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quinta-feira, setembro 16, 2010

Tá bom, vai

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O Santos venceu ontem o Atlético-GO na Vila por 4x2. Foi uma virada sensacional: o adversário vencia por 2x1 os 30 do segundo tempo, e o Peixe mostrou garra e talento para virar o placar e sonhar, ainda que de forma tímida, com o título do Campeonato Brasileiro.

Acontece que, hoje, ninguém está falando sobre isso. O que todo mundo discute é a insubordinação que Neymar mostrou ao final da partida.

Eu preferia fazer um texto sobre a reação do time, sobre a boa atuação de Madson, sobre mais uma pífia jornada de Keirrison e Marquinhos, mas não tem jeito. Falemos de Neymar, então. Por isso o "Tá bom, vai" do título do post.

Neymar já estava nas manchetes desde o início da semana. No domingo, quando o Peixe foi derrotado pelo Ceará, Neymar se estranhou com atletas do time adversário e iniciou uma confusãozinha que culminou em pancadas nas costas de Marquinhos.

Iniciou-se aí um blablablá chato, com o pai de Neymar dizendo que o garoto precisava de mais auxílio psicológico, inúmeros jornalistas dizendo que o jogador estava chato e mimado demais, e poucos - eu incluído - apontando que ele estava sendo caçado pra caramba em campo, e que suas indiscutíveis demonstrações de chatice não legitimavam atos de violência contra ele. A tal da carretilha contra o Ceará foi o maior exemplo disso (a 3:30 aqui). Ele tenta o drible, é parado pelo zagueiro que usa o braço, e o juiz manda seguir. Soou, ao meu ver, algo como "quem mandou fazer graça? Agora aguenta".

Então chegamos no episódio de ontem. Que é completamente diferente do de domingo, e dos antecessores que envolvem o garoto. Ontem, Neymar se insubordinou com seu técnico. Falou palavrões, o ofendeu em público. Foi além da "discussão de quem quer ganhar o jogo", algo que comumente se fala quando dois profissionais do mesmo time discutem durante uma partida.

E aí não há muito o que fazer. A diretoria tem que punir Neymar - sei lá se com uma multa no salário, ou qualquer outra coisa. Tem que ter cautela para não punir o time. Afinal, com Robinho e Ganso fora do time, a ausência de Neymar teria como principal vítima o próprio Santos, e não o atleta.

Prevejo dezenas de dias chatos, repletos de comentários repetitivos sobre tudo o que acontece com Neymar. E não me preocuparei em rebatê-los. Minhas respostas também seriam repetitivas. No fim, cada um acaba acreditando no que quer acreditar.




Renê Simões
"Estamos criando um monstro", disse o técnico do Atlético-GO - time que levou quatro gols em quarenta minutos, está na zona do rebaixamento e, portanto, teria muito o que explicar à sua torcida - após o jogo de ontem.

Desde que comecei a acompanhar futebol, uma coisa que sempre vi como unanimidade foi o fato de ser anti-ético um profissional de um time fazer críticas sobre outra equipe. Nunca pegou bem, sempre foi repreendido pela imprensa, pelos próprios profissionais.

Aí Renê solta esse caminhão de sentenças sobre Neymar, e a reação geral parece ser de apoiá-lo. "O professor Renê tem muita experiência no futebol, sabe o que fala". Realmente, parece saber mesmo. Por conta de tudo o que disse, ninguém parece estar preocupado com o vexame que o time dele deu ontem...

sexta-feira, setembro 10, 2010

Uma derrota chata para impedir a arrancada

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Santos, Botafogo, Pacaembu. A junção das três palavras traz, há 15 anos, más lembranças ao torcedor peixeiro, e ontem não foi diferente. Num jogo em que as duas equipes erraram muito, o Botafogo acabou sendo mais eficiente e fez com Loco Abreu o 1x0, que levou a equipe do Rio ao terceiro lugar do Brasileirão. Já o Santos interrompeu uma sequência de seis jogos sem derrota e ficou distante dos líderes do torneio.

Seria possível dizer que o jogo de ontem seguiu o preceito do "quem não faz, toma" - principalmente se levarmos em conta que o Botafogo marcou seu gol aos 45 do segundo tempo. Mas, apesar de adequada, tal determinação seria injusta. O Santos até criou mais do que o adversário, mas não atuou de maneira encantadora o suficiente para dizermos que o resultado de ontem foi injusto.

O time foi a campo no 4-4-2. Arouca e Danilo como volantes, Marquinhos e Zezinho na armação e Neymar e Keirrison na frente. Não foi uma boa opção, principalmente por causa dos meio-campistas. Zezinho até se movimentou e criou uma ou outra chance; mas Marquinhos foi péssimo, sofrível. Está nitidamente fora de forma. Não consegue criar jogadas, dar bons passes, tentar o gol.

O resultado foi um Santos opaco no primeiro tempo. Neymar tentava suas jogadas, mas não podia fazer milagre com o resto do time desorientado.

Aí, no intervalo, Dorival Júnior acabou sucumbindo às pressões da torcida e sacou Keirrison e Marquinhos, para colocar Madson e Zé Eduardo. Bobagem: o ex-Coritiba e Palmeiras até que não estava tão mal assim e Zé Eduardo foi péssimo. Além de colocar um jogador que não rendeu (e tirar um que precisa do tal "ritmo de jogo" para render), Dorival acabou queimando uma alteração e descartando o fator-surpresa.

Com isso, em todo o segundo tempo o Santos foi um time demasiadamente desordenado. Parecia que havia uma distância de 15 quilômetros entre meio-campo e ataque. Neymar não jogou mal, mas posicionou-se de maneira errada - ficou na ponta esquerda, isolado, pedindo bola o tempo todo. Madson só corria, sem produzir, e Zé Eduardo estava nulo.

No final, o castigo. Loco Abreu acabou marcando um belo gol e fazendo a festa dos poucos botafoguenses que estavam no Pacaembu ontem.



Ganso
Ao ler que o Santos fica distante dos líderes e que o principal motivo da derrota de ontem foi a desarticulação em campo, é meio inevitável lembrar da contusão de Paulo Henrique Ganso e decretá-la como a principal responsável pela "saída" do Santos da briga pelo título.

Além do Santos ainda não estar fora da disputa (claro que a situação está complicadíssima, mas o Flamengo do ano passado tinha pontuação semelhante à do Santos a essa altura do campeonato), é preciso mentalizar que o Ganso não faz mais parte do elenco do Santos para 2010 e que o time tem bons jogadores, que podem suprir - claro que não com a mesma eficácia - a sua ausência.

