Destaques
terça-feira, novembro 17, 2009
Vitoria, saudosismo e inversão de papéis
Compartilhe no Facebook
Por Moriti Neto
O comentário chega atrasado, pois não assisti São Paulo x Vitória no sábado. Convidado para um casamento, passando um calor danado e esperando ansiosamente pela festa (que foi regada a muita cerveja, diga-se de passagem) só consegui ouvir alguns lances e saber do resultado por meio de um MP3, que não permitia transmissão de boa qualidade.Mas como é bom ter amigo fanático por futebol! Pude ver o jogo completo na noite de domingo, pois um camarada “exacerbadamente tricolor” gravou a peleja em VHS (valeu, Marcelinho!). Óbvio que a emoção não foi a mesma, o resultado era conhecido, mas saudosista que sou, tive a chance de contemplar a partida de maneira que lembrava a época dos VT’s completos, tão comuns em outros tempos.
Quanto ao confronto, com a presença de 55 mil pessoas no Morumbi, o São Paulo passou com tranquilidade pelo Vitória. Os 2 x 0 no placar não ilustram o que foi o jogo. O domínio dos donos da casa foi claro. Rogério quase não trabalhou. Hernanes, e principalmente Washington (ô, meu filho, vivo te defendendo como “homem de área” e tu perdes tantas oportunidades?) desperdiçaram vários gols,
O elenco tricolor pode não ser brilhante, mas é forte e equilibrado. O time não depende de super-craques. O conjunto se notabiliza. Para que se tenha ideia, Ricardo Gomes não tinha Dagoberto, Jean, Borges, Rodrigo e Zé Luís à disposição, além de Richarlysson, que estava meia boca, tanto que começou no banco. Hugo entrou no ataque, Adrian González na lateral-direita e Arouca atuou de primeiro volante.
No primeiro tempo, Hugo deveria jogar mais adiantado, mas insistia em buscar a bola no meio, deixando Washington isolado. A solução foi forçar jogadas ofensivas com os homens de meio e os laterais. Hernanes e Jorge Wagner eram as melhores opções. E com bom volume de jogo, numa sobra de bola, o São Paulo fez o gol com seu camisa 7.
Ainda na etapa inicial, em ato de estupidez cavalar, André Dias e Hugo tomaram cartões por trocarem safanões. Ambos estavam pendurados e ficam fora da próxima rodada. É verdade que saíram abraçados ao final da partida, o que não diminui a irresponsabilidade de desfalcar a equipe na reta final do campeonato.
Veio o segundo tempo e Hernanes, logo no início, criou bela jogada, cruzando na cabeça de Hugo, que definiu o resultado. Depois disso, o Vitória se lançou à frente e os são-paulinos tiveram mais liberdade. André Dias e Miranda puseram o ataque baiano no bolso e o meio campo tocava a bola com eficiência e velocidade. O time até subiu de produção nos 45 finais e só não ampliou pela noite pouco inspirada dos atacantes. Apesar disso, a torcida, que fez festa de dar gosto no Cícero Pompeu de Toledo, apoiou Washington, que saiu de campo aplaudido.
O São Paulo jogou bem, foi convincente. Mais do que isso: parece consciente de que precisa de muita aplicação para ganhar o título, pois Flamengo e Palmeiras estão na cola. O Botafogo, próximo adversário, é sério candidato ao rebaixamento. O Tricolor joga fora de casa e terá desfalques, mas uma equipe que almeja a conquista do sétimo título nacional não pode, nestas alturas, perder pontos para times tão fracos como o Alvinegro da Estrela Solitária.
O mais legal de tudo? O Time da Fé estava mal no começo do certame, chegou até a ficar perto da zona da degola, teve recuperação excelente e só depende das próprias forças para ser campeão, fato que espero ser confirmado pela história no dia 6 de dezembro. E é bom deixar de ser secador e passar a objeto de secação. Desde que as pragas – que são abundantes –, não peguem.
Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...
segunda-feira, novembro 16, 2009
Ana Paula Oliveira reaparece em A Fazenda
Compartilhe no Facebook
Recém-formada em jornalismo, a assistente de arbitragem Ana Paula Oliveira volta à mídia em um campo de atuação inédito para ela. Nada de protagonismo feminino no universo machista do futebol, nada de ensaios sensuais, fotos nuas, nem desfiles de moda e muito menos formas dissimuladas de chamar a atenção.A bandeirinha integra o "elenco" do "programa" de TV da Record A Fazenda. São 14 atletas, cantores, atores ou quase celebridades.
A segunda edição do reality show rural (?!) apresentado por Brito Jr. promete um prêmio de R$ 1 milhão para o vencedor. Para levar a bolada e ficar o maior tempo possível sob holofotes é preciso encarar provas que simulam situações de uma propriedade rural, com direito a futricas, picuínhas e mexericos de toda sorte.
Fernando Scherer, o Xuxa, Sheila Melo, a ex-loira do É o Tchan, e outras figuras mais ou menos conhecidas participam.
Antes de tomar o caminho da roça – ou da fama – a auxiliar de arbitragem lançou um projeto de revista eletrônica esportiva chamada Livresporte. Trata-se, segundo consta, de um trabalho de conclusão de curso (TCC) da faculdade de jornalismo.
Isso quer dizer que o sonho de participar de uma copa do mundo está totalmente abandonado? Segundo ela, não. Em meio à crise por que passa a arbitragem brasileira, uma presepada como essa, que oficialmente remunera quem chama mais atenção do público, pode não ser tão grave. Mas é bem pouco provável que ela volta a bandeirar.
Zebra branquela
Compartilhe no Facebook
Quando se enfrentam seleções europeias e africanas, a tendência é que a torcida geral caia sobre a representante do "continente negro" (expressão odiosa, mas não encontrei outra melhor). Por conta de todas as dificuldades sócio-econômicas pelas quais passam os africanos, pelo ineditismo de seus triunfos, e por aquele gosto por zebras que todos os amantes do futebol têm (desde que, claro, a vítima da zebra não seja o nosso time).
FifaApesar de tudo isso, foi difícil não celebrar a vitória da Suíça, que ontem venceu a Nigéria por 1x0 e assim se sagrou campeã mundial sub-17.
