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segunda-feira, junho 21, 2010

'Só sãopaulino'

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Na "sabatina" que concede nesta segunda-feira ao "jornal" Folha de S.Paulo, o nefasto candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, relembrou seus primeiros tempos na política, nos anos 1960, fazendo uma revelação sobre o falecido ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta:

- O Sérgio não gostava que eu falasse, mas fui eu quem o convidou para o movimento político. Até então, naquele início dos anos 60, ele era só sãopaulino e tinha preferências eleitorais que prefiro não falar.

E eu prefiro não saber!

domingo, abril 11, 2010

Para jornalista, encontro do PSDB tem massa cheirosa

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Quando vi o vídeo da jornalista Eliane Cantanhêde, falando sobre o encontro do PSDB, que oficializou a candidatura do ex-governador de São Paulo, José Serra ao Planalto, desacreditei. Fui até o portal da “empresa jornalistica” para checar se era ou não uma montagem. E para surpresa, não era...

Cantanhêde, toda eufórica e serelepe, realmente anunciava que o Congresso do PSDB estava “diferente”, com muita “gente", "muita bagunça", "muita confusão" e, citando um off qualquer, disse que até parecia que o PSDB "estava virando um partido popular, de massa". Só que com aquela diferença... “Partido de massa, mas uma massa cheirosa".
Taí, depois o pessoal reclama que a “patrulha da lama” tá perseguindo...

Vale a pena assistir!

sexta-feira, março 19, 2010

E a Folha explica alguma coisa?

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A Folhaonline traz hoje uma etiqueta dispensável (como toda etiqueta) sobre "como servir cada tipo de cerveja no copo certo". Manguaça que é manguaça toma cerveja até em copo de geléia Cascão, ou de requeijão Mimoso com rótulo, ou mesmo no bico, que é mais fácil. Mas é interessante o primeiro "ensinamento" da Folha:

"A cerveja pilsen (...) deve ser servida em copo pilsener."

Ah, tá. Ainda bem!

segunda-feira, março 15, 2010

'Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos?'

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Para quem se surpreendeu com a Miriam Leitão defendendo as cotas raciais em universidades, uma senhora resposta de Ciro Gomes, na edição de hoje da Folha de S.Paulo, sobre o posicionamento do governo Lula em relação à Cuba e Irã. De fazer o senador Eduardo Suplicy corar de vergonha...

Folha - A política externa do Brasil está no rumo correto? Pergunto-lhe em função das últimas polêmicas sobre o relacionamento do governo brasileiro com Cuba e Irã.
Ciro Gomes - Estrategicamente o governo brasileiro está muito correto. Somos contra a intervenção em assuntos domésticos, seja de quem for, somos pela solução pacífica dos conflitos, e advogamos uma ordem mundial multipolar. Tudo o que o Lula faz guarda coerência com esses princípios. Nós consideramos que o embargo norte-americano a Cuba --e não é o governo Lula, eu estou falando --é a causa de todos os abusos que hoje ainda temos que assistir em Cuba. O embargo, essa coisa anacrônica, prepotente, e injusta dos americanos, que inacreditavelmente continua com o governo Obama, justifica a atitude defensiva de Cuba. O país está acossado por um inimigo externo iminente, a maior potência do planeta. Eu acho odiento o crime político. Mas, o embargo dá ao governo de Cuba a faculdade de dizer que aquilo não é crime de opinião, mas sabotagem, espionagem, serviço ao inimigo externo. Essa é a questão que tem que ser posta em perspectiva. De qualquer forma, não é o Brasil que vai resolver isso. O Brasil deu asilo ao [Alfredo] Stroessner, no que acho que fez muito bem. Isso tira da moral dessa gente, da direita truculenta, esse papo. Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos? Que dia? Em que circunstância nacional ou internacional? Esse papo furado é só para quem não tem memória. E o Irã: deixa os americanos fazerem uma aventura militar no Irã para você ver o que vai acontecer com o planeta. O Irã não é o Iraque. O Brasil não é a favor que o Irã desenvolva artefato nuclear. O Brasil tem uma posição contra armamento nuclear no mundo. Ele não é ingênuo. Queremos que o mundo se desarme.


Vale a pena ler outros trechos da entrevista. Além de dizer que sua candidatura ao governo de São Paulo seria "artificial" e de que o PT "é um desastre" no Estado (o que mereceu resposta), Ciro Gomes fala, na cara da Folha: "O Serra erra menos porque é protegido pela grande mídia."

