Destaques

sexta-feira, abril 01, 2011

Eleição de Dilma é impugnada; Serra é novo presidente

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Ps.: Até pensei num post dizendo que o Tolima escalou atletas irregulares, que seus jogos na fase preliminar da Libertadores foram anulados e que o Corinthians voltará à competição - e com chances de ser campeão. Mas a mentira do José Serra como novo presidente me pareceu muito mais crível do que isso...

Bomba em Minas Gerais: Ganso é do Galo

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Calma, santistas e atleticanos: é 1º de abril...

Uma semana de discursos reacionários, mas com resistência na Câmara

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Dois episódios recentes de racismo e homofobia explícitos marcaram a semana do Congresso Nacional. O primeiro, mais famoso, envolveu o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que classificou como "promiscuidade" um relacionamento com uma mulher negra no programa CQC, além de uma série de reiteradas ofensas contra homossexuais durante toda a semana.

O segundo, envolve o também deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Em seu twitter, ele resgatou e defendeu interpretações teológicas muito esquisitas que tratam o povo africano como amaldiçoado por Deus.
As notícias são lamentáveis e entristecem todos que imaginam um mundo livre da imbecilidade das discriminações de raça, orientação sexual, gênero e seja lá o que for. Mas meu incurável otimismo viu um lado bom: a resistência de uma série de parlamentares jovens que formaram a linha de frente da briga contra esses caras. 20 deles entraram com uma representação contra Bolsonaro na Câmara.


Entre eles, destaca-se Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual
assumido, ex-Big Brother Brasil e no início de seu primeiro mandato. Foi à tribuna e deu diversas entrevistas comprando a briga com o reaça. Além dele, também cabe lembrar Brizola Neto (PDT-RJ), notável blogueiro, que também entrou no meio.

Contra o pastor paulista, se levantou Manoela d’Avila (PCdoB), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e tuiteira de mão cheia. Ela juntou as mensagens do perfil do pastor e as levará à Corregedoria da Câmara para análise, que pode levar a processo no Comitê de Ética da Casa.

Como foram 20 as assinaturas na representação contra Bolsonaro, a restrição a três nomes pode conter alguma injustiça a outros parlamentares que resistiram. Também sobraram manifestações de movimentos e ONGs de defesa de direitos humanos, da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) e de negros. Até a seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) se manifestou, de modo que são seis representações acumuladas contra o deputado-capitão do Exército.

O processo é longo, mas os dois casos poderiam levar à cassação de mandato. Mesmo que não aconteça, é bom ver que pelo menos tem gente disposta a, pelo menos, ir pra cima desses caras. Resta saber se a movimentação contra os parlamentares terá desfecho diferente das outras seis incursões que Bolsonaro acumula em sua meia dúzia de mandatos consecutivos.

Erasmo Carlos e a "homenagem" à mentira

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No Dia da Mentira, inventar notícias, fazer pegadinhas e coisa e tal viraram praxe na blogosfera, veículos impressos e mesmo na TV. Pra tentar fugir um pouco disso, vai aí uma homenagem ao homem que cantou a mentira: o "tremendão" Eramos Carlos, em 1981, estrelava um dos clássicos clipes do Fantástico, com a música Pega na Mentira, ilustrando uma sucessão de coisas tidas, pelo menos à época, como impossíveis. E, logo no começo da letra (que segue abaixo do vídeo), uma referência ao futebol com um sonho de vascaíno: "Zico tá no Vasco, com Pelé".

Para consumo próprio

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Publicado pelo blogue daquele careca mala:


Talvez o prefeito seja convidado para se filiar ao Partido Verde...

quinta-feira, março 31, 2011

Uma dunkel, cerveja escura

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Foi em fevereiro que chegou em casa uma garrafa da Paulistânia Escura, uma dunkel puro malte – são quatro os maltes usados. Sedento (e egoista, porque não dividi com os outros autores do Futepoca), provei a cerveja e, obviamente, gostei.

Como dunkel, ela é escura mas suave. Amarga como deve ser. E tem um sabor levemente de alguma coisa tostada, alguma lembrança de café. Segundo a Bier&Wein, tem também notas de chocolate que, confesso, não identifiquei por limitação de paladar, provavelmente. De cor marrom-escura, o teor alcoolico fica em 5,6%.


A Paulistânia clara, comentada em verso e prosa no Futepoca, tinha fotos históricas de São Paulo impressas nos rótulos das garrafas. Eram 12 imagens, a maior parte do acervo do jornal O Estado de S.Paulo. Na versão escura, a sacada foi repetir a dose, mas com uma dúzia de flagrantes noturnos da capita paulista.

Agora, em fins de março, a cerveja lançou outra série de rótulos, associada a uma rede de supermercados. São fotos de antigas lojas e carros de entrega do Pão de Açúcar, que aponta crescimento de vendas de cervejas especiais de 120% de 2009 para 2010. São 90 os rótulos com que as lojas trabalham, segundo a empresa.

Por questões paralelas (frequentei os concorrentes), não contribui muito para esse crescimento, mas o surgimento de novas marcas, a proliferação das premium, extra, puro malte e a chegada de mais e mais importadas reforço a ideia da ampliação.

