Destaques

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

De Pato pra Ganso...

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Pato no Inter: não é mais o mesmo
...e só falta o São Paulo contratar o português Tozé Marreco para completar a granja. Falar o que? Alexandre Pato foi a grande decepção, senão a maior da história, do Corinthians. Agora ele é problema do São Paulo, que se livrou do Jadson (a informação de que o meia foi o maior destaque no treino de ontem, data do anúncio da transação, comprova que seu afastamento por "falta de preparo físico" era só conversa mole para não desvalorizar - ainda mais - o jogador, como ocorreu com Lúcio). Talvez o ex-sãopaulino se dê bem no Parque São Jorge. Depois que o Arouca, que fez um bom Brasileirão de 2009, foi "dado" para o Santos, onde virou craque, tudo é possível. Se até o referido (e escorraçado) Lúcio tá mandando bem no tal "Palmeiras 100%"...

Enfim, palpites e futurologias são dispensáveis por ora. Mas vou fazer, aqui, um paralelo polêmico. Para mim, Pato é uma decepção para os corintianos tanto quanto Ganso é para os sãopaulinos. Acontece que a pressão no clube alvinegro foi muito maior, pois logo antes da chegada da jovem estrela paranaense, entre 2011 e 2012, o time ganhou "tudo" (brasileiro, Libertadores e Mundial) e esperava-se que repetisse a dose em 2013 (só que não). Além do mais, Pato é atacante, e a expectativa era a de que chegasse para ser artilheiro absoluto (só que não). Já Ganso caiu num time que não ganhava nada desde 2008, beliscou uma Copa Sul-Americana logo na chegada e, por ser meia, não há cobrança por ter feito míseros cinco gols até hoje.

Ganso no Santos: não é mais o mesmo
Eu afirmo com toda convicção: a produção em campo do ex-santista, pelo status que tem, pelo o que custou e pelo que se espera dele, foi tão pífia quanto a de Pato. Ganso também não jogou NADA na Libertadores de 2013, nem no Brasileirão (quando o time quase caiu para a Série B e quem "salvou", na hora do aperto, foram os "esforçados" ou "anti-craques" Rodrigo Caio, Antonio Carlos e Aloísio). Idem no Paulistão do ano passado, quando o badalado meia assistiu, apático e sumido, o São Paulo ser eliminado justamente pelo Corinthians, nos pênaltis - com a cobrança decisiva sendo feita exatamente por Pato. Quantas boas partidas fez Ganso pelo Tricolor? Meia dúzia? Uma dúzia, se tanto? Jogo "nota 10", contra time forte, nenhum.

Em resumo, o São Paulo juntará duas decepções para tentar extrair leite de pedra. Interessante é que, há três ou quatro anos, TODO MUNDO escalaria os dois como titulares absolutos da seleção brasileira. Contusões em série, em ambos os casos, minaram o futebol deles de forma impressionante e praticamente sepultaram a chance de que sequer consigam uma vaga entre os reservas na Copa deste ano. Outra coincidência: Pato nasceu em 2 de setembro de 1989 e Ganso, em 12 de outubro daquele ano, ou seja, apenas 40 dias de diferença. Ambos têm, portanto, 24 anos, juventude que permite supor que ainda podem se recuperar no futebol. Vamos ver se a bola, tocada de Pato pra Ganso e vice-versa, vai dar canja. Mas não se pode contar com o ovo...


Quem é o 'Cidade'?!?!???

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Reprodução de uma página da revista Placar, de 1978, mostra figurinhas conhecidas daquele Flamengo do técnico Claudio Coutinho que conquistaria quatro estaduais e três brasileiros a partir dali: Leandro, Tita, Andrade, Zico, Júnior, Adílio e Júlio César "Uri Geller". Como sempre, todo elenco reserva para a posteridade jogadores obscuros, como o tal de André. Mas, olhando bem, a grande dúvida é: quem é esse tal de 'Cidade'?!??!?? Alguém tem alguma pista? Flamenguistas, manifestem-se!


sábado, fevereiro 01, 2014

Festa na Vila: Santos goleia de novo por 5 a 1 e chega ao gol 12 mil de sua história

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Se o Botafogo-SP já fazia parte da história do Santos por conta de uma derrota por 11 a 0, ocorrida no campeonato paulista de 1964, com oito tentos de Pelé, novamente fará parte da memória alvinegra de uma forma que não gostaria. O time sofreu o gol 12 mil do Santos, clube de futebol profissional que mais foi às redes no mundo, e levou uma goleada atuando em uma Vila Belmiro com sensação térmica de 34 graus.

As duas equipes fizeram um dos jogos mais intensos do Paulista na metade inicial do primeiro tempo. Com espaços nas duas defesas, os times criaram oportunidades, mas a qualidade técnica dos donos da casa fez a diferença e assegurou a vantagem alvinegra logo aos 4 minutos. Leandrinho, que entrou no lugar do contundido Alan Santos, deu uma bela enfiada de bola para Geuvânio. O moleque foi rápido, driblou o goleiro Gilvan, e marcou.

Ah, moleques! (Santos FC)
Ainda assim, a partida seguiu equilibrada, mas sempre pendendo para o Alvinegro que, aos 11, teve chance de ampliar. Geuvânio pedalou chegando à área e sofreu pênalti, desperdiçado por Cícero. Até o intervalo, Aranha teve que fazer ao menos três defesas importantes, e o Botafogo chegou com perigo à área santista. Isso por conta dos méritos do esquema montado por Wagner Lopes, que adiantou a marcação na maior parte do tempo e dificultou a saída de bola peixeira. Mas também em função de uma deficiência defensiva pelos lados do campo. Emerson Palmieri, que ocupou o lugar do contundido Mena, não foi bem mais uma vez e também não teve uma cobertura eficiente dos meias pelo lado esquerdo, que foi por onde o time do interior chegou mais.