Em primeiro lugar, pelo fato de que, nas categorias de base, as potências são os times africanos, e não os europeus. O título suíço de ontem foi apenas o terceiro da história da Europa no Sub-17 (os outros foram da URSS em 1987 e da França em 2001). Como comparação, a África tem cinco taças - é o continente mais bem-sucedido do torneio. A Nigéria é tricampeã, o que a faz como a maior força da categoria, ao lado do Brasil (campeão em 1997, 1999 e 2003).
O segundo elemento que faz com que a vitória suíça seja ainda mais épica foi o lugar da partida. A Suíça venceu a Nigéria jogando... na Nigéria! Sim, superando torcida e pressão de 60 mil nigerianos que lotaram o estádio de Abuja. Quem é campeão em tais circunstâncias merece aplausos.
E a campanha suíça foi irretocável. Três vitórias na primeira fase - inclusive sobre o Brasil - e, nos mata-matas, triunfos sobre Alemanha, Itália, Colômbia e a favoritíssima Nigéria na decisão.
O Mundial Sub-17 de 2011 acontecerá no México. O Sub-20 também se dará em terras latinas: a a Colômbia será a sede.
Adeus, De Nigris
Compartilhe no Facebook
Uma notícia das mais surpreendentes marcou o início dessa segunda-feira. Morreu Antonio De Nigris, atacante mexicano que jogou no Santos em 2006 e que atualmente defendia o Larissa, da Grécia.
UOLDe Nigris tinha 31 anos e, a princípio, sua causa mortis foi uma parada cardíaca. É surpreendente ver uma pessoa de 31 anos (que não tenha nenhuma doença crônica) falecendo; mais ainda quando se trata de um atleta.
Falando dentro de campo, a passagem de De Nigris pelo Santos foi, no mínimo, folclórica. No português claro: ele não jogou porcaria nenhuma enquanto esteve na Vila. Entrou em campo poucas vezes e fez um gol - daqueles que, como diria Mauro Beting, "até minha vó fazia".
A hora dos "quase"
Compartilhe no Facebook
Claro que começo pelo meu time. O Galo já abriu mão do título e está "quase" fora da Libertadores. Na realidade, em quinto, decide a sorte ou o azar contra o Inter no domingo no Mineirão. Depois pega o Palmeiras, no Parque, provavelmente para saber quem perdeu mais chances este ano e disputará apenas a Copa do Brasil e a Sul-americana. Para o título a disputa agora parece ser entre São Paulo e Flamengo.
domingo, novembro 15, 2009
Internacional 3 X 1 Santos - Uma derrota que reflete a aposta errada
Compartilhe no Facebook
O Santos fez um jogo com o Internacional que não surpreendeu nada quem vem acompanhando o time no Brasileiro. O visitante mostrou mais uma vez ser uma equipe desentrosada, sem esquema tático definido, um bando correndo em campo. Luxemburgo não conseguiu dar qualquer padrão ao time, passou o campeonato jogando com formações diferentes, ora com três, ora com dois volantes; com um atacante só, com dois, com três... E isso fica ainda mais evidente quando o adversário tem um padrão mínimo e um elenco com mais qualidade.
Portanto, o fato do Alvinegro ter saído da primeira etapa perdendo por 2 a 0 não foi algo inesperado. Poderia até ter sido uma diferença maior, caso o goleiro Felipe não tivesse feito três defesas difíceis. Antes do intervalo, um dado que revela bem o desarranjo peixeiro. O Internacional fez 17 faltas, enquanto o Santos cometeu apenas duas.
Uma análise apressada pode fazer com que o torcedor entenda que isso é corpo mole ou algo do gênero, impressão que sempre fica reforçada em caso de derrota, como se futebol dependesse apenas de “vontade”. Não foi o que aconteceu. Os alvinegros até correram, se esforçaram, mas quando não tinham a bola dominada sequer viam a cor da redonda. Na partida do primeiro turno entre os dois, aliás, em vários momentos o Peixe foi “colocado na roda” em plena Vila Belmiro e por pouco não saiu derrotado. Desta vez, não conseguiu fazer os gols porque o Colorado marcou em cima os homens mais criativos do Santos, que arriscavam em jogadas individuais e sofriam inúmeras faltas. Ganso quase não conseguiu respirar com Guiñazu na sua cola e Neymar e Madson corriam, invertiam posições, mas também penavam com a marcação adversária.
No começo do segundo tempo, o Santos assustou com uma bela jogada entre Kléber Pereira, Neymar e Ganso, que finalizou mal. O Inter respondeu com uma bola na trave logo no minuto seguinte e outra aos 8 minutos. Ainda assim, o Alvinegro conseguiu criar graças à postura do Inter, que recuou e passou a esperar em seu campo, abandonando a marcação pressão da etapa inicial.
O jogo seguia equilibrado quando aos 18 Luxemburgo colocou Jean no lugar de Pereira e Felipe Azevedo no lugar de Madson. E foi Felipe Azevedo quem tramou a jogada para Neymar fazer o gol aos 19, para assustar o Inter. Alecsandro teve a chance de matar a partida dois minutos depois, e perdeu.
Mas, como se fosse castigo por marcar o gol peixeiro, Neymar foi substituído por André aos 27 e o time voltou a jogar com dois atacantes pelos lados e um mais fixo na área. O resultado é que a equipe passou a render bem menos, criando muito pouco, e o Inter começou a restabelecer um relativo domínio, esfriando o Peixe.
D’Alessandro definiu aos 39, finalizando livre de marcação dentro da área. Exemplo de desorganização: sete jogadores santistas dentro da área e o meia colorado chutou sem problemas. Ainda houve tempo para Jean fazer o que sempre fez em sua carreira, perdendo uma chance incrível frente a Lauro.