O que menos contribuirá para o Santos agora é adotar a postura de lamentar a lesão do camisa 10 e passar o restante da temporada chorando o leite derramado. É possível fazer mais, as vitórias sobre Avaí e Goiás vieram sem Paulo Henrique, o Santos segue vivo.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Uma vitória cascuda

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Sem encantar, o Santos venceu o Avaí ontem por 2x1, na Vila Belmiro. Assim, o Peixe registra uma boa sequência de cinco vitórias consecutivas - quatro pelo Brasileirão e uma "vitória-derrota" contra o mesmo Avaí, pela Sul-Americana.

Neymar foi o principal jogador em campo. Pelo que mostrou de futebol propriamente dito - fez um gol aos 55 segundos, quando certamente muitos santistas ainda tomavam a última dose nos bares que circundam a Vila - e por mais uma vez ser tema de "polêmicas".


As aspas são necessárias porque, cá entre nós, as polêmicas envolvendo o Neymar estão cada vez mais chatas. A situação está virando cotidiana. Neymar faz algumas fintas e é caçado por todo o time adversário. O santista acusa os oponentes de violência, os rivais dizem que o santista é desrespeitoso e "precisa crescer". Cá entre nós, até acho que precisa - tomar o terceiro cartão por conta de uma simulação besta é algo criticável, tal qual dar um chapéu com o jogo parado também - mas, se é para condenar um dos lados, prefiro condenar o lado da violência dentro de campo.

À parte disso, o Santos mostrou sentir a falta de Paulo Henrique Ganso. Não só pela imensa qualidade do meia, mas também pela falta dela no seu substituto: Marquinhos, mais uma vez, fez uma partida apática. Sabe aquele jogador que tem pinta de "bom reserva", mas quando é efetivado não corresponde? Talvez seja o caso dele. O garoto Alan Patrick, então, se credencia para ser o titular da 10 quando Ganso estiver fora - mas aí a CBF o convoca para um torneio sub-19 na China (!) e o Santos se vê prejudicado...



Keirrison
Sim, foram só três partidas. Longe de mim querer crucificar um jogador que vestiu a camisa do Santos por menos de 270 minutos. Mas avalio apenas o que ele desempenhou até agora. Keirrison foi mal, muito mal, em todos os seus instantes pelo Santos. Está se escondendo do jogo de maneira assombrosa. Atentem para o seguinte: não é que ele está chutando mal, está perdendo gols, errando passes. Não, ele simplesmente não aparece no jogo. Isso é ruim. Talvez o duelo contra o Flamengo, no final de semana, seja seu último como "titular absoluto" - até porque seu reserva imediato, Marcel, fez um bom gol ontem.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Épico

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O Santos x Grêmio de ontem será daqueles jogos de que lembraremos por anos e anos. Não tanto pela importância da partida em si - a não ser que o Santos seja campeão e/ou o Grêmio rebaixado, e assim esses três pontos farão uma diferença danada - mas sim pelas circunstâncias do jogo.

Quando a partida ainda estava pegando no tranco, o Grêmio abriu o placar. Fábio Santos (de apagada passagem pela Vila) recebeu ótima bola e fez ótimo também cruzamento para Borges, que tocou para as redes com muita qualidade.


(E aí cabe um parênteses: esse foi o quarto ou quinto gol neste Brasileirão que o Santos leva de "quase impedimento". Sabe aqueles lances em que, na primeira olhada, parece que o jogador está numa banheira danada, mas depois verifica-se que há alguém dando condição? Então. Quando uma coisa começa a acontecer repetidas vezes, é hora de tratá-la como algo a ser consertado.)

O fato é que o gol gaúcho acabou não modificando muito o panorama da partida. Via-se um Santos com maior qualidade e potencial para criação de jogadas perigosas, mas talvez "respeitando" demais o adversário. O que parecia um erro - a instituição Grêmio FBPA é digna de todo o respeito do mundo, mas os 11 atletas que Renato Portaluppi mandou a campo ontem, nem tanto. O Santos poderia imprimir mais pressão, trazer para si o controle da partida.

Na segunda etapa, a peleja seguiu a mesma toada. Até que o Santos empatou, após um pênalti sofrido por Zé Eduardo e batido de maneira perfeita - e séria! - por Neymar.

O jogo a partir de então ficou aberto. E, dos 35 minutos em diante, chegou a dramaticidade que justifica o título do post.

Primeiro Alex Sandro, lateral que substituía Léo, recebeu dois cartões de maneira infantil e foi para o chuveiro mais cedo. Depois, Neymar invadiu a área e sofreu pênalti. Foi para a cobrança novamente. E, novamente, bateu sério - mas não fez o gol por conta de uma defesa magistral de Victor. O Grêmio se encheu de moral e foi para cima. Bolas alçadas na área, escanteios com o time todo subindo para tentar o cabeceio, pressão da torcida, mas nada do gol.

Até que aos 48 do segundo tempo, num contra-ataque rápido, Neymar chutou, Victor rebateu e Rodriguinho, de longe, fez o gol que selou a segunda vitória seguida do Santos.



O jogo de ontem deixou claro que o Santos está, no mínimo, interessado em lutar pelo título nacional. Se vai ser campeão ou não, é outra história. No sábado o Santos encara o desesperado Goiás, no Pacaembu. Tem tudo para alcançar o terceiro triunfo consecutivo. E deixar claro que Fluminense, Corinthians e cia têm mais um adversário na busca pelo Campeonato Brasileiro.

segunda-feira, agosto 23, 2010

Santos vence e anima torcida

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O Santos venceu - e bem - o Atlético-MG na Vila ontem. O resultado foi motivo de muita festa na Vila, por três motivos: o primeiro, por ser um desfecho perfeito para a novela Neymar, já de final feliz desde a quinta-feira, quando foi anunciada a permanência do garoto na Vila - ele foi o melhor em campo, com um gol, um passe decisivo e outras jogadas. Os outros dois motivos de celebração foram a retomada do time no Campeonato e o terceiro foi que a vitória acabou sendo mais uma cutucada santista no "pofexô" Vanderlei Luxemburgo, que deixou o estádio sob os gritos de "uh, mercenário" e "1, 2, 3, o Luxa é freguês".