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Serra usa a Folha para 'limpar' FHC

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Depois de ter gasto muito papel e tinta detonando o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por causa das enchentes em São Paulo, na tentativa de descolar a culpa do governo do Estado (uma ofensiva surpreendente, pois antes Kassab era explicitamente poupado), a Folha de S.Paulo cumpre nesta terça-feira um novo servicinho para José Serra (PSDB): rebater o inconveniente Fernando Henrique Cardoso, que no domingo passado usou o jornal concorrente O Estado de S.Paulo para publicar um artigo em que ataca grosseiramente o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff.

Sob o título "FHC reitera crítica a Dilma e contraria estratégia de Serra", o texto da página A4 de hoje apressa-se em acalmar o eleitorado tucano ao explicar, didaticamente, que, "se dependesse de Serra, FHC ficaria afastado da linha de frente da campanha, mas o ex-presidente avalia que, se o partido não defende seu governo, cabe a ele fazer esse debate". A Folha ainda futuca a ferida ao lembrar que, nas duas últimas eleições, os candidatos Serra e Geraldo Alckmin não defenderam os dois mandatos de FHC - que, em todas as vezes que abriu a boca, como agora, tirou muitos votos dos dois colegas.

Não contente, a Folha ainda usa a página A6 para dizer que "FHC cita méritos e omite erros". Há um quadro dizendo que o ex-presidente omitiu fatos em seu artigo sobre a redução da pobreza, o salário mínimo, os rendimentos dos trabalhadores e a dívida pública. "Em exatas 998 palavras e cifras que descem a minúcias não há uma única menção, no exemplo mais flagrante, ao crescimento econômico". Ou então: "O artigo dribla o incoveniente com saltos nas datas. Recorda-se, por exemplo, que, 'com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total' e depois menciona-se a taxa de 18% registrada em 2007, já sob o governo Lula". Quem diria, hein, Otavinho?

Essa súbita lucidez da Folha está com toda cara de querer avacalhar FHC e seu governo para que fique afastado e desgrudado da campanha do queridinho Serra. Tanto que, na página A7, com foto imensa, colorida e mostrando um sorridente (des)governador de São Paulo sentado em meio a criancinhas negras e felizes, há uma enorme matéria/release não-oficial com o propagandístico título "Serra estuda pacote para atender servidores".

Serviço completo, não parece? Um desagravo na primeira matéria, explicando que FHC pode dizer e passar o vexame que quiser, mas Serra não tem nada com isso (nem com o que ele fez na Presidência da República); outro texto complementar na sequência, desacreditando mais ainda o ex-presidente; e a imensa propaganda do candidato tucano como grand finale, com todo o destaque e foto simpática no alto de uma página ímpar. Deve ser por isso que o slogan da Folha fala em "rabo preso". E que seu departamento comercial tem um rato como símbolo...

Sorria, meu bem, sorria:

"A história vai acabar por reconhecer que nós mudamos o Brasil. Digo nós, não digo eu, incluo Lula nisso porque não sou mesquinho."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
(Folha de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A6)

"Agora, o que me preocupa neles [Lula e Dilma] é que o governo não investiu. Eles vão nos deixar uma herança maldita. Porque a capacidade de investimento no País está zerada."
José Aníbal, deputado federal pelo PSDB-SP
(O Estado de S.Paulo, 09/02/2010, pág.A4)


Como? Foi o FHC que melhorou o Brasil?? E o governo Lula não investiu e é uma "herança maldita"?!? Não dá. Acho que vou tomar uma cerveja...

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Sutil diferença

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Ontem fiz um post sobre o José Serra (PSDB) que gerou certa discordância entre leitores nos comentários, mas, pra não perder o costume, volto a cutucar a casca da mesma ferida - as enchentes em São Paulo e a incompetência tucana. Hoje, na página A8 da (aargh!) Folha de S.Paulo, uma foto-legenda de pé de página, com uma imagem do (des)governador paulista sendo entrevistado pelo Jornal Nacional, da TV Globo, diz o seguinte:

José Serra surgiu no "JN" instruindo que "quem estiver numa moradia que vai desabar tem que sair dela, para um abrigo da prefeitura, uma casa de parentes ou aproveitando a bolsa ou o auxílio moradia para alugar uma casa". Na manchete do portal G1, também da Globo, naquele momento, "Lula dá quase R$ 1 bi a atingidos por catástrofes no Brasil e Haiti"

Pois é, José. Sorte sua que deve ter uma "casa de parentes" pra ir...

