Destaques

terça-feira, junho 24, 2008

Depois da nova lei a pergunta: é possível enganar um bafômetro?

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É praticamente um dossiê (da promoção).



Desde de sexta-feira, 20, o motorista flagrado com mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue pode ser preso, multado em R$ 957,60 e perder a carteira. A lei, sancionada pelo presidente Lula, tem por objetivo reduzir acidentes de trânsito, o que todos aprovam. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Detrans (Abdetran) em 2001 em quatro capitais brasileiras (Brasília, Curitiba, Salvador e Recife) mostra que 61% das pessoas envolvidas em acidentes de trânsito tinham ingerido bebida alcoólica.

O ponto mais polêmico diz respeito à possibilidade de o motorista se recusar a se submeter ao teste do bafômetro e exigir o exame de sangue, mais demorado. Agora, quem fizer isso é considerado culpado, o que gerou reação de juristas que consideram inconstitucional a prática, já que é assegurado a todos os cidadãos o direito de não se incriminar.

Relatos de falta de bafômetros se derramam por todo país, no Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo.

Ainda assim, nesse cenário, a pergunta repetida por degustadores de ocasiões sociais (como os autores do Futepoca) e por bêbados contumazes é a mesma:

Um bafômetro pode ser enganado?

A resposta é sim. Mas não como quereriam muitos dos manguaças que bebem e dirigem.

Há dois modelos de etilômetro, os ativos e os passivos. No primeiro modelo, o suspeito de embriaguez assopra, a plenos pulmões, um tubinho que sentencia a quantidade de álcool no sangue. Já o passivo, capta o ar exalado pelo ébrio alvo do patrulhamento e só não revela com quem o cidadão bebeu. A polícia possui os testadores do primeiro tipo.

A tentativa sistematizada mais remota de enganar o instrumentos encontrada numa busca de internet foi registrada por entrevistados do Diário de Pernambuco em 1998, quando o Código Brasileiro de Trânsito entrou em vigor. Nem com uma porção de batata frita deu resultado. Outros relatos surreais e nada recomendáveis sugerem práticas escatológicas e até "baforadas" em uma parede de cal.

No programa MythBusters, do canal Discovery Channel, consta um dos mais exaustivos testes para se iludir bafômetros. Foram utilizadas técnicas como balas de menta, cebola, pilhas e moedas de cobre sob a língua, além de higienizadores bucais. No caso dos quatro primeiros, o resultado foi nulo. Mas depois de um bochecho com produto à base de álcool, uma surpresa: o bafômetro apontou mais gramas por litro de sangue do que a cobaia havia consumido. É que o sistema capta a quantidade de álcool no ar expelido pelos pulmões, presumindo que isso passou do sangue que irriga os alvéolos para o ar por difusão. O mesmo tende a ocorrer com sprays para a garganta que contenham álcool.

Ou seja, o bafômetro foi enganado. Outros registros indicam que a ilusão para pior dura cerca de dois minutos. Além disso, alguns desses higienizadores já se livraram do álcool em sua composição.

Aí está outro elemento de engano do bafômetro. Ocorre que o aparelho mede a quantidade de álcool por litro de ar alveolar, o que sai do pulmão. Para saber quanto de goró tem no sangue, há uma relação estabelecida por um valor médio de 2.100 mL de ar para 1 mL de sangue. Como algumas pessoas expiram mais ou menos ar por mL de sangue, a medição pode beneficiar ou prejudicar quem estiver, por questões de metabolismo, fora dessa média (se você também não entendeu, leia de novo).

Mas ninguém explica como fazer a taxa de conversão ficar favorável a quem quer burlar o aparelhinho.

Enquanto isso, na França
Desde novembro de 2007, o governo francês passou a incentivar a venda de bafômetros em supermercados. A intenção é estimular os testes voluntários ao preço de 1 euro (R$ 2,60). O valor seria suficiente para pagar uma latinha ou até uma garrafa (a depender do bar) no Brasil, mas não em Paris. Por lá, o limite é de 0,5 grama por litro de álcool e a parcela de acidentes provocados pela combinação de goró com o volante é de 28%. O modelo comercializado é descartável e se resume a um saquinho com um indicador que muda de cor.

Será que, se distribuíssem bafômetros nos bares, os motoristas embriagados deixariam de dirigir?

Leia mais sobre a "técnica viral" para burlar o bafômetro.

"Pelé, o saci-pererê do nosso futebol!"

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A esdrúxula definição no título do post é parte da locução de Estevam Sangirardi, da Rádio Panamericana, sobre a partida entre Brasil e França pelas semifinais da Copa do da Suécia, em 24 de junho de 1958. Mas o entusiasmo - quero crer que "saci-pererê" tenha sido um tremendo elogio - tinha razão de ser: depois de fazer o gol que eliminou o País de Gales nas quartas-de-final, Pelé pegou a confiança que faltava e, contra os franceses, marcou simplesmente três dos cinco gols brasileiros.

"Depois do jogo contra o País de Gales, senti que eu era macho (risos), que merecia ser titular naquele time de cobras", afirmou o Rei em 1993 à TV Cultura, em entrevista reprisada pelo programa "Grandes Momentos do Esporte". "Mas o jogo contra a França foi o que eu entrei mais tenso, pois era o time com o melhor ataque da Copa. Ainda bem que não foi a minha estréia, eu já estava mais seguro", acrescentou Pelé (na foto acima, aguardando o rebote do goleiro Abbes para marcar um dos gols contra a França).