Mais que a vitória peixeira, o que aconteceu na Vila foi um bom jogo de futebol. Principalmente na primeira metade do jogo, quando Santos e Atlético mostraram apetite de bola. O Peixe entrou em campo com um 4-4-2, diferente do 4-3-3 habitualmente utilizado na temporada. E com duas surpresas entre os titulares: Zezinho no meio-campo e Marcel na frente (havia a expectativa que a 9 fosse vestida por Keirrison desde o pontapé inicial).

Com a formação, o Santos mostrou coesão no meio-campo e pouca fragilidade nas alas. O Galo lançava mão da velocidade e dos rápidos contragolpes para complicar a vida do Santos. Mas apesar das boas chances criadas, nada de gols.

Veio a segunda etapa e Keirrison estreou no Santos. E, seguramente, seu momento de maior visibilidade na peleja foi quando esteve na lateral do gramado para entrar em campo. Ele não jogou nada ontem. E "nada" no sentido mais literal do termo - não se pode dizer que ele jogou mal, visto que praticamente não pegou na bola. Não, não estou fazendo nenhuma análise rígida sobre o atleta e seu futuro no Santos, só estou dizendo que, ontem, ele não jogou nada.

O Atlético estava mais frágil na segunda metade do jogo e foi aí que o Santos chegou aos gols. O primeiro em um pênalti contestável. Que foi mão do zagueiro, foi; mas cabem discussões daquelas intermináveis sobre se ele teve intenção de levá-la à bola ou não. Neymar, que já vinha bem no jogo, cobrou com seriedade e assim abriu o placar. Minutos depois, ele daria um passe decisivo para Danilo (que estava mal no jogo até então) fazer o segundo e decisivo gol.



A vitória deixa o Santos com 21 pontos. 12 a menos que o líder Fluminense, mas é preciso ressaltar que o Peixe tem um jogo a menos. Num campeonato em que o Santos nada mais tem a almejar senão a taça, a perspectiva é de um time que lutará enquanto os matemáticos deixarem as chances em aberto. Quarta-feira, contra o Grêmio em Porto Alegre, será o caso de deixar claro se essa reação é para ser levada a sério ou não.

quinta-feira, julho 22, 2010

Foi feio

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Ontem, contra o Atlético-PR, o Santos sofreu sua terceira derrota consecutiva pelo Campeonato Brasileiro. É a primeira vez neste 2010 que o Santos perde três partidas em sequência – e, até a derrota para o Fluminense, que antecedeu a de ontem, o Santos não havia perdido dois jogos de uma vez só.

A luz amarela está definitivamente acesa na Vila.

Num momento como esse, a busca de todos é por fatores que consigam explicar o que vem acontecendo com aquele que, ainda, é o melhor time do Brasil no ano.

E o impulso inicial é resumir os motivos da “crise” a fatores extracampo. Propostas do exterior; brigas dentro do elenco; jogadores mais preocupados em marketing do que com o futebol propriamente dito; e assim por diante.

Não que alguns desses fatores não procedam. Mas eles precisam ser dimensionados de maneira correta. Senão, como explicar que Neymar – que é o jogador, em tese, que mais seria afetado por todas essas questões alheias ao futebol – foi o melhor atleta santista no jogo de ontem, e que também tenha atuado bem contra o Fluminense?

O Santos de ontem mostrou deficiências que podem ser explicadas com uma simples análise puramente futebolística. O time esteve desordenado. Robinho fez uma de suas piores (senão a pior) aparições com a camisa do Peixe. As laterais foram verdadeiras avenidas – Pará e Maranhão não criaram, não marcaram e foram os caminhos por onde o Furacão construiu sua vitória. A dupla de volantes, antes tão celebrada, também não conseguiu se apresentar bem. Arouca estava visivelmente nervoso e Wesley relembrou o futebol que, em 2008, lhe garantiu o apelido de “Weslyxo” entre os santistas mais exaltados.

Soma-se a isso uma dupla de zaga mal postada e um goleiro que não chega a inspirar a maior das confianças e temos um time que não tinha como fazer frente ao Atlético de ontem, bem disposto em campo e magistralmente comandado por Paulo Baier.



O Santos segue o favorito para a conquista da Copa do Brasil. É, no papel, bem mais time que o Vitória. E já mostrou mais bola, em 2010, do que o adversário baiano. Mas o que já foi dado como favas contadas agora já não tem mais esse status.

E, finda a decisão, o time precisará ser reforçado, e de maneira uregnte. Keirrison chegou, mas não é o suficiente. Para faturar Brasileirão e Sul-Americana será preciso mais.

quinta-feira, maio 27, 2010

Vitória com chatices

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"Não vai ser outro 8x1". Esse mantra foi repetido incessantemente por imprensa e jogadores e torcedores de Santos e Guarani antes da partida de ontem. A referência, claro, era ao 8x1 que o Santos impôs ao time campineiro pela Copa do Brasil.

De fato, ninguém esperava outro massacre. Principalmente pelo fato de que o Guarani que joga o Brasileirão atual é completamente diferente da equipe que disputou (e fracassou) a A2 Paulista, e a própria Copa do Brasil.

Ainda assim, quando o Santos fez 1x0 com Neymar a dois minutos de jogo, uma sensação geral de "vai ter goleada de novo" se instalou na Vila.

Mas o Guarani endureceu, endureceu e endureceu, até chegar ao empate com Baiano (em falha de Felipe? Deixo o julgamento para vocês).

No segundo tempo, quando parecia que o empate se confirmaria, Marcel e Wesley fizeram os dois gols que decretaram a vitória santista.


Segunda vitória consecutiva pelo Brasileiro, mais três pontos na conta, e uma confiança maior para o clássico contra o Corinthians, no domingo.



Crise?
E não é que, apesar dos três pontos conquistados, o clima na Vila ontem esteve longe de ser pacífico?

Já havia uma aura tensa no ar, por conta do afastamento dos baladeiros André, Ganso, Neymar e Madson do jogo de sábado passado. Os três primeiros foram reintegrados (e jogaram como titulares) na partida de ontem; já o mini-atleta permaneceria fora do time, com normalização das atividades ainda não definida.

E quando o Santos fez o primeiro gol, o que deveria representar um alívio para time e torcida, veio justamente fazer o efeito oposto, concretizar a tal tensão. Neymar não dançou. Não celebrou, nem pulou. Apenas fez cara de bravo e abraçou os companheiros. No intervalo, quando questionado por um repórter, respondeu dizendo que "não havia clima para dancinhas".

