Destaques

terça-feira, junho 17, 2008

Alfio Basile "prestigiado" na Argentina

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“Chega de Dunga Dunga”. É com essa manchete que jornal argentino Ole trata o duelo entre Brasil e Argentina amanhã, em Belo Horizonte. A referência é em relação às duas derrotas que o time de Alfio “Coco” Basile teve contra a seleção comandada por Dunga: dois 3 a 0, um em 2006 e outro mais dolorido, em 2007, na final da Copa América.

O periódico pergunta se Basile, quando vê o Brasil “chora” e responde: “não se sabe, mas se preocupa sim.” No entanto, prega a continuidade do trabalho do treinador, independentemente do resultado da partida, e faz uma diferenciação no modo de se encarar o trabalho dos comandantes de equipes aqui e na Argentina.“Se Dunga, que foi campeão na mesma Copa América, é tratado como burro e está na corda bamba... No Brasil são muito passionais e não têm a cultura de respeitar os contratos.”

As críticas ao treinador não são feitas por conta dos jogadores escolhidos, que o jornal afirma haver consenso por serem os melhores, mas sim pelo fato de não haver ainda um time. Observa a insistência de Basile em manter Riquelme, que o comandante diz ser “seu Maradona”, mesmo nos jogos em que vai mal. Também destaca o fato de, mesmo tendo atuado bem em algumas partidas, Messi nunca ter repetido na seleção o “nível estelar” apresentado no Barcelona, argumentação semelhante à usada por muitos no Brasil em relação a Ronaldinho Gaúcho.

Mesmo assim, o Ole assume que prega a permanência de “Coco”, citando a cultura brasileira de demitir técnicos. “O ciclo tem 22 meses e salvo contra a França, em París, as outras três partidas “classe A” terminaram mal: Espanha e duas com o... Brasil! Ao contrário do que acontece no Brasil (o São Paulo foi campeão da Libertadores em 2005 com três técnicos diferentes), aqui respeitamos os ciclos: Basile deve seguir, aconteça o que acontecer, mas também é preciso refletir porque é tão difícil dar forma a uma grande equipe.”

segunda-feira, junho 16, 2008

Fica, Dunga. Galinho 1, selecinha reserva 0!

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Parece piada, mas o time sub-20 do Galo ganhou da seleção reserva do Brasil em treinamento na Cidade do Galo, nesta segunda.

Foi 1 a 0, gol do zagueiro Leandro Falcão, pegando o rebote de uma cobrança de escanteio.

Fico devendo a escalação do Galinho, mas a seleção jogou com:

DONI
DANIEL ALVES
THIAGO SILVA
LUISÃO
KLEBER

ERNANES
ANDERSON
ELANO
J. BAPTISTA

PATO
ADRIANO


Time que qualquer um aqui gostaria de ver com a camisa da equipe para que torce.

Mas parece que o Dunga continua um Midas ao contrário.

Só de farra, na comunidade do Galo no orkut estavam sugerindo pôr o Galinho com a camisa da seleção contra a Argentina. Taí...

Dunga empata com Luxemburgo

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Matéria publicada no portal Uol lembrou uma coincidência interessante: a campanha do Brasil até agora nas eliminatórias para a Copa de 2010 se equivale à feita por Vanderlei Luxemburgo nos jogos classificatórios para 2002.

A ordem dos jogos foi exatamente a mesma, com os mesmos mandos. Nas partidas disputadas em 2000, a seleção obteve os seguintes resultados:

Colômbia 0 X 0 Brasil
Brasil 3 X 2 Equador
Peru 0 X 1 Brasil
Brasil 1 X 1 Uruguai
Paraguai 2 X 1 Brasil

Já na Era Dunga:

Colômbia 0 X 0 Brasil
Brasil 5 X 0 Equador
Peru 1 X 1 Brasil
Brasil 2 X 1 Uruguai
Paraguai 2 X 0 Brasil

O aproveitamento dos dois é o mesmo, oito pontos em 15 disputados. No "desempate", Dunga vence o "gênio" no saldo de gols: a equipe de Luxa fez seis gols e tomou cinco. Já a atual equipe marcou oito e sofreu quatro. E se ontem o Brasil entrou com três volantes, em 2000 não foi diferente. O time era Dida; Cafu, Edmílson, Roque Júnior e Roberto Carlos; César Sampaio, Flávio Conceição, Zé Roberto (Vampeta) e Rivaldo; Djalminha (Marques) e França (Guilherme). Lembremos que Zé Roberto jogava como segundo volante, e depois foi substituído por Vampeta.

Na partida seguinte à derrota para o Paraguai, o Brasil de Luxemburgo derrotou a Argentina por 3 a 1, talvez a única apresentação decente da seleção sob seu comando contra um adversário de nível, já que o Brasil sapecou potências como Tailândia, País de Gales, Nova Zelândia e Arábia Saudita. Luxa acabou caindo após a derrota nas Olimpíadas, sendo substituído pelo interino Candinho.

Já Dunga tem a chance de se recuperar contra um adversário que tem lhe dado sorte. Em 2006, conseguiu sua primeira vitória à frente do Brasil com um 3 a 0, e conquistou seu primeiro título oficial, na Copa América do ano passado, com outro 3 a 0 sobre os portenhos. Os argentinos continuarão salvando o ex-volante?

PS: se for pra tirar o Dunga, que não me tragam o Luxemburgo.

Audácia?

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Paulo Maluf, o mito, estará hoje na Saraiva Megastore do Shopping Pátio Paulista, em São Paulo, para lançar e autografar o livro "Ele - Maluf, Trajetoria da Audácia" (Ediouro). A colega jornalista Liora Mindrisz, em seu blogue Labirinto Cultural, foi mordaz: "Audácia, do dicionário Michaelis: 1. Impulso da alma para atos difíceis ou perigosos. 2. Arrojo, atrevimento, denodo, ousadia, valor. 3. Insolência, petulância. Procurei 'cara de pau', mas não encontrei. Enfim...".

