Destaques

sexta-feira, junho 03, 2011

Vamos ter que partir para o sacrifício

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Materinha do site Uol afirma que nossa exportação de cachaça caiu 22,5% entre janeiro e abril deste ano, comparado com mesmo período de 2010. O motivo: a famigerada crise nos países ricos, que aqui foi marolinha, e lá é um interminável tsunami. Diz a materinha que, no primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil exportou somente 2,39 milhões de litros de cachaça, enquanto em igual intervalo do ano passado foram 3,09 milhões. Ou seja: nós, bravos manguaças, temos um excedente de 1,3 milhão de litros para dar conta! Avante, cachaceiros, digo, companheiros! Brasil, verás que um filho teu não foge à pinga!

Deus e o diabo no bar de sinuca

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Ao assistir à disputa entre filósofos alemães e gregos, na versão do Monty Python, e ao Coríntios contra Apocalipse, da TV Pirata, me lembrei de um post que está na gaveta há um tempão.

Assisti mês passado ao episódio sobre a evolução das espécies da série A Espiritualidade e a Sinuca, dirigida por Lírio Ferreira (de Baile Perfumado, Cartola - Música Para os Olhos e O homem que engarrafava nuvens).

Embora a definição de "documentário" não seja perfeita – pelo menos não em strito sensu – a produção da Somos 1 Só é bem interessante até nas experimentações de misturar depoimentos reais com atuações e muito humor.

Ao que consta, a série foi ao ar na Sesc TV e na TV Cultura, onde assisti ao trem. Há outros episódios sobre outros temas dirigidos por outros diretores. Mas vamos logo ao que vi.

De um lado, eles entrevistam para lá de 20 religiosos de profissões de fé variadas sobre temas diversos, com ênfase para a evolução em oposição à visão criacionista do mundo e do ser humano. O teólogo, filósofo (e salva-repórter que precisa de aspa) Mário Sérgio Cortella é quem costura, com linha-dura, as idas e vindas.

A coisa já vai bem demais porque os depoimentos são intercalados por um hipotético diálogo entre Deus e o diabo, hereticamente irmanados na cachaça. Tudo se passa, como sugere o título, em torno de uma mesa de sinuca. Melhora ainda porque a figura de Deus é desempenhada por ninguém menos do que José Mojica Marins, consagrado como Zé do Caixão. Mário Bortolotto, igualmente divertido, é o diabo.

A conexão com o bar já mereceria a menção no Futepoca. Mas o que o post do Marcão me lembrou foi de um trecho da produção, em que o escritor, jornalista e genial manguaça Xico Sá aparece como repórter de campo em uma partida de futebol.

No gramado estão os evolucionistas do Big Bang contra os criacionistas do Fiat Lux. O treinador dos primeiros é ninguém menos do que Charles Darwin (Joça Reiners Terron).

Em meio a um monte de trocadalhos ("o time está evoluindo bem" e "faltou mais criação no meio"), a peleja ludopédica é o instrumento para tratar das duas visões antagônicas em grande medida.

Como não achei o trecho em questão, fica só o vídeo com o início de A Espiritualidade e a Sinuca - Demografia, de Lírio Ferreira, para sentir o clima.

quinta-feira, junho 02, 2011

Cerro Porteño 3 X 3 Santos - na final, depois de oito anos

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Era assim que Neymar encarava aquilo que muitos jogadores brasileiros que disputam o torneio continental reclamam. Torcida adversária perturbando no hotel, jogando pedras no campo, pressão o tempo todo... Para uns, a mais pura várzea institucionalizada, não punida e, às vezes, louvada. Para outros, como Neymar, motivo de diversão.

E o tal menino feliz correndo atrás da sua bola conseguiu uma falta com menos de dois minutos. A torcida do Cerro Porteño (clube que nunca chegou a uma final de Libertadores mas que tem um vizinho, o Olímpia, que já levou três vezes o título) acreditava que o um a zero santista na ida era insuficiente. Os jogadores também achavam, tanto que comemoraram a sobrevida no fim da partida no Pacaembu, temendo que pudessem ser eliminados já no primeiro duelo.

Mas Zé Eduardo, o artilheiro improvável, praticamente acabou com o jogo ao fazer o gol na falta batida por Elano. O imponderável, que desfila fagueiro tal qual Gisele Bündchen nas competições de mata-mata, ainda deu as caras no grotesco gol contra dos paraguaios. Mesmo assim, a atuação de Barreto não se compara ainda a de Garcés, do Universidad Católica, mãe e pai da classificação dos uruguaios às semifinais

Mesmo diminuindo a vantagem, nova ducha de água fria com o belo gol de Neymar, no fim da primeira etapa. Ali se configuravam três gols de vantagem santista e, provavelmente, o técnico Leonardo Astrada deve ter pensado no intervalo se ia pra cima e arriscava tomar uma goleada histórica ou se ia em busca do milagre. Já a Muricy cabia a missão de fazer seu time melhorar a saída de bola, mas não era fácil por conta do time que estava em campo. Jonathan, válvula de escape da equipe muitas vezes, se contundiu e deu lugar a Pará; do outro lado, o importante Léo não jogou e deu lugar a um assustado Alex Sandro, como lembra o Edu aqui. O menino viu que nem se compara disputar um Sul-americano sub-20 e uma Libertadores. No meio, Danilo errava bastante a Adriano, tecnicamente o de sempre, marcava, fazia faltas desnecessárias, mas não conseguia sair com a bola limpamente.