A atuação do jovem foi entre média e ruim. Não se pode dizer que estava sem vontade; pelo contrário, era a vontade excessiva que o prejudicava. A ampla maioria das vezes em que dominou a bola tentou resolver o lance por contra própria, sem servir o companheiro. A ponto de, em um desses lances, a reclamação de Paulo Henrique Ganso (que foi ainda pior ontem) sair nítida na transmissão da Bandeirantes: "ele não passa uma!".

O fato é que o Santos está passando por um momento tão desagradável quanto desnecessário. É inconcebível que o time que joga o melhor futebol no Brasil em 2010, que foi campeão do único torneio já concluído que disputou e que é finalista do outro em curso, encontre tempo para esse tipo de chatice.

Vem agora o clássico contra o Corinthians, que faz a melhor campanha do torneio até agora. É o jogo que definirá o espírito do Santos até a parada para a Copa do Mundo. Vejamos o que acontece.

segunda-feira, maio 17, 2010

Instabilidade

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Durante a semana, o técnico Dorival Júnior declarou que não pouparia os jogadores do Santos no duelo contra o Ceará, realizado ontem, em Santos, pela segunda rodada do Brasileirão (as exceções seriam Léo e Robinho). A medida, segundo o técnico, se justificaria pelo fato do Brasileiro ser um campeonato no qual pontos não podem ser desperdiçados, e eventuais tropeços nessas primeiras rodadas seriam cobrados no futuro.

Pois bem: os titulares foram a campo, o time não venceu o Ceará e deixou uma bela pontada de preocupação na alma do torcedor, que agora vislumbra o duelo contra o Grêmio, na quarta, pela Copa do Brasil.

Não apenas pela futebol em si propriamente dito. Que foi bem fraquinho, é bom registrar: o Ceará poderia ter vencido a partida, se a arbitragem tivesse validado gol erroneamente anulado ainda no primeiro tempo, que deixaria os nordestinos com uma vantagem de 2x0. Mesmo na segunda etapa, o Santos não rendeu e o empate, pelo que se viu, caiu de bom tamanho.

Mas a outra preocupação que fica para os torcedores é em relação ao preparo físico do time. Contra o Ceará, se notou com facilidade uma dificuldade dos atletas para correr, marcar os adversários, se fazer presente em todos os lados do campo. Dorival falou sobre isso ao término da partida: disse que é complicado para um time que joga "quarta e domingo, sem folga". Ora, treinador! Estamos em um campeonato no qual quase a metade dos times está jogando "quarta e domingo, sem folga". Ou seja, essa não cola.

A expectativa entre os peixeiros é que o que aconteceu ontem tenha como explicação justamente uma concentração maior para o jogo contra o Grêmio.

quinta-feira, abril 15, 2010

Ora, bolas!

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Leio hoje sobre a entrega do polêmico troféu Copa Brasil (foto), ou "taça das bolinhas", para o São Paulo. Já escrevi sobre o que penso aqui e aqui, não vou me estender mais sobre o mérito da questão. Mas a decisão da CBF acabou causando ainda mais confusão. Afinal, o São Paulo conquistou seu quinto título brasileiro há quase dois anos e meio e, na época, a entidade até ameaçou entregar a taça ao clube, mas voltou atrás e calou-se. E a entrega para o time paulista só acontece agora, como possível represália de seu presidente, Ricardo Teixeira, contra o Flamengo, que votou a favor de Fábio Koff na eleição do presidente do Clube dos 13, há três dias. Kléber Leite, o candidato de Teixeira, foi derrotado por 4 votos. Curioso é que o São Paulo também votou contra o candidato da CBF, o que levanta a hipótese de picuinha de foro carioca ou, como preferem outros teóricos da conspiração, mais um episódio da novela "Morumbi na Copa", pois a Fifa insinuou novamente que a participação do estádio não está garantida. Disposta a apoiar a construção de um novo estádio na capital paulista, a CBF estaria dando a "taça das bolinhas" como "prêmio de consolação". Não creio. Acho que foi pancada no Flamengo, mesmo.

Buenas, confusões à parte e apesar de ser sãopaulino, fico chateado com o desfecho desta saga. Sim, porque dou valor à história do futebol brasileiro e objetos como esse troféu deveriam servir como chancela de tradição e continuidade, como acontece com a taça da Copa Libertadores. Acho que o grande erro foi a determinação de que a Copa Brasil fosse entregue ao clube que primeiro conquistasse cinco títulos, ao contrário da Libertadores, cuja posse é transitória e nunca será de ninguém. Porque a Copa Brasil tem sua história, estava lá no Maracanã quando o Atlético-MG derrotou o Botafogo, em 1971, passou pelas mãos dos gloriosos bicampeões do Palmeiras e do Inter-RS, nos anos seguintes, presenciou a batalha do Mineirão, em 1977, premiou o Flamengo de Zico, o Grêmio de Baltazar, o Fluminense de Washington e Assis. O mesmo objeto, em todas essas decisões. Deveria estar em disputa até hoje. E agora leva a pecha jocosa de "taça das bolinhas" e vai empoeirar numa sala qualquer do Morumbi, como pivô de intrigas das quais não tem absolutamente nada a ver.

Triste isso, mas puro reflexo da bagunça que era o futebol brasileiro antes da era dos pontos corridos. Ainda temos inúmeros problemas no torneio nacional, privilégios de certos clubes, manobras de bastidores, arbitragens polêmicas, prioridade do poder econômico, injustiças etc etc. Mas antes era muito pior. A lambança de 1987, centro das discussões sobre a "taça das bolinhas", é um exemplo. O torneio foi organizado pelo Clube dos 13, excluindo times como o Guarani, vice-campeão de 1986. Daí, entregraram o comando para a CBF, que mudou o regulamento no meio do campeonato. Ridículo, absurdo, estapafúrdio. Os times deveriam ter paralisado a competição. Mas se calaram e, no ano seguinte, voltaram alegres e contentes para os braços da CBF. É por isso que eu comemoro a era dos pontos corridos, apesar de tantos problemas. E é sintomático que essa democracia (quem faz mais pontos é campeão e quem faz menos é rebaixado, ponto final) tenha sido estabelecida a partir do primeiro ano de mandato do presidente Lula. Quer saber? Deem a taça para ele!

domingo, dezembro 06, 2009

Ranking sobre uma década de Brasileirão

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Hoje, além da última rodada do Brasileirão atual, encerrou-se uma década de futebol brasileiro. A década em que, seguramente - e falo sem ironia - o futebol nacional mais se mostrou sério. Afinal, depois da pataquada da João Havelange em 2000, chegamos a 10 Campeonatos Brasileiros consecutivos sem uma virada de mesa sequer. Quem caiu, foi rebaixado e jogou à Segunda Divisão, voltando para a elite (ou não) dentro de campo. E tudo isso é muito bom.