Mesmo com a peleja perdendo intensidade na metade final da primeira etapa, os visitantes quase marcaram um golaço com uma bela chegada de Hudson. Contudo, foram castigados em um contra-ataque perfeito do Peixe, com uma assistência de Geuvânio para Cícero, que não perdeu.

No segundo tempo, o Botafogo começou assustando, com uma falha – rara, diga-se – do goleiro Aranha, que saiu mal em cobrança de escanteio pelo lado canhoto da defesa. A bola bateu no volante Hudson, que fez meio sem intenção. A partir daí, os visitantes recuaram e aguardaram os contra-ataques. Não foi uma boa opção...

Eram 21 minutos quando Geuvânio, jogador que mais se apresentava pelo lado alvinegro (e bem), deu um toque sutil e contou com a falha do defensor Lima, que furou e deixou a bola limpa para Gabriel. O moleque, sumido até então, não costuma tremer na frente do goleiro, e não foi diferente desta vez.

Faltava um gol para o 12 mil, e ele só poderia vir de um menino da Vila. Gabriel recebeu após um chutão de Aranha que passou por todo o campo. Novamente, o Nove peixeiro não desperdiçou,
entrando para a história do clube. Leandro Damião deve estar coçando a cabeça vendo seu provável adversário pela vaga no ataque fazendo o quarto gol no Paulista, tornando-se artilheiro do time no torneio.

Com a partida ganha, Oswaldo de Oliveira (expulso por reclamação) promoveu a estreia de Rildo, a entrada de Lucas Otávio, que participou da campanha vitoriosa na Copa SP de Juniores, e, antes de sair do campo, orientou a entrada de Bruno Peres. Rildo, aliás, fez uma bela jogada pela esquerda do ataque, dando assistência para o quinto gol peixeiro, marcado por Emerson Palmieri.

Mais uma goleada por 5 a 1, e o torcedor vai ganhando confiança, assim como os jovens que mostram personalidade em campo. E uma partida histórica. Definitivamente, pode dar caldo.

quinta-feira, janeiro 30, 2014

5 X 1: Arouca comanda os meninos, e Santos humilha Corinthians na Vila

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Era 15 de maio de 2011, segunda final do Paulista de 2011, quando Arouca fez seu primeiro gol pelo Santos. O adversário era o Corinthians de Tite, e o Peixe, na Vila Belmiro, se sagraria bicampeão estadual vencendo por 2 a 1. O volante ainda acertaria a trave na peleja.

O camisa 5 (5) do Alvinegro, demoraria a marcar outra vez. Antes, fez uma grande partida no segundo jogo da final da Libertadores, contra o Peñarol, em 2011. Foi dele que veio a assistência para Neymar fazer o primeiro da partida. Marcou seu segundo contra o Guarani, na primeira fase do estadual de 2011. E o terceiro na noite de ontem, (29), na goleada contra o Corinthians, aos 12 minutos da primeira etapa.

Foi o tento que abriu a vitória peixeira. Mas Arouca não fez só o gol. Deu assistência, após um belo lance, para o segundo, de Gabriel, aos 22. E, aos 2 do segundo tempo, desarmou uma bola na lateral esquerda, conduziu a redonda para o campo rival e articulou o ataque que resultou no gol de Thiago Ribeiro, “veterano” aos 27 anos em meio aos meninos da Vila. Moleques como Gustavo Henrique, Alan Santos, Geuvânio e Gabriel. Na etapa final, ainda entraram Leandrinho e o estreante, Stephano Yuri, artilheiro da Copa São Paulo de Juniores.

A sensação térmica de 35 graus não abalou o Santos, que começou a toda nos dois tempos. Mas foi o terceiro gol, feito logo após o intervalo, que acabou com o Corinthians. Os donos da casa, mais condicionados fisicamente e, principalmente, mais tranquilos, botaram os rivais na roda em diversos momentos, enervando-os ainda mais e levando perigo ao gol corintiano ao realizar a transição rápida para o campo de ataque.

Professor bate palmas, e aluno aplicado vibra (Ivan Storti/SantosFC)
Oswaldo de Oliveira, que falou a respeito da partida dizendo que este seria o verdadeiro teste do estadual até então, já que ambos estariam no mesmo grau de preparação física – enquanto alguns times do interior estariam acima – não deu banana pra torcedor e nem fez gestos obscenos. Conseguiu sua terceira vitória em quatro jogos e segue invicto à frente do Santos. Um terço dos triunfos conquistados em sua primeira passagem pelo Alvinegro, em 2005, quando obteve nove vitórias, quatro empates e três derrotas em 16 jogos.

O Santos adotou quase na maior parte do tempo um 4-2-3-1 da moda, mas diferente, já que os jogadores se alternavam nas posições e confundiam a marcação corintiana. Gabriel, 17 anos, mostrou personalidade, assim como Geuvânio, que deu um drible da vaca desagradável para Ralf no quarto gol, de Bruno Peres, que acertou de primeira, e de esquerda... Thiago Ribeiro fez dois gols, e foi crucial. Mas o dono do jogo foi Arouca, que pode não ter a regularidade que o torcedor gostaria, até por conta de contusões, mas que não foge do embate e sempre aparece nas partidas importantes, diferentemente de medalhões incensados pela mídia.

