Destaques

quarta-feira, maio 23, 2007

Deu Kaká, quer dizer, Milan

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Pois é, o mais importante troféu da Europa ficou com o Milan de Kaká, que mais uma vez decidiu.
Quando ainda estava 1 a 0 para o Milan, jogo indefinido, o craque (quem vai dizer que não?) roubou a bola no meio de campo, conduziu, vislumbrou o espaço, deu um passe primoroso para Inzaghi, que driblou o goleiro e fez um golaço aos 37 do segundo tempo.

O Liverpool até fez o gol que deve ter feito passar o filminho de 2005 na mente rossonera, mas não deu. Desta vez, deu Milan.

MILAN 2 x 1 LIVERPOOL

23/05/2007

Milan
Dida; Massimo Oddo, Alessandro Nesta, Paolo Maldini, Marek Jankulovski (Kaladze); Gennaro Gattuso, Andrea Pirlo, Massimo Ambrosini, Clarence Seedorf (Favalli), Kaká; Filippo Inzaghi (Gilardino) - Técnico: Carlo Ancelotti

Liverpool
Pepe Reina; Steve Finnan (Arbeloa), Daniel Agger, Jamie Carragher, John-Arne Riise; Jermaine Pennant, Javier Mascherano (Crouch), Xabi Alonso, Steven Gerrard, Boudewijn Zenden (Kewell); Dirk Kuyt - Técnico: Rafa Benítez

Estádio Olímpico de Atenas (Grécia)
Árbitro: Herbert Fandel (ALE)
Gols: Inzaghi, aos 44min do primeiro tempo e 37min do segundo tempo; Kuyt, aos 43min do segundo tempo

Futebol inglês renasce com dinheiro estrangeiro

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Enquanto o Milan encara o Liverpool na final da da Copa dos Campeões, o Le Monde soltou uma reportagem em que apontam que a chave para a atual fase do futebol britânico foram tragédias. Liverpool, Manchester United e os londrinos Chelsea e Arsenal estão na elite européia. Em 2005 a final foi a mesma de hoje. No ano seguinte, o Arsenal perdeu para o Barcelona. Em 2007, três semifinalistas da Copa dos Campeões poderiam bradar "God save the queen".

O futebol britânico reinou em competições de clubes do futebol europeu nas décadas de 1970 e início da de 1980, mas foi ao fundo do poço a partir da tragédia de maio de 1985 (39 mortos em Bruxelas em partida do Liverpool) que acarretou em cinco anos de suspensão de competições continentais. Depois, em abril de 1989, no Hillsborough, em Sheffield, 96 pessoas foram mortas esmagadas.

A partir daí, a matéria do Le Monde aponta que os estádios foram reformados e a legislação alterada com controle de acesso e câmeras de vigilância nos estádios. Faixas e qualquer demonstração de organização de torcidas foi proibida, o que não acabou com os grupos de hooligans, que causam hoje mais problemas em outros países do que na terra natal, como lembra o Vermelho.

Mas ainda assim, a ocupação em 1990 caiu de 85% para 30% da capacidade das arquibancadas. O medo de ir ao estádio não havia acabado com a paixão pelo esporte inventado na ilha, e o australiano radicado nos Estados Unidos Rupert Murdoch pôs dinheiro para transmitir a Premier League.

Mas o dinheiro dos direitos de transmissão pagos pelo dono da rede de TV por assinatura Sky e DirecTV (que tentou comprar o Wall Street Journal), Murdoch foi salvador no início e deu tempo para outras transformações. O jornal francês afirma que 43% da receita dos times britânicos vêm da venda da transmissão para a TV, contra 60% dos franceses, que recebem do Canal +.

A grana para contratar jogadores do mundo todo veio de milionários que investem diretamente em ações dos clubes. O sinistro Roman Abramovich, esse ícone do bom-mocismo mafioso da Rússia, investiu no Chelsea por diversão e lavagem de dinheiro. O norte-americano Malcolm Glazer, dono do Manchester, o faz por especulação. Segundo as más línguas, o enganaram originalmente, confundindo futebol com a versão americana do esporte, já que o Glazer é dono do Tampa Bay Buccaneers. E ainda tem os também amigos de George W. Bush, George Gillett e Tom Hicks, da Hicks & Muse, que tanta saudade despertam nos corintianos.

Por um lado, a matéria mostra que a paisagem da cartolagem brasileira, onde só se vê gente de bem, não é privilégio tupiniquim. Por outro lado, todos fazem tudo para lucrar. Os ingleses parecem que andaram conseguindo. O Palmeiras, por exemplo, teve um déficit de R$ 37 milhões em 2006.

Liverpool campeãoooops!

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Por algum motivo ainda não descobrerto, o site do Liverpool soltou antes a hora a matéria preparada para o caso do time vencer o Milan daqui a pouco, na final da Copa dos Campeões. Leia aqui a matéria do Globo Esporte.
Ficou feio.

O que fazer com Júnior

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O veterano lateral-esquerdo Júnior virou um problema para o São Paulo. Encostado depois da escolha de Muricy por Jadílson, o jogador chegou a declarar que preferia mudar de clube. Corinthias, Internacional e Cruzeiro teriam se interessado pela contratação, mas não teriam bala para bancar o alto salário pedido pelo atleta (R$ 150 mil).
Do lado do São Paulo, Muricy Ramalho defende a renovação do contrato, que vence em agosto, principalmente depois de uma suposta retratação de Júnior, dizendo que até aceita a reserva. A diretoria, no entanto, acha que o investimento não vale a pena. O salário de R$ 120 mil é considerado alto para quem fica no banco.
Seguindo a linha do post abaixo: quem quer ficar com Júnior?

Baciada no Brasileirão

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Seu time não vai muito bem das pernas. Investimentos pesados não deram certo, os moleques de baixo precisam de tempo e a torcida está pra lá de impaciente. O que fazer, ó, dirigente? Demitir o técnico. Sim, tudo bem, mas tem um problema. E se você já demitiu o técnico recentemente? Bom, pode-se sempre recorrer a trabalhos espirituais como alguns times grandes já fizeram e fazem até hoje. Mas é um método ortodoxo. Bom, então, sobrou... a boa e velha lista de dispensas, uma das formas mais respeitosas de dizer a uma pessoa que ela não serve mais, o pé no traseiro sem choro nem vela.

Seguindo a fórmula pouco original, Corinthians e Cruzeiro anunciaram ontem suas listas de "desnecessários". No total, dez atletas voltaram ao mercado ludopédico, obedecendo a critérios de cartolas que levam em conta o salário do dito cujo - quanto mais alto, mais dispensável - e seu aproveitamento. Quando o cidadão emplaca os dois requisitos, o diretor abre o sorriso e pensa "esse a torcida vai dar graças a Deus".

Saíram do Parque São Jorge Roger, ex-Galisteu, atual Secco; maior dor de cabeça pro Timão, já que seu salário é de aproximadamente R$ 250 mil e ninguém se atreve a querer levá-lo pagando isso. Foram junto com ele Marcos Tamandaré (aquele), Paulo Almeida e Daniel (coadjuvante e o outro nem isso do Santos de Diego e Robinho), Wendel (by Terrão) e Jean Carlos (quem?).

Já a Raposa mandou embora o lateral-direito Gabriel, também conhecido como filho do Wladimir; o grandalhão André Luiz, zagueiro campeão brasileiro pelo Santos em 2002 e 2004; e o lateral-esquerdo Fábio Santos, ex-um-monte-de-time-sem-se-firmar-em-quase-todos-eles.

A pergunta que fica ao leitor do Futepoca é: qual deles você queria no seu time?

terça-feira, maio 22, 2007

Istambul x Atenas

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Finalmente chegou a hora. Acontece amanhã, a partir das 15h30 do horário de Brasília, a final da Liga dos Campeões da Europa, o campeonato de clubes mais legal do mundo. Milan e Liverpool se enfrentam em Atenas para tirar a limpo a final de 2005, em Istambul, devidamente recordada aqui.

O principal duelo em campo será entre Kaká e Gerrard. São os líderes e a alma de seus times. Por esta temporada, a vantagem aqui é inteira de Kaká. Se o brasileiro continuar fazendo chover, não tem pra ninguém.

Mas há outros fatos interessantes. Maldini, com 39 anos, vai jogar sua oitava final da Liga. Será que, se vencer, ele se aposenta? (eu me aposentaria). Seedorf pode ganhar a quarta taça. Já pelo Liverpool, Reina chega com a moral de ser o herói da classificação para a final. Mascherano é quase uma surpresa. Se firmou no time no finalzinho da temporada e terá a missão de marcar Kaká. Se ele for bem, pode decidir o jogo. Crouch, vice-artilheiro do campeonato com 6 gols (contra 10 de Kaká) pode acabar com a fama de grandalhão desengonçado que ainda tem por aqui.

O principal, claro, é saber se o fantasma de Istambul vai assombrar o Milan. Ou se o benemérito espírito turco vai ajudar novamente o Liverpool com uma atuação memorável. Alguém aposta?

A Copa de 2014 está garantida

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Deu hoje na Agência Estado que a diretoria do Barueri inaugurou nesta terça-feira a Arena Barueri, o novo estádio do clube, que sonha com a possibilidade de receber jogos da Copa do Mundo de 2014.

Num primeiro momento, serão 20 mil lugares disponíveis, o que será ampliado para 40 mil em 2009.

Na empreitada foram gastos R$ 70 milhões, com previsão de gastos de mais R$ 80 milhões para concluir (por que tudo isso para concluir é uma boa pauta para o setorista do Futepoca do Visão Oeste, que já tomou esse furo da inauguração da Agência Estado).

O Barueri estreará no novo estádio no sábado contra o Criciúma, pela terceira rodada da Serie B do Brasileiro. A, E, I, Barueri, Barueri....

Agora Ricardo Teixeira pode ficar tranqüilo, a Copa está garantida.

Só uma pergunta, onde fica Barueri?

"Por que conservadores tiveram uma infância feliz, mas liberais fazem mais sexo"

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Foto: Reprodução
O blog do Pedro Dória destaca estudos citados pela The Economist sobre as diferenças de comportamento entre gente de direita e de esquerda. Aliás, o título deste post é tradução do olho da matéria da revista britânica de viés conservador.

O levantamento é do biólogo evolucionista e mexicano Randy Thornhill (o da foto). A conclusão do moço é que que "quem vem de famílias amorosas e estáveis, tenderá a ser conservador e tradicionalista; quem encontrou instabilidade na infância estará mais aberto a mudanças". Como bom evolucionista, a questão estaria em genes ativados perante uma infância conturbada que empurrariam a indefesa criancinha no espectro ideológico para o lado do pulso que carrega o relógio.

Embora nessa parte Dória admita controvérsias, ele garante que uma conclusão é praticamente irretorquível: "à
esquerda, aceita-se mais as diferenças", o que explica por que "homens de esquerda têm mais parceiras sexuais. (O inverso também vale para as mulheres)".