Com 10 anos também se pode fazer análises mais precisas sobre o desempenho dos clubes. Ver quem foi bem, quem foi "fogo de palha" e quem se sustentou como referência no futebol.

O Futepoca fez um levantamento com o "pódio" dos Campeonatos Brasileiros de 2000 pra cá. Com a listagem dos primeiros, segundos e terceiros colocados de cada edição elaboramos dois rankings, com os seguintes critérios: o primeiro, para continuar o espírito levantado pela palavra pódio, é o Olímpico - nele, uma única medalha de ouro vale mais que milhares de medalhas de prata, a mesma coisa valendo para a combinação de pratas e bronzes. E outro critério tem como inspiração uma referência cultural aos jovens da minha geração, o jogo Jogos de Verão, do Master System. Nele, para se definir a classificação final dos competidores após o término das provas, se adotava o seguinte critério: o primeiro lugar em cada prova rendia cinco pontos, o segundo três, e o terceiro apenas um. Aí se fazia a somatória dos pontos para se chegar à tabela definitiva.

Antes dos rankings, só a citação rápida de todos os pódios. Respectivamente, primeiro, segundo e terceiro colocados. 2000: Vasco, São Caetano, Cruzeiro; 2001: Atlético-PR, São Caetano, Fluminense; 2002: Santos, Corinthians, Grêmio; 2003: Cruzeiro, Santos, São Paulo; 2004: Santos, Atlético-PR, São Paulo; 2005: Corinthians, Internacional, Goiás; 2006: São Paulo, Internacional, Grêmio; 2007: São Paulo, Santos, Flamengo; 2008: São Paulo, Grêmio, Cruzeiro; 2009: Flamengo, Internacional, São Paulo.

Critério Olímpico:


Critério "Jogos de Verão":


Agora, um pouco de reflexão sobre os números encontrados.

Natural a ponta do São Paulo em ambos os critérios. Por pouco que o Tricolor não dispara ainda mais nestre 2009, já que passou perto de levantar a taça mais uma vez. E o segundo lugar é do Santos - confirmando que a relação "boa administração" e "bom desempenho em pontos corridos" não é tão precisa quanto se fala.

Mais relevantes são as ausências. Do grupo dos 12 times mais geralmente considerados grandes, não figuram na lista Atlético-MG, Botafogo e o Palmeiras. Também não há nenhum nordestino - o "bronze" solitário do Goiás é a única consagração de um time de fora do eixo Sul-Sudeste.

E quais as reflexões de vocês a respeito?

segunda-feira, novembro 30, 2009

Andrade, perto de quebrar um tabu

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Caso o Flamengo vença o Campeonato Brasileiro no domingo, além de finalizar uma hegemonia paulista de cinco anos e derrubar um jejum que os rubro-negros ostentam desde 1992, terá fim mais um tabu relacionado ao Nacional (ao menos desde 1971, a "era moderna" do certame): Andrade, comandante flamenguista, será o primeiro técnico negro campeão brasileiro.

flamengo.com.br
A relação dos treinadores campeões brasileiros pode ser consultada na sempre necessária RSSSF. A página traz todos os nomes e uma simples passada de olho deixa claro que não há nenhum negro entre os vencedores. Com "boa vontade" poderíamos incluir alguns mestiços, como Carlos Alberto Torres, Carlinhos e até mesmo o maior dos campeões brasileiros, Vanderlei Luxemburgo. Mas negro autêntico, inconteste, Andrade seria o primeiro.

É interessante ver como há pouquíssimos negros como técnicos no futebol nacional. Além de Andrade - que só foi virar técnico pra valer nesse ano, já que vivia na condição de "interino fixo" no Fla - só me lembro, de cabeça, de Lula Pereira, ex-América-MG, Botafogo-SP e que teve uma passagem fraca pelo próprio Flamengo.

Num meio em que, entre os atletas, os negros são maioria ou quase maioria, é inquietante constatar como poucos entre eles seguem o rumo que é natural para tantos outros da profissão. Racismo? Sei lá, acho que seria simplista colocar todo o peso disso nesse fato. Não tenho opinião formada. E vocês?

quarta-feira, novembro 25, 2009

Belluzzo: 'Vamos matar os bambi!'

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Antes mesmo de ter ameaçado dar uns tapas no juiz Carlos Eugênio Simon e ser suspenso pelo STJD, o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzo, já havia demonstrado seu "instinto selvagem". Um vídeo que circula pela internet mostra o dirigente numa festa de uma das torcidas organizadas do alviverde paulistano, em 17 de outubro, gritando ofensas contra o São Paulo:

- Vamos matar os bambi (sic)! Eles já morreram hoje! (veja o vídeo aqui)

Na época, o Palmeiras era líder, com 54 pontos, e o time do Morumbi estava cinco atrás. No dia seguinte, porém, o time de Belluzzo perdeu para o Flamengo por 2 a 0 em pleno Palestra Itália e, depois disso, degringolou. Hoje, ocupa o quarto lugar, três pontos atrás do líder...São Paulo.

Sou contra esse tipo de policiamento, mas que ele morreu pela boca, morreu. Talvez tenha sido empolgação de cachaça, que sempre rola forte nessas festas de torcidas organizadas. Ele até justificou, mas nem precisava. Deixa o homem, pô! Mas curiosa foi a reação parcimoniosa do superintendente de futebol sãopaulino, Marco Aurélio Cunha:

- Se fosse qualquer outra pessoa, todo mundo estaria descendo a lenha, mas o Belluzzo tem crédito. Cometeu este deslize, mas com o tempo vai aprender e não fará mais isso. Comentei com um amigo: é como vinho, para ficar bom tem de envelhecer. No futebol é assim, a experiência vem com o tempo.

Como se Marco Aurélio, com mais de uma década de cartolagem, não dissesse ou fizesse besteiras similares com vexaminosa frequência...

