Destaques

quarta-feira, agosto 04, 2010

Bar manguaça busca igualdade na Inglaterra

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Por Moriti Neto


É sabido que a resistência peculiar de cada manguaça permite aos vários organismos reações diferentes no ato de experimentos etílicos. Contudo, na Inglaterra, um bar busca o equilíbrio de forças, tentando proporcionar sensações semelhantes para bebuns com mais ou menos capacidade de absorção e retenção alcoólica (entenda-se por ou mais ou menos esponjas).

No Crooked House (Casa Torta) clientes que entornem quantidades consideravelmente diferentes podem sentir, pelo menos quanto a ficar “pensos”, por efeitos parecidos. Como sugere o nome, o bar possui arquitetura que desnorteia a todos, independentemente do “grau” dos ébrios.
  
Construído em 1785, o boteco fica na cidade de Staffordshire, na região central da Inglaterra. Alguns anos depois, a exploração de minério fez com que o terreno afundasse, pendendo a construção para o lado, mais ou menos como na Torre de Pisa. Uma ponta do casarão é mais alta que a outra em 1,2 metro. Já tentaram consertar, mas os manguaças locais não gostaram e, carinhosamente, apelidaram de o “pub mais bêbado do Reino Unido”. Por lá, os copos vivem caindo pelas mesas e os bebuns no chão. Quando não há “deslizes”, os pinguços chamam os garçons para avisar sobre “fenômenos estranhos que ocorrem no interior do lugar”.

De acordo com o proprietário, Sonny Mann, o bar é seguro e não corre risco de cair. Segundo ele, há algumas rachaduras nas paredes, mas técnicos analisaram e concluíram que não existe perigo. Ainda assim, os fregueses mais experientes aconselham a não tentar fazer manobras ousadas para testar a sobriedade por lá. E, mesmo que o façam do lado de fora, é prudente não olhar para a fachada, pois os reflexos orgânicos podem não ser dos melhores.

Enfim, seria uma tentativa para buscar a igualdade de sensações entre os pinguços? Caberia a iniciativa como proposta do Manguaça Cidadão?    

Animais empalhados e teor alcoólico polemizam cerveja escocesa

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Por Moriti Neto



Esta vem da Europa e deve mexer com os manguaças, principalmente os mais engajados em causas ambientais ou os chegados em experiências etílicas exóticas e, literalmente, de alto grau. Na Escócia, uma cerveja servida em garrafas feitas com animais empalhados gerou tremenda celeuma nos últimos dias. Isso mesmo: os receptáculos que engarrafam a gelada são corpos de bichos, entre eles, são usados sete mustelídeos, quatro esquilos e uma lebre.

Outra curiosidade é que a "The End of History" (o Francis Fukuyama tá nessa?) nome da dita cuja, produzida na cidade de Fraserburgh pela cervejaria BrewDog, possui teor alcoólico de 55% - uma cerveja comum tem de 4% a 7% . A bebida chega ser mais forte do que um uísque e custa cerca de 500 libras (R$1.350) por unidade.

Para enfrentar as críticas sobre o uso dos animais como "embalagens", os proprietários da cervejaria alegam que todos morreram de "causas naturais" e “não foram caçados”. No entanto, duas entidades escocesas já se manifestaram contra a BrewDog: uma de proteção de animais e outra contra o alcoolismo.

Em entrevistas recentes, um dos fundadores da BrewDog, James Watt, diz que o objetivo é criar uma bebida alternativa às cervejas tradicionais de grandes corporações, o que elevaria o status da cerveja na cultura do país.

Independentemente da causa mortis dos animaizinhos: alguém encara?       

Chivas na final

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Ziquei a Universidad do Chile. Foi só eu falar que a La U saía na frente, que não seria dessa vez que um time brasileiro seria beneficiado com a classificação prévia para o Mundial de Clubes que o Chivas Guadalajara resolveu jogar muita bola, desbancou os chilenos em plena Santiago e assim deixou Inter ou São Paulo matematicamente classificados para o torneio intercontinental.

O Chivas fez 2x0 na Universidad, em um jogo interessante e bem movimentado. O primeiro tempo registrou de tudo - um frangaço do goleiro Miguel Pinto (que, a despeito do lance bizarro, teve uma boa atuação ontem), duas bolas na trave por parte da equipe chilena, uma atuação monumental de Montillo (que acabou com o Flamengo nas quartas, e em breve desfilará seu talento aqui, jogando pelo Cruzeiro), e uma pressão da Universidad que acabou não resultando em gols. Os times desceram para o vestiário com o 1x0 favorecendo os mexicanos.


Veio a segunda etapa. Quando o clima estava tenso, os nervos à flor da pele, toda aquela tensão no ar, eis que nada menos do que um simpático cachorro invade o campo. O "simpático" não é só figura de linguagem: o vira-lata preto e branco era bonzinho mesmo, a ponto de ser facilmente capturado e ainda receber alguns carinhos dos atletas que dele estavam próximos. O cachorro de ontem fez lembrar uma façanha que um animal de sua espécie fez 48 anos atrás, quando invadiu o campo no Brasil x Inglaterra da Copa de 1962 - disputada também no Chile. Coincidência?

Passada a euforia canina, o Chivas mostrou mais qualidade e neutralizou a pressão que a Universidad impôs na primeira etapa. E aos nove minutos ampliou o marcador, com Magallón. A partir daí, soube cadenciar bem o jogo, freou os ímpetos chilenos e garantiu sua vaga na decisão da Libertadores - de quebra, colocando um brasileiro no Mundial de Clubes.

É a segunda vez que um time do México chega na final da maior competição sul-americana. A primeira foi em 2001, quando o Cruz Azul decidiu (e perdeu) o título com o Boca Juniors.




Atualizando
Só agora me dei conta de uma coisa: o Chivas, que está próximo do título da Libertadores e que indiretamente já colocou um brasileiro no Mundial de Clubes, só está jogando a edição atual do torneio por causa da confusão da gripe H1N1 no ano passado. Lembram da história?

Relembrando, o que aconteceu foi o seguinte: quando o mundo estava assustado com a questão da gripe suína, e o México se mostrava como o principal local da doença, ficou uma dúvida no ar sobre como se daria a continuidade da Libertadores, já que Chivas e San Luis, ambos da terra de Ramón Valdez, disputariam as oitavas-de-final.

Algumas equipes de outros países se recusavam a jogar no México, por temerem o contágio. Então o que foi decidido foi o seguinte: Chivas e San Luis deixariam a Libertadores 2009 e se classificariam, automaticamente, para as oitavas-de-final da edição 2010.

Decisão estranha, muito contestada, e que agora mostra seus efeitos práticos.

terça-feira, agosto 03, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 57

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VIVA O CHOPP ESCURO
(Ronnie Von)

Ronnie Von

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Vamos todos viver a vida
Pois ela acaba na avenida
A verdade está no céu aberto
E a felicidade tão perto

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

(Do LP "A máquina voadora", Polydor, 1970)

'Gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca'

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Zeca Pagodinho acaba de finalizar "Vida da Minha Vida", seu próximo disco. E revela: "Eu gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca. Se a voz sair muito certinha, ninguém vai acreditar que é o Zeca Pagodinho cantando". Uma das faixas do novo CD é "Orgulho do Vovô", única assinada por Pagodinho (em parceria com Arlindo Cruz), e dedicada ao seu neto, recém-nascido. "Meu compadre Arlindo foi ver o meu neto. Nós nos embriagamos mais uma vez, fizemos essa música e nem o menino ele viu. Esqueceu. Depois disso, me ligou: 'Zeca, precisamos marcar outra cerveja pra eu conhecer a criança'."

segunda-feira, agosto 02, 2010

No São Paulo, é hora de espantar a preguiça

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Por Moriti Neto


O Tricolor paulista deu um sopro de esperança à torcida após a vitória sobre o Ceará, por 2 x 1, sábado, no Morumbi. Não tanto pelo resultado, primeira vitória desde a Copa do Mundo, mas por jogar mais ofensivamente, ao contrário da contida e “humilde” atuação diante do Internacional, pela Copa Libertadores, na quarta-feira passada, mas porque o time jogou mais solto, com melhor saída de bola. Isso, a partir da formação de meio campo com Cléber Santana e Hernanes, o que contribuiu na melhoria do passe e, consequentemente, na transição da defesa ao ataque.



A etapa inicial não foi um primor – o que não é novidade, já que a equipe só fez dois grandes jogos no ano, contra o Cruzeiro, nas quartas de finais da Libertadores – mas mostrou o time trabalhando a bola, tomando as rédeas da partida. Gols, no entanto, só saíram na segunda etapa, apenas depois que Ricardo Gomes colocou os poupados Fernandão e Dagoberto em campo e desfez o esquema com três zagueiros (forçado por uma contusão de Xandão, é fato).  Coincidência ou não, vieram duas bolas na rede em dois minutos.
Fernandão, aos 21, de cabeça, e Ricardo Oliveira, em boa arrancada concluída com toque de classe para encobrir o goleiro, após lançamento de Dagoberto, abriram 2 x 0. E o São Paulo poderia ter ampliado, não fossem as chances perdidas e o recuo, no fim, logo que o Ceará, aos 39, com Eric Flores, diminuiu.

Esquema ideal?

Não haverá nenhuma revolução tática no Tricolor Paulista até o jogo decisivo desta quinta, de novo contra o Inter, que decidirá, além do destino do clube na Libertadores, também o futuro da comissão técnica e de muitos jogadores pelos lados do Morumbi. O que fica evidente é o já antes tão óbvio: o São Paulo só vence se mudar de atitude, de postura.

A estas alturas, depois de uma temporada ruim, com atuações de medianas para baixo, sofríveis no Paulista e até as oitavas de final da Copa Libertadores, com dois jogos de exceção nas quartas, não é possível falar de um sistema de jogo sólido no São Paulo. Não chegamos, em agosto, sequer a um time titular. O “esquema”, agora, é escalar os jogadores com mais recursos técnicos e que tenham personalidade para encarar responsabilidades. Desde que eles apresentem, claro, alguma liga. E, nesse sentido, parece que os acontecimentos deram uma mãozinha.