Astrada optou pelo risco menor e o segundo tempo seguia razoavelmente equilibrado, com os paraguaios se expondo menos e o Alvinegro tocando mais a bola. Se fosse uma luta de boxe, o Santos era o adversário que vencia por larga margem nos pontos e esperava o tempo passar, enquanto o Cerro tentava levar a luta para uma tentativa de nocaute no final. O gol de Lucero aos 15, porém, mudou a cara da partida. E foi didático. No lado direito, Adriano tinha Pará a dois metros, mas, por algum tipo de convulsão mental que faz alguns acreditarem na hora errada que Libertadores é raça, garra, e que se manifesta por meio de petardos enviados pra Lua, ao invés de passar a bola, ele isolou. A bola fica com o Cerro, que vai pro ataque pelo outro lado e consegue sair do coma.


Daí pra frente, os paraguaios jogaram no campo do Santos e alguns meninos sentiram claramente. E recuaram. Elano, que parece ter um problema crônico de condicionamento físico, saiu e deu lugar a Rodrigo Possebom. O time ia mais pra trás e o Cerro quase acreditou no tradicional “si, si puede”, quando aos 36 marcou o terceiro gol.

Era a primeira vez que o time de Muricy tomava três gols em uma partida. Neymar meteu uma bola na trave e teve uma chance cara a cara para definir e peleja, mas os paraguaios depois também carimbaram o travessão. Claro, eram necessários dois gols e o tempo era escasso, mas não se brinca com o imponderável e àquela altura o torcedor peixeiro orava com a cabeça mais quente que a dos zagueiros que tiveram que tirar um sem número de bolas alçadas na área, especialidade da equipe guarani.

No fim, com mais um duelo decidido com uma vitória e um empate no mata-mata, a classificação para a quarta final do time do Santos na competição. Nas finais, contra Vélez ou Peñarol, será preciso mais sangue frio, mas também mais técnica e treino para sair de marcação por pressão. Assim como Cerro de ontem, forjado nas batalhas anteriores, não era o mesmo da primeira fase, o Santos deve chegar à final mais maduro. E contando que o garoto lá na frente continue se divertindo.


O futebol filosófico e bíblico

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Alemanha x Grécia:



Coríntios x Apocalipse:

quarta-feira, junho 01, 2011

Governo tem que priorizar a segurança etílica

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terça-feira, maio 31, 2011

A diferença do futebol italiano, inglês e espanhol

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Entrevistado ontem pelo programa Arena SporTV, o ex-santista Robinho, atualmente no Milan, definiu assim a diferença entre o estilo de jogo dos três países onde atuou, na Europa:

- Gosto do futebol na Itália porque tem muito toque de bola, muita tabelinha, o jogo é corrido. Já na Inglaterra era só chuveiro na área, muito contato, não era meu estilo. Mas o melhor é na Espanha, onde todas as equipes atacam muito, até as pequenas. Na Itália, só os grandes clubes vão pro ataque, os pequenos se fecham muito.

Projeto Cidade Suja

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Tenho ouvido muitas pessoas reclamarem da limpeza urbana da cidade de São Paulo. Gente da Zona Leste, Centro, Zona Sul, enfim, de todo canto, tem observado o acúmulo de sujeira pelas ruas e espaços públicos. Agora há pouco, no curto trajeto que percorro entre a casa e o trabalho, umas oito ou nove quadras, resolvi fotografar o desleixo em vias como a rua Teodoro Sampaio e avenidas Henrique Schaumann e Brasil (as imagens ilustram o post). Faço esse caminho há quase um mês e posso assegurar que o lixo permaneceu intacto todo esse período. E olha que esse bairro da Zona Oeste, Pinheiros, é considerado um dos mais "nobres" da cidade. Por aí, dá pra imaginar como está a situação na periferia.

Numa rápida olhada pela internet, descobri que, há um ano, a Prefeitura já admitia que o serviço de limpeza, terceirizado, é falho e que tinha dificuldades para fiscalizá-lo. Na época, o secretário municipal de Serviços, Alexandre de Moraes, dizia que, quando problemas eram detectados, as empresas contratadas procuravam se eximir, empurrando a responsabilidade umas para as outras. O nó da questão, na verdade, parecia ser financeiro: em agosto de 2009, depois de anunciar um corte de 20% no Orçamento da varrição, o prefeito Gilberto Kassab (DEM ou PSD, sei lá) voltou atrás, mas com a condição de que os contratos com as empresas não seriam reajustados.