A interpretação do estudo é claramente conservadora e moralista. Do contrário, haveria mais cuidado no emprego do gênero para identificar parceiros ou parceiras, em respeito à diversidade sexual. Mas isso é notoriamente secundário na discussão.

O estudo tende a agradar parte dos conservadores, que adoram discursos moralistas – ainda que não o sigam necessariamente, segundo fontes – assim como parte dos esquerdinhas, que vão adorar se passar por liberais em termos de costumes e, por que não, comedores, embora muito machismo e sexismo haja nas hostes de esquerda.

Um dos outros lados: manguaça nega
Como não posso desmentir meu lado esquerdinha, resta-me negar, veementemente, as conclusões do estudo. Nego tanto a infância traumática quanto a lascividade nas relações. Ou sou uma exceção, ou o biólogo me persegue pelo que represento para a esquerda.

Terei coro entre os ébrios autores do Futepoca?

Reitoria da USP pode ser desocupada hoje

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Após 20 dias de ocupação do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), os estudantes e funcionários que ocupam o local (cerca de trezentos, segundo fontes estudantis), podem sair hoje. Assembléia maracada para as 18 horas, em frente ao edifício, pode resultar na desocupação. Caso ele não ocorra, não está descartada o uso da força policial, bem ao gosto da grande imprensa, para realizá-la.

Enquanto isso, se fortalece o movimento de greve nas universidades paulistas. Embora haja uma série de reivindicações distintas, o estopim do movimento foram decretos do governador paulista José Serra, que na prática transferem o poder de manejo das verbas das três universidades públicas do estado, USP, UNESP e Unicamp, para as mãos do tucano. Cerca de R$ 5,5 bilhões ficariam à disposição das vontades e desejos do Terminator Serra.

A professora titular de Direito Administrativo da USP, Odete Medauar, em documento publicado no Blog da Ocupação, é taxativa ao dizer não só que as resoluções serristas ferem a autonomia universitária como, seguindo esse princípio, são inconstitucionais. Diz ela que "o dispositivo constitucional é muito claro, ao garantir a autonomia das universidades. Portanto, qualquer ato ou medida que dificulte ou impeça o pleno exercício desta autonomia mostra-se inconstitucional. Assim, ao meu ver, os decretos recentemente editados pelo governo do Estado de São Paulo, relativos às Universidades estaduais, revelam-se inconstitucionais." E completa: "Deixem as Universidades em paz! Cuidem do ensino fundamental e médio!".

Já a Folha de S. Paulo de hoje revela que o secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, pediu à Suely Vilela, reitora da USP, uma bolsa em um curso de pós-graduação para um assessor de seu gabinete. Datada de 2 de fevereiro, um mês após a sua posse na secretaria criada por Serra e tanto a assessoria da USP como a de Pinotti dizem que o procedimento não é ilegal, pois as fundações ligadas à universidade reservam bolsas de estudos para funcionários públicos em seus cursos. Mas se não é ilegal e se fazem crer que não faz diferença, porque Pinotti enviou a carta?

Coração dividido no fim de semana

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Passada a segunda rodada do Brasileirão, os favoritos (a quê? primeiro item para debate entre os cada vez mais ausentes comentadores) Corinthians e Palmeiras voltam a campo respectivamente contra Atlético Mineiro, no Morumbi, no sábado, e São Paulo, no mesmo palco, domingo.

A maioria da comunidade do Futepoca estará mobilizada nos dois dias de confronto. Dada a natureza persecutória dos autores não-sãopaulinos contra os tricolores no blog, no domingo a tendência é um coro anti-time do Juvenal Juvêncio. A vitória importante na estréia sobre Flamengo (embora combalido) e o apertado 2 a 1 sobre o mistão do Figueirense significam nada diante de um eventual revés palestrino. Para o São Paulo, uma derrota representaria mais lenha na fogueira da crise que se avizinha. Uma vitória não garantiria seu fim, mas provavelmente significaria a retomada de contribuições tricolores para o conjunto de posts do blog.

Agora, no sábado, a divisão promete ser mais ampla. O Futepoca só tem um corintiano e um atleticano. A vitória do alvi-negro paulista sobre o Cruzeiro no Mineirão, por 3 a 0 não livraram o time da mácula de time em crise, fraco e com grandes chances de ser motivo de chacota, como ocorreu historicamente na publicação. Ainda que, por questão de caráter, alguns dos torcedores se sintam impedidos de querer bem ao time de Parque São Jorge, a possibilidade de achincalhe do campeão mineiro, recém-promovido da Série B, não é descartada pelos manguaças.

Há mais emoção prevista para o fim de semana do que provocações gratuita nesse post.



P.S.: Em tempo, o Santos, cujos torcedores dominam quatro cadeiras do blog, enfrenta o líder Atlético Paranaense, na ex-Arena da Baixada. Os 6 a 3 da estréia, e o 2 a 1 do segundo jogo, garantiram a liderança no critério de desempate de cols marcados. A disposição paranaense de se manter na ponta é um desafio para Luxemburgo tomar vergonha e parar de ignorar o Brasileiro. Uma terceira derrota, mesmo com mistão, seria imperdoável até para os mais comedidos afrontadores.



Corrigido às 15h30

segunda-feira, maio 21, 2007

Deus me livre dos narradores e comentaristas

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O tema da qualidade das narrações e dos comentários nas transmissões esportivas é recorrente aqui no Fupepoca, mas deixem eu acrescentar um pouco de regionalês na análise.

É impossível para quem não torce para time de São Paulo ou Rio assistir ou ouvir qualquer transmissão. Começa pela desinformação: não acertam o nome nem a posição de nenhum jogador. Por exemplo, ontem na transmissão do SporTV de Galo e Botafogo, toda hora o narrador trocava o Ricardinho (lateral) pelo Lima (zagueiro). Sem contar que Éder Luiz virava Danilinho, que virava Marcinho etc.

Mas fora os comentários que se repetem de que o Botafogo joga bonito, que é carrossel holandês, há a verdadeira torcida, que irrita. No jogo de ontem o tal de Lofredo (não sei o primeiro nome) foi extremamanente parcial. No pênalti contra o Atlético diz que foi "com certeza". Bem diferente da postura do jogo anterior em que o Paulo César Vasconcelos disse que se "o Simonsen não deu é porque não viu". Como se fosse possível entrar na cabeça de alguém para saber o que viu ou não.

Mas no jogo de ontem, dois outros lances: num, em que a bola bateu na mão de um jogador do Botafogo dentro da área claramente, disse que não bateu na mão e se batesse o jogador "não teve a intenção". Só gostaria de saber como ele soube disso. Depois, num lance na área do Galo, disse que uma bola havia batido na mão do zagueiro Lima do Galo e que era o mesmo caso do lance anterior: sem intenção. Vem o replay da imagem, que mostra que claramente a bola bateu nas costas do jogador. Aí todos ficam calados.

São bobagens, nada decisivo, mas que essa parcialidade o tempo todo irrita. Será que é o caso de pedir que, como acontece com os juízes, fossem escalados narradores e comentaristas de outros estados quando ocorrerem jogos times de SP-RJ contra qualquer outra parte do país? Se bem que, pelo baixo nível das arbitragens, acho que não adiantaria nada...

20 mil, francamente achei barato

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À Terra Magazine, Antonio Carlos Magalhães explicou, pedagogicamente, que a máfia das construções "é mais um escândalo praticado pelo PT", apesar de envolver outros partidos, incluindo o seu próprio. Aliás, não bastasse alcançar o ilibado Partido Democrata (DEM), chegou ao clã.

Sem deixar de falar grosso contra o governo, pediu punição ao sobrinho Paulo Magalhães (DEM-BA), caso o elo com a Gautema, empreiteira apontada pela operação Navalha como centro de um esquemão de propinas em obras públicas, se confirme. Mas R$ 20 mil, que é "um preço muito barato" para ACM.

Ao trecho:

Pelo relatório, ele (Pauo Magalhães)teria recebido R$ 20 mil de um funcionário do Zuleido (Veras, empresário, dono da Gautema) no próprio gabinete. O senhor não falou com ele sobre esse assunto?
Não. Não teve comigo. E se estiver implicado, tem que pagar o preço. Agora, acho um preço muito barato.

O quê? R$ 20 mil?
Sim (risos).

O senhor acha que deveria ser mais?
Eu não acho que deveria ser mais. Mas R$ 20 mil que recebe suja tanto quanto quem dá (o dinheiro).


FIFA registra "data histórica"

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O site da FIFA publicou hoje um texto saudando o milésimo gol de Romário. A entidade esclarece que, “como Pelé” (de cuja carreira são reconhecidos 1281 tentos), Romário incluiu na sua conta pessoal gols feitos em jogos não-oficiais para chegar à marca histórica. Muito se discute se a contagem do atacante é válida. Tem um texto legal do Paulo Vinícius Coelho ("Perguntas e respostas para quem contesta e quem defende os mil gols de Romário") em que PVC é taxativo: "Eu defendo", postado quando a conta ainda estava em 998 gols.

Bom, em todo caso, segundo a entidade máxima do futebol, a data de 20 de maio entrará para a história do futebol.

O texto fala da ironia de o gol mil do Baixinho ter sido feito justamente pelo Vasco da Gama, o time que levou o milésimo de Pelé, em 19 de novembro de 1969.
A FIFA encerra sua homenagem ao craque vascaíno com a seguinte frase : “"Romário de Souza Farias, o mundo do futebol te saúda".

Dia da cachaça. De Minas para o mundo

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Foto: Planalto/2005
Ex-presidente Itamar Franco (foto). Tradição de presidentes com apreço pela chambirra é estratégia comercial.



Em 2001, a assembléia legislativa votou e o então governador de Minas Gerais Itamar Franco assinou em baixo. Estabeleceu-se que o primeiro dia de colheita da cana-de-açúcar no estado seria instituído como Dia da Cachaça.

Em alguns alambiques, segundo apurações extra-oficiais, o dia 21 de maio, desde então passou a ser a antevéspera da colheita, porque vira motivo de bebedeira, seguido de uma jornada de ressaca.

O mesmo governador foi o responsável por estabelecer que a marvada seria a bebida oficial de eventos do Poder Público. Em 2003, com a conquista do registro de "Cachaça" para destilados de cana-de-açúcar produzidos no Brasil – não me venham com rum – junto à Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), o produto ganhou mais campo para ser exportado. O apreço pela que matou o padre nada mais é do que opção comercial.

Como o Futepoca só degusta, o que nos resta neste Dia da Cachaça é brindar.

domingo, maio 20, 2007

A respeito de Alvinegros

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Éverton Santos comemora o 1º gol do Timão (site oficial do Corinthians)


Depois de algum tempo, o Corinthians deu uma alegria legítima para o seu torcedor nesse domingo. Uma vitória por 3 a 0 fora de casa, contra um dos grandes do futebol brasileiro, não ocorre todo dia. Mas convém contextualizar a partida.