De fato, como lembrou nosso camisa 10, os franceses tinham a melhor linha ofensiva da Copa, com Raimundo Kopa, Piantoni e Fontaine - que terminaria o mundial com 13 gols marcados, ainda hoje recorde absoluto em uma única edição. Os dois últimos, aliás, seriam os responsáveis por vazar, pela primeira vez, o time brasileiro. Até então, o Brasil não havia levado um gol sequer em quatro jogos. Na partida, saímos na frente logo aos 2 minutos, com Vavá. Fontaine empatou e Didi, com uma "folha seca", fez 2 a 1.

Ainda no primeiro tempo, o árbitro deixou de validar dois gols do Brasil: um de Zagalo, em que a bola bateu na parte de baixo do travessão e caiu meio metro dentro do gol, voltando para o campo de jogo, por causa do efeito, e outro de Garrincha, num impedimento absurdo. Mas os erros do árbitro galês Mervyn Griffiths (seria vingança pela eliminação de seu país nas quartas?) não impediram o "baile" na etapa final, com três gols do Rei.

Confira, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana:


Se não abrir, clique aqui


Ficha técnica

Brasil 5 x 2 França

Data: 24/junho/1958
Brasil 5 x 2 França
Local: Raasunda, em Estocolmo
Árbitro: Mervyn Griffiths (País de Gales)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

França: Abbes; Kaelbel e Jonquet; Lerond, Penverne e Marcel; Wisnieski, Kopa, Fontaine, Piantoni e Vincent; Técnico: Albert Batteux;

Gols: Vavá (2), Fontaine (8), Didi (39), Pelé (53), Pelé (64), Pelé (76) e Piantoni (85).

Boa notícia para o Corinthians

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O mercado da bola é mesmo imprevisível. Depois de receber míseros R$ 162 mil pelos 5% de direito, como clube formador, pela venda do zagueiro Betão (à esquerda) do Santos para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia (transação de R$ 3,74 milhões), o Corinthians ganhará agora, de presente, a bolada de R$ 7,7 milhões pelos direitos decorrentes da venda do atacante Jô (à direita), do CSKA, da Rússia, para o Manchester City, da Inglaterra (transação de R$ 57 milhões). O Corinthians tem direito a 10% sobre a multa rescisória, registrados no contrato de venda para o CSKA, em 2005, mais 3,5% de um tal "mecanismo de solidariedade" para indenização aos clubes formadores. Os 13,5%, portanto, totalizam R$ 7,7 milhões.

Se soubesse que essa dinheirama ia cair em seu colo, o presidente do alvinegro paulistano, Andrés Sánchez, teria pensado duas vezes antes de vender os direitos econômicos do atacante Dentinho (22,5%), do lateral-esquerdo André Santos (22,5%) e do zagueiro Renato (25%) à empresa D.I.S. Esporte e Organização de Eventos Ltda., o chamado Grupo Sonda, por R$ 5,4 milhões. Assim como Betão e Jô, Dentinho (à esquerda) e Renato (à direita) também são revelações das categorias de base do Corinthians.

Mas os R$ 7,7 milhões poderiam ser utilizados, por exemplo, para manter alguns dos destaques na execelente campanha que o time faz na Série B do Campeonato Brasileiro. Os direitos federativos do artilheiro Herrera (à esquerda) podem ser adquiridos por módicos R$ 3,54 milhões. Metade de seu passe pertence ao clube argentino Gimnasia y Esgrima e metade, ao empresário Ricardo Schilieper. Outro que veio emprestado, o atacante Diogo Rincón (à direita), do Dínamo de Kiev, custa exatos R$ 7,5 milhões.

A grana do Jô também poderia ser utilizada para quitar de vez os R$ 3,3 milhões, divididos em seis parcelas, que o Corinthians tem de pagar ao São Caetano pelo importante meia Douglas. Ou, então, procurar outro bom reforço no mercado. De qualquer forma, R$ 7,7 milhões despencando na conta assim, inesperadamente, é sempre uma boa notícia.

segunda-feira, junho 23, 2008

Marcelo Teixeira faz o santista passar vergonha...

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Não é a derrota para o Goiás que dói mais para o torcedor do Santos... É absoluta falta de profissionalismo, um amadorismo que não condiz nem com o clube da minha (quase) cidade natal, o São Vicente Atlético Clube, da gloriosa quarta divisão do Paulista. A notícia, publicada no IG deixa isso calro:

"Quando o técnico Cuca pensou que tinha visto o pior na noite de domingo, após a goleada por 4 a 0 sofrida diante do Goiás, em plena Vila Belmiro, teve mais surpresa: três representantes de uma das organizadas do Santos foram levados aos vestiários pelo diretor de futebol, Luiz Antônio Ruas Capella.

O grupo se reuniu com o treinador com um único propósito: exigir maior empenho do atacante Kléber Pereira. De acordo com esses torcedores, o atacante, grande nome do time atualmente, estaria se dedicado mais à noite do que ao time."

Vejam bem: o diretor de futebol do clube, o mesmo que negociou com Cuca enquanto Leão era técnico, e falou isso à imprensa quando o time estava se recuperando, que tem no currículo um sem-número de episódios patéticos, levou integrantes de uma organizada para cobrar um jogador... Por que a diretoria não cobra, se acha que é esse o caso? Precisa se escorar em torcedores? Ou será que fez isso porque não está honrando os contratos assinados, não pode cobrar os atletas e não quer que isso vaze?

Qualquer semelhança com o Corinthians de 2007 pode não ser mera coincidência...