A ideia era reduzir em até 9% os gastos com varrição, que em 2009 foram de R$ 348 milhões. O resultado está aí, nas ruas. Agora, neste mês, a Prefeitura anuncia mais um plano mirabolante para tentar resolver um serviço tão básico para a população. Segundo a Rádio CBN, Kassab "planeja mudar todo o modelo de contrato e fiscalização da limpeza urbana na cidade de São Paulo". Para isso, mandou contratar uma empresa de consultoria, por R$ 37 milhões, que terá três anos para "elaborar o projeto" (até lá, salve-se - da sujeira - quem puder!). Em resumo: Kassab fez uma economia porca de mais ou menos R$ 30 milhões e agora gasta R$ 37 milhões com uma consultoria, para resolver a bagunça que criou. E o lixo está aí, do mesmo jeito.

O comentarista da rádio observou: "É incrível como se planeja, como se contrata consultorias, como se contrata empresas para pensar o que vai acontecer. E nunca se ouve quando esses planos estão sendo implantados na cidade. Esse projeto do lixo já deveria ter sido implantado há cinco, seis anos na cidade de São Paulo". Segundo ele, na gestão de José Serra (PSDB), as metas do contrato firmado por Marta Suplicy (PT) com duas grandes empresas responsáveis pela limpeza urbana foram ampliadas mas, como consequência negativa, muitos dos resultados que estavam previstos para agora foram jogados mais para a frente. Ou seja: mais jogo de empurra-empurra.

Enquanto isso, a gestão de Kassab continua lucrando horrores com as multas do Projeto Cidade Limpa. Para o prefeito, a poluição visual é pior que a sujeira nas ruas. Ou, talvez, o intuito seja esse mesmo: deixar a cidade bem suja, assim, quando os eternos problemas de enchente acontecem, todo início de ano, ele pode botar a culpa na população, que é porca e entope bueiros e bocas-de-lobo com lixo, impedindo o fluxo das águas. Como disse minha filha Liz, de 9 anos, é o Projeto Sujeira Limpa: o lixo fica livre para sujar à vontade. Na maior e mais rica cidade da América do Sul...

segunda-feira, maio 30, 2011

Quase!

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Médica: "-Ela já teve pneumonia?"

Pai (manguaça): "-Não."

Filha - "-Quase tive!"

Pai (manguaça): "-Como assim? Não lembro disso!"

Médica: "-Quando foi isso, menina?"

Filha: "-Todo dia! Quando eu acabo de tomar banho, o papai fala pra eu vestir meu roupão, senão pego uma pneumonia! Daí, eu visto rapidinho e escapo da doença por pouco!"

Homenagem da camisa foi para a Ferroviária

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Outro dia brinquei, aqui, com a nova camisa do Corinthians, cor de vinho, ou grená - a mesma usada no uniforme principal do colombiano Tolima (à direita), de triste memória para o clube paulistano. Pois ontem, quando a equipe de Parque São Jorge jogou pela primeira vez com a nova camisa, na vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba, o que me chamou a atenção foi que a partida foi realizada na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, no interior de São Paulo. Estádio da histórica Ferroviária, que disputa a série A-2 do Campeonato Paulista e, curiosamente, também tem uniforme... cor de vinho (foto abaixo, à esquerda)! Será que essa nova camisa do Corinthians não foi estratégia de marketing para agradar e atrair os torcedores do time de Araraquara? Sendo assim, enquanto o Itaquerão não fica pronto, a equipe também poderia mandar jogos na Rua Javari, propriedade do igualmente grená (ou cor de vinho) Juventus, da Mooca. Ou então no estádio Frederico Dalmaso, do também cor de vinho (ou grená) Sertãozinho (foto abaixo, à direita) - cuja camisa, além do Guaraná Xamêgo, tem como patrocinadora a mesma Neo Química Genéricos dos corintianos (foto abaixo, ao centro). Como se vê, opções não faltam.

domingo, maio 29, 2011

Cruzeiro e Palmeiras: Um a um de limitações

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No confronto entre os ex-Palestra Itália em Sete Lagoas-MG, Cruzeiro e Palmeiras empataram em 1 a 1. O time da capital paulista ficou em quinto lugar na tabela.O resultado na segunda rodada do campeonato Brasileiro foi bom para os visitantes alviverde-limão-siciliano, mas poderia ter sido um pouquinho melhor se a defesa estivesse mais concentrada e atenta.

Poderia ter sido pior, é verdade, se Anselmo Ramon, autor do gol cruzeirense, não tivesse desperdiçado uma outra oportunidade bem anterior, ainda antes de o Palmeiras abrir o placar com Luan. Os mineiros tiveram ainda outras oportunidades e deixaram claro que têm jogadores melhores do que o Palmeiras.

Só que o Verdão conseguiu equilibrar a partida por boa parte do jogo – eu arriscaria dizer que por metade do tempo. Em dois momentos do jogo, logo antes de sair o empate e no final do segundo tempo, o domínio cruzeirense se ampliou bastante. A opção de três volantes coloca uma primeira limitação ao time de Luiz Felipe Scolari, que fica com poucas opções até de contra-ataque, já que Patric é o único meia de ofício em campo.

Kléber com sua camisa 30 tem que voltar o tempo todo para tentar construir alguma coisa. Acaba sendo muito marcado e rendendo pouco por não ter ninguém mais adiantado com qualidade para quem passar a bola.

