Compartilhe no Facebook
Por Moriti Neto
![]() |
Fazendeiro e cavalo felizes da vida com o poder regenerativo da cerveja |
Mais sobre equinos manguaças:
![]() |
Fazendeiro e cavalo felizes da vida com o poder regenerativo da cerveja |
Mais sobre equinos manguaças:
Pela data da foto, nota-se que esse assunto não é, digamos, muito recente...
E tem a ver com o vídeo que o Glauco postou aqui - há mais de quatro anos!
Diante da decisão da prefeitura de São Paulo de proibir a venda de bebida alcóolica em bares, restaurantes e ambulantes durante a Virada Cultural, o jornalista e escritor Xico Sá defende desobediência civil. A decisão anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab (futuramente ex-DEM) na segunda-feira, 11, promete fiscalização intensa após a 1h de sábado, 15.
Depois de classificar os posicionamentos políticos de Chico Buarque como "molecagem", por apoiar Lula, Dilma Rousseff, Hugo Chávez, Evo Morales e Fidel Castro (entre outros inimigos eternamente demonizados pela mídia tucana), a revista "Alfa Homem" traz agora na capa o que considera o ideal "político" da Editora Abril. O (asqueroso) Luciano Huck aparece de terno, em foto com esmero de marketing eleitoral (reprodução à direita), e, sem meias palavras, a publicação pergunta ao leitor se ele não seria o "salvador da pátria" para "acabar com a pobreza" no país. À primeira vista, parece uma piada inconsequente - tanto quanto o programa que Huck apresenta na TV Globo. Mas é sério isso. Muito sério.
O apresentador de programas televisivos e empresário Luciano Huck, paulistano de origem judaica e muito abastada, é apresentado como o supra sumo de tudo o que a Abril considera "bom", "correto" e "confiável". Um novo "caçador de marajás": jovem, rico, ídolo televisivo e com ações sociais "beneméritas" e assistenciais. A revista "Alfa" lista os "atributos" para você votar nele (o grifo é nosso): "Tem helicóptero, alguns carros importados, está construindo uma mansão de 16 quartos com heliporto no Rio de Janeiro. Vive um casamento feliz, com dois fillhos perfeitos". Não contente, a publicação ameaça e aposta: "Porque, goste ou não de Luciano Huck, ele é uma presença obsessiva na vida nacional — e vai crescer ainda mais. Seus amigos mais próximos já se perguntam por que não o colocar de vez num cargo público".E os nomes de alguns desses "amigos" do apresentador ajudam a entender o motivo de tanta festa por parte da editora da família Civita (mais um grifo nosso): "Bons contatos na política não faltam. José Serra é amigo da família e o mineiro Aécio Neves se mantém ainda mais próximo". Ou seja, Huck é, para a Editora Abril, um potencial "novo iluminado" entre os "iluminados" tucanos da capital de São Paulo, grupo que representa tudo o que há de mais arrogante, prepotente, preconceituoso, retrógrado, classista e conservador na política nacional. Não por acaso, a reportagem recorre ao empresário Alexandre Accioly, de estreitas relações com Aécio Neves (foto), para dizer que Huck será "o próximo Ronald Reagan" (cruz credo!). Pois é, até o dinheiro de campanha já está garantido...
Um peixe indigesto
Obviamente, fica explícito que "amigos" de Luciano Huck também são os próprios membros da família Civita, proprietária da Editora Abril. Digo explícito porque, antes, de forma implícita (mas nada discreta), a editora já havia "socorrido" o apresentador em uma recente "saia justa". Em dezembro de 2010, Huck comprou uma parte (especula-se que 5%) do site de compras coletivas Peixe Urbano. De imediato, usou o Twitter para impulsionar e tentar um novo recorde de venda de cupons de desconto do site. E a (mórbida) oportunidade viria no mês seguinte, quando milhares de pessoas morreram em deslizamentos provocados pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro. Huck tuitou: "Quer ajudar, e muito, as vítimas da serra carioca [sic]. Via @PeixeUrbano, vc compra um cupom e a doação esta feita".
