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Não são só os zagueiros que querem pegar Neymar |
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Não são só os zagueiros que querem pegar Neymar |
Sem Libertadores,
Brasileirão ou Copa do Brasil, o jeito foi o torcedor se conformar
com o amistoso entre a seleção e os Estados Unidos. Uma vitória
por 4 a 1 que diz algumas coisas, mas que não traduz bem o que foi a
partida. Ainda mais se levarmos em conta que o pênalti dado ao
Brasil e que conferiu a vantagem aos visitantes logo aos 11 minutos
foi pra lá de duvidoso.
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Vamos pro basquete, vai... |
Às vezes é bom recordar que a manipulação e a defesa dos interesses escusos da grande imprensa não são uma invenção de hoje e nem da Veja.
O bravo Brizola sabia que o bom combate nunca é perdido e se insurgiu contra o gigante várias vezes. Em poucas, ganhou, mas fez história.
O Santos não fez como
em sua primeira partida, quando contou somente com reservas em campo.
Mas a lista de ausências peixeiras na peleja contra o Sport era
notável, a começar por Neymar e Rafael, ambos na seleção
brasileira, e Ganso, em recuperação de uma artroscopia. Além
deles, Elano foi poupado, Léo, herói do meio de semana, também
ganhou folga para visitar o filho; Borges de Dimba continuam
contundidos, assim como o lateral Fucile. O resultado de um confronto
entre um time sem criatividade no meio de campo e ataque contra um
visitante que jogou na defesa o tempo inteiro só podia ser 0 a 0.
A partida valia pelas
oitavas de final da Libertadores de 2003. O Santos havia saído na
frente na Vila Belmiro, contra o Nacional de Montevidéu, mas sofrera
o empate aos 38 do primeiro tempo. Três minutos depois, uma falta
pelo lado direito do ataque uruguaio, daquelas que pedem um
chuveirinho na área. Mas O'Neill chuta direto e Fábio Costa falha.
Silêncio na torcida. O arqueiro peixeiro, minutos depois do lance,
ainda sente e permanece estático, semi-ajoelhado no gramado. Quando
a bola pára, o lateral esquerdo Léo vê a cena, atravessa o campo,
estende as mãos para o goleiro (que, diga-se, não costumava ter
atitude similar com companheiros de time) e o ergue, incentivando o
atleta a voltar à partida. A torcida vai junto com Léo, carrega o
goleiro no colo e, na decisão por penalidades, Fábio Costa, que
nunca foi pegador de pênaltis, defende três e o Peixe se classifica
para as quartas.
A História vai dizer
que Léo foi coadjuvante nessa peleja, mas a cena dele apoiando seu
companheiro nunca me saiu da cabeça. Não é só o atleta, é o tal
do caráter, aquela coisa de você olhar a atitude do cara e pensar
que poderia ter alguém assim do lado quando pisou na bola naquela
vez... E justamente ele, que penou pra chegar lá, foi dispensado por
Felipão no Palmeiras em 1999. O técnico não aprovaria um atleta de
1,66 m de altura e Léo, por destino, fez carreira no Alvinegro a
partir do ano 2000.
Tornou-se campeão
brasileiro pelo Santos em 2002, fez o gol de empate do time contra o
São Paulo, na segunda partida das quartas de final, e marcou o tento
da vitória contra o Corinthians, na peleja derradeira da
finalíssima. E de pé direito. Foi para a seleção brasileira,
venceu a Copa das Confederações de 2005 e partiu para o Benfica.
Voltou em 2009. Guerreiro, para a torcida. Deus, para o amigo Olavo.
Quem diria que seria o personagem decisivo da vitória peixeira
contra o Vélez Sarsfield, na partida desta quinta, siando da
reserva.
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Os três e os do fundo eram um só (Foto Santosfc) |
A expressão “jogo de xadrez” costuma ser muita usada para definir uma partida disputada,
pegada, na qual fica difícil fazer algum prognóstico com a bola
rolando. Mas poucas partidas de xadrez de alto nível são decididas
em um lapso, em um lance impetuoso ou com voluntarismo e
pitadas de sorte. Ontem, nas duas partidas da Libertadores, com
cenários totalmente distintos, foram necessários poucos segundos
para que fossem definidos os dois primeiros semifinalistas do
torneio.