No fim, quem jogou melhor a maior parte do tempo venceu. Mas os lampejos de Neymar, Madson e Ganso mostram o tamanho da aposta errada de Marcelo Teixeira no treinador mais caro do Brasil. Mais caro, diga-se, porque só o Santos pagaria o que paga por ele, senão provavelmente estaria desempregado ou recebendo bem menos em outro time. Um técnico que trabalhasse melhor com garotos e que armasse minimamente a equipe faria uma campanha bem melhor, dado que rivais que estão à frente do Santos não têm equipes tão melhores (ou nada melhores em alguns casos) que a de Luxemburgo. Perda de tempo, de dinheiro, apostas erradas e desperdício de talentos. Até quando vamos continuar assim?
sexta-feira, novembro 13, 2009
Cerveja torrada
Compartilhe no Facebook
Teste Cego do Futepoca: Copa do Brasil
Compartilhe no Facebook
O Futepoca tem o prazer de apresentar mais um Teste Cego de Cervejas. Nesta terceira edição, foram selecionadas marcas artesanais ou premium originárias de diferentes partes do Brasil. Com representantes do Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, foram testadas 10 amostras de nove marcas.
3º Teste Cego do Futepoca: Copa do Brasil
1. De novo, no bar
O bar era nosso. Devido ao sucesso na gestão dos copos da edição passada, a cerimônia do teste novamente foi o Espetinho da Villa, bar que serve, como sugere o nome, espetos. Não sei se pela gritaria ou se por causa do jogo entre Palmeiras e Goiás, todos os outros clientes haviam partido.
Foto: Brunna Rosa

2. Sete sóbrios sedentos pra 70 copos
Em uma opção mais modesta, foram apenas sete avaliadores, sendo que um deles só conseguiu acompanhar a metade dos acontecimentos. O Espetinho da Villa novamente providenciou um copo por dose para cada ébrio. Novamente nas contas do DataFutepoca, foram 70 copos, dos quais apenas um se quebrou. Nossos intrépidos heróis foram:
Brunna, Carol, Glauco, Maurício, Nicolau, a minha pessoa e um convidado: o jornalista Maurício Stycer, em meio a uma entrevista sobre seu livro História do Lance!, também caiu na rede do Futepoca (logo a entrevista será publicada na nossa seção especial). O Nicolau testou apenas seis das 10 amostras.
Foto: Carol

Carol
não aparece
na foto. De
baixo em
sentido
horário, o
cabelo ruivo
da Brunna,
o Glauco,
Maurício, seu
xará Stycer
(o entrevistado),
e a minha pessoa.
Todos só na água
entre uma
amostra e outra.
3. Só garrafa, muitos fornecedores
Mais uma vez o teste se concentrou em brejas em garrafas de vidro, mas as embalagens tinham volumes diferentes. Parte foi comprada em supermercados, parte na Tortula, único lugar em que encontrei algumas das concorrentes. Uma delas, a Bierland, de Blumenau-SC, veio pelo correio, numa gentil cortesia do fabricante.
4. Nove pielsen, sendo uma orgânica, e uma lager
O critério de seleção esteve muito relacionado ao que foi encontrado. Uma pesquisa prévia na internet e o conhecimento acumulado por um aprendiz de apreciador de cerveja amador (quanta modéstia).
São listadas abaixo as participantes na ordem em que foram oferecidas com o volume do vasilhame, validade e teor alcoolico.
Aqui cabe uma nota. Comprei duas Eisenbahn diferentes e só depois descobri isso alertado pelo Alexandre. A pielsen normal e a versão orgânica, chamada de natural, participaram por acidente, quer dizer, não tinha percebido isso, achei – eita! – que tinha mudado o rótulo. Pior, a Natural tinha data de validade vencida fazia 27 dias. Desculpas aos avaliadores e à fabricante.
1. EisenbahnPielsen – Blumenau-SC
2. Colorado- Cauim – Ribeirão Preto-SP
3. Devassa – Rio de Janeiro-RJ
4. Bierland – Blumenau-SC
5. PetraAurum - Petropolis-RJ
6. Backer – Belo Horizonte-MG
7. BadenBaden – campos do Jordão-SP
8. Cerpa – Belém-PA
9. DadoBier – Porto Alegre-RS
10. EisenbahnNatural (orgânica) – Blumenau-SC
355ml
600ml
355ml
600ml
500ml
355ml
600ml
355ml
1L
355ml
28/11/2009
19/01/2010
01/03/2010
19/02/2010
03/12/2009
08/02/2010
28/10/2009
05/02/2010
02/10/2009*
4,8%
4%
4,8%
4,5%
5%
4,8%
5%
5,3%
5%
4,8%
5. Copo meio cheio. Ou muito cheio
A dose a que foram submetidos os progressivamente embriagados avaliadores foram maiores do que em qualquer edição. Como eram menos numerosos, os copos vinham com pelo menos metade de sua capacidade ocupada. No caso da Dado Bier, veio até a boca – e ainda sobrou na garrafa.
Foto: Brunna Rosa

6. Formulário, três notas. Ou duas, ou uma
A produção das fichas de registro das notas pela primeira vez mereceu o nome. O modelo está aqui para as futuras gerações. Os guardanapos foram abandonados, mas o espírito se manteve como mostra a foto.
Fotos: Brunna Rosa



Convidados a analisar aparência e visual, aroma e sabor e uma nota geral, quase ninguém investiu em tudo isso. Então, novamente ficamos com uma nota só para a análise. Mas há registros preciosos como "notas de manteiga", "gosto de tutifruti" e "derrubei o copo" são algumas delas.
7. Cadê os resultados?
A dinâmica foi a mesma. Nada de venda nos olhos, os avaliadores eram surpreendidos com copos sem identificação que ofereciam as cervejas em ordem definida pelo Alexandre. Apenas um dos analistas conhecia o conjunto de marcas, este que escreve.
Resultado do Teste cego Copa do Brasil do Futepoca
1. PetraAurum- Petropolis-RJ (5)
2. EisenbahnPielsen– Blumenau-SC (1)
3. EisenbahnNatural(orgânica) – Blumenau-SC (10)
4. Devassa– Rio de Janeiro-RJ (3)
5. Backer– Belo Horizonte-MG (6)
6. Colorado-Cauim –Ribeirão Preto-SP (2)
7. DadoBier– Porto Alegre-RS (9)
8. Bierland– Blumenau-SC (4)
9. Cerpa– Belém-PA (8)
10. BadenBaden– Campos do Jordão-SP (7)
7,9
7,6
7,6
7,3
7,3
7,1
6,9
6,9
6,8
1. PetraAurum- Petropolis-RJ
2. EisenbahnNatural(orgânica) – Blumenau-SC
3. EisenbahnPielsen– Blumenau-SC
4. Devassa– Rio de Janeiro-RJ
5. Backer– Belo Horizonte-MG
6. DadoBier– Porto AlegreRS
7.Colorado-Cauim – Ribeirão Preto-SP
8. BadenBaden– campos do Jordão-SP
9. Cerpa– Belém-PA
10. Bierland– Blumenau-SC
8,0
7,7
7,4
7,4
7,1
6,9
6,8
6,8
6,6
Média normal é aquela em que se somam as notas e divide-se pelo número de avaliadores, todos com o mesmo peso. A carnavalesca é a consagrada na disputa de escolas de samba, em que a nota mais alta e a mais baixa são excluídas. Esta última se torna ainda mais necessária com a ausência de notas de um dos jurados em algumas das amostras.