Desabamento provocado pela chuva no centro de Embu (SP)

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Descaramento pouco é bobagem

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Na última página (A16) do primeiro caderno de hoje, a dispensável Folha de S.Paulo ressucita o papo furado de que "Lula é continuidade de FHC", numa entrevista com o economista tucano - óbvio! - Claudio Salm (foto). A penúltima pergunta e a impagável resposta são dignas dos anais do descaramento midiático:

FOLHA - O senhor é filiado a algum partido político? É tucano?
CLAUDIO SALM -
Nem tucano nem filiado a partido político. Votei no José Serra para presidente em 2002 e colaborei na campanha dele, mas não fiquei triste com a vitória do Lula.

Ah, tá...

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Tá explicado

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Ao voltar da Irlanda, em dezembro, passei por um período difícil de readaptação ao gosto de nossas sofríveis cervejas nacionais de maior consumo. Depois de sete meses provando dezenas de marcas européias (note-se: as mais populares de lá), meu paladar já não se convence tão facilmente de que as Skol, Brahma, Original, Bohemia e mesmo a tal de Antarctica Zero são, de fato, cerveja. E nem vou baixar o nível, falando de Kaiser, Itaipava, Nova Schin, Sol, Glacial, Lokal etc. Tirando a Serra Malte, a Brahma Extra e as "artesanais" como a Baden Baden e a Colorado, entre outras, o resto me parece - e já me parecia muito antes de eu ir morar no exterior - água gelada com uma mistura rala de cevada e espuma. E digo isso porque, como comecei a consumir cerveja com regularidade há mais de 20 anos, me lembro muito bem do (ótimo) gosto que as Skol, Brahma e até a Antarctica tinham naquela época. Simples: tinham gosto de cerveja, como hoje tem a Paceña boliviana.

Nessas festas de fim de ano, a família e os amigos estranharam quando, muitas vezes, eu parava de beber a loira gelada e partia para outras bebidas. E quando eu dizia que a qualidade da nossa cerveja está pra lá de sofrível, tinha que ouvir as piadas de que voltei ao Brasil com frescura, que "cerveja é tudo igual" e até mesmo que o nosso produto é o melhor do mundo (!!!). Aí não dá, não tem conversa. Porque é muito, muito ruim. Prova disso é o artigo publicado pela Folha de S.Paulo (enfim, alguma coisa útil naquele pasquim), do professor da Unicamp Rodrigo Cerqueira Leite, "A cerveja: bebendo gato por lebre", que nos foi enviado pelo camarada Don Luciano. O texto afirma, categoricamente: "(...) o milho (e outros eventuais cereais que não a cevada) constitui, em peso, quase três quartos da matéria-prima da cerveja brasileira, revelando sua vocação para homogeneização e crescente vulgaridade".

Segundo Cerqueira Leite, essa é a principal sacanagem da nossa inescrupulosa indústria cervejeira - a quarta maior do mundo, como ele frisa logo de início. A bebida deveria ser composta por cevada, lúpulo e água, mais fermento. "Tradicionalmente, o termo malte designa única e precisamente a cevada germinada", prossegue o artigo. "O malte pode substituir a cevada total ou parcialmente. A malandragem começa aqui. Com frequência, lê-se em rótulos de cervejas a expressão 'cereais maltados' ou simplesmente 'malte', dissimulando assim a natureza do ingrediente principal na composição da bebida. Com a aplicação desse termo a qualquer cereal germinado, a indústria cervejeira pode optar por cereais mais baratos, ocultando essa opção". Ou seja: usam milho, gastam menos, lucram mais. E nós ficamos com o prejuízo, a insatisfação e o gosto ruim (ou ausência de qualquer gosto) na goela.