Na que abriu a noite,
entre Fluminense e Boca Juniors, os argentinos foram subjugados na maior parte dos 90 minutos da peleja. A marcação do
Fluminense, em especial de Edinho, sobre Riquelme, fez com que o
craque portenho sumisse durante quase todo o jogo. Quase. Uma
folguinha dada ao craque adversário, daquelas que acontecem no fim
do jogo, como a que permitiu que Maradona fizesse seu único lance
contra a seleção brasileira, na Copa de 1990, foi suficiente.
Riquelme respirou e pôde tocar para Rivero, que finalizou,
resultando no gol de Santiago Silva, o grosso artilheiro que faz as
vezes que Palermo já fez um dia.
O Boca precisou jogar um pouco mais
que o Fluminense por alguns minutos, na parte derradeira da partida, para eliminar
os cariocas. Se jogando mal eles ganham, imagine jogando bem?,
refletem os argentinos. E os brasileiros deitam no divã.
Na peleja seguinte,
Diego Souza, que leva consigo a fama de desaparecer em decisões,
apareceu. Sozinho como nunca havia acontecido com o Corinthians de
Tite, do meio de campo até a área. Mas tremeu diante de Cássio,
arqueiro que parecia pedir pra tomar gol, performance
coroada com o passeio para a caça de borboletas no último lance
vascaíno da partida. Goleiro tem que ter sorte também, diria o
filósofo. E não se perdoa quem perde um gol desses. A bola pune,
como diria outro pensador.
Puniu justamente
naquele tipo de lance de fim de jogo, quando os marcadores já não
aguentam mais marcar. Porque foram quase 180 minutos em que a
marcação foi a tônica, de lado a lado. O cerco vacilou,
Paulinho fez. Diego Souza, não. E essa foi quase toda a diferença.
Nas Olimpíadas de
Inverno, realizadas em Vancouver, em 2010, os russos pretendiam
ganhar entre 30 e 50 medalhas, mas levaram pra casa apenas 15. Para
não repetir o feito nos Jogos de Londres, o Comitê Olímpico russo
já elegeu seu bode expiatório: a bebida alcoólica. De acordo com o
jornal Kommersant, de ontem, a delegação do país está
proibida de chegar perto de qualquer canjibrina na Inglaterra. Mesmo
os brindes comemorativos após as vitórias estão proibidos.
O porta-voz do vice-primeiro-ministro do país,
Dmitri Kozal, declarou a outro jornal local, o Olia Djous, que
"os valores olímpicos não são compatíveis com o álcool".
O Kommersant lembra que, na competição disputada no Canadá,
alguns atletas teriam passado um pouco do tolerável em relação ao
álcool. "Os resultados foram péssimos, mas as festas foram as
mais barulhentas", relata o periódico, citando uma noitada na
qual foram usadas duas imitações de bombas de gasolina que não
forneciam o combustível fóssil. Uma servia vodca e, a outra,
uísque.
Precedentes históricos
Pela sua íntima
relação com o álcool, em especial com a vodca, os russos têm
mesmo motivo para se preocupar. Como consta nesse texto
de Felipe Van Deursen, o destilado também foi considerado
culpado pela derrota do país na Guerra Russo-Japonesa, em 1905,
sendo que generais japoneses, em lapso de modéstia, atribuíram
algumas das suas vitórias ao excesso etílico dos soldados rivais.
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Carregamento etílico na Rússia czarista |
POR MORITI NETO
Tempos
injustificáveis sem escrever. Sem saber como voltar, o domingo e a
derrota doída me deram a deixa. “Não podemos continuar jogando
desse jeito. É melhor fazer só um gol e não tomar nenhum”, a
frase é de Luis Fabiano após o jogo de ontem entre São Paulo e
Botafogo e ilustra bem o momento, ou melhor, o ano do Tricolor
Paulista. Não que o atacante tenha descoberto a América, mas o
Tricolor precisa arrumar a casa rápido se quiser algo de bom em
2012.
