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O Santos fez história hoje. Fez por realizar, desde já, a melhor campanha do clube na Copa do Brasil (antes, foram duas semifinais, em 1998 e 2000). Fez por eliminar um bom time do Grêmio, que tem tudo para brigar pelo título do Campeonato Brasileiro. E fez pelo segundo tempo que realizou hoje, e pelos golaços que eliminaram o tricolor gaúcho.
Tal qual na primeira partida da decisão contra o Santo André, o Santos precisou de apenas metade do jogo para vencer. No primeiro tempo, o time esteve nervoso em campo. Praticamente ninguém conseguia acertar uma jogada de qualidade. O (justamente) incensado Paulo Henrique Ganso chegou a perder uma bola que, se o Grêmio tivesse um pouco mais de qualidade ofensiva, poderia ter mudado toda a história do confronto. Neymar estava inseguro e acuado pela boa marcação adversária. E o meio-campo sentia a ausência de Arouca - apesar da partida correta de Rodriguinho, não dá para negar que o ex-tricolor (paulista e carioca) acrescenta um outro toque de qualidade no setor central do gramado.
Mas veio o segundo tempo. A torcida estava mais ligada, e o time também. Começou a etapa sufocando o Grêmio e foi recompensado com um golaço de Ganso, que mandou um tiro indefensável em Victor. Aí chegou a confiança. O Santos foi outro. Conseguiu, verdadeiramente, mostrar seu futebol.
Robinho (o segundo melhor em campo) marcou o segundo gol, antológico como fora o primeiro. O Grêmio chegou a descontar; num gol duplamente estranho, por ter sido proporcionado por uma falha de Felipe (que arrebentara no jogo de ida lá no Sul) e pelo fato de seu anotador, Rafael Marques, estar em posição irregular.
Mas aí Wesley (o melhor em campo) tratou de fazer o terceiro gol e decretar a classificação santista. Que foi indiscutível, pelo que se viu hoje. O Grêmio é bom, mas o Santos é e foi melhor que o time gaúcho no mata-mata.
Convencionou-se definir Ronaldo como exemplo de "volta por cima" no futebol. Justo, pelo que o atacante fez na Copa de 2002, depois de frequentar pelos três anos anteriores mesas de cirurgia e clínicas de fisioterapia. Mas o que está acontecendo com Wesley no Santos merece também muita atenção por parte dos admiradores de futebol. A volta por cima do rapaz é assustadora, impressionante. Em 2008, foi um dos principais protagonistas do pior Santos de todos os tempos. A insistência do técnico Leão em escalá-lo fez com que Wesley se tornasse uma das figuras mais hostilizadas da história da Vila Belmiro. Passou um ano no Atlético-PR e, quando se começou a se falar em sobre seu retorno, ofensas impublicáveis se manifestaram. Amigos meus diziam que o Santos faria uma boa troca se mandasse Wesley em definitivo para o Furacão e recebesse em retorno um grampeador e uma máquina de escrever. Sorte que isso não ocorreu, e Wesley ficou no Peixe. É, hoje, um monstro. Se manter a regularidade durante o longo Campeonato Brasileiro, tem tudo pra ser um dos melhores jogadores do Nacional.
Simplesmente não consigo entender o que acontece.