Quanto ao Corinthians, quase equilibrou o jogo na segunda metade do primeiro tempo, mas não mostrou o padrão técnico-tático preciso para igualar o ímpeto santista. Em suma, foi bipolar: quando quis ser aguerrido, foi nervoso; quando buscou ser calmo, foi apático. E Mano tinha mesmo que tirar Guerrero, que seria expulso, mas colocar Pato com 4 a 1 contra cheirou a provocação contra o moço.


Agora, faltam quatro gols para o maior time profissional artilheiro do planeta chegar aos 12 mil. E o Santos bateu o Corinthians pela segunda vez em cinco (5) dias, contando a final da Copinha. Quando as coisas ensaiam ficar difíceis, os moleques costumam salvar.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

E se a novidade da campanha eleitoral 2014 for o uso de hologramas?

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O ano é de amplas movimentações político-eleitorais, com pleito nacional e estaduais no calendário. Em tempos de mídias sociais, há quem espere um acirramento da tensão virtual assistida em 2010. Ainda mais no contexto pós-protestos de junho de 2013, de #nãovaitercopa e, porque não, de rolezinhos organizados por celebridades locais que não precisaram das mídias de massa convencionais para alcançar milhões em audiência. Mas e se a novidade do ano não for bem essa?

No reino da palpitologia, uma iniciativa do primeiro ministro da Turquia traz uma estratégia, no mínimo, divertida.Por não poder participar de convenção partidária, armou uma alternativa digna de ficção científica.Políticos têm,  comumente, egos de proporções avantajadas. Não por acaso, o ilustre Recep Tayyip Erdogan foi substituído por um holograma gigante em seu lugar.

Antes dele, consta que o indiano Narendra Modi usou artimanha correlata no país do subcontinente asiático para ganhar atenção. Trocadilho fácil é dizer que essa visibilidade pode ser meio ilusória.

A presença holográfica seria novidade no Brasil no âmbito da política. E representaria uma tentativa de superar o trauma da manobra que levou Renato Russo a tocar em Brasília post mortem -- quebrando uma promessa feita em vida pelo músico, de não voltar a desempenhar em público na capital federal. Quebra de promessa e campanha eleitoral é outra piada fácil que fica no ar. O making of está no Youtube. Para quem quiser praticar turco, é uma oportunidade. Para os demais, só dá pra entender algo perto de "hologram".




Política virtual


Holografia pode ser um recurso novo, antes compartilhado apenas por jedis e outros personagens estranhos de Guerra nas Estrelas. Mas não seria a primeira investida em realidade virtual para partidos políticos brasileiros. Nos idos de 2007, após o primeiro de muitos reveses eleitorais, o então recém convertido de PFL a Democratas lançou uma sede no Second Life.

O serviço, pré-mídias sociais e anterior à febre de games atual, permitia a criação de personagens e e espaços virtuais para atividades cotidianas.

A simulação, pelo jeito, era muito sem graça, porque a história naufragou e hoje é uma zumbilândia virtual. Houve quem tivesse faturado bons trocados.

E quem só tivesse pagado mico.

Que venham os hologramas.

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Corinthians de Mano começa 2014 com mais ataque

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Se alguém gostou do técnico novo, foi o Romarinho
O Corinthians faz hoje a noite, contra o Paulista, seu segundo jogo na novíssima era Mano Menezes – sendo ou um tremendo exagero ou um arroubo de otimismo falar em “era” com a tradição de demitir técnicos que grassa pelo país. O primeiro, contra a Lusa, no domingo, que assisti com meio e ressaqueado olho, trouxe novidades interessantes em termos de estilo de jogo e alguma esperança de um futebol um pouco mais vistoso para os corações alvinegros.

Em lugar da estrutura tática rígida implantada por Tite, que conquistou a América e o mundo em 2012 – sem contar o Paulistão de 2013, que todo corintiano adora exaltar mas que, na hora H, não salvou o ano de ser considerado perdido, vá entender –, Mano mostrou mobilidade no ataque, chegada dos laterais e volantes e outras cositas que resultaram em maior criação de jogadas de perigo e no primeiro jogo com dois marcados em um tempinho considerável. Por outro lado, a defesa levou uma boa meia dúzia de sustos do fraco time da Portuguesa, remontado às pressas depois d rebaixamento-que-não-se-sabe-bem-se-rolou-mesmo no Brasileirão e sem o tempo a mais de treino que costuma igualar condições entre grandes e pequenos no início do Paulistão – o São Paulo que o diga.

Mano não vem exatamente de uma tradição super-ofensiva. Sua primeira passagem no Parque São Jorge, de 2008 a 2010, foi também marcada por xingamentos contra o defensivismo excessivo, por recuar cedo demais e dar chance a empates, por não ousar. Mas mostra características diferentes de Tite. Enquanto este segurava os dois laterais e mantinha os três meias do 4-2-3-1 presos em suas faixas do campo para garantir a organização das linhas de marcação, aquele sempre liberou pelo menos um dos defensores (André Santos, no caso) e dava mais liberdade para um dos atacantes (Dentinho) e para o meia centralizado (Douglas). O torcedor de boa memória lembrar-se-á de mais tabelas e bolas enfiadas na Copa do Brasil de 2009 do que na Libertadores de 2012 – outros vão recordar mesmo é da eliminação para o Flamengo em 2010, mas aí são outros quinhentos.