Dessa vez, o 'Professor Pardal' errou o 'invento'

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Na semana passada, comentei em um post que, apessar da derrota para o Paulista de Jundiaí, o São Paulo tinha jogado muito bem e criado várias chances de gol. Falhas nas finalizações e na cobertura da defesa impediram um resultado melhor. Já na partida de ontem em Recife, contra o Santa Cruz, pela Copa do Brasil, a equipe não foi nada bem. Não criou quase nada, confundiu o meio de campo e, mais uma vez, contou com falha da defesa para perder por 1 a 0. Responsabilidade direta do técnico Paulo César Carpegiani (foto), que cometeu o absurdo de deixar Carlinhos Paraíba no banco na primeira etapa.

Por mim, Carlinhos, que atravessa boa fase, deveria ter entrado jogando - e justo no lugar do estabanado Rodrigo Souto, que, apesar de ter ido bem contra o Corinthians, ainda está sem ritmo de jogo e meio desentrosado com os zagueiros (seu gol contra mostrou muito disso). Não acho que a entrada de Rivaldo tenha sido equivocada. Ele acertou um belo voleio, defendido pelo goleiro do Santa Cruz, e fez outras boas jogadas. Porém, num jogo veloz e sob o forte calor nordestino, ele poderia ter entrado no segundo tempo. Marlos era o homem para ter começado como titular, para segurar a marcação e liberar mais o - hiper-ultra bem marcado - Lucas. E o problema, pra variar (ou não variar nada), é a lateral direita, onde os improvisados Rhodolfo e Jean sempre passam sufoco. Não por acaso, o atacante Gilberto (que vem para o Corinthians) fez a jogada por ali para cruzar na área e provocar o gol contra de Souto.

Enfim, o São Paulo segue irregular e sem padrão tático. Se no domingo conseguiu anular o meio campo do Corinthians e isolar Liédson, no jogo seguinte muda a escalação e deixa Dagoberto e Fernandinho sem muitas opções. Outro erro foi colocar Ilsinho e Lucas pra jogar juntos, quando fazem a mesma função. Resultado: ambos bateram cabeça com Marlos e não conseguiram criar nada na maior parte da segunda etapa, quando o Tricolor jogava com um homem a mais. Tirar Junior César da esquerda, que jogou bem no domingo, e retornar Juan, que peca muito na criação e no apoio, também foi outra decisão estranha do "Professor Pardal". Tudo bem que o técnico ainda está fazendo testes e ajustes. Mas, numa fase de mata-mata, como a da Copa do Brasil e a próxima do Paulistão, apostar em muitas mudanças de um jogo para o outro pode ser um grande e irreversível erro. Aguardemos o jogo de volta...

A saída, o percurso, a chegada... e a cerveja!

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No livro "Graça", do premiado escritor mineiro Luiz Vilela (Editora Estação Liberdade, 1989), o personagem Epifânio recorda-se do professor Leitão, da faculdade, que sempre se perdia em digressões sem fim e, confuso, perguntava aos alunos: "Mas onde é mesmo que estava eu?". Às vezes se irritava e dizia que "aos diabos onde é que estava eu! O que importa é onde eu estou agora. Não é mesmo?". Mas a própria justificativa caía por terra: "Mas onde é mesmo que eu estou agora?...". Perdido nesses cacoetes, o professor resolveu, um dia, expor uma curiosa tese sobre tipos de pessoas de acordo com suas preferências em uma viagem.

"Há aquelas pessoas que preferem a saída, praticamente ignorando o percurso e a chegada. Já outras preferem a chegada, mal se dando conta da saída e do percurso. E, finalmente, há aqueles que preferem o percurso, ou seja: para elas o importante é a estrada."
Fez uma pausa.
"Esse terceiro grupo, confesso-lhes, é aquele em que me incluo. E acho mesmo, se me permitem, que são as pessoas desse grupo os verdadeiros viajantes; as outras, as outras apenas se deslocam no espaço e no tempo, apenas saem e chegam; na verdade, elas não viajam. Agora, essas pessoas que falei, não: essas realmente viajam. Para elas, a saída e a chegada são quase que abstrações. O real é o percurso, são as paisagens que elas vão vendo, as pessoas que vão conhecendo, os pontos de parada... Quer coisa melhor do que uma cervejinha num boteco à beira da estrada? Não é mesmo?..."
Váras cabeças balançaram, concordando. Ele ficou olhando.
"É", disse, "muita gente concordou... Acho que vocês andam bebendo muita cerveja, hem?..."
A turma toda riu.

Ração de cachorro com dinheiro da merenda

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A notícia envolve a operação Mascotch da Polícia Federal em Alagoas. Um esquema de corrupção investigado, com a Controladoria-Geral da União e Procuradoria da República em Alagoas, que desviava recursos de merenda escolar para comprar produtos de uso pessoal por parte dos gestores. Apesar de o dinheiro sair do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os itens nada tinham a ver com a alimentação de estudantes.

Guinnog/Wikipedia

Mas o post está mais para a editoria "cachaça" do que para a de "política", do Futepoca. Isso por causa de alguns dos produtos adquiridos.

A história ganha manchetes no estilo: "Esquema em Alagoas desviava merenda para pagar uísque", "Em lugar de merenda escolar, uísque para vice-prefeita e secretários" e "Dinheiro para merenda escolar pagava vinho e uísque".

O delegado André Costa explicou: "Os servidores negociavam com os empresários para que eles ganhassem as licitações. Eram emitidas notas fiscais com vários produtos, mas estes não eram entregues na totalidade, sendo substituídos por outros mais baratos ou mesmo por mercadorias para o consumo pessoal dos acusados".