a) A vencedora inconteste, Petra Aurum. As duas variedades pielsen da Eisenbahn surpreendem ao revesarem-se na segunda e terceira colocação, porque não foram bem – para uma artesanal – nas duas outras edições. A Cerpa, vencedora da primeira edição, amarga até uma última colocação quando adotado o procedimento carnavalesco.
b) A vencedora foi a quinta oferecida, bem no meio. Rompeu-se a mística da oitava. A segunda e a terceira colocadas foram servidas como começo e encerramento dos trabalhos.
c) Bierland, gentilmente oferecida pelo produtor, foi a mais prejudicada quando a média carnavalesca entra em ação. Isso quer dizer que houve mais divergência nessa nota.
d) O troféu paladar-ranzinza ficou com o Glauco, titular do posto de mais rigoroso nas outras edições, com média de 6,5 para as geladas. O mais generoso na avaliação foi o Maurício, com 8,1.
e) Como era menos gente, parece ter havido menos influência entre os degustadores.
f) A média geral ficou em 8,3 contra 8,4 da carnavalesca, bem superiores às outras edições, quando a coisa ficou na casa do 6. Melhor qualidade ou maior generosidade?
quinta-feira, novembro 12, 2009
Palmeiras Robin Hood tenta, mas não impede rebaixamento do Sport
Compartilhe no Facebook
O título pra lá de irônico é a elaboração de cabeça menos quente sobre o empate entre Palmeiras e Sport no Palestra Itália. O 2 a 2 não agradou a nenhum dos lados, já que o time permanbucano se juntou ao Náutico e está matematicamente rebaixado para a Série B.
Também foi péssimo para o Palmeiras. Com 59 pontos, o time empata com o São Paulo, fica dois na frente do Flamengo, mas aguarda, apreensivo, a conclusão da rodada do fim de semana. A sensação é de uma breve estada na liderança, quase uma despedida.
As chances de o desinteressado Vitória passar pelo time de Ricardo Gomes só não é menor do que a do rebaixadíssimo Náutico surpreender o Flamengo. Se o Atlético-MG vencer o Coritiba, o alviverde termina a rodada em quarto.
O time mostrou que não aguenta a pressão de participar da rodada por antecipação para atender aos interesses da TV. Não sabe lidar com isso. Na próxima semana, contra o Grêmio no Olímpico, a partida também foi antecipada. Contra o Santo André, também foi assim.
No segundo turno, contra Náutico, Santo André e Fluminense, a turma do G-4 dos pesadelos, foram três derrotas. Contra o Sport, que também mora por lá, de modo ainda mais definitivo do que o tricolor carioca, foi um empate. Se incluídos outros dois ameaçados, Botafogo e Coritiba, vale lembrar que o primeiro ainda será enfrentado na última rodada e o paranaense venceu o Palmeiras no jogo do carbono neutro.
Este desempenho digno de um verdadeiro Robin Hood do Brasileirão não é comportamento de time que disputa para ser campeão. Se tinha virado senso comum que é preciso vencer os "jogos de seis pontos", aqueles confrontos diretos com concorrentes ao caneco que trazem três pontos e virtualmente tiram outros três do rival, anote-se aí uma nova lição, ainda mais óbvia: vencer os times fracos é ainda mais importante.
É que a teoria do confronto direto leva em conta que a minha segunda e ululante premissa já era garantida por um escrete que quer a taça.
O futebol apresentado pelo time de Muricy Ramalho no primeiro tempo não é sequer de uma equipe que merece vaga na Sul-Americana. Na segunda etapa, foi futebol de quem, com um pouquinho de sorte, se classifica para a Libertadores.
E ainda teve a lambança de Elmo Alves Resende Cunha apitou por engano um impedimento – de fato inexistente – de Danilo no segundo gol do time da casa. Élder Granja dava plenas condições ao zagueiro. Mas o juizão não tinha nada que apitar. Os jogadores do Sport ficaram revoltados. Ao acertar, o cidadão conseguiu errar.
Neste aspecto, foi muito diferente do Carlos Eugênio Simon. Ah, mas o que o Palmeiras apresentou no primeiro tempo, foi uma continuação trágica do que havia mostrado na segunda etapa no Maracanã.
Resumo da ópera, os gols de Deyvid Sacconi e Danilo dão uma conotação de "empate suado", conquistado. Foi um desastre atenuado. Mas que continua a ser trágico. Wilson e Arce haviam marcado no primeiro tempo em jogadas rápidas e bem articuladas diante de uma defesa perdida.
Mais uma vez a estranha raiva por ocupar a liderança apenas pelo segundo critério de desempate. Será que exorcizando a fase resolve?
quarta-feira, novembro 11, 2009
Lucia Hippolito decreta: apagão é "culpa do Lula"
Compartilhe no Facebook
terça-feira, novembro 10, 2009
Momento do mé: Marimbondo
Compartilhe no Facebook
De volta ao Sabor do Picuí, como prometido, provei a Marimbondo, outra cachaça da Paraíba.
Ludmila TavaresDe Guarabira, também é branquinha, transparente. Bem mais fraca (42%), desce incrivelmente macia para uma chambirra sem ser envelhecida. Com o calor que estava no sábado, desceu abrindo espaço para o almoço (e a pimenta) que vinham a seguir. Não sei se foi a mesma que o Nicolau provou, só sei que a impressão foi completamente diferente.