O ataque do Parque é veloz com Everton Santos e Willian (que dá rapidez ao time, mas tem dificuldade tanto na assistência quanto na finalização), entretanto encontrou facilidade extra não só porque o Cruzeiro deu muito espaço na marcação como também em função de duas falhas individuais estapafúrdias dos defensores azul celeste, que deram o segundo e o terceiro pênaltis para os alvinegros.

Léo Fortunato honrou o sobrenome e foi para a equipe mineira o que seu xará guarda-costas foi para Getúlio Vargas. Seu parceiro Gladstone só complementou a tragédia para os mineiros. Do lado corintiano, o goleiro Felipe fez excelentes defesas e só confirma o que já foi dito nesse blog: é um bom jogador e tende a se tornar ainda maior atuando agora em uma equipe grande.

Carpegiani inicia seu trabalho no Corinthians ajeitando a defesa e já colhe resultados. Até onde o time pode ir, é difícil saber. No papel, nenhum atleta excepcional, mas, no Brasileiro, não existe nenhum grande time. Se a diretoria deixar, vexame o Timão não vai passar. Já o Cruzeiro, com uma diretoria trapalhona e desgastada e a torcida jogando contra, tem um futuro menos promissor. Dá pena de ver alguns bons jogadores como Gabriel e Araújo se desdobrando em um time que parece um bando confuso jogando pelada. Dorival Júnior vai passar por uma verdadeira prova de fogo.

*****

Na partida contra o Sport, só Adaílton, suspenso na partida seguinte da Libertadores, de titular, em uma equipe com atletas que sequer sentam no banco em geral. No segundo jogo contra o América (RN), só Fábio Costa e mais um amontoado de reservas. Preservar os titulares é uma opção que muitos técnicos fazem quando tem um torneio mais importante a ser disputado.

O curioso, no caso da opção de Luxemburgo, é que nem no Paulistão ele usou times formados totalmente por reservas, e utilizava de vez em quando dois ou três titulares, até como forma de manter a espinha dorsal do Santos. Mas além de usar só suplentes a essa altura do Brasileiro, a clara impressão que fica é que, com essa ridícula mania de fazer mistério na escalação, o time reserva simplesmente não é treinado, o que resulta em um desentrosamento de dar dó ver em qualquer clube profissional.

Na partida contra o Sport, a defesa, com três zagueiros, bateu cabeça o tempo todo, o meio campo não protegia e deu no que deu. Já sábado, cada escanteio contra a meta santista era perigo de gol e a vitória aconteceu com três bolas alçadas na área (duas de bola parada) já que, incrivelmente, era claro que ninguém sabia quem pegava quem, liçãozinha óbvia de qualquer treinador de Série B do Paulista. Ou seja, não treinaram e não foram orientados. Priorizar a Libertadores é compreensível, desprezar totalmente o Brasileiro é inaceitável.

*****

A maior parte do país ficou sabendo do milésimo gol de Romário pelo Faustão. O apresentador gastou uma plêiade de adjetivos para incensar o Baixinho. Com certeza, uma homenagem à altura do feito do artilheiro.

Para Marco Aurélio Cunha, eliminação da Libertadores foi causada pela "soberba"

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Arquivo AE

O superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, concedeu entrevista ao portal G1. Ao contrário de outras ocasiões, Cunha falou de forma mais séria, embora não tenha perdido a oportunidade de cutucar seu alvo predileto, o Corinthians, e analisou as razões da eliminação do São Paulo no Paulistão e na Libertadores. Mais humilde, embora com os arroubos de "dirigente apaixonado" de sempre, ele também negou a interferência de Juvenal Juvêncio na escalação da equipe. Os principais trechos abaixo:

Qual a avaliação da diretoria sobre as fracas campanhas do São Paulo no Paulistão e na Libertadores?

Marco Aurélio Cunha: Pela estrutura, organização, elenco e comissão técnica que temos, as campanhas foram frustrantes. Porém, eu preciso analisar profissionalmente. O São Paulo estava acostumado a chegar em todas as finais no ano passado e isso gerou um desconforto nas eliminações precoces deste ano. Mas analisando o futebol mundial, principalmente na Europa, isso também aconteceu com grandes clubes como Barcelona, Real Madrid e Milan. É preciso ter paciência.

O que aconteceu na eliminação contra o São Caetano? É normal sofrer uma goleada por 4 a 1 nas semifinais do Paulistão, em pleno Morumbi?

Marco Aurélio Cunha: O jogo estava equilibrado, mas fomos muito mal no segundo tempo. Sofremos dois gols, um em cima do outro. A equipe não estava acostumada com essa situação, se desestabilizou e foi eliminada merecidamente. Os jogadores sentiram o golpe, ficaram psicologicamente abalados, e empataram com o Audax Italiano, na Libertadores, em casa, e o São Paulo acabou enfrentando o Grêmio, em uma chave forte nas oitavas-de-final.

Mas o elenco do São Paulo não conta com tantos jogadores experientes? Por que os jogadores ficaram tão abalados por sofrer dois gols rapidamente do São Caetano?

Marco Aurélio Cunha: Por ser uma situação nova. Nunca havia acontecido isso com a nossa defesa. Por exemplo, tem time que está acostumado com as dificuldades e pronto para fugir da zona do rebaixamento. Eles são se abalam com situações adversas. Vejam o caso do Paraná, Juventude e Figueirense. Todos reagem bem quando estão no sufoco. Já os grandes clubes, como Palmeiras e Grêmio, se desesperam nas dificuldades e acabam rebaixados. Foi isso que aconteceu com o São Paulo no Paulistão.

Qual a avaliação da diretoria a respeito da fraca campanha do São Paulo na Libertadores?

Marco Aurélio Cunha: Foram vários os fatores. Mas o principal deles foi a soberba de alguns jogadores, que passaram a achar que jogavam muito mais do que realmente eles jogam (Marco Aurélio prefere não citar nomes). O fator psicológico pela eliminação no Campeonato Paulista também pesou contra o Grêmio. Tudo isso fez a comissão técnica e a diretoria rever alguns conceitos em relação ao elenco. Não cairemos na vala comum de achar que está tudo certo. Por isso, o Muricy mexeu a equipe na primeira rodada do Brasileiro.


Depois da eliminação da Libertadores, o presidente Juvenal Juvêncio esteve no clube e conversou com o Muricy e os jogadores. A bronca foi geral e, curiosamente, o treinador mudou o time titular na estréia do Brasileirão. O presidente escalou o São Paulo?

Marco Aurélio Cunha: Isso é um absurdo. Vou revelar um segredo. Ninguém da diretoria conversou com o Muricy. Somente o presidente, em uma conversa reservada com o treinador. Nem eu estava presente. O presidente não interferiu. Ele interveio, o que é muito diferente. Perguntou o que estava acontecendo com o time. Deu apoio para o treinador mudar o que estava errado. Fez um balanço das derrotas, mostrando sua opinião sobre quais titulares poderiam ter dado algo a mais, qual os reservas que estão jogando mais. Uma conversa em alto nível.

O Muricy está consciente que com o elenco que tem em mãos ele tem a obrigação de, ao menos, classificar o São Paulo para a Libertadores em 2008?

Marco Aurélio Cunha: Eu detesto a palavra obrigação no futebol. Eu diria que o Muricy tem o dever de conseguir a vaga na Libertadores. Pelo elenco que temos, a nossa meta não poderia ser diferente.

O São Paulo vai negociar alguns dos seus jogadores na abertura do mercado europeu?

Marco Aurélio Cunha: Eu diria que sim. Sempre alguém deixa o clube. Não dá para falar que não receberemos propostas da Europa. O Ilsinho, Alex Silva, Miranda e Souza sempre têm proposta. Um deles deve sair.

O São Paulo é o favorito para a conquista do título brasileiro?

Marco Aurélio Cunha: É um dos favoritos, mas não o melhor time. Santos, Grêmio, Cruzeiro, Internacional, e até o Palmeiras vão brigar pelo título. Também pode ser que apareça alguma surpresa.

E o Corinthians? Você não aponta o rival como um dos candidatos ao título?

Marco Aurélio Cunha: O Corinthians está investindo na seleção do Interior de São Paulo (risos). Eu acredito que seja o caminho certo, pois não tem mais uma parceria forte para fazer contratações. Não acho que corra o risco de rebaixamento, mas não tem condições de brigar pelo título. Tecnicamente, o Corinthians tem camisa, mas não tem um grande time. É uma incógnita.

sábado, maio 19, 2007

Conselheiro Acácio

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Como é sábado, os jogos da rodada do Brasileiro ainda não começaram e a halopatia pra curar amidalite causa efeitos deletérios em qualquer ser vivente, posto aqui uma homenagem a esse personagem tão citado nesse blog: Conselheiro Acácio.

Não, Olavo, não é aquele goleiro do Vasco que incrivelmente chegou a vestir a camisa da seleção. Trata-se do personagem do romance O Primo Basílio, de Eça deQueiroz. Aproveitando o grande manacial do sempre útil Wikipedia, está lá a descrição do glorioso personagem.

Já o Houaiss assim define a palavra "acaciano": adjetivo e substantivo masculino que ou quem se mostra afetado, ridículo pelo uso de fórmulas convencionais ao falar ou pela maneira pomposa de ser; acacianista, acacista

Esta figura fictícia tornou-se célebre como representação da convencionalidade e mediocridades dos políticos e burocratas portugueses dos finais do século XIX, sendo até à actualidade utilizada para designar a pompa balofa e a postura de pseudo-intelectualidade utilizada por muitas das figuras públicas portuguesas. Deu origem ao termo acaciano, designação utilizada para tais figuras ou para os seus ditos.

Acácio se expressava sempre com chavões e frases vazias que ou remetiam a um lugar comum ou simplesmente não diziam nada. Falso moralista, também adorava citações. Como esse blog se dispõe a falar de política e também de futebol, mundo recheado de tantos personagens pomposos e óbvios, pode-se entender a insistente recorrência ao glorioso Acácio.

sexta-feira, maio 18, 2007

Seriam ambos folgados?

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Deu no Globo Esporte e agora o Olavo vai ter mais direito de chamar os caras de mercenários. A desculpa de Kaká e Ronaldinho Gaúcho para não irem à Copa América - alegação de que não tinham férias desde 2004 - caiu por terra. Levantamento feito pelo site mostrou que os jogadores do Milan e do Barcelona ganharam 29 e 30 dias, respectivamente, de folga após a Copa do Mundo da Alemanha.

Aos fatos: Ronaldinho apresentou-se ao Barcelona em 1º de agosto de 2006 e treinou um dia depois após a eliminação da seleção brasileira no Mundial em 2 de julho De 2 a 31 de julho, nada de trabalho, 30 dias na flauta. Kaká chegou ao Milan em 30 de julho, dois dias antes de Gaúcho e teve 29 dias de férias. Posso ter dois meses de férias por ano também?