Fora a chegada de Ricardo Oliveira, que se titular ao lado de Dagoberto obrigará a escalação de Fernandão na meia, onde já jogou muito, o canhoto Richarlysson está fora por contusão. Isso acaba com a história de mudar o posicionamento de Alex Silva e Miranda. Mesmo com a fórmula de três zagueiros, Xandão joga na sobra e permite que os dois atuem pelos lados em que rendem melhor, direito e esquerdo, respectivamente. De resto, os problemas crônicos continuarão, como a falta de um especialista na lateral direita.

Faltam três dias. E o que não foi feito em oito meses, pela comissão técnica, sim, mas, principalmente por um monte de jogadores preguiçosos, poderá somente ser resolvido na individualidade e com a abolição da indolência.

Visão Corintiana: Timão empata em jogo amarrado

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O Corinthians empatou com o Palmeiras num jogo com alguns bons momentos, mas em que as duas equipes pecaram pela falta de ousadia. Como o lado palmeirense foi debatido com mais detalhes pelo companheiro Anselmo, foco no Timão.

Adilson Batista, em sua estreia, mudou um pouco e esquema de jogo do time. Utilizou o meio de campo em losango que usou no Cruzeiro. Lá, eram Fabrício mais recuado, Marquinhos Paraná mais pela direita, Ramires mais pela esquerda. Aqui, foram Ralph na proteção da zaga, Elias pela direita, Jucilei do outro lado. Bruno César ficou mais livre e centralizado para armar os ataques.

Funcionou no começo, e o time dominou as ações e acuou o Palmeiras. Isso culminou com a bela jogada do gol de Jorge Henrique. Começou com toque de calcanhar de Bruno César e terminou com gol de letra. Sim, estava impedido, isso não questiono. Mas que foi bonito, foi.

Aqui creio que terminam minhas concordâncias com o Anselmo em termos de arbitragem. Paulo César foi mal na partida, com vários erros dos dois lados. Mas acho que o pênalti de Jucilei pedido pelo nobre parmerista (como dizia meu avô) foi mais um desses agarra-agarra de área. Ou pelo menos acho que o juiz poderia interpretar assim, como de fato interpretou.

E se á pra falar de pênaltis não marcados, os alvinegros podem reclamar de dois, ambos do lateral Armero. O moço entrou em campo com vontade de jogar vôlei e botou a mão da bola em duas oportunidades. Uma num cruzamento, em que subiu tal qual o Ken de Street Fighter num legítimo “roiuguen” (era assim que a gente chamava). Na outra, cortou um passe de Elias.

Voltando para o que realmente interessa, depois do gol, o Corinthians cometeu mais uma vez seu pecado mais comum: recuou demais. Meu tio Benedito, o Ditão, com quem vi a partida, disse que é assim mesmo, que o adversário pressiona e que não tem jeito de não recuar. Como ele fala com a autoridade de jogador e técnico de times de bairro lá em Mauá, diminuo o tom de minhas críticas.

Mas nessa, Ralph vacilou numa linha de impedimento e saiu o gol do Palmeiras. Júlio César, diga-se, fez bela defesa na cabeçada.

Diga-se também que a jogada foi pela direita do ataque de verde, onde o treinador mosqueteiro escalou o zagueiro Leandro Castan, por conta da suspensão de Roberto Carlos. Ficamos sem saída de bola por ali e com marcação falha, já que Castan é muito lento para a função. Seria melhor ter colocado o garoto Dodô, especialista na função.

Outro erro de Adilson ocorrei nas trocas no segundo tempo. O Palmeiras havia encontrado um jeito de marcar Bruno César e o camisa 10 não conseguia se desvencilhar. Adilson, então, colocou Defederico no aquecimento. Achei que ia mexer em dois problemas, sacando Leandro Castan, deslocando Ralph ou Jucilei para a lateral e colocando o argentino para ajudar a criação. Mas o professor (chamado “Pardal” em sua passagem pr Minas) tirou Bruno César. O baixinho Matias ficou ainda mais espremido pelos volantes e pouco fez.

Ainda bem que Felipão decidiu colaborar com o empate e sacou Lincon, cabeça pensante do time palmeirense. O Corinthians ainda melhorou e pressionou no fim, muito por conta da boa atuação de Jucilei, que passou a jogar meio que como um ala pela esquerda. O problema aí é que a maioria das jogadas terminava em cruzamentos para a área – com Jorge Henrique, Defederico e Iarley no ataque. Souza só entrou aos 40 minutos, mas aí já tínhamos um empate meia boca.

Ficou claro que Roberto Carlos faz muita falta ao time. Dentinho também teria ajudado bastante. O ataque sente muita falta de um centroavante, alguém para incomodar permanentemente a zaga. Imaginem o time do Palmeiras sem Kleber para ver do que estou falando. Com Ronaldo eternamente quebrado, temos Souza – e isso é um problema. Mas acho que não tem jeito, tem que ser ele.

Não gostei muito da estreia de Adilson. Errou na escalação de Leandro Castan, mas muito por carência do elenco. Mas gostaria muito de uma explicação sobre a substituição de Bruno César. Claro que com o tempo ele vai colocar sua cara no time, coisa e tal, e ainda tenho esperança de que é possível sair um bom trabalho. Espero não perder muitos pontos até lá.

Sorte? Azar? Não, futebol.

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O Galo foi melhor na maior parte do tempo do jogo ontem contra o Cruzeiro. Com menos de 5 minutos Diego Souza já tinha tropeçado nas pernas sozinho na frente do gol.


Tardelli perde pelo menos três chances que não costuma errar.

Fábio fez a diferença com inúmeras defesas.

Wellington Paulista acerta um chute maravilhoso da intermediária, a bola vai no ângulo, bate na trave e entra.

Zagueiro do Cruzeiro é expulso faltando 1o

Reclamar de azar do Galo, não adianta nada. Faltou competência para fazer o gol e o Atlético ficará mais alguns meses com essa derrota para o maior rival nas estatísticas.

Pior ainda porque havia apenas uma torcida no estádio, a do próprio Galo sofrendo.

E para "ajudar", jogadores do Galo discutindo entre si no meio da partida. Tardelli, como capitão e depois de ter perdido três gols. Foi culpar a defesa depois do gol e tomou um cala-boca dos zagueiros. Prova de que os nervos estão à flor da pele.

domingo, agosto 01, 2010

Com gol impedido, Corinthians empata com Palmeiras

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Foi 1 a 1 o jogo entre Palmeiras e Corinthians neste domingo, 1º, no Pacaembu. A maioria de palmeirenses que ocupava as arquibancadas viu chances razoáveis de gol e contra-ataques aos montes. O tento corintiano foi marcado em posição de impedimento e um pênalti para o Palmeiras, cometido pelo recém-convocado Jucilei não foi assinalado. O empate alviverde aconteceu em um lance difícil, em que Kléber e Edinho estavam na mesma linha da zaga adversária e da bola em dois lances seguidos, o que deu trabalho para o auxiliar.

Os comentários corintianos sobre o jogo estão aqui.

Na lista de lances polêmicos, ainda teve uma cortada de Armero dentro da área defensiva, em cobrança de escanteio, quando o placar ainda estava inalterado. Apesar das broncas, os times poderiam ter feito mais pela vitória. Para ser direto: faltou pontaria (ou outro atacante que não o Ewerthon) e um pouco mais de poder criativo para vencer. Mas levar os três pontos foi uma possibilidade que não esteve tão distante assim.

O Palmeiras foi melhor por boa parte do jogo. Na maior parte, aparentemente. Mas no começo do jogo, quem dominava era o alvinegro. E estava bem melhor. Na estreia de Adilson Batista como técnico, a troca de passes ensaiada nos tempos de Mano Menezes funcionou bem.



Aos 21, Jorge Henrique recebeu de Bruno, em contra-ataque rápido puxado por Iarley, e fez o gol. Quando o atacante corintiano recebeu a bola, ele estava à frente da zaga, em posição ilegal. Um lance rápido e difícil em que o auxiliar estava dois passos atrás da jogada. Erro que acontece, mas prejudicou o time.

A equipe de Luiz Felipe Scolari melhorou pouco, porque precisava reagir. Conseguiu criar chances de algum perigo em cruzamentos e escanteios. Em um lance assim, aos 26 minutos, Jucilei segurou Ewerthon de forma acintosa. A arbitragem não viu, passou batido. Outro lance difícil e até raro de ser marcado.

Foi só aos 33 que veio o empate. Em dois lances difíceis mas em posição legal, Kléber cabeceou em cruzamento do zagueiro Danilo, em jogada de lateral-direito. O goleiro Julio Cesar defendeu e Edinho, que estava na mesma linha que o 30 alviverde, igualou o marcador.

A partir daí, o time de verde passou a dominar o jogo. O cenário manteve-se na volta do intervalo. Lincoln ia bem, mas se cansou. Aparentemente esse foi o motivo por que Felipão trocou o 99 por Tinga. O time piorou, deu mais espaços para o Corinthians. E passou a depender de arrancadas de Kléber, Vitor, Márcio Araújo...

As melhores chances pararam em Ewerthon, duas vezes mal posicionado (em impedimento) e uma em que nem tocou, nem chutou até ser desarmado.

Com o resultado, o Corinthians volta a ser segundo, deixando para o Fluminense a ponta. O Palmeiras subiu um postinho, ficando em 11º, lá embaixo.

A chegada de Valdívia deve demorar um pouco e ser mais útil no ataque do que no meio de campo. Talvez Felipão tenha de tirar um dos laterais para escalar Tinga, deslocando Márcio Araújo para a posição. Porque falta capacidade de criação e um meia só acaba sobrecarregado, mas Pierre e Edinho tem funções de marcação que dificilmente a zaga vai poder viver sem tanta proteção.

O time melhora. Mas podia e não venceu o Corinthians, o que poderia ser melhor.

sábado, julho 31, 2010

Humilhação de norte-coreanos foi noticiada por rádio de contrapropaganda dos EUA

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Toda a mídia brasileira e internacional deu certo destaque para a notícia de punição aos jogadores e ao técnico da seleção da Coreia do Norte de futebol. Passados 20 dias do fim da Copa do Mundo, quando o time ficou em último lugar, espalhou-se rapidamente a informação. A origem da notícia, porém, é uma emissora de rádio mantida pelo governo dos Estados Unidos para fazer contrapropaganda em regimes autoritários da Ásia. No conselho da agência que produz o conteúdo, está a própria secretária do Departamento de Estado da Casa Branda, Hillary Clinton.

Em tempo: ninguém aqui defende o regime da Coreia do Norte.