Esse processo de mediocrização da cerveja com ingredientes impróprios já tinha sido comentado aqui no Futepoca por nosso amigo e colaborador Bruno Aquino, do site Cervejas do Mundo: "Muitas marcas substituem na sua totalidade o malte de cevada por arroz. As cervejas chinesas são um excelente exemplo disso, caso da Tsingtao. A americana Bud também aposta nesse cereal. Aliás, a cevada é muito mais cara do que arroz ou milho, pelo que muitos produtores optam por substituir parte da ceveda por um desses cereais, mais baratos, neutrais e de produção em larga escala". Falando das cervejas estadunidenses, aliás, Aquino também avaliou, sobre as Macro Lager, que "elas não são muito amargas, têm médio/baixo teor de álcool, pouco sabor e aroma". Alguma semelhança com as "cervejas" brasileiras?

E completou: "O mais importante é a produção em grande massa, cortando-se em cereais nobres como a cevada, malte e lúpulo e abusando-se do milho e do arroz. Pelo menos o produto final é barato, apesar da qualidade deixar muito a desejar". O problema é que, aqui no Brasil, o (péssimo) produto final nem barato é! Pra complicar, o professor Cerqueira Leite, em seu oportuno artigo, acrescenta: "Outro determinante da baixa qualidade da cerveja brasileira é a adição de aditivos (sic) químicos para a conservação. O mal não está só nessa condição, mas na sua necessidade. O lúpulo em cervejas de qualidade, sejam 'lagers', sejam 'ales', é o componente responsável pela conservação -além, obviamente, de suas qualidades de paladar. Depreende-se daí que os concentrados de lúpulo usados na cerveja brasileira são de baixa qualidade".

Pois é. Sem frescura, vou continuar a consumir nossas marcas mais vendidas. Mas com saudade das estrangeiras. Ou melhor, das cervejas de verdade...

sábado, novembro 28, 2009

Nojo

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Imagine alguém assinar um artigo, texto, seja que nome isso tem, dizendo que ouviu Otávio Frias Filho, o dono da Folha de S.Paulo, numa mesa de bar dizer que teve relações homossexuais na USP quando estudante ou que gostasse de cheirar cocaína em fechamento do jornal...

Alguém publicaria uma escrotice dessas? A Folha publicaria? Seria ouvido o personagem para que se defendesse?

Agora imagine receber um "artigo" de alguém que diz ter ouvido que o presidente da República, quando preso pela ditadura, tentou estuprar um companheiro de cela. Você publicaria sem consultar o acusado? Você publicaria sem checar isso com pessoas que estavam na mesma cela? Com pessoas que participaram do almoço em que o presidente teria dito isso?

Pois a Folha de S.Paulo, jornal que tenho vergonha de um dia ter assinado e lido por mais de uma década, publicou texto de César Benjamim dizendo isso, sem checar com ninguém.

Aqui não vale a desculpa de que o texto é de responsabilidade de quem escreveu. Como jornalista, já tive a oportunidade de mandar textos para a seção de debates do jornal. Eles leem cada linha e, quando não concordam com algo escrito, pedem para mudar.

Não tenha dúvida de que uma decisão dessas, de publicar algo pessoal em relação ao presidente da República, é tomada pelo próprio dono.

Torpe, sei lá que adjetivo usar. O que ficou claro é que caiu de vez a máscara da Folha e de seu diretor, se é que alguém ainda tivesse dúvida sobre seu caráter.

Piora muito o ato de pôr uma informação dessas na assinatura de um colaborador. É covardia, publica e diz que não tem nada a ver com aquilo. E bota isso de contrabando em três páginas de texto sobre o filme recém-lançado com a biografia do presidente.

Não sei mais o que escrever. Só sinto nojo.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Prova do Enem foi roubada na gráfica da Folha

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Essa é a manchete que ninguém deu, engraçado né...


Todas as notícias sobre o cancelamento do Enem fazem um ziguezague danado, culpam uma empresa terceirizada, falam das falhas na segurança no processo, mas não abrem pelo principal: "onde a prova foi roubada".

Ao que parece, pela apuração até agora da Polícia Federal, funcionários de uma empresa terceirizada que tinham acesso à gráfica pegaram as provas e tentaram ganhar uma grana vendendo para jornais. Em princípio, nenhuma conspiração do PIG contra o governo ou algo parecido.

Mas se for analisado o lado empresarial, fica claro que a falha de segurança ocorreu na Gráfica Plural, que pertence ao grupo que edita a Folha de S.Paulo. Ninguém vai cobrar a competência que eles cobram do governo o tempo todo? Ninguém vai exigir que a gráfica arque com os prejuízos de sua falha?