O livro foi escrito pelo jornalista Tão Gomes Pinto, a partir de depoimentos. Diz o release da editora: "Paulo Maluf é certamente uma das figuras políticas mais notórias, polêmicas e controvertidas. Seu estilo voluntarioso e freqüentemente arrogante, somado a uma enorme antipatia que angariou junto à intelligentsia tupiniquim por ter sido um legítimo 'filhote da ditadura' – sem mencionar as acusações que lhe são feitas de malversação de recursos públicos –, tudo isso transformou o atual deputado federal mais votado no país em alvo permanente da imprensa falada e escrita. 'Cansado de só apanhar', como ele mesmo diz, Maluf resolveu contar em livro sua versão sobre as questões controvertidas em que se envolveu, bem como tudo aquilo que se orgulha de ter realizado."

Quem tiver estômago ou simplesmente mais nada de útil para fazer na vida, o endereço do Shopping Pátio Paulista é: avenida Treze de Maio, 1.947, Bela Vista (será que a Hebe Camargo vai?). O circo, perdão, o evento começa às 19h. Mas cabe sugerir aqui, para quem quer ler alguma coisa sobre Paulo Maluf, um outro título, "Por trás da máscara" (Editora Publisher), de Renato Rovai e Norian Segato. Trata-se do livro que antecipou o escândalo dos precatórios e revelou, no final do mandato de Maluf à frente da Prefeitura de São Paulo, em 1997, que a gestão estava condenada pelo endividamento. Boa leitura.

Para Lucia Hippolito, derrota do Brasil é "mal" feito por Lula ao país

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E não é que acharam a culpa do Lula?

A versão é da comentarista política Lucia Hippólito. Na manhã desta segunda-feira, ela começou sua fala criticando o técnico Dunga. Pior, estabeleceu um paralelo entre o treinador da seleção e o presidente Lula.

"Que mico, que timinho, que nervoso que dava!", esbravejou. "Sair da sala e deixar a TV".

Foto: Marcello Casal Jr./ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o técnico da seleção brasileira,
Dunga, seguram taça na cerimônia que confirma o Brasil como sede da
Copa do Mundo de 2014, em outubro de 2007


De tanta raiva, ela afirmou:

"Uma das coisas que talvez o presidente Lula tenha feito mal para o país, porque as pessoas acham que podem, de repente, se candidatar presidência da República sem nunca ter feito nada. Olhe o Dunga, nunca foi técnico nem do time da esquina da rua dele. Agora já virou técnico da seleção brasileira e acha que sabe tudo. Olhe a ministra Dilma [Roussef], nunca administrou nada a não ser a Casa Civil, com esses problemas todos que ela está tendo, já acha que pode ser presidente da República. Dureza, hein?"
A título de curiosidade, o Dunga foi apontado pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) como o melhor técnico do mundo em 2007. E olha que o Futepoca foi precursor da campanha Fora Dunga!, estabelecida no momento de sua nomeação.

Já o da ministra Dilma Roussef tem, em seu currículo, a pasta das Minas e Energia entre 2003 e junho de 2005, Secretária da Fazenda de Porto Alegre (1986-1988), presidência da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-1993) e Secretária de Estado de Energia, Minas e Comunicações daquele Estado (1993-1994 e 1999-2002).

O áudio na CBN está aqui, mas você pode ouvir abaixo.





Áudio substituído às 16h05

Figuraça

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O programa "Bola na rede" de ontem, da RedeTV, contou com a participação do folclórico volante Amaral (foto), ex-Palmeiras, Corinthians, Vasco e dezenas de clubes, recém-desligado do Barueri. Em companhia do também veterano Marcelinho Carioca, o atleta, ex-coveiro, já começou dizendo que quer montar uma funerária chamada Pé de Anjo. Depois, o apresentador Fernando Vanucci relembrou diversas situações impagáveis de sua carreira. Amaral confirmou que, viajando com a seleção pela África do Sul, foi questionado sobre o apartheid e respondeu que precisava se informar com o "professor" Zagallo sobre a melhor forma de marcar "esse jogador".

Contratado pelo Benfica, de Portugal, o volante foi pedir um durex para uma secretária do clube. Ouviu um monte de palavrões: durex, lá, é camisinha. Em 1996, no Palmeiras dos 100 gols, Vanderlei Luxemburgo pensou em fazer propaganda do time em um outdoor no Parque Antártica. "-O que você acha, Amaral?", perguntou o técnico. "-Acho muito bom, o estádio tá precisando disso". Desconfiado, Luxemburgo perguntou se Amaral sabia o que era outdoor. "-Claro que sei, professor. É cachorro-quente!".

Mas a melhor história também envolveu Luxemburgo. "-O Palmeiras foi jogar em Recife e, no caminho do aeroporto para o hotel, vi um tal de Forró do Gérson. À noite, depois de vencer o jogo, pedi para o professor para a gente dar uma saída, se divertir. Ele concordou. Chamamos cinco táxis e fomos para a praia de Boa Viagem, onde eu tinha visto o tal forró. Chegando lá, era uma casa de acabamento, tava escrito 'Forro e Gesso'! Deu 50 reais a corrida de cada táxi, os companheiros fizeram eu pagar tudo!", diverte-se Amaral.

