Destaques

quarta-feira, junho 24, 2009

Os milhões da discórdia na Fórmula 1

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook




Max Mosley,
presidente da FIA:
depois do envolvimento
em escândalo sexual,
a tentativa de
endurecimento nas regras
da F1 não levou a nada.
(Foto AE).




Vou pedir licença ao nosso especialista em F1 para também dar meu pitaco nesse rolo todo envolvendo as equipes e a FIA.

Depois de idas e vindas, a Federação Internacional de Automobilismo, por meio de seu presidente Max Mosley, voltou atrás na exigência de um teto orçamentário e, por enquanto, vamos ter um campeonato no ano que vem nos mesmos moldes de 2009.

A saída honrosa, depois de 8 equipes ameaçarem com um calendário de corridas paralelas, foi uma declaração da intenção genérica de voltar aos custos da categoria na década de 1990.

Não tenho informações de bastidores, apenas acompanho a F1 há mais tempo até do que deveria, mas me parece que a disputa é muito mais embaixo do que se diz por aí.

Mosley, em 2008, foi envolvido num escândalo, segundo o tablóide britânico"News Of The World", teria aparecido num vídeo acompanhado de cinco mulheres, supostamente prostitutas, no que o jornal classificou como "orgia sadomasoquista com temas nazistas".

Não caiu da presidência, mas virou um verdadeiro zumbi. A categoria, que já era dirigida no que importa, a grana, por Bernie Ecclestone, teve aumento do poder das montadoras por meio da Fota, a associação dos donos de equipe.

Com a velha história de quem é ferido, reage violentamente, Mosley tentou impor via FIA algo que as montadoras nunca aceitariam: o teto orçamentário. O problema, creio, nem é tanto o valor, que já aceitara aumentar para 100 milhçoes de euros/ano. Mas sim que os fiscais da federação teriam acesso às despesas e poderiam conferir se o limite estaria sendo obedecido ou não.

Quem sabe como circula, de onde vem e todas as formas que existem de lavar dinheiro por meio do esporte sabe que isso nunca seria admitido.

Mosley não é nenhum ingênuo e conhece bem o esquema, mas radicalizou para negociar alguma coisa o que poderia ser até sua permanância num novo mandato. Não deu certo, as equipes bateram de frente e Ecclestone acabou fechando acordo para que tudo continue como está.

Bobo é quem, como eu, acorda cedo em domingo de corrida para ver essas máquinas movidas a grana... Mas é como no futebol, apesar de tudo, não consigo largar o vício.

terça-feira, junho 23, 2009

Ex de Cristiano Ronaldo posa para revista e espeta Paris Hilton

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nereida Gallardo volta a atrair flashs na Espanha. A ex-namorada de Cristiano Ronaldo posou seminua para fotos na revista Intervu. Em 2008, ela foi vista por diversas vezes com o astro, então no Manchester United de férias e com amigas na balada em sua cidade natal. No ensaio, ela aparece com a camisa do Real Madrid e de topless.

Nereida declarou que conquistou o português em janeiro de 2008. "Estivemos oito meses juntos", calcula. "Eu passava cinco dias da semana em Manchester e dois em Palma (de Mallorca) com minha família. Deixei meu trabalho porque ele me pediu", garante.

Enquanto namoravam, por pouco a distância não foi encurtada. É que havia perspectiva de Cristiano Ronaldo se transferir para o Real Madrid ainda julho do ano passado, mas ele teve de esperar até este ano para se tornar objeto da maior transação da história do futebol – 80 milhões de Libras (€ 94 milhões ou US$ 131 milhões com financiamento do banco Santander.

Depois da moça, o gajo dividiu os lençóis com outras celebridades, das quais a mais comentada foi Paris Hilton, com quem foi visto conversando. Apenas "mais uma em sua cama". Ela considerou a comparação entre o português a a estadunidense com David e Victoria Beckham como inadequadas. "Quando ao lado de Beckham, Cristiano não tem classe nenhuma", alfinetou. Nereida também salientou que o ex e a herdeira dos hotéis Hilton são "completos opostos".

"Não o reconheço, é outra pessoa", disse. "Comigo levava uma vida tranquila em todos os sentidos. Não saíamos, nem ele bebia, e agora vemo-lo gastando milhares de euros em champanhe", acusou. Se é verdade ou não, ninguém sabe.

Alguém pode achar que ela tem é inveja por perder um partidão desses, com rendimentos mensais de € 750 mil. Só que antes, na Inglaterra, Cristiano Ronaldo ganhava até € 600 mil, segundo a mídia.

Mas as especulações do noticiário de celebridades dão conta de que a mãe de Nereida, dona Dolores Galardo, teria sugerido à filha que agisse para retomar o noivo.



Foto editada porque o blogue é de família. Homenagem ao Manchester e ao Real.

A íntegra do ensaio, que é o motivo por que 9 entre 10 leitores chegaram até aqui, está na página da Interviu.

Armações do amor

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não sou dos mais cinéfilos. Comédia romântica, então, tá longe de ser dos meus gêneros favoritos. Por causa disso, jamais havia ouvido falar de Armações do amor, filme estrelado por Mattew McConaughey e Sarah Jessica Parker. Segundo a sinopse, a película conta a história de um homem de 35 anos que não quer sair da casa dos pais, e estes contratam uma moça que luta para convencê-lo do contrário. Certo, certo.

Por que falo sobre isso? Porque esse filme será exibido pela TV Globo para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro às 21h30 dessa quarta-feira. No horário tradicional do futebol. Quando Grêmio e Cruzeiro jogarão pelas semifinais da Libertadores.

