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terça-feira, junho 14, 2011

Minas e SP têm cachaça na feira ou vice-versa

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Começou nesta terça-feira, 14, e vai até esta sexta-feira, 17, a Feira da Cachaça Paulista de Alambique, em São Paulo. De 30 de junho a 2 de julho, Belo Horizonte é que recebe o I Congresso Mineiro da Cachaça. A primeira está acontecendo no Mercado Municipal da capital paulista, no Centro. O segundo, na Serraria Souza Pinto, também na área central de BH.

Foto: Divulgação
A feira paulista é promovida pela Supervisão Geral de Abastecimento (Abast), ligada à Secretária da Coordenação das Subprefeituras de São Paulo. O órgão é o encarregado pelo Mercadão (e pelos outros 14 mercados municipais, além de sacolões e feiras livres. Colocar a cachaça no mesmo balaio dos demais alimentos é um avanço (pelo menos do ponto de vista do Manguaça Cidadão)!

Tem oficinas sobre a marvada e suas ligações com drinques, gastronomia e apreciação em geral. Uma das oficinas fala sobre a diferença da cachaça de alambique e a "de coluna" – industrial, envelhecida em tonéis de uma "madeira" peculiar e exótica, chamada "alumínio".

O congresso mineiro vai além. Na programação, o alvo são os cachaceiros (os produtores, não os exclusivamente bebedores), com questões de marketing, marcadores químicos para cada parte da destilação – cabeça, coração e calda – controle de qualidade e fermentação.

É organizado pela Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq). A entidade congrega 120 empresas e produtores do estado.

Enquanto a versão de São Paulo coloca 18 marcas de 13 municípios para degustação, a mineira depende da generosidade dos expositores. Mas provavelmente vai haver mais opções nas terras do finado ex-vice-presidente José de Alencar. Ambas querem só divulgar produtores de cachaça. É uma missão nobre.

Mas o estado que tem a maior produção da branquinha por causa das marcas industriais de larguíissima escala quer mais. Quer dizer que São Paulo tem pingas "tão boas quanto as mineiras", segundo Reinaldo Anniccino, presidente da Associação Paulista de Produtores de Cachaça de Alambique (APPCA).

sexta-feira, junho 03, 2011

Neste sábado tem Marcha das Vagabundas em SP

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Depois do Churrascão de Gente Diferenciada, outra mobilização bem humorada, mas muito séria acontece neste sábado, em São Paulo. Trata-se da “Marcha das Vagabundas”, versão brasileira (ainda que não do Herbert Richers) de uma mobilização originada no Canadá chamada Slut Walk ( a tradução é essa mesmo) que visa denunciar a culpabilização das vítimas de estupro.

A manifestação começou, segundo o site oficial, por conta de uma declaração de um policial numa palestra em uma universidae de Toronto que, numa palestra de prevenção contra abusos sexuais, disse que as mulheres não deveriam se vestir como vagabundas (sluts) para não serem vítimas de estupro. As moças então foram para as ruas com roupas das mais variadas e cartazes com dizeres como “Não me diga oq eu devo vestir, diga aos homens para não estuprarem” – que entra para a série “difícil ou fácil?”.

O resumo é esse: as mulheres têm o direito de usar e fazer o que quiserem e não serem estupradas no processo. De novo, difícil ou fácil?

Em matéria da Rede brasil Atual, Solange De-Ré, uma das organizadoras da marcha brasileira, afirma que julgar uma pessoa pela roupa é retrógrado. "Não é a roupa que causa o estupro, por exemplo, é a mente doentia de um homem que sente prazer no medo e humilhação que uma mulher sente nessa hora", diz.

A matéria informa ainda que a Slut Walk já foi realizada em outros países como Argentina, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, Nova Zelândia. Neste sábado haverá novas edições norte-americanas, em Los Angeles e Chicago, além de outra canadense (Edmonton), e também em Estocolmo (Suécia), Amsterdã (Holanda) e Edimburgo (Escócia).