Sobre a final do Campeonato Paulista de 1995, o volante revelou que Carlos Alberto Silva, seu treinador no Palmeiras, pediu para que ele jogasse sal grosso no Marcelinho Carioca assim que entrasse em campo. Gargalhando, o Pé-de-Anjo confirmou: "-Vi o Amaral com aquele negócio branco na mão e não entendi nada". Mas o tiro saiu pela culatra: "-Joguei o sal e pegou no pé direito dele. O mesmo que faria o gol na falta que deu a vitória para o Corinthians", lamentou Amaral, entre risos.

domingo, junho 15, 2008

A seleção de "totó" de Dunga

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Para quem já viu o time perder para a Venezuela, nada a estrannhar perder para o Paraguai nas eliminatórias.

Mas o mais irritante da seleção do anão Dunga foi não ter feito nenhuma conclusão a gol com um jogador a mais em praticamente todo o segundo tempo.

Todas as jogadas eram linhas de passe no meio de campo que acabavam num dos laterais para eles cruzarem na cabeça de algum zagueiro paraguaio.

O time estava tão parado, mais para jogadores de totó (pebolim) que para jogadores que ganham milões e usam a camisa de futebol mais famosa do mundo.

Acho que o erro na realidade era de esporte, com Adriano, Luis Fabiano e Júlio Batista, podíamos jogar basquete. Teríamos três pivôs com força embaixo da tabela, não três tanques que não fazem nada com ela nos pés.

Dá-lhe, Paraguai, que falsificada ontem foi a selecinha do Dunga.

Que a Argentina tenha piedade de nós na quarta-feira...

Não vou secar, porque a última vez que peguei no pé da selecinha do Anão, na Copa América, eles ganharam da Argentina de goleada...

De ressaca, Corinthians goleia Brasiliense

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Na Série B do Brasileirão, o Corinthians segue nadando de braçada. No sábado, bateu o Brasiliense por 4 a 1, no Pacaembu, com gols de William, Herrera, Chicão e André Santos. Adrianinho descontou para o Brasiliense no finalzinho.


Como o jogo não passou na TV aberta, não consegui assistir. Quem viu diz que o time estava visivelmente abatido, o que é natural depois da derrota de quarta-feira na Copa do Brasil. E mesmo abatido, enfiou quatro no pessoal do DF.


Os jogadores entraram em campo exibindo uma faixa com os dizeres “Obrigado, Fiel”, o que desfez qualquer clima de tensão entre time e torcida. Alguém na diretoria corintiana teve uma boa idéia.


Como resultado, o Timão continua com 100% de aproveitamento e abre sete pontos em relação aos vice-líderes Juventude e São Caetano. Falando no Azulão, dei uma sapeada na peleja do time do ABC contra o Bragantino. Não vi nada demais em nenhum dos dois times, que devem estar entre os mais perigosos da competição. O Azulão ganhou por 2 a 0. Tuta jogou bem, abrindo espaços, e deu até chapéu, quem diria. E tem um Rafinha, meia, que é habilidoso. O caminho para a Série A cada vez mais dá mostras de que será tranqüilo.


Reforço?


Falam por aí que o Corinthians procurou Renatinho, atacante revelado pelo Santos e que estaria tendo problemas para renovar seu contrato. Quando eu vi o garoto jogar, gostei bastante. Rápido, habilidoso, perigoso mesmo. Pode se ruma boa.


Antes disso, já pegamos o tal de Dênis do Peixe. O companheiro Glauco avalia o jogador de forma deveras negativa, para sermos econômicos. Confesso que não o vi jogar, mas o cara tá parado há não sei quantos meses por contusão. Será que vale o risco?


Dispensas


Após o fim da Copa do Brasil, o Corinthians sabe que só terá a Série B para disputar até o final do ano. Sendo assim, talvez seja o caso de dar uma reduzida no elenco, que ficou meio inchado com as contratações de batelada do início do ano. Minha lista de “dispensáveis” começaria com Marcel, Bóvio e Perdigão. Entre Finazzi e Lima, outros cotados para a rifa, talvez caiba avaliar se tem atacantes o bastante para dispensar os dois. Cristian Suarez manteria boas chances de pegar o caminho da roça, mas tb poderia ficar por falta de zagueiros. Entre os meias, o tal do Rafinha poderia ser emprestado para algum time médio para ver se vinga. O mesmo pode valer para Dinelson, que deve estar perto de sair do estaleiro.

Brasil, Garrincha e as partidas de desempate

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15 de junho de 1958. A terceira rodada da Copa do Mundo definiria os oito países classificados para as oitavas-de-final do torneio. O Brasil enfrentava a União Soviética e, em caso de vitória, asseguraria o primeiro lugar no grupo. O técnico Vicente Feola fazia, em relação à partida anterior contra a Inglaterra, três alterações: Vavá, que já havia entrado no jogo contra os ingleses no lugar o meia esquerda Dida, foi deslocado para o ataque, sua posição normal. Para a posição de Dida, Feola colocou o garoto Pelé. O ponta Joel também foi sacado para a entrada de Garrincha, enquanto Dino dava lugar a Zito.

A União Soviética, segundo a Gazeta Esportiva Ilustrada, tinha um esquema de jogo que se assemelhava mais ao sul-americano. O centro-médio soviético, ao contrário dos ingleses e da maioria dos europeus, apoiava o ataque, dando um caráter mais ofensivo ao time. Muito em função disso, o sistema vermelho “encaixou” com o jogo brasileiro, fazendo a seleção “levar de roldão” o adversário.

Os vinte primeiros minutos e os vinte finais foram de um domínio absoluto da seleção brasileira. Durante o resto do tempo, a União Soviética recuava a bola para Yashin (era permitido ao goleiro segurá-la com as mãos), tentando esfriar o ritmo da partida. As estocadas e dribles desconcertantes de Garrincha, que recebia passes longos e precisos de Didi, desnortearam a defesa soviética, como já dito aqui. Pelé e Vavá também protagonizaram lances vistosos, com tabelas curtas e rápidas como a que resultou no segundo gol brasileiro.