O caso

A notícia saiu na sexta-feira, 30, e se espalhou pelo planeta. No Brasil, Globoesporte, O Globo, UOL e todos os sites esportivos ou não deram alguma variação das seguintes manchetes:

Seleção norte-coreana é humilhada após Copa

Coreia do Norte pune técnico da seleção com trabalho forçado


O técnico Kim Jung-hun teria sido condenado a trabalhos forçados na construção civil, um destino "ainda pior" do que a humilhação pela qual os jogadores teriam passado. Os 23 jogadores teriam ido ao palácio do governo onde, segundo as matérias, passaram de quatro a seis horas de constrangimentos e repreensão pública. Além disso, seguem os textos, foram encorajados a criticar Jung-hun por ter traído a pátria.

Pelo mundo, os britânicos The Guardian e The Telegraph, os americanos Huffingtonpost e Newsweek e agências, como a AFP trouxeram a informação, devidamente traduzida para o idioma de Camões.

Diferentemente dos veículos brasileiros, as notícias produzidas em inglês citadas acima traziam uma informação crucial: a fonte.

"A Rádio Free Asia citou uma fonte que disse ter ouvido que Kim Jung-hun havia sido enviado para trabalhos forçados em uma construção e que havia temores por sua segurança", escreveu o The Guardian.

Toda a matéria era baseada nas informações da Radio Free Asia. No site da emissora, consta a matéria, de dois dias antes, 28 de julho. A sessão de humulhação por terem falhado na "batalha ideológica" é datada de 2 de julho, no retorno a Pyongyang, capital do país, os jogadores de origem japonesa Jung Tae Se e An Yong Hak teriam sido poupados. A fonte da rádio: um empresário chinês. Tudo certo, né?

Radio Free Asia
Criada em 1996, a Radio Free Asia é uma emissora mantida por uma fundação privada e sem fins lucrativos ligada ao governo dos Estados Unidos. O aporte de recursos e a devisão estratégica de criá-la ocorreu dois anos antes, na aprovação do Ato de Transmissão Internacional (tradução livre e da promoção para International Broadcasting Act).

Foto: Divulgação BBG
A emissora é administrada por uma diretoria chamada Broadcasting Board of Governors (BBG), a mesma que produz a Voz da América e outros programas de contrapropaganda internacionais (dados do Wikipedia, confirmados no site da emissora e da agência). No caso da RFA, o conteúdo é produzido para seis países em nove idiomas, incluindo o mandarim (na foto), para veicular notícias que, em função das restrições de liberdade de imprensa e de expressão, não seriam levadas aos meios de comunicação de massa. São países comunistas ou ex-comunistas, incluindo China, Vietnã, Coreia do Norte etc.

A Voz da América (Voice of America) e suas variantes foram iniciadas na Segunda Guerra Mundial, para mandar o recado do Tio Sam – de liberdade e antitotalitarismo – a lugares ocupados ou sob ameaças nazistas. Depois, foi usado em países comunistas durante a Guerra Fria, incluindo Cuba. Tudo dentro da estratégia de tentar influenciar o cenário interno, abalar o moral dos apoiadores de regimes autoritários.

Mas isso envolve, eventualmente, censurar informações e publicar notícias não tão verdadeiras. Por exemplo, a Voz da América pagou, segundo algumas das mesmas agências que divulgaram a informação sobre a Coreia do Norte, a jornalistas de Miami para produzir notícias contra Fidel Castro. Documentos oficiais divulgados pelo Miami Herald em 2006 davam conta da informação. A publicação fez o diretor de redação do veículo, Jesus Dias Jr. se demitisse do cargo.

Estratégias semelhantes são noticiadas em relação a países como o Irã e Afeganistão, contra os quais os Estados Unidos promovem investidas políticas ou militares.

Um indicador do grau de ingerência sobre as emissoras e o quanto elas são estratégicas é dado pela composição dos conselheiros da BBG, a agência que mantém o sistema de transmissão. Comandado pelo ex-embaixador da Polônia Victor H. Ashe, o conselho tem a própria secretária do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

Tornou-se uma agência independente em 1999, até quando era um órgão submetido à Agência de Informação dos Estados Unidos. Mesmo assim, oito membros do conselho são nomeados pelo presidente, enquanto o nono integrante é sempre o secretério de Estado.

Sem mocinhos
A contrapropaganda dos Estados Unidos busca enfraquecer regimes autoritários e que promovem censura. A Coreia do Norte é um deles. Muito antes de ser enquadrada no Eixo do Mal por George W. Bush, o regime comunista de Kim Jong Il é combatido. Entre as acusações, dependendo do período histórico, estão violações de direitos civis, direitos humanos e liberdades de expressão, de imprensa e de organização.

Tudo verdade.

Tanto que é verossímil que o líder político de uma nação assim seja capaz de promover uma humilhação aos jogadores e ao técnico. Mas nenhuma evidência e uma fonte citada off the record por uma emissora mantida pelo governo dos Estados Unidos – com objetivos estratégicos sabidamente voltados à desestabilização do governo – tornam-se fonte de reportagens e mais reportagens. A repetição vai ocultando a fonte, até que a fonte nem é mais citada, como ocorre na maioria das matérias publicadas no Brasil.

O fato de não haver como desmentir a informação não a torna confirmada. Quem pode fazê-lo é o próprio governo, que não mereceria qualquer credibilidade, ainda mais diante do temor de pressão internacional. Tampouco existem meios de se confirmar o dado. As fontes são frágeis e pouco confiáveis, mas todo mundo publicou.

Penúltima
Desde a Copa de 1966, uma história folclórica do universo do ludopédio era a suposta condenação a castigos e humilhações por parte dos jogadores norte-coreanos. Apenas em 2010, a SporTV transmitiu um documentário que entrevista integrantes da delegação (1966 - A Copa dos norte-coreanos, mas não achei link para o vídeo, só esta resenha). Todos os atletas relatam – e há fotos da época – grande orgulho nacional pelo desempenho, com direito a desfile em carro aberto.

Nada garante que a fórmula se repetiu. Mas é um indício de que informações historicamente correntes – e carregadas ideologicamente – nem sempre são confiáveis.

Hipótese
No ato que instalou a Radio Free Asia, consta previsão de investimentos na emissora. E, após 30 de setembro de 2010, dois meses depois da veiculação da notícia, a diretoria da rádio não pode fazer novos investimentos sem o aval do governo dos Estados Unidos. A informação consta no sistema da Universidade de Cornell. Com notícias como essas e repercussão da monta vista, o apelo por mais verba se fortalece.

sexta-feira, julho 30, 2010

Orgulho celeste

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Não tem desculpa a demora, apenas a viagem do autor. Mas vale como registro a volta da seleção uruguaia, a Celeste Olímpica a Montevidéu.


Numa terça-feira fria, cerca de 4 graus Celsius, a população saiu à rua.

Na TV não se comentava outra coisa, apenas o orgulho de um país tão pequeno, com cerca de 3 milhões de habitantes, ser o melhor das Américas na Copa do Mundo da África do Sul.

A volta teve direito a medalhas, desfile pelas ruas, recepção pelo presidente Mujica.

Imagine se fosse campeão.

O Palestra levou na testa!

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Corinthians e Palmeiras se enfrentam neste domingo. Como nenhum dos torcedores das equipes se manifesta, a contribuição de um são-paulino é mais do que bem aceita.

Vítor Nuzzi

Dizem os sites que os parmerenses desdenharam dos demais rivais e apontaram o Curíntia como seu grande rival. Enquanto o cartola-economista Luiz Gonzaga Belluzzo endossou o clássico-mor, Andrés Sanches, quem diria, pôs panos quentes, destacando que a dupla San-São também é grande.

Como tricolor, nada contra. Afinal, Corinthians (1910) e Palmeiras (1914) são os times grandes mais antigos da capital paulista. Então, nada mais justo que o Dérbi seja visto como o clássico mais tradicional. Sem rancores. Como co-irmão caçula (1935), cito até um dos mais famosos contos de Antônio de Alcântara Machado, escritor e membro da aristocracia paulista. Como ele morreu em 1935, não teve tempo de testemunhar os feitos do esquadrão tricolor.

CORINTHIANS (2) vs. PALESTRA (1)