Isso sim é previsão

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Quem poderia imaginar que o jogador mais odiado pela torcida poderia fazer o gol mais importante da história do time?

Um certo torcedor do Inter poderia, sim. E ele deixou isso registrado ao público pouco menos de um mês antes da final do Campeonato Mundial de Clubes no ano passado, entre Internacional e Barcelona.

Confiram clicando aqui.

(Atualizando e adaptando o post em nome da inclusão digital)

No fórum em questão, um torcedor colorado criou, na maior comunidade do Internacional no Orkut, um tópico chamado "E se Gabiru fizer o gol do título mundial?".

As respostas variaram entre "você tá louco, isso nunca vai acontecer", "aí é só desligar o videogame e começar um jogo novo" e comentários precisos como "não ia fazer nada mais que a obrigação dele".

Sem contar os que prometeram coisas loucas como correr pelado em volta do Beira-Rio.

quinta-feira, maio 17, 2007

Jô, quem diria, está na seleção

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Vai a convocação do maestro Dunga para os amistosos da seleção canarinho em junho, contra Inglaterra (dia 1º) e Turquia (dia 5). O homem não seguiu a orientação do Olavo e convocou os mercenários e arrogantes Kaká e Ronaldinho Gaúcho.

Mas as surpresas são outras. Dunga desencavou um tal de Afonso, atacante do time holandês Heerenveen. Segundo o Uol, o rapaz é o artilheiro da temporada na Europa, de acordo com números oficiais da Uefa. Seilá do futebol do moço, mas a situação me lembra as convocaçõs do craque (sic) Élber.

Outra grande surpresa, principalmente para mim que vi o rapaz jogar no meu time, é a convocação de Jô, colega de Vagner Love (também convocado) no time russo CSKA. Dizem que ele é artilheiro do time, ta jogando um bolão, coisa e tal. Mas nunca imaginei que chegaríamos a vê-lo na Seleção. Quer dizer, o rapaz é novo e ainda pode virar um bom jogador. Fiquei curioso para saber como ele está se saindo.

Outra novidade também passou pelo meu Corinthians: o goleiro Doni, que anda pegando muito na Roma, segundo relatos. Não me surpreende tanto, já que o nome dele já tinha sido levantado aqui mesmo neste fórum.

Um que não estaria na minha lista é o Alex Silva, do São Paulo, simplesmente porque não gosto.

De resto, sem grandes sobressaltos. Mas a convocação de Alex Silva e Josué devem ter deixado o Marcão feliz da vida.

GOLEIROS - Doni (Roma-ITA) e Helton (Porto-POR)

LATERAIS - Daniel Alves (Sevilla-ESP), Maicon (Internazionale-ITA), Gilberto (Hertha Berlim-ALE) e Marcelo (Real Madrid-ESP)

ZAGUEIROS - Juan (Bayer Leverkusen-ALE), Alex (PSV Eindhoven-HOL), Alex Silva (São Paulo) e Naldo (Werder Bremen-ALE)

MEIO-CAMPISTAS - Edmílson (Barcelona-ESP), Gilberto Silva (Arsenal-ING), Mineiro (Hertha Berlim-ALE), Josué (São Paulo), Elano (Shakhtar Donetsk-UCR), Kaká (Milan-ITA), Ronaldinho (Barcelona-ESP) e Diego (Werder Bremen-ALE)

ATACANTES - Robinho (Real Madrid-ESP), Vágner Love (CSKA-RUS), Jô (CSKA-RUS) e Afonso (Heerenveen-HOL)

Adriano Magrão: 'Não sou o melhor atacante do mundo'

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Esse é o título de uma matéria do Jornal dos Sports on-line sobre esse gênio da bola que é Adriano Magrão. Trata-se de mais uma homenagem do mundo da bola ao conselheiro Acácio.

O público do Brasileirão

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Já foi comentado aqui que o Brasileirão ainda não começou. Agora, com a divulgação da média de público pela CBF (por que tem clube que demora tanto pra liberar esses dados?), realmente há dados interessantes.

Os dois clubes mandantes que tiveram maior arrecadação foram justamente dois que tiveram acesso no ano passado à Série A. O América (RN), em sua partida de estréia contra o Vasco (derrota, aliás), levou 26.469 pagantes ao Machadão. Já o Sport contou com 23.273 pessoas que pagaram ingresso e assistiram a goleada contra o Santos B.

Por outro lado, entre os estádios mais vazios, o Paraná conseguiu apenas
3.568 pagantes para assistir à vitória da equipe local contra os reservas do Grêmio. O surpreendente foram os dois menores públicos depois do clube curitibano. O segundo menor foi o do Atlético (MG), somente 5.116 foram presenciar a volta da equipe à elite do futebol tupiniquim. Já o Corinthians arregimentou 5.806 fiéis ao Morumbi contra o Juventude.

A média dos 9 jogos (São Paulo e sua filial Goiás jogaram com portões fechados) foi de 11.362. Pra efeito de comparação, a média do ano passado foi de 12.300 pagantes. O campeonato promete.

Com a benção de Bento XVI, Marcos busca recuperação

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Foto: GloboEsporte

Depois de Frei Galvão, São Marcos, com sósia do papa Bento XVI

Numa sina pior do que a do Pedrinho, atualmente no Santos, o goleiro Marcos segue em recuperação qualificada como milagrosa pelo médico do Palmeiras Vinicius Martins. O Globo Esporte soltou um infográfico impressionante com a série histórica de contusões do arqueiro palmeirense.

Marcos, que cansou de ser bonzinho, sobreviveu a 13 contusões, que lhe custaram os movimentos do punho esquerdo – por uma necrose na região – e a implantação de uma placa de titânio no braço, que é o motivo do atual afastamento dos gramados.

A placa implantada ainda teve de ser substituída por outra maior, por conta de uma deformação, na terça-feira, 16. Resultado de um choque com o zagueiro Reginaldo na partida de 11 de março contra o Juventus, Marcos deve ficar longe dos gramados por mais dois meses. A cirurgia foi bem sucedida.

Bem servidos com o reserva Diego Cavalieri, muitos palmeirenses chegam a desdenhar o pentacampeão. Os fatos de ser fumante inveterado, segundo as más línguas, e de ser um goleiro monstruosos sem os movimentos de um dos punhos complementam a figura do mito São Marcos, abençoado por Bento XVI e tudo.

Cavalieri que não se ofenda, mas Marcos continua a ser meu titular.

Perseguição à manguaça

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Galo Carijó, famoso freqüentador de bares da região de Pinheiros, já fez sua análise a respeito das atitudes contra o consumo de bebidas alcoólicas de alguns governos do lado de baixo do Equador. Vaticina ele que está se formando um novo "eixo do mal", envolvendo, primeiramente, Brasil e Venezuela.

Na terra do craque Rondón, que deixou saudades para os sãopaulinos, Chávez vem cometendo verdadeiros desatinos que podem comprometer sua base de apoio popular. Nos dias que antecederam a Páscoa, o bolivariano proibiu a venda de bebidas alcóolicas a fim de diminuir a violência no trânsito. Claro que o patético decreto teve a mesma eficácia que a ridícula Lei Seca que vigora no Brasil em alguns estados nos dias de eleição. As garrafas não ficavam expostas nas mesas, mas os manguaças davam um jeito de servir a bebida em xícaras ou misturar com algum refrigerante (isso sim um verdadeiro crime).

Lá, já existe uma lei que proíbe as pessoas de beberem na rua, o que comprometeria, por exemplo, a existência do Bar do Vavá no país das misses. Em abril, Chávez, no lançamento do seu mega-partido, já havia dado declarações preocupantes, defendendo a "disciplina revolucionária" e a "luta pela moral pública", por meio de, entre outras medidas, confisco de caminhões de bebidas. Na ocasião, bradou supostamente sóbrio: "Comecem amanhã mesmo. Vamos nos livrar de tantos vícios. Uma das tarefas desse partido é curar a sociedade doente de consumismo, tabagismo, alcoolismo, corrupção e roubalheira."

Já pelas bandas de cá, o ministro da Saúde, que concorre para ser mais midiático que José Terminator Serra, também destila (opa) sua cantilena contra o álcool em nome da "saúde pública". Diz o mesmo que
considera o preço cobrado no país por bebidas alcoólicas "extremamente baixo" e declarou ser a favor de que artistas sejam proibidos de participarem de comerciais de bebidas (talvez ele prefira a exploração da mulher nas campanhas publicitárias).

De quebra, Temporão, que defende a discussão sobre a legalização do aborto e a descriminalização das drogas, arranjou briga com um manguaça emérito,
Zeca Pagodinho, ao dizer que era admirador dele mas que o mesmo tinha que "parar de fazer essa propaganda. Chega a ser patético. A questão do álcool é dramática”. O sambista não deixou barato e na festa de aniversário da colega Beth Carvalho, afirmou que “isso é incompetência. Ele fica procurando coisa”.

Embora o assunto aqui seja tratado em tom de pilhéria (porque às vezes o debate parece ser nesse nível mesmo), fica a pergunta que povoa tantas outras questões do gênero: até que ponto o Estado deve interferir em hábitos da vida privada das pessoas?

Som na caixa, manguaça! (Volume 14)

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Boteco do Arlindo

João Nogueira
(Composição: Maria do Zeca - Nei Lopes)

Gripe cura com limão, jurubeba é pra azia
Do jeito que a coisa vai
O boteco do Arlindo vira drogaria

O médico tava com medo que o meu figueiredo não andasse bem
Então receitou jurubeba, alcachofra e de quebra carqueja também
Embora fosse homeopatia a grana que eu tinha era só dois barão
Mas o Arlindo é pai d'égua, foi passando a régua, eu fiquei logo bão

Tem vinho pra conjuntivite, licor pra bronquite, cerveja pros rins
Assados e rabos-de-galo pra todos os males e todos os fins
O Juca chegou lá no Arlindo se desmilingüindo, querendo apagar
Tomou batida de jambo, recebeu o rango e botou pra quebrar

Batida de erva-cidreira se der tremedeira ou palpitação
Pra quem tá doente do peito faz um grande efeito licor de agrião
E toda velhice se acaba se der catuaba prum velho tomar
Meu tio bebeu lá no Arlindo e saiu tinindo pra ir furunfá

(Do LP “João Nogueira”, RCA Victor, 1986)

quarta-feira, maio 16, 2007

Kahn e Ballack viram vibradores na Copa

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Deu hoje na Reuters: O goleiro do Bayern de Munique Oliver Kahn e o meia do Chelsea e capitão da seleção alemã Michael Ballack receberão 50 mil euros cada da empresa Beate Uhse AG, maior operadora de sex shops da Europa. O caso é que a empresa vendeu, durante a Copa 2006, vibradores batizados com os nomes dos atletas sem autorização. Segundo o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung, o valor das indenizações foi decidido quando os jogadores e a empresa chegaram a um acordo, em uma corte em Hamburgo. Os apetrechos se chamavam "Michael B." e "Oli K" .