Acontece que a exploração da tragédia foi denunciada por Luís Nassif em seu blogue: "A compra dos cupons, segundo o site, reverterá em benefício de duas ONGs que estão ajudando as vítimas das enchentes. Parece bonito, mas não é. Primeiro, é necessário ir ao site do negócio de Luciano. Depois, é preciso se cadastrar no site. E então comprar um ou mais cupons de R$10,00. Ganha Luciano porque divulga o seu negócio (mais de 7.000 RTs até agora), cadastra milhares de novos usuários em todo o Brasil, familiariza esses usuários com os procedimentos do site, incentiva o retorno e aumenta absurdamente o número de cupons vendidos – alavancando o Peixe Urbano comercial, financeira e mercadologicamente. Além do ganho de imagem por estar fazendo um serviço público (li vários elogios nos RTs)". A "esperteza" repercutiu forte na internet e a imagem de Luciano Huck ficou bem arranhada.
Por isso, a Editora Abril não tardou em "salvá-lo". Com a sutileza de um elefante numa loja de cristais, lançou uma edição da Veja (aaarrghh...), no final de janeiro, com Huck e sua esposa Angélica na capa, sob a angelical manchete: "A reinvenção do bom-mocismo" (reprodução à direita). Isso, como bem observou o blogue "Somos andando", na mesma semana que uma revolução podia "mudar a cara do mundo islâmico" (assunto que a capa da revista deixou para terceiro plano). Agora, a "Alfa Homem" completa o serviço: "'Hoje, aos 39 anos, acho que estou cumprindo esse papel na televisão', diz Luciano, depois de pensar um pouco. Mas seria presidente do Brasil? 'Agora, não. Daqui a dez anos, talvez eu tenha mudado a resposta'".
Em dez anos, se outros (poderosos) meios de comunicação, além da Globo e da Abril, outras (poderosas) forças políticas, como Aécio e Serra, e econômicas, como Accioly, continuarem construindo e massificando a imagem desse playboyzinho yuppie e ganancioso como "salvador da Pátria", poderemos ter um grande problema e, na pior das hipóteses, retroagir nossa política aos tempos do não menos playboyzinho-yuppie-ganancioso Fernando Collor de Mello. Duvidam?
Com o grupo mais reacionário entre a (hiper) reacionária elite brasileira, não se brinca. Quando essa cobra põe a cabeça pra fora, é difícil matá-la à pauladas (não é mesmo, Leonel Brizola?). Por isso, volto a afirmar: isso é sério. Muito sério.
Ao se completar 50 anos da primeira viagem tripulada com regresso bem sucedido ao redor da Terra, o departamento russo para assuntos espaciais está em festa. Iuri Gagárin viajou em 1961 a bordo da Volstok, deu uma volta mais do que Olímpica no planeta, e voltou para contar história.
Até aí tudo bem. ocorre que o chefe dos arquivos secretos do Kremlin, Aleksandr Stepanov, decidiu divulgar documentos secretos sobre o piloto e cosmonauta, morto em 1968. Especulava-se que ele teria sido morto por alguma conspiração proveniente da insatisfação da parte de Leonid Brezhnev ou outro burocrata comunista da época.
Foto: sydsvenskan.se/Wikipedia
Os documentos mostram que foi um acidente em uma manobra de um caça a responsável pela morte de Gagárin sete anos depois do feito histórico. além de não ter tramas políticas obscuras, tampouco houve questões etílicas envolvidas na morte. Outra linha de boatos desmentida dizia que traços de álcool terriam sido encontrados no sangue do moço.
Positivamente associado ao mé, esta paixão russa, está outro detalhe revelado agora, 50 anos depois da viagem. Gagárin era meio destemido, mas como todo mundo que tem, tinha medo. Em meio às 700 páginas confidenciais reveladas, constam diálogos entrre o piloto e Sergei Korolev, cabeça do programa espacial soviético.
“Aliás, se Muricy Ramalho ou Felipão voltarem ao mercado em breve, será que eles seriam sondados ainda que não tenham muito DNA ofensivo?”
Fazia essa pergunta num post de 6 de março, por conta da justificativa dada pelo presidente santista por conta da demissão de Adílson Batista. Obviamente, o bom senso falou mais alto que qualquer “DNA”. Não foi preciso terapia genética para que o melhor técnico sem clube no mercado fosse contratado pelo Santos, estreando hoje, no empate em zero a zero contra o Americana.
