o antidopping flagrou o uso de finasterida. A substância é princípio ativo de medicamentos contra a queda de cabelo.
Como jogador, ele era conhecido por não fumar, não beber nem usar drogas. "Só mentia um pouquinho", dirá algum leitor arguto. Mas a ferinidade das más línguas aplica-se apenas ao fato de que o atacante era afeito a noitadas, mas não a todos os prazeres que, no imaginário até moralista, circundam os estabelecimentos boêmios.
Em março de 2010, pré-candidato a deputado federal, ele já tinha tido a carteira apreendida também por recusa de soprar o bafômetro, também na Barra da Tijuca. Na ocasião, a opção abstêmica do cidadão foi motivo de estranhamento por parte de amigos, que consideram que o máximo em termos de abuso de álcool era uma taça de champagne.