O final de 2 a 0, gols de Vavá, foi considerado injusto, dada a superioridade verde-e-amarela. Garrincha passou a ser chamado pelos suecos de “rei do dribbling” após a partida contra a União Soviética e o Gotemborg Handels estampou na capa: “Esse diabinho foi a alma danada dos russos”, referindo-se ao ponta. O primeiro lugar do grupo estava assegurado e o Brasil confirmava o favoritismo que muitos europeus atribuíam à seleção antes do início da Copa.

Partidas desempate

Na outra partida do grupo do Brasil, Áustria e Inglaterra empataram em 2 a 2. A regra dizia que, caso dois times empatassem em número de pontos, seria realizada uma partida desempate para ver quem avançaria à próxima fase. Foi o que aconteceu com Inglaterra (3 empates, 3 pontos) e União Soviética (1 vitória, que valia 2 pontos, um empate e uma derrota). Vitória dos soviéticos, 1 a 0 na peleja extra de 17 de junho.

No grupo I, a Alemanha Ocidental esteve duas vezes em desvantagem no placar, mas conseguiu empatar com a Irlanda do Norte, 2 a 2. Na outra partida, uma goleada daquelas da Tchecoslováquia sobre os hermanos argentinos: 6 a 1, a maior derrota portenha em Mundiais. Mesmo assim, os tchecos e os irlandeses terminaram empatados e tiveram que fazer mais um jogo: 1 a 1 no tempo normal e um solitário gol na prorrogação garantiu a surpreendente classificação da Irlanda do Norte como segunda colocada.

A Suécia, já classificada, jogou com cinco reservas para cumprir tabela contra o País de Gales no grupo II. O empate em 0 a 0 levou os galeses a disputarem o segundo lugar do grupo contra a Hungria, que vencera o México por 4 a 0. Na partida desempate, vitória de virada do time galês , 2 a 1. Pelo grupo III, a França derrotou a retrancada Escócia por 2 a 1, enquanto o Paraguai, em arbitragem tolerante com a violência da Iugoslávia, não passou de um empate em 3 a 3 com os europeus. A França terminou em primeiro e os iugoslavos em segundo.

"Os companheiros de Garrincha puseram os russos na roda, ao ritmo de samba"

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Muito já foi escrito sobre o jogo entre Brasil e a então existente União Soviética, na Copa de 1958. Naquele dia, nossa seleção entrou em campo com três novidades: Zito, Pelé e Garrincha. O placar de 2 a 0 pode parecer pouco para as novas gerações, mas, na ocasião, soou como uma tremenda goleada em cima do "futebol científico" que havia faturado a medalha de ouro nas Olimpíadas de Melbourne, na Austrália, dois anos antes. Ruy Castro conta, no livro "Estrela Solitária: Um brasileiro chamado Garrincha" (Companhia das Letras, 1995), que, pouco antes de os times entrarem em campo, o técnico Vicente Feola olhou para o meia Didi e falou: "-Toque todas as bolas para o Garrincha". E, virando-se para o ponta-direita: "-Tente descadeirá-los logo de saída". Assim que o juiz apitou o início da partida, segundo texto da época, aconteceu simplesmente o seguinte:

Vavá toca para Didi, que lança Garrincha. O lateral Kuznetsov corre. Mané ginga o corpo para a esquerda, mas sai pela direita. Kuznetsov desaba de traseiro no chão. A educada torcida sueca não sabe se ri ou se aplaude. Na dúvida, deixa o queixo cair. Sete segundos depois, Garrincha tem de novo Kuznetsov à sua frente. De novo, balança o corpo para direita e passa como uma flecha para a esquerda. Repentinamente, pisa na bola e estanca. O lateral soviético volta à carga. Leva outro drible. E mais outro. A torcida fica de pé, atônita. Mané invade a área perseguido por Kuznetsov, Voinov e Krijevski. Dribla os três. Pelé está livre na pequena área. Mas Garrincha, mesmo sem ângulo, dispara a bomba. A bola explode na trave direita de Yashin e se perde pela linha de fundo. Um minuto de jogo. O estádio inteiro ri e aplaude com entusiasmo. Garrincha volta para o meio de campo com seu trote desengonçado. A defesa brasileira intercepta o tiro de meta soviético e a bola vai aos pés de Mané. Que passa para Didi. Para Pelé. Para Garrincha. Para Pelé. Outra bomba estoura contra as traves de Yashin. Dois minutos de jogo. Garrincha está de novo com a bola. Corre em ziguezague. Finge que vai, e não vai; finge que vai, e vai. Os soviéticos vão ficando estendidos no chão. Um a um. Didi lança Vavá. Gol do Brasil. O relógio marca três minutos.

"Foram os três minutos mais fantásticos da história do futebol e a mais assombrosa aparição na ponta-direita desde Stanley Mathews", escreveu, deslumbrado, o jornalista francês Gabriel Hannot. Só por esses três minutos, esse jogo já merece ser imortalizado como um dos mais espantosos da história do futebol. Ouça trechos da narração da Rádio Panamericana, de São Paulo, na época:

Ouça trechos do jogo


Se não abrir, clique aqui.

Ficha técnica

Data: 15/Junho/1958
Local: Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo
Público: 50.928
Árbitro: Maurice Frederic Guigue (França)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

URSS: Yashin; Kesarev, Kuznetsov, Voinov e Krijevski; Tsarev, A. Ivanov e V. Ivanov; Simonjan, Iljin e Netto; Técnico: Gavril Katchaline;

Gols: Vavá (3) e Vavá (66).

sexta-feira, junho 13, 2008

Holanda sensação

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O que é esse time da Holanda? Capenga nas eliminatórias para a Euro (8 vitórias, 2 empates e 2 derrotas), era tida como virtual eliminada, por ter caído no grupo de Itália e França, respectivamente atuais campeão e vice mundiais. Mas ganhou inquestionavelmente dos dois favoritos, está classificada como primeira do grupo e virou favorita ao título. Pode ser um pouco de exagero, mas quem viu os jogos ficou com a impressão de que é o time mais vibrante da Euro.