Prrrrii!
- Aí, Heitor!
A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.
A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:
- Aaaah!
Miquelina cravava as unhas no braço gordo da Iolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mi1 pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um minuto, um segundo. Não parava.
- Neco! Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
- Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando. Achando aquilo um desaforo, um absurdo.
Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians!
Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam. Dançavam. E as mãos batendo nas bocas:
- Go-o-o-o-o-o-ol!
Miquelina fechou os olhos de ódio.
- Corinthians! Corinthians!
Tapou os ouvidos.
- Já me estou deixando ficar com raiva!
A exaltação decresceu como um trovão.
- O Rocco é que está garantindo o Palestra. Aí, Rocco! Quebra eles sem dó!
A Iolanda achou graça. Deu risada.
- Você está ficando maluca, Miquelina. Puxa! Que bruta paixão!
Era mesmo. Gostava do Rocco, pronto. Deu o fora no Biagio (o jovem e esperançoso esportista Biagio Panaiocchi, diligente auxiliar da firma desta praça G. Gasparoni & Filhos e denodado meia-direita do S. C. Corinthians Paulista, campeão do Centenário) só por causa dele.
- Juiz ladrão, indecente! Larga o apito. gatuno!
Na Sociedade Beneficente e Recreativa do Bexiga toda a gente sabia de sua história com o Biagio. Só porque ele era freqüentador dos bailes dominicais da Sociedade não pôs mais os pés lá. E passou a torcer para O Palestra. E começou a namorar o Rocco.
- O Palestra não dá pro pulo!
- Fecha essa latrina, seu burro!
Miquelina ergueu-se na ponta dos pés. Ergueu os braços. Ergueu a voz:
- Centra, Matias! Centra, Matias!
Matias centrou. A assistência silenciou. Imparato emendou. A assistência berrou.
- Palestra! Palestra! Aleguá-guá! Palestra Aleguá! Aleguá!
O italianinho sem dentes com um soco furou a palheta Ramenzoni de contentamento. Miquelina nem podia falar. E o menino de ligas saiu de seu lugar. todo ofegante, todo vermelho, todo triunfante, e foi dizer para os primos corinthianos na última fileira da arquibancada:
- Conheceram, seus canjas?
O campo ficou vazio.
- Ó... lh'a gasosa!
Moças comiam amendoim torrado sentadas nas capotas dos automóveis. A sombra avançava
no gramado maltratado. Mulatas de vestidos azuis ganham beliscões. E riam. Torcedores discutiam com gestos.
- Ó... lh'a gasosa!
Um aeroplano passeou sobre o campo.
Miquelina mandou pelo irmão um recado ao Rocco.
- Diga pra ele quebrar o Biagio que é o perigo do Corinthians.
Filipino mergulhou na multidão.
Palmas saudaram os jogadores de cabelos molhados.
Prrrrii!
- O Rocco disse pra você ficar sossegada.
Amilcar deu uma cabeçada. A bola foi bater em Tedesco que saiu correndo com ela. E a linha
toda avançou.
- Costura, macacada
Mas o juiz marcou um impedimento.
- Vendido! Bandido! Assassino!
Turumbamba na arquibancada. O refle do sargento subiu a escada.
- Não pode! Põe pra fora! Não pode!
Turumbamba na geral. A cavalaria movimentou-se.
Miquelina teve medo. O sargento prendeu o palestrino. Miquelina protestou baixinho:
- Nem torcer a gente pode mais! Nunca vi!
- Quantos minutos ainda?
- Oito.
Biagio alcançou a bola. Aí, Biagio! Foi levando, foi levando. Assim, Biagio! Driblou um. Isso!
Fugiu de outro. Isso! Avançava para a vitória. Salame nele, Biagio! Arremeteu. Chute agora!
Parou. Disparou. Parou. Aí! Reparou. Hesitou. Biagio Biagio! Calculou. Agora! Preparou-se.
Olha o Rocco! É agora. Aí! Olha o Rocco! Caiu.
- CA-VA-LO!
Prrrrii!
- Pênalti!
Miquelina pôs a mão no coração. Depois fechou os olhos. Depois perguntou:
- Quem é que vai bater, Iolanda?
- O Biagio mesmo.
- Desgraçado.
O medo fez silêncio.
Prrrrii!
Pan!
- Go-o-o-o-ol! Corinthians!
- Quantos minutos ainda?
Pri-pri-pri!
- Acabou, Nossa Senhora!
Acabou.
As árvores da geral derrubaram gente.
- Abr'a porteira! Rá! Fech'a porteira! Prá!
O entusiasmo invadiu o campo e levantou o Biagio nos braços.
- Solt'o rojão! Fiu! Rebent'a bomba! Pum! CORINTHIANS!
O ruído dos automóveis festejava a vitória. O campo foi-se esvaziando como um tanque.
Miquelina murchou dentro de sua tristeza.
- Que é - que é? É jacaré? Não é!
Miquelina nem sentia os empurrões.
- Que é - que é? É tubarão? Não é!
Miquelina não sentia nada.
- Então que é? CORINTHIANS!
Miquelina não vivia.
Na Avenida Água Branca os bondes formando cordão esperavam campainhando o zé-pereira.
- Aqui, Miquelina.
Os três espremeram-se no banco onde já havia três. E gente no estribo. E gente na coberta. E gente nas plataformas. E gente do lado da entrevia.
A alegria dos vitoriosos demandou a cidade. Berrando, assobiando e cantando. O mulato com a mão no guindaste é quem puxava a ladainha:
- O Palestra levou na testa!
E o pessoal entoava:
- Ora pro nobis!
Ao lado de Miquelina o gordo de lenço no pescoço desabafou:
- Tudo culpa daquela besta do Rocco!
Ouviu, não é Miquelina? Você ouviu?
- Não liga pra esses trouxas, Miquelina.
Como não liga?
- O Palestra levou na testa!
Cretinos.
- Ora pro nobis!
Só a tiro.
- Diga uma cousa, Iolanda. Você vai hoje na Sociedade?
- Vou com o meu irmão.
- Então passa por casa que eu também vou.
- Não!
- Que bruta admiração! Por que não?
- E o Biagio?
- Não é de sua conta.
Os pingentes mexiam com as moças de braço dado nas calçadas.

* Vitor Nuzzi gosta de futebol em qualquer época. Pôs os pés num estádio pela primeira vez aos 10 anos (tem 45) e não pretende tirá-los tão cedo, façam o que fizerem com a pobre bola. A sua seleção do São Paulo que viu jogar é Rogério; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Serginho; Chicão, Cafu, Raí e Pedro Rocha; Careca e Serginho Chulapa.

O que resta é a fé. Muita fé!

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Que o Inter ia ganhar, me parecia certeza. Mas podia ter sido por 2 a 1 ou 3 a 2, que fosse. Fazer gols na casa do adversário é crucial na Libertadores. Porém, o São Paulo jogou 90 minutos acuado no Beira Rio, quarta-feira, e tem que dar graças a Deus (e ao Rogério Ceni) por ter levado só um golzinho - em mais uma das milhares de bobeiras da defesa nesta temporada. Quem observa só o placar considera perfeitamente possível reverter a situação no Morumbi, semana que vem. Mas quem viu o jogo sabe que o Inter de Celso Roth, embalado por cinco vitóras consecutivas no período pós-Copa do Mundo, é franco favorito. Jogando no contra-ataque, ainda por cima, deve ser até mais eficiente.

Não tenho muito o que falar sobre meu time. Culpar Ricardo Gomes é chover no molhado. Não existe um time titular, mas ele não me parece o principal responsável pelo futebol horroroso. Os jogadores do São Paulo estão mais apáticos nesta reta final da Libertadores do que já estavam acostumados a ser no Paulistão e nas primeiras rodadas do Brasileiro. O time não tem jogadas pelas laterais, o meio de campo é confuso, não marca e nem municia o ataque. Rodrigo Souto está mal, Cleber Santana é pouco efetivo. A defesa bate cabeça toda hora. Dagoberto e Marlos são anulados com muita facilidade. E Fernandão simplesmente parou de jogar. Talvez o Ricardo Oliveira (foto: Rubens Chiri/SPFC) movimente alguma coisa, o futebol tem dessas surpresas. Mas o raio não costuma cair duas vezes - e já temos que agradecer muito pelos "milagres" de Fernandão contra o Cruzeiro. Pois é, tá difícil. Dizem que o São Paulo é o "clube da fé". Talvez seja. Vou ver se tomo alguma fé lá no bar da esquina...

quinta-feira, julho 29, 2010

Tá bom, mas nem tanto

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Aos 38 minutos do segundo tempo, Marquinhos cobrou com perfeição uma falta na meta defendida por Lee, do Vitória. O gol, mais do que deixar o Santos em belíssima vantagem na decisão da Copa do Brasil contra o rubro-negro baiano, mudou totalmente o astral que imperaria na Vila caso o duelo terminasse com vitória santista por 1x0.

Por dois motivos. O primeiro é que se trata de um confronto em ida e volta. E aí é aquela história que todos já sabemos - quanto melhor o desempenho no jogo inicial, maior a possibilidade de faturar a disputa. Então a torcida santista exigia mais e mais gols do time, e mesmo o 2x0 acabou não sendo um resultado digno de tanta festa.

E o segundo é que 10 minutos antes de Marquinhos fazer o gol, Neymar perdera um pênalti de maneira risível, bisonha. O garoto quis fazer uma cobrança com cavadinha, a la Zidane ou Loco Abreu, e acabou sendo parado por um Lee que permaneceu imóvel no gol e, fosse o jogo de ontem uma pelada entre amigos, certamente faria uma dancinha ou outro escárnio qualquer para sacanear o atacante.

Se Neymar tivesse perdido o pênalti de uma maneira regular, certamente poderíamos dizer que seria umas injustiça crucificá-lo por isso. Pênaltis se perdem ou se convertem, acontece com todo mundo. E Neymar vinha fazendo uma ótima partida ontem, até o momento derradeiro. Mas Neymar perdeu porque - e não há como não falar isso - quis fazer graça. Quis esbanjar talento onde não era a hora. Seu estilo tornou-se conhecido demais, e esperar que ele bata um pênalti de maneira diferente é algo bem lógico. Foi isso que Lee fez. Que Neymar arque com a consequência de sua escolha.



Cavadinhas à parte, o fato é que o Santos fez uma boa partida ontem. Sufocou o Vitória de maneira impressionante. Rafael, o arqueiro santista, foi nada mais do que um telespectador privilegiado. O time de Ricardo Silva não foi à frente e, não fosse a atuação de Lee e dos zagueiros rubro-negros, a vitória santista teria sido muito mais larga.

Sou tradicionalmente cauteloso e jamais diria que o Santos "está com a mão na taça", "já é campeão" ou coisa que o valha. Mas não dá para negar que o favoritismo santista, que já existia antes da bola rolar, se amplificou e muito com os 2x0. Parece inimaginável ver esse time do Vitória fazendo mais de dois gols no Santos. Mas que as euforias passem perto da Vila, e que essa semana seja de treinamento duro e que, lá em Salvador, o time jogue com o dobro da determinação que mostrou ontem.

quarta-feira, julho 28, 2010

La U sai na frente

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Ao que tudo indica, não será dessa vez que um clube brasileiro se classificará de maneira antecipada para o Mundial de Clubes, ainda que não conquiste a Libertadores da América. Ontem, Universidad do Chile e Chivas Guadalajara empataram por 1x1, no México, o que faz com que a equipe de Santiago precise apenas de uma vitória simples - ou de um 0x0 em seus domínios para chegar à finalíssima do principal torneio do continente.

E olha que a situação poderia ser ainda melhor para os chilenos. O gol do Chivas - uma testada que lembrou o tento de Puyol na semifinal da Copa do Mundo, contra a Alemanha - nasceu em um escanteio que apenas o bandeirinha viu, ele e mais ninguém.



O jogo de volta é na semana que vem, na terça-feira, em Santiago.

Ah, e só pra esclarecer, se porventura alguém não saiba como funciona o regulamento da Libertadores: os times mexicanos, apesar de disputarem normalmente o torneio, não podem ir ao Mundial de Clubes como campeões da Liberta. Portanto, se chegarem na decisão, a vaga ao Mundial vai automaticamente ao outro finalista, aconteça o que acontecer nas partidas derradeiras. São Paulo e Internacional, que começam a decidir uma vaga na final da Libertadores hoje, poderiam (e ainda podem, a disputa não acabou) sair ganhando em caso de triunfo do Chivas.