Mídia são-paulina e assessoria de imprensa

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Do parceiro Observatório Verde, que se diz atento à cobertura a respeito do Palmeiras, mas termina, por motivos óbvios, reclamando da mídia sãopaulina sempre.

A relação de alguns jornalistas com certos clubes e seus grupos de poder beira o escândalo. Os espaços da mídia são usados para mandar recados, incitar a torcida contra treinadores, pressionar dirigentes, criar intrigas. Em troca, o jornalista ganha acesso privilegiado a informações. E isso se tornou tão corriqueiro que ninguém estranha mais. (...)
Vitor Birner parece estar passando dos limites. Vejamos um recente post em seu blog.
"Li e ouvi quase tudo sobre a participação de Juvenal Juvêncio na escalação do São Paulo na vitória contra o Goiás. Tentarei ser claro, pois os problemas de comunicação são mais do que normais. (...) Em suma, houve interferência de Juvenal Juvêncio, o que acho normal. Ele é responsável pelos sucessos e fracassos da instituição em todas as áreas e não apenas no futebol. Não poderia se omitir. (...)"
O que é isso? Assessoria de imprensa do Jardim Leonor? Birner é daqueles que têm inflado as qualidades da equipe comandada por Juvêncio. Inflado tanto que até os jogadores reconhecem que isso os deixa de salto alto. Declaração de Jorge Wagner à Folha:
“Acho que acabamos acreditando demais nos comentários que davam nosso elenco como um dos melhores do país, isso interferiu”, disse o meia. (...)

Até os são-paulinos reclamam da mídia excessivamente são-paulina.

Vinte centavos

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O ano era 1994. O Plano Real acabara de ser lançado e a candidatura Fernando Henrique Cardoso iria despontar na liderança das pesquisas nas semanas seguintes.

Reunidos numa fazenda no interior, o então concorrente da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, e outros colegas de partido, retirados, trabalhavam planos para a disputa. Decididos que a nova moeda era um golpe passageiro, pensavam no que fazer.

Num encontro com um morador da região, eles ouviram elogios ao plano econômico.

— Mas rapaz, isso os caras tão fazendo é só pra ganhar a eleição. — apostava um dos integrantes da comitiva petista — Depois volta tudo, a inflação...

— Meu irmão, sabe quanto custa a pinga no boteco? — devolveu o morador — Vinte centavos!

Ali, o jornalista Ricardo Kotscho disse ter percebido que a disputa seria brava.

Copa América e as dispensas

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Kaká e Ronaldinho Gaúcho anunciaram esses dias que pediram dispensa da Copa América. Alegando necessidade de férias, as duas estrelas pediram para ficar de fora do torneio, para que repousem e mantenham sua forma física num melhor patamar.

Faz até algum sentido o pedido dos dois. Por mais que forcem a barra, a Copa América não é lá essas coisas. É um torneio divertido, simpático, mas ninguém vá chorar caso o Brasil dê algum vexame. E nem como "preparatório" serve muito - vale lembrar que um ano antes do pentacampeonato o Brasil fez uma campanha das mais ridículas no certame, sendo eliminado pela portentosa seleção de Honduras. A maior importância da Copa América está para jogadores mais jovens, que ainda precisam de espaço na seleção. Foi por essa via que Adriano e Júlio César garantiram vaga na Copa do Mundo.

Mas apesar disso cabe críticas ao comportamento de Kaká e Ronaldinho. Pra mim, o pior está no seguinte: pedindo dispensa da seleção antes da convocação, os dois demonstram uma certa arrogância um tanto quanto complicada. A impressão que dá é que eles estão acima do bem e do mal - e de outros bons jogadores que também poderiam vestir a amarelinha.

Dunga demonstrou desde o começo do seu trabalho que tá meio a fim de experimentar, de inovar e de dar uma cara nova à seleção. Que tal aproveitar esse "pedido" e colocar as duas estrelas na geladeira? Tenho certeza que eles não iriam se incomodar. Eu não iria.

terça-feira, maio 15, 2007

O eterno retorno

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Notícias dão conta de que o Corinthians está contratando o Vampeta. Bom, é mais uma que só o Dualib pode arranjar para você. Ou não? Levantamento feito pelos companheiros Glauco e Fredi mostra que não é bem assim, apesar de meu luminar presidente ser reincidente.

O Corinthians já contratou ex-ídolos pelo menos duas vezes, com Neto e Marcelinho Carioca, ambas com resultados ridículos. O São Paulo trouxe Raí de volta e ganhou o campeonato paulista de 1998, em cima do Corinthians. Depois, mais nada.

O Santos resgatou Serginho Chulapa e, em 2005, foi buscar na Grécia o craque Giovani. Não deu em nada, apesar de algumas boas atuações (uma contra o Corinthians, que pelo jeito gosta de perder de ídolos redivivos dos adversários).

Dunga voltou para o Inter em 1999 e a equipe quase foi rebaixada no Brasileirão. Mas quem a salvou foi o próprio capitão do tetra, marcando o único gol de uma vitória contra o Palmeiras de Felipão, em 1999. Palmeiras esse que deu mais sorte ao ressuscitar Edmundo, que está jogando muito bem.

Completando os times dos futepoquenses, o Atlético trouxe de volta Reinaldo, já em fim de carreira. E o Flamengo trouxe de volta o Vovô Júnior, que fez belo papel jogando de meia e volante. Já no ano passado, Sávio retornou e não jogou nada.

Agora, sobre o “reforço” Vampeta, o que dizer? Minha tendência é crer que será um grande fracasso. Não acredito que ele tenha fôlego para jogar de verdade. Vai ficar distribuindo bola (no que era bom) e fingindo que corre atrás de alguém. Nesse caso, esquece. Mas, mantendo a já comentada esperança, diz a matéria do IG que o Carpegiani aprovou o negócio. Espero que ele saiba o que está fazendo.

O campeonato nem começou e já vale R$ 1 bilhão

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Segundo a Máquina do Esporte (http://maquinadoesporte.uol.com.br/new/noticias.asp?id=5493), a TV do bispo, a Record, vai oferecer R$ 1 bilhão por ano para os clubes brasileiros pelos direitos de transmissão do Brasileirão. O valor seria mais de três vezes superior ao que os clubes recebem atualmente.

Se vai realmente pagar ou não (haja fiéis e fé para financiar), a proposta leva o futebol a outro patamar. Para a maioria dos clubes, a transmissão dos jogos já é a principal fonte de receita. Os maiores recebem entre R$ 15 e 20 milhões ano. Se vingar, poderão receber de R$ 50 a 60 milhões só com a TV.

Sem entrar no mérito se isso ajudaria a recuperar os clubes ou o dinheiro "sumiria" ou seria roubado no caminho (como costuma acontecer no Vasco), é interessante notar que a disputa entre as duas TVs pode ajudar os clubes a se reestruturarem. A disputa entre as TVS foi um dos principais fatores para que o futebol inglês passasse a ter os clubes mais ricos do mundo.

Provavelmente, a Globo vai dar um jeito de continuar com os direitos, até porque muitos clubes têm dívidas com a emissora. Mas pelo menos terá de abrir os cofres. E como seria bom ficar sem ouvir o Galvão pelo menos por um ano. Se bem que não sei quais seriam os locutores da Record nem os comentaristas. Tudo pode sempre piorar.

Campeonatos estaduais – No caso do campeonato mineiro, a Globo pagava até este ano R$ 2,5 milhões para todos os clubes. Atlético e aquele outro time azul ficavam com cerca de R$ 600 mil cada. Agora, a Globo teve de cobrir a oferta da Record, de R$ 15 milhões, e acabou renovando por quatro anos, com os maiores elevando suas receitas para cerca de R$ 4 milhões pelo campeonato.

Em São Paulo, houve verdadeiro leilão, já relatado no Futepoca, em que a Globo ofereceu à FPF R$ 40 milhões, incluindo os direitos para TV paga, por ano. A Record rebateu com uma proposta de R$ 70 milhões, forçando sua rival a contra-atacar com R$ 60 milhões em dinheiro mais R$ 10 milhões em espaço publicitário na última semana. Ainda assim, a Record manteve a oferta de R$ 70 milhões e acrescentou R$ 10 milhões em espaço publicitário, cobrindo a oferta da concorrente. Mesmo assim a Globo levou. Por quê?

Exterminador do futuro

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Vivi Zanatta/Agência Estado

Embora muito se insinue a respeito do gosto etílico do presidente Lula, a pose patética e a boca aberta no melhor estilo "Adrian, eu consegui" do glorioso Rocky Balboa, mostram que o governador de São Paulo José Serra também pode ser adepto da famosa canjibrina no almoço. Só alcoolizado pra pagar um mico desses...

Zico virou turco

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Do parceiro Blá-blá Gol.

Zico acaba de conquistar mais um título como técnico. Depois de quatro títulos brasileiros, uma Libertadores, um mundial de clubes, sei lá quantos estaduais e mais de 800 gols, o terceiro maior artilheiro da seleção brasileira ganhou mais uma taça neste domingo com a conquista do Fener(bahce). Também acho que ser campeão turco não é grande coisa, mas este foi o quarto título dele como treinador.
Na conta dos quatro títulos dos parceiros, vale, além da Copa da Ásia conquistada com o Japão em 2004, os torneios Copa Kirin (Japão/2004) e Copa Antalya (Fenerbahçe/2007). Não vou discutir a representatividade das conquistas para não ser lembrado a respeito da legitimidade da Copa Rio 1951.

No site oficial, de gosto estético duvidoso, o Galinho dedica o título a Didi e Parreira. Nada para o Zagallo, de quem foi auxiliar/coordenador em 1998, na França. É que o apelo é local. O criador da folha seca foi bicampeão em 1974 e 1975, enquanto o comandante do Tetra brasileiro atualmente no comando da Bafana-Bafana levou o "Fener" à glória em 1996.

Mas nada se compara a um título no ano do centenário que ainda o faz o maior campeão turco, com um à frente do Galatasaray. Melhor para o Zico.

segunda-feira, maio 14, 2007

Registro

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Duas frases do Juca Kfouri ditas agora no Linha de Passe da ESPN-Brasil:

- "Já passou da hora de o Simon parar" (de apitar)
- "O (Carlos Eugênio) Simon sempre erra pro mais forte." (Esse "mais forte" eu interpreto como o mais forte politicamente, e não necessariamente em termos de futebol, ludopédio, jogo em si.)

Só postei isso aqui porque acho que o futebol não pode continuar a ser decidido o tempo todo por uma autoridade autocrática, e corruptível, sempre corruptível, esse homem de preto maldito.

Como amante do futebol, eu tô de saco cheio de ter que aceitar essa autocracia.