O jogo contra a França foi um arraso. Gol logo aos 8 minutos, domínio quase completo na primeira etapa. Quando a França deu uma melhorada, fez um gol em contra ataque magnífico - cinco toques e caixa. A França continuou a melhorar e chegou ao gol com Henry. Mas menos de um minuto depois a Holanda fez mais um golaço, com Robben batendo forte, quase sem ângulo. O quarto veio nos acréscimos, um chutaço de fora da área. Só golaço.

Será que a nova Laranja Mecânica tem bala para chegar ao título? Está dando gosto de torcer para isso.

Tudo para dar errado e o Galo ganhou

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Numa partida com jogador a menos desde o primeiro tempo, com dois pênalties marcados contra, depois de na rodada anterior ter perdido de goleada. Estranhamente, o enredo não terminou em tragédia para o Atlético Mineiro.

O Galo saiu na frente logo no começo do jogo em gol de cabeça do zagueiro Leandro Almeida. Tomou empate em pênalti marcado de bola na mão (nunca vou entender esse critério que depende da intenção, como alguém sabe o que se passa na cabeça do zagueiro?).

Daí o Galo se perdeu, passou a errar passes, mas achou um gol quando o centro-avante Eduardo cruzou e o lateral Coelho fez gol de cabeça dentro da área.

Daí, final do primeiro tempo o juiz dá um segundo amarelo ao zagueiro Welton Felipe numa falta no meio de campo.

Intervalo com o Galo com 2 a 1, jogador a menos, Coelho machucado...

O que era para se transformar em tragédia virou alegria para os atleticanos com dois contra-ataques bem encaixados: 4 a 1, principalmente pela atuação de Petcovitch.

O Ipatinga ainda perdeu pênalti.

Duas constatações:
o time do Atlético, mesmo ainda desorganizado e com jogadores medianos, vem melhorando com o técnico Gallo. Está jogando com muita vontade.

O Ipatinga é sério candidato ao rebaixamento. Não adianta trocar de técnico, o time é ruim. A não ser que arrume dinheiro e contrate jogadores melhores terá o mesmo destino do campeonato mineiro.

Namoro de fora

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Ontem, Dia dos Namorados, o tucano José Serra (na foto, à direita) assinou em Washington, nos Estados Unidos, dois contratos de empréstimo para o (des)governo de São Paulo, um com o Bird (Banco Mundial), no valor de US$ 645 milhões, e outro no valor de US$ 10 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Tempos atrás, o jornal ABCD Maior publicou reportagem de Diego Sartorato mostrando que hoje, com a recuperação da economia brasileira, pegar empréstimos no exterior pode ser um tiro no pé.

Um exemplo é a Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), que emprestou o equivalente a R$ 280 milhões do JBIC (Banco Internacional de Cooperação do Japão) para recuperação da represa Billings mas, com a valorização do Real e a desvalorização do Iene, moeda japonesa, acabou ficando apenas com R$ 255 milhões (20% a menos). Por isso, foi preciso fazer mais um empréstimo internacional de US$ 40 milhões com o BID para completar as obras. Em outro programa de obras viárias com empréstimos internacionais, São Bernardo perdeu 37% do dinheiro emprestado com a desvalorização do dólar de 2005 para cá. Diz a matéria de Sartorato:

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), explica que, no período entre o fechamento de uma parceria internacional e o recebimento efetivo do investimento, burocracia que pode levar anos para ser concluída, o valor absoluto do dinheiro continua o mesmo, mas seu poder de compra pode cair, de acordo com a flutuação cambial. "Da mesma maneira, isso afeta o andamento das obras fechadas em parcerias internacionais. Como a compra de materiais e pagamento de mão-de-obra acontece em reais, você tem de aumentar o investimento com recursos próprios", diz. A vantagem, nesse caso, é na hora de pagar a dívida. "Se a sua moeda continua se fortalecendo, o valor relativo da dívida também fica mais fácil de quitar." No entanto, a operação continua sendo uma "loteria perigosa". "O problema é se na hora de pagar a dívida, a cotação da sua moeda cai e a conta fica ainda mais cara. Isso é uma tragédia", resume.

Daí, Belluzzo cita alternativas ao arriscado empréstimo internacional:

"Os juros internacionais são muito mais baixos e essa é uma vantagem considerável. Mas existe também a possibilidade de procurar a Caixa Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que têm juros mais baixos", ressalta.

Mas alguém aí acredita que Serra recorreria ao governo federal? Para ele, mesmo que arriscado, é melhor um "namoro de fora"...

A sociedade dos distintivos

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Estava ontem no ônibus, umas cinco e meia da tarde, voltando com meu filho da escolinha pela avenida Franscisco Morato, zona Oeste de São Paulo. Eu tinha acabado de passar a catraca e ia descer no ponto seguinte, quando deparei com um rapaz de uniforme esportivo, tipo agasalho "adidas", bem diante da porta. Num primeiro relance, achei que era um torcedor do Fluminense, pois o uniforme era branco, com três listras no ombro, duas verdes e uma rosada no meio. Mas não, era um torcedor da Mancha Verde, paramentado do tênis ao boné.

Meu filho também se interessou pelo palmeirense e ficou olhando, até que abriu o seu sorriso de quatro dentes. O rapaz retribuiu com um sorriso simpático, deu uma risadinha e falou comigo "Tô vendo que não é corintiano". Havia uma cumplicidade boa na sua fala, ele realmente achou que uma criança que sorrisse para ele daquele jeito tinha que ser palmeirense, ou no mínimo não ser corintiano. Ao que respondi, amigavelmente, "Claro que é".