É fato que se fala em uísque 12 anos e caixas de vinho incluídos, o que, se confirmado, é um crime grave de desvio de dinheiro público. Ainda pior porque reduzia a quantidade de alimento adquirida para a merenda. Claro que me ocorreu a piada de que poderia ser para educação etílita, uma frente do cada vez mais esquecido "Manguaça Cidadão".

Mas o que ninguém destacou é que o esquema também era usado para comprar ração de cachorro. Tirar dinheiro de comida de criança para alimentar cães é mais assustadoramente cruel do que se locupletar do dinheiro público para fins pessoais – a saber, corrupção. Por isso o título do post. As duas "frentes" do desvio são graves, a ponto de derivar delas o nome esdrúxulo da operação, uma mistura de "mascote" com "scotch", o uísque escocês.

Detalhes
Para quem estiver com preguiça de clicar nos links das notícias, o resumo: foram 16 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão foram executados a partir de quarta-feira, 30. A ex-prefeita de de Estrela de Alagoas, Angela Garrote (PP), estava entre as detidas, mas gente de administrações de 13 cidades foi inculuída.

Segundo a Polícia Federal, foi um desdobramento da Operação Caetés, de outubro de 2010, que investigou a formação de uma espécie de cartel entre os empresários do setor. A informação era que eles combinavam os preços antes da licitação e faziam um rodízio para todos eles ficarem bem. Se naquela ocasião os investigados eram os acusados de serem corruptores, agora a vez foi dos apontados como corrompidos.

quarta-feira, março 30, 2011

Mais uma estultice para o descrédito da política

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A gente bem que tenta argumentar que a prática da política vem avançando no Brasil, no último quarto de século, que não temos mais ditadura, que a alternância democrática de poder é uma realidade, que a sociedade civil organizada e os movimentos populares hoje têm mais voz, representatividade e poder de pressão, que há políticas públicas para minorias e grupos mais carentes, que a participação das mulheres é maior, que as questões ambientais têm mais relevância, que antigos coronéis estãos sendo aposentados nas urnas, que até os casos de corrupção hoje são mais difíceis de ocorrer e, quando ocorrem, são expostos publicamente e investigados, que a reforma política é assunto em pauta e próximo de ser debatido e consolidado, enfim, não há como negar que há avanços em todas as partes.

Mas sempre há alguma notícia desanimadora para inflar o descrédito da política entre a população. Leio hoje que Elton Babu, do PT (foto), vereador no Rio de Janeiro, protocolou uma moção de repúdio ao técnico Muricy Ramalho (!!!), pelas críticas que ele fez à estrutura do Fluminense - time de coração do parlamentar. Pior: a iniciativa deverá ser votada, pois teve o apoio de outros vereadores, que torcem para Botafogo, Flamengo e Vasco. Pior ainda: Babu foi o mesmo que apresentou, no final do ano passado, o pedido de entrega da medalha Pedro Ernesto, a maior honraria daquela Casa legislativa, para Muricy, pela conquista do Campeonato Brasileiro.

"O camarada pode trabalhar onde quiser, mas dizer que o gramado é ruim e que há ratos no vestiário é demais", afirmou o (infeliz) vereador. "Dei a medalha e a retirei. Ia ganhar a honraria, mas agora vai ter uma moção de repúdio", completou. Para sacramentar o vexame, a votação para tornar Muricy persona non grata na cidade do Rio de Janeiro deve ocorrer até o final da semana. Daí eu pergunto: isso muda alguma coisa na vida da população carioca ou do Muricy Ramalho? Lógico que não! O vereador Elton Babu é quem deveria ser considerado persona non grata primeiro dentro de seu partido, e depois nas urnas. Fosse vivo, o saudoso Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, teria mais um episódio para acrescentar ao seu Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá). Vergonha alheia!

terça-feira, março 29, 2011

Morre José Alencar, o vice-presidente que gostava de cachaça

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A notícia chegou no início da tarde desta terça-feira, 29. José Alencar, ex-vice-presidente da República, morreu na Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Sírio-Libanês, na capital Paulista. Ele estava internado desde segunda-feira (28), quando apresentou quadro de oclusão intestinal e peritonite – entupimento e perfuração da parede do intestino – no que se mostrou o último capítulo de uma luta contra tumores na região abdominal iniciada em 1997.

O primeiro tumor foi encontrado no rim. Dali, se espalhou para a próstata e o intestino, de onde foi e voltou, e voltou, e voltou. Até levar Alencar.

Dono da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), Alencar também era o proprietário da cachaça Maria Cruz, produzida em Pedras de Minas Gerais, envelhecida em tonéis de amburana.

Era o brinde oficial dos bolões (talvez tenha sido só um) no Palácio do Planalto durante os oito anos em que ocupou a vice-presidência. Também pudera: o titular do cargo era Luiz Inácio Lula da Silva e outros expoentes do gabinete – a saber, Luiz Dulci e Gilberto Carvalho – mostravam-se apreciadores da produção do empresário.