No jogo contra a Lusa, Romarinho entrou pela direita na linha de meias, ou pelo menos foi o que todo mundo pensou. Na prática, via-se o garoto aparecendo em todos os cantos do ataque, ora com Rodriguinho caindo na ponta direita, ora com este e Danilo mais recuados como meias das antigas. Nessa posição, foi muito bem e pareceu mais à vontade do que na função de “Jorge Henrique 2 – A Ressurreição” que Tite lhe confiava.

Outro que rendeu muito foi Guilherme, pra mim o melhor do jogo. Chegou na frente o tempo todo, criou boas jogadas e deve ter sido quem mais chutou a gol.

A primeira questão que surge vem com o terceiro destaque claro da partida: o goleiro Walter, que trabalhou muito e muito bem. Uma sequência de duas defesas à queima-roupa contra o ataque da Lusa já no segundo tempo merecia mais destaque do que recebeu nos comentários. Isso indica que a melhoria ofensiva causou queda da produção defensiva – o que até é esperado, mas sempre um pouco preocupante. Claro que zagueiro leva mais tempo pra pegar ritmo de jogo e que entrosamento pega mais nas ações defensivas. Além do mais, se perdermos alguns lugares na lista de defesas menos vazadas e subirmos uns degraus na eficiência do ataque, temos muito a ganhar. Mas cabe acompanhar.

Santos empata com Audax e Oswaldo tem cartão de visitas da "turma do amendoim"

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Quem se arriscou a ir ao Pacaembu na noite de terça-feira, em um jogo com o ingrato horário de 19h30, mal divulgado pela Federação e tomando chuva, merecia um prêmio da diretoria do Santos. O mando de jogo era do Audax, que pensou faturar com os torcedores rivais cobrando R$ 60 o preço da arquibancada para uma partida da segunda rodada do Paulista, mas deu com os burros n'água. Não só pelo mau tempo, mas também pela inteligência (só que não) da Federação Paulista de Futebol, organizadora do campeonato estadual e da Copa São Paulo de Juniores, que marcou praticamente para o mesmo horário dois jogos do Peixe, o outro, válido pelas semifinais do torneio da base. Resultado: Arena Barueri com ótimo público para ver os meninos da Vila despacharem o Atlético-MG, e o Pacaembu com pouco mais de 2 mil testemunhas. Parabéns aos envolvidos.

Sim, sim, foi um jogo medonho. Boa parte dos jogadores alvinegros mostrou uma evidente falta de condição física, com alguns tendo atuações pavorosas. Era difícil escolher o pior em uma equipe remendada, com desfalques em todos os setores e o meio de campo totalmente reserva. Oswaldo de Oliveira tentou colocar Cicinho na meia, com Bruno Peres, persona non grata da torcida, na lateral direita. Não deu certo. No decorrer da partida inverteu as posições, mas o ex-pontepretano teve um dos seus piores desempenhos com a camisa peixeira.

Trabalhador tira soneca no intervalo do jogo. Acordou aos 7 do segundo tempo, mas deveria ter dormido mais...

Não só ele, ou eles, ficaram abaixo do esperado. Além das atuações individuais, saltou aos olhos a falta de um reserva para Montillo, algo mais do que necessário tendo em vista sua iminente ida para o chinês Shandong Luneng. Sem criatividade e articulação, viam-se os atacantes isolados, pedindo uma bola que nunca chegava.

Garoto com camisa do Barcelona.. Sinal dos tempos
O Audax fez seu gol no tempo inicial, boa jogada de Rafinha na direita da intermediária santista e passe preciso para Caion fazer de cabeça. Aliás, em nenhum momento a equipe de Fernando Diniz se intimidou com a marcação-pressão alvinegra, tocando sempre a bola para sair jogando de trás, com um bom entrosamento e saídas rápidas. Conseguiu assim diversos contra-ataques durante toda a partida e, se tivesse mais capricho, poderia ter assegurado a vitória já no primeiro tempo.

O castigo para o Audax e o alívio para o torcedor do Santos veio com uma cobrança de falta na cabeça do zagueiro Jubal, que marcou aos 42 do segundo tempo. Empate mais que imerecido do time de Oswaldo, que deu uma banana para parte da turma do amendoim que o azucrinava atrás do banco de reservas. Aliás, xingar o técnico de "burro" sendo que ele não pode contar com mais de meio time, além de não ter nenhuma contratação em campo e nem atletas da base que disputam a Copa São Paulo mostra quem deve ser o burro de verdade...

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Sete jogos sem vitória (e contando) OU mais do mesmo

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Jogando um futebol tão ruim e improdutivo quanto o apresentado em 2013 e sem reforços que realmente reforcem alguma coisa (ou pior: reforçam o que há de ruim!), o São Paulo foi derrotado pelo Bragantino logo na estreia do Paulistão, por 2 x 0. A última vitória do Tricolor aconteceu no dia 13 de novembro, há quase 70 dias, contra o Flamengo, também por 2 x 0. De lá para cá, derrotas para Fluminense, Ponte Preta, Criciúma, Coritiba e, agora, Bragantino, e empates contra Botafogo-RJ e Ponte Preta. Esta sequência já representa metade dos 14 jogos sem vitória do time do São Paulo no ano passado, entre junho e agosto. Infelizmente, o torcedor não pode dizer com toda convicção que o clube tenha uma defesa que possa ser chamada de "titular", nem laterais com esse status, nem dupla de volantes, nem meias, nem linha de ataque. Se fosse para trazer jogadores, TODOS esse setores precisariam de reposições (urgentes!). Como isso não vai acontecer, a previsão é de um 2014 ainda mais complicado. Muricy Ramalho que tenha muita paciência para utilizar novamente Antônio Carlos, Rafael Tolói, Reinaldo, Denílson, Wellington, Douglas, Maicon, Osvaldo, Luís Fabiano, Ademilson - e jogo de cintura para lidar com as derrotas, vexames e eliminações que, com certeza, virão. Só rezo para que, mais uma vez, Deus tenha piedade de nós... Vamo, São Paulo! Escapar do rebaixamento mais uma vez!

domingo, janeiro 19, 2014

Paulistão 2014: Santos e Oswaldo estreiam com vitória magra

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Não foi uma estreia com pompa e circunstância. Aliás, os primeiros jogos dos grandes em início de temporada não costumam ser assim, que o digam Fluminense, Vasco e Botafogo. Sem ritmo e às vezes com atletas sem condições físicas, costumam enfrentar equipes que passaram por longas pré-temporadas, o que equilibra as forças entre adversários com poder de fogo desigual.