A falta de atenção da retaguarda, especialmente da parte do zagueiro Danilo e dos laterais Cicinho e Gabriel Silva são uma faceta da defesa que não aparecia tanto assim no Campeonato Paulista. Essa limitação pode nem ser nova, mas foi exibida com, digamos, mais clareza na Arena do Jacaré neste domingo.

O destaque positivo da partida do lado palmeirense foi o golaço de Luan. Fraco tecnicamente e pouco efetivo no ataque, ele acertou um chute inédito. A bola rolada por Marcos Assunção tinha açúcar e até quicou no morrinho-amigo para subir uns quatro dedos do gramado e ficar no jeito certo para o petardo de perna esquerda do atacante-volante preferido de Felipão.

A torcida pega no pé do jogador pelas falhas, pelos chutes errados e por não ser um companheiro à altura de Kléber nem esperança de momentos melhores em uma partida. Ele foi o principal alvo das críticas da torcida quando o time tomou a surra do Coritiba pela Copa do Brasil.

Mas o cara acertou um chute daqueles. Eu tampouco sou fã do cara, porém reconheço a plasticidade da jogada. Mas reconheço também que o que me ocorreu instantes depois do gol foi: "Putz, com esse ele cumpriu o contrato inteiro com o Palmeiras".

Se esse pensamento catastrofista tiver alguma pontinha de sentido – o que não é o caso – o cenário pode até ser considerado alvissareiro se Luan continuar no Palmeiras. É que o contrato de empréstimo do jogador termina em junho. Consta que muito cartola não gosta do futebol dele, mas o técnico sim. Felipão considera que, além dos três volantes-volantes ele ainda precisa de um jogador de frente que ajude a compor o meio na hora da marcação.

Facilitaria para a torcida se ele acertasse mais chutes durante os jogos.

Como na transmissão do jogo o comentarista da Globo Walter Casagrande Jr. desafiou a torcida a pichar de novo os muros do Palestra Itália com agradecimentos ao atacante, o Futepoca aceita a ideia. Só que como depedrar o patrimônio alviverde não é uma boa ideia – até porque é melhor gastar o dinheiro da demão de tinta em reforços – vai uma montagem sobre foto "emprestada" de Zanone Fraissat, da Folhapress.

Montagem sobre foto de Zanone Fraissat/Folhapress.
Valeu, Luan! Pichação virtual na sede do Palmeiras.
A tosqueira da montagem é por conta da casa

Como em 2006, vitória suada nos acréscimos

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Há quase cinco anos, fui ao Morumbi no final da tarde de um sábado, 15 de julho, para ver o São Paulo enfrentar o Figueirense pelo primeiro turno do Brasileirão. Apesar de ter aberto o placar com Ricardo Oliveira, o Tricolor cedeu o empate e levou pressão dos catarinenses por quase todo o segundo tempo. Por pura sorte, já nos acréscimos, aos 46 da segunda etapa, uma cobrança de escanteio de Lúcio encontrou a cabeça do zagueiro André Dias, que decretou a suada vitória: 2 a 1. A partir daquele jogo, o São Paulo de Muricy Ramalho assumiu a liderança da competição e seguiu firme até ganhar o primeiro dos três títulos brasileiros que conquistaria em sequência.

Ontem, novo confronto entre as duas equipes, e também pelo primeiro turno - porém, apenas pela segunda rodada do nacional deste ano. E com horário diferente: 21 horas. Dessa vez, o frio que fazia na capital paulista me levou a optar por escutar o jogo pelo radinho de pilha. O péssimo primeiro tempo me convenceu de que tinha sido bom negócio ter ficado em casa. Já na segunda etapa, o São Paulo meteu duas bolas na trave, o Figueirense deu alguns sustos, mas o resultado só seria decidido - outra vez - nos acréscimos. Aos 47 minutos, no rebote de uma dividida de Rivaldo com a zaga adversária, o meia Lucas pegou a bola fora da área, girou e acertou um tirambaço: 1 a 0.

Molecada
O São Paulo, pra variar, jogou mal. Mas o mérito da partida contra os catarinenses foi a entrada de Wellington como volante titular e de Henrique Miranda na lateral-esquerda (a partir do segundo tempo). O volante foi um dos destaques da partida, merece a vaga de Rodrigo Souto, que, aliás, está sendo poupado para não fazer as seis partidas que o impossibilitariam de torcar de clube. Na minha modesta opinião, se o São Paulo contratar um lateral-direito, daqueles mais marcadores e que não sobem tanto, Jean poderia voltar para a função na qual sempre rendeu melhor, a de segundo volante. Porque Wellington é como Josué, protege a defesa e desarma.

E Henrique Miranda foi bem no lugar de Juan, que, como já observei, não tem condições de ser titular de um time de série A. É lento, não ajuda a defesa e não municia o ataque. A ida do preterido Junior César para o Flamengo remete à desastrosa troca de Arouca por Rodrigo Souto, no ano passado. Mas não adianta chorar o leite derramado - ou o lateral desperdiçado. Quem sabe o São Paulo também não busca na base um lateral-direito de fato? Assim, um esboço de time poderia ser: Rogério Ceni; lateral-direito, Rhodolfo, Xandão (ou Bruno Uvini ou Luiz Eduardo) e Henrique Miranda; Wellington, Jean, Casemiro (ou Rivaldo) e Lucas (ou Ilsinho); Dagoberto (ou Fernandinho) e Henrique (ou Luís Fabiano).