O problema é que não consegui grandes informações sobre a danada. Nem foto, por isso a opção pelo inseto. A maior parte da agricultura no município está ligada à subsistência e não tanto à produção de cana de açúcar, embora exista outra da que passarinho não bebe produzida por lá, uma tal Donzela. Só que essa eu nem tenho ideia de onde encontrar em São Paulo.
segunda-feira, novembro 09, 2009
Caso Uniban, CPI Gay, parlamentares guiam suas decisões através de suas religiões e a vida anda difícil...
Compartilhe no Facebook
Ventos conservadores balançam o estandarte brasileiro. "Puta-Puta-Puta", ouviu a estudante Geisy Villa Nova Arruda. Pouco tempo depois, assistíamos a sua expulsão pela gloriosa cátedra Uniban, também carinhosamente apelidada de "UniTaleban", pelos blogueiros, internautas e tuiteros, que por sua vez estão infernizando a vida da instituição.
O resultado: na tarde desta segunda-feira, 9, a instituição recuou e revogou a expulsão de Geisy. O assunto é tão surreal que vale a pena ver as cenas do quase linchamento da estudante de turismo e ler a justificativa pitoresca da Uniban, para expulsar a aluna.
Sinceramente, neste caso, pouco me importa se a Uniban é uma fábrica de diploma ou se agora a estudante vai posar nua. O fato é que chegamos ao ponto da sociedade (uma parte, óbvio!) agredir e ser conivente com a barbárie pelo simples motivo do uso de uma minisaia!
É o retrato do cotidiano do país que exclui, criminaliza, marginaliza e agride a diversidade, seja ela qual for. Sem falar do machismo e da intolerância, cultivados com ardor... Enfim, um episódio que dá a dimensão do retrocesso de nossa realidade, e que dá nojo só de imaginar onde podemos chegar...
Mas voltando para o caso Uniban, outro ponto que me chocou é o histórico do “adevogado” da dita instituição, Décio Lencioni Machado, que atribuiu à postura da estudante Geisy Villa Nova Arruda a razão de sua expulsão da universidade. Ele que preside a Comissão de Legislação e Normas do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e é conselheiro da Câmara de Educação Superior.
Criado em 1963, o Conselho tem como objetivo traçar normas para organização do sistema de ensino de todo o estado, incluindo autorização para instalação de universidades públicas estaduais e municipais e são "escolhidos entre pessoas de notório saber e experiência em matéria de educação, observada a devida representação dos diversos graus de ensino e a participação de representantes do ensino público e privado". Para exercer o cargo, o conselheiro é remunerado: recebe gratificação por sessão plenária e de câmaras ou comissões permanentes.
Medo! Só rindo mesmo do ataque de fúria de Hitler sobre a comparação dos nazistas da Uniban e sua gente iluminada... Ou apostar na cobrança do MEC e da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.
E piora
E, como se não bastasse a demonstração de preconceito, fúria e machismo dos estudantes da Uniban (e a atitude da própria instituição), a psicóloga evangélica Rozangela Justino, conhecida por oferecer tratamento para curar os homossexuais – e receber censura pública do Conselho Federal de Psicologia (CFP) –, agora dedica seu blogue auxiliar seus irmãos a votarem “NÃO” na enquete que o Senado Federal criou sobre a aprovação do PLC 122/06, que criminaliza a homofobia no Brasil.
Rozangela alega no texto que “infelizmente, não podemos apoiar qualquer Projeto de Lei e nem lei pró-homossexualismo porque tais projetos de leis e leis têm finalidades políticas e econômicas, e na verdade não são para proteger e nem ajudar qualquer pessoa na condição homossexual, muito pelo contrário, é para impedir que sejam ajudadas, inclusive”. Ela ainda propõe criar a "CPI das Passeatas Gays”, “A CPI do Movimento Gay”. Segundo a "psicóloga", "assim, estaremos verificando o porquê do investimento do poder público neste movimento desconstrutor social e dos princípios cristãos, em detrimento de necessidades básicas do povo brasileiro".
E se engana quem acredita que uma manifestação como da "psicóloga" ou dos estudantes e membros da gloriosa academia unibanense não reflete ou são frutos da postura conservadora de nossa política. Na recente pesquisa "Como Parlamentares Pensam os Direitos das Mulheres?", realizada pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), que entrevistou 321 parlamentares, entre deputados e senadores foi constatado que a influência da crença religiosa nas decisões dos parlamentares está cada vez maior.
A maioria (60%) dos parlamentares considerar errado legislar a partir de pontos de vista de crenças pessoais, mas 38% dos legisladores admitem tomar decisões de acordo com os princípios de suas religiões. Mas, nossos parlamentares de tudo não são tão maus... A pesquisa também constatou que o Congresso está mais aberto a reivindicações femininas, especialmente em relação a direitos das mulheres no mercado de trabalho.
Obrigado por nos deixarem trabalhar, apesar do Brasil continuar sendo o país latinoamericano com menos mulheres no Parlamento - 8%.
Brincadeiras a parte, a pesquisa também trouxe um dado interessante sobre o aborto: 57% dos parlamentares defendem, por exemplo, que a legislação permaneça como está, permitindo a prática somente em caso de estupro ou de risco de vida para a mãe. Os demais se dividem em dois grupos: 18% defendem a descriminalização total e 15% são contra a interrupção da gravidez em qualquer caso. Apenas 8% não se posicionaram e 1% admite ampliar a legislação em alguns casos. Resumindo, o árduo trabalho de chamar para a discussão o tema para lá de polêmico não anda sendo em vão.
Mas a vida anda difícil...
Chamar de "ladrão vendido" pode? Simon não apita mais neste ano
Compartilhe no Facebook
Luiz Gonzaga Belluzzo, economista e presidente do Palmeiras, mostrou mais uma vez que é mais torcedor do que qualquer coisa. Não se aguentou ao ver os erros da arbitragem de Carlos Eugênio Simon na partida entre Palmeiras e Fluminense. À lista de impropérios:
"Ele está na gaveta de alguém. Só dá para entender assim. Ele dar uma falta dessas (de Obina, no gol anulado). Ele deve estar fazendo favor a alguém. Não sei a que time, se quer tirar o time da Segunda Divisão. Ainda houve um pênalti vergonhoso no Danilo. O Sérgio Corrêa (presidente da Comissão Nacional de Arbitragem) não devia ter escalado esse vigarista, que vai para a Copa do Mundo. O cara assaltou o Palmeiras. É inacreditável."