Menção honrosa

Na linha dos manifestos bem humorados, legal esse garoto britânico de 12 anos que decidiu ir à escola usando saia para protestar contra a proibição de uso de bermuda na instituição. O moleque leu o novo regulamento de vestuário da escola e viu que não havia nada proibindo garotos de irem de saia. Juntou uma galera e boralá. Conseguiu que a escola discutisse uma revisão do regulamento, segundo essa matéria do IG. Cheers!

terça-feira, maio 31, 2011

Projeto Cidade Suja

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Tenho ouvido muitas pessoas reclamarem da limpeza urbana da cidade de São Paulo. Gente da Zona Leste, Centro, Zona Sul, enfim, de todo canto, tem observado o acúmulo de sujeira pelas ruas e espaços públicos. Agora há pouco, no curto trajeto que percorro entre a casa e o trabalho, umas oito ou nove quadras, resolvi fotografar o desleixo em vias como a rua Teodoro Sampaio e avenidas Henrique Schaumann e Brasil (as imagens ilustram o post). Faço esse caminho há quase um mês e posso assegurar que o lixo permaneceu intacto todo esse período. E olha que esse bairro da Zona Oeste, Pinheiros, é considerado um dos mais "nobres" da cidade. Por aí, dá pra imaginar como está a situação na periferia.

Numa rápida olhada pela internet, descobri que, há um ano, a Prefeitura já admitia que o serviço de limpeza, terceirizado, é falho e que tinha dificuldades para fiscalizá-lo. Na época, o secretário municipal de Serviços, Alexandre de Moraes, dizia que, quando problemas eram detectados, as empresas contratadas procuravam se eximir, empurrando a responsabilidade umas para as outras. O nó da questão, na verdade, parecia ser financeiro: em agosto de 2009, depois de anunciar um corte de 20% no Orçamento da varrição, o prefeito Gilberto Kassab (DEM ou PSD, sei lá) voltou atrás, mas com a condição de que os contratos com as empresas não seriam reajustados.

A ideia era reduzir em até 9% os gastos com varrição, que em 2009 foram de R$ 348 milhões. O resultado está aí, nas ruas. Agora, neste mês, a Prefeitura anuncia mais um plano mirabolante para tentar resolver um serviço tão básico para a população. Segundo a Rádio CBN, Kassab "planeja mudar todo o modelo de contrato e fiscalização da limpeza urbana na cidade de São Paulo". Para isso, mandou contratar uma empresa de consultoria, por R$ 37 milhões, que terá três anos para "elaborar o projeto" (até lá, salve-se - da sujeira - quem puder!). Em resumo: Kassab fez uma economia porca de mais ou menos R$ 30 milhões e agora gasta R$ 37 milhões com uma consultoria, para resolver a bagunça que criou. E o lixo está aí, do mesmo jeito.

O comentarista da rádio observou: "É incrível como se planeja, como se contrata consultorias, como se contrata empresas para pensar o que vai acontecer. E nunca se ouve quando esses planos estão sendo implantados na cidade. Esse projeto do lixo já deveria ter sido implantado há cinco, seis anos na cidade de São Paulo". Segundo ele, na gestão de José Serra (PSDB), as metas do contrato firmado por Marta Suplicy (PT) com duas grandes empresas responsáveis pela limpeza urbana foram ampliadas mas, como consequência negativa, muitos dos resultados que estavam previstos para agora foram jogados mais para a frente. Ou seja: mais jogo de empurra-empurra.

Enquanto isso, a gestão de Kassab continua lucrando horrores com as multas do Projeto Cidade Limpa. Para o prefeito, a poluição visual é pior que a sujeira nas ruas. Ou, talvez, o intuito seja esse mesmo: deixar a cidade bem suja, assim, quando os eternos problemas de enchente acontecem, todo início de ano, ele pode botar a culpa na população, que é porca e entope bueiros e bocas-de-lobo com lixo, impedindo o fluxo das águas. Como disse minha filha Liz, de 9 anos, é o Projeto Sujeira Limpa: o lixo fica livre para sujar à vontade. Na maior e mais rica cidade da América do Sul...

segunda-feira, maio 16, 2011

No churrascão da 'gente diferenciada'

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João Guilherme Lacerda
Enviado Especial do Futepoca