Não quero aqui iniciar aqueles intermináveis debates sobre se a Globo (ou outras emissoras de grande porte) dão menos bola para o futebol dos outros estados e só valorizam o que venha do "eixo do mal". Quero, agora, discutir outra coisa: será mesmo que os públicos paulista e carioca não gostariam de ver um importante jogo como esse unicamente porque não há uma equipe desses estados em campo? Será que os telespectadores, tão habituados com o futebol naquele horário do dia, receberão bem o tal Armações do Amor amanhã?

Curioso é pensar que a Globo é uma empresa de ponta e, portanto, não costuma dar pontos sem nó. Se está optando por isso, acredito eu que tenha recebido algum retorno de pesquisas prévias.


De qualquer modo, não me desce. Principalmente se lembrarmos que a Libertadores é exclusividade global - ou seja, o duelo entre gaúchos e mineiros não poderá ser exibido pela Bandeirantes, ficando, portanto, de fora da TV aberta amanhã.

Com isso acaba não havendo outra alternativa senão recorrer aos sites que transmitem jogos pela internet... e, se alguém por acaso assistir a Armações do Amor e gostar, me dá um toque. Pode ser que eu venha a alugar o filme para vê-lo algum dia. Mas, pô, amanhã não!

Após sétima rodada, Guarani 2009 iguala Corinthians 2008

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Sempre vem o velho acacianismo que diz que é muito cedo analisar um campeonato na sétima rodada, mas o torcedor do Bugre tem motivos de sobra pra se animar com a campanha do time na Série B. Invicto e líder com 19 pontos, o reformulado Guarani de Osvaldo Alvarez, rebaixado no Paulista, tem o mesmo aproveitamento do Corinthians na mesma altura da competição em 2008.

A diferença entre ambos é que o Timão perdeu os 100% de aproveitamento contra a Ponte Preta justamente na sétima rodada. Curiosamente, o mesmo time batido pelo Guarani no fim de semana. O Alviverde perdeu tal condição no sábado retrasado, contra o Vasco, um dos favoritos da Segundona neste ano.


No ano passado, porém, a vantagem corintiana sobre o segundo colocado, o Avaí, era de seis pontos. A equipe catarinense estava invicta, mas tinha quatro empates e três vitórias. Agora o equilíbrio é maior e o vice-líder, Brasiliense, tem apenas quatro pontos a menos que o Guarani.

Mas ainda há esperanças para quem está embaixo. Afinal, o Santo André tinha nove pontos em 2008 e terminou como vice-campeão, conquistando a vaga na Série A . Hoje, o 13 º colocado é o Vila Nova, com dez pontos. Ou seja, as chances estão mais que abertas para quase todos.

Quem também pode e deve comemorar é o América-RN. Em 2008, eram seis derrotas e somente uma vitória, o que colocava o Mecão na lanterna – situação idêntica à do Campinense atualmente -  terminando a competição em 15 º lugar, um ponto acima do rebaixado Marília. Hoje, o time é quarto colocado com 12 pontos, o que asseguraria o acesso à Série A.

Post originalmente publicado no Série Brasil, portal dedicado à cobertura dos clubes da Série B. Visite!

“Bambis sem o Panetone”

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Quem me enviou foi o camarada Iatã Lessa. Absolutamente impagável, impressionante como está bem feito. Até os são-paulinos vão rir, tenho certeza.

Por que Luxemburgo tem tanto medo de ser demitido

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Eu precisava escrever sobre o empate do Palmeiras com o Atlético-PR em 2 a 2 na Arena da Baixada no sábado, 20. A linha era dizer que, se o empate aos 48 do segundo tempo era alívio pra crise, crise não havia, pois. Os dias passaram, a gripe (não-suína, segundo o atendimento médico) me pegou de jeito, e ficou claro que não era bem assim.

Foi por isso que fiquei tentando buscar um motivo para entender porque o treinador do Palmeiras Vanderlei Luxemburgo anda tão agitado.

Ele teme perder o emprego. Qualquer técnico temeria depois de eliminado da principal competição do ano disputada pelo clube que comanda. Mesmo acostumado à pressão, sua intensidade e a aparente proximidade da degola no meio da temporada são novidade para o engravatado técnico em times nacionais. Ele declarou, em solidariedade ao rival Muricy Ramalho, ter ficado escandalizado pela dispensa sofrida pelo atual tricampeão brasileiro. Apesar das farpas trocadas por mais de uma vez entre eles, a pressão maior com menos canais de proteção na mídia criou um inusitado sentimento de classe.

Se outros técnicos preferem se calar, se isolar, jurar que vão trabalhar duro para mudar as coisas,

Por que Luxemburgo tem tanto medo de ser demitido?


Bruno Venâncio
oChiqueiro.kit.net

O parceiro Venâncio, de OChiqueiro, faz sua crítica

Todo mundo gosta de fazer textos sobre as trajetórias, os clubes por onde passaram técnicos e jogadores, assim como os títulos conquistados. Uma visão de bar que se oferece é justamente a saída, a hora em que a porta se abre só pro bêbado sair, seja por força do dono, cansado do inconveniente, seja por vontade própria, rumo ao próximo estabelecimento aberto.

Em um esforço de resgate histórico sujeito a esquecimentos ou fontes imprecisas, parti para um levantamento de todas as dispensas do treinador. Se houver erros, avisem que prometo corrigir.

Luxemburgo foi demitido apenas de um clube brasileiro no meio da temporada desde sua chegada ao Bragantino, em 1989. Houve ainda uma demissão pela seleção, outra por time estrangeiro e uma terceira no início de temporada, por atrito com diretoria. De resto, saltos de um lado para o outro com direito a grita e críticas ao clube que fica.

O começo
Depois dos títulos da segunda divisão do Brasileiro em 1988, veio o estadual de 1990, ambos com o Bragantino. O resultado expressivo levou a um convite para dirigir o Flamengo, no ano seguinte – abrindo espaço para Carlos Alberto Parreira levar o clube da terra da linguiça à final do campeonato nacional.