"(Simon) fez um serviço para o Fluminense."
"Estou dizendo que o Simon é safado, um sem vergonha e crápula."
"Adianta fazer protesto (à CBF)? A única coisa que pode se fazer é encher o cara de porrada depois de um assalto desse. O cara foi de má-fé. Ele já devia ter sido excluído do futebol."
"Ele fez de caso pensado (a anulação do gol de Obina). Eu que o encontre na rua, porque não tenho medo de ninguém. Tenho 67 anos e, se encontrar o Simon na rua, eu dou uns tapas no vagabundo."
Pode ter sido a gritaria do presidente alviverde, os repetecos do gol e do pênalti. Ou pode ter sido só bom senso. A CBF anunciou que Simon não apita mais neste ano. Agora, só na Copa? Segurem-se os sul-africanos.
A justificativa oficial foi a "repetição de erros cometidos durante a competição".
Quanta violência
Simon já foi chamado de covarde, pediu desculpas. Uma semana antes, Rogério Ceni acusou-o de perseguição.
Os gremistas também, que o diga o processado Eduardo "Peninha" Rômulo Bueno.
Em 2008, os reclamões foram os flamenguistas por um pênalti não marcado contra o Cruzeiro.
O Terra fez até um Top 10 dos maiores erros: Fluminense x Palmeiras ontem, Santos x São Paulo mês passado, Fluminense x Corinthians na Copa do Brasil, Ceará x Fortaleza no estadual deste ano, Grêmio x Internacional no estadual deste ano, Cruzeiro x Flamengo no Brasileirão de 2008, Botafogo x Atlético-MG na Copa do Brasil de 2007, Itália x Gana na Copa de 2006, Corinthians x Brasiliense na Copa do Brasil de 2002, Inglaterra x Suécia na Copa de 2002.
Alguém aí lembra de outros?
domingo, novembro 08, 2009
Garfado, Palmeiras entrega a liderança
Compartilhe no Facebook
O Palmeiras foi derrotado pelo Fluminense no Maracanã lotado, deixando a liderança para o São Paulo. O alviverde teve um gol legal marcado por Obina e anulado por Carlos Eugênio Simon. Fred fez o gol que tirou o tricolor carioca da lanterna do campeonato.
O time visitante não jogou bem a ponto de merecer a vitória, especialmente no segundo tempo. Mas a falta inventada por Simon no gol de Obina deu contornos de injustiça ao resultado trágico da partida.
Enquanto Diego Souza não volta a ser posicionado bem perto da área adversária, ele segue rendendo menos. A defesa com Marcão continua dando emoções desnecessárias. Vagner Love precisa mais do que trocar a cor das tranças, precisa fazer gols.
Nas últimas sete partidas, o Palmeiras venceu um jogo, empatou dois e perdeu quatro. Não é trajetória de reta final de campeonato que se apresente. Agora, antes de o Palmeiras torcer por tropeços são-paulinos, precisa vencer seus jogos. E culpar a arbitragem pelo erro de hoje é simplismo a toda prova que pode, no máximo, expiar a raiva pós-rodada.
O desânimo que esse retrospecto vinha produzindo só aumenta agora pra este torcedor. Será que o time reage? Não é questão de matemática, é de futebol jogado dentro do campo durante o jogo.
Visão de longe: pintou o campeão?
Compartilhe no Facebook

Porém, na próxima rodada, acredito que nenhum dos quatro primeiros colocados terá dificuldade para vencer seus compromissos. O Palmeiras bate o Sport no Parque Antartica, assim como o São Paulo fará o dever de casa contra o Vitória. E Atlético-MG e Flamengo, mesmo jogando fora, vão atropelar os frágeis Coritiba e Náutico. Portanto, nenhuma alteração no topo.
A hora da verdade será mesmo a 36ª rodada. O Palmeiras terá um confronto complicado com o Grêmio, em Porto Alegre, e o São Paulo irá ao Rio de Janeiro enfrentar o Botafogo, podendo provar do mesmo veneno (arbitragem) que o alviverde provou contra o Fluminense. Minha aposta: líder e vice perdem. E o Atlético-MG empata com o Internacional. Por isso, acho que o Flamengo vence o Goiás e assume a ponta.
Na penúltima rodada, Atlético-MG e Palmeiras se enfrentam. Acho que os paulistas ganham. O São Paulo até pode vencer o Goiás em casa, mas o Corinthians entrega o jogo para o Flamengo - com o unânime aval de sua imensa torcida. Aí, na última rodada, o Botafogo vence o Palmeiras, o Atlético-MG vence o Corinthians, o São Paulo vence o Sport e o Flamengo bota a faixa no peito com uma vitória sobre o Grêmio, num Maracanã completamente lotado. Para glória de Andrade, Adriano e Petkovic.
Final: Flamengo campeão, 69 pontos; São Paulo vice, 68; Palmeiras terceiro, 64; Atlético-MG quarto, 63. Alguém aí tem outra teoria palpitológica?
Alívio
Compartilhe no Facebook
Ontem, o Santos venceu o Náutico no Pacaembu por 3x1. Com a vitória, o time chegou aos 45 pontos - quantia que, segundo a maior parte dos analistas, livra qualquer time das possibilidades do rebaixamento.
Não que a queda tenha sido um temor real dos santistas em 2009 - diferentemente do ocorrido no ano passado, quando o Peixe acabou o primeiro turno do Brasileirão entre os quatro piores e flertou com a degola em muitas rodadas. Na verdade, neste 2009, a existência de mais times "dispostos a cair" fez com que o santista mais se irritasse com o futebol da equipe propriamente dito do que com qualquer possibilidade de queda.
De qualquer modo, é bom cumprir a cota de pontos e poder eliminar, de vez, o medo da degola.
E a partida em si até que foi divertida. O Náutico é realmente uma equipe frágil. Tanto que, no primeiro tempo, praticamente não ofereceu qualquer resistência ao Santos. O Peixe fez 1xo (num pênalti pra lá de mandrake) e poderia ter ido às redes mais vezes.