O Picolé de Chuchu peidou na farofa e decidiu manter a estação de metrô em Higienópolis, lugar de "gente diferenciada" na capital paulista. Mesmo assim, o churrascão marcado pela internet, como protesto aos preconceituosos habitantes do bairro, foi mantido para o sábado, 14 de maio, com ponto de encontro em frente a um shopping. Não dava para esperar as novas Diretas Já, a queda da Bastilha ou a praça Tahir paulistana. Mas cada cidade uma luta, cada momento histório uma batalha. A primeira imagem que vi pela internet eram de ciclistas levantando suas bicicletas em frente ao sofisticado centro de compras. Munido de uma bicicleta e meu cãozinho de madame, segui rumo à festa. Começou com queima de catraca, que não vi. Mas peguei o panfleto do Sindicato dos Metroviários e a nota de R$ 3,00 do Kassab.


Grande, pequena, profissional ou informal, toda a mídia estava por lá. Tornaram caçamba de entulho puleiro de fotógrafos e cada cartaz ganhou seu clique. Com a rua Higienópolis aberta para as pessoas, a festa popular tomou conta - para grande medo de algumas tradicionais senhoras da região, em estado de choque com a massa de pessoas que lotou de alegria uma rua rotineiramente cheia de automóveis. Uma certa São Paulo que tem tido muito medo de gente. Mais do que a polêmica sobre a estação do metrô, o protesto foi principalmente contra essa "doença" paulistana, cada vez mais perceptível, a "pobrefobia".


Misteriosamente, mesmo sem liderança, a massa seguiu para a frente de um supermercado na avenida Angélica, local da futura estação de metrô. Por lá, o que já era bonito de ver e participar tomou proporções ainda mais épicas. Ficou claro que era uma festa de frequentadores da rua Augusta e muitos outros paulistanos, de coração ou nascimento. Teve a adesão de ativistas do Movimento Passe Livre, sindicalistas, a juventude paulistana mais antenada. Mas fez falta a brigada revolucionária das mães com carrinhos de bebê. Felizmente, os passeadores de cachorro fizeram-se presentes.


Teve quem cuidasse do lixo, teve um mini-elétrico para música e discursos. Teve travesti que só queria aparecer e muita gente que queria só se divertir. Tudo terminou com um varal que cruzou a Angélica. Contra o esnobismo de uma elite retrógrada, a melhor resposta foi a alegria. Um Carnaval, regado a cervejas de marcas estrangeiras, somado a um verdadeiro churrasco popular brasileiro. É nóis! Porque a gente não vive em HIGIENópolis, mas também somos limpinhos!



João Guilherme Lacerda é carioca, jornalista, flamenguista (não necessariamente nesta ordem) e, apesar de não ser Robinho, pedala bastante. Ele se orgulha de ser um "pobre diferenciado", pois leva cachorro de madame pra passear.

quarta-feira, maio 11, 2011

O Metrô de São Paulo e a vitória do higienismo

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Leio no blog Desafiosurbanos, da companheira Thalita, que o governo de São Paulo, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, desistiu de construir a estação Angélica do Metrô depois de protestos e abaixo-assinado de moradores de Higienópolis (bairro nobre de São Paulo próximo ao centro). “A estação seria parte da futura Linha 6 – Laranja, que ligará a Brasilândia, na Zona Norte, ao centro. Com a desistência, o Metrô voltou a estudar a possibilidade de construir uma estação na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu.”

É notícia do tipo que dá desgosto de morar em São Paulo. O governo se sujeita à pressão de um grupo de endinheirados para manter a pobraiada longe de suas calçadas. E quem acha que estou sendo raivoso ao adivinhar as razões dos protestos, vai de novo a Thalita: “Eles reclamam, entre outras coisas, que já existem estações de Metrô no entorno, que o fluxo de pessoas no local seria aumentado, que haveria um aumento no número de ocorrências indesejáveis no bairro e também da possibilidade de instalação de camelôs no local. Poucas vezes o nome do bairro e seu perfil estiveram mais consonantes: todos os argumentos são higienistas.”