Maquiagem para moças que gostam de álcool

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O vídeo acima é da humorista Carol Zoccoli e é deveras didático para as moçoilas que gostam de tomar umas a mais de vem em quando (ou quase sempre). Exemplo de educação etílica...

(Sugestão de Vinicius Souza)

'Não, graças a Deus eu não tava dormindo'

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Ê, cachaça: no distrito de Rubião Júnior, região de Botucatu (SP), uma carroça invadiu a Rodovia Alcides Soares e foi conduzida por mais de um quilômetro, sem rumo definido, uma ameaça aos motoristas. Sobre ela, um manguaça desmaiado (foto acima). Um homem acordou o carroceiro, mas ele mal conseguia se equilibrar sobre o veículo e voltou a dormir. Duas pessoas que perceberam o risco de acidente pararam a carroça, até a chegada da Guarda Civil Municipal. O condutor, Reginaldo Rosa, confessou ter bebido. Mas garantiu:

- Não. Graças a Deus, não tava dormindo. Eu sei a caminhada que eu faço - afirmou o bebum, digo, carroceiro.

E voltou a dormir.

terça-feira, julho 27, 2010

Veja especula sobre o Morumbi

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Na coluna Radar on Line de hoje, no site da Veja, Lauro Jarim questiona: "O que Lula quer com Juvenal?". "Hoje, no final do evento em que sancionou a lei que modificou o Estatuto do Torcedor, Lula chamou o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, num canto e fez uma convocação ao pé do ouvido: - Juvenal, passa lá no meu gabinete para conversarmos ainda hoje", garante o colunista. E emenda: "Lula e Juvenal estão neste momento reunidos. O assunto é, naturalmente, o Morumbi e o imbróglio da abertura da Copa. Lula, como se sabe, apóia o Morumbi para sediar o jogo de abertura, algo que a FIFA e Ricardo Teixeira dizem que está fora de cogitação". Para encerrar, Jardim deixa as seguintes questões no ar: "Mas o que será que Lula quer dizer a Juvenal? Que vai peitar a FIFA e Teixeira? Ou teria ele uma solução para a encrenca?". Querem a minha opinião? Lula com Juvenal Juvêncio só pode ser encontro pra tomar pinga, com certeza! E o que a cachaça não remedia, remediado está.

Valorização do real faz Valdívia render R$ 4 mi ao Palmeiras

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O Palmeiras anunciou a contratação do meia chileno Valdívia. A volta ocorre dois anos depois da saída do atleta rumo ao Al-Ain, El Mago está de volta. A aquisição dos tais direitos federativos do jogador é, segundo a informação corrente na imprensa, custou R$ 18 milhões, ou € 8 milhões de euros. Em 2008, a venda ocorreu R$ 22 milhões à época, equivalente a € 8 milhões.

Como se Valdívia fosse sacas de açúcar – ou, daqui uns anos, litros de etanol – ele teria rendido R$ 4 milhões aos cofres do Palmeiras na operação financeira. Em euros, a transação saiu elas por elas, mas a variação cambial no período, de apreciação do real, fez a operação ser vantajosa.

Pensar jogadores de futebol como mercadoria é desagradável, por mais mercantilizado que seja o esporte atualmente. Como commodity, é até incorreto economicamente falando. Não é necessário ter um presidente economista, como é Luiz Gonzaga Belluzzo, para isso ocorrer. Todos os clubes fazem operações assim todos os anos para fechar o balanço anual com menos prejuízo. É apenas uma envolve uma transação de direitos federativos de jogador de futebol, mas nesta até eu pude fazer as contas.

Se os dados forem confirmados, o fato é pra lá de curioso. E positivo para os cofres do clube.

Som na caixa, manguaça! - Volume 56

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LEVE DESESPERO
(Fê Lemos, Flávio Lemos, Dinho, Loro Jones)

Capital Inicial

Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
É importante, todos me dizem
Mas nada me acontece como eu queria

Estou perdido, sei que estou
Cego para assuntos banais
Problemas do cotidiano
Eu já não sei como resolver

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Então é outra noite num bar
Um copo atrás do outro
Procuro trocados no meu bolso
Dá pra me arrumar um cigarro?

Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
Já estou vendo TV como companhia

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Talvez se você entendesse
O que está acontecendo
Poderia me explicar
Eu não saio do meu canto
As paredes me impedem
Eu só queria me divertir

As paredes me impedem
Eu já estou vendo TV como companhia

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

(Do CD "Acústico MTV", Abril Music, 2000)

segunda-feira, julho 26, 2010

Mano Menezes convoca Ganso e Neymar

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Mano Menezes foi apresentado oficialmente como técnico da seleção brasileiro. E ganhou o agasalho oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ao lado de Ricardo Teixeira, o plano B agradeceu a confiança e já anunciou a convocação para o amistoso contra os Estados Unidos, programado para 10 de agosto, em Nova Jersey.

Quem esperava uma lista só de jogadores que atuam no Brasil foi surpreendido com a inclusão de atletas que atuam em times europeus. Thiago Silva, Daniel Alves e Ramires, reservas de Dunga, estão entre os relacionados, assim como Robinho, o único titular do xará-de-anão a ser mantido. A lista tem gente nova, de fato, mesmo entre os que jogam fora do Brasil, como Rafael, Carlos Eduardo e Ederson.

O mais incrível foi a inclusão de Jucilei, reserva no Corinthians até domingo (25), mas convocado para a seleção. Para quem está falando em "renovação lenta", o jogador representa uma mudança bem abrupta. Mas no geral, são 11 jogadores chamados pela primeira vez – menos da metade. Sete dos atletas têm idade olímpica. No geral, o climão é de muita gente nova – e muitas buscas no Google para saber de quem mesmo se está falando.

A lista:

Goleiros
Vitor (Grêmio)
Jefferson (Botafogo)
Renan (Avaí)

Lateral-direito
Rafael (Manchester United)
Daniel Alves (Barcelona)

Lateral-esquerdo
Marcelo (Real Madrid)
André Santos (Fenerbahçe)

Zagueiro
Réver (Atlético-MG)
Thiago Silva (Milan)
David Luiz (Benfica)
Ederson (Lyon)
Henrique (Racing Santander)

Meio-campo
Jucilei (Corinthians)
Lucas (Liverpool)
Hernanes (São Paulo)
Ganso (Santos)
Ramires (Benfica)
Carlos Eduardo (Hoffenheim)
Sandro (Internacional)

Atacante
Alexandre Pato (Milan)
André (Santos)
Robinho (Santos)
Neymar (Santos)
Diego Tardelli (Atlético-MG)

domingo, julho 25, 2010

Santos 1 X 0 São Paulo - aquecimento para afastar o pé-frio

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Se o São Paulo entrou com um time quase todo reserva, o Santos também iniciou o jogo bem modificado em relação aos jogos do primeiro semestre por diversos motivos: contusão, opção tática, preservação de jogadores. Não atuaram Léo, Pará, Arouca, Wesley, Robinho e André no clássico disputado na Vila.

O Alvinegro começou melhor, marcando mais no meio de campo e conseguindo vez ou outra uma saída rápida para o ataque, algo que vem acontecendo pouco nas partidas pós-Copa. Com Ganso na armação, revezando na função com Marquinhos, Rodriguinho como volante e o ala direito Danilo improvisado como meia defensivo, o time ganhou consistência no desarme, mas as trocas de passes perderam aquele ímpeto ofensivo que tanto agrada quem gosta de futebol.

Ainda assim, a maior posse de bola santista – 55% a 45% no tempo inicial - permitiu que a equipe pressionasse mais e chegasse com certo perigo. Contudo, a pontaria estava ruim mais uma vez. Foram 6 finalizações, somente uma a gol, em falta cobrada por Paulo Henrique Ganso. O Tricolor finalizou 3 vezes, sendo duas finalizações de longe que foram no rumo certo, exigindo o goleiro Rafael.

O segundo tempo começou com o São Paulo apertando, mas sem sair da postura defensiva que era a proposta de Ricardo Gomes. Marcando o Peixe no seu próprio campo, o Alvinegro tinha dificuldades para sair jogando. Ainda assim, foi por meio de uma jogada rápida que Maranhão foi derrubado no lado direito do ataque. E, aos 15, por conta dessa falta saiu o gol peixeiro. Como a maré do ataque não é boa, o tento acabou sendo contra. O autor foi Renato Silva, justamente ele que quase saiu do jogo na primeira etapa por conta de um choque em que machucou a cabeça.

O São Paulo foi em busca do empate, Washington, Hernanes e Marlos entraram e o empate quase aconteceu aos 32, quando o Tricolor acertou o travessão com Washington. Mesmo com alguma pressão, graças a faltas tolas feitas próximas à área - principalmente por Rodriguinho, o mais faltoso do Alvinegro -, o Santos teve oportunidades de matar a partida, mas preferiu a “emoção”. Mesmo jogando pior do que na derrota do Fluminense, a vitória é ótima para animar o torcedor. Além de ser o quarto triunfo sobre o Tricolor em quatro pelejas no ano, vitória em clássico sempre vale e afasta de leve as nuvens cinzentas que pairavam sobre a Vila Belmiro. O céu agora se abriu mais um pouco.



Do jogo, é possível tirar algumas lições. Marquinhos, mesmo sem estar na plenitude física, dá outra cadência ao meio de campo santista, ocupa bem os espaços sem a bola e pode ser útil contra o Vitória. Danilo também foi razoavelmente bem improvisado como volante e pode ocupar o lugar que é seu de ofício, o do esforçado Maranhão, que desce bem ao ataque mas finaliza mal quando tem oportunidade. Alex Sandro ainda não convence na esquerda, embora tenha potencial.

Mas essa não é a equipe que vai jogar contra o Vitória na quarta. As características e o estilo também vão ser diferentes. O time que atuou no clássico fez muitos desarmes, 34 contra 23 dos rivais, mas driblou pouco, 6 certos contra 11 tricolores. Com a volta de Arouca, Wesley e Robinho, certamente esse índice de jogadas individuais vai aumentar, ainda mais levando-se em conta que os baianos devem jogar fechados na Vila Belmiro. Mas é preciso dosar o toque com o drible, que era o que o Alvinegro vinha fazendo no primeiro semestre. E resguardar as laterais para evitar surpresas. Que o azar tenha ido embora.