Nenhum favorito passou

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Contando que não havia favoritos entre Alemanha e Portugal (forcei a barra?), nenhuma das seleções que constava como favorita nos jogos das quartas-de-final da Eurocopa chegou às semis (ou meias-finais, respeitando o léxico de nosso maior comentarista de Eurocopa, o Ricardo). Além de Portugal, a Croácia, a Holanda e a Itália deram adeus ao torneio europeu antes do planejado, em partidas emocionantes.
A Alemanha ganhou por 3 a 2 de Portugal (para minha tristeza). A Turquia levou o jogo para a prorrogação, tomou um gol aos 14 minutos do segundo tempo e empatou no último segundo, com um gol que até agora não sei de onde eles tiraram. Nos pênaltis, os croatas falharam.
A Rússia, da "nova" sensação Arshavin (que tem 27 anos, apesar da cara de 12), demoliu a Holanda com um 3 a 1 incontestável, que veio apenas na prorrogação. E a Espanha, quem diria, jogou melhor e VENCEU a Itália, nos pênaltis.
Agora, a Alemanha pega a Turquia - na quarta-feira - e a Rússia joga com a Espanha - na quinta. Quem passa?

Mas não era culpa do Leão?

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A derrota de ontem por 4 a 0 para o Goiás é a maior sofrida pelo Santos em casa na história dos campeonatos brasileiros. Ela iguala o 4 a 0 do Palmeiras em 2004, quando o “gênio” resolveu jogar o clássico com um time misto, preservando a equipe para ser derrotada pelo Once Caldas na Libertadores.

Se isso mostra que o resultado é pra lá de excepcional, também é um sinal de muitas outras coisas. O mais evidente é a pífia, e várias vezes criticada por esse escriba, administração do “rei” Marcelo Teixeira, que se pretende eterno. No século XXI, foi quem teve entre os clubes brasileiros o maior patrimônio em termos de jogadores, arrecadou mais de R$ 200 milhões apenas com atletas da safra de 2002 (embora pudesse ter arrecadado mais, se não fossem a trapalhada na renovação de Diego, as saídas “de graça” de Léo e Renato etc etc etc).

Essa absoluta incompetência deixou seu resultado mais palpável ontem. A “parceria” com Vanderlei Luxemburgo, período em que mais de duas dezenas de atletas, entre eles André Belezinha, Antonio Carlos, Magno, Petkovic e outros “craques”, passaram pela Vila Belmiro onerando os cofres do clube e não deixando qualquer legado razoável, foi o ápice da irresponsabilidade.

Vieram títulos nesse período MT? É verdade, o que serviu para iludir alguns torcedores, que não perceberam ou não quiseram saber o quanto o time deixava de se estruturar mesmo com a dádiva de ter revelado craques que só vieram à tona nas mãos de Leão. Este que, segundo parte da torcida e da diretoria, era o grande culpado da fase ruim do Peixe. Com Cuca, perdemos duas e empatamos uma e, pior que os placares, o modo da equipe jogar demonstrou que as “igrejinhas” feitas por falsos ídolos praianos estão dominando o ambiente. Mas a culpa não era do Leão?

Sobre o jogo

Cuca tentou, mas não conseguiu armar a equipe de forma diferente. Wesley na ponta direita e Molina na esquerda forma inoperantes. Tabata, nulo como de hábito, e Apodi, que treinou durante toda a semana como titular, não pôde estrear por conta de mais uma trapalhada da direção, que não o registrou a tempo. O Goiás, em relação à equipe que começou o Brasileiro, tem dois reforços importantes que fizeram a diferença ontem: Romerito, aquele que foi impedido de jogar as duas partidas da final da Copa do Brasil, e Iarley, inexplicavelmente pouco utilizado no Internacional.

O time do Planalto Central pode sair da zona do rebaixamento nas próximas rodadas, mas não deve ir muito além disso. Já o Santos, para subir na tabela, mais uma vez dependerá fundamentalmente da habilidade e da persistência do seu treinador. Não será fácil, o papel de Cuca deve ser mais de administrador e psicólogo do que propriamente de técnico. E remar contra a corrente, em meio ao mar de incompetência em que ele se encontra, será uma tarefa heróica...

No butiquim da Política - Papo (de bar) sobre ética

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Por CLÓVIS MESSIAS


Olá, amigos do Futepoca! Começo hoje a contribuir para o blogue com minha coluna sobre política, mas sempre no clima de "papo de buteco". E buteco que se preza - este é o nosso caso - começa em grande estilo: papo sobre ética na política. A abordagem de um assunto complexo exige premissas, que embora inconclusivas, podem ser esquecidas em benefício próprio.

Conhecemos, às vezes, as fraquezas psicológicas que alguns políticos passam. Advém daí a vulnerabilidade, surgida das necessidades, quase instantâneas. É difícil falar em ética numa política mercenária. Mas os mercenários existem porque há pessoas que acreditam no pagamento para a solução. Lei de Gerson (foto).

Mas voltemos a insistir: a ética é um bem do indivíduo. Vamos colocar a premissa de que a política democrática é igual à fraternidade. O substantivo feminino "fraternidade" nos conduz ao amor ao próximo, à harmonia, à boa amizade, a união com convivência.

Continuando o raciocínio, sendo a política uma fraternidade, deve-se, então, cultivar uma instituição fundamentalmente "ética". O substantivo feminino "ética" designa uma reflexão filosófica sobre a moralidade, sobre os códigos que orientam a conduta humana. A ética tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores. A política, a que me refiro, é uma organização ética, com códigos de valores e de condutas.