Lembro que na prefeitura da petista Marta Suplicy, um tal movimento Rebouças Viva fez mobilizações semelhantes com argumentos semelhantes contra a construção do corredor de ônibus na avenida, que passa no meio dos Jardins e de Pinheiros, bairros igualmente nobres (e reacionários) da capital paulista. A prefeita não deu bola e botou a obra para andar, diminuindo, juro pra vocês, em uma meia hora meu trajeto até a USP. É aí que se vê a prioridade de cada governante e partido.

Recomendo a leitura integral do excelente post da Thalita, que resume: “Quando só os cidadãos ricos e influentes são ouvidos, fica clara a assimetria da democracia na cidade.”

quarta-feira, abril 20, 2011

Lei Seca é prejudicial à saúde!

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A esdrúxula e incongruente imposição de Lei Seca pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, durante a Virada Cultural, no fim de semana, teve como efeito colateral um problema de saúde muito pior do que possíveis ressacas. Segundo o portal IG, em materinha intitulada "Vinho químico é o crack das bebidas", a proibição da venda de bebidas pelos estabelecimentos comerciais legalizados durante o festival de eventos públicos que atravessou todo o sábado e domingo fez com que milhares de ambulantes clandestinos oferecessem ao público "uma perigosa mistura artesanal de etanol (o mesmo vendido em postos de gasolina), pigmento e doçura similar à groselha e corante". De acordo com a reportagem, "com 96% de álcool, bebida apreendida em São Paulo é altamente tóxica e compromete fígado e cérebro".

Mais de 17 mil litros (!!!) do chamado "vinho químico" foram apreendidos. A bebida era oferecida em garrafinhas (foto acima) com valores entre R$ 1,5 e R$ 10 - um convite tentador aos milhares de manguaças que se viram privados de beber enquanto se divertiam. Segue o texto do IG: "O que assusta é a quantidade elevada de etanol, que representa 96% da mistura. Esse índice supera o teor alcoólico de bebidas fortes como a cachaça, que tem de 38% a 54% de álcool no Brasil. A graduação máxima permitida por lei, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é de 54%. (...) Se comparada a outras bebidas, a discrepância é ainda maior. Vodca e uísque variam o teor alcoólico entre 40% e 50%. Um vinho de verdade apresenta em torno de 12%, enquanto uma cerveja pilsen, o tipo mais consumido no país, contem entre 4,5% e 5% de álcool". Uma médica ouvida pela reportagem classificou a mistura como "uma bomba".

Pois é, moralistas de plantão (ou pior que isso: políticos moralistas de plantão). Proibir não resolve, quando as pessoas querem consumir, sempre vai ter alguém querendo ganhar dinheiro em cima. O problema não é proibir, é controlar, fiscalizar, acompanhar, punir excessos e prestar assistência. Moralistóides como Gilberto Kassab só conseguem regredir o Brasil ao início do século passado, quando a Lei Seca foi adotada nos Estados Unidos e, como consequência, criou uma das quadrilhas mafiosas mais notórias de todos os tempos, além de matar milhares de pessoas com bebidas da pior qualidade e procedência desconhecida - porque, óbvio, ninguém deixou de beber! É o que acontece agora, com o tal "vinho químico". Essa é a política de saúde (moralista e irresponsável) da maior cidade da América Latina.

terça-feira, abril 19, 2011

Cerveja, papo de buteco e quadrinhos de qualidade

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Pra quem curte uma boa arte em quadrinhos e valoriza o trabalho nacional, repassamos aqui o convite do nosso colaborador e amigo Luciano Tasso: "dia 29 de abril, às 19 horas, na Livraria HQMix, que fica na Praça Franklin Rossevelt, 142 - Centro - São Paulo (11) 3259-1528, vai ter o lançamento de uma HQ que eu fiz e uma editora se interessou em publicar (não sei como!). Estarei lá bebendo cerveja e encontrando quem quiser e puder ir. Aquele abraço". O lançamento, "Automatic Kalashnikov 47", ou simplesmente "AK-47" (foto da capa à esquerda), é definido pela Editora Annablume como "uma comédia urbana surreal. Na grande e sufocante cidade, seres bizarros trafegam oprimidos, vivenciando o espetáculo do absurdo. Em algum ponto deste caos, a história de Kramer, um detetive autônomo, torna-se o motivo condutor de uma inteligente narrativa capaz de entrelaçar um caso de tráfico de armas, fanatismo religioso e as impagáveis conversas de boteco, palco de análises políticas e psicológicas necessárias para o fluxo da vida". É por isso que, para os chegados aqui do Futepoca e boêmios do bairro Pinheiros e adjacências, o encontro de possíveis cenários parecidos com um extinto bar da rua Fradique Coutinho e de personagens similares aos que o frequentavam NÃO será mera coincidência...