Só empresário e baba-ovo

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Segunda-feira, 19h, uma fila se forma diante de uma mesa de vidro, sob as escadas da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Engravatados grisálios se postam risonhos. Não tem copos com cerveja nem vinho nas mãos, nada de choppinho na noite fria e de garoa de São Paulo. Estão todos com exemplares de um mesmo livro nas mãos.

Uma sequência de aglomerados se forma e se desfaz em torno de uma dupla que cruza o Conjunto. O mais votado deputado do estado, Paulo Maluf, chega acompanhado de um assessor. Vai direto ao caixa, e paga em dinheiro dois exemplares de Sobre formigas e cigarras, do também deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. O "colega de casa" prestigiava o lançamento paulistano da obra, publicada pela editora Objetiva, nas lojas há dois meses.

Problemas de agenda parlamentar atrasaram o evento. Atrasaram também a chegada do autor, em meia hora. E antecipariam sua saída para outro compromisso, às 22h.

Logo que conseguiu sua dedicatória, Maluf saiu a dar explicações para uma repórter da coluna da Mônica Bergamo sobre a adequação de um vinho ao tempo e à companhia. "Para uma reunião rápida, um vinho de 8 ou 9 dólares, você pode tomar até no McDonalds. Agora, se você vai pra uma reunião com políticos que também gostam de um bom vinho, e vai ter umas quatro horas de conversa, aí o vinho é outro... Sim, é caríssimo", admitia (os nomes ficam para quem quiser descobrir na quarta-feira).

Além de Maluf, que não teve privilégios na fila a não ser por gentileza de algum dos postados empresário, o ex-ministro da Fazenda, consultor econômico e desafeto do MST, Maílson da Nóbrega, deputados estaduais, o senador Eduardo Suplicy, o colunista social Amaury Jr. entre outras figuras prestigiavam o evento.

Também estava lá o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, indicação de Palocci em março de 2005 para ocupar, com defasagem de quatro meses, a pasta deixada em novembro de 2004 por Guido Mantega, que ia para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Aliás, esse episódio não está no livro, assim como nenhum outro em que indicações ou disputas políticas tenham se dado.

Na narrativa bem construída de Palocci, nem mesmo com José Dirceu, chegou a haver briga dentro do governo. E Lula, bem, o presidente concordava geral e aceitava as sugestões da Fazenda. Quando podia, ainda as reforçava. Como jornalismo e história são versão, quem quiser que conte outra...

Diferente dos integrantes de equipes econômicas de governos anteriores, Palocci, figura eminentemente política, não foi atrás de um emprego no mercado ou na iniciativa privada. Segundo alguns, foi atrás da imunidade parlamentar. Segundo outros, foi ser absolvido pelas urnas. É deputado, e garantiu o seu lado das histórias.

Mas um militante veterano que compareceu porque a esposa está viajando e não tinha "mais nada pra fazer", depois de 20 minutos, de saudar e ser saudado, saiu de fininho. Embora amigo do autor e conhecedor de parte dos causos inscritos no livro palocciano, por causa de sua passagem pelo Planalto, já não tinha motivos para ficar por ali. "Não é meu lugar... Só tem empresário e baba-ovo do Palocci."

Para não dizer que não falei do Corinthians

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Não vi a vitória do Corinthians sobre o Juventude, por 1 a 0. Mas, como faz um tempinho que meu time não ganha de ninguém, vou palpitar sobre o time assim mesmo.

Gostei de saber que o gol da vitória veio de jogada da nova dupla de ataque, Everton (ex-Bragantino) e Finazzi (ex-Ponte Preta). O Corinthians tem uma penca (ou duas) de problemas, mas tem alguns bons jogadores (William e Marcelo Mattos) e outros que, se não chegam a ser bons, não são tão piores que os da maioria da concorrência (Betão, Eduardo Ratinho, Rosinei).

Percebam que, entre os citados, não tem nenhum atacante. Ninguém pára no ataque do Timão desde a saída de Tevez e Nilmar (ele saiu faz tempo, convenhamos). Depois deles, vieram Rafael “He Man” Moura, Arce, Jô, Jailson, Bobô, Amoroso, Wilson e mais um monte de nomes que serão rapidamente esquecidos pela torcida. Ou seja, não precisa muito para que Everton Santos e Finazzi segurem uma onda por ali.

Se isso acontecer, só vai faltar o William continuar a jogar bem, Zelão e Betão virarem uma dupla de zaga, o Carpegiani arrumar um padrão de jogo pro time, dois laterais se firmarem como titulares... Em outras palavras, tá fácil esse Brasileiro!

Até a 10ª rodada, nem palpite pra artilheiro vale

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Os 4 a 2 do Palmeiras contra o Flamengo no Maracanã enchem o combalido torcedor alvi-verde de esperança. É a primeira vitória em estréias desde 1999, o mesmo ano do título da Libertadores, um 3 a 1 contra o Juventude, no Palestra.

A partida contra o rubro-negro não foi simples nem a vitória fácil. Os paulistas abriram dois de vantagem, mas cederam o empate. A vitória teve ainda a contusão do centroavante Osmar.

O goleiro Bruno falhou grotescamente no primeiro gol, de Edmundo, o nome do jogo, numa cobrança de falta que, proposital ou involuntária, configurou um belo gol. O guarda-metas rubro-negro tentou alcançar quando já estava fora de posição.

A imprensa incensa o Verdão, depois da semana de promessas do técnico Caio Jr. de um time que não seria coadjuvante na disputa, algo diferente dos últimos anos – embora o protagonismo para não cair seja alegado pelos sarristas torcedores de outros times. O cabra foi além: quer aproveitar a sequência de quatro jogos em São Paulo para "deslanchar" na competição.

Otimismo pouco, é bobagem: depois do Figueirense, no próximo domingo, vem São Paulo, Cruzeiro e Botafogo. Nenhum dos adversários é bicho-papão (nem estes, nem os outros). Muito menos o Palmeiras.

Além do que, um bom início de temporada só garante, em geral, uma coisa: não precisar fugir do rebaixamento. Que foi o que aconteceu no campeonato passado.

Pessoalmente, acho que antes das 10 primeiras rodadas, nem palpite pra artilheiro vale.

Sobrevivi

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Nada a ver com as catástrofes pessoais do Discovery Channel, mas o título do post ajuda a contar minha aventura no Dia de São Martinho (padroeiro dos bêbados), na última sexta-feira. Convidado pelo Walter Venturini, companheiro de ABCD Maior (http://www.abcdmaior.com.br/), embarcamos em seu combalido Kadett 89 rumo à Vila Santa Luzia, depois do Taboão, em São Bernardo do Campo. Mais ou menos perdidos e girando em círculos pela periferia, conseguimos localizar a serraria do português Manoel Almeida, próxima à divisa com São Paulo, por volta das 21 horas.

Sem campainha, o jeito foi gritar pelo anfitrião por cima do portão de madeira. A passagem foi aberta e o carro estacionado numa ladeira de terra, já ocupada por outros veículos. Pelos vitrôs do enorme e recém-construído barracão, era possível avistar as dezenas de tonéis de carvalho que armazenam o vinho caseiro produzido ali. Ambiente simples, mas muito animado: uma mesa repleta de comida (vários tipos de queijo, salame, toucinho e azeitona, lingüiça portuguesa e pão de torresmo), uns 30 convidados, muita cantoria e vinho tinto seco à vontade.
Daniel, filho do S.Manoel, fez as vezes de cicerone e nos explicou a produção local de vinho, passando pela compra da uva no Rio Grande do Sul, a "pisa" da fruta nas imensas piscinas (lagares), a fermentação nos tanques de aço, a "trafegação" para os quase centenários tonéis de madeira, o engarrafamento, estocagem e tímido comércio. Lá são produzidos três tipos de vinho, cada um a partir da uva que lhe dá nome: Bordeaux, Cabernet e Isabel (uma uva californiana). Além disso, fazem ainda a "bagaceira" (cachaça da uva) e uma versão bem convincente do vinho do Porto. Os preços variam de R$ 7 a R$ 30, mais ou menos.
Para a ruidosa e descontraída comemoração de São Martinho, S.Manoel convidou amigos íntimos e associados da União de Vinicultores Artesanais (UVA). Tem gente ali que produz vinho dentro de apartamento, com tambores de plástico, amassando uva com a mão. É um sacerdócio, uma espécie de "seita" pagã que contagia toda a família dos aficcionados. E o produto final é muito bom. Sem conservantes, tem outra textura, sabor - e efeito. A bebida sobe rápido, só que a sensação não é de pileque, mas de um irresistível torpor levemente "canabístico". Provei - e muito - do Isabel tinto seco. Saí inteiro e não tive ressaca.
Walter (centro) e Marcão na "Catedral do Vinho", em São Bernardo: bebida, comida e cantoria para comemorar o Dia de São Martinho, nosso padroeiro. No barracão, dentro de uma serraria, o português Manoel recebeu amigos e produtores artesanais
Porém, mais do que o excelente vinho, o melhor dali é o ambiente, a alegria, a irreverência do S.Manoel, a cantoria coletiva, o clima de aldeia européia. Fica-se com a impressão de que isso sim é que é felicidade. O anfitrião me garantiu que daqui a seis meses tem mais festa - o verdadeiro Dia de São Martinho é 11 de novembro, mas ele decidiu comemorar em 11 de maio para coincidir com a vindima (início da colheita da uva) no Brasil. "Na verdade, é desculpa pra comemorar duas vezes!", confessou, gargalhando, S.Manoel.
Para quem ficou curioso, vale a pena dar um pulo até lá. A "Catedral do Vinho" fica na rua Eugênia de Sá Vitale, 370, Vila Santa Luzia, São Bernardo, com fácil acesso a partir dos bairros paulistanos de São Judas e Jabaquara (é perto do Zoológico). O telefone é (11) 4361-1753 e o horário de atendimento, de segunda à sexta, das 8h às 17h30. No sábado, das 8h até meio-dia. Um programa refinado pra quem gosta de um bom vinho, boa conversa e diversão garantida. Saúde! E viva São Martinho!

domingo, maio 13, 2007

Paulistas dão vexame na Série B

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Na primeira rodada do Brasileirão da Série B, os times paulistas mostraram que vão ter dificuldades para subir à primeirona. Alguns provavelmente vão penar pra se manter na segunda em 2008.

No segundo caso, com certeza está o vexatório Santo André. Depois de uma campanha grotesca no Paulistão, o Ramalhão estreou sendo derrotado em casa pelo CRB (AL), por 3 a 1. Outro que apanhou em casa foi o Ituano, 3 a 2 pro Ceará.
Fabri marcou, mas Paulista não levou
O Paulista de Jundiaí saiu até na frente do Coritiba, gol do infatigável Rodrigo Fabri (foto), mas tomou a virada e perdeu por 3 a 1. Outro que foi derrotado fora de casa foi o super vice-campeão São Caetano, que contou com o treinador eterno Jair Picerni no comando. Sem Paulo Sérgio (que foi para o Palmeiras), sem Triguinho (Anderlecht) e sob constante ameaça de perder mais meia dúzia de atletas, a equipe foi derrotada pelo Criciúma por 3 a 2.