O chamado do clube do coração, onde o então lateral-esquerdo atuou profissionalmente – apesar de ter iniciado sua carreira no Botafogo – era irrecusável. Mas ele saiu ainda em 1991, depois de eliminado na Libertadores pelo Boca Juniors. Quando pediu demissão, saiu se queixando da falta de estrutura do clube. Vale assinalar que o time do veterano Júnior e das revelações Paulo Nunes, Marcelinho, Zinho e Djalminha seria campeão carioca e brasileiro depois da saída do comandante. Para os fãs, ele deu forma àquela geração.

Mais fama
Em Campinas, Luxemburgo passou pelos dois times da cidade. Primeiro pelo Guarani e, na sequência para a Ponte Preta. Do Bugre para a Macaca, nem na trajetória oficial fica claro o motivo (detalhe: vale conferir um suposto convite para treinar a seleção brasileira em 1992).

A saída para a Ponte Preta foi para comandar o supertime de estrelas montado pela co-gestão Palmeiras-Parmalat. Com contratações de peso, o escrete comandado por Octacílio Gonçalves, o Chapinha, oscilava. A turma do amendoim – que só ganharia tal alcunha com Luís Felipe Scolari – esperneou até tirar o paranaense do cargo.

A primeira saída do Palestra Itália foi praticamente um intervalo.

Primeiro tombo
Em 1995, de volta à Gávea. sairia por atritos com a diretoria e com o grupo em julho. Não encontrei relatos precisos que pontuem o termo empregado na ocasião, se foi demissão, pé-no-traseiro ou descontinuidade por incompatibilidade ético-profissional de parte a parte. Todo mundo entendeu como demissão, no meio da temporada, depois de uma derrota para o Santos. Comandando o ataque dos sonhos de Romário, Sávio e Edmundo, a guerra de egos venceu. Ao final daquele primeiro ano de governo Fernando Henrique Cardoso, Luxemburgo estava de volta ao alviverde paulistano.

O treinador disputou 15 jogos do Brasileirão daquele ano pelo Paraná Clube, de onde voltaria para o Palmeiras, no qual seria montado o time dos cem gols no Paulista, com Rivaldo, Djalminha, Luisão e Muller.

Da ética ao banco dos réus
A nova saída seria em 1997, para o Santos. Cheio de discurso, o treinador foi para a Baixada só depois de vencido seu contrato com o Palmeiras, e lecionava sobre ética esportiva nas mesas redondas de TV.

Isso até o ano seguinte, quando topou um contrato melhor para sentar no banco de reservas do Corinthians que, naquele 1998, vinha com um time e tanto. Dali acumulou a seleção brasileira por um tempo, abriu mão do alvinegro para ser exclusivo do escrete nacional e foi para a Olimpíada de Sidnei, em 2000. Foi defenestrado pela CBF. Essa demissão deve ser levada em conta, mas não é de um clube brasileiro. Isso faz diferença para o ego de uma pessoa. Objeto de esperanças antes de assumir o cargo, foi também motivo de desilusão e alvo de tiroteio por parte da torcida e da mídia após o revés diante de Camarões com dois jogadores a menos na prorrogação das semifinais.

Foi logo depois de demitido que Luxemburgo teve de lidar com as acusações da CPI do Futebol no Senado, de 2000 a 2001.

O desemprego, Madri e a volta
Do fim da Olimpíada até 2001, contratado pelo Corinthians, há o único período de desemprego conhecido pelo profissional na fase analisada. No meio do ano seguinte haveria a troca da parques, do São Jorge para o Antártica, de volta ao Palmeiras, por conveniência – projeto melhor, planejamento mais profissional ou outros motivos do gênero.

No segundo semestre de 2002, Luxemburgo iniciou uma reestruturação do elenco, dispensando diversos atletas, mas não a concluiu. Foi embora ao receber o convite do Cruzeiro. Ele foi, e o time paulista não conseguiu se recuperar das reformas que deixaram um grupo rachado e a segundona foi o limite.

Para sair do time azul de Minas Gerais, só em fevereiro de 2004, demitido três meses depois do título brasileiro. O episódio da dispensa envolveu uma briga com a diretoria do Cruzeiro.

Dali, foi ao Santos, usado como trampolim e cama-elástica do sonho de treinar o Real Madrid. Não fosse o sonho de treinar um time da Europa, muitos dizem que o técnico teria aceito o dinheiro da MSI para comandar o Corinthians em 2005.

Na Espanha, sem falar castelhano e tendo de pôr ordem em um time de galáticos, o brasileiro foi mandado de volta, correndo como um toreiro inábil o faria de uma tourada de Madri (parará-tim-bum-bum-bum). Mais uma demissão.

Luxemburgo foi acolhido novamente pelo Peixe, de onde sairia no final de 2007, para o Palmeiras. Novamente, na saída, não houve um clube demitindo o treinador.

Tá acabando, tá acabando
Seleção brasileira em setembro, conta de um jeito diferente. Cruzeiro em fevereiro . Real Madri em dezembro. A única vez em que Luxemburgo caiu no meio do ano em um clube brasileiro foi em julho de 1995, no Flamengo.

Tanto conforto na trajetória explicaria o medo de Luxemburgo agora? Ou será por também achar, talvez inconscientemente, o Muricy melhor do que ele próprio?


Corrigido às 14h25, a partir da memória do Olavo

segunda-feira, junho 22, 2009

Vitória no clássico coroa semana de boas notícias pro Timão (visão corintiana)

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Eita, semana boa pro Timão! Depois de conqusitar boa vantagem na final da Copa do Brasil, com os 2 a 0 contra o Inter, e assistir Palmeiras e São Paulo caírem na Libertadores, o Corinthians confirmou a má fase do Tricolor com uma vitória no clássico válido pelo Brasileirão. Com isso, chegou à quinta posição na classificação, evitando se afastar demais dos líderes.