Uma amostra da arte de Luciano Tasso na HQ "Automatic Kalashnikov 47":

quinta-feira, março 31, 2011

Uma dunkel, cerveja escura

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Foi em fevereiro que chegou em casa uma garrafa da Paulistânia Escura, uma dunkel puro malte – são quatro os maltes usados. Sedento (e egoista, porque não dividi com os outros autores do Futepoca), provei a cerveja e, obviamente, gostei.

Como dunkel, ela é escura mas suave. Amarga como deve ser. E tem um sabor levemente de alguma coisa tostada, alguma lembrança de café. Segundo a Bier&Wein, tem também notas de chocolate que, confesso, não identifiquei por limitação de paladar, provavelmente. De cor marrom-escura, o teor alcoolico fica em 5,6%.


A Paulistânia clara, comentada em verso e prosa no Futepoca, tinha fotos históricas de São Paulo impressas nos rótulos das garrafas. Eram 12 imagens, a maior parte do acervo do jornal O Estado de S.Paulo. Na versão escura, a sacada foi repetir a dose, mas com uma dúzia de flagrantes noturnos da capita paulista.

Agora, em fins de março, a cerveja lançou outra série de rótulos, associada a uma rede de supermercados. São fotos de antigas lojas e carros de entrega do Pão de Açúcar, que aponta crescimento de vendas de cervejas especiais de 120% de 2009 para 2010. São 90 os rótulos com que as lojas trabalham, segundo a empresa.

Por questões paralelas (frequentei os concorrentes), não contribui muito para esse crescimento, mas o surgimento de novas marcas, a proliferação das premium, extra, puro malte e a chegada de mais e mais importadas reforço a ideia da ampliação.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

O ônibus tá barato em São Paulo

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Foram dois os passageiros de dois ônibus diferentes em um só dia a mesma frase os autores da frase que intitula este post. Um, ouvi pela manhã de quinta-feira da semana passada. O outro, à noite. Os contextos vão a seguir.

O cobrador recebe o pagamento da passagem quando o coletivo entra na Xavier de Toledo rumo à Praça Ramos. O passageiro sem Bilhete Único separa R$ 2,70 mas se dá conta de que o preço já subiu há umas três semanas. Tira cincão da carteira e reclama com uma das pérolas da sabedoria popular mais repetidas em toda a história inflacionária tupiniquim:

– Três reais. O ônibus aumenta, só o salário é que não.

– É. Aumentou o ônibus, mas pergunta se o nosso salário aumentou – corrobora o cobrador, referindo-se a um dos custos que compõe a planilha usada para definir o preço. Ele próprio responde sem que ninguém aceite o desafio: – Aumentou nada.

Na sequência, um passageiro de uns 50 anos surge na catraca e discorda:

– Não é caro, por R$ 3 o cabra pega três ônibus por três horas... Sai R$ 1 por condução, tá barato.

Na realidade, pelo valor de uma passagem, usando o Bilhete Único, o passageiro pode tomar até quatro ônibus diferentes em um intervalo de três horas. Se tomar um carro só, pagará o mesmo valor. Desci antes de ouvir se alguém tinha arriscado um contra-argumento.

* * *

Na volta, depois de um dia de trabalho, o ônibus sobe a rua da Consolação e cruza com uma manifestação do Movimento pelo Passe Livre que pede a revisão do aumento na capital paulista. Em meio a gritos como "quil-pariu, é a maior tarifa do Brasil", os estudantes tinham o apoio de quem passava na rua, menos os motoristas dos carros engarrafados atrás da marcha.