Política com ética e fraternidade deixará o Estado mais forte e seguro. Isto é que é papo de buteco. Buteco de respeito, tem papo de "saideira" à vontade. Olha, mas este papo é mais sério que muitos políticos. E eu não tomei nenhuma! Ainda!

Abraços a todos e até a próxima semana!

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

Ataque 2, Vasco 0

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Foto: Divulgação/Palmeiras.com.br
O ataque do Palmeiras resolveu a partida de domingo contra o Vasco em São Januário. Alex Mineiro e Kléber marcaram um tento cada e definiram a cabalística 51ª vitória de 101 partidas entre os times que, segundo alguns como Luiz Gonzaga Belluzzo, têm histórias parecidas.

Para um time que chegou a campo em um clima de crise por salários atrasados, ficou parecendo que a história era, para sobrar pauta pro OV, invenção da imprensa. Isso se pagarem amanhã.

A partida mostrou um Vasco com poucos recursos ofensivos para fugir da boa marcação do Palmeiras. Até Marcos driblou atacante. Diego Souza esteve melhor que Valdívia que, longe de resolver, tampouco esteve apagado no jogo. Explico-me: ele joga mais bola do que vem mostrando, mas não é craque, não resolve todos os jogos. Como ele pode jogar mais bola, tem cobrança, mas não o vi fugindo do jogo.

Martinez demonstrou uma elegância ímpar no meio de campo. Errou, pelas minhas contas, um passe. Mandou avisar que o recuperado Léo Lima vai ter que esperar a vez na reserva, para as formações verdes com três volantes.

É bom que Élder Granja se saia bem no jogo (cruzamento perfeito pra cabeçada plástica de Alex Mineiro aos 36 do primeiro tempo) em um jogo em que Leandro esteve menos presente.

O segundo gol, de Kléber, foi com um chute dentro da área após jogada individual. Esse tipo de chute o atleta tentou repetir outras duas vezes durante o jogo, mas por desarme ou tropeço, não conseguiu. No lance feliz, aos 29 do segundo tempo, pareceu era tão óbvio que ele tentaria chutar que o Alex Mineiro simplesmente pára à esquerda, não se posiciona para receber. Um belo gol.

Longe de isso significar o início da ascenção rumo à conquista, como quer Marcos, o mais torcedor dos jogadores, a partida mostrou um time tranquilo que soube resolver o jogo. Das nove finalizações, duas foram gol. Simples.

40 anos da tragédia de "Puerta 12" na Argentina

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O Lance! de hoje recupera uma história tenebrosa que, confesso, nunca tinha ouvido falar: a tragédia de "Puerta 12", que vitimou 71 torcedores no estádio do River Plate, Monumental de Nuñes, em 23 de junho de 1968 (há exatos 40 anos, portanto). Numa tarde de domingo, após um empate sem gols no clássico entre River e Boca Juniors, centenas de torcedores do Boca desciam os 80 degraus da escadaria entre a arquibancada e o portão 12 do estádio. Para surpresa dos primeiros que chegaram no último lance, a saída estava trancada. Sem conseguir abrir o portão, nem voltar ou avisar os que ainda desciam, sete dezenas morreram por asfixia ou esmagamento (a foto mostra o sangue na escadaria), fora um número não divulgado de feridos. O triste episódio, até hoje a maior tragédia do futebol argentino, foi recuperado recentemente no documentário "Puerta 12", do diretor argentino Pablo Tesoriere - sobrinho-neto de Américo Tesoriere, goleiro do Boca e da seleção argentina na década de 1920. Ele ouviu ex-jogadores, jornalistas, parentes das vítimas e dirigentes do Boca Juniors (a cúpula do River Plate ignorou o projeto). O governo argentino, na época, não cobrou uma investigação mais rígida. Ainda hoje, não há um culpado oficial, mas consta que o portão teria sido fechado pela própria polícia, pois a torcida do Boca tinha cantado a marcha de exaltação a Juan Domingo Perón, rival do ditador da época, Juan Carlos Onganía. Ou seja, teria sido um crime do estado. Por isso, o episódio rendeu apenas uma sanção econômica ao River e dois funcionários demitidos. A AFA (Associação de Futebol da Argentina) também é acusada de oferecer dinheiro a dirigentes para que renunciassem a seus cargos.

Trailer do documentário

domingo, junho 22, 2008

Clóvis Messias é o novo colaborador do Futepoca

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Agora está confirmado: estréia nesta segunda-feira, dia 23, aqui em nosso blogue, a coluna "No butiquim da Política", com o histórico jornalista Clóvis Messias (foto). Dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo, Messias quer abordar, de forma didática (ou antes: no formato de papo de buteco), temas espinhosos mas cruciais como ética na política, falta de comprometimento dos políticos com os eleitores e partidos, má utilização do dinheiro público, democracia "sofismática", enfim, um monte de assuntos para dar pano pra manga aqui no Futepoca.

Conheci Clóvis Messias por meio do programa de rádio ABCD Maior no Ar, que apresento diariamente na região do ABC paulista. Modesto, quase nada fala de sua carreira - que é extensa. Fuçando no site de Milton Neves, descobri que esse paulistano da Vila Matilde começou na Rádio Nacional em 1957, e também na TV Paulista. Dois anos depois, estava na TV Continental, no Rio de Janeiro. Por ela, Messias cobriu a inauguração de Brasília e integrou a famosa equipe esportiva comandada pelo cronista Waldir Amaral, em link com a Rádio Panamericana de São Paulo (aquela das narrações de jogos do Brasil na Copa de 58, que estamos reproduzindo aqui no blogue).