O moço fechou a cara, apertou um pouco os beiços e fixou os olhos no chão. "Embaçado", disse. "Ele é respeitador", acrescentei, pra quebrar o clima. Mas não teve jeito, o até então simpático palmeirense não tirou os olhos do piso do ônibus até que a porta abrisse e ele descesse, no mesmo ponto que nós, sem um gesto.

Duas reflexões me sobrevieram. A primeira foi a constatação de que um torcedor fanático lê o mundo apenas pela lente de sua identidade de torcedor. Quer dizer, ele mesmo se reduz ao distintivo que leva no peito, como um soldado, um membro de seita. Aquele palmeirense não podia entender que eu pudesse ser simpático com ele, sendo ao mesmo tempo seu adversário de torcida - "seu inimigo", devia pensar. Sua farda é o que ele é, ele acredita que quem o vê não o enxerga como uma pessoa complexa, com uma história própria, com qualidades e defeitos, o vê simplesmente como um palmeirense. E a um sorriso de um desconhecido reagiu simplesmente como torcedor.

A segunda coisa, um ponto a frente, é que nesse contexto até mesmo meu filho Chico tinha algo de ameaçador. Registre-se, é um bebê de um ano de idade, mas sendo ele corintiano o palmeirense não podia se render ao apelo de seu sorriso fofo, e continuar com os gracejos que todo mundo faz. Já era um pequeno inimigo. É terrível isso. A adesão a uma torcida, algo que legitimamente faz parte da mitologia individual-social de pessoas e grupos, pode se tornar mandamento moral, regra de conduta para se saber quem são as boas e as más companhias. É a violência das verdades morais se manifestando de forma crua e próxima, do mesmo tipo que se usa para fundamentar as "cruzadas" pelo "bem", ou outro tipo de cegueira violenta. Toda a necessidade de compartimentação - i.e., de discriminação - em nossa sociedade se mostrava naquele gesto de mirar o chão e evitar o encontro com o olhar daquele bebê maligno.

Que não me interpretem mal. Uso o exemplo do palmeirense porque eu e Chicão somos corintianos, e conosco essa cena obviamente não poderia ter acontecido com um membro da Gaviões. Mas meu assunto não são os palmeirenses, e sim essa simplificação do homem, essa redução de natureza fascista, que pode muito bem servir de modelo para entendermos outros tantos tipos de discriminação com os quais convivemos.

Empate com sabor... de empate

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Quando comecei a ver a escalação de Santos e Fluminense que se enfrentavam no Maracanã, logo tentei me acostumar com a idéia de uma derrota. Jogador por jogador, o time carioca suplantava e muito o paulista, e o conjunto então, nem se fala. Os peixeiros jogavam sem Kléber, Wesley e Domingos, enquanto o Tricolor não tinha Thiago Silva e Neves.

Iniciada a partida e as piores expectativas se confirmavam. Aos 6 minutos, Ygor deu um belo passe para Dodô. Algo inacreditável dada a condição técnica do volante. Fábio Costa defende o chute, mas a bola volta para Washington. Gol. O Fluminense pressiona, o Santos apresenta uma apatia impressionante. O lateral-esquerdo Carlinhos, que parece ter sido negociado com o Cruzeiro em troca pelo lateral Apodi, aparenta não estar em campo. Outros alvinegros idem. Só se salva o estreante Róbson, ex-Mogi Mirim, meia que colocou o há muito apagado Molina na reserva, mostrando personalidade e habilidade. Mas nada que fizesse a diferença em uma equipe que aceitava a pressão do adversário com uma parcimônia ímpar.

No segundo tempo, Cuca colocou Molina no lugar de Carlinhos e Tabata no lugar de Marcinho Guerreiro. Mesmo com três zagueiros, colocou o time à frente e deu certo. O Fluminense parecia não acreditar que aquele adversário entregue e pouco técnico da primeira etapa pudesse pressionar e vacilou. Ainda chegou a alguns contra-ataques perigosos, mas depois recuou. Renato tirou o ótimo Arouca e colocou o limitadíssimo Mauricio, atraindo o Santos para seu campo. Também sacou Conca e um tímido Dodô. O time da Vila Belmiro não se fez de rogado e, mesmo desentrosado, criou chances. Martelava, mas não chegava.

O gol só veio aos 47, em excelente passe de um irregular Rodrigo Souto que o garoto Tiago Luís aproveitou, na saída estabanada de Fernando Henrique. Um gol que dá alguma moral para o Peixe e um resultado justo, já que cada tempo foi de um time. Empate com sabor de empate, até porque a partida não poderia ter outro resultado.

Santos, a última fronteira da Traffic

Cuca vai aproveitar os dez dias de folga na tabela para fazer uma inter-temporada no CT Rei Pelé. A idéia é avaliar o elenco inchado e desigual, de 34 jogadores, e preparar dispensas. Carlinhos já foi e Tabata está na marca do pênalti faz tempo. Enquanto isso, o Peixe quer trazer de volta um jogador rejeitado mais de uma vez pelo “gênio” Luxemburgo e que fez sucesso no Sport. Trata-se de Luciano Henrique, autor do segundo gol pernambucano contra o Corinthians na quarta. O time da Vila é detentor dos direitos federativos do atleta e vai tentar negociar com o Leão, que tem contrato de empréstimo com o meia até o fim do ano. Só para não esquecer, para a posição de Henrique Luxa preferiu nomes como André Belezinha (Iraty) e Petkovic.

Enquanto isso, a Traffic, maior fundo de investimento de futebol do país, tenta negociar com o último grande paulista no qual ainda não tem nenhum tipo de inserção. O presidente Marcelo Teixeira tenta salvar a sua pra lá de questionável administração financeira, que não permite ao clube contratar reforços de peso, com a ajuda de Wagner Ribeiro, sócio do empreendimento e que via na presença de Émerson Leão um obstáculo a seus interesses no Alvinegro.