Dentro do coletivo em que este autor encontrava-se (sóbrio até então), surge uma voz no esperado tom reacionário, muito comum ao se presenciar protestos:

– Tudo cambada de vagabundo. O cidadão trabalhou o dia todo, quer chegar em casa e não pode porque essa cambada de vagabundo fica aí tapando a rua. Como se fosse caro R$ 3... Passou dois anos sem aumentar, agora aumentou – justificou.

Ninguém respondeu, aparentemente ninguém concordou.

Até porque, o meliante enganava-se, já que a tarifa ficou congelada apenas em 2009, o primeiro ano da gestão de Gilberto Kassab. Era promessa de campanha. No ano seguinte, o preço subiu de R$ 2,30 para R$ 2,70 e, deste valor, para os atuais R$ 3.


* * *

Gente reclamando que tudo está caro é comum, normal. O contrário é atípico, sinal de que o pessoal tomou umas e outras ou que está ganhando bem demais.

A sequência de episódios, em um mesmo dia, me lembrou do memorável esquete dos Trapalhões em que Mussum explica para Dedé os motivos porque considera que o governo de então fazia bem de reajustar os preços dos mais variados insumos. Os valores eram tabelados e o governo tornava-se alvo de qualquer um que precisasse pagar as contas. Mussum defende o governo e os aumentos sem desfaçatez. A coisa só muda quando... Bom, aí quem não assistiu, precisa fazê-lo.



Governozinho danadis.

domingo, janeiro 23, 2011

Estilo de "vida"

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Às vésperas do aniversário desta (chuvosa) cidade de São Paulo, parei em um restaurante próximo ao Largo da Batata, com minha noiva Patricia e minha filha Liz, e, nem terminamos de almoçar, caiu (mais) uma tempestade, que nos deixou ilhados por duas horas no local - e eu tive uma boa desculpa para experimentar, finalmente, a tal cerveja Paulistânia (sintomático esse nome). Foi um caos: a energia caiu várias vezes, os trovões eram ensurdecedores e a rua alagou. Como sempre, começamos a disparar telefonemas para desmarcar tudo o que havíamos planejado fazer naquele dia, véspera de feriadão. De fato, é uma cidade inviável.

Ou, como disse o poeta Antônio Risério, num programa da TV Cultura, é a cidade "das impossibilidades": tudo longe, tudo difícil, tudo complicado, tudo caro, tudo excludente. Cimento, cimento, cimento, cimento. E nem o clima ajuda! Porém, o mais curioso, naquele nosso "retiro" forçado no restaurante, foi a Patricia olhar na parede e reparar, entre dezenas de fotos antigas de São Paulo, emolduradas, a de uma enchente da década de 1940, com calhambeques submersos até quase o capô.

Ou seja, é tão comum que dá até nostalgia: "Olha, que legal, foi naquela enchente que meu bisavô morreu afogado!". "Não, não! Acho que foi aquela que derrubou a casa da vovó!". Só tomando uma(s), mesmo...

Pra botar na parede: uma beleza de enchente no Túnel do Anhangabaú, em 1963

terça-feira, dezembro 21, 2010

Futebol de berço no Velódromo e na Chácara Dulley

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No lugar de um, há o Teatro Cultura Artística. Em outro, a Oficina Cultural Oswald Andrade e o Colégio Santa Inês. Um minidocumentário de alunos da Metodista relembra dois palcos do que pode ser considerado o berço do ludopédio paulistano.

O Velódromo era localizado na Praça Roosevelt. A Chácara Dulley, no Bom Retiro. A pressão do crescimento da cidade e a construção de novos estádios, mais adequados – como o Parque Antártica, do Germânia, de 1902, e a Chácara da Floresta, de 1906 – eliminaram qualquer traço do passado futebolístico dos locais.

A parte menos interessante da reportagem é a que prevê que o Paulo Machado de Carvalho, que poderia ser ameaçado pela construção de arenas como a do Corinthians. Claro que o Pacaembu precisa ser preservado e o Museu do Futebol pode ser um dos passos para garantir isso.