Palmeiras segura empate contra Ceará, mas poderia ter ganho

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No Castelão, o Ceará empatou sem gols com o Palmeiras. Como os visitantes, de camisas verde limão siciliano, terminaram com dez e como as melhores chances de gol foram da representação do estado de Cid Gomes, o resultado pode ser considerado razoável para o Verdão. Mas um pouco mais de qualidade no meio de campo, nos contra-ataques e nas finalizações, e Luiz Felipe Scolari conseguiria sua primeira vitória no comando da equipe desde a volta.

A partida oscilou entre momentos extremamente chatos, em que ninguém conseguia superar a intermediária adversária sem errar passes, com outros de ataques e contragolpes francos, com defesas fragilidades.

Deola, substituto de Marcos, o Goleiro, salvou os visitantes em pelo menos dois lances. O Palmeiras perdeu três chances incríveis nas poucas vezes em que o time conseguiu ser eficiente em descidas rápidas. Na maior parte do jogo, Lincoln não resolvia na função de meia.

Patric, que contra o Botafogo foi muito bem, teve atuação discreta. Recuado, não ajudou decisivamente a criação de jogadas. Tampouco foi um terceiro atacante. Só não foi mais discreto do que Ewerthon, o atacante que precisa de incentivos para chutar em gol.

Kléber novamente mostrou-se esforçado – e com cotovelos comportados. Perdeu duas chances na cara do goleiro, com direito a uma na trave.

No primeiro tempo, Armero era a figura mais lúcida do time na saída de bola. Isso dá dimensão da falta de qualidade na armação. Já na retaguarda, o time mostrou-se o rei do desarme incompleto, o que faz o jogo ficar chato de doer. Léo, expulso com justiça por uma falta desnecessária, só mostrou um exemplo dessa deficiência.

O Ceará sentiu falta de Washington no ataque. O jogador não pôde jogar por conta daquelas cláusulas no contrato que barram atletas emprestados a outros times de enfrentar seus clubes de origem. Optou por três volantes, ou seja, por não agredir tanto. Mesmo assim, começou o jogo bem melhor.

Depois dos 30 do primeiro tempo, o Palmeiras equilibrou. Não por criar mais oportunidades, mas por organizar a marcação para impedir a facilidade do time cearense. No segundo tempo, os visitantes melhoraram, imprimiram alguns contra-ataques... mas nada de gol.



Sem converter as melhores chances do jogo em gols, o Ceará mantém-se na terceira posição. A décima posição do Palmeiras indica que o time ainda precisa de uns dois meias ofensivos, laterais e um zagueiro.

Bora seguir com calma o trabalho de Felipão. Quem sabe com reforços, o torcedor ainda fomenta esperanças de uma vaga na Libertadores? Sem isso, a disputa é pela Sul-americana. E olhe lá.

sexta-feira, julho 23, 2010

Muricy na seleção: ainda não é a vez do futebol bonito

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Segundo o Globoesporte, Muricy Ramalho é o novo técnico da seleção brasileira de futebol. Ele substitui Dunga no posto de quem é mais criticado que o presidente da República e serve de para-raio para qualquer frustração ludopédica do povo brasileiro.


Não estaria definido ainda se ele acumularia o cargo de comandante do Fluminense ou se deixaria o líder do campeonato.

Se confirmada a informação, significa a consagração do técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo que, apesar do fiasco de 2009 com o Palmeiras, colocou o Fluminense na rota da briga pelo título – rota, eu escrevi rota – e no topo da tabela do Brasileirão deste ano após a décima rodada. Também representa a opção pelo único, entre os cotados, que não atuou como jogador de defesa ou de marcação, mas como meia ofensivo. Desde Mario Jorge Lobo Zagallo, os ex-atletas que ocuparam o posto jogaram como zagueiro e lateral.

Ainda não vai ser desta vez que o futebol bonito e ofensivo vai ter prioridade na seleção. Muricy preza por boa marcação, gosta de um meio de campo que ocupe bem os espaços, mas evita volantes cabeça-de-bagre.

Antes que alguém pergunte, cabe a ressalva: tirando a indicação da minha pessoa ao cargo – desprezada pela CBF, pela mídia e até pelas pessoas para quem falei – e de alguns dos 190 milhões de treinadores identificados nas projeções populacionais do IBGE, nenhum dos técnicos cotados garantiria uma opção mais para frente.

Adepto de um futebol eficiente, meio à lá Holanda 2010, em que 1 a 0 é goleada, Muricy é discipulo de Telê Santana, mas considera Rubens Minelli o melhor técnico com quem trabalhou.

Mesmo no São Paulo dos títulos de 2006 a 2008, o treinador não teve elencos brilhantes, mas com peças de reposição à altura e um nível técnico (pouco, especialmente no caso de 2008) acima da média dos demais. No Internacional de 2005, no vice-campeonato mais contestado do Brasil, o time era interessante relativamente, em um campeonato ainda com estrelas.

Mas o cara é um montador de time. Assim como Mano Menezes, outro dos cotados que talvez tenha perdido a vaga de técnico do escrete canarinho junto da liderança do Brasileirão, Muricy vai armando seu esquema com peças de sua confiança. E deve mostrar teimosia semelhante à de Dunga, Carlos Alberto Parreira, Zagallo e Luiz Felipe Scolari.

Muricy também é turrão e rabugento no trato com jornalistas. Não está habituado a críticas e solta o verbo quando não gosta de pergunta. Mas é só uma coincidência com o antigo ocupante do cargo.

Quando Dunga foi anunciado, o Futepoca lançou a precoce campanha "Fora, Dunga" Depois, encampou o "Fica, Dunga", e por aí foi.

É o caso de já pedir um "Fora, Muricy"?

Mais um quase de Felipão: Palmeiras 2 a 2 com Botafogo

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O Palmeiras empatou em 2 a 2 com o Botafogo no Pacaembu. Uma partida de meio tempo, quer dizer, apenas saiu gol na etapa final. O Verdão abriu dois de vantagem, mas cedeu a igualdade. Não foi desta vez que a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari conseguiu uma vitória.

Na volta de Armero à lateral-esquerda, o time mostrou menos futebool do que nos jogos anteriores. Teve novamente três volantes em campo na formação inicial, com Lincoln como único meia de criação. Diante da ineficiência do camisa 99, Tadeu foi a campo, mas não resolveu.

O time rendeu melhor com o terceiro uniforme, usado no segundo tempo, do que com o primeiro. De qualquer forma, empatou. Dá-lhe paciência da torcida.



Eita, joguinho

O primeiro tempo foi chato de doer. O time de preto não conseguia se diferenciar do de verde escuro e vice-versa. A Estrela Solitária teve uma quase chance de gol, enquanto a representação de Palestra Itália quase chegou em três quase oportunidades. Mas foi só quase-chance, nada muito concreto. Joguinho safado.

Quando as equipes voltaram do intervalo, mudou muito mais do que o uniforme do time da casa. De camisa verde limão siciliano, Marcos Assunção abriu o placar logo a um minuto de jogo, de falta. Com 12, Kleber recebeu de Ewerthon um presente, e ampliou. Parecia que seria fácil, tamanha a bronca que receberam os jogadores do Palmeiras.

Mas a partir daí, o alviverde foi pouco imponente, criou pouco e deu espaço para o Botafogo crescer. Marcelo Cordeiro cruzou aos 24, e Jobson acertou uma cabeçada daquelas para diminuir, sem que Maurício Ramos o acompanhasse. Mais dez minutos e novo gol de cabeça, desta vez do zagueiro Antônio Carlos. Que saudades do Galeano (!).

Jéfferson aos 35 e Marcos, o Goleiro, aos 39, evitaram que suas metas fossem novamente vazadas. Marcos Assunção arriscou de longe, enquanto Jobson chutou da entrada da área. Os mesmos atletas, por coincidência, terminaram expulsos por um imbróglio meio sem sentido no finzinho. Pura bobagem. Parece que, se não conseguiram se destacar com mais um gol, resolveram ir para o chuveiro mais cedo.

Não foi dessa vez.

A torcida palestrina pediu "Ô, ô, ô, queremos jogador". Total complacência com Scolari, cobrança junto à diretoria. Desde a volta, o Palmeiras marca sempre dois gols por jogo. Foi assim na vitória contra o Santos e na derrota contra o Avaí. E repetiu-se no empate com o Botafogo.

Agora já podemos voltar a marcar mais gols do que sofremos. Né?

quinta-feira, julho 22, 2010

Foi feio

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Ontem, contra o Atlético-PR, o Santos sofreu sua terceira derrota consecutiva pelo Campeonato Brasileiro. É a primeira vez neste 2010 que o Santos perde três partidas em sequência – e, até a derrota para o Fluminense, que antecedeu a de ontem, o Santos não havia perdido dois jogos de uma vez só.

A luz amarela está definitivamente acesa na Vila.

Num momento como esse, a busca de todos é por fatores que consigam explicar o que vem acontecendo com aquele que, ainda, é o melhor time do Brasil no ano.

E o impulso inicial é resumir os motivos da “crise” a fatores extracampo. Propostas do exterior; brigas dentro do elenco; jogadores mais preocupados em marketing do que com o futebol propriamente dito; e assim por diante.

Não que alguns desses fatores não procedam. Mas eles precisam ser dimensionados de maneira correta. Senão, como explicar que Neymar – que é o jogador, em tese, que mais seria afetado por todas essas questões alheias ao futebol – foi o melhor atleta santista no jogo de ontem, e que também tenha atuado bem contra o Fluminense?

O Santos de ontem mostrou deficiências que podem ser explicadas com uma simples análise puramente futebolística. O time esteve desordenado. Robinho fez uma de suas piores (senão a pior) aparições com a camisa do Peixe. As laterais foram verdadeiras avenidas – Pará e Maranhão não criaram, não marcaram e foram os caminhos por onde o Furacão construiu sua vitória. A dupla de volantes, antes tão celebrada, também não conseguiu se apresentar bem. Arouca estava visivelmente nervoso e Wesley relembrou o futebol que, em 2008, lhe garantiu o apelido de “Weslyxo” entre os santistas mais exaltados.

Soma-se a isso uma dupla de zaga mal postada e um goleiro que não chega a inspirar a maior das confianças e temos um time que não tinha como fazer frente ao Atlético de ontem, bem disposto em campo e magistralmente comandado por Paulo Baier.