Mais uma vez, Urubu e Galo ganham na torcida

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De acordo com o site Globo Esporte, a média de público do Campeonato Brasileiro deste ano, a duas rodadas do final, é de 17.541 torcedores pagantes por partida - a melhor dos últimos 22 anos. E quem tem contribuído mais para isso são as torcidas do Atlético-MG e do Flamengo. O número total de torcedores no Mineirão foi de 730.691, o que dá uma média de 40.594. Já o Flamengo, que teve as melhores médias nas duas edições anteriores, está em segundo, com 682.038 no Maracanã (média de 37.891). Nas dez partidas com maior público no campeonato, o Urubu aparece seis vezes e o Galo, cinco - sendo que uma delas foi um dos confrontos entre as duas equipes:

1) Flamengo 0x0 Goiás (78.639 pagantes)
2) Flamengo 2x0 Fluminense (78.409)
3) Flamengo 1x0 Santos (77.063)
4) Flamengo 2x1 Atlético-PR (68.217)
5) Fluminense 1x0 Palmeiras (64.194)
6) Atlético-MG 1x3 Flamengo (63.385)
7) Atlético-MG 1x0 Vitória (57.901)
8) Flamengo 2x1 São Paulo (57.210)
9) Atlético-MG 2x1 Fluminense (55.713)
10) Atlético-MG 2x0 São Paulo (54.184)


No histórico do Campeonato Brasileiro, a média de público só ultrapassou a marca de 20 mil pessoas por jogo em 1971, 1980 e 1983. Não por acaso, edições em que o título ficou com o Atlético-MG ou o Flamengo. Confira:

1) 1983 (Flamengo campeão) - 22.953 pagantes/jogo
2) 1987 (Flamengo) - 20.877
3) 1980 (Flamengo) - 20.792
4) 1971 (Atlético-MG) - 20.360
5) 1982 (Flamengo) - 19.808
6) 1984 (Fluminense) - 18.523
7) 1972 (Palmeiras) - 17.591
8) 1981 (Grêmio) - 17.545
9) 2007 (São Paulo) - 17.461
10) 1976 (Internacional) - 17.010

domingo, novembro 08, 2009

Alívio

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Ontem, o Santos venceu o Náutico no Pacaembu por 3x1. Com a vitória, o time chegou aos 45 pontos - quantia que, segundo a maior parte dos analistas, livra qualquer time das possibilidades do rebaixamento.

Não que a queda tenha sido um temor real dos santistas em 2009 - diferentemente do ocorrido no ano passado, quando o Peixe acabou o primeiro turno do Brasileirão entre os quatro piores e flertou com a degola em muitas rodadas. Na verdade, neste 2009, a existência de mais times "dispostos a cair" fez com que o santista mais se irritasse com o futebol da equipe propriamente dito do que com qualquer possibilidade de queda.

De qualquer modo, é bom cumprir a cota de pontos e poder eliminar, de vez, o medo da degola.



E a partida em si até que foi divertida. O Náutico é realmente uma equipe frágil. Tanto que, no primeiro tempo, praticamente não ofereceu qualquer resistência ao Santos. O Peixe fez 1xo (num pênalti pra lá de mandrake) e poderia ter ido às redes mais vezes.

Veio a segunda etapa e Luxemburgo fez o óbvio: trocou os pífios Róbson e Jean por Mádson e Neymar. O banco a Neymar é até compreensível, já que o menino esteve com a seleção sub-17 até o início da semana e mal treinou no Santos. Mas quanto a Mádson... sim, ele estava numa decrescente, mas nunca, nunca que merece ficar na reserva de Róbson.

Com os dois baixinhos, o Santos entrou num ritmo interessante e parecia que iria golear o Náutico. Fez 2x0, mas, num contra-ataque, os pernambucanos tiveram um pênalti a seu favor (tão fajuto quanto o que beneficiou os santistas na primeira etapa, exemplo nítido de compensação) e diminuíram o marcador.

Quanto parecia que o Santos passaria um baita aperto - e deixaria de vencer após estar na frente, como fez contra Flamengo, Avaí, Internacional e São Paulo - Neymar resolveu mostrar porquê é um craque EM POTENCIAL (o caps é pra evidenciar que ele ainda não o é) e deixou tudo tranquilo. 3x1, vitória, 45 pontos e Série A em 2010.

Bastidores
Talvez tão importante quanto os 45 pontos foi o momento político que se passou na área onde os sócios do Santos ficaram ontem no Pacaembu. A partida de ontem foi a primeira após a oficialização da chapa O Santos Pode Mais, que, com Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues, lutará contra o grupo político de Marcelo Teixeira (que ainda não confirmou nem desmentiu sua candidatura) nas eleições do clube, que acontecem em 5 de dezembro.

Os oposicionistas estavam em maioria. E, na hora que o jogo já estava definido, entoaram com sucesso o canto "O Santos pode mais", que contagiou praticamente todos os que estavam na área dos sócios (com exceção óbvia dos que trajavam camisas da Rumo Certo, a chapa de Teixeira). Diferentemente do ocorrido em outros pleitos, Marcelo Teixeira parece estar em desvantagem. É esperar pra ver.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Medonho

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É fácil definir o jogo que Santos e Botafogo fizeram ontem na Vila.



Vila vazia (menos de 7 mil pagantes), um time na zona do rebaixamento e outro que só não está lá porque tem gente mais disposta a isso, futebol fraco, todos esses elementos estiveram presentes no duelo de ontem.

Eu até diria mais: Santos e Botafogo tiveram a proeza de fazer os dois piores jogos desse Campeonato Brasileiro. Ao menos os dois piores que assisti. O da ida (que acabou 2x0 para os cariocas) foi até mais medíocre que o de ontem. Mas ambos merecem todas as reprovações possíveis.

Como destaques de ontem, posso citar o goleiro Felipe e o lateral-esquerdo Léo. Fabão meteu uma bola na trave que certamente o renderá alguns minutos de entrevista nos programas esportivos; espero que nestes perguntem para ele sobre as três ou quatro bolas que ele entregou ao ataque botafoguense - que só não foram convertidas em gol por um misto de incompetência dos adversários e méritos do bom Felipe.

Falando no goleiro, foi estranho, bem estranho, ver Sérgio com a camisa do Santos, fazendo aquecimento atrás do banco de reservas. Repito: é a contratação mais inexplicável da história do Peixe.