Como bem lembrou o Marcão, o elenco que o Santos tem permite – ou quase obriga - ao treinador, que ficou famoso por montar defesas sólidas no São Paulo, montar um esquema tático diferente dos que fizeram sua fama, e que respeite as características dos atletas. Afinal, foi assim que ele se portou no Fluminense, onde usou o 3-5-2 e o 4-5-1, mas também o 4-4-2 e o 4-3-3. Não à toa: as inúmeras contusões dos atletas do Tricolor do Rio forçaram as mudanças e, mesmo assim, Muricy foi campeão brasileiro.
Foi com essa perspectiva ofensiva que o treinador peixeiro estreou contra o Americana fora de casa, poupando os titulares que enfrentarão o Cerro Porteño no próximo dia 14 e utilizando os três que não irão ao Paraguai: Neymar, Elano e Zé Eduardo. Maikon Leite jogou (sic) como titular e o Santos iniciou com três atacantes. O aguaceiro permitiu pouco futebol, mas o time criou algumas chances, nada para se emocionar.
Como ressaltou o técnico, o problema santista é menos a disposição tática, mas o que os jogadores fazem quando não estão com a bola. Traduzindo, os meias e atacantes têm que marcar e ocupar espaços para sufocar o adversário e evitar os contragolpes. Nenhuma novidade, é a consciência tática que os atletas do ofensivo time campeão brasileiro de 2002 ou que a equipe do primeiro semestre de 2010 tinha e que parece ter perdido. Mas ficou evidente também que não foi nessa primeira partida que tal consciência emergiu.
O resultado poderia até ter sido pior, já que o Americana teve um gol anulado perto do final da partida. A dúvida é se foi o atleta da equipe do interior ou o lateral Alex Sandro que deu a assistência para o jogador em impedimento. Em função da situação da tabela e do esdrúxulo regulamento do Paulista, a derrota não faria muita diferença para o Santos, mas um resultado melhor manteria as chances do Americana de entrar no G-8. Para o comandante, seria uma outra estreia com derrota. No Fluminense, iniciou perdendo para o Grêmio.
Mesmo com a disposição ofensiva, o 0 a 0 foi a terceira peleja do ano em que o Alvinegro não marcou gols. E também resultou na perda da condição de melhor ataque da competição, posição que ostentava desde o início. Com 38 gols, o São Paulo, ex-time de Muricy, agora tem um tento a mais que o Santos. Algo que certamente será desconsiderado pela torcida peixeira, ainda mais se o Santos vencer o Cerro Porteño, por meio a zero que seja, pois dificilmente algum santista vai lembrar de DNA na quinta-feira.
Olha, isso aqui não é divulgação de assessoria de imprensa, não. É só uma recomendação de bom programa em São Paulo. Ontem à noite fui ver "Noel Rosa, o Poeta da Vila e seus Amores" (foto), no teatro do Espaço Parlapatões, ali na Praça Roosevelt, centrão. Imperdível. Com texto do genial (e falecido) Plínio Marcos, o espetáculo narra a história do boêmio compositor no clima dos botequins cariocas. E bota clima nisso: no palco há umas quatro mesas onde os espectadores podem se acomodar, se preferirem. E rola bebida de verdade! Mesmo com a peça rolando, os artistas passam vendendo latas de cerveja (Brahma) e distribuem copinhos de conhaque (Domecq) de graça!
O melhor é que tem som ao vivo, com músicos da melhor qualidade, durante toda a peça. Os atores cantam e dançam aquelas músicas maravilhosas de Noel (que se apresenta embriagado e fumando sem parar). Destaque para a polêmica entre o compositor e o sambista Wilson Batista, com execução das músicas de um e a resposta de outro. Um banho de cultura. Quem tiver interesse, a peça fica no Parlapatões (Praça Roosevelt nº 158) até 29 de abril, de quinta e sexta, às 21 horas. O preço é de R$ 30 na quinta e R$ 40 na sexta. Bom passeio! E saúde!