O hall dos ilustres apreciadores da marvada perdeu uma grande figura.

segunda-feira, março 28, 2011

As dúvidas sobre a seleção

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A seleção brasileira fez na manhã deste domingo uma preliminar de luxo para os jogos dos estaduais, inclusive o que determinou o fim do jejum são-paulino frente ao Corinthians. Frente a uma retrancada Escócia, o time canarinho controlou o jogo e, se não sofreu praticamente nenhum ataque sério, teve dificuldade de criar chances de gol de verdade.
A estrela mesmo foi Neymar, que fez o primeiro (após passe de André) e o segundo (de pênalti, sofrido por ele). As melhores jogadas saíram de triangulações entre o garoto santista e André Santos pela esquerda.
Não foi a primeira vez que o lateral se destacou no time de Mano, mas não conheço um comentarista que o considere o cara certo para a posição. Como a maioria cobra dele mais consistência defensiva, seu posicionamento mais recuado na partida pode ajudar a quebrar resistências.
Na direita, vi uma confusão de posicionamento que prejudicou o time: Elano, que imaginei fazendo a função de falso ponta que vinha sendo de Robinho, ficou mais centralizado (e recuado), enquanto o meia Jadson, que em geral joga pela faixa central, caiu muito pelos lado. Daí, Daniel Alves não achou com quem jogar. 
O outro jogador digno de nota foi o garoto Lucas, que entrou no segundo tempo. Com arrancadas pelo meio, deu bolas preciosas para Jonas e Neymar, inclusive a do pênalti.
Com a defesa formada, Mano Menezes deve estar às voltas com uma dor de cabeça interessante no ataque. Duas são as dúvidas: onde encaixar Kaká, quando ele voltar a jogar o que sabe, e Lucas, quando ele amadurecer mais. Para a Copa América, o quarteto de frente titular deve ser Ganso, Robinho, Neymar e Pato, uma vez que o madrilenho está em recuperação e Lucas é jovem o bastante para não gerar grandes pressões se ficar no banco. Mas e depois, dá pra encaixar esse pessoal todo no time? 
Dá pra chutar que a convocação para a Copa América – que segundo o treinador, será adiantada nos próximos amistosos, contra Holanda e Romênia, em terras brasileiras – não fugirá muito da última. Terá, imagino, a troca do cruzeirense Henrique por Hernanes. Assim sendo, creio que o time titular deve começar com Júlio Cesar; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas, Ramires e Ganso; Robinho, Neymar e Pato. Talvez Elias ou Hernanes no lugar de Ramires, ou Lucas no lugar de... bem, não sei. Alguém faria muito diferente?

Mitos

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Por Moriti Neto


Que seria um jogo eletrizante e para entrar na História era provável. Pelos atrativos, como as possibilidades do gol cem, da quebra de tabu no Majestoso e a disputa da pouco comentada colocação na tabela do Campeonato Paulista, a partida entre São Paulo x Corinthians já chamaria atenção suficiente.

Contudo, a situação em que se desenvolveu toda a trama aumentou a relevância daqueles quase cem minutos disputados na Arena Barueri. Certamente, nem o torcedor são-paulino mais fanático deve ter previsto um cenário tão favorável, beirando a perfeição, com sabor de conquista de título, daqueles que entorpecem de alegria e são quase inacreditáveis.

Não à toa, foram dez minutos de queima de fogos após o segundo tento do Time da Fé. Dez minutos que retrataram bem a felicidade vermelha, preta e branca da imensa torcida Tricolor. Dez minutos que marcaram, definitivamente, um nome na história. O nome de um mito: Rogério Ceni. O goleiro/artilheiro/capitão fez de tudo. Praticou três defesas que só um monstro embaixo das traves seria capaz de realizar aos 38 anos. Lançou a bola que deu início ao primeiro gol do São Paulo e liderou a equipe nos momentos de dificuldade. Mais: marcou o centésimo da carreira em cima do grande rival, contra quem, quase sempre, as coisas são difíceis.

Tento de número cem, que quebrou o jejum de vitórias existente fazia quatro anos, que garantiu superar o adversário – ainda que por pouco – na tábua de classificação do campeonato e manteve o Tricolor Paulista como detentor do maior tempo sem perder na história do clássico: 14 jogos, com 9 vitórias e 5 empates, de 22 de março de 2003 até 7 de outubro de 2007.

Quando e como quer

Quando aos 51 minutos do segundo tempo veio o apito final, eram várias as sensações expressadas com o grito desentalado da garganta. Coisas que só podem se dar, na esfera esportiva, com esta modalidade chamada futebol. Que pode não ter “deuses” da forma qual bradam os chavões da mídia “especializada”, mas que parece ser um ente, algo que tem vida própria, tal a importância como elemento cultural do povo brasileiro. Um ente que parece tecer tramas e dramas caprichosamente e que, por alguns segundos, enquanto uma bola viajava até a rede, ao ângulo superior direito de Júlio César, me fez acreditar que tem forças suficientes para conduzir as coisas como e quando quer.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Os gols de Rogério Ceni que a Fifa não reconhece

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Como não poderia deixar de ser, o gol marcado pelo goleiro sãopaulino Rogério Ceni ontem, contra o Corinthians, está na boca do povo. Aqui na InFernet, comemorações e provocações brotam aos milhares, em blogues, no Twitter, no Facebook. E nas ruas, principalmente aqui na capital paulista, não se fala de outra coisa. A maior polêmica é se o gol marcado foi, de fato, o 100º na carreira do goleiro. Ontem, o site do Corinthians tentou minimizar o feito, publicando, em seu texto sobre o jogo: "O Alvinegro procurava encontrar seu espaço dentro de campo, quando, de falta, o goleiro adversário marcou, aos 08 min. Foi o 98º gol de sua carreira segundo a Fifa, principal entidade do futebol mundial" (nem o nome do goleiro quiseram escrever - rs).