Alguns nomes teriam sido apresentados em conversa com a diretoria e o treinador Cuca está confiante. Já mandou avisar: “"Pode ter certeza, pode marcar o dia: o Santos fica entre os seis. Ou em quinto, ou em quarto, primeiro. Vamos montar time forte, até porque esse time mostrou contra o Fluminense que tem brio. Confio no meu trabalho." Será cobrado, Cuca...

Hoje, além do acordo com o Palmeiras, a Traffic trouxe o meia Elias para o Corinthians e também agencia e possui participação nos direitos federativos de Hernanes, do São Paulo. O grande problema de acordos como esse que começa a ser costurado é que, clubes descapitalizados conseguem até trazer jogadores renomados e jovens, mas não ficam com parte significativa dos lucros de uma negociação futura. Servem mais de vitrine para atletas com potencial. Sendo que a maior fonte de receita dos times ainda é a venda de jogadores, é bom negócio?

Cafu

Fora do âmbito do fundo de investimentos, tudo indica que o Peixe pode fechar com o veterano Cafu, que entraria na Justiça para poder estrear antes de agosto, quando é reaberta a época de transferências internacionais. Pra quem não tem um lateral-direito de ofício no elenco e dada a escassez da posição no futebol brasileiro, pode até ser bom negócio.

De virada, com frango de São Marcos, e a volta dos meias

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O Palmeiras venceu, no Palestra Itália, o Cruzeiro por 5 a 2. A goleada teve contornos de drama, quando Guilherme abriu o marcador aos 16 da primeira etapa para os visitantes, em um pênalti marcado por bola na mão de Gustavo. Como os leitores do Futepoca já aprenderam, usar as mãos é uma questão de interpretação do árbitro. Mas pelamordeDeus!

O empate demorou 13 minutos, também de pênalti, sofrido por Valdívia e cobrado por Alex Mineiro. Thiago Martinelli foi expulso pela falta dentro da área. O pênalti foi bem cavado. Por "bem cavado" quero dizer que Valdívia percebeu o pézão do zagueiro e só caiu. Como era o último homem, expulso.

Depois, no segundo tempo, Diego Souza cabeceou para trás, em cruzamento de Leandro, para Valdívia completar de primeira. Diego, Gustavo e Alex Mineiro fizeram os outros tentos verdes.

Quando estava 3 a 1, Marcos tomou um "peru", em suas próprias palavras. Não é a primeira falha da vida, mas no boteco deste torcedor, o canonizado goleiro tem crédito.

O time entrou com Léo Lima, Pierre e Martinez. No primeiro tempo, saindo atrás no marcador e precisando vencer, o técnico deu uma de Nelsinho Batista (que maldade!) e pôs Diego Souza. Funcionou.

A vitória é importante. Contra o vice-líder, tira do time de Adilson o posto de defesa menos vazada, e reestabelece a confiança nos meias do time. Valdívia e Diego (foto) foram bem.

Cobrador
Só não reestabelece a confiança no técnico Vanderlei Luxemburgo. Ninguém falou em qualidade e conhecimento sobre os domínios da bola. É que depois de plantar aos quatro ventos (perdão pela mistura de metáforas) que tinha proposta do México e do francês Lyon, agora a onda é que o Fenerbhaçe, ex-Zico, quereria o treinador das gravatas amarelas e ternos assinados por estilistas milaneses. Opa! Milão? Será que é assim que se criam os rumores?

Na quarta-feira, no ônibus, o cobrador pôs o dedo na minha cara umas três vezes. Numa delas foi pra dizer:

– Vocês (palmeirenses) é que tem que tomar cuidado, porque o Lulxemburgo quer sair. E quando ele sai de um time, deixa tudo arrasado!

O cidadão é são-paulino. Independentemente disso, saberá ele o que diz?



Corrigido às 17h45

quinta-feira, junho 12, 2008

A Euro avança

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Agora que todos os futepoquenses passaram por tragédias futebolísticas em 2008, vamos ao que interessa de verdade: a Euro 2008. Vai falar que não está todo mundo (que pode) assistindo aos jogos? Até na TV aberta (vulgo Record) tá passando.

Estamos no curso da segunda rodada da primeira fase. Portugal já se garantiu nas quartas, com duas vitórias acachapantes sobre Turquia e República Checa. Ótimos jogos. Esses times decidem a próxima vaga, já que a anfitriã Suíça perdeu seus dois jogos e já caiu fora.

Hoje, a Croácia ganhou da Alemanha e também já está lá. Com esse resultado, é possível que alemães e portugueses se enfrentem já na próxima fase, basta que a Alemanha fique em segundo do grupo. Devem ser os dois classificados em um grupo que ainda tem Áustria e Polônia, que empataram em 1 a 1 hoje.

Amanhã é o dia D para a Itália. A Azzura perdeu o primeiro jogo para a Holanda, que veio voando baixo, e precisa vencer a Romênia para continuar na competição. Já a Holanda pega a França, que decepcionou na estréia, empatando em 0 a 0 com a Romênia. De fato, o jogo foi ruim à beça. Se continuar assim os Bleus nem passam de fase.

Já o grupo D. Sei lá. Espanha, Suécia, Rússia e Grécia têm chances. Acho que a Espanha, que já ganhou de 4 a 1 da Rússia, classifica. A segunda vaga? Não vou nem arriscar um palpite. A Rússia desclassificou a Inglaterra da Euro, quem sou eu pra falar alguma coisa?

De qualquer forma, o torneio está bem bom. Alguém arrisca um bolão aí nos comentários?