Fiquei no aguardo dos santistas comentarem alguma coisa sobre a contratação do Muricy Ramalho mas, achando muito curiosa a reação da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...), resolvi me adiantar. O que mais tenho lido e ouvido, desde quando a ida de Muricy pra Vila Belmiro era só especulação até sua oficialização no cargo, é que o treinador é retranqueiro, joga feio e não vai dar certo com o time rápido, habilidoso e de muitos gols como é o Santos, desde o primeiro semestre de 2010. Os palpiteiros insistem que ele arrumará a defesa mas prejudicará o ataque, vai mandar os atacantes voltarem toda hora e blá, blá, blá.
Não concordo. Muricy usa o que tem, não tinha como ele fazer milagres com um São Paulo de Aloísio, Alex Dias, Souza, Joílson, Jadílson. Vai daí, acertou a defesa e mandou chuveirar bola na área dos adversários ou cavar faltas ou escanteios que resultassem em gols. No Palmeiras, a mesma coisa. Tinha algum craque naquele time? Uma linha de ataque veloz e habilidosa? No Fluminense, ele tinha o Conca. E só. O resto não se comparava nem de longe aos meninos da Vila. Por isso, agora, Muricy terá a chance de provar que, com excelentes jogadores, dá pra ganhar e jogar bonito.
Ou não. Mas é melhor aguardar pra ver do que condenar o homem logo de cara, não acham? Pra mim, se o Santos passar dessa fase na Libertadores, levanta o caneco. Aposto meia dúzia de Heineken no buteco a escolher. Alguém topa?
Muitas Stouts não se encaixam na definição clássica deste estilo, representada basicamente pelas Irish Stouts e pela mundialmente famosa Guinness. A diferença poderá estar na cor, quantidade de lúpulo ou malte. No entanto, tais alterações não são suficientes para que essas cervejas sejam englobadas nas Dry ou nas Imperial Stouts. São, na sua essência, simples Stouts. De cor castanho-escuro a preto, sabor amargo de café, chocolate ou cereais torrados e álcool entre 4% e 7%. "De corpo não muito complexo, são um excelente substituto para aqueles dias em que não quer beber a tradicional imperial (stout)", sugere Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Ele recomenda a Freeminer Deep Shaft Stout (foto), a Titanic Stout ou a Super Bock Stout.
O Santos entrou em campo contra o Colo Colo ontem, na Vila, com a faca no pescoço: ou vencia ou dava adeus à chance de passar da fase de grupos da Libertadores. No estádio, mas não ainda no banco, o novo treinador peixeiro Muricy Ramalho assistiu uma equipe que pressionou o rival o tempo todo em sua intermediária, conseguindo abrir um confortável 3 a 0 antes dos 10 minutos do segundo tempo. Mas a partir do terceiro gol...
Já havia dito aqui que Elano poderia ser decisivo para a equipe em um quesito no qual o time não era forte mesmo no auge de 2010, as bolas paradas. Na seleção, foi assim, e no Santos ele já vinha fazendo e dando gols em cobranças de falta e escanteio. Então, por que cargas d'água Martelotte colocou Ganso como cobrador de escanteios? Ontem, entre os 25 e os 30 do primeiro tempo, o dez santista cobrou três deles, todos na cabeça do adversário. Quando chegou perto da bola insinuando cobrar uma falta na meia direta, minha (im)paciência de torcedor fez com que falasse para a TV: "Deixa o Elano cobrar!". Ele deixou e o Santos fez 1 a 0, resultado que o Alvinegro já merecia pelo jogo que impunha.
Na sequência, Zé Eduardo fez uma boa jogada e o lateral-volante Danilo, que fez uma de suas melhores partidas no ano ontem, apareceu de surpresa à frente e fez o segundo. O fim da primeira etapa e início da segunda sugeriam uma vitória tranquila, mas Neymar, ao comemorar o terceiro gol - um gol de placa, aliás -, colocou uma máscara com seu próprio rosto, distribuída na Vila. Tomou o segundo amarelo e foi expulso de campo.
A máscara
![]() |
Reprodução |
Era uma padaria dessas metidas a besta. Tomando um café para encarar uma sessão de cinema – que se revelaria chata à beça e exigente daquela ingestão de cafeína para manter-me acordado – desfrutei da conversa alheia.
Chegam à mesa ao lado três homens, um mais moço, na faixa dos 30, outro na casa dos 50, e o terceiro, saindo dos 60. Preferem a mesa do lado de fora, "que é mais fresco", inclusive por uma garoa intermitente.