Claro, teria que combinar com Paulo César Carpegiani antes. Mas seria intressante, pois priorizaria os moleques da base. E Marlos poderia pegar o boné.

A vitória no último minuto, ontem:



A vitória no último minuto, em 2006:

sexta-feira, maio 27, 2011

Discípulos de Braguinha

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Na década de 1980, muitos dos garotos de Taquaritinga (SP), entre 7 e 17 anos, passaram por uma escolinha de futebol que, se não foi a única, com certeza foi a primeira da cidade. O professor era o ex-jogador Braguinha, que foi campeão paulista da 2ª Divisão pelo Clube Atlético Taquaritinga (CAT), em 1982, garantia de acesso à divisão de elite do estado, que disputaria nos dois anos seguintes. Na foto acima, do elenco campeão, Braguinha é o quarto da esquerda pra direita, sentado.

Nos primeiros tempos, a escolinha funcionou em um campinho anexo ao ginásio municipal. Depois, Braguinha comprou um terreno e contratou meu pai para nivelar e demarcar o campo. Foi assim que, aos 11 anos, ganhei bolsa integral para jogar lá, duas vezes por semana. Como já comentei algumas vezes neste blogue, sempre fui "doente do pé" pra futebol. Gordo, míope, desajeitado, sem habilidade, sem noção. Em resumo: grosso, mesmo. Como a única vantagem era ser alto, virei zagueiro. De muitos vexames, pauladas e algumas pequenas "glórias".

Convocado pra 'seleção'
Dessas "façanhas", lembro de duas. Toda semana Braguinha escolhia os 11 melhores garotos, entre as quatro ou cinco dezenas que lá jogavam, para compor a seleção que, no sábado, enfrentava o time mais forte da escolinha, de garotos na faixa de 14 a 15 anos. Ciente de minha ruindade, nunca sequer considerei a hipótese de ser selecionado. Mas fui! Teve uma semana que eu mandei muito bem na defesa, e até fui pro ataque, fiz um gol de cabeça numa cobrança de escanteio.

No sábado eu estava lá, com um uniforme especial da escolinha, reservado para essas partidas (que depois tive que levar pra casa pra lavar, passar e devolver). Foi um jogo debaixo de muita chuva, com o campo todo enlameado. Acho que perdemos, pois um bando de moleques de 11 ou 12 anos não podia competir com caras de 15 ou 16. Mas deve ter sido um placar apertado, vendemos caro a derrota e fomos elogiados pelo Braguinha. Melhor que isso: joguei bem e, na medida do possível, consegui desarmar um dos atacantes adversários algumas vezes. Lembro de chegar em casa coberto de lama, como o sobrevivente de uma guerra. Como um herói. Orgulhoso.

Outra pequena "glória" foi ter sido escolhido, depois disso, para representar a escolinha numa partida em uma cidade próxima, Catanduva. Dentro do ônibus, na estrada, nos sentíamos como jogadores profissionais, viajando para enfrentar mais uma partida decisiva. Doce ilusão: apanhamos de 4 a 0, ou coisa parecida, de uns moleques baixinhos que driblavam e tocavam a bola de forma alucinada. Mas valeu a aventura. Ontem, fuçando coisas velhas, encontrei minha carteira da escolinha (reprodução acima). Não faço ideia do destino de Braguinha, mas guardarei sempre na lembrança, graças a ele, aqueles dias de "boleiro" mirim.

Ou, como diria Chico Buarque, "ah, que saudades que eu tenho dos meus 12 anos, que saudade ingrata!".

quinta-feira, maio 26, 2011

Santos 1 X 0 Cerro Porteño - de novo a vantagem mínima

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Mais uma vez, na fase de mata-mata da Libertadores, o Santos venceu sua primeira partida por 1 a 0. E, mais uma vez, poderia ter feito uma vantagem maior. Após um primeiro tempo em que o Alvinegro, depois de muito tempo, oscilou um pouco na parte defensiva (em especial nas bolas aéreas) perdeu algumas oportunidades, outras foram desperdiçadas no segundo tempo, especialmente a de Alan Patrick, aos 48, que facilitaria e muito o trabalho para a partida de volta.

Muricy preferiu adiantar Elano para que se aproximasse de Zé Eduardo e Neymar, sacando Alan Patrick, que só entrou no fim do jogo. A ideia foi válida, mas teve duas consequências: o meia santista, atuando nessa função, já não havia rendido bem em algumas ocasiões quando Adílson Batista era técnico. Novamente, o excesso de passes errados dele mostraram que ele sentiu pouco à vontade na função. Mas o pior foi Pará na lateral direita. Era por ali que o Cerro tentou atacar o Peixe durante o primeiro tempo e o reserva de Jonathan (contundido) demonstrou uma intranquilidade ímpar, além da condição técnica de sempre. Por aquele lado, a bola foi maltratada e quem assistia a partida também foi.