Hoje, quando almoçava com minha filha no bairro Pinheiros, e a televisão ligada no Globo Esporte só falava de Rogério Ceni, um rapaz bem gordo e forte, com o escudo do Corinthians tatuado na canela, comentava em altos brados (mesmo sem perguntar se alguém tinha algum interesse no assunto): "Ele marcou dois gols em amistoso, jogo-treino, coisa que disputaram com timecos lá no Acre, em Pernambuco. Ninguém viu isso, é tudo farsa, e agora querem contar só pra dizer que marcou o 100º contra o Timão!". Bom, que a Fifa realmente não reconhece dois dos 100 gols marcados pelo capitão do São Paulo, é fato. A entidade só contabiliza gols em competições oficiais.

Porém, as duas partidas em questão foram confrontos profissionais, com arbitragem, súmula e público presente no estádio. A primeira ocorreu no início de 1998, no Morumbi: um amistoso entre o São Paulo e um combinado Santos/Flamengo, para marcar o retorno de Raí ao Tricolor (ele jogou a partida, mas só voltaria em maio daquele ano). Confiram a ficha técnica e o gol de Rogério Ceni, o 4º de sua carreira:

SÃO PAULO 1 x 1 SANTOS/FLAMENGO
Competição: Amistoso
Data: 25 de janeiro de 1998
Estádio: Morumbi
Público: 22.869
Árbitro: Alfredo Loebeling
SÃO PAULO - Rogério Ceni; Zé Carlos, Edmílson, Márcio Santos e Marcelinho Paraíba; Capitão (Sidney), Gallo (Alexandre), Fabiano (Carlos Miguel) e Raí (Adriano Gerlim); Marquinhos (França) e Denílson. Técnico: Darío Pereyra.
SANTOS/FLAMENGO - Zetti (Clemer); Anderson Lima, Argel, Júnior Baiano (Jamir) e Athirson (Ronaldão); Narciso (Caíco), Marcos Assunção, Palhinha (Jorginho) e Zé Roberto; Lúcio e Muller (Cleisson). Técnico: Emerson Leão.
Gols: Anderson Lima (48 minutos) e Rogério Ceni (66).



Dois anos depois, no mesmo Morumbi, o São Paulo organizou e disputou um torneio triangular de pré-temporada, com o Avaí, de Santa Catarina, e o Uralan, da Rússia. Depois de vencer o time catarinense, o Tricolor conquistou o torneio goleando os estrangeiros (em jogo apitado pelo mesmo Loebeling da partida contra o combinado Santos/Flamengo). E Rogério Ceni fez, naquela ocasião, o seu 12º gol:

SÃO PAULO 5 x 1 URALAN ELISTA (Rússia)
Competição: Torneio Constantino Cury
Data: 17 de janeiro de 2000
Estádio: Morumbi
Público: Não informado
Árbitro: Alfredo Loebeling
SÃO PAULO - Rogério Ceni; Paulão (Rogério Pinheiro), Edmílson e Wilson; Luiz Paulo (Alexandre), Raí (Carlos Miguel), Vágner (Sidney), Marcelinho Paraíba e Ricardinho; Evair (Souza) e França. Técnico: Levir Culpi.
URALAN ELISTA - Lutsenko; Oleg Tereshchenko, Zub (Millah), Sergey Shishkin e Mikhail Zharinov; Gaidamasciuk (Alexinikan), Artur Voskanyan, Yevgeny Ovshinov (Vidas Danchenko) e Cassiano (Pavel Dalaloyan); Brener (Régis) e Dmitry Semochko. Técnicos: Slava Alexiev e Alexandr Averianov.
Gols: Edmílson (29), França (37), Semotchco (47), Raí (54), Rogério Ceni (79) e Souza (90).

domingo, março 27, 2011

O centésimo dele no centésimo deles

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Quando o técnico sãopaulino Paulo César Carpegiani afirmou, na entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1 de seu time sobre o Corinthians, que Rogério Ceni "é um predestinado", ele pode até ter repisado um lugar comum. Mas ninguém vai negar que se trata de uma grande verdade. Há 14 anos, quando assumiu o posto de goleiro titular do São Paulo e marcou seu primeiro gol na carreira, contra o União São João de Araras, Ceni jamais imaginaria que um dia pudesse chegar ao 100º gol, e justamente contra o Corinthians, carimbando a festa do 100º aniversário do rival (foto: site SPFC). Parece conta, ou melhor, conto de mentiroso. Mas, por incrível que pareça, é a mais cristalina realidade!

Caso o goleiro já tivesse feito seu milésimo jogo com a camisa tricolor, marca que dificilmente será quebrada no futuro, ou mesmo que esse gol tivesse garantido um título numa decisão, seria a melhor oportunidade possível para encerrar a carreira. Mas o goleiro garante que cumprirá o contrato até 2014 - e quer mais troféus antes disso. Porém, mesmo que não cumpra esse objetivo, o feito de hoje, em Barueri, já o coloca entre os imortais do São Paulo e do futebol brasileiro e mundial. Vale ressaltar que, dos 100 gols, 56 foram de falta. Desconheço o número de gols de falta de especialistas como Pelé, Zico, Neto ou Marcelinho Carioca, por exemplo. Mas, para qualquer atleta de linha, em qualquer lugar do mundo, marcar 56 vezes dessa forma é muita coisa. Tratando-se de um goleiro, é um fato assombroso. E mais: ele agora é um dos 17 únicos jogadores que marcaram 100 ou mais gols com a camisa do São Paulo, em 75 anos de História do clube. Igualou-se ao meia Renato, o "Pé Murcho".