O adversário do Santos ontem era um desses times que se preparava há algum tempo. Desde novembro, o XV de Piracicaba (freguês premium) treinava para o Paulista, e mostrou bom preparo físico e um entrosamento interessante na partida de ontem. Na Vila Belmiro, a equipe do interior não deixou os donos da casa chegarem com facilidade à frente, congestionando o meio de campo e matando a criatividade peixeira. Criatividade, aliás, mais prejudicada após o intervalo, quando Montillo saiu lesionado para a entrada de Léo Cittadini. Mesmo assim, o XV era só defesa, e Oswaldo de Oliveira não teve seu esquema com três atacantes posto à prova na parte defensiva, graças à fragilidade do ataque piracicabano.

Se não contou com Leandro Damião, cuja situação ainda não foi regularizada; com Cícero, ainda sem uma definição sobre seu futuro, Alison e Edu Dracena (que só vai voltar no segundo semestre), o treinador alvinegro colocou seis garotos da base em campo, que se tornaram sete com a entrada de Cittadini. O desempenho, obviamente, foi desigual.

Gabriel Barbosa e Geuvânio se movimentaram bastante, embora tenham pecado na troca de passes, especialmente naquele último ou penúltimo lance antes de se chegar à meta. Leandrinho e Emerson Palmieri foram regulares, em especial na marcação, enquanto a dupla de zaga Gustavo Henrique e Jubal, que atuou junta durante muito tempo no time de baixo, mostrou entrosamento, inclusive na elaboração das famosas linhas burras que por vezes fazem o torcedor sofrer.

Comanda, professor... (Ricardo Saibun/Santos FC)
 A vitória veio com um belo passe de Geuvânio, que não ficou restrito a um lado só do campo como nos tempos de Claudinei, para Gabriel não hesitar. Ele hesitou no segundo tempo, quando teve oportunidade de ouro na qual poderia tentar driblar o goleiro, passar para Thiago Ribeiro, melhor colocado, ou finalizar com força. Mas preferiu dar uma cavadinha com o goleiro em pé... Perdoa-se pelos 17 anos, mas que deu raiva, deu. Foi seu quarto gol como profissional, em 16 pelejas nas quais participou (a maioria, entrando no decorrer do jogo).

Além da estreia com vitória, um gol a menos para a marca de 12 mil da equipe profissional que mais balançou as redes no mundo. Agora, faltam onze. E um pouco mais de rodagem para meninos promissores. 


E, na esdrúxula fórmula do campeonato paulista – vinte times divididos em quatro grupos, sendo que na primeira fase eles não enfrentam seus concorrentes diretos – São Paulo e Corinthians foram beneficiados mesmo sem jogar no sábado, já que nenhum clube de seus grupos venceu. Das seis partidas disputadas ontem (18), nenhum visitante ganhou, só o Audax conseguiu um empate em 0 a 0 com o Paulista, em Jundiaí.

sexta-feira, janeiro 17, 2014

O bicho pegou

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- Está borracho! Está borracho!

Foi assim que, durante uma blitz na Cidade do México, um periquito denunciou o condutor do carro em que estava, o veterinário Guillermo Reyes Torres. Alertados pelo bicho, os policiais, que já iam liberar o borracho (bêbado, em espanhol), fizeram com que ele soprasse o bafômetro. E não deu outra: o teste confirmou o alerta do periquito e comprovou que o motorista estava embriagado. Segundo o jornal "La Jornada", Guillermo foi detido e o "periquito delator" levado pela Brigada de Vigilância Animal. Porém, mesmo tendo sido entregue pelo bicho, o veterinário pediu que a ave ficasse junto dele. Assim, depois de alguns dias, o periquito passou a dividir a mesma cela com ele. Ou seja: agora, o bicho não é o único engaiolado...

Alguns futepoquenses exclamariam, em vez de jumento, 'Ô, periquito Fia da P.!'

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Proteste contra a sociedade de consumo... consumindo!

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Pra quem criticou alguns dos protestos de 2013 como sendo coisas de "coxinhas" ou de "playboyzinhos", o resgate de uma propaganda que incentivava um inusitado tipo de "manifestação". E o barbudo mal encarado caprichou na "contestação", comprando logo a linha completa de produtos...


quinta-feira, janeiro 09, 2014

'Momentos de cizânia e baderna' e 'ânimos efervescentes'

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Camarada carioca fotografa a toalhinha de papel da bandeja do McDonald's com o tema "Copa do Mundo", mostrando diversos profissionais envolvidos no evento. Ao falar dos "puliça", faz uma verdadeira ginástica de retórica para definir o sagrado ofício de descer a porrada em quem aparecer pela frente quando o pau come...


quarta-feira, janeiro 08, 2014

Previsões para 2014? Antes, relembre as de 2013 para o futebol...