Ainda no Rio, Messias trabalhou na Rádio Tupi e na Mayrink Veiga. De volta a São Paulo, em 1965, foi trabalhar na Piratininga. Pouco depois, chegou à Rádio Jovem Pan, onde ficou por quase dez anos. Em 1974, foi levado para a Rádio Bandeirantes. Na hoje Band-AM, Clóvis Messias integrou a equipe em que Fiori Giglioti era narrador. Em 1976, começou a cobrir política, tanto na Assembléia de São Paulo quanto no Congresso Nacional. Participou também da implantação da Central Brasileira de Notícias (CBN de São Paulo) e coordenou o jornalismo na Rádio Capital-AM.


Foto do site do Milton Neves: em 1969, no Pacaembu, jornalistas entrevistam o Rei Pelé. Clóvis Messias é o primeiro à esquerda, de costas.

sábado, junho 21, 2008

Tamanho da crise e a oposição: tem ainda o jogo com o Vasco

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Um dos mais extensos títulos da história é só pra lembrar do pé do post, que fala sobre bola rolando. Mas antes, a crise.

O Observatório Verde fez a compilação do caso do atraso dos salários dos jogadores palmeirenses. Reclamam do excesso de ênfase que o tema ganhou na imprensa e dizem que não é chato, mas não tão grave.

É grave, claro. É errada e fórmula do fracasso essa história de não pagar salário.

(Parênteses: em 2007, o Palmeiras atrasou salários, o que gerou um clima péssimo com os jogadores e a saída de Paulo Baier. Há males que vem para bem, mas atualmente não vejo ninguém pra mandar embora do elenco desse jeito.)

Toninho cecílio, ex-zagueiro e gerente de futebol do clube prometeu pagar até terça-feira. Ou sexta.

Élder Granja, lateral direito, deu uma declaração curiosa: "(...) no futebol atrasar dez dias não é atraso. É normal." Não se sabe se é pra fazer média com o patrão ou se é um arroubo de sinceridade. Não duvido de um saudável misto das duas coisas.

Mas junto da saída do diretor de Marketing, Carlos Augusto Mira, começa a dar a impressão de que tem mais oposição nessa história de crise.

As acusações de Mira são graves. Ele diz que alguns diretores receberiam comissão em negociações de patrocínio e que cláusulas de confidencialidade em contratos do clube não ajudam. Como o clube não é público (longe disso), não há nada tão errado no sigilo, embora ele não seja desejável.

Acusações contra o ex-presidente do clube nunca faltaram.

Serafim Del Grande, presidente do Conselho, disse que não aceita a demissão e que já abriu sindicância para apurar as denúncias.

Há quem defenda a tese de que, quando não se quer descobrir nada, é só criar uma comissão para se encarregar do enterro. Sei lá se é o caso.

Desde que não haja risco de Mustafá Contoursi voltar, que se apure tudo. Se houver o risco, que se apure também outras gestões. E até o contrato com a Antártica.

Tudo bem, eu exagerei.

Jogo
Construída de fora para dentro ou da oposição para a imprensa, é no meio dessa onda que o time vai a São Januário. Entra com Diego Souza como titular, mostrando que Luxemburgo, leitor do Futepoca, sentiu o peso das críticas à formação com três volantes. É verdade que ajuda, na decisão, o fato de Léo Lima não ter recuperado o bom futebol depois da contusão do final do paulista e de Diego ter jogado bola na vitória imponente sobre o Cruzeiro.

É bem complicado tentar a primeira vitória como visitante no campeonato contra o Vasco.

Cadê a bola? Cadê, cadê?

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"Exuberante o futebol/Da Portuguesa faça chuva ou faça sol". Cantarolava os lindos versos do hino da Portuguesa Santista, a mais Briosa de Ulrico Mursa, no fim do expediente da sexta-feira. Ao ouvir o trecho da música, Carminha, a Eminência Parda deste blogue, riu e fez cara de descrédito em relação à existência de tais palavras concatenadas de forma poética, engendradas em uma melodia cativante.

Para provar a existência dos versos, procurei na internet o hino. Achei o sensacional site Hinos de Futebol Podcasts e lá estava o hino da Briosa. Obviamente, é inevitável continuar a fuçar mais canções brilhantes dos times de futebol, como o conterrâneo da Lusinha, o Jabaquara, que tem em seus versos um dos piores cacófatos da história dos hinos: "Jabuca, Jabuca goooool".

Há outras pérolas da poesia nacional, como se vê no hino do São Bento, "Gol sorocabano, vai ganhando Azulão.../Gente de tutano tricotando o balão...". E quem quiser pode escutar o pra lá de animado hino do Taquaritinga, o portentoso CAT do Marcão, que tem versos como "Com as palavras se escreve sua história/ E com jogos muitas glórias/Que alegraram a multidão". O conceito de "multidão" na letra certamente é bastante elástico.

Mas uma indicação do Olavo mostrou aquele que deve ser o hino mais sensacional do futebol brasileiro. Trata-se da música que saúda o Goiânia Esporte Clube. O áudio evidencia o cuidado com o arranjo, um galo que carcareja de quando em quando na gravação, o órgão que fica entre a música de igreja e a Jovem Guarda, e o refrão que tem um tom quase de anúncio publicitário. A letra abaixo demonstra o primor e originalidade:


O galo carijó é professor.
O galo carijó é brigador.
O galo quando entra no rebolo
pega a bola, faz o gol, esconde a bola e ninguém vê

Cadê a bola?, cadê cadê?
Goiânia Esporte Clube futebol é com você!
Com você!!