É possível dizer que cada time dominou um tempo de jogo. O primeiro coube ao São Paulo, que acuou o alvinegro e levou algum perigo em chutes de fora. No entanto, quem abriu o placar foi o Timão, numa bela jogada de Christian, que arrancou do campo de defesa, fez uma bela tabela a distância com Douglas e tocou na saída de Denis.

O gol no final da primeira etapa desorganizou os nervos do Tricolor e animou os corintianos, que voltaram pressionando. Chicão fez 2 a0 ao cobrar falta sofrida pelo garoto Marcelinho. E Jucilei fez e cabeça, num escanteio.

Feito o resultado, o Corinthians pareceu acreditar na Fiel, que se divida entre gritar "olé" e cantar que "o freguês voltou", e tirou o pé do acelerador. Com isso, o São Paulo conseguiu diminuir com Richarlyson, após passe brilhante de Oscar, de calcanhar.

Perspectivas

Como lembra o companheiro Ricardo, do Retrospecto Corintiano, "o resultado amplia a oito jogos a invencibilidade alvinegra no confronto direto com o rival". A vitória mantém a tranqüilidade no Timão que se prepara para pegar o Inter, no jogo de volta da final da Copa do Brasil. Como as contusões de Christian e Marcelo Oliveira não foram tão complicadas, os dois devem jogar na próxima quarta. No meio do caminho ainda tem o Atlético-PR, na Arena da Baixada. Mano disse que deverá poupar titulares.

Diretoria fraca precisa de técnico forte. Para o bem ou para o mal.

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Quando Émerson Leão assumiu o Santos em 2002, o presidente peixeiro ofereceu quatro reforços a ele. Jogadores decadentes ou de qualidade duvidosa. Leão preferiu treinar os garotos para formar uma equipe que pudesse engrenar no ano seguinte. A coisa deu mais certo do que o esperado e o clube saiu da fila de 17 anos sem título. Se o técnico seguisse a sábia sugestão do presidente, talvez estivéssemos na fila até hoje.

Quando viu que o filé santista era bom e o time ajeitado, Luxemburgo fez a caveira de Leão e ocupou seu lugar em 2004, mesmo tendo dado uma banana para o clube em 1998. Foi campeão brasileiro e veio o novo abandono de lar, desta vez ao menos foi para o Real Madri, e não para o Corinthians. Voltou em 2006, no pós-crise de 2005 e demitido do clube espanhol. Chegou quando ninguém ousava pagar o que ele pedia. Só o Santos.

Conquistou dois paulistinhas e fez o que quis. Contratou às pencas atletas do Iraty, negociou, re-negociou, pintou, bordou, se relacionou com organizadas, trouxe nomes do gabarito de André Belezinha, Magno, Galvão, Petkovic (aliás, tomara que o Santos não deva pra ele). Com seus custos próprios e mais a comissão técnica e jogadores, ajudou a conduzir o clube à bancarrota financeira. Pode fazer isso porque tinha quase carta branca para gastar, contratar e mandar embora a seu bel prazer.

Qualifico as duas heranças dos treinadores de forma bastante distinta. Leão - histriônico e de difícil relacionamento, é fato - deixou um patrimônio (valorização de jogadores jovens, desconhecidos e/ou encostados) devidamente dilapidado por Marcelo Teixeira, o eterno. Luxemburgo deixou um rombo no orçamento. Claro, por omissão de quem deveria mandar de fato. O que as duas experiências mostram é que, com uma diretoria fraca, só um treinador com carta branca pode trazer títulos a um clube. Pode ser um título glorioso como o de 2002 ou oneroso como os dois últimos estaduais conquistados. Mas, sozinha, a diretoria é incapaz de traçar um planejamento - bom ou ruim - para o time.


"Ó, ó... Só uma!"

Dado o momento da equipe, nada mais justo que ir atrás de Muricy Ramalho. Nem tanto pela suposta incompetência de Mancini, que tem um elenco limitado e paga por erros que comete e também muito por aqueles que não comete. Mas com um nome do porte do ex-são-paulino, o SEU planejamento vai se impor, e MT poderá fazer o que mais gosta: conversar com presidentes de clubes rivais, costurar pra tentar manter o poder a qualquer custo, cuidar da sua universidade. Enfim, terá tempo pra fazer o que realmente lhe interessa. E Muricy tocará o barco, escondendo as falhas da diretoria e tendo a paciência da mídia e da torcida a seu favor.

Melhor solução para o Santos, hoje, não há. Mas, ao mesmo tempo, é a tábua de salvação de uma diretoria pífia. Que dilema para o torcedor... o seu bem pode ser a extensão do mal. E, pior, ainda conviver com a sombra da volta de Luxemburgo. Como o coração fala mais alto, vem, Muricy!

Homenagem

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ainda custo a acreditar no email que recebi do camarada Glauco informando sobre a morte do nosso querido Vavá (foto), amigo de tantos anos e tantas conversas regadas a cerveja no seu extinto bar (saiba mais em nosso Post 1000). A tristeza bateu forte e ainda estou muito deprimido, apesar de saber que seu estado de saúde vinha se agravando nos últimos meses. Vítima de câncer de prostata, Vavá foi internado às pressas em marco de 2008 e passou por uma cirurgia muito delicada, ficando no hospital por meses a fio. Nesse período, o bar fechou e a família ficou sem sua única fonte de renda. Vavá nunca mais pode andar, passando os últimos 15 meses de vida, infelizmente, preso a uma cama. No dia 7 de agosto, ele completaria 63 anos. Que tenha encontrado, finalmente, sua merecida paz. O Futepoca agradece cada minuto de sua atenção, hospitalidade e amizade. Até um dia!

Quando a fase é boa, até Beltrami passa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook





Foto: UAI/Estado de Minas







Como os santistas não escreveram até agora, vai aqui a visão atleticana do jogo de ontem, que confirmou o Galo na liderança por mais uma semana. Vamos em ritmo de Vinicius, que seja eterno enquanto dure (rs).