Ok, os organizadores da prova falharam na segurança, o governo foi incompetente etc...

Mas a gráfica da Folha terá de pelo menos imprimir as provas novamente de maneira gratuita, pois foi contrtatada por mais de R$ 30 milhões e falhou na segurança.

Se fosse um contrato com qualquer entidade privada arcaria com multas etc. E isso tem de ser cobrado agora. Chega de passar a mão na cabeça da imprensa (ou nos grupos empresariais responsáveis pelos veículos) quando ela erra.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Cancelamento do Enem, êta história mal contada

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Foi cancelado hoje o exame do Enem por conta de um suposto vazamento que teria ocorrido. Alguém teria ligado para a redação de O Estado de S.Paulo e oferecido as duas versões da prova em troca do pagamento de R$ 500 mil.


Estranho, por que alguém que quer vazar uma coisa dessas ligaria para um jornal? Seria para que esperasse o resultado e depois divulgasse a fraude?

Se é assim, louve-se a postura do jornal, que avisou ao ministro da Educação antecipadamente para que pudesse cancelar o exame. Mas mais uma vez a pergunta, por que alguém que tem isso em mãos vai oferecer a um jornal? Não sabe que jornal não paga por matérias, ainda mais esses valores? Ou paga e eu estou sendo muito ingênuo.

Uma segunda questão, a gráfica que imprimiu, a Plural, pertence ao Grupo Folha. Não dá para ser leviano e acusar a ninguém sem provas de nada, mas que essa história está muito estranha está...

Não acredito numa conspiração do chamado PIG a esse ponto, mas repito a pergunta, será que estou sendo ingênuo demais????

terça-feira, junho 09, 2009

Jornalões tremem com blogue da Petrobras

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Os blogues de Idelber Avelar, Luís Nassif e Luiz Carlos Azenha já trataram adequadamente do assunto. Mas como o Futepoca já entrou no assunto, vale persistir, por ser bastante interessante discutir isso na mesa do boteco, já que só com bastante "combusível" será possível analisar a postura dos jornalões, principalmente a Folha de S.Paulo e O Globo.

Os dois, principalmente, mas não só eles, adotaram a tática de publicar "matérias" para esquentar a CPI da Petrobrás. Os textos vão da inviabilidade da mamona na produção de biodiesel a supostas irregularidades em contratos etc. Com a tática de sempre: alguém vaza, o jornal publica sem provas, depois o mesmo jornal é usado como prova por quem vazou, normalmente algum parlamentar da oposição...

Ok. O script é conhecido. A novidade é que a Petrobrás desta vez resolveu responder a todas as acusações num blogue, clique aqui para ver. Inclusive todas as perguntas que são feitas pelos jornalistas e as respostas encaminhadas a eles.

Para quem não conhece como funciona a grande imprensa, cabe uma pequena explicação. Quando existe uma denúncia, qualquer que seja, os jornalistas fazem de conta que ouvem o outro lado. Na realidade, quase sempre já estão com a matéria pronta e enviam perguntas burocráticas, não importando o que o outro lado responda, publica-se a matéria e uma parte das respostas que não contradiga aquilo que já estava escrito.

Daí vem o desespero.

Quando a Petrobrás resolve publicar na íntegra o que foi perguntado e respondido prejudica, e muito, o funcionamento do esquema de lançar a denúncia e depois não dar direito de resposta, alegando liberdade de imprensa.

Não foi à toa que a Associação Nacional de Jornais (ANJ) – dos donos dos meios de comunicação – publicou nota oficial chamando a iniciativa da petroleira de antiética. “É uma falta de ética total porque você está fazendo com que todos os demais concorrentes da imprensa tomem antecipadamente conhecimento de uma determinada reportagem de um determinado órgão de imprensa”, diz o presidente da ANJ, Júlio César Mesquita.

Para quem reparou, o presidente da ANJ apela contra a publicação antecipada que avisaria os concorrentes dos “furos”. Ou seja, o problema é avisar os outros jornais. Sem comentários.

Na mesma linha, a Folha de S.Paulo,, segundo o G1, site das organizações Globo, informou que não considera adequado que questionamentos jornalísticos endereçados à Petrobrás sejam publicados pelo blogue antes que as respostas possam ser avaliadas e utilizadas pelos veículos que enviaram as interpelações.