Não repetirei, aqui, as loas que toda a imprensa tecerá sobre Rogério Ceni durante essa semana - e com absoluta justiça. Quero frisar, somente, que no clássico deste domingo pelo Paulistão ele também reforçou sua condição de um dos melhores goleiros do país em atividade, apesar de seus 38 anos, pois praticou pelo menos três defesas fundamentais para a garantia da vitória sãopaulina (salvou milagrosamente uma bola no pé de Liédson, tirou com a ponta dos dedos, no contrapé, um arremate de Jorge Henrique, e defendeu espetacularmente, com o pé, uma meia bicicleta de Liédson). Dessa forma, foi a figura principal de um duelo que marcou o fim do tabu de 11 jogos sem vitória do São Paulo contra o Corinthians. E o 100º gol foi o que garantiu o triunfo. É preciso dizer mais alguma coisa? Sim: vida longa a Rogério Ceni! Parabéns!

Você é o Pelé?!?

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Do filme "Os trombadinhas", 1979.

sexta-feira, março 25, 2011

Majestoso tem equilíbrio só no Paulistão

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Corinthians e São Paulo fazem, no próximo domingo, o 168º confronto válido por um Campeonato Paulista. E até aqui, em 167 jogos disputados durante 75 anos nessa competição, há equilíbrio: foram 58 vitórias dos alvinegros (235 gols marcados), 55 dos tricolores (242 gols) e 54 empates. Já no placar das decisões disputadas entre os dois clubes na competição, também há apenas uma ligeira vantagem corintiana, com vitórias nas finais de 1938, 1982, 1983, 1997 e 2003. Os sãopaulinos, por sua vez, triunfaram nas decisões de 1957, 1987, 1991 e 1998. Mas os alvinegros ainda despacharam os rivais em quartas ou semifinais nas edições recentes de 1993, 1999, 2001 e 2009, entre outras. Na semifinal de 2000, deu São Paulo.

Porém, se há equilíbrio especificamente na disputa do Paulistão, o retrospecto geral mostra que "majestoso", mesmo, é o Corinthians. Desde 1936, ano do primeiro confronto, são 290 jogos, com 111 vitórias alvinegras (424 gols marcados), 87 tricolores (390 gols) e 92 empates. A primeira partida foi um amistoso disputado no Parque São Jorge em 22 de março de 1936, com vitória do Corinthians por 3 a 1. E o último clássico ocorreu no Brasileirão, em 7 de novembro de 2010, com placar de 2 a 0 para os corintianos. O alvinegro não perde para o São Paulo há mais de quatro anos e no domingo defenderá um tabu de 11 jogos, 7 vitórias e 4 empates.

Além do tabu, o clássico terá também a expectativa pelo possível 100º gol de Rogério Ceni, de acordo com a contagem sãopaulina (a Fifa não reconhece dois gols marcados em amistosos). Do outro lado, o goleiro Julio César tentará se manter invicto e não vazado pelo Tricolor, pois, nos dois clássicos que disputou, o Corinthians venceu por 3 a 0 e por 2 a 0. Vamos relembrar, na sequência, alguns dos jogos marcantes entre os dois clubes, exclusivamente pelo Campeonato Paulista:

Corinthians 1 x 1 São Paulo (23 e 25/04/1939) - Primeira vez que o São Paulo disputava a decisão de um estadual, o de 1938, com a competição sendo estendida até o início do ano seguinte. A vitória por 1 a 0, gol de Mendes logo aos 2 minutos de jogo, garantia o troféu. Mas a partida teve que ser interrompida 20 minutos depois, por causa de forte chuva, que obrigou o adiamento do resto do jogo para dali a dois dias. Na volta, Carlito (foto) empatou e deu o título ao Corinthians, que sagrava-se bicampeão invicto. Os sãopaulinos disseram que o gol foi feito com a mão.

São Paulo 3 x 1 Corinthians (29/12/1957) - Quase duas décadas depois, os rivais voltaram a se enfrentar em uma final do Paulistão. O clima era tenso. Na primeira fase, quando empataram por 1 a 1, o corintiano Alfredo quebrou a perna em lance com o sãopaulino Maurinho. Dias depois, Luisinho, o "Pequeno Polegar" do Parque São Jorge, encontrou o artilheiro tricolor Gino na rua e lhe deu uma tijolada. No entanto, comandado pelo veterano Zizinho (foto), pelo ponta-esquerda Canhoteiro e pelo técnico húngaro Bella Gutman, o São Paulo venceu a decisão.

Corinthians 1 x 1 São Paulo (17/12/1967) - Na década de 1960, o São Paulo optou por despejar todo o seu dinheiro na construção do estádio do Morumbi, relegando o time de futebol ao décimo plano. Foram anos terríveis, com jogadores idem. Mas o jejum de dez anos sem título esteve muito próximo de ser quebrado em 1967. Na última partida, a vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians garantia a faixa de campeão. Porém, aos 45 do segundo tempo, Benê (foto) empatou para o rival e obrigou o São Paulo a disputar um jogo desempate com o Santos de Pelé. O Tricolor perdeu por 2 a 1.