Comecei a ver o jogo com 10 minutos do primeiro tempo e fiquei achando que seria dia de tomar goleada. O Santos dominou completamente o primeiro tempo, com bola na trave e gols perdidos incríveis. Até que Neymar domina e acha um chute diferenciado, daquele que poucos sabem fazer. Justiça, Santos na frente.

No segundo tempo, o Galo voltou de maneira diferente, foi para cima e conseguiu fazer dois bonitos gols, um voleio do Tardelli e um com dribles do Evandro que deixaram a zaga do Santos sentada. Depois, nos contra-ataques, teve a chance de fazer mais três, quatro gols, mas fez apenas mais um com o Carlos Alberto.

A chave é pensar o que mudou de um tempo para o outro. A explicação do Roth é que adiantou a linha de três volantes e pôs o Evandro para completar a marcação em cima dos meias do Santos. Não sei se é isso. Não acompanho muito o Santos, mas me pareceu que quando o time toma um gol bate certo desespero. Outra coisa que parece é que está faltando perna no segundo tempo.

Mas o ato final do jogo é o mais controverso. Primeiro Léo faz o segundo do Peixe quase aos 45 do segundo tempo. Daí, o árbitro Djalma Betrami encerra o jogo aos 47"30, quando havia sinalizado três ou quatro de acréscimo (não fica claro, porque parece que fez sinal de 3 e o quarto árbitro assinalou 4).

Com a reclamação dos santistas, fez o que nunca vi, reiniciou o jogo. Daí, claro, mais confusão. O Santos bateu uma falta, fez o gol de empate e ele e o auxiliar anularam, segundo disseram, por falta de Kleber Pereira no zagueiro. A TV não mostra esse lance de perto, mas que o árbitro arrumou sarna para se coçar não há dúvida.

Por que Ricardo Gomes?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Mais emblemática que a queda de Muricy Ramalho é a opção do São Paulo por Ricardo Gomes. O ex-zagueiro da seleção brasileira estreou como treinador em 1996, no Paris Saint-German, clube pelo qual se aposentou no mesmo ano. De lá pra cá, passou por dez equipes de Brasil e França. Títulos? O mais relevante é a Copa do Nordeste pelo Vitória em 1999.

Talvez a mais expressiva experiência do técnico às vistas do torcedor brasileiro seja sua passagem pela seleção pré-olímpica do Brasil entre 2002 e 2004. A geração que o comandante tinha em mãos era das melhores que apareceu no país nas últimas décadas: Robinho, Nilmar, Diego, Dagoberto, Elano, os zagueiros Alex e Edu Dracena. Mas... não fomos às Olimpíadas.

O time que jogou e perdeu a última partida do pré-olímpico contra o Paraguai era formado por Gomes; Elano, Edu Dracena, Alex e Wendell; Paulo Almeida (Dagoberto), Dudu Cearense, Diego (Nilmar) e Daniel Carvalho; Robinho e Marcel (Adaílton). Notem pelos parênteses que Ricardo Gomes abusou do direito de mexer no time, inclusive com uma substituição bizarra. Precisando empatar o jogo, tirou o atacante Marcel para por o zagueiro Adaílton, adotando o esquema de três zagueiros. Haja inventividade...

Voltando à questão inicial, por que Ricardo Gomes? Pelo atual momento do comandante não é, já que ele deixou o Monaco, que não quis renovar seu contrato, em décimo primeiro lugar. O amigo sãopaulino Menon atribui isso à “tendência que o São Paulo tem de se mostrar como um time diferenciado, de nível maior do que os companheiros. Então, vamos buscar alguém chique, alguém que eleve nosso nome lá fora, alguém que...qualquer destas besteiras.”

Se for isso, ainda assim está errada a diretoria tricolor. Primeiro, porque troca um técnico de primeira linha (que precisava mesmo sair) por um que não tem currículo à altura. E o tal “verniz europeu” também não funciona, já que o campeonato francês é de segunda categoria e o Monaco é uma equipe mediana dentro dessa mesma competição. Não traz visibilidade nenhuma pro clube lá fora.

Ou seja, o mais plausível é que seja uma aposta no fator “novidade”. Mas Gomes chega num caldeirão onde jogadores se achavam no direito de contestar o técnico de forma pública e muitas vezes pouco educada. Mas a diretoria também já se perdeu e as intrigas por trás da queda de Muricy ficam evidentes inclusive na contratação rápida do seu substituto, claramente já tramada antes da decisão ser anunciada. A tal ligação de Cuca a um diretor se oferecendo para substituir o ex-treinador (o que acho pouco provável ter acontecido) também evidencia o nível de diz-que-me-disse nas hostes sãopaulinas.

Resta saber se o São Paulo, com a troca de comando, não vai chegar com gosto à vala comum da de qualquer time do país. Talvez já estivesse perto da tal vala, mas Muricy e seus títulos omitissem isso, como os titulos esconderam de muitos os verdadeiros desempenhos de Dualibs, Mustafás e Teixeiras. Acho, sinceramente, que Gomes não chegará a comer panetone no Morumbi. Mas apostaria que nem o desfile de sete de setembro ele veja lá.

domingo, junho 21, 2009

Ser ou não ser jornalista

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Se tem um assunto que merece discussão ampla e adequada é o fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. O tema torna-se ainda mais pertinente, urgente e também delicado, num momento como o atual, em que a internet abriu a possibilidade para qualquer pessoa criar seu próprio “veículo de comunicação”, por meio dos blogs. Todos nós blogueiros nos sentimos um pouco jornalistas... Mas entre esse “um pouco jornalista” e o exercício de fato do jornalismo vai uma boa diferença. Acontece que essa diferença nem sempre é visível por aqueles que não conhecem, por formação ou proximidade, os meandros da profissão do jornalismo. Nem sempre é fácil perceber tudo o que está em jogo na elaboração de uma reportagem, que de modo algum se confunde com “escrever bem”, saber opinar ou estar “plugado” com o que está acontecendo. Bem, a Brunna já mostrou a que níveis de escrotidão pode-se chegar em tema tão importante.