Para O Globo, as perguntas encaminhadas por escrito são de propriedade do jornalista e do veículo. E, por esse motivo, a iniciativa da Petrobrás desrespeita profissionais e atenta contra a liberdade de imprensa, ao violar o direito da sociedade de ser informada, sem limitações.

Como o post já está longo demais, deixo os comentários para quem quiser fazer.

terça-feira, junho 02, 2009

Informação capota em acidente da Air France

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Nada como uma tragédia para mostrar o quanto a imprensa brasileira está despreparada para ir em busca de informações.

Na cobertura do acidente da Air France, sem muitos fatos, são ouvidos pretensos especialistas que ficam o dia todo especulando os motivos do acidentes. Ou são repetidas mil vezes na TV, no rádio e na internet declarações de autoridades que nada dizem.

Na falta do que fazer, tentaram, inclusive, causar intriga, pelo fato de o presidente Lula estar fora do país e não voltar correndo para fazer parte da pantomima. Mas não colou.

Agora, quando parece que foram encontrados os destroços, mais uma vez, os jornalões mostram o quanto estão despreparados para pôr notícias no ar com rapidez.

Veja os incríveis erros na matéria publicada pelo UOL como principal destaque nesta terça-feira:

Nelson Jobim confirma que 5 km de destroços localizados são do Airbus que estava desaparecido
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Atualizada às 17h28


Em entrevista coletiva no Windsor, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, o ministro de Defesa, Nelson Jobim, confirmou que os destroços localizados pela Aeronáutica são do Air France, que desapareceu na noite do último domingo (31) com 229 pessoas a bordo. A própria companhia informou que são 216 passageiros e 12 tripulantes, o que numa simples conta de somar dá 228.

Jobim disse que o navio Hércules da Marinha encontrou por volta das 12h30 desta terça-feira (2) cerca de 5 km de destroços de uma aeronave. Como todo jornalista deve saber, os Hércules são aviões de transporte e reconhecimento, nunca navios. Até porque as notícias do próprio UOL dizem que as embarcações da Marinha só chegarão amanhã ao local.

Os destroços são de fios, objetos metálicos, entre outros elementos, de acordo com Jobim. A investigação das circunstâncias e das causas do acidente serão realizadas pelo governo francês, segundo o ministro Jobim. Caso cheguem navios franceses para auxiliar no recolhimento de destroços, eles integrarão a operação brasileira já em andamento.

Segundo Jobim, as buscas pela aeronave continuam. A área de busca é de mais de 9 milhões de km2. Estranha a informação, já que todo o planeta tem 510 milhões de quilômetros quadrados.

O que for localizado pela Aeronáutica e pela Marinha será transportado, via navios, a até um ponto que fica a 400 km de Fernando de Noronha. De lá, helicópteros transportarão o material até Fernando de Noronha, onde peritos da Polícia Federal e do Instituto Médico Legal (IML) realizarão uma perícia.

O ministro disse que amanhã, às 11h, o navio patrulha da Marinha chegará ao local onde os destroços foram encontrados. Ele justifica a demora alegando que os barcos se deslocam apenas a uma velocidade equivalente a 30 km/h. O navio estará equipado com botes salva-vidas para o caso de sobreviventes serem encontrados. Jobim, entretanto, não quis falar sobre a possibilidade de encontrar sobreviventes. Precisa comentar a redação do texto.

Dois navios mercantes chegaram na tarde de hoje, ao local dos destroços avistados. Um terceiro navio mercante também foi desviado para o local. As três embarcações são de bandeira estrangeira (duas da Holanda e uma da França), e o desvio foi possível devido a acordos internacionais. Os navios mercantes estão no local exclusivamente para encontrar possíveis vítimas. O manuseamento dos destroços será feito somente pelos navios da Marinha. O que é mesmo manuseamento de destroços?

Jobim estava Walvis Bay, na Namíbia, onde se encontraria com autoridades do país. O ministro participaria de uma cerimônia de comemoração do 19º aniversário da Força de Defesa da Namíbia e do comissionamento do Navio-Patrulha Brendan Simbwaye à Marinha da Namíbia.