A Portuguesa tenta o segundo acesso do ano, mas começou mal. Foi atropelada pelo Fortaleza no Castelão no primeiro tempo, tomando três gols, e não conseguiu a reação no segundo, marcando somente o de honra. Já o Marília conseguia uma boa vitória contra o Brasiliense fora de casa, mas sofreu o empate e ficou no 2 a 2.

Pra salvar a pátria bandeirante, o portentoso Barueri, em seu primeiro jogo pela Série B, derrotou o Remo em casa por 2 a 1, enquanto a Ponte conquistou a vitória pelo placar mínimo contra o Gama em Campinas.

Quem pinta como favorito ao título é o campeão baiano Vitória, que trucidou o Avaí, do técnico Zé Teodoro, por 5 a 1 no Barradão com dois gols de Sorato (aquele).

sexta-feira, maio 11, 2007

Caras de pau

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A unanimidade quanto ao pênalti não marcado para o Atlético/MG contra o Botafogo é tão grande quanto a falta de coragem dos comentaristas esportivos, que não falam outra coisa a não ser o enjoativo “não acredito em má-fé, o juiz errou porque não viu” etc. Não é só o Paulo César Vasconcellos, embora o Paulo diga isso sempre.

O Sílvio Lancelotti chegou ao cúmulo de dizer na ESPN que não acredita (ninguém acredita!) que o árbitro quisesse prejudicar o Galo, mas avaliou que o pênalti foi tão claro que o Simon só pode ter piscado, ou estar de olho fechado naquele instante. Ah, bom.

O vice de futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, disse que seu time é “o mais roubado da história do futebol brasileiro” e que por isso não estava nem aí com o choro do Atlético. Curiosa avaliação. O único título brasileiro do Fogão todo mundo sabe como foi conquistado, em 1995, no Pacaembu.

Pra terminar: o Carlos Eugênio Simon não será indicado para sorteio em jogos do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro. Isso consola quem trabalhou, treinou, jogou e viu todo o esforço (e a grana perdida com a eliminação) ser jogado por terra por um errinho bobo, que o Simon só cometeu porque piscou?

Começa a Série B

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Com, dentre outras partidas, o exótico jogo entre Grêmio Barueri e Remo no Parque Antarctica, começa hoje a Série B do Campeonato Brasileiro. Uma competição que vem se tornado cada vez mais algo de respeito nos últimos anos, mas que em 2007 será um pouco menos "estrelada" que vinha sendo.

Não há, diferente do que ocorreu nos últimos três anos, um representante do grupo dos 12 grandes clubes do futebol brasileiro. Estão outros de respeitável grandeza, como Vitória, Portuguesa e Coritiba, mas falta "aqueeele" time capaz de mobilizar as massas e atrair maior atenção da mídia.

O desempenho nos campeonatos estaduais e algumas contratações já fazem com que se possa pensar em alguns pelotões no certame. Vitória, Ipatinga, Remo, Criciúma e São Caetano - apesar de Jair Picerni (foto) - saem na frente.

Na outra mão, o Avaí, que deu vexame no Catarinense, o CRB, apenas o quarto colocado no Alagoano, e os paulistas Ituano e Santo André entram com a corda no pescoço. Aliás, para o Ramalhão, escapar do rebaixamento será uma salvação para o ano que se mostrou caótico desde o início.

O formato de pontos corridos, se já é um pouco chato para a Série A, mostra-se terrível para a B. Jogos desinteressantes e sem os apelos de "vaga na Sulamericana" devem ser a tônica da reta final.

Mas isso ainda está distante. Que seja um bom campeonato!

"Você é bonito pacas!"

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O título poderia ser: "Nicolau é cantado no Minhoca em jogo do São Paulo", mas sensacionalismo e a prática trocadalhística não são compatíveis com este fórum.

Até porque o jogo era sensível: Grêmio e São Paulo. O preconceito contra os gaúchos e o sarro das torcidas de outros times paulistas contra o tricolores levava 85% das piadas a ter um único enfoque.

O cenário era o Minhoca, boteco da Teodoro Sampaio, zona Oeste de São Paulo. Nicolau, autor do Futepoca, esperava o conjunto dos manguaças que, trabalhando até as 22h, tinha perdido o primeiro tempo. A escolha do local, explicavam os ébrios, devia-se a uma feliz série de coincidências: todo jogo do São Paulo conferido no recinto não teve outro resultado que a derrota ou desclassificação do time do Morumbi. O Minhoca é pé quente.

Os três manguaças desceram no ponto de ônibus, caminhavam para o boteco aos 10 do segundo tempo. De longe, já identificavam o black power do quarto elemento, que conferia a sofrível pelada ao lado da porta. O Grêmio vencia por 1 a 0, para desespero da maioria sãopaulina presente. Apenas o Nicolau e dois outros embriagados desconhecidos faziam o trabalho de "secar" o time paulista.

— Catiça — esperneou um dos bêbados recém-chegados, num coro que seria repetido ainda algumas vezes na partida, num exercício de secagem que remonta aos tempos de quarta-série.

Logo ao chegar, reparei que um dos bêbados, o mais empolgado na torcida pelo Grêmio, olhava fixamente para a cabeleira do Nicolau, com uma ponta de indiscreta admiração. Para a cabeleira e para seu dono, é claro.

Como a partida não despertava interesse por seus lances, o cabra oscilava entre xingar o São Paulo (e seus torcedores, que só poderiam ignorá-lo sumariamente) e olhar pro Nicolau.

Quando já ficava constrangedora a situação, os dois resolveram ir embora. Ao passar pela mesa contígua à porta, o admirador não se conteve:

— Cara, você é bonito pacas! – lascou, olho no olho com o elogiado.

Perceba-se que o "pacas" é puro eufemismo narrativo.

Nicolau, sem saber como lidar com o assédio dos fãs e conhecedor das acusações de homofobia que recaíam sobre o Futepoca, ergueu as mãos aos céus, pedindo a Frei Galvão, São Martinho ou talvez até ao papa alguma ajuda.

— Não, posso falar, você é bonito mesmo — insistiu, quase irritado, ao perceber que não era levado a sério.

Em meio às gargalhadas dos outros manguaças – que viram até brincos nas orelhas do figura –, o corintiano amigo do admirador secreto (santista, segundo a mesma fonte), constrangido, quis inventar uma explicação para o súbito arroubo, anunciado pelos olhares continuados:

— Ele não é viado, não se preocupa... Isso é inveja de ter cabelo que a gente não tem.

O estado etílico não lhe permitia concatenar idéias nem palavras, mas o fã insistiu na cantada:

— Cara, ducarai esse cabelo... O black power, carai... Se você tivesse nos anos 70... Esse cabelo...

Arrastado pelo amigo corintiano, o cara saiu declamando loas a "tanta beleza que há no mundo". Os manguaças que ali estavam que confirmem (ou desmintam).


Adicionado cinco minutos depois...

Nego qualquer responsabilidade na operação.

Criatividade II OU já virou perseguição

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O Ombudsman até vai ficar constrangido. Mais perseguidos do que os sãopaulinos no Futepoca, O Globo e Folha de S.Paulo fazem por merecer.

Pelo segundo dia seguido, escolheram a mesma foto de capa. No destaque de baixo, o mesmo tema, mas com imagens diferentes – muito boas por sinal. Pelo menos a manchete e a diagramação geral são distintas, o que não ocorreu ontem.




Libertadores: tabela das quartas-de-final

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A Conmebol divulgou hoje a tabela das quartas-de-final da Libertadores. O Santos faz seu primeiro jogo na quarta-feira, dia 16. O Brasil começou o torneio com seis times (Santos, São Paulo, Inter, Grêmio, Flamengo e Paraná) e chega às quartas apenas com dois, Grêmio e Santos (25% dos participantes desta fase), mesmo número dos uruguaios: Nacional e Defensor. A Argentina só tem o Boca, assim como Paraguai (Libertad), México (América) e Colômbia (Cúcuta).
A boa notícia para mim é que estou livre para assistir aos jogos, já que na quarta eu não tenho que fechar o jornal.

Tabela

Ida
15 de maio (terça-feira)
Cúcuta Deportivo (COL) x Nacional (URU)

16 de maio (quarta-feira)
Defensor Sporting (URU) x Grêmio
América (MEX) x Santos

17 de maio (quinta-feira)
Boca Juniors (ARG) x Libertad (PAR)
______________________________

Volta
22 de maio (terça)
Nacional x Cúcuta Deportivo

23 de maio (quarta)
Grêmio x Defensor Sporting
Santos x América

24 de maio (quinta)
Libertad x Boca Juniors

Tabela da Libertadores 2008 aqui.

Mulher gremista mata marido colorado após jogo da Libertadores

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Vi na Folha Online, mas eles dizem que é do Zero Hora. A dona-de-casa Renata Machado da Silva, 20, torcedora do Grêmio, matou o marido, o pedreiro Cristovão de Jesus Padilha, 44, torcedor do Internacional, com uma facada no peito, na madrugada de quinta-feira (10), na cidade de Imbé (litoral do Rio Grande do Sul).

A Folha diz no começo do texto que o motivo foi um desentendimento por conta da vitória do Grêmio sobre o São Paulo. No segundo parágrafo eles explicam o que chamam de “desentendimento”: o camarada viu o jogo na rua (muito provavelmente no bar), chegou em casa bêbado (segundo relato da esposa) e “agrediu a mulher com chutes e socos”, nas palavras da Folha. Ela reagiu com uma facada no peito.

Renata sofreu ferimento leves no rosto e nos braços e foi presa em flagrante. A mulher, que vivia havia dois anos com o pedreiro, alegou que ele estava bêbado e que vinha sendo vítima constante de agressões --não denunciava por medo. O casal tem um filho de seis meses. Renata foi levada ao presídio de Osório, mas deve ser transferida à penitenciária Madre Pelletier, em Porto Alegre.

Que mané Frei Galvão, que nada!

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Já postei sobre o assunto em 19 de abril, mas repito a dose (opa!) porque a ocasião exige: hoje é dia de São Martinho, padroeiro dos bêbados! (na ilustração, é o que está em cima do cavalo) A comemoração na Europa acontece em 11 de novembro, mas no Brasil é celebrada seis meses antes para coincidir com a vindima, o início da colheita da uva. Hoje à noite vou comparecer ao rega-bofe em homenagem ao nosso padroeiro na casa/ serraria/ vinícola/ adega do sr. Manoel Almeida, um português que mora na Vila Euclides, em São Bernardo, e fabrica vinhos de forma artesanal - inclusive com a tradicional "pisa" da uva em grandes tonéis. Se sobreviver, conto o resultado da fatídica expedição. É isso aí, irmãos: dane-se o Frei Galvão e viva São Martinho! Comemorai! Lembrem-se do provérbio português: "No Dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho". Saúde!