Outro fator, que reforça a sensação de que qualquer um que escreve sobre as coisas que acontecem já é jornalista, é a crise de qualidade e credibilidade que assola o jornalismo tido como “grande”, que muitas vezes se confunde com assessoria de imprensa escamoteada de certas figuras políticas ou grupos econômicos, para não entrar em detalhes aqui. Muitas vezes por se ver obrigado a submeter seu texto a um editor comprometido com interesses que se mostram maiores que a qualidade jornalística, outras vezes por alinhamento com a “concepção de jornalismo” desse mesmo editor, jornalistas veem-se exercendo papéis que se distanciam dos princípios básicos da profissão.

Embora ainda não tenha avaliado todas as consequências dessa “liberação do diploma” promovida pelo STF, de minha parte, por princípio, vejo com bons olhos a desregulamentação. Afinal, o jornalismo é muito mais um ofício que uma profissão. Não dá para comparar com a química, a enfermagem, a medicina, a engenharia ou a arquitetura, só para citar algumas. Grandes jornalistas nunca cursaram jornalismo; me lembro de cabeça do Aloysio Biondi, que até onde eu sei nunca se formou em nada, e foi um jornalista de peso.

Eu mesmo, que tenho formação em música e letras, já fui jornalista algumas vezes, quando realizei algumas reportagens. Além de mim, no Futepoca, blog escrito basicamente por jornalistas, tem ainda a Brunna Rosa, que é socióloga de diploma, mas que teve sua formação na lida diária como jornalista na revista Fórum. Tanto ela quanto eu, estou certo, aprendemos muito com o convívio com jornalistas de ofício. E foi assim que pude começar a entender o que significa elaborar uma reportagem, reunir diferentes depoimentos para construir a versão de uma história, entender como lidar com uma fonte e dar conta de que as várias partes envolvidas sejam ouvidas, a diferença entre fatos, dados e opiniões, a clareza nas referências... Nada disso é óbvio para quem não é do ramo. E é aí que se percebe a diferença entre saber escrever e ser jornalista.

A questão para mim, agora, não é tanto ser a favor ou contra a obrigatoriedade do diploma, mas como fazer para divulgar o máximo possível os princípios da atividade jornalística e, com isso, ampliar a capacidade de julgamento do público leitor em relação à qualidade da comunicação. É sem dúvida assunto para os educadores, mas não só. Os próprios comunicadores têm a sua responsabilidade na formação dos leitores, para que a desregulamentação não redunde em desrespeito. E para que ela se torne uma real oportunidade de democratização da comunicação, e não motivo para precarização do ofício do jornalista.

sábado, junho 20, 2009

Mais James Joyce

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Prometo que, daqui pra frente, não encherei mais o saco falando sobre o escritor irlandês James Joyce, como já fiz em outros posts. Acontece que, como não poderia deixar de ser, o homem é onipresente aqui em Dublin. Muitas de suas estorias se desenrolam pela cidade e os personagens citam as ruas e os lugares por onde passam. Por esse motivo, esses locais foram marcados com placas de bronze no chão, como a da foto abaixo, feita em frente ao prédio Ballast House.


Um dos locais mais visitados em Dublin é o parque Saint Stephen's Green, na região central, próximo ao tradicional Trinity College e a famosa Grafton Street. Em Dublineses, Joyce menciona um pub dessa região. Estou lendo uma edição argentina que ganhei de presente e, por isso, a tradução de um trechinho do conto ¨Dois galantes¨ é aproximada:

Quando chegou a esquina da Rutland Square, dobrou a esquerda e se sentiu mais cômodo na obscura e silenciosa rua cujo aspecto sombrio se adaptava a seu estado de ânimo. Por fim se deteve diante da janela de um negócio sobre o qual se viam as palavras Refreshment Bar, escritas em letras brancas. Havia dois cartazes oscilantes por trás do vidro das janelas: Ginger Beer e Ginger Ale.

Pois bem, chega de falar em Joyce, figura que trombei perto da Henry Street (foto abaixo). No próximo post volto a falar só de cerveja. See you!

Volta Nelsinho!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Com a queda de Muricy Ramalho, nasce e imediatamente ganha força a campanha “Volta Nelsinho!”, aproveitando a vacância do estrategista. Nelsinho, este é o seu lugar. Vai que é tua!


sexta-feira, junho 19, 2009

Precisa dizer alguma coisa?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Irlandeses preferem vinho em casa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Deu hoje no Herald.am., o jornalzinho gratuito distribuíido nas ruas centrais de Dublin: 80% dos entrevistados em uma pesquisa bebem vinho em casa. O uísque (spirits) é consumido por 70% deles e 65% também enxugam cerveja, lager e cidra no aconchego do lar (interessante diferenciarem lager de cerveja).

O estudo foi encomendado pelo Aislinn Centre, de Co Kilkenny, um local de reabilitação gratuita para jovens alcoólatras de 15 a 21 anos. O jornal decidiu pegar outro gancho para abrir a noticia, chamando a atenção para o fato de 76% dos adultos entrevistados concordarem que adolescentes entre 15 e 18 anos que bebem estão mais propensos a experimentarem outros tipos de droga.

O grande problema, segundo o Aislinn Centre, é o fato de 90% dos adultos consultados terem admitido que estocam bebidas alcoólicas em casa. "Agindo assim, os pais estão oferecendo às criancas um caminho para as drogas", opina Declan Jones, do centro de recuperação. "Manter garrafas de vinho ou spirits ou cerveja em casa é deixar essas bebidas nas mãos dos adolescentes", acrescentou.

