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Tendo sido citado no post abaixo, do Anselmo, manifestar-me-ei!. E, amparado no artigo 5° da Constituição, também por meio de um post!
Veja, companheiro Anselmo, que no meu curto post, linkado no seu, em nenhum momento eu mencionei o problema da RCTV ou da posição de Senado e mídia brasileiros contra o Chávez (temas específicos mencionados nos comentários). E acho que Chávez tem o direito legítimo como chefe de Estado (a Constituição lhe garante) de não renovar a concessão da tal RCTV. Ponto.
Mas acho também que às vezes o Chávez adota posições politicamente exgeradas, algumas até bobas, que entrarão mais no folclore do que na biografia de um grande estadista (daí a citação da "Imortalidade" de Milan Kundera, pra dar um toque literário que me veio à mente). Ir à tribuna da ONU e dizer que ali está cheirando a enxofre (em alusão à presença de Bush) é legal, eu mesmo achei ótimo.... mas, e daí? Tudo bem, eu apóio Chávez, mas como dizia a minha avó baiana (por parte de mãe): “nem tanto ao céu, nem tanto à terra”.
Acho a presença de Chávez importante no contexto atual da América Latina, mas que tenha calma e sabedoria. Há complexidades nacionais e internacionais que ele tem que respeitar.
As diferenças são imensas, não dá pra comparar etc (beleza!), mas só lembrando: o general egípcio Nasser achava que “tava podendo”, que reinava no Oriente Médio, que podia fechar o acesso de Israel ao oceano, e deu na Guerra dos Seis Dias, que aliás comletou 40 anos esta semana. (Pronto, viajei.)
Voltando à América e aos dias de hoje, há por exemplo uma disputa acirrada nos bastidores diplomáticos entre os governos brasileiro e venezuelano (o Banco do Sul é um dos temas em questão). E me parece que a posição do Brasil (exigir ser tratado como interlocutor na medida da importância do Brasil) foi dura e necessária, deixou claro que não aceita ser tratado como personagem secundário em assuntos importantes para a América do Sul. Segundo o jornal Valor de mais ou menos um mês e meio atrás, o governo brasileiro (leia-se Celso Amorim e Guido Mantega) falaram grosso pra todo mundo ouvir, e isso ninguém desmentiu. O que a mídia divulgou sobre a polêmica Lula/Chávez/RCTV/senado brasileiro foi uma espécie de coluna social de editoria internacional, mas há coisas sérias no pacote, pode ter certeza.
Enfim, hoje é saxta-feira. Como tô meio avesso a falar de futebol e cansei de falar de política, vou cuidar do fígado num bar aqui perto.