Veio a segunda etapa e Luxemburgo fez o óbvio: trocou os pífios Róbson e Jean por Mádson e Neymar. O banco a Neymar é até compreensível, já que o menino esteve com a seleção sub-17 até o início da semana e mal treinou no Santos. Mas quanto a Mádson... sim, ele estava numa decrescente, mas nunca, nunca que merece ficar na reserva de Róbson.
Com os dois baixinhos, o Santos entrou num ritmo interessante e parecia que iria golear o Náutico. Fez 2x0, mas, num contra-ataque, os pernambucanos tiveram um pênalti a seu favor (tão fajuto quanto o que beneficiou os santistas na primeira etapa, exemplo nítido de compensação) e diminuíram o marcador.
Quanto parecia que o Santos passaria um baita aperto - e deixaria de vencer após estar na frente, como fez contra Flamengo, Avaí, Internacional e São Paulo - Neymar resolveu mostrar porquê é um craque EM POTENCIAL (o caps é pra evidenciar que ele ainda não o é) e deixou tudo tranquilo. 3x1, vitória, 45 pontos e Série A em 2010.
Bastidores
Talvez tão importante quanto os 45 pontos foi o momento político que se passou na área onde os sócios do Santos ficaram ontem no Pacaembu. A partida de ontem foi a primeira após a oficialização da chapa O Santos Pode Mais, que, com Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues, lutará contra o grupo político de Marcelo Teixeira (que ainda não confirmou nem desmentiu sua candidatura) nas eleições do clube, que acontecem em 5 de dezembro.
Os oposicionistas estavam em maioria. E, na hora que o jogo já estava definido, entoaram com sucesso o canto "O Santos pode mais", que contagiou praticamente todos os que estavam na área dos sócios (com exceção óbvia dos que trajavam camisas da Rumo Certo, a chapa de Teixeira). Diferentemente do ocorrido em outros pleitos, Marcelo Teixeira parece estar em desvantagem. É esperar pra ver.
sábado, novembro 07, 2009
Didi, um brasileiro
Compartilhe no Facebook

"Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!". Os versos de Carlos Drummond de Andrade são apropriados para descrever, hoje, a saudade que um conterrâneo sente a milhares de quilômetros da cidade mineira. Cleidimar Magalhães Silva, 27 anos, tem apelido e profissão bem brasileiros: Didi, jogador de futebol. Mais especificamente atacante, e ainda mais especificamente do CFR Cluj, time da Romênia já destacado aqui neste blog. Mas não se trata apenas de mais um brasileiro perdido nos confins do futebol. Didi é ídolo na cidade de Cluj-Napoca, na Transilvânia, por ter ajudado o clube a vencer o primeiro campeonato nacional de sua história. E disputou a Liga dos Campeões da Europa, contra times como o inglês Chelsea, que era treinado por Luiz Felipe Scolari, e o francês Bordeaux, obtendo a gloriosa façanha de vencer o Roma na Itália, em setembro do ano passado.
Nesta entrevista para o Futepoca, segue mais um pouco da vida desse itabirano simples, filho de um motorista aposentado e uma dona-de-casa (tem quatro irmãos), que deixou o Brasil há sete anos. Em busca de seu sonho.

Didi - No Valeriodoce Esporte Clube, de Itabira, onde comecei na categoria infantil, em 1997. Me profissonalizei em 2002, disputei a segunda divisão do Campeonato Mineiro e depois tive passagens por times da primeira divisão.
Futepoca - Quais times? Jogou sempre como atacante?
Didi - Sim, sempre atacante. Pelo Uberlândia disputei o Brasileiro da Série C e, no mesmo ano, em 2003, joguei o Campeonato Mineiro pelo Social Futebol Clube, de Coronel Fabriciano. Fui a revelação e artilheiro do interior, voltei ao Valeriodoce e subimos para a primeira divisão. Daí fui emprestado ao Vila Nova de Nova Lima. Muitos times (risos). E depois disso disputei o Mineiro pelo Valeriodoce em 2004 e fui para o Santa Cruz, de Recife, disputar o Brasileiro da Série B.
Futepoca - Você se lembra de jogadores conhecidos com quem jogou nesses times? E técnicos?
Didi - Joguei no Santa Cruz com o Iranildo, ex-Flamengo, e com o Carlinhos Bala. O treinador era o Péricles Chamusca, que tinha sido vice-campeão da Copa do Brasil com o Brasiliense.
Futepoca - Mas e depois, como é que você foi parar aí na Romênia?
Didi - Em 2004, fui para Portugal, para um time da segunda divisão, e no ano seguinte fui contratado pelo Paços de Ferreira, time da primeira divisão. Fiquei três anos naquele país, até que surgiu essa aventura na minha vida, que era vir para um país de pouca expressão no futebol mundial, que eu só tinha ouvido falar na Copa de 94. Mas as condições do contrato eram bem melhores que as de Portugal e resolvi arriscar. Acabou sendo o melhor momento de minha carreira. Cheguei em janeiro de 2007, tive oportunidade de ser campeão nacional e bi da taça romena.

Futepoca - Você disputou a Liga dos Campeões, um sonho para qualquer jogador. Estava na histórica vitória contra o Roma?
Didi - Sim, tive oportunidade de jogar a Liga, mas nesse jogo, infelizmente, fiquei no banco os 90 minutos. Mas foi bacana pelo grupo e por ser uma vitória histórica. Joguei contra o Chelsea e Bordeaux.

Didi - Foi sinceramente única, não imaginaria jogar uma Liga dos Campeões depois de sair de uma equipe mediana de Portugal. Assim como não imaginaria chegar na Romênia e fazer história, pois o time tinha 100 anos e nem um título.
Futepoca - Qual era a equipe da segunda divisão de Portugal que te contratou? Eles compraram teu passe do Valeriodoce? Como foi essa transferência?
Didi - Foi o Futebol Clube do Marco. Fui de passe livre, depois de um empresário ter me visto num jogo do Campeonato Mineiro contra o Cruzeiro, no Mineirão, e gostado do meu futebol. Ele me propôs jogar no Santa Cruz e, de lá, me levou para Portugal. Fui para o Clube do Marco, que estava fazendo um time para subir para a primeira divisão, e consegui fazer 12 gols em 24 jogos. Daí apareceu o Paços de Ferreira.
Futepoca - Você se lembra de alguma grande partida que fez nessa época?