O Santos segue o favorito para a conquista da Copa do Brasil. É, no papel, bem mais time que o Vitória. E já mostrou mais bola, em 2010, do que o adversário baiano. Mas o que já foi dado como favas contadas agora já não tem mais esse status.

E, finda a decisão, o time precisará ser reforçado, e de maneira uregnte. Keirrison chegou, mas não é o suficiente. Para faturar Brasileirão e Sul-Americana será preciso mais.

Lobby pró-Washington não! Já estamos em crise

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Depois de ter reclamado publicamente por ser "mal aproveitado" no time e de ter sido posto à venda por isso, sem sucesso (não apareceu proposta que valesse a pena), o "coração valente" Washington ganhou sobrevida - forçada - no São Paulo e, ontem, como titular desde o início, anotou mais um golzinho lá no Morumbi (foto de Rubens Chiri/SPFC). Com isso, chegou a 45 em 85 jogos com a camisa tricolor, média de 1,88 0,53 por partida. Nada mal, considerando que, agora, já é o 40º maior artilheiro do clube, junto com três antigos atacantes, o argentino Albella (que jogou entre 1952 e 1954), Augusto (1950-1951) e Friaça (1949-1951) - este último, aquele que quase virou herói com o gol na decisão da Copa de 1950.

Com mais um gol, Washington alcançará o fantástico meia Pita (que jogou entre 1984 e 1988), com mais três se equipara ao conterrâneo Kaká (2001-2003), que também nasceu em Brasília, e, com mais quatro gols, chega no companheiro de elenco Marcelinho Paraíba, que já marcou 49 vezes pelo São Paulo. A marca atingida no tricolor paulista é o terceiro melhor desempenho do "coração valente", que marcou 100 gols pela Ponte Preta e 88 pelo gaúcho Caxias, onde começou a carreira, em 1993. Porém, as péssimas partidas que muitas vezes fez pelo São Paulo o condenaram ao banco de reservas, de onde dificilmente sairá. O consolo é que já deixou seu nome na história do clube de Serginho Chulapa (243 gols), França (182), Muller (161), Leônidas (142), Raí (124), Luís Fabiano (118) e Careca (115), entre muitos outros.


"Lobby pró-Washington não! Já estamos em crise", protestou o torcedor são-paulino e ilustre leitor do Futepoca, Vitor. Daí que vem o novo título do post. Ele e outros comentaristas reclamaram da conta equivocada que levou a média de gols de Washington, o 9 do São Paulo, a 1,88 por partida. Os 45 em 85 jogos representaram média de fato de 0,53 por partida.

O post original baseava-se no cálculo para apontar a redenção do centro-avante tricolor. As informações foram corrigidas e, por esta ressalva, entenda-se uma Errata. E também um agradecimento aos alertas. As demais informações procedem, embora o título tivesse de ser alterado

O problema é: QUEM?

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Já escrachei o time do São Paulo o suficiente por aqui, não vou mais gastar vela com defunto ruim. Mas talvez seja o caso de repetir um lugar-comum que nem sempre é verdade (mas neste caso é!), de que o problema é o técnico. Me parece óbvio que a grande maioria dos sãopaulinos torceu o nariz para a contratação de Ricardo Gomes, célebre pela proeza de não ter classificado o Brasil para as Olimpíadas de 2004, com jogadores como Robinho, Diego, Elano, Adriano e Nilmar, entre outros, no time. Ontem, após mais um resultado pífio nesta temporada, um empate em casa contra o Grêmio Prudente, após duas derrotas (e não venham culpar a Copa do Mundo, pois o time já tinha dado muitos vexames incomuns no primeiro semestre), a diretoria do São Paulo teve a faca e o queijo na mão para dispensar o técnico, sem que houvesse qualquer tipo de lamento. É visível que ele não tem o comando do elenco, que não há planejamento tático definido (nem time titular), que as substituições são equivocadas e que já deu o que tinha que dar. Mas a diretoria não o demitiu. E por que? Porque, assim como na demissão de Muricy Ramalho, não há um só técnico que valha a pena disponível no mercado. Leonardo e Silas mudariam alguma coisa? Joel Santana, Nelsinho Baptista, Paulo Autuori, Estevam Soares, Péricles Chamusca, Vanderlei Luxemburgo, Adilson Batista, Andrade, Sérgio Soares etc etc etc. Mudariam substancialmente alguma coisa? Não. Logo, continua com o mesmo - que dá no mesmo. E seja o que Deus quiser!

quarta-feira, julho 21, 2010

Sem discutir sede para Copa, governo de SP e CBF mantém indefinição

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Uma reunião entre o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira terminou nesta quarta-feira, 21, sem definição. Depois do veto da Fifa ao Cícero Pompeu de Toledo, muito se falou e nada se decidiu.

A polêmica do estádio paulistano para a abertura do Mundial de Futebol em 2014 passa por um projeto desconsiderado pela Fifa, planos de se construir um substituto em Pirituba (zona oeste) nas proximidades de área interditada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e muito palpite.

Foram três horas de reunião e nada."Nas próximas semanas, conseguiremos uma solução para que isso ocorra, como é do desejo do Comitê Organizador Local (COL) da Fifa (Federação Internacional de Futebol), do governador e do prefeito de São Paulo", prometeu Teixeira.

A coletiva para os jornalistas presentes durou cinco minutos. Tudo porque as três alternativas existentes (o Piritubão multiuso de R$ 1 bilhão, o novo Estádio Municipal do Pacaembu e a adequação do Morumbi) até o momento sequer foram discutidas. Isso dá brecha para avaliar que outras opções podem pintar.

Quem sabe assim ganha novamente esperança a proposta Canindé 2014? O Doutor Osvaldo Teixeira Duarte chegou a ganhar um site e uma conta no Twitter, mas tudo foi abandonado. O site, que se resumia à imagem ao lado, sequer está no ar. A proposta de criar um Saramagão, homenagem ao escritor lusitano morto em junho, também dificuldades maiores até do que as opções existentes.

Humanidade
Kassab, na saída, estranhou o interesse da imprensa no tema. Na Sala dos Despachos do Palácio dos Bandeirantes, tentou relativizar a importância do tema. "Eu nunca vi nada igual aqui. Será que é o futuro da humanidade que estamos decidindo aqui?"

Claro que não. Era muito mais importante.

Resta descobrir o que será que se conversou durante as três horas de reunião. O corintiano Goldman pode ter tirado sarro do são-paulino Kassab. Ou tentado fazer Teixeira desistir de Mano Menezes...

terça-feira, julho 20, 2010

Cafu no Juventude: "jeitinho brasileiro" em seu auge

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Negociações surpreendentes acontecem aos montes no futebol brasileiro. Jogadores de pouca capacidade são vendidos por fortunas; atletas que se mostram promissores vão parar em times pequenos no exterior e deles nunca mais recebemos notícias; nomes identificados com uma torcida vão parar em uma equipe rival sem fazer muita cerimônia. Acontece, volta e meia.

E uma das negociações mais estranhas da história do futebol nacional se deu em 1995. Naquele ano, Cafu era um jogador vivendo um excelente momento na carreira. Um ano antes, havia conquistado o mundo com a seleção brasileira; no biênio 92/93, também fora campeão mundial, com a camisa do São Paulo. Estava na Europa, defendendo o Real Zaragoza, onde levantou a taça da extinta Recopa.

No mesmo ano de 1995, o Juventude, de Caxias do Sul, passava por uma significativa ascensão. O clube acabara de faturar o Brasileiro da Série B e se preparava para estrear na elite nacional. Era patrocinado pela Parmalat, o que garantia aos seus cofres uma quantia bem superior às que dispunham equipes do mesmo porte.

As trajetórias de Cafu e Juventude se cruzaram naquele ano. O lateral da seleção brasileira fora contratado pela equipe gaúcha. Momento de consagração do Juventude, que assim trazia um nome de peso para se confirmar no cenário nacional e fazer frente à dupla Gre-Nal no Rio Grande do Sul!

O Youtube tem os gols do jogo que marcou a estreia do atleta com a camisa alviverde:



Vídeo resgatado pela comunidade Futebol Alternativo do Orkut

Tá, agora falemos a verdade.

A contratação de Cafu pelo Juventude foi, talvez, o maior exemplo de "jeitinho brasileiro" da história dos grandes clubes do futebol nacional.

Cafu despontou no São Paulo e, como já dito, foi jogar na Europa. O Palmeiras - bancado pela Parmalat - se interessou pelo atleta. Mas havia uma cláusula que proibia o Real Zaragoza, então empregador de Cafu, de negociá-lo com equipes paulistas.

O que a Parmalat fez? Pôs Cafu no Juventude. De lá ele seguiu para o Palmeiras, sem que as imposições contratuais o barrassem.

A situação, até hoje, é motivo de revolta entre são-paulinos e até mesmo entre torcedores do Juventude. Os tricolores alegam que deveria ter havido maior vigilância dos órgãos competentes para que a desfaçatez da negociação fajuta fosse punida. Já os juventudistas reclamam que o clube foi usado e saiu desmoralizado do episódio.

Passados mais de 15 anos, o que fica do caso é o folclore da situação.

Correção/Atualização
Como lembrou o amigo Fabricio e notícias resgatadas confirmaram, o Palmeiras foi, sim, punido. Anos depois teve que pagar uma multa pela negociação. No fim das contas, todo o rolo só acabou servindo para que a história registrasse que Cafu jogou pelo Juventude...

segunda-feira, julho 19, 2010

Timão líder peca nas finalizações na vitória sobre o Galo

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O Corinthians manteve a invencibilidade e os 100% de aproveitamento jogando em casa neste Brasileirão ao vencer o clássico contra o Atléico MG, por 1 a 0, na tarde deste domingo. O gol foi marcado pelo iluminado Bruno César, coroando partida em que o time evoluiu em relação ao pífio jogo no Ceará.

O Timão começou pressionando forte o Galo e poderia ter tido um jogo mais fácil. Logo no primeirp minuto de jogo, Dentinho invade a área perseguido por Werley, que empurrou o atacante com o braço na entrada da área. O juiz marcou pênalti, em lance que seria para discussão não fosse a cobrança para fora de Chicão.