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Chega o final de ano, começo do outro, pessoal na redação em esquema de plantão, muita gente de folga, e nada de pauta na área esportiva, tirando a São Silvestre e a Premier League. E aí começam a surgir na mídia os místicos fazendo previsões para os próximos 365 (ou 366) dias, dando também seus palpites para o ludopédio.

Mas o futebol é aquela área do conhecimento/entretenimento humano que se recusa muitas vezes a se curvar à lógica e, por vezes, também dá um chega pra lá nos astros e quetais. Assim, antes de você sair por aí vendo o que vai acontecer em 2014, é bom dar uma olhada no que não aconteceu em 2013...

A famosa Mãe Dinah fez suas previsões não no fim de 2012, mas em maio de 2013, e vaticinou que Neymar iria para o Barcelona. Decerto não seria um grande esforço de adivinhação àquela altura, mas, tirando isso, o resto das predições deu em água. A saber: Fluminense campeão da Libertadores; Brasil fracassando na Copa das Confederações, e, no Brasileiro, o Corinthians “chegaria forte”, mas não dava pra cravar. Não dava mesmo.

O também conhecido astrólogo João Bidu teve suas previsões publicadas no Dia de Reis de 2013. A manchete já dá conta dos acertos: “Astrólogo prevê ano complicado para Felipão, sucesso corintiano e novo herdeiro de Neymar”. “Em termos de taça Libertadores da América, de campeonato mundial, de competições internacionais, o Corinthians está esplendidamente situado neste ano de 2013”, disse. Ele também previa “momentos de sorte” para o coirmão paulistano: “O time pode até não brilhar tanto pode não jogar bem, mas a sorte vai estar ao lado do São Paulo, principalmente nas competições internacionais”.

Já a borra do café de uma sensitiva na reportagem da TV Gazeta de 2 de janeiro foi certeira no Paulista de 2013, apontando para uma disputa entre Santos e Corinthians, com vitória corintiana. Mas parou por aí. No Brasileiro, dizia que o Fluminense “tinha muita chance”, o Corinthians também, e o Santos “mais ou menos”. Já na Libertadores, apontava que, dentre Fluminense, São Paulo e Corinthians sairia o campeão.


Em 28 de dezembro, os búzios do terapeuta holístico José Roberval também previam o Corinthians campeão da Libertadores. 

Mas para não dizerem que esse blogue persegue os místicos, revimos também as previsões de jornalistas esportivos para o Brasileiro de 2013. André Rizek apostava em  Corinthians, Atlético-MG e Fluminense; já Rodrigo Bueno apontava: "Fácil, o Corinthians, aposta de segurança". Mauro Beting e Diogo Olivier apostavam no Timão e no Atlético-MG e Bob Faria se deu bem: não apostou em ninguém.

Em tempo: este Futepoca também às vezes se arrisca a fazer previsões. e os índices de acerto não são muito diferentes...

sábado, dezembro 28, 2013

A Moralidade, o Direito e a Portuguesa

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O operador do direito não pode objetivar a aplicação fria da Lei, desvinculando-se dos fatores externos que rodeiam a questão que se decide

Por Dimas Ramalho e Flavio Barbarulo Borgheresi



“E aí repousa, ao mesmo tempo, a força e a fragilidade da moralidade em face do direito. É possível implantar um direito à margem ou até contra a exigência moral de justiça. Aí está a fragilidade. Mas é impossível evitar-lhe a manifesta percepção da injustiça e a consequente perda de sentido. Aí está a força.” (Tércio Sampaio Ferraz Jr.)

Ainda nas primeiras aulas de direito, nos é ensinado que direito, moral e justiça, embora intrinsecamente ligados, eram conceitos distintos. A aplicação fria do direito traz sempre uma justiça formal, que não se prende ao senso comum, e não necessariamente responde aos anseios da sociedade que representa. Mas qual o sentido do direito para uma sociedade quando sua aplicação é questionada sob o enfoque da moralidade, despertando incandescente sentimento de injustiça?

O recente julgamento da equipe de futebol da Portuguesa pelo STJD, num país que respira futebol 24 horas por dia, trouxe à tona essa discussão, expondo claramente até para os cidadãos mais simples, a diferença entre os conceitos de direito, justiça e moral. Óbvio, o que se discute aqui é sentimento, e o sentimento de justiça moral não depende de qualquer conhecimento técnico.

O operador do direito não pode objetivar a aplicação fria da Lei, desvinculando-se dos fatores externos que rodeiam a questão que se decide. Se assim fosse, poderíamos criar programas de computador que elaborassem sentenças judiciais a partir do mero processamento dos dados sobre o caso concreto. A figura humana é imprescindível na aplicação do direito exatamente porque ele é indissociável do sentimento social, do sentimento moral, do sentimento de justiça. Portanto, a aplicação da norma não pode estar desvinculada desta percepção ética instintiva.

E vamos ao caso concreto. Não há dúvidas que a Portuguesa desconhecia o resultado do julgamento que puniu um de seus jogadores com suspensão por duas partidas. O advogado, indicado pela própria CBF, confirmou o equívoco ao passar a informação para a equipe, e o site da CBF não disponibilizou a informação em tempo hábil. Além disso, não é crível que um time de futebol profissional, estando ciente da punição, colocasse em campo um jogador suspenso pelo STJD, aos 30 e poucos minutos da etapa final de uma partida que já não tinha importância nenhuma para a equipe. Não, não é piada de português!

No futebol o jogo é jogado, essa é a regra. Nem mesmo erros de arbitragem, por mais escandalosos que sejam, interferem no resultado das partidas.