Terminamos a rodada em 12º lugar - é a última posição que dá vaga à Copa Sul-Americana. Estamos com 36 pontos, 11 acima da zona do rebaixamento. Aliás, a queda não chega a ser um temor; considero que Fluminense e Santo André já estão 'caídos' e que as outras duas vagas ficarão com dois entre o trio Náutico, Sport e Botafogo. O que me faz pensar que 2009 não trará nem aquele gostinho de escapar do rebaixamento no final.

domingo, setembro 13, 2009

Três pontos, o que basta

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Eu já deixei - há tempos - de ter a esperança de ver esse time do Santos encantando no Brasileirão. E acredito que a maior parte da massa peixeira me acompanha nessa constatação. Então, nada mais a dizer sobre o jogo de hoje senão o seguinte: valeu pelos três pontos.

Santos e Santo André fizeram um jogo chato de se assistir, essa é a verdade. O Ramalhão mostrou o porquê da aparentemente irreversível decadência que vive no Campeonato. E o Santos foi aquilo que já sabemos.



Foi o primeiro de seis (no mínimo) jogos que o Santos fez sem a presença de Paulo Henrique Ganso, que jogará o Mundial Sub-20. Em seu lugar, Luxemburgo escalou Neymar. O que não foi o suficiente para abrir o time - o técnico optou pelo esquema com três volantes (Rodrigo Souto, Émerson e Germano) e contava apenas com Madson para fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque.

Acontece que o nanico estava em uma jornada para lá de infeliz (o que tem virado rotina, infelizmente. Alguém tem algum palpite para a explicação da má fase de Madson?). Com isso, a ligação acabou por ficar a cargo dos volantes. Émerson fez uma boa partida, e os outros dois, Souto e Germano, foram respectivamente o pior e o melhor em campo. Curioso.

Não apenas pelo gol, mas Germano realmente mereceu aplausos pela sua atuação na peleja. Combateu, deu passes rápidos, arriscou a gol e foi premiado com o único tento da partida.

Já Neymar... fiquei com uma sensação durante o jogo que, acredito, será acompanhada por muitos santistas. Neymar hoje lembrou bastante Robinho no começo de carreira. Alternou momentos de ótimo futebol com outros de firula plena. Em mais de uma oportunidade, poderia ter criado chances concretas de gol se não tivesse optado por uma gracinha absolutamente desnecessária. Foi nítida a irritação de Kléber Pereira, seu companheiro de ataque, em diversos momentos na partida. O Santos ganhou e esses gols acabaram por não fazer falta - mas espero que a orelha do menino seja devidamente puxada pelo professor Luxemburgo.

terça-feira, setembro 08, 2009

Pelo menos uma vitória

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Peço licença ao interino Moriti Neto para escrever um pouco sobre o jogo São Paulo e Cruzeiro. Esse foi o primeiro jogo do São Paulo no campeonato que assisti com atenção. Já havia também assistido a uma parte do confronto com o Palmeiras, na semana passada, o jogo que ninguém viu mas todo mundo odiou.
O que deu para notar nessas duas partidas é que, se de fato houve uma evolução do time depois que Ricardo Gomes assumiu o comando, esse avanço foi esquecido. No jogo contra o Palmeiras, Dagoberto ainda conseguiu três ótimas jogadas no primeiro tempo, e foi só. Contra o Cruzeiro, a criação foi nula. Uma profusão de passes errados, chutões sem sentido para a frente, faltas desnecessárias. Uma tristeza.

O time mineiro saiu na frente, com toda a justiça. Diego Renan aproveitou a saída errada de bola de Richarlysson - que, verdade seja dita, jogou bem - tabelou com Gilberto e mandou para as redes, aos 43 do primeiro tempo. Antes e depois disso, Rogério Ceni trabalhou bastante.
A vitória do São Paulo só aconteceu porque a zaga do Cruzeiro é uma mãe. O gol de Marlos foi uma baba. O meia foi conduzindo a bola desde o meio de campo numa boa, sem ser incomodado. Quando finalmente um zagueiro chegou perto, ele só cortou para a esquerda e bateu, sem muitas pretensões. Só que o goleiro Fábio engoliu um frango e a bola entrou.
O gol de Borges também foi presente. Dagoberto chegou antes do zagueiro em uma bola que tinha tudo para terminar nas placas de publicidade e cruzou, todo desequilibrado. Borges, que assim como Marlos acabara de entrar, ganhou a corrida dos zagueiros e marcou, aos 36 do segundo tempo. Rogério ainda teve que defender uma bola perigosa antes de comemorar a vitória.
Ganhar é bom, manter tabus contra adversários tradicionais também. A Raposa não vence o São Paulo pelo Brasileiro desde 2004. Num campeonato em que, dizem, o nível está dos piores, também é difícil cobrar muito. Mas que diabos? Depois de uma arrancada digna dos melhores momentos de 2008, o time esqueceu de novo como jogar? Se o motivo disso for a ausência de Hernanes, tanto pior. Significa que as opções do elenco não são das melhores.
Claro que, como foram dois reservas que decidiram o jogo, isso fica parecendo rabugice. Mas parece que o resultado veio muito mais pela sorte que pela qualidade. Vai bastar para o time se manter, pelo menos, entre os 4 primeiros?

André Dias é seleção

Não poderia deixar de comentar a nova convocação de Dunga para substituir os jogadores suspensos no duelo contra o Chile. Entre os nomes de Diego Souza, Diego Tardelli, Cleiton Xavier (que os palmeirense e atleticano do blogue comentem sobre seus jogadores) destaca-se nosso querido grosso, quer dizer, zagueiro, André Dias! Como? Como? Como? O que aconteceu enquanto eu não estava por aqui?

quinta-feira, agosto 27, 2009

Se fosse uma vitória, seria perfeito

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Serei sincero aos leitores: prefiro ver uma vitória meia-boca do meu time do que um bom jogo do qual o Peixe deixa o campo sem os três pontos na conta. Então seria hipocrisia da minha parte dizer que fiquei satisfeito com o que vi nessa quarta. Mas, apesar disso, não posso dizer que deixei o Urbano Caldeira fulo da vida.


Afinal, Santos e Inter fizeram um duelo cheio de alternativas e bons momentos de futebol de ambos os lados. Três gols para cada time e uma emoção que perdurou até o apito final.



O início meteórico do Santos sugeria até uma goleada. Nem bem se contavam 15 minutos de jogo e o Peixe já vencia por 2x0. Mas aí o Inter mostrou sua qualidade ofensiva - e o Santos, defeitos a retaguarda que não se resolvem nem por reza brava - e o Colorado empatou. Veio o intervalo, no segundo tempo o Inter foi à frente, o Santos buscou o empate e talvez até merecesse a vitória.