Com a decisão de suspender sua agenda oficial e retornar ao Brasil, Jobim será representado nas comemorações pelo comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto. Informação realmente relevante e que tem tudo a ver com o caso. O texto, que estava na principal manchete do UOL às 17h30 foi corrigido por alguma alma caridosa às 17h42, mas serve para ilustrar o nível de nossos grandes meios de comunicação. Se alguém duvidar, tenho aqui o texto original copiado no meu computador.

quarta-feira, maio 06, 2009

Melhor escola estadual de SP é a 2.596ª do país

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Alertado pelo camarada DeMarcelo, dei uma espiada na entrevista que a Folha de S.Paulo (argh) fez com Camilo da Silva Oliveira, diretor da melhor escola da rede estadual de São Paulo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a E.E. Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra (Grande São Paulo). Detalhe principal: ela foi apenas a 2.596ª no ranking geral do país (média 58,5, em 100 pontos). Não há melhor raio-x para o desmonte que o PSDB do (des)governador José Serra (foto) conseguiu fazer em terras paulistas. Para se ter ideia da discrepância, a melhor escola estadual do país, o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, mantido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), teve média 75,11 - ficando na 19º posição no ranking geral. Convenhamos que a diferença entre a 19ª e a 2.596ª colocação, não só pela gigantesca distância numérica, mas por tratar-se de estabelecimentos de ensino da mesma região (Sudeste), é pra lá de gritante. Pior ainda quando lembramos que São Paulo é o estado mais rico do Brasil.

Mas essas comparações nem a Folha e nem ninguém da "grande imprensa" se dispõe a fazer (pra variar). Pré-candidato assumido à Presidência da República em 2010, José Serra e seu governo catastrófico no estado de São Paulo continuam blindados pelos mais influentes meios de comunicação. Mas, de vez em quando, sai alguma coisa interessante. Como essa entrevista de Camilo Oliveira, diretor da escola de Tabão da Serra, que desabafa, com todas as letras: "O governo do Estado só me atrapalha". E prossegue: "Aqui é uma escola maldita, que vai contra os modismos de cada secretário. Depois da Rose Neubauer [gestão Mario Covas], em que as escolas perdiam aulas para treinamento de professores em horário de serviço, veio um que nem sabe o que é rol de conteúdos [Gabriel Chalita, gestão Geraldo Alckmin]. A escola, que já não funcionava, ficava uma semana em feira de ciências ou excursões para zoológico. Melhora o ensino? Vi que era fria e tirei a escola disso. No governo Serra, temos o terceiro secretário em dois anos e meio. Se o meu projeto dependesse do governo, estaria esfacelado".

E Oliveira diz mais: "O governo não tem a menor ideia do que fazer com as escolas. Deveríamos nos preocupar com o que realmente interessa, que é a aprendizagem dos alunos. Depois se acerta a burocracia. Hoje, os diretores ficam mais preocupados com as atinhas, e o aluno não tem aula. É uma inversão. É triste (...) esse caos em São Paulo". Questionado sobre o novo secretário paulista de Educação, o ex-ministro (de triste memória) Paulo Renato Souza, o diretor escolar já suspeita de suas intenções. "Ele [Paulo Renato] se tornou político. O problema é saber se o objetivo dele é eleger o Serra presidente ou melhorar o ensino. Se ele chegou apenas com visão política, as escolas vão seguir esfaceladas, sem conteúdos. Ele vai ser mais um". A Secretaria da Educação do governo Serra não respondeu as críticas.

quarta-feira, abril 08, 2009

O não-fato que virou factóide

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A campanha para as eleições presidenciais de 2010, na imprensinha brasileira, já começou. Pelo menos na (nefasta) Folha de S.Paulo, que, após o infeliz episódio da "ditabranda", comete novo ridículo ao ressuscitar um fato de 40 anos que simplesmente não aconteceu. No último domingo, 5 de abril, publicou a inacreditável "matéria" intitulada "Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Neto". Estapafúrdio. Nem um golpe baixo seria de tão baixo nível. Por isso, sem querer engrossar a marola que a imprensinha tenta fazer sobre o risível factóide, reforço aqui, como trabalho realmente jornalístico, dois trechos da carta do jornalista e professor universitário Antonio Roberto Espinosa que a Folha, pra variar, recusou-se a publicar:

1) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma.

Antonio Roberto Espinosa

Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de "Abraços que sufocam – E outros ensaios sobre a liberdade" e editor da "Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe".