E era Neymar quem chamava a responsabilidade. E era ele quem buscava o jogo. E era ele quem armava. E era ele quem criava as chances. Após a contusão de Ganso, o garoto se agigantou e se tornou protagonista da equipe não só por conta da técnica e habilidade, mas por conta de sua personalidade. E foi dele que saiu o lance do gol santista. Dois dribles na área do Cerro Porteño, a jogada de linha de fundo e o cruzamento perfeito para Edu Dracena marcar. Ele, que quase enterrou o time na partida contra os paraguaios ao fazer um pênalti desnecessário na primeira fase, se redimiu. Como a bola tocou dentro do gol e depois saiu, Léo ainda fez o favor de mandá-la definitivamente para as redes, provavelmente tentando evitar que o claudicante Jorge Larrionda repetisse seu feito histórico do confronto entre Inglaterra e Alemanha na Copa de 2010.


Logo na sequência do tento alvinegro, o Cerro quase empatou em cobrança de falta na área, uma bola perigosa que Rafael defendeu com os pés. E essa foi a oportunidade paraguaia. Embora tenha chegado próximo à área santista algumas vezes, essa foi a única defesa efetiva do goleiro peixeiro. No primeiro tempo, os donos da casa chegaram, mas Zé Eduardo fez o favor (ao adversário) de tirar uma bola do pé de Danilo, que chegava de frente para o gol de Barreto. O arqueiro evitou também um gol de Léo, que finalizou na grande área depois de bela assistência de Neymar.

Na segunda etapa, com a marcação arrumada no lado direito, o Santos voltou a criar. Quase sempre com Neymar, que quase fez um golaço por cobertura, de bate pronto, mas Barreto espalmou. Enquanto isso, seu companheiro de ataque, Zé Eduardo, que parece vítima de “coisa feita”, perdia bolas, arruinava contra-ataques, não alcançava a redonda e ainda tinha tempo de atrapalhar os companheiros. Com a volta de Maikon Leite, que entrou bem no segundo tempo, deve perder o lugar no ataque. É bom lembrar, inclusive, que foi a velocidade do reserva alvinegro que deu a vitória ao Santos no jogo contra os paraguaios na casa deles, na fase de grupos.

E partida terminou com a já citada oportunidade perdida por Alan Patrick, quando Larrionda já se preparava para encerrar sua via crucis. Como não deixam esquecer os comentaristas, não tomar gol dentro de casa é muito bom nesse tipo de competição, mas a vantagem mínima deixa o clube paraguaio, que sofreu sua primeira derrota fora, vivo no duelo. Mas vão deixar espaços para o contra-ataque santista. Diante desse cenário, Muricy vai deixar Maikon Leite no banco?

quarta-feira, maio 25, 2011

Em tempos de alta do combustível...

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Frase colhida em uma dessas tralhas, digo, mídias sociais:

"O amor é como a gasolina da vida. Custa caro, acaba rápido e pode ser substituído pelo álcool."

A gambiarra e o jeitinho brasileiro

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Certa vez, quando morava na Irlanda, estava num pub manguaçando com um amigo polonês e nos divertíamos ensinando um ao outro palavras ou expressões dos respectivos idiomas. Lembro-me de ter aprendido o significado de curva, que, em português, caberia na expressão "vá pra curva que o pariu!". Foi então que tentei pensar numa coisa que fosse bem "brasileira", e me lembrei de "gambiarra". Mas como explicar o que é isso? Tentei linkar com "jeitinho brasileiro", mas, já meio zonzos e cada um tentando se expressar num inglês pra lá de macarrônico, ficou difícil. Tudo teria sido mais fácil, para explicar ao gringo "gambiarra" e "jeitinho brasileiro", se eu dispusesse das seguintes imagens:




Tipos de cerveja 67 - As Barley Wine

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Apesar de wine significar vinho, em inglês, trata-se mesmo de uma autêntica cerveja, forte e intensa. E é daquelas que o Glauco gosta: frutada, por vezes doce, por vezes ácida - mas sempre com alto teor alcoólico, entre 7% e 12%. A cor varia entre o âmbar e o castanho escuro, e os aromas vão do frutado ao gosto acentuado de lúpulo. É uma cerveja espessa, onde o álcool é facilmente perceptível. As variedades inglesas de Barley Wine são bem diferentes das estadunidenses, já que estas últimas costumam ter um sabor mais forte de lúpulo (por vezes em demasia). Já as inglesas apresentam um melhor equilíbrio entre malte e lúpulo. "A maior parte das Barley Wine podem ser conservadas e envelhecidas, como se de um bom vinho se tratassem", observa Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Para experimentar, ele recomenda a AleSmith Barrel Aged Old Numbskull, a Victory Old Horizontal ou a Dogfish Head Olde School Barleywine (foto).