Ora, se a escalação irregular – mas não dolosa – do jogador em nada interferiu no resultado da partida, porque a aplicação fria da norma pode interferir no resultado do campeonato inteiro?

O julgamento do recurso nesta sexta feira pelo pleno do STJD, mantendo a decisão que decretou o rebaixamento da Portuguesa, reacendeu discussão sobre o significado da Justiça.

Com o devido respeito a opinião dos demais juristas envolvidos, esse negócio de “regras claras não precisam de interpretação” não serve de argumento para o bom direito. Diante de um caso concreto a solução nunca está apenas nos artigos da Lei, mas no que se espera dela, já que a aplicação do direito não pode ser um fim em si mesmo, porque o direito sem justiça moral é um direito sem sentido, “um direito cínico”.

Dimas Ramalho, foi promotor de justiça, Deputado Federal e atualmente é Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Flavio Barbarulo Borgheresi, é procurador do município de São Paulo.

(Artigo recebido via e-mail)

quarta-feira, dezembro 25, 2013

Efeito retardado OU Resultado premonitório

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Só agora, 20 dias depois, é que me toquei: ao conhecer o Maracanã, em setembro deste ano, assisti com meu pai justamente um confronto entre Fluminense e Portuguesa. E os cariocas venceram. DE VIRADA...

Mais um da série 'Butecos aprazíveis'...

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quarta-feira, dezembro 18, 2013

100 anos de perdão

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Biggs, na época do crime famoso
Morreu hoje na Inglaterra o ladrão confesso Ronald Biggs, que participou com 16 comparsas do célebre "assalto ao trem pagador", há 50 anos. Tratava-se de um trem postal que fazia o trajeto entre Glasgow, na Escócia, e Londres. Naquele 8 de agosto de 1963, exatamente o dia em que Biggs completou 34 anos, a quadrilha dividiu um butim de 2,6 milhões de libras, uma montanha de 120 sacolas com 2,5 toneladas de dinheiro em espécie. Dizem que o valor nunca foi recuperado, mas isso tem toda pinta de ser aquela conversinha clássica da polícia... Além do roubo, Biggs era acusado de ter ferido gravemente o maquinista Jack Mills, que morreria seis anos depois. Concluído o assalto, os bandidos se reuniram em seu esconderijo, uma fazenda, para dividir a grana e planejar o futuro.

Tabuleiro que está no museu
Lá, eles comemoraram o sucesso e o aniversário de Biggs com charutos, bebidas e uma partida de Banco Imobiliário com as notas recém-roubadas. Mas os caras deixaram uma "brecha" comparável com a da Portuguesa no Brasileirão de 2013 (que escalou jogador irregular e, por isso, pode ir pra Série B): na manhã seguinte, deixaram o local após pagarem 28 mil libras a um cúmplice, para que limpasse qualquer vestígio, mas o manguaça fez um serviço beeeem porco. Assim, a polícia encontrou digitais de quase todos eles nas peças do jogo, em revistas e talheres utilizados no local (o tabuleiro do Banco Imobiliário usado por eles virou peça de arte no Museu Thames Valley Police). Preso rapidamente e condenado a 30 anos de reclusão, Biggs escapou do presídio de Wandsworth em 1965, ao pular o muro com uma corda de pano e fugir em uma caminhonete. Depois, fugiu para Paris, comprou um passaporte falso e fez uma cirurgia plástica - o que indica explicitamente que, para conseguir fazer tudo isso, ele ainda detinha (boa) parte do dinheiro roubado e meios para movimentá-lo.

Biggs e Mike, o filho brasileiro
Dizem que, nesse meio tempo, passou ainda por Bélgica e Panamá. Em 1970, mudou-se para Adelaide, na Austrália, com a família que havia formado antes do assalto - mulher e três filhos. Tranquilamente, trabalhou na montagem de cenários no Channel 10, até que um repórter o reconheceu. Daí, fugiu para Melbourne, permanecendo ali por algum tempo antes de escapulir para o Brasil no mesmo ano - e deixando toda a família para trás (em 1971, seu filho Nicholas, de 10 anos, morreria em um acidente de carro). Em 1974, Biggs foi flagrado por um repórter do jornal Daily Express no Rio de Janeiro, a partir de informações da Scotland Yard. Porém, não havia compromissos ou tratados de extradição firmados entre Brasil e Inglaterra e a então namorada do assaltante, Raimunda de Castro, estava grávida, situação que impedia a expulsão, segundo nossa legislação. O filho brasileiro, Michael, ficaria famoso no início da década seguinte como Mike, um dos integrantes do grupo musical infantil Balão Mágico, junto com Simony, Tob e Jairzinho.

Compacto dos Pistols gravado no Brasil
Até 2001, Biggs viveu incólume em terras brasileiras, até que, aos 72 anos, resolveu viajar voluntariamente à Inglaterra e se entregar à polícia (dizem que estava gravemente doente e não tinha recursos para se tratar). Porém, nos 30 anos de exílio em nosso país, o ex-assaltante se tornou uma "celebridade", temperando ainda mais sua biografia digna de enredo fictício. Proibido de trabalhar legalmente, ganhava a vida no Rio, nos anos 1970, vendendo xícaras e camisetas com sua foto e cobrando alguns dólares para almoçar e bater papo com turistas. Em 1978, foi visitado por dois dos Sex Pistols, Steve Jones e Paul Cook, que gravaram aqui uma música com letra e vocais de Biggs, a hilária "No one is innocent" - "Ninguém é inocente". O vídeo abaixo mostra os punks ingleses batendo na porta do famoso assaltante, no Rio, que sai da casa sem camisa e com uma garrafa na mão. Na sequência, sempre enchendo a cara, eles vão ao Cristo Redentor, a um bar, ao estúdio de gravação, à praia e a um baile repleto de mulatas seminuas sambando:


Bebendo, no clipe dos alemães
Mas nem tudo foi farra: em 1981, Biggs foi sequestrado e levado até Barbados por um grupo que esperava alguma recompensa da polícia britânica. Porém, o assaltante fez uso de artifícios na lei para ser mandado de volta ao Brasil. Voltou à vida de "artista", formou uma banda e gravou o disco "Mailbag Blues" (novo sarcasmo: "Blues da Mala Postal") e participou ainda, em 1991, da gravação da faixa "Carnival In Rio (Punk Was)", da banda alemã Die Toten Hosen. No vídeo abaixo, também gravado no Rio de Janeiro, Biggs canta e, no final, aparece rapidamente tomando cerveja (o inglês era manguaça!). Além de aproveitar muito bem a boa vida tupiniquim, o inglês também defendeu uns trocos no livro que conta a história do assalto, autorizado mediante pagamento pelos criminosos, "The great train robbery", e com seu próprio livro, "Odd man out" - "Um estranho no ninho".


Drake: 'queridinho' da realeza
OSSOS DO ORIFÍCIO - Apesar da vida fantástica e inacreditável, Ronnie Biggs foi um criminoso e, como tal, não deve ser louvado. Mas é engraçado que tenha sido uma das maiores e mais famosas pedras no sapato da polícia inglesa. Sua prisão era vista como "justiçamento moral". E é engraçado porque a própria Inglaterra, no século 16, adotou oficialmente uma política que incentivava a pirataria marítima (invasão, roubo e pilhagem) para engordar suas divisas, tendo como principais vítimas os espanhóis - que, aliás, saqueavam os índios e as terras latino-americanas. Naquele tempo, o roubo (o grifo é nosso) de navios, com incentivo oficial da rainha Elizabeth I, era prática corriqueira. Francis Drake, o pirata mais famoso, ganhou da realeza os títulos de capitão e vice-almirante, depois de saques espetaculares, violentos e muito lucrativos. Por essa ótica, visto como um inglês entre os ingleses, Ronald Biggs poderia até justificar o dito popular de que "ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão". Ou, no mínimo, como diz o título de sua música gravada com os Sex Pistols, "ninguém é inocente"...


Jogadores do bi-mundial sãopaulino, 20 anos depois

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Para comemorar os 20 anos da conquista do bicampeonato mundial de clubes pelo São Paulo, contra Barcelona e Milan, dez jogadores que integraram o elenco comandado por Telê Santana entre 1992 e 1993 se reencontraram no início desta semana, em um shopping da capital paulista. Alguns ainda estão em forma, e outros, muitas vezes mais novos, estão bem longe disso. Entre eles, titulares daquela época como Zetti, Raí, Ronaldão, Vítor e Ronaldo Luís e reservas como Guilherme, Jura, Jamelli, Juninho Paulista e um tal de Vaguinho, que, por mais que me esforce, não me lembro sequer de ter existido. Abaixo, fotos do reencontro e, por último, do tempo em que eles jogaram pelo São Paulo - menos Vaguinho, impossível de ser localizado em rápida pesquisa sobre o elenco sãopaulino naqueles dois anos...

Em pé: Guilherme, Jura, Vaguinho (?!), Zetti e Raí. Sentado: Renê, filho de Telê
Em pé: Ronaldão, Jamelli, Vítor e Ronaldo Luís. Sentado: Juninho Paulista

Primeira fila, no alto: Guilherme, Jura e Zetti
Segunda fila, no meio: Raí, Ronaldão e Jamelli
Terceira e última fila: Vítor, Juninho e Ronaldo Luís

Campeões de 1992, contra o Barcelona - Em pé: Adílson, Zetti, Ronaldão, Vítor,
Pintado, Ronaldo Luís e Toninho Cerezzo. Agachados: Muller, Palhinha, Cafu e Raí

Bicampeões de 1993, contra o Milan - Em pé: Zetti, Dinho, Ronaldão, Cafu,
Leonardo e Cerezzo. Agachados: Muller, Doriva, Válber, Palhinha e André Luiz

Som na caixa, manguaça! - Volume 74

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TAMANCO MALANDRINHO

(Composição: Tom e Dito)

TOM & DITO

Vista sua mortalha azul-turquesa
Mais bonita que a beleza
Mais humana que o perdão
Calce seu tamanco malandrinho
Pintado de azul-marinho
Que é a cor da solidão
Transe,
Carnaval são só três dias
DE CACHAÇA E DE FOLIA
De alegria e emoção
Chore,
Quando chegar a terça-feira
Peito estoura de saudade
Estraçalha o coração
Que eu quero ver

Eu quero ver
Meu bloco na avenida sete
Encontrar você
Eu quero ver, eu quero ver
Na arquibancada da vida
Você se perder

Transe,
Carnaval são só três dias
DE CACHAÇA E DE FOLIA
De alegria e emoção
Chore quando chegar a terça-feira
Peito estoura de saudade

Dilacera o coração

(Do LP "Se Mandar M'imbora eu Fico" - Som Livre/1974)
* Música finalista do Festival Abertura, de 1974 , incluída no LP "Festival da Nova Música Brasileira - As Finalistas da Abertura".



terça-feira, dezembro 17, 2013

E no Santo Tribunal Jesuíta de Descobrimentos (STJD)...

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