Cadê a bola?, cadê cadê?
Goiânia Esporte Clube futebol é com você!
Com você!!Com você!!


Vale a pena ouvir aqui, é comovente... Se você tiver um hino pra indicar, fique à vontade, leitor.

sexta-feira, junho 20, 2008

Sangue esguichou durante Brasil x Paraguai!

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Domingão, cinco e meia da tarde, e nada pra fazer num pacato bairro de Jundiaí, no interior paulista. E lá estava o aposentado, de 65 anos, esticadão no sofá, apreciando o Paraguai vencer a seleção brasileira (foto ao lado). Foi então que sua esposa, uma costureira de 71 anos, surgiu apavorada na sala. O motivo: estava jorrando sangue do chão do banheiro! Nesse momento, começaram a brotar poças de sangue no chão da cozinha e da própria sala. Os jatos atingiam cerca de 20 centímetros. "-Era tão alto que você podia pegar o sangue com um copo", disse uma vizinha, a quem a dona da casa ligou logo após o estranho fenômeno. Quando a vizinha chegou, notou o líquido vermelho também dentro de um quarto que, até então, estava trancado. O sangue só não apareceu no cômodo dos fundos. Depois de limparem a sujeira com água quente e álcool até o início da madrugada, a vizinha voltou para sua casa. Cinco minutos depois, o sangue começou a esguichar novamente, das paredes e batentes das portas. Um laudo do Instituto de Criminalística confirmou que tratava-se, de fato, de sangue humano! Pior: como esse é o país da piada pronta, o fato inexplicável ocorreu em uma casa (foto à direita) da rua Antônio Bizarro - é sério: o nome é esse mesmo! Teria sido esse estranho acontecimento, bem na hora em que o Paraguai nos vencia, um aviso divino (ou diabólico) ao Dunga?!??

Selecinha em quinto nas eliminatórias

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Com a vitória ontem do Chile por 3 a 2 contra a Venezuela, o Brasil caiu para o quinto lugar nas eliminatórias sul-americanas. Hoje, teria de disputar a vaga numa repescagem contra alguma seleção da Oceania.

Na realidade, isso não quer dizer nada porque estamos apenas no primeiro terço dos 18 jogos das eliminatórias e ainda teremos pela frente times como Peru e Bolívia para somar pontos, já que estão nas últimas posições.

Mais que isso, o importante é que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, começou a fritar o anão que dirige a selecinha.

Segundo matéria da Folha Press, publicada hoje, fez acordo com Ronaldinho Gaúcho e impôs a Dunga a convocação do meia para os Jogos Olímpicos entre os jogadores acima de 23 anos.

Quem se lembra de como Teixeira costuma atuar, tem certeza de que Dunga está na marca do pênalti. Se não ganhar o título...

Após o jogo contra a Argentina, este escrevinhador de bobagens fez uma quadrinha em homenagem ao anão e à selecinha. Está lançado o desafio, quem quiser, complete...

A música é a de: Teresinha de Jesus...

Homenagem à selecinha

Selecinha, do anão
Tem dois jogos, faz gol não.

Argentina, Paraguai
Mesmo assim, Dunga não cai.

O Ricardo Teixeirão
diz que a culpa é dele não.

Se na China não ganhar
De técnico, o Brasil vai trocar

Luxemburgo, Felipão
nenhum deles num vem não

Pros Bambi vai sobrar
Sem o Muricy, eles vão ficar

quinta-feira, junho 19, 2008

Carrasco brasileiro pode ir para o Manchester United

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Mesmo eleito o melhor jogador da América do Sul em 2007, o paraguaio Salvador Cabañas, por conta de seu físico, digamos, peculiar, era motivo de troça até bem pouco tempo no Brasil. Mas depois de ser decisivo na eliminação de Flamengo e Santos na Libertadores e na derrota do Brasil para a seleção do Paraguai nas eliminatórias, os brasileiros que só olham pro umbigo e para a Europa começaram a vê-lo de forma diferente.

E parece que a Europa também começa a enxergar Cabañas. O jornal mexicano Milenio divulgou o interesse do campeão europeu, Manchester United, no futebol do paraguaio de 27 anos. Segundo o periódico, a proposta deve ser formalizada nos próximos dias para o América do México. O contrato do atleta vai até junho de 2009 e o time mexicano, caso não aceite negociá-lo, pode ficar sem qualquer dinheiro com sua saída.

A proposta do clube inglês para Cabañas envolveria um salário anual de dois milhões de euros por ano para o paraguaio. Se algum clube brasileiro quiser concorrer, já sabe quanto vai ter que desembolsar...

A cerveja japonesa para crianças

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Mais uma pauta soprada pela iminência ruiva.

A sensação do momento no Japão é a Kodomo no nomimono, ou "Cerveja da Garotada", numa tradução livre. A bebida não é alcoólica, mas imita o colarinho da cerveja, e está no mercado há dois anos.

Entendeu? Tem mais aqui

A bebida é vendida em pacotes de seis garrafas no padrão longneck (foto) e em latinhas de alumínio.

"Imagine esses produtos vendidos por aqui? Com tanta preocupação com 'as crianças' hoje em dia, duvido que a cerveja de mentirinha para crianças passaria do primeiro passo de qualquer empresa de bebidas", escreve Michael Keferl, autor do blogue criado por Akemi Kilian-Nakamura, CScout Japan.

Com ajuda do Google Translator, parece que a página da linha infantil de falsos gorós, Sanfaria diz o seguinte: "A mãe e o pai vão brindar? As crianças também participaram, por favor. Eu quero Children's, um brinde!" E mais adiante: "Na festa de aniversário, na festa da estação, na festa da cereja, em um churrasco ao ar livre (...) vamos brindar".