Uísque feito com leite fermentado de camelo

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Depois de seis posts queimados com defunto ruim, vamos ao que realmente interessa: cachaça. Estou lendo "Confesso que vivi", autobiografia do poeta chileno Pablo Neruda (foto), e em determinado trecho ele narra uma visita à Mongólia no início dos anos 1950:

É certo que provei em taças de prata, incrivelmente lavradas, o uísque dos mongóis. Cada povo faz seu álcool do que pode. Este era de leite fermentado de camelo. No entanto sinto calafrios quando recordo seu sabor.


Depois, o poeta foi conhecer a China:

Cada um de nós tinha à sua disposição uma pequena garrafa de cristal cheia de vodca. Os 'gambé' estouravam com profusão. Este brinde chinês obriga a emborcar a taça de um golpe, sem deixar uma gota. O velho marechal Chu Teh, defronte a mim, enchia seu copinho com freqüência e com seu grande sorriso camponês me incitava a cada momento a um novo brinde. No final do almoço aproveitei um momento de distração do antigo estrategista para provar um trago de sua garrafa de vodca. Minhas suspeitas se confirmaram ao comprovar que o marechal tinha tomado água pura durante o almoço enquanto eu lançava às entranhas grandes quantidades de fogo líquido.


Ao que não se sujeita um diplomata...

Juca Kfouri, sobre a final da Copa do Brasil

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Passadas as emoções, a sensatez de Juca Kfouri:

"Escrevi ontem que aparentemente houve pênalti de Magrão em Acosta.

Fosse eu o árbitro e teria marcado a falta.

E hoje estaria arrependido...

Depois de ver o lance dezenas de vezes, calmamente, de todos os ângulos com as imagens da Globo e da Band, conclui que não houve o toque no atacante corintiano.

E comparar o lance ao de Fábio Costa em Tinga, em 2005, só pode ser brincadeira.

Caros corintianos, aprendamos todos a perder."

(íntegra do post)

Em outro post, o jornalista comenta o lance já falado aqui e que não mereceu qualquer comentário ou ponderação da imprensa ou mesmo dos freqüentadores deste blogue: o chute de Fabinho em Enílton dentro da área.

"Em tempo: é claro que houve erros de arbitragem contra o Corinthians, como, por exemplo, um lance de impedimento mal marcado do Acosta.

Como Carlinhos Bala merecia ser expulso com Saci, embora ele tenha sido discreto e o Mula-Sem-Cabeça tenha sido espalhafatoso.

Mas houve um pênalti em lance sem bola do Fabinho no Enílton, lance que também deveria redundar na expulsão do corintiano..."

O mau perdedor

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Sempre que vejo coletivas de treinadores, sinto o famoso sentimento de “vergonha alheia”. Os repórteres, em geral até com certa e perigosa intimidade com os comandantes de times, fazem somente perguntas caridosas, às vezes quase pedem desculpas por questionar algo mais incisivo.

Na coletiva de Mano Menezes não foi diferente. Claro que somente a imprensa paulista queria escutar o corintiano. Dentre as pérolas do gaúcho, disse que o título do Sport “não foi justo”, acrescentando que “se o Corinthians tivesse vencido por 3 a 0 no Morumbi, perderia pelo mesmo placar aqui”, sugerindo um complô contra a equipe paulista.

Criticou a arbitragem, evitando falar da formação do time, defensiva na melhor das hipóteses, covarde na mais realista. Acusou um “descritério” do árbitro (perdoai-o, Camões!) e disse que era possível contar nos dedos de uma mão as situações em que seu time foi favorecido na Copa do Brasil, o que, para ele, era algo “desparelho” (tá bom, Camões, é complicado perdoar quem quer falar difícil).

Coerente, Menezes desculpou Wellington Saci, que permaneceu 58 segundos em campo antes de pisar em Carlinhos Bala e ser expulso. Claro, toda culpa era da arbitragem. Ele, que viu faltas invertidas, pênalti não marcado, a conspiração em cada grama da Ilha do Retiro, afirmou que não pôde observar o lance da expulsão. Uma falácia, já que foi informado de todas as versões por gente que viu pela TV, como acontece com todos os técnicos.

Mas o que ele não disse é por que colocava um lateral no lugar de uma atacante, no caso, Dentinho, precisando marcar um gol. Eu, que vi a partida, gostaria de saber. Até imagino que fosse para liberar André Santos para o ataque, já que o atleta pouco apareceu em Recife. Mas só imagino. Acho que o torcedor corintiano tinha o direito de saber, ao invés de ser bombardeado com argumentos pueris que só fomentam ainda mais a cultura de nunca admitir a derrota, tão enraizada no torcedor brasileiro. É melhor incitar o ódio elegendo um inimigo externo do que admitir os próprios erros. É mais fácil estimular o emocional do que tentar debater de forma inteligente.

Nelsinho Baptista deu um baile em Mano Menezes. Mudou o time com 25 minutos, alterando a forma de jogar e agredindo (futebolisticamente) o rival. Ao time paulista, restou agredir (fisicamente) o vencedor. O corintiano merecia mais.

PS: a Globo e seus comentaristas formam o consenso. Enquanto o lance de suposto pênalti em Acosta (que nenhum corintiano no gramado reclamou, só o Mano vidente pós-jogo) foi dado como verdade, o também ex-árbitro Renato Marsiglia discordava na Sportv. Afirmou que o goleiro pegou na bola em uma dividida normal. Já o lance de Fabinho, que alavancou um adversário dentro da área e depois o chutou sem bola no mesmo lance, não mereceu sequer um segundo replay na emissora carioca, que ontem era paulista. E assim as "verdades" são construídas...

PS 2: Sport campeão da Copa do Brasil e Fluminense na final da Libertadores. São Paulo percebe que não é o centro do universo. Ainda bem.