É isso, fim de papo. E endosso a campanha: NÃO LEIO A FOLHA!

sexta-feira, março 06, 2009

Ainda a ditabranda

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O Movimento dos Sem Mídia promove amanhã (sábado, 7 de março), às 10 da manhã, um ato contra a ditabranda, expressão infeliz utilizada recentemente em um editorial da nefasta Folha de S.Paulo para tentar atenuar a violência brutal das ditaduras militares do nosso continente, entre as décadas de 1960 e 1980. O protesto acontecerá em frente ao prédio do jornal, na Alameda Barão de Limeira, 425, Centro de São Paulo. Alguém se habilita?

segunda-feira, março 02, 2009

A ditabranda, de novo

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Marcelo Coelho nem é um dos piores no que restou da FSP de que um dia já gostei (confesso, não precisam me torturar por isso). 

Mas ao tentar defender o indefensável, a Ditabranda, acaba entregando o patrão. Diz com todas as letras que foi Otavio Frias Filho quem fez a grosseria com o professor Comparato. Quem milita em jornalismo sabe que uma coisa dessas não sai sem ordem do patrão, mas Marcelo Coelho desmascara, literalmente:  

"Veio então a carta de Fábio Konder Comparato, dedo em riste contra a pessoa do diretor de Redação, Otavio Frias Filho, chamando-o ao pelourinho em praça pública. O diretor de Redação reagiu chamando de cínica essa conclamação prosecutória. Konder Comparato excedeu-se, num gênero jacobino que contrasta com toda a retórica democrática em torno da liberdade de expressão.  Tratava-se de defender Chávez, mais do que acreditar na tese de que a “Folha” teria passado a apoiar a ditadura. A resposta de Otavio a Comparato quis denunciar essa hipocrisia, essa indignação postiça, chamando-a de cínica." 

Se alguém duvidar, acesse: http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/

Quase tão bom quanto isso é um comentário que mostra a linha dos editoriais da Folha na década de 1970. Não consegui checar se é verdadeiro, mas o próprio Marcelo não se contrapõe. Veja o comentário na íntegra e a resposta de Coelho.

"[Paulo Moreira] [paulo.moreira@yale.edu] [paulodaluzmoreira.blogspot.com] 
Vamos tentar mais uma vez e supor que meu comentário não apareceu por alguma falha técnica. Recordar é viver - Editorial da Folha de São Paulo de 1971 "Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca ouve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social - realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. O país, enfim, de onde a subversão - que se alimenta do ódio e cultiva a violência - está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa que reflete o sentimento deste." Octávio Frias de Oliveira, 22 de setembro de 1971.

RESPOSTA de Marcelo:
o editorial de 1971 é péssimo. Mas você não se lembra de nenhum outro?

Sem comentário. 

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

A ditabranda do Otavinho na Folha de S.Paulo

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O Assunto jé é meio velho, mas não pode passar sem registro aqui no Futepoca por misturar política e, provavelmente, cachaça que alguém bebeu. Basicamente porque o líquido ajuda a destravar a língua, daí alguns acabam falando (ou escrevendo) sinceramente demais.


Em 18 de fevereiro, a Folha de S.Paulo, mais uma vez, soltou um editorial raivoso contra Chavez cahamando-o de ditador etc... pelo resultado do plebiscito em que poderá se reeleger quantas vezes quiser (e o povo deixar, óbvio). Até aí nada demais, Estadão e o Globo fazem o mesmo cotidianamente.

O pior foi a comparação: "Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente."

Ok, dá vontade de perguntar ao Otavinho (publisher do jornal) quem mais chama de Ditabranda a ditadura brasileira. Até onde sei, a Folha inventou essa agora. 

Não vou me estender muito em comentários, mas publicar as cartas enviadas pelos professores Fábio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides, por coincidência dois personagens que já entrevistei e dos quais tenho as melhoes impressões possíveis.

Cartas

Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!" 
MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES , professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP) 


"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." 
FÁBIO KONDER COMPARATO , professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP) 

Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa. 

Dizer que as indignações de Comparato e Benevides são obviamente cínicas e mentirosas... O que foi então esse editorial e a resposta da Folha, que não teriam saído sem a aprovação do dono do jornal, ou seja, Otávio Frias Filho?

Cabem as perguntas, o que eles beberam, fumaram ou cheiraram antes de tanta bobagem? Essas acho que nem Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi publicariam na Veja. Ou publicariam?