Eles se provocam até que algum deles atira a pergunta para o garçom:
– Você não é corintiano, é?
– É claro – devolveu, com um sorriso que fez todo mundo entender que, sim, era um sofredor-graças-a-Deus.
– Aqui, aqui – repetia o sessentão, comemorando qual um gol a "conquista" de um aliado em terras nada lusitanas daquela padaria metida a chique.
Passado o êxtase e acomodados, começa a conferência?
– Vai uma breja, seu Durval? – sugeriu o mais novo ao mais velho, com a deferência de quem fala ao sogro.
– Mas... você não ia tomar o seu uisquinho? – convidou-se.
– Não, eu não queria ficar muito bêbado. Com uísque eu vou ficar bêbado. Cerveja? – insistiu.
– Tá bom, que cerveja tem?.
O mais novo repete a pergunta ao garçom. Tinha só longneck da Bohemia, da Heineken, da Cerpa e da Skol. Os olhos voltam-se ao de maior experiência e de maior quilometragem rodada em mesas de bar do Brasil.
– (pausa reflexiva) Vai de Räikkönen (sic) – respondeu, agora sem olhar ao outrora aliado corintiano.
– Três Räikkönen (sic), então – concordou, de pronto, o rapaz, dirigindo-se ao garçom.
No bar, com cada vez mais frequência, a dúvida entre as principais marcas do mercado torna-se menos importante. Ou mais polêmica. É que, se antes as mesas de boteco frequentadas por este ébrio autor, a preferência era Skol, atualmente há adeptos da Brahma e até da Itaipava. Bom, isso quando a grana está curta e não cabe nenhuma "extra", "premium", ou "puro malte", claro.
A "pérola" do título deste post é a pergunta que ocorre deste ébrio autor do Futepoca sobre os dados da pesquisa Nielsen sobre o mercado de cerveja no Brasil. Os dados são de março e referem-se ao comércio de vasilhames de 600 ml, os preferidos dos ébrios.
A Ambev continua a ter domínio sobre o mercado nacional. Para quem já teve 70% das vendas em 2009, os 68% não significam exatamente uma queda, porque há a margem de erro. É verdade ainda que variação semelhante ocorreu em 2003 e só foi recuperada dois anos atrás. Considerando-se os três principais rótulos da empresa – Skol, Brahma e Antarctica –, o domínio é de duas em cada três garrafas consumidas no país.
O que mais chama a atenção é que a liderança varia em diferentes mercados. Na Grande São Paulo, a turma prefere Skol, mas cada vez mais gente troca a marca pela Brahma. No interior, dá Brahma, mas com destaque para uma inesperada terceira colocada, a Crystal, da Petrópolis, que faz a Itaipava.
No Rio de Janeiro, Antartica é a mais pedida, com sólidos 37,8%. Em Porto Alegre, ninguém tira da regional Polar a preferência guasca. A Nova Schin, com suas propagandas carnavalescas, é imbatível no Nordeste – onde, aliás, o consumo do fermentado de malte e casca de arroz cresceu 34% em 2010. É bem mais que os demais itens que cresceram por lá: refrigerantes (17%), água (4%), leite em pó (3%), aguardente (3%), fraldas e desodorantes (2%).
Outra peculiaridade: a Brahma, da Ambev, marca "internacional" da Inbev, anda crescendo. Ela já esteve melhor no Rio de Janeiro, mas fica a 2,6 pontos percentuais da líder Skol, em São Paulo, e passa de um quinto (21,2%) do mercado nacional, no qual é segundo colocado.
A Petrópolis tem a terceira no Rio e no interior de São Paulo, respectivamente com Itaipava e Crystal. No compto geral, está empatada com a Schin, que vai mal no Sudeste, apesar de ter sido criada em Itu (SP).
O infográfico da edição impressa do Estadão é divertido de se analisar. E um detalhe curioso, cada ponto percentual é uns R$ 100 milhões em vendas.
Embora fique no ar variações decorrentes das plantas (por exemplo, a Antárctica do Rio tem o mesmo sabor que a de São Paulo?), é curioso ver preferências diferentes. Se no Sul é fácil entender o apelo regional, a associação entre Nova Schin e Nordeste é bem mais nebulosa. Idem para Itaipava e Crystal no Rio e no interior paulista. Será que só propaganda e distribuição agressiva explicam tudo isso? Ou é mesmo o paladar que varia por região?