São Paulo 1 x 0 Corinthians (13/09/1970) - Completo o estádio do Morumbi, o São Paulo voltou a priorizar o futebol e contratou o canhotinha Gérson, campeão na Copa do México, o tricampeão paulista pelo Santos Toninho Guerreiro e os uruguaios Pablo Forlán e Pedro Rocha. Em um Paulistão disputado por pontos corridos, a quebra do jejum de 13 anos sem títulos veio com uma vitória por 2 a 1 sobre o Guarani, em Campinas. Mas a verdadeira festa aconteceria na última rodada da competição, no Morumbi lotado, com uma vitória sobre o rival Corinthians, gol do ponta-esquerda Paraná (foto).

Corinthians 3 a 1 São Paulo (12/12/1983) - O São Paulo era bicampeão paulista e tinha três jogadores que disputaram a Copa de 1982 como titulares pela seleção brasileira, Valdir Peres, Oscar e Serginho Chulapa. Mas o Corinthians, além do "doutor" Sócrates, tinha Casagrande (foto), Zenon, Biro Biro, Ataliba e outros jogadores que marcariam a chamada "democracia" no Parque São Jorge. A vitória em pleno Morumbi deu o primeiro título àquele grupo, e o bicampeonato viria em cima do mesmo São Paulo, no ano seguinte. Os tricolores só voltariam a vencer uma decisão contra o rival em 1987.

São Paulo 3 x 0 Corinthians (08/12/1991) - Depois de perder a decisão do Brasileiro de 1990 para o Corinthians, o São Paulo se via obrigado a dar o troco na disputa do título paulista do ano seguinte. E, logo na primeira partida, o meia Raí (foto) chamou a responsabilidade para si e arrasou o rival, fazendo três gols e liquidando a fatura (no jogo de volta, o time do técnico Telê Santana só segurou o empate sem gols e levantou a taça). O Corinthians voltaria a conquistar um Campeonato Paulista jogando contra o São Paulo somente em 1997, com um empate em 1 a 1 no jogo decisivo.

Corinthians 5 x 0 São Paulo (10/03/1996) - As pessoas ainda comentavam o acidente de avião que matou todos os integrantes da banda Mamonas Assassinas, uma semana antes, quando o Corinthians literalmente atropelou o São Paulo na primeira fase do Paulistão, em jogo disputado em Ribeirão Preto. O "animal" Edmundo (foto) fez dois dos cinco gols naquela que ainda é a maior goleada do clássico. Souza, Róbson e Henrique completaram o placar contra o time recém-assumido por Muricy Ramalho, após a doença que havia afastado Telê Santana do futebol, em janeiro.

São Paulo 3 a 1 Corinthians (10/05/1998) - No primeiro jogo da decisão, o Corinthians do técnico Vanderlei Luxemburgo venceu por 2 a 1 e a imprensa falou em "nó tático" sobre o São Paulo de Nelsinho Baptista. Irritado, o técnico tricolor sacou Dodô do time e botou Raí, que tinha voltado naquela semana da França e disputaria sua primeira partida no retorno ao Brasil. Resultado: o veterano mandou na decisão, fez o primeiro gol e deu o passe para França (foto) fazer o segundo - o atacante ainda faria outro, após passe de Denílson, que se despediu do São Paulo naquele dia.

Corinthians 3 x 2 São Paulo (22/03/2003) - Depois de despachar o rival em duas fases mata-mata em 2002, na Copa do Brasil e no Torneio Rio-São Paulo, o Corinthians voltou a vencê-lo no ano seguinte. Foi a última final de Paulistão que reuniu os dois times, e o Timão de Jorge Wagner (foto), que depois jogaria pelo São Paulo, e de Liédson, que está de volta agora ao Parque São Jorge, venceu as duas partidas decisivas, por placares idênticos, e levantou a taça. A derrota teve sérias consequências no Morumbi, com as saídas de Ricardinho e Kaká logo depois, sob pressão da torcida.

São Paulo 3 x 1 Corinthians (11/02/2007) - Os sãopaulinos nem desconfiavam, mas aquela seria a última vitória sobre o Corinthians antes de um longo tabu, que já dura mais de quatro anos. Naquele jogo do Paulista de 2007, Lenílson (foto), Rogério Ceni e Leandro fizeram os gols do tricolor. De lá para cá, o Corinthians conseguiu vitórias marcantes, como nas semifinais do Paulistão de 2009. Na primeira partida, Cristian marcou o gol da vitória nos acréscimos. Já no segundo jogo, Ronaldo arrancou do meio campo para fazer um gol fenomenal.

Neymar, Pelé e PV

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Na noite de quinta-feira, 24, líderes de oposição interna do PV reuniram-se na zona leste de São Paulo. Em jogo, o lançamento da "Transição Democrática", um movimento por mais abertura e menos controle da legenda por parte de José Luiz de França Penna (SP), deputado federal e presidente nacional dos Verdes desde 1999, e outras figuras, como José Sarney Filho (MA).

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Marina Silva era a principal figura em destaque, mas outros caciques participaram, com destaque para o também deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), que presidete o diretório fluminense. Ele é responsável pela maior parte da formulação do movimento intrapartidário e foi dos que mais falou. Mas Fernando Gabeira, ex-deputado e candidato segundo colocado na eleição ao governo do Rio de Janeiro em 2010, e outros parlamentares e prefeitos deram seu recado com críticas mais ou menos duras a (ainda que todas veladas e sem menção ao nome de) Penna.