Keferl explica que há diferenças entre ocidentais e nipônicosque podem ser notadas "em pequenas coisas da vida" como esta. "O Japão é conhecido por sua cultura de grupos de bebida e isso, na verdade, é uma ótima forma de incluir as crianças em festas de família", contextualiza.

Você serviria a falsa cerveja para seu(sua) filho(a)?

"Os minutos corriam rapidamente, plagiando os companheiros de Bellini"

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Hoje faz 50 anos que o Brasil enfrentou o País de Gales pelas quartas-de-final da Copa do Mundo da Suécia, em jogo disputado no estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo. Depois de passar facilmente pela União Soviética, considerada uma das favoritas ao título, a seleção canarinho não esperava enfrentar tanta dificuldade na primeira partida eliminatória: os galeses atuaram com dez na defesa, num ferrolho que os brasileiros precisaram martelar por 71 minutos até fazer o gol e garantir a vitória - e a classificação para a semifinal, contra a França - pelo magro placar de 1 a 0. O título do post, retirado da transmissão da Rádio Panamericana (que você pode ouvir abaixo), dá idéia do desespero: o time do Brasil correndo, o adversário retrancado e o tempo passando assustadoramente depressa.

"O jogo mais difícil foi contra o País de Gales", sentenciou o ex-volante Dino Sani ao Estadão na última sexta-feira. "Naquele tempo a gente não conhecia os jogadores como hoje", observou. A partida contra o País de Gales marcou a revelação de Pelé para o mundo. "Ninguém sabia direito quem era esse Pelé", frisou Dino Sani ao Estadão (na foto acima, o menino Pelé, de 17 anos, sendo seguro por um galês). "Quer dizer, se ele estava lá, é que era bom. Mas só quando começou a jogar é que vimos que iria longe. Mas ninguém imaginava que iria tão longe assim. Foi o maior de todos", frisou Dino Sani.

Na partida seguinte, contra a França, Pelé voltaria a brilhar, com três gols, e ainda marcaria mais dois na decisão. Confira, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana, do confronto entre o Brasil e o País de Gales:



Se não abrir, clique aqui


Ficha técnica

Brasil 1 x 0 País de Gales

Data: 19/junho/1958
Local: Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo
Árbitro: Hriedrich Speilt (Áustria)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Mazola, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

País de Gales: Kelsey; Williams, M. Charles; Hopkins, Sullivan, Bowen; Medwin, Hewitt, Webster, Allchurch, Jones. Técnico: Jimmy Murphy;

Gol: Pelé (71).

A "cerradinha" do País de Gales

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Parecia uma barbada. O Brasil tinha fechado a primeira fase com uma grande apresentação contra a União Soviética e o selecionado de País de Gales, dois dias antes, passara por uma partida desempate desgastante contra a Hungria. Além disso, o craque galês John Charles, atacante da Juventus de Turin e tido como um dos possíveis destaques da Copa, estava contundido e não jogaria.

Mas não foi bem assim. Segundo a Gazeta Esportiva Ilustrada, a equipe européia não passou mais do que 10 minutos do jogo com a posse de bola. Um esquema defensivo que lembrava as retrancas de times do interior paulista, que a publicação comparava à “cerrradinha”. Tal sistema foi celebrizado por Caetano de Domenico, ex-treinador do Palestra Itália, que nas décadas de 30 e 40 armava equipes com duas linhas de quatro praticamente nos arredores da área.


Vavá, contundido em função de uma pancada no tornozelo esquerdo, não entrou no jogo e cedeu lugar a Mazzola, que não atuou bem. Mesmo assim, chegou a fazer um gol de bicicleta, justamente anulado por impedimento. O goleiro Kelsey foi a figura da partida, com intervenções milagrosas. Mas a vitória brasileira viria em um lance de craque, o primeiro do Rei na Copa do Mundo.


O belo gol do santista, que controla a bola e finta espetacularmente M. Charles, chutando com precisão, é considerado por Pelé mesmo como o mais importante de sua carreira. "Ali tudo se fixou", conta em entrevista ao Estado. Perguntado como bolou o lance, respondeu: "Imaginei ali mesmo. Foi um meio-chapéu, um... Era a única forma de tirar o zagueiro da jogada.

Naquela quarta-de-final, a seleção alcançava uma marca até então inédita para qualquer time: passara quatro partidas sem ter a defesa vazada.

Os outros três


Das seleções que passaram por partidas desempate dois dias antes, nenhuma seguiu à frente. Com dois gols de Fontaine, a França superava a Irlanda do Norte por 4 a 0 e pela primeira vez ficava entre os quatro primeiros em um Mundial. Já os suecos venceram uma cansada União Soviética por dois a zero, tentos marcados no segundo tempo. A Alemanha conseguiu um gol aos 12 minutos de partida, resguardou-se durante os restantes 78 minutos e superou os iugoslavos por um a zero. A então campeã mundial seguia adiante.


Era Julio Baptista, o melhor em campo

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O Futepoca já xingou a Era Dunga, a Era Parreira e a Era Cafu.

Mas o título deste post não que colocar o melhor em campo no 0 a 0 entre Brasil e Argentina como vilão. Ele desarmou todos os cruzamentos de escanteios e faltas com bola alçada na área e puxou o jogo. Virou o camisa 8 da minha seleção, caso minha indicação como treinador da seleção seja escolhida entre os 180 milhões de postulantes ao lugar do técnico anão. Mas não é o 10.