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Ataque desordenado, defesa confusa (Rubens Chiri /saopaulofc.net) |
O Santos entrou em
campo (debaixo de muita chuva) com o time reserva, sendo que cinco
jogadores fizeram sua estreia com a camisa alvinegra. No caso, com o
terceiro uniforme, a camisa azul. Gerson Magrão e Bernardo já estão
na Vila há tempos, mas só agora puderam jogar. Galhardo e David
Braz, que vieram do Flamengo na negociação com Ibson, e Ewerton
Páscoa, que no fim de semana passado enfrentava o Peixe jogando pelo
Guarani, foram os outros debutantes.
Mesmo com a esperada
falta de entrosamento, o Santos fez rodar a bola e trocou muitos
passes, mantendo a redonda sob seu domínio a maior parte do tempo.
Felipe Anderson exerceu uma nova função, revezando na ala direita
com Galhardo, um expediente que Muricy Ramalho usou bastante no São
Paulo em outros tempos. Tanto um quanto o outro levaram perigo no
apoio na primeira etapa, mas também sofreram com as investidas de
Lulinha por aquele setor.
Bernardo levou perigo
nas cobranças de escanteio. Em duas delas, quase saiu o tento
santista. Borges chamou a atenção pela disposição. Correu,
marcou, desarmou, deu opção ao ataque saindo pelos lados... Mas
quando a bola esteve na zona onde tem o atacante tem conforto, na
área, ele não conseguiu conferir por duas vezes na etapa inicial.
Já na segunda etapa, o
Bahia voltou com mais disposição, pegando mais no meio de campo e
explorando também o lado esquerdo da intermediária peixeira. E
começaram as baixas do visitante. David Braz já havia saído no
primeiro tempo com lesão, e Galhardo também pediu para sair antes
da metade do segundo tempo. Os donos da casa fizeram uma blitz
durante quase dez minutos, logo depois dos 22, mas não furaram a
defesa alvinegra. Na frente, Borges, e principalmente Renteria, não
seguravam a bola na frente e eram presa fácil dos zagueiros da Boa
Terra.
As oportunidades
peixeiras, enfim, surgiram quando a partida também começou a pesar
para os tricolores. E aí apareceu Borges. Por duas vezes ele teve a
chance de dar a vitória ao time B, ambas na cara do goleiro, mas
desperdiçou as duas. Em que pese todo seu esforço na peleja,
mostrou o porquê de estar na reserva.
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Léo, mesmo cansado, aguentou o ritmo da jogo até o fim (Santos FC) |
Por que um título como o de hoje, um Estadual que muitos dizem desprezar
(embora seja fato que, se seus times ganhassem, a história seria
outra), consegue me emocionar? Não foram dois jogos parelhos na
final, o Santos mostrou sua superioridade técnica diante de um
Guarani valente, brioso, mas inferior. Mas não são só as duas
partidas que contam o que foi esse título. Trata-se de história,
história... O Santos se tornou hoje tricampeão (três vezes campeão
de forma consecutiva) do campeonato estadual mais disputado do país.
Um feito que, da última vez que foi conseguido, os donos da bola
eram Pelé, Edu, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Lima, Rildo,
Toninho Guerreiro, Ramos Delgado... De lá pra cá, nenhum rival
conseguiu tal feito.
Quando o tri vem, e remete àquele esquadrão sessentista, lembro de Eduardo
Galeano, que disse, em
uma entrevista concedida a mim e ao amigo Nicolau: “Mas
a história é uma senhora que caminha devagar. É preciso ter
paciência. O resultado dessa articulação de vozes não aparece em
um ou nem mesmo em dez anos.” Essa tal de História, que caminha às
vezes em passos muito mais curtos do que desejamos, pesava e chegava
a assombrar quando eu era adolescente e vivia um jejum de títulos.
Mas ela andou, lentamente, deu as caras com aquele Giovanni mágico
de 1995, saiu um pouco mais da penumbra quando saímos da fila com
Diego e Robinho em 2002, e chegou a seu apogeu com esse espetacular
Neymar, que comanda um elenco valoroso que tem em Ganso outra estrela
que brilha de forma irregular, mas que faz sonhar quando traz luz aos
gramados.
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Ele tem o controle do time, mas... |
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Majestade |
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Neymar: precisa de legenda? |
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Jogo de "pega Neymar" |
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Nem sempre se pode ser Deus. Ou Pelé. Ou Messi |
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Pura arte o golaço do Ramires, hein? |