Como são oito minutos, vale assistir.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

O estandarte do sanatório geral (vai passar)

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No intervalo entre quatro estações do metrô de São Paulo, escuto alguns trechos curiosos de conversas entre passageiros que embarcam ou desembarcam:

"-Ele não tinha dinheiro, daí acabou fazendo no cemitério."

"-A primeira coisa que eu preciso fazer é mudar o som da minha risada."

"-Se você começa a investigar, vai ver que ele fuça a vida de todo mundo."


E eu ainda nem tinha bebido. Mas providenciei.

terça-feira, setembro 21, 2010

Sem Copa e devendo explicações

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No comentário de um post aqui do Futepoca eu já tinha falado sobre a recuperação de um documento de 1952, na Prefeitura de São Paulo, que revela as condições para a doação do terreno onde está o estádio do Morumbi: o São Paulo Futebol Clube deveria utilizar no máximo três quartos do terreno para suas atividades esportivas, e no restante, como contrapartida, teria que construir um parque infantil (com entrada franca) e um estacionamento com 25 mil metros quadrados. Nada foi cumprido e, pior, o local foi ocupado por um clube social particular que sempre gerou dividendos.

Nada disso viria à tona, depois de 58 anos, se o São Paulo não tivesse metido o Morumbi na disputa (fracassada) por um ou mais jogos da Copa de 2014. Quando a diretoria começou a cobrar mais empenho das esferas públicas para sua (frustrada) reivindicação, alguém desencavou esse documento para provar que, para o seu bem, o clube deveria era ficar de bico calado - pois não cumpriu seu compromisso com a Prefeitura de São Paulo. Agora é tarde. Leio hoje, na coluna "De prima", do jornal Lance!:

Contrapartida - O Ministério Público de São Paulo deu até 15 de outubro para o São Paulo se explicar sobre exigências não cumpridas no terreno do Morumbi. Segundo a Associação dos Moradores da Vila Inah, ao receber o terreno, o clube se obrigou a construir, em parte da área, um parque infantil com acesso livre ao público e um estacionamento.

E agora, Juvenal? Primeiro, arrumou briga com Corinthians e Palmeiras, que não mandam mais seus jogos no Morumbi, uma sensível perda de receita. Depois, inventou a dispendiosa e irreversível reforma do estádio, crente que ia abrigar um jogo da Copa de 2014, mas deu com os burros n'água. Agora, vai ter que explicar o inexplicável. Vamos bem, presidente, muito bem...

terça-feira, agosto 31, 2010

Utópico

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Então parece que agora é oficial: o Corinthians finalmente terá seu estádio - que, de quebra, será também a arena que abrigará os jogos paulistanos da Copa de 2014.

A história mostra que temos que ter certo ceticismo ao falar de "estádio do Corinthians" (Sócrates que o diga) mas nunca a situação foi tão sólida quanto a atual. Há a necessidade de se resolver a questão de São Paulo e a Copa do Mundo, e o projeto tem o apoio das três esferas da administração.

Tenho visto por aí uma série de críticas em relação aos valores gastos (que enfatizam que, no fim da história, a conta será paga pelos cidadãos), e também pela politicagem que acabou fazendo com que o São Paulo Futebol Clube, dono do melhor estádio da cidade até então, fosse bizarramente preterido na hora de uma decisão tão importante.

Endosso a maioria das críticas. E, cá entre nós, não queria que o Futepoca fosse mais um depositário de todas elas - que, apesar de sábias e precisas, são bem repetitivas às vezes.

Gostaria de destacar outro ponto. É que, sendo utópico (daí o título do post), acredito que o tal estádio em Itaquera pode representar um bem danado para a cidade.


A Zona Leste, onde fica Itaquera, é a região mais carente de São Paulo. É distante geográfica e politicamente dos locais mais privilegiados da cidade. Lá falta uma série de coisas - ou melhor, falta uma política governamental mais ampla, coisa que nenhuma administração conseguiu resolver de maneira definitiva.