Os donos da casa continuaram em cima durante toda a primeira etapa, mas o gol não saiu. Foram muitas finalizações erradas. As melhores chances eram com chutes de fora da área, mostrando a falta de penetração da equipe. O retorno de Dentinho deu mais poder de fogo e movimentação ao ataque, mas ainda falta. Danilo, subiu de produção com o resto da equipe, mas ainda não me convence. E Elias está preso demais para quem tem ao seu lado um jogador quase exclusivo de marcação, como o volante Ralph.



Na segunda etapa, o Galo, que teve uma bola na trave de Neto Berola pouco antes do intervalo, voltou melhor e equilibrou a partida. Dentinho, que está voltando de contusão, saiu para a entrada de William Morais. Se o garoto novamente mostrou personalidade, fizeram falta os dribles do titular.

Para compensar, Iarley também deixou a equipe para o retorno de Jorge Henrique. O baixinho fez algumas boas jogadas pela esquerda, incluindo uma aos 35 minutos que resultou no gol de Bruno César, em chute que desviou no zagueiro Jairo Campos.

Luxemburgo ainda promoveu a estreia de Diego Souza na equipe, substituição que, dada a evidente falta de ritmo do rapaz, talvez possa ser entendida como apelo ao sobrenatural. Ainda teve uma cabeçada de Ricardo Bueno salva por bela defesa de Júlio César, que mais uma vez foi bem. Mas não deu para o Atlético.

O Corinthians termina a rodada líder isolado, com 21 pontos e uns 77% de aproveitamento. Agora, pega o Atlético GO no Serra Dourada nesta quarta, em chance importante para melhorar os números fora de casa. Na seqüência, o Guarani no Pacaembu, domingo. Boa sequência para, quem sabe, abrir uma folguinha do segundo colocado (hoje o Fluminense, com 19).

Reforço?

Registre-se que o Timão contratou por empréstimo o atacante Gilmar, que estava no Guingamp, da França. Não me lembro de ver o cara jogar e fiquei na dúvida sobre a qualidade do reforço. Ano passado, no Náutico, Gilmar foi eleito melhor jogador do campeonato Pernambucano e era vice-artilheiro do Brasileiro quando deixou a equipe, no fim de agosto, com 10 gols. Porém, antes disso o rapaz teve passagem pra lá de apagada pelo Santos, trazido por Luxemburgo numa das suas suspeitas levas vindas do Iraty. Pode ser indicador de que não aguenta camisa. Alguém tem mais alguma informação?

Agora vai!

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Lula: 'Não consigo imaginar Copa sem São Paulo'

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Agora o "hómi" entrou na briga de vez: durante assinatura de medida provisória que flexibiliza o limite de endividamento das cidades que irão sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, o presidente Lula disse que vai intervir no impasse sobre o estádio que irá abrigar os jogos da Copa em São Paulo. "Eu, sinceramente, não consigo imaginar uma Copa do Mundo no Brasil sem ter São Paulo como um dos cantinhos em que os atletas vão jogar bola", afirmou o mang..., digo, o nosso presidente. "Estou disposto a entrar nessa conversa, acho que o governador já deveria ter chamado todos os envolvidos para conversar, para encontrar uma solução e não ficar brigando pela imprensa, porque o tempo urge", acrescentou, numa alfinetada explícita ao governador (?) paulista Alberto Goldman (PSDB). Mas, de novidade, mesmo, só a informação de que o ministro dos Esportes, Orlando Silva, vai se reunir na próxima quinta-feira, 22, com representantes da CBF, do São Paulo Futebol Clube e das outras partes envolvidas no imbroglio para conversar sobre a escolha do estádio. Será que o Morumbi ainda tem alguma chance?

Santos 0 X 1 Fluminense - quase engrenou...

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Tem dia que a bola não entra. Um dos gloriosos chavões do ludopédio tupiniquim pode ser usado para explicar o resultado de 1 a 0 para o Fluminense na Vila Belmiro ontem. O Santos criou inúmeras chances para sair do jogo com um resultado melhor, mas a danada não quis ir pra rede.

As estatísticas mostram um pouco do que foi a partida. O Peixe teve 61,26% da posse de bola contra 38,74% do Tricolor. Foram 19 finalizações contra 11 e, para quem gostou do estilo de troca de bola da Espanha na Copa, atente para os números do Alvinegro: 313 passes certos e 36 errados contra 136 certos do visitante e 26 equivocados.

Isso não quer dizer que o Fluminense não tenha chegado com perigo. Além do gol, teve duas boas oportunidades no segundo tempo, ambas com a participação do ala esquerdo Carlinhos. Mas foi o treinador Muricy Ramalho que resumiu bem a partida, ao fazer a comparação da jogo de ontem com o empate do seu time contra o Grêmio Prudente, na última quinta-feira. “O Grêmio Prudente é um time arrumadinho, encaixou o contra-ataque como a gente fez hoje”.

Ou seja, admitiu sem meias palavras, como é seu estilo, a proposta de jogo contra o Alvinegro na Vila, quase uma reprodução do esquema defensivo que garantiu seu sucesso no São Paulo: três zagueiros, dois volantes, saídas velozes pelas laterais e contando com o talento de Fred e Conca na frente. “Não é muito bonito, mas se você vier aqui pra jogar de mano com o Santos vai apanhar. E apanhar feio”, declarou o técnico. Com mais material humano de que dispunha no Palmeiras de 2009 e com um ambiente bem mais tranquilo, Muricy pode fazer do Fluminense um time bem difícil de ser batido.

Por conta do volume de jogo que o Santos produziu, com belas e rápidas trocas de bola e pelas chances criadas, não é o caso de fazer uma tempestade em função do resultado, mesmo a derrota sendo na Vila Belmiro. Assim como aquele revés contra o Palmeiras no Paulista não foi a derrocada esperada pelos secadores, o futebol apresentado contra o Fluminense dá mostrar de que o time está voltando a engrenar. Mas que engrene logo pois, ao contrário daquele clássico no estadual, hoje a situação do Alvinegro na tabela não é das mais confortáveis.



Laterais e André

Mesmo o resultado não sendo desesperador, é preciso ficar atento a alguns detalhes, até porque é a segunda derrota consecutiva. O desfalque de Léo é sempre sentido porque altera o posicionamento da defesa. Mais uma vez a marcação peixeira pelas laterais, em especial do lado de Maranhão, foi falha.

Já André fez novamente uma partida apagada. Quando foi negociado com o Dínamo de Kiev no meio do Mundial, um alívio para o torcedor foi o fato de ele permanecer para as finais da Copa do Brasil. Aí forjou-se a armadilha. O atleta quer jogar, tem vontade de ser campeão, mas seu desempenho caiu nitidamente.

Pode não ter nada a ver com a negociação, mas é inevitável relacionar uma coisa a outra. E substituir um jogador que fez questão de ficar para partidas decisivas e que é bem quisto pelo grupo não é uma decisão tão fácil, ainda que Marcel tenha entrado nas duas últimas partidas melhor que o titular. Dorival provavelmente está queimando a pestana para decidir o que fazer. E torcendo para que André jogue bem contra o Atlético-PR, até porque suas finalizações têm feito falta.

domingo, julho 18, 2010

Derrota de 4 a 2 também tem a cara de Felipão

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O Avaí venceu bem o Palmeiras por 4 a 2 neste domingo, 17, pela nona rodada do Brasileirão. O resultado é ainda mais triste para o lado alviverde considerando-se o fato de ter saído na frente e, apesar da virada, novamente igualar o marcador em 2 a 2, com um homem a mais. O time ainda acreditou que seria capaz de desvirar o jogo, mas foi a equipe catarinense aproveitou contra-ataques para decretar a vitória.

O time do Palmeiras que derrotou o Santos na quarta-feira tinha a aplicação defensiva e a determinação de um time de Luiz Felipe Scolari. O deste domingo foi capaz de marcar o primeiro gol e empatar. Com um homem a mais, o treinador fez substituições ofensivas – saída de Pierre para entrada de Tinga, o atacante Vinícius no lugar do meia Lincoln e Tadeu na vaga de Marcos Assunção – que surtiram pouco efeito.

Note-se bem que o time terminou com quatro atacantes em campo e nenhum meia. Tudo bem que só o camisa 99 consta na posição entre os jogadores do plantel disponível, mas se ainda houvesse esquema tático, ele seria descrito por um improvável 4-2-4. Porém, há que se considerar que a formação inicial tinha três volantes num 4-4-2 defensivo.

Tanto um fato como o outro também representam o que é – e como é interessante ter – Felipão como técnico. Mas nem sempre significa vitória. O que a derrota teve foi um técnico com disposição de tentar um resultado diferente. O revés veio por uma fatalidade, um pênalti, apesar de o Avaí ter jogado um segundo tempo melhor.

O Palmeiras precisa melhorar. Precisa de mais meias ofensivos e de tempo para acertar a parte defensiva. A paciência deste torcedor está bem e à disposição.



O jogo

Com 11 minutos, a primeira chance real do Palmeiras veio em uma cobrança de falta de Marcos Assunção do meio da rua. Renan não segurou e, na sobra, o lateral Gabriel Silva guardou. Felipão parecia mais contente do que o atleta promovido neste ano das categorias de base.

O empate foi encontrado 13 minutos depois. Primeiro, com domínio de bola. Depois, na prática, com um chutaço de Caio na entrada da área. O Palmeiras quase retomou a vantagem em contra-ataque em que Patric tirou a bola na hora H em finalização de Kleber. No lance seguinte, Robinho virou para o Avaí.

Ainda no primeiro tempo, os catarinenses ficaram com 10 na Ressacada. Pará tomou o segundo amarelo por entrada em Márcio Araújo.

Na etapa final, Felipão começou a pôr o time para frente, com Tadeu no lugar de Márcio Araújo. logo aos 9 minutos, em pênalti sofrido (provocado) e cobrado por Kleber veio o empate.

Depois do gol, a fumaça de sinalizadores disparados pela torcida na hora do empate pararam a partida por cinco minutos. A esfriada prejudicou os visitantes que, mesmo tendo Tinga no lugar de Pierre, não impediram o crescimento do Avaí. O alviverde teve pelo menos três boas chances de gol – duas em cobranças de falta – enquanto os catarinenses mandaram uma bola na trave do goleiro Deola.

Gols que importam, só nos minutos finais. Aos 45, com Caio de pênalti (estranho, mas que implicou a expulsão de Léo), e aos 47, com Roberto, deram números finais. Não deu para o Palmeiras.