Defino como dois os principais aspectos positivos da partida. O primeiro é a recuperação - ao menos temporária - de Kléber Pereira. Centroavante vive de fazer gols. Se não faz, não há "pivô", "parede", "movimentação" que deem conta do recado (e nem isso Pereira vinha fazendo). Mas Pereira fez um belo tento contra o Goiás e hoje mostrou confiança para ir às redes duas vezes. O primeiro gol foi um golaço e o segundo teve certo grau de dificuldade, o que valoriza a conquista.

Outro ponto digno de nota foi a determinação do time. Pode se falar tudo do Santos de hoje, menos que o time foi relapso. Faltou atenção e até mesmo qualidade, mas não empenho para buscar os três pontos.

Em termos negativos, é preciso que se ressalte a péssima atuação (mais uma) do setor defensivo do Santos. Nem Felipe, que havia mostrado qualidade contra Goiás e Cruzeiro, foi bem hoje. O miolo de zaga assistiu ao Internacional fazer os gols e Rodrigo Souto, que deveria dar o primeiro combate (principalmente após o intervalo, quando Rodrigo Mancha deu lugar a Germano) fez uma de suas piores atuações pelo Santos.

Evasão
Pra fechar, mais um questionamento da série "perguntas mais do que manjadas, mas que sempre devem ser feitas": o que foi o público oficial da Vila Belmiro hoje? A contagem marcou menos de 8 mil pessoas e arrisco dizer que tinha muito mais gente por lá. Na contagem oficial, a Vila Belmiro pode receber 20 mil pessoas. Pergunto ao presidente santista Marcelo Teixeira: o senhor se responsabilizaria em chamar 12 mil pessoas na rua e convidá-las para o estádio?

terça-feira, agosto 18, 2009

É difícil, é difícil...

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Quando um jogo termina 0x0 e os goleiros são eleitos os melhores em campo, a impressão que fica é que a partida teve inúmeras chances de gol e que o placar não foi movimentado por méritos dos camisas 1. Santos e Cruzeiro fizeram domingo, no Mineirão, uma partida que seguiu os requisitos acima - 0x0 no placar e os arqueiros dos dois times como destaques principais. Apesar disso, o jogo esteve longe, bem longe, de ser um primor técnico.

A marcação dos dois times funcionou bem (ou os setores ofensivos que não sabiam criar?), e o primeiro tempo teve duas equipes que pouco pressionaram o adversário. Luxemburgo congestionou o meio-campo com três volantes - Germano e os Rodrigos Souto e Mancha -, o que impediu uma predominância cruzeirense mas também matou as possibilidades de criação peixeira. Os poucos lances de perigo do Santos foram causados pelo futebol aguerrido de Madson.

Veio a segunda metade da partida e Luxemburgo mandou Neymar para o aquecimento. A entrada do menino, ainda mais em jogos em que o Santos não está dominando o placar, já faz parte da rotina. O que surpreendeu foi a plaquinha que anunciava o número 10 para a alteração - saía de campo Madson, logo aquele que era o melhor santista em campo (com exceção do goleiro Felipe). Neymar pouco pôde fazer depois disso. Nas entrevistas após o jogo, Luxemburgo lamentou o empate e disse que o time poderia ter deixado o campo com os três pontos.


Concordo com o treinador, até porque o adversário não mostrou qualidade. Impressionante o abatimento que toma conta do Cruzeiro. É inimaginável crer que time e torcida apáticos que enfrentaram o Santos por pouco não foram campeões da América semanas atrás. Fábio decididamente é um monstro; mas um goleiro não pode fazer nada sozinho. Não faz sentido pensar no Cruzeiro como "rebaixável", até porque há muitos times piores que o celeste no campeonato (o próprio Santos, talvez). Mas a torcida azul já pode se planejar para assistir a Copa do Brasil no ano que vem.



Sei lá
Ontem, enquanto lia o Futepoca, uma manchete do parceiro Blog do Alex trazia a notícia: "Goleiro Sérgio, do showball à Vila Belmiro". Há dois goleiros de nome Sérgio na minha mente (e acredito que na maioria dos torcedores da minha geração): o cabeludo ex-Santos, que hoje atende pelo nome de Sérgio Guedes e faz carreira de técnico; e o narigudo que ganhou fama no Palmeiras e que, na minha inocência, já havia encerrado a carreira.

A primeira coisa que pensei era que o ex-palmeirense estava chegando à Vila para reforçar a comissão técnica do clube. "Ele trabalhou com Luxemburgo, sempre teve jeitão de disciplinado, deve estar querendo dar seus primeiros passos como técnico. Acho que é uma boa para o Santos", pensei.

Até que li a notícia com a atenção necessária. E vi que Sérgio está sendo contratado para ser jogador.

É difícil emitir comentários nessas horas. Até porque a figura do Sérgio não merece ser alvo de pancadas. Como eu falei acima, ele sempre se mostrou ser um sujeito simpático e bom profissional - tanto que, apesar da identificação com o Palmeiras, está longe de ser odiado pelas torcidas rivais do alviverde.

Mas é um cara com 39 anos de idade. Que estava jogando showball. E cujo último clube foi o Itumbiara, eliminado nas semifinais do Campeonato Goiano.

É, com sobras, a contratação mais inexplicável que vi na minha vida de santista.

Por isso o "sei lá" do intertítulo desse post. Ainda estou em estado de choque, esperando que alguém anuncie que é uma pegadinha. Sei lá - mesmo.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Mais uma partida para ir à segundona

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Calma, não é nenhuma ameaça aos times perto da zona da degola.


Ao contrário, no último final de semana foram disputadas as partidas de ida das quartas-de-final da terceira divisão do Brasileiro. Os times que tiverem vantagem no confronto direto já estarão classificados para a Segundona 2010.

Os resultados:

O Guaratinguetá, único paulista que segue na competição, bateu o Caxias-RS por 2 a 0, em casa. Precisa de apenas um empate ou derrota por um gol agora lá no sul.

Os outros três jogos terminaram em empates.

O Icasa-CE foi até o Pará e conseguiu ficar no 1 a 1 com o Paysandu.

O Rio Branco-AC foi a Alagoas e também empatou por 1 a 1 com o ASA.

Já em Pelotas, o Brasil não saiu do 0 a 0 contra o América-MG, com direito a perder pênalti. O jogo de volta será no Estádio Independência.