Com gol no ângulo e outro de pênalti, Cruzeiro despacha o São Paulo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Eram 23h29 no relógio do micro-ondas. Mais ou menos 30 vozes foram ouvidas, vindas de apartamentos diferentes de prédios vizinhos, gritando impropérios dirigidos aos são-paulinos. Como de praxe, os secadores sugeriam todo tipo de escatologia como prática dos torcedores derrotados. Era a terceira vez que aquele mar de berros ocorria, em um coro meio tosco, cuja única manifestação publicável foi:

– Chora Bambi, eliminado! – leia-se "eliminadô".

O São Paulo está fora da Taça Libertadores da América, assim como o Palmeiras. O Cruzeiro venceu o Tricolor paulista por 2 a 0 em pleno Morumbi, resultando em vaias da torcida e pressão por vir sobre a comissão técnica. Como não assisti a partida nem sou são-paulino, deixo as análises da partida para quem é de direito. Vi os gols, o primeiro um chute no ângulo – exu forquilha? – e outro de pênalti.

Tombo das empáfias
A quinta-feira também marcou a derrota da Itália sobre o Egito na Copa das Confederações. Em comum entre os times nos campos de São Paulo e de Joanesburgo, na África do Sul, há muito pouco em comum.

Qualquer comparação entre as forças dos times e mesmo estilos de jogo seria um exercício delirante da minha parte. Mesmo o peso das derrotas também é distinto. No torneio de clubes continental, o segundo revés nas quartas-de-final é sinônimo de eliminação, ao passo que os italianos ainda estão na fase de classificação.

A única semelhança é o efeito que isso produz nos secadores – ou pelo menos em parte deles. É que os campeões do mundo na Alemanha tomaram um toco em grande atuação do goleiro egípcio El Hadary.

E mesmo anunciada, a eliminação do São Paulo também é um certo tombo na empáfia dos torcedores tricolores. Parte deles tende a vir com o tom blasé, fingindo indiferença. Outra parte reage como torcedor normal.

Aqui, a contragosto, eu apontaria outra queda que me é dolorosa, mas também derrubou uma figura arrogante. Vanderlei Luxemburgo é apontado por parte dos torcedores como o vilão da eliminação alviverde. Agora, só com o Brasileiro pela frente, o treinador diz que tinha avisado que a equipe era jovem e que o certo era o planejamento ser voltado à Libertadores de 2010. Ele reconheceu o amadurecimento dos atletas, mas manteve que o motivo de o Palmeiras não estar nas semifinais é aquele.

É ruim a eliminação do meu time, o Palmeiras. É bom ver o triunfo de importância ainda incerta do Egito. Melhor ver o São Paulo eliminado. Mas os tombos em um intervalo curto são interessantes.

Viajei?

O pecado mora ao lado

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Estou hospedado por uns dias no apartamento de uns amigos que, acreditem ou nao, fica em frente a fabrica da cerveja Guinness. A foto abaixo mostra a visao que temos do corredor: centenas de barris de 50 litros a espera do transporte para os pubs - ah, se eu pudesse pegar pelo menos um....



Alem da tortura de olhar esse tanto de cerveja sem poder fazer nada, o cheiro que sai das chamines da fabrica (a direita) é absolutamente podre e empesteia toda a redondeza - uma mistura de pao embolorado, fermento azedo e cerveja estragada. O odor é tao porco e forte que, por vezes, minha amiga Agnes olha para mim e para o amigo Artur e pergunta, indignada: "-Qual dos dois foi o mal educado?". Sempre respondemos que é a Guinness e que nao temos nada com isso (muitas vezes temos, mas a cervejaria funciona como desculpa). Quando estamos de ressaca, o cheiro ruim da fabrica embrulha ainda mais nossos calejados estomagos.

Ontem resolvi fazer essas fotos aqui para o blogue. Consegui entrar no patio e clicar os barris (a esquerda). O vaivem de caminhoes é intenso, o dia todo. A Guinness esta comemorando 250 anos e, no muro do patio de deposito, a beira do rio Liffey (que corta Dublin), ha uma placa falando sobre os navios que embarcaram barris de cerveja naquele local por quase um seculo (foto maior, abaixo). O complexo industrial tem uma area mais ou menos do tamanho de quatro ou seis quarteiroes ai do Brasil. Proximo a fabrica ha uma construcao bem antiga que, ha quase 300 anos, demarcava o final da cidade, como uma especie de posto de vigilancia.



A rua onde estou hospedado, Watling Street, tambem tem suas historias e, como quase tudo nessa cidade, é citada na obra "Ulisses", de James Joyce. Ha uma placa indicando o trecho do livro, que tambem fotografei:


No mais, sigo em busca de novas cervejas e, recentemente, experimentei num pub a holandesa Heineken (tirada na torneira é bem diferente da de lata ou garrafa), a dinamarquesa Carlsberg (idem) e a melhor delas, a irlandesa Smithwick's. Mas isso é assunto pra outra hora - ou rodada. Slantcha!

quinta-feira, junho 18, 2009

Flores na Paulista

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Por Cristiane Toledo e Daniel Soares

"Serra, a culpa é sua! Hoje a aula é na rua!"
(canto proferido pelos manifestantes)


Na quinta-feira, 18, cerca de 5.000 manifestantes, dentre eles estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp foram às ruas protestar contra as medidas políticas do governo Serra e da reitoria da USP, que nos últimos meses têm intensificado a violência e cortado qualquer diálogo com as classes da universidade.

A manifestação começou em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), às 12h. Dezenas de ônibus de várias partes do Estado trouxeram os manifestantes, alguns de outras universidades, para darem apoio aos grevistas. Membros de Centros Acadêmicos da UFRJ, UFMG e Ufscar (universidades federais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Carlos, respectivamente), além de representantes da Apeoesp e do Sindicato dos Previdenciários também compareceram para demonstrar apoio. No começo do percurso, flores e placas foram distribuídas aos manifestantes, que desceram a avenida Brigadeiro Luis Antonio até chegarem ao largo São Francisco.