Foto: CBFNews/Reprodução


Robinho esteve apagado. Diego só não está mais queimado com Dunga do que o técnico com a torcida. Depois de entrar no lugar do contundido Anderson, sempre girando para a esquerda para tentar sair da marcação, não saiu. Foi para o vestiário mais cedo para dar lugar a Daniel Alves, a alteração supersticiosa de Dunga.

Pior, o lateral improvisado na meia entrou melhor do que Diego. Puxou um contrataque e mostrou que deve ser o dono da camisa 2.

Adriano correu e trombou. Ótimo. Mas não chutou em gol. Os petardos de fora da área que já salvaram o Brasil não apareceram. Quando o Rei da Cocada Preta da Inter de Milão tentou tabelar com Robinho, criou-se uma chance de gol, mas não houve novas incursões.

A Argentina de Basile padece de um problema. Não consegue jogar contra o Brasil. Riquelme se acamaleona diante da camisa amarela.

As jogadas individuais de Messi foram a arma dos argentinos. Pelas minhas contas, só foi desarmado uma vez sem faltas no jogo, por Lucio. Quase marcou no final do jogo. Mas não resolveu.

Aliás, falando em talento individual, é curioso ouvir cronistas lamentando uma suposta "falta de craques" à disposição no Brasil como fomentadora da demanda pela prancheta. Antes, dizem, o Brasil resolvia no talento individual. Diante dessa escassez, prosseguem os desiludidos sem assunto, é preciso tática e jogadas ensaiadas.

O Brasil ensaiou, segundo Roberto Carlos, a linha burra de impedimento contra a França, e Henri eliminou a seleção da Copa (Lucio não foi informado do treinamento, é verdade).

Alguns jogadores não correspondem na seleção o que jogam nos clubes. É uma máxima do futebol sem grandes explicações.

Mas Robinho, Adriano e até Julio Baptista já resolveram partidas para a seleção canarinho. Diego já jogou bem. Kaká, contundido, e Ronaldinho Gaúcho estavam de fora dessa convocação.

Então, que papo é esse de falta de jogador bom?

Se eles existem ainda, bora ajudar o Dunga. Como você montaria sua seleção?

quarta-feira, junho 18, 2008

Dimenstein diz que "sindicato quer motel em escola"

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Sim, caro leitor do Futepoca. Ao ler este texto, você pode dizer que apelamos para o sensacionalismo. Mas não fomos nós, o título da coluna de Gilberto Dimenstein na Folha OnLine é "Sindicato quer motel em escola."

Ele se refere à greve dos professores da rede pública de ensino, que teve como estopim o Decreto 53037/08, publicado no dia 28 de maio no Diário Oficial do Estado que limita a transferência dos profissionais entre as escolas e prevê aplicação de provas de avaliação de desempenho aos professores temporários. Diz Dimenstein que "o sindicato dos professores de São Paulo decidiu decretar uma greve para evitar que se implementem medidas destinadas a reduzir a rotatividade dos docentes nas escolas públicas --uma das pragas, entre tantas, que explicam a péssima qualidade de ensino. É um caso explícito de greve contra o pobre."

Curioso. Ele fala de "greve contra pobre" como se uma categoria que tem piso de R$ 668 fosse composta por "ricos". E segue: "é impossível oferecer aos mais pobres boa educação com tanta rotatividade de professores e diretores. Tal rotatividade destruiria rapidamente até mesmo as empresas mais eficientes. Há casos, neste ano, de escolas que tiveram até cinco diretores."

A rotatividade é um fato. Quais as causas? São
múltiplas, e o decreto do governador não mexe com nenhuma. Ao contrário, mexe para pior, afinal, é sempre mais fácil lidar com os efeitos.
Faltam condições de trabalho, segurança, material, as salas são superlotadas... E o problema é ainda pior nas periferias, como mostra matéria que fiz com Brunna Rosa na revista Fórum. O dia-a-dia do educador paulista é refletido em uma pesquisa realizada em 2006 e publicada em 2007 pelo Sindicato dos Professores da Rede Pública do Estado de São Paulo (Apeoesp), em que, dos 684 professores entrevistados, 96% citaram agressão verbal como a forma de violência mais comum nas escolas. Já 88,5% presenciaram atos de vandalismo; 82% viram atos de agressão física e 76,4% casos de furto.

Na prática, o que Dimenstein e o governo do estado querem é apelar para a "vocação" do professor, o chamado "sacerdócio", que obrigaria os profissionais a suportar toda sorte de péssimas condições para permanecer em sala de aula e arriscar mesmo a sua integridade em troca de uma remuneração pífia.

Além disso, como lembra o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro, a aplicação de provas de avaliação a professores temporários, alguns nessa condição há mais de década por conta da escassez de concursos promovidos durante os últimos 15 anos, é simplesmente avalizar uma condição absolutamente irregular. São profissionais que estão em situação precária por conta da falta de vontade dos últimos governadores paulistas em efetivar professores.

Mas a comparação com motel, dada pela dita alta rotatividade dos profissionais de educação, além de ser expressão do mais puro mau gosto, é ofensiva. Mas tudo bem, pela ótica dele. Professor deve aturar ofensas, afinal, faz parte do "sacerdócio". Enquanto categorias como médicos reclamam, com razão, de falta de condições para trabalhar em hospitais da periferia de São Paulo, locais em que o governo só aparece em situações lamentáveis, os professores devem aguentar calados, sem pestanejar, e ainda serem acusados de querer transformar escolas em motéis. Depois a imprensa grande não quer ser chamada de preconceituosa...