Didi - Em Portugal minha melhor partida foi contra o Sporting, time do brasileiro naturalizado português Liédson. Ganhamos de 2 a 0, em casa. Foi um grande jogo, pessoal e coletivo. Já aqui na Romênia, o jogo que marcou mesmo foi um que ganhamos de 1 a 0 do Pandurii, gol meu. Faltando 12 minutos para o jogo terminar, tive que ir para o gol, pois nosso goleiro foi expulso e tinham acabado nossas substituições. Tive duas saídas do gol e fiz uma defesa num chute de fora da área, recebi até prêmio a mais (risos).

Didi - O presidente esse dia me tratou como um herói (risos). Aqui sou muito respeitado pelos torcedores, onde vou sou bem recebido. Quando ganhamos o campeonato nacional, a cidade parou. Tinha mais de 15 anos que o título só ficava na capital, Bucareste, com o Steua, o Dínamo e o Rapid. E depois de três dias fomos ser campeões de novo, da copa romena.
Futepoca - E como foi tua adaptação na Romênia? A língua, o clima, a comida? Levou familia?
Didi - Hoje já domino o idioma muito bem, é uma lingua latina com muitas palavras semelhantes ao português e ao espanhol. Tive a ajuda da minha esposa, Sandra. Estamos juntos desde 2001, e, na Europa, desde 2004. Depois veio o nascimento de minha filha, Giovanna, que vai fazer dois anos. A família se adaptou muito bem aqui. É uma vida tranquila, o país ainda é pobre, tem uma diferença de classe social. A comida já me acustumei, eles comem muito frango, porco. Tem umas comidas típicas deles que também são boas. Bebida, que eu saiba, não tem nada de especial. Eu prefiro uma cervejinha, principalmente no verão deles, que é muito forte e abafado, chega a fazer 40 graus.

Futepoca - E a cerveja daí é boa?
Didi - Tem algumas marcas de cerveja deles, mas não gosto muito, prefiro uma cervejinha importada, como a mexicana Corona e a italiana Peroni. Não se comparam a nossa Skol.
Futepoca - Você falou que a Romênia é um país socialmente atrasado. Você acompanha a política daí? Lê alguma coisa, tem opinião? E sobre o Brasil, acompanha? O que acha do governo Lula?
Didi - Olha, acompanho sim, alguma coisa. Não tem muitos anos que acabou o comunismo, então o povo ainda está começando a ter a noção da coisas. Sinceramente, de política, não entendo muito não (risos). Mas acho que o presidente terá muito trabalho pra fazer dessa nação um grande país europeu. Sobre o Brasil, tenho visto melhoria com o Lula. É um dos poucos países que não foram muito afetados pela crise mundial.Futepoca - Pra encerrar, quais são os seus planos para o futuro? Fica na Romênia até quando? Gostaria de voltar a jogar no Brasil? Por qual time?
Didi - Tenho contrato até 2010 aqui, mas tudo na vida tem momentos. Sou agradecido por tudo que fizeram por mim, mas acho que posso sair nesse fim de ano. Minha vontade e dos meus representantes é dar um pulinho no Oriente ou na Ásia. Tenho imensa vontade de voltar ao Brasil pra jogar, mas sei da dificuldade que é arumar um grande clube aí, por estar jogando num país não muito forte no futebol. Como sou mineiro, gostaria de ir para um time de Belo Horizonte.
Futepoca - Vai entregar? Galo ou raposa?
Didi - Hahahahaha. Posso não, uai!
Futepoca - Então só me diz se teu time está com grande chance de ser campeão brasileiro...
Didi - Hehehe. Está entre os candidatos. Mas tomara que o título possa ir pra Minas Gerais, o que só enriquece mais o meu estado.
sexta-feira, novembro 06, 2009
Quanto menos anúncio do governo, mais escândalos publicados
Compartilhe no Facebook
É na Argentina.
Um estudo aponta uma relação inversamente proporcional entre a soma do espaço dedicado à cobertura de escândalos de corrupção no governo e o volume de recursos aplicados em publicidade estatal para a empresa ao mês. A pesquisa Publicidade do governo e a cobertura da mídia sobre escândalo de corrupção mostra ainda que o número de furos cai e o de casos omitidos do noticiário aumenta quando há mais verbas publicitárias públicas na conta.
Assinado pelos economistas Rafael Di Tella (da Universidade de Harvard) e Ignacio Franceschelli (da Universidade de Northwestern), o estudo analisou as páginas de Clarín, La Nación, Página 12 e Ámbito Financiero, que representam 74% da circulação diária de jornal.
A soma das áreas dedicadas à denúncia de corrupção em relação à área total da capa do jornal gera o número de unidades de "capas de jornal".
"O tamanho é considerável: um aumento no desvio padrão na publicidade mensal do governo (260 mil pesos de 2000) está correlacionado à redução da cobertura dada a um escândalo de corrupção do governo no mês em quase metade da cobertura, ou 37% do desvio padrão em nossa medida de cobertura na capa", conclui o texto.
Eles ainda analisam a ocorrência de furos e omissões. Furo, para o estudo, é a primeira notícia que um veículo publica sobre um escândalo. Omissão é a ausência de cobertura sobre um escândalo descoberto por outra publicação. A relação entre essas variáveis e a publicidade é parecida: quanto mais verba investida, menos escândalos descobertos e mais omissões. E vice-versa.
O estudo aponta que insistir em escândalos de corrupção significa aumento da circulação. A conclusão é que há um modelo em que os jornais enviesam a cobertura a favor do governo em troca de mais publicidade apesar de isso representar queda de receita advinda de circulação.
Embora o estudo não tente estabelecer relação de causalidade, os dados sugerem que os joranis reagem a anúncios governamentais, e não o contrário.
O estudo lembra do histórico de retaliação empregado por governos latino-americanos e o uso da verba publicitária. Eles lembram casos em que o corte de anúncios foi usado como opção política no governo de Néstor Kirchner.
quinta-feira, novembro 05, 2009
FHC e Caetano: separados no nascimento
Compartilhe no Facebook
A sacada foi do Rodrigo Vianna. Parece que, à medida que o tempo passa, um e outro se assemelham não apenas no gesto, na ideoologia, na capacidade de fazer murcharem as flores quando abrem a boca, mas também fisicamente.