Condenado a 10 anos de prisão, Eurico Miranda recorre em liberdade

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A 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro condenou o presidente do Vasco, Eurico Miranda a 10 anos de prisão por sonegação de impostos da Receita Federal no exercícios de 1999 e 2000.

Junto dele e ignorado por todas as manchetes por motivos óbvios o supervisor das categorias de base do Vasco, Nilson Gonçalves, também foi condenado. O motivo: crime de laranja. Gonçalves é acusado de ter cedido contas bancárias para que o dirigente pudesse desviar dinheiro. O companheiro laranja não foi contactado por ninguém.

O juiz Flávio Oliveira Lucas reclamou do comportamento sem noção do vascaíno pela arrogância. Citou também "declaração do então co-réu Aremithas (José de Lima) afirmando que Eurico trazia semanalmente de Brasília dez mil reais em espécie" quando era deputado federal, de 1995 a 2002. O tal Aremithas foi ouvido pela CPI do Futebol no Senado, de 2001, na condição de suposto laranja de Eurico. A CPI comprovou que uma conta no nome de Aremithas era usada para movimentar recursos do Clube de Regatas Vasco da Gama e seu então vice-presidente (adivinhe quem?) Eurico Miranda, assim como a conta da Brazilian Soccer Camp Incorporated.

Eurico tem 30 dias para recorrer. Em nota oficial, assinada pelo próprio dirigente, além de se referir a si mesmo em terceira pessoa, ele cita outras decisões tomadas em 2005 e 2006 que serviriam para arquivar qualquer coisa contra ele. "Volto a afirmar que a VERDADE PREVALECERÁ (sic)".

A torcida é grande.

Simon foi, no mínimo, covarde

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Não sou daqueles que professam a teoria da conspiração o tempo todo nem gosto de reclamar nas derrotas. Sempre parece desculpa.

Mas, antes da partida entre Galo e Botafogo, senti arrepio quando ouvi que o Simon iria apitar. Mais porque o considero um árbitro decadente que desonesto. Basta ver a atuação pífia na Copa do Mundo, em que foi dispensado na primeira fase.

Para quem não viu o jogo, o Galo terminou o primeiro tempo ganhando de 1 a 0 e o Botafogo praticamente não teve chance de gol. Deu bobeira nos 10 primeiros minutos do segundo tempo e tomou dois gols por desatenção. Parece que voltou "mole" do vestiário, mas também é mérito do Botafogo, time bem armado e que jogou bem.

Embora o Galo tenha perdido duas a três chances de empatar e se classificar, o lance capital aconteceu aos 46 minutos do segundo tempo. O armador Tchô, pegou o rebote do goleiro, tirou a bola do zagueiro e tomou um carrinho no pé de apoio. Isso a 5 metros do Simonsen, sem ninguém na frente. É impossível não ter visto.

Acusar de desonestidade sem prova não dá, mas que foi, no mínimo, covarde de marcar um pênalti que poderia desclassificar o time da casa aos 46 do segundo tempo, para mim ficou evidente.

Pior foram os narradores e comentaristas do SporTV. Constrangidos com a imagem, clara mostrando que foi muito pênalti, diziam encabulados que marcariam pênalti. Nada daquela revolta quando são envolvidos times brasileiros contra estrangeiros, aquala patriotada inútil, nem as bravatas.

Ao contrário, o Paulo César Vasconcelos, a quem eu respeito ou respeitava, disse que se o Simon não marcou foi porque não viu! Ou que mesmo no jogo tinha deixado de marcar faltas que eles achavam que tinha sido, tentando explicar toscamente que era uma questão de critério.

Então tá, quer dizer que ele entrou na cabeça do juiz para saber a intenção ou o que ele viu ou não viu. Com isso tentou descaracterizar o fato objetivo: foi pênalti e o juiz "errou".

O futebol, às vezes, dá nojo.

Até ia escrever que ficaria um bom tempo só falando de política e cachaça, mas ao ver o post do Anselmo, desisti. Ficou para mim a pergunta, será que pelo menos a Folha e o Globo diagramaram suas capas ou já veio tudo pronto da assessoria e comunicação do Vaticano.

Pelo jeito, terei de escrever apenas sobre cachaça. Como não gosto tanto, uma consulta aos outros futepoquenses, vale vinho e cerveja nos comentários?????

quinta-feira, maio 10, 2007

Criatividade OU jogo dos sete erros

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As capas de Folha de S.Paulo e O Globo de hoje dispensam comentários. Melhor pro Ombudsman.

Se inveja matasse

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Da coluna do quase xará Ancelmo Góis:

Pagode da fortuna
Zeca Pagodinho, viva ele!, renovou contrato com a Brahma.
Vai ganhar R$ 8,1 milhões por três anso. Merece.

Um milésimo que ninguém faz questão de ver

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Enquanto o Bento XVI passeia lépido e fagueiro em São Paulo, semeando a "paz na terra para os homens de boa-vontade", os cariocas estão na iminência de mais um milésimo histórico. Porém, ao contrário da contagem de gols do Romário, essa é uma marca específica que ninguém faz questão de ver: segundo o site Riobodycount (www.riobodycount.com.br), 877 pessoas foram mortas no Rio de Janeiro entre 1º de fevereiro e hoje, 10 de maio. Do jeito que vai, portanto, a milésima vítima deve ser morta antes dos Jogos Pan-Americanos.

Não sei o motivo de a contagem ter começado nessa data, mas quem faz o site se define como "um grupo voluntário, apartidário e sem vínculo com qualquer instituição. Não recebemos doações e não somos uma ONG. Reportamos incidentes de violência no Rio de Janeiro a partir de notícias da grande imprensa e outras fontes." A coordenação e edição ficam por conta de Andre Dahmer, Vinicius Costa e Léo Torres. Segundo eles, o site foi inspirado no www.iraqbodycount.org, que conta o número de vítimas de violência da guerra no Iraque.
"Queremos abrir discussão sobre os altos índices de violência no Rio de Janeiro. Não acreditamos em saídas simplistas e ineficientes de um Estado truculento e assassino. Não acreditamos em paz vigiada por câmeras, armas, milícias e carros de guerra", afirmam. O trabalho chama a atenção para o todo, em vez de incidentes isolados, e merece respeito pela simples comparação entre o caos carioca e uma guerra de proporções internacionais como a do Iraque. Triste é supor, sem exagero, que o milésimo caso fatal já teria sido registrado no site caso a contagem tivesse começado em 1º de janeiro.

Ensinando o padre a rezar

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Corroborando a concentração midiática, texto abaixo do impagável Paulo Henrique Amorim:

Máximas e Mínimas 376

. O Presidente Eleito José Serra deu uma Bíblia de presente ao Papa.

. Se há uma coisa que o Papa não tem são exemplares da Bíblia.

. Parece que a Bíblia que Serra deu ao Papa é em português.

. Se há uma língua que o Papa domina é o português.

. A Bíblia é ilustrada. Caso o Papa desconheça o seu conteúdo.

. O Presidente Eleito já tinha dado um chapéu de texano ao texano George W. Bush.

. Pergunta: na mesma linha de raciocínio, o que Serra dará de presente a FHC no próximo aniversário?

. Um espelho.

Cabeça a prêmio

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Fiasco total: o São Paulo se apequenou de novo, perdeu ontem por 2 a 0 para o Grêmio, no Sul (foto), e está fora da Libertadores. Não vou comentar o jogo, especificamente - até porque, neste ano, já me acostumei com a idéia de que o Tricolor não vai ganhar nem par ou ímpar na saída de bola. Observo, aqui, a recorrente esquizofrenia da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva!). Primeiro, endeusaram o Muricy Ramalho e o elenco do São Paulo, "o melhor do Brasil". Agora, pedem a cabeça do técnico, o mesmo que quase foi excomungado pela imprensa quando perdeu a Libertadores de 2006 e depois recebeu loas e mais loas com a conquista do Brasileirão. Esquecem os coleguinhas jornalistas, colunistas e palpiteiros remunerados que, mais do que o Muricy, o grande responsável pelos recentes fracasos foi o tal "melhor elenco do Brasil". O técnico pode até ter errado o esquema tático ou titubeado na escalação e nas substituições, mas com Jadílson, Hugo, Souza e Leandro sumidos em campo, não dá pra fazer milagre. Só que agora gritam "Fora, Muricy!" e repetem, com isso, o que fizeram com Leão: de gênio a imbecil em menos de um ano. No futebol de resultados, prazo de validade de treinador é menor do que de leite de saquinho.

quarta-feira, maio 09, 2007

Habemus Papa!

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O Bentão acabou de descer no aeroporto de Guarulhos. Meio assustado, com aquela cara sem graça de quem dedica a vida ao cumprimento de protocolos, o Papa foi recebido pelo presidente Lula um tanto engasgado (efeito da Zeca-feira?) e por uma sonolenta companheira Marisa (efeito da feijoada?). Em seguida, Herr Ratzinger embarcou num helicóptero king-size para sobrevoar São Paulo, conhecer o buraco do metrô e, quem sabe, fazer uma participação especial - e celestial - no boletim de trânsito da CBN. No mosteiro do xará São Bento, milhares de fiéis aguardam o alemão sob uma garoa gelada muito agradável, nessa Paulicéia congelada. O Kassab também já está lá perfilado, com aquela cara de Kassab. Mas acho que barraram o engravatado Henry Sobel. Ao que se sujeita um Santo Padre...

Tanta farofa realmente justifica o plantão ao vivo da Globo: segundo um estudo divulgado semana passada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a porcentagem de católicos no Brasil, que caiu abruptamente na década de 1990, manteve-se estável de 2000 a 2003, passando de 73,89% para 73,79%. Em números absolutos, segundo a pesquisa, a população católica no Brasil atingiu 129,76 milhões em 2003, contra 125,53 milhões em 2000. De acordo com a FGV, se a tendência à estabilidade for mantida, o número de católicos no Brasil atualmente pode ser estimado em 139,24 milhões. Haja hóstia!
Por essas e outras, Tio Joseph resolveu fazer uma visita de camaradagem aos "bons meninos" do clero brasileiro. Os gerentes regionais cumpriram suas metas e o diretor da franquia está satisfeito. Resta-nos agüentar três ou quatro dias nessa lenga-lenga e a cara do Papa em todo bendito jornal, TV, revista e congêneres. O Roberto Carlos vai cantar, o Padre Marcelo vai pular, o Cid Moreira vai gravar mais uns salmos e todo mundo vai esquecer a Emenda 3 por um tempo. O consolo é saber que, assim como o BelzeBush, o Papão vai embora logo. Amém! E paga uma! Ou melhor, XVI...