O motivo da celeuma ocoreu em reunião da executiva nacional, a primeira desde o fim do processo eleitoral, em que Marina abocanhou 20% dos votos no primeiro turno da corrida ao Palácio do Planalto. O quase vitalício mandatário do PV aprovou, por sugestão de Zequinha Sarney, uma determinação de esticar seu breve mandato por "até" um ano. No período, seria conduzida uma série de seminários e uma convenção nacional para debater (ou encontrar) os rumos da agremiação.

Parece que a manobra fez cair uma ficha para Marina, Sirkis e cia., a de que algumas lideranças resistem a mudanças na legenda que levam a perdas de poder de influência e caminham para um destino incerto. O próprio Penna atribui o "vendaval" a um "surto de partido grande", sugerindo que o tamanho real dos Verdes é médio e sem homogeneidade nacional.

Ao que interessa

O fato é que a turma estava animada com a movimentação de gente (partido?) grande, propondo democracia e renovação programática. Tudo em um contexto de aproveitar a "explosão" da militância pró-Marina em 2010, e coisa e tal. Boa parte deles evitava o tom separatista a todo custo, fazendo até elogios ao que foi produzido pelo grupo de Penna.

O auge foi cunhado pelo deputado federal Guilherme Mussi (SP). Primeiro, ele disse sentir "vergonha alheia" por certos companheiros que estariam até esboçando um movimento "sai, Marina", paródia do "Vem, Marina" de 2009. Depois, amortizou.

Mussi declarou que os dirigentes que agora pareciam resistir a mudanças foram importantes e fizeram muito pelo partido, mas era hora de mudar, renovar, arejar. E chegamos finalmente à metáfora com futebol que justifica o título deste post: "É como se, na Copa de 2014, o Pelé quisesse jogar na seleção no lugar do Neymar. Não queremos negar que ele contribuiu bastante, mas o momento é outro".

Pelé não foi localizado para se manifestar a respeito da comparação.

quinta-feira, março 24, 2011

Com e sem Lucas: a diferença pelos números

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Por Moriti Neto



A estas alturas do dia pode ser chover no molhado discutir se Lucas fez falta ao São Paulo na derrota para o Paulista de Jundiaí. No entanto, vou tentar me fundamentar em números – com o auxílio de levantamento feito pelo diário de esportes Lance! –, pois é aí que a diferença de rendimento do time com e sem o camisa 7 se mostra gritante.

Começa que, com o meia, são seis vitórias e um empate. Portanto, Lucas ainda não perdeu nos jogos pelo São Paulo em 2011. Atuou sete vezes e está invicto. Depois de sua chegada da seleção sub-20, onde foi figura destacada na conquista do Sul Americano da categoria, a campanha são-paulina melhorou sensivelmente, somando-se Campeonato Paulista e a única peleja disputada na Copa do Brasil, contra o Treze da Paraíba. Já sem o garoto, a coisa fica em cinco vitórias e quatro derrotas.

Quando o jogador fez a primeira partida pelo clube no Paulista, o Time da Fé ocupava o quarto lugar na competição. Antes de atender a convocação de Mano Menezes e partir para Londres, onde será disputado, no próximo domingo, o amistoso entre as seleções de Brasil e Escócia, a equipe figurava na liderança, que foi perdida justamente sem ele, em Jundiaí.

Se observarmos a média de gols anotados pelo São Paulo no ano, também se percebe crescimento com Lucas em campo. Sem o atleta de 18 anos, a média do Tricolor é de dois gols por jogo. Com ele, a média sobe para 2,2.

Pode ser só coincidência, mas até o número de gols que a equipe toma, mesmo com o jogador fazendo parte do setor ofensivo, muda radicalmente. Com Lucas, apenas um tento em sete partidas. Sem o jogador, foram nove gols em nove jogos. Talvez porque a bola passe mais tempo no campo do adversário e/ou o esquema fique mais sólido e compacto com um homem que transite bem com a redonda, além de recompor rapidamente quando o time a perde. É possível, ainda, que os adversários se preocupem mais com a marcação, perdendo algo da capacidade de ataque.

Finalizando assim, o que seria apenas conjectura, com o auxílio dos números, ao menos pode se tornar hipótese.

PS: Aos que dizem que os são-paulinos só escrevem pro Futepoca na vitória, cá estamos eu e o Marcão num momento nem tão feliz (ainda que discordando sobre a ausência do Lucas). Espero que depois da próxima rodada, possamos postar textos sobre quebra de jejum e – quem sabe? – o centésimo gol.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Som na caixa, manguaça! - Volume 67

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VOU SIM, QUERO SIM

Los Borrachos Enamorados

Ei, tu quer beber? E então!
Beber o quê? Mé com limão!
Tu quer fumar? E apois! Fumar o quê?

Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...
Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...

Ei, no meu fusquinha, vamos sair?
No Jaraguá, Los Borrachos toca lá
E aí? Em Maceió tem brega adoidado, venha!

Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...
Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...

Ei, tem duas negas
E aí, negão? Vamos arrastar?
No Xanadu a gente bota o bicho lá
Quem és tu? É baitolão?
Tu vai ou não?

Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...
Vou sim, quero sim, posso sim
Minha mulher não manda em mim
eu vou sim, quero sim...

(Do CD "O Primeiros", Gravadora Maikai, 2010)