O jogo de ontem entre São Paulo e Mirassol, em Barueri, deu sono. Os dois times jogaram mal e quase nada criaram, mas a equipe da capital conseguiu fazer o suficiente para vencer por 1 a 0 e garantir a vice-liderança da competição, um ponto atrás do Palmeiras. Porém, esse "suficiente" foi uma obra-prima do garoto Lucas. Tomara que um décimo dessa inspiração dê as caras novamente na quarta-feira, no (perigoso) jogo de volta contra o Santa Cruz, pela Copa do Brasil.
No "Almanaque de Cultura Popular Brasil - Todo dia é dia", de Elifas Andreato e João Rocha Rodrigues (Ediouro, 2009), a data 14 de janeiro, "Dia do treinador de futebol", é ilustrada com uma historinha do folclórico João Avelino (foto), sobre quem fiz um post na época de sua morte, há pouco mais de quatro anos. Em 1986, quando ele treinava o América de Rio Preto, encheu o vestiário do time com velas e imagens de santos. Foi quando recebeu a visita do empresário J. Hawilla, que havia assistido a Copa do Mundo no México.
" - Pô, João, você é muito antiquado. Acabei de acompanhar a seleção argentina, campeã do mundo. O técnico Carlos Bilardo mostrou que os jogos devem ser ganhos com a modernidade. Aí eu entro no vestiário do meu time e vejo você com velas. Tenha dó!
Avelino abraçou Hawilla e perguntou:
- Quem é mesmo o número dez do Bilardo?
- O Maradona.
- Pois é. O meu é o Niquinha. O Niquinha!"
Foi por 1 a 0 a vitória do Palmeiras sobre o Santos na Vila Belmiro. A defesa menos vazada do campeonato saiu-se melhor do que o ataque mais efetivo. A pergunta antes da partida era se, diante de uma esquadra ofensiva, só a retranca salva?
Só Kleber salva, foi a resposta. O camisa 30 teve só uma chance clara de gol e fez, embora tenha batalhado para tentar incomodar a retaguarda do time da casa. O placar foi mexido pela única vez aos 34 minutos da etapa final. Além do quê, o time não foi tão retrancado quanto se poderia imaginar.
Apesar de ter sido forte a marcação da defesa armada por Luiz Felipe Scolari – com Rivaldo na lateral esquerda –, o time entrou com Lincoln e Patrik no meio campo. Nenhum espetáculo ofensivo, mas muito diferente dos quatro volantes que povoaram essa área do gramado com camisas verdes no começo da temporada. A chuva e a disposição de se defender deixaram o primeiro tempo mais travado do que o segundo.
O Santos criou mais oportunidades, embora não tenha se mostrado arrasador. Teve Paulo Henrique Ganso em uma tarde atípica: perdeu um gol feito e "só" colocou uma bola na cabeça de um companheiro – o zagueiro Durval – cabecear e fazer Deola trabalhar. Bom, ele também deu o passe para Danilo marcar, impedido, o gol anulado do time da casa.
Pensando bem, fez na partida quase o mesmo que os jogadores de meio campo do alviverde somados – dois chutes e um cruzamento de Marcos Assunção e dois passes de Patrik para Kleber, um no gol que decidiu o jogo. Mas a parte de Ganso não bastou para resolver a partida. Pena que Patrik não faz mais durante os jogos.
Neymar começou o jogo incomodando, comprando antipatia com Kleber e com seu marcador Cicinho, poderia até ter levado um vermelho para casa, mas não mudou a história do jogo. Mesmo assim, o cidadão gela a espinha dos torcedores rivais a cada vez que parte com a bola dominada.
O time continua na liderança da competição. Venceu o primeiro clássico do ano e continua sem perder para o Peixe desde 2009. Viva!
Ps.: Até pensei num post dizendo que o Tolima escalou atletas irregulares, que seus jogos na fase preliminar da Libertadores foram anulados e que o Corinthians voltará à competição - e com chances de ser campeão. Mas a mentira do José Serra como novo presidente me pareceu muito mais crível do que isso...