Singela homenagem

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Três anos depois da camisa roxa, com versões ainda mais fúnebres, o Corinthians lança outro terceiro uniforme: cor de vinho (!). E por que cor de vinho? Tão dizendo aí que é pra homenagear o italiano Torino. Quase isso. Trata-se de um outro time cujo uniforme é cor de vinho e o nome também começa pela sílaba "To". Mas é colombiano e enfrentou recentemente o Corinthians, na fase pré-classificatória da Copa Libertadores. Que bonita essa homenagem! Isso é que é fair play...

Camisa do Tolima (à esquerda) e a nova do Corinthians (à direita): a cor é coincidência?

terça-feira, maio 24, 2011

O dia em que Bob Dylan, 70, apresentou os Beatles à maconha

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Há 70 anos, na cidade de Duluth, Minnesota, nascia Robert Allen Zimmerman, que ficaria mais conhecido como o compositor e cantor de rock e folk Bob Dylan. O cara é referência absoluta para roqueiros em geral – em especial o pessoal de esquerda, pelas músicas de protesto, como a obrigatória Blowing in the Wind, que se tornou hino das brigas por direitos civis e liberdades nos agitados anos 60 dos EUA (e do senador Eduardo Suplicy, do PT paulista, um ícone da vergonha alheia).


Foi também Dylan quem apresentou a maconha aos quatro garotos de Liverpool conhecidos como The Beatles, como mostra esse post do blog parceiro A Horda, assinado também por este que vos escreve. Lá também tem uma resenha do filme Não Estou Lá (I'm Not There no original em inglês), cinebiografia pirante dirigida por Todd Haynes em que que seis atores diferentes (entre eles o Coringa Heath Ledger, o Batman Christian Bale e a atriz Cate Blanchett) interpretaram o cantor em diferentes fases de sua vida e carreira.

Vai o link para A Horda e meus parabéns a mister Bob Dylan!

O porre de Juvenal - que não era o Juvêncio

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Semana passada consegui encontrar, num sebo, um livro que sempre quis dar uma olhada: "Barbosa - Um gol faz cinquenta anos", de Roberto Muylaert, lançado em 2000 pela Editora RMC. Porque sou daqueles que, mesmo não tendo vivido aquela época e reconhecendo que as imagens disponíveis são pouco conclusivas, não culpo o nosso goleiro na fatídica e trágica derrota na Copa de 1950. Para mim, e para o autor do livro, o campineiro Moacir Barbosa do Nascimento (foto à direita) sofreu durante meio século por um crime que não cometeu. Afinal, no Brasil, a culpa sempre é do goleiro. Ainda mais se for negro. Ainda mais se não faz o milagre de evitar o gol da derrota da nossa seleção, numa decisão de Copa do Mundo disputada em pleno Maracanã.

"Uma vez, eu tomava um limãozinho num bar de um amigo, quando entra uma senhora com um menino que não tinha nem dez anos, aí a mulher vira e fala 'olha, meu filho, vem cá, está vendo esse homem aí, é ele que fez todo o Brasil chorar'", contou Barbosa, no livro. "O garoto ficou olhando fixo para a minha cara, com um ar entre condenação e consternação, então eu não aguentei e respondi 'escuta aqui, minha senhora, se eu fosse seu filho queria ver se a senhora teria coragem de dizer isso, é porque eu não sou seu filho, senão a senhora também estaria sofrendo na pele'. Ela também não tinha nascido na época da Copa, então já eram duas gerações que não estavam neste mundo no dia daquela final, me acusando", lamentou o ex-goleiro.

O livro de Muylaert aponta para possíveis falhas de dois outros jogadores brasileiros que estavam em campo: o ponta-esquerda Chico e o zagueiro Juvenal (foto à esquerda). Convencido de que o Brasil seria campeão de qualquer jeito, o ponta queria marcar um gol e entrar para a História, por isso, não cumpriu o combinado de voltar para ajudar o lateral-esquerdo Bigode, que viu Gigghia escapar duas vezes às suas costas - uma cruzando para o empate de Schiaffino e outra fazendo o inpensável gol da vitória e do título. Já Juvenal, que chegou a culpar Bigode e Barbosa pela derrota, estava nervoso e mal posicionado em campo. Além disso, segundo o ex-goleiro, estaria de ressaca.

"O Juvenal estava na minha frente, só senti o vento quando a bola passou, e ele estava mesmo na minha frente, no primeiro gol. Ele tinha é que estar na frente do Schiaffino. (...) No segundo gol ele tinha que estar na frente do Ghiggia, mas tinha ficado para trás de novo", observou Barbosa. "O Juvenal me acusou, falou com um jornalista da Bahia que o culpado foi o Barbosa, respondi que o Juvenal estava abaixo do meu nível, por isso não falei nada (...). Mesmo antes da final, se o Nena, reserva do Juvenal, não estivesse machucado, Juvenal nem teria jogado, já que na noite anterior tomou um porre homérico no Dancing Avenida, da rua Santa Luzia, o que deixou nosso técnico maluco de raiva".