O objetivo era mostrar à população externa à universidade os motivos pelos quais a greve começou e se estende. Para resumir, existem pautas relacionadas a reajustes salariais, congelados há muito tempo pela reitoria, perseguições políticas a líderes sindicais (a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Sintusp), o repúdio à Univesp (a universidade que oferecerá cursos á distância com o intuito principal de formar professores para a rede estadual de ensino), e, claro, a saída da Polícia Militar.

Desde o dia 1º de junho, a força policial ocupa o campus da USP para “proteger” o patrimônio público de piquetes, aapesar de piquetes serem uma forma legítima de manifestação de greve em todo o mundo democrático. No dia 9, os policiais atacaram os estudantes durante uma passeata feita dentro do campus, com bombas de gás pimenta e tiros de borracha, causando ainda mais repúdio e aumentando o movimento da greve. O movimento, por conta destes argumentos, exige eleição direta para reitor e mudanças estruturais na hierarquia das universidades públicas, para que situações antidemocráticas como essas não se repitam.

Uma vez concentrados na Faculdade de Direito, que se encontrava fechada desde às 22h30 de quarta-feira 17, por ordem do diretor Grandino Rodas, os manifestantes ouviram os discursos dos diversos representantes dos grupos que lá se encontravam, aplaudidos calorosamente. Entre estes discursos, houve três proferidos por professores e representantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, do largo São Francisco. Estes se declararam envergonhados pela ação de Rodas, tanto de fechar a faculdade no dia anterior, como de ter apoiado publicamente as ações da Reitoria nos últimos dias. Vale ressaltar que Rodas é um dos candidatos a futuro reitor da USP.

O que impressionou, além da enorme quantidade de participantes, foi a organização e a calma com que tudo se procedeu. O único relato de violência foi quando um morador de um dos prédios da avenida atirou uma garrafa e feriu uma estudante. Após o último discurso do dia – proferido por Claudionor Brandão, representante do Sintusp – a manifestação se dispersou e os estudantes voltaram para os ônibus que os aguardavam.

Sem nenhum incidente negativo, o movimento sai se sentindo fortalecido, apostando numa possibilidade de mudanças e já com nova manifestação marcada para segunda-feira, em frente à reitoria da USP. No dia da manifestação mesmo já houve uma vitória: durante os discursos foi anunciado que o projeto da Univesp será adiado para 2010. Até mesmo a pessoa que atirou a garrafa foi encontrada e encaminhada a uma delegacia, para pagar pelos seus atos.

Talvez a reitora Suely Vilela precise, após o dia de hoje, repensar o que foi dito na Folha de São Paulo, ao afirmar que “minorias radicais pretendem manter a universidade refém de suas idéias e métodos de ação política, fazendo uso sistemático da violência para alcançar seus fins". Afinal, a única violência veio de uma pessoa – ou seja, uma minoria – e 5.000 pessoas andando juntas e cantando pacificamente num só coro “Fora Suely!” mostram que deve haver algo de muito errado na administração da universidade.

Cristiane Toledo e Daniel Soares são alunos da USP e participaram da passeata desta quinta-feira.

Melhor nem pedir explicacao...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ainda me acostumando com a rigidez burocratica da Irlanda, recordei esses dias, com amigos, alguns absurdos do servico publico brasileiro. Claro que nao e o caso de detonar, dizer que tudo o que e publico na terrinha nao presta, como um seriado da TV Globo tentou fazer um tempo atras, mostrando uma reparticao onde todos faziam questao de nao trabalhar. Mas e inegavel que muita coisa funciona mal e, as vezes, beira as raias do surreal. Me lembrei, por exemplo, do amigo jornalista Joao Paulo, que uma vez foi ao Rio de Janeiro fazer uma reportagem e abordou um policial civil para pedir informacoes. Enquanto ele falava, o guarda, brincanco com um palito de dente na boca e ostentando correntes de ouro e prata no pescoco, observava alguma coisa. De repente, gritou para um rapaz que passava pela outra calcada: "- Ae, vasshhhcainooo, si fudeu, hein!!!". O Joao desistiu da reportagem.

Outro colega, o Artur, que tambem esta aqui em Dublin, conta outra historia estapafurdia. Ele foi tirar um novo passaporte em Juiz de Fora, Minas Gerais, e antes checou o horario de funcionamento do servico: das 9h as 17h. Munido de seus documentos, chegou ao local as 14h. "- Olha, nao vai ser possivel. A gente so faz isso pela manha", observou a atendente. Sem conseguir uma explicacao convincente, ele se resignou e disse que voltaria na manha seguinte. No que a mulher atalhou: "Ah, mas amanha a gente so trabalha a tarde". Artur desistiu de entender. Mas a minha historia e ainda mais inacreditavel.

Em Sobral, no Ceara, me dirigi a uma especie de saude que funcionava como unico local para tirar uma nova carteira de identidade. E o servico funcionava das 7 as 7h30 da manha - tambem nem quis tentar entender. La chegando, um velhinho me informou: "Ah, hoje nao tem. O rapaz nao vai vir". Perguntei, entao, quando seria possivel. "Meu filho, acho que so daqui uns dois meses". Perplexo, perguntei por que raio de motivo. "O rapaz teve que fazer uma operacao, vai ficar de licenca", explicou, candidamente, o velho. E acrescentou, sem a menor necessidade: "Ele operou da hemorroida. E aproveitou pra operar tambem da fimose". Nisso, outra pessoa que passava por ali arrematou: "Eita! Esse ai ta lascado! Nao entra e nao sai nem pela frente e nem por tras!". Nem preciso dizer que nunca mais voltei la...