E, como até mesmo quem nunca botou os pés em São Paulo sabe, o trânsito da capital paulista é caótico. Mais ruas e (muito) mais transporte coletivo seriam um belo auxílio para reduzir o problema; mas outra alternativa, talvez tão precisa quanto, é desenvolver os bairros mais afastados da cidade para fazer com que o município tenha polos de emprego mais distribuídos, minimizando assim a necessidade de deslocamento entre seus moradores.

Ao fazer com que Itaquera sedie a Copa do Mundo, o governo - e aí estou falando, mais uma vez, das três esferas governamentais, de feitos de PT, PSDB e DEM, o negócio é suprapartidário, pro bem e pro mal - dá uma mão à Zona Leste e faz com que a região, tradicionalmente marginalizada, se beneficie com um evento de magnitude mundial.

Muito se tem falado por aí: "como que vão fazer uma Copa do Mundo em Itaquera!? Lá não tem nada!". Pois é, "não tem nada" mesmo. E, voltando à utopia, quem sabe esse "não ter nada" seja a maior virtude da região, e São Paulo venha, futuramente, agradecer à mãozinha que o extremo leste recebeu neste 2010.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Será que essa cerveja existiu ou foi só alucinação?

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Mais uma do Carnaval paulistano, dessa vez da escola Pérola Negra, da gloriosa Vila Madalena: "O nome surgiu da visão de seus fundadores, por ser a Pérola Negra uma jóia rara, usando a alusão de 'A Jóia Rara do Samba'. Mas outra versão diz que, naquele momento, o que seu fundador observava era uma garrafa da cerveja Pérola Negra". Alguém aí já ouviu falar dessa marca?

sexta-feira, março 09, 2007

Bush no Brasil 3

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Flagrante das manifestações contra a visita de um presidente estadunidense ao Brasil, em pleno Dia Internacional da Mulher. A manifestante é Janaína Bueno.

segunda-feira, março 05, 2007

Sobre lança-perfume e rinhas de galo

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Estou lendo “Jânio Quadros – O Prometeu de Vila Maria”, do jornalista e semiólogo Ricardo Arnt. O livro, publicado pela Ediouro em 2004, faz parte da coleção “Avenida Paulista”, uma série de perfis de personalidades que marcaram a maior cidade do país. Por isso, não se trata de uma biografia, mas de um ensaio sobre o “fenômeno Jânio Quadros”, sem a pretensão de exaltá-lo ou execrá-lo.
Além da trajetória de glória e ruína do político, o livro traz detalhes sobre uma das faces mais polêmicas de Jânio: o moralismo exacerbado. Um aspecto curioso, já que seu pai, Gabriel Quadros, era médico e fazia abortos de prostitutas no bairro Bom Retiro. Segundo quem o conheceu, era mulherengo, irascível, emocionalmente desequilibrado e dado a exibicionismos e valentias (qualquer semelhança entre pai e filho, portanto, não é mera coincidência).
Na esteira de Jânio, elegeu-se vereador e deputado, sempre fazendo oposição – e massacrando – o filho. Em maio de 57, o governador Jânio Quadros, visivelmente constrangido, teve de comparecer ao velório do pai, que foi morto a tiros por um feirante na Mooca. Ele tinha roubado a mulher do feirante (uma empregada doméstica que era sua amante) e estava tentando levar também os filhos gêmeos da mulher, que alegava serem seus.
Outra revelação sintomática tem a ver com a expressão facial insana de Jânio, motivada pelo olho esquerdo, paralisado após um acidente na adolescência: a explosão de um vidro de lança-perfume. Como vingança, não sossegou até proibir a venda do produto no país. Já a proibição das rinhas de galo teria ocorrido depois que o pai de uma de suas amantes, Adelaide Carraro, foi assassinado em um desses locais.
E o mesmo Jânio que regulamentou as medidas dos maiôs em concursos de miss era freqüentador assíduo de um bordel na rua Martins Fontes e foi acusado inúmeras vezes de assédio sexual. Hebe Camargo revelou, em 1987, que ele a assediava insistentemente por telefone, quando estava na presidência. Isso sem falar na bebedeira constante, assunto que renderia muitos outros posts. Jânio era uma personalidade psicologicamente interessante, em termos de discurso e prática. Só por isso, o livro já vale apena.