Hoje, tanto Barbosa quanto Juvenal estão mortos - e procurar culpados para aquela derrota não faz o menor sentido. Mas como o goleiro foi o mais condenado e execrado, nunca é tarde para contemporizar a "versão oficial", de que teria falhado no gol de Gigghia. Segundo Barbosa, quando o ponta adversário alcançou a bola, outros três uruguaios estavam livres na área brasileira (Schiaffino, Míguez e Julio Pérez), prontos para receberem o passe e estufarem as redes, sem qualquer marcação. Todos no estádio tinham certeza de que Gigghia iria cruzar a bola para eles, como havia feito no lance do primeiro gol.

Por isso, Barbosa permaneceu no meio da meta até o último momento. Quando percebeu que o ponta chutaria direto, saltou e ainda conseguiu roçar com os dedos a bola. Tarde demais. Mesmo sem culpa no lance, Barbosa seria apontado, até o final da vida, como o grande vilão daquela tragédia futebolística.



Churrasco das traves
O livro de Muylaert ainda confirma uma lenda surreal, a de que as traves de madeira do gol onde os uruguaios marcaram foram entregues a Barbosa, em 1963, ao serem substituídas pelas mais modernas, de metal. Aposentado havia menos de um ano, o ex-goleiro recebeu o "presente" de Abelardo Franco, diretor da então Administração dos Estádios do Estado da Guanabara (Adeg). A inteção não foi de escárnio, pelo contrário: Franco queria dar a Barbosa a oportunidade de exorcizar seus demônios. E foi o que ele fez. Queimou os três paus em uma enorme fogueira, no quintal de sua casa no bairro de Ramos, no Rio de Janeiro, e aproveitou o braseiro para fazer um lauto churrasco. Chamou toda a vizinhança e serviu muita comida e bebida. Parece realismo fantástico, mas esse ritual pirotécnico diz muito sobre até onde chega, no Brasil, a loucura pelo tormento de uma derrota apoteótica.

segunda-feira, maio 23, 2011

Excelente resultado, futebol meia boca no Corinthians

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O Corinthians começou com o pé direito o Brasileirão 2011 ao vencer o Grêmio por 2 a 1 no Olímpico, resultado difícil mesmo para time gabaritados – o que está longe de ser a equipe alvinegra atual. Não que o tricolor gaúcho tenha lá um esquadrão, longe disso. As duas representações têm lá seus bons jogadores (um Douglas lá, um Liédson cá), mas no geral fizeram um jogo bem meia boca.

O treinador corintiano, por outro lado, deve ter gostado. Com a saída de Dentinho e a aparente possibilidade de negociação de Jorge Henrique, o treinador se sentiu à vontade para colocar o time num 4-4-2 com o meio campo em losango, com Ralph mais recuado, Paulinho (o desafeto de Leandro que tem escalado em minha antipatia) pela direita e o peruano Ramires pela esquerda, ambos, em tese, arcando e armando. Morais fez a ligação para Liédson centralizado e William se movimentando coo segundo atacante.


Parte da estratégia é compactar as linhas de defesa e meio campo, tirando os espaços do adversário. A ideia não é ruim, mas Tite recua essas linhas o mais que pode, atraindo o adversário e dificultando bastante as ações ofensivas – dos dois lados. Um pela marcação, outro pela falta de gente no ataque quando a bola é recuperada.


Quando essas linhas se adiantam, como ocorreu após o gol gremista, num pênalti meio inventado batido pelo ex-corintiano Douglas, o time demonstra seu outro problema, esse fora da questão tática. Os jogadores de meio e ataque são fracos, com exceção de Liédson, e a coisa emperra em passes errados e falta de visão. Paulinho foi especialmente inútil, preso demais na marcação e chegando pouco ao ataque.


E foi o centroavante que, em jogada individual, conseguiu outro pênalti meio criativo, convertido por Chicão. O Corinthians manteve o ritmo após eu empate e, numa improvável jogada de lateral (?) batido por Alessandro, Danilo desviou e Liédson achou um belo voleio, virando a peleja.


O Grêmio sentiu o segundo gol e não demonstrou muita capacidade de reação. Tite trocou Danilo por Moradei (vixe!) e fechou ainda mais a equipe, que ainda teve chance de aumentar nuns dois contra-ataques bem tramados, fora o último passe e a conclusão. Não foi um grande futebol, mas um grande resultado para uma estreia no campeonato.


Contratações


Tite tem uma ideia na cabeça, ainda que seja uma ideia defensiva. Com as contratações recentes, umas peças mudam na parte ofensiva do time elevando bastante o nível: Alex entra no luga de Morais e Emerson no de William, aumentando bem o poder de fogo. Com isso, quem sabe o treinador não se solta um pouco e adianta suas linhas, pressionando a saída de bola do adversário.


Um problema, no entanto, os recém-chegados não resolvem: os vértices laterais do losango do meio. Ramires talvez cresça ao se adaptar à função, mas dou o braço a torcer para Leandro: não vejo Paulinho indo muito longe.


Mas ainda assim, fosse eu dirigente do Timão, estaria atrás de um lateral-esquerdo titular. Na boa, Fábio Santos não dá. O cara marca mal, não cruza, errou até cobrança de lateral ontem. Meu pai, homem mais paciente e sábio que eu, acha que ele está pressionado, tem tanto medo de errar que acaba errando. Se não vier ninguém mais, tomara que ele esteja certo.