Destaques

quarta-feira, abril 22, 2009

A cachaça na gênese da diversidade

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Lendo uma reportagem sobre umbanda, candomblé e suas entidades espirituais, me deparei com uma interessante descrição:

OXALÁ - Chamado de Grande Orixá, é o criador do homem, senhor do princípio da vida, da respiração e do ar. Castigado por Exu por não lhe oferecer uma oferenda [sic], bebeu muito e, bêbado, não pôde criar o mundo. Restou a ele criar os humanos. Ainda embriagado, modelou seres distintos, dando origem à diversidade.

F-Mais Umas - A carroça vermelha

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

CHICO SILVA*

Imagine uma equipe que venceu seis dos nove últimos títulos mundiais de pilotos. Imagine um time que, na temporada passada, lutou pelo campeonato até a última curva da derradeira prova do ano. Imagine uma escuderia que dispõe do maior orçamento da categoria. Imagine uma marca que é quase um sinônimo da F-1. Agora imagine essa mesma equipe passando pelo vexame de não conseguir marcar um mísero pontinho sequer nas três primeiras disputas do ano. Pois essa é a vexatória situação da Ferrari em 2009. De favorita absoluta, disputa agora o título de "carroça do ano" com as cadeiras elétricas da Force Índia. A pane no carro de Felipe Massa no GP da China foi o último ato dessa ópera buffa protagonizada por Massa, Kimi Raikkonen e Stefano Domenicali, o diretor esportivo da escuderia do cavalinho (acima), que está mais para cansado do que rampante.

A última vez que tal fato havia ocorrido foi em 1981. Naquele ano, o canadense Gilles Villeneuve e o francês Didier Pironi (à esquerda) passaram em branco nos GPs da Argentina, Brasil e EUA. Os primeiros pontos só vieram na quarta corrida do ano, o GP de San Marino, com a quinta colocação de Pironi. Ali tinha início uma das disputas internas mais ferozes da história da categoria. Na luta para ficar à frente do inimigo de equipe, os limites do frágil carro da escuderia foram ultrapassados. Resultado: no ano seguinte, Villeneuave perderia a vida num bárbaro acidente nos treinos para o GP da Bélgica, em Zolder. Meses depois, Pironi fraturou as duas pernas durante os treinamentos para o GP da Alemanha. No Youtubeum vídeo que mostra Nelson Piquet prestando socorro ao colega acidentado. Só para informação, Piquet seria o campeão de 1981. Foi a primeira de suas três conquistas.

Voltando à atual temporada, é certo que o regulamento provocou uma revolução nos carros. Por ter disputado o título do ano passado até os últimos metros, a Ferrari acabou atrasando o desenvolvimento do novo protótipo. Mas não há desculpas que justifiquem tamanho fiasco. A equipe está lembrando os piores momentos da era pré-Schumacher, quando tinha ao volante barbeiros como Ivan Capelli, Jean Alesi e Nicola Larini (à direita), entre outros "braços". O time italiano promete reação. Na Espanha, estreará a sua versão do difusor, a peça chave da categoria em 2009. Resta saber se haverá tempo para uma reação. Tudo indica que não. Mas, pelo menos, uma boa notícia. Com Massa andando lá atrás nossos ouvidos serão poupados dos berros estrionicos do Galvão Bueno. Como se vê, nem tudo está perdido.

Qualquer semelhança será mera coincidência?
O ano é 2002. Na última rodada o Santos garante vaga entre os oito times que disputarão a fase final do Brasileiro. A classificação veio no saldo de gols, graças a uma goleada do Gama no Coritiba, que lutava pela vaga com o alvinegro. O futuro não era animador. Um bando de moleques iria enfrentar o São Paulo, time de melhor campanha da primeira fase. Com atuações inesquecíveis da dupla Diego e Robinho, então com 17 e 18 anos, respectivamente, despachou o time do Morumbi e rumou para um título que há 18 anos não via. Estamos em 2009. Dessa vez, o campeonato é o Paulista. Como há sete anos, o Santos se classificou no limite, aos 42 minutos do segundo tempo de um jogo contra a Ponte Preta. Como em 2002, iria encarar o melhor da fase anterior, nesse caso o Palmeiras. Em vez de Diego e Robinho, Paulo Henrique e Neymar, 19 e 17 anos, que comandam o show e acabam com o sonho do bi verde. Para completar, o adversário da final será o mesmo Corinthians de 2002. Daqui a dois domingos, saberemos se a história se repetirá...

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

terça-feira, abril 21, 2009

Vitória sobre a LDU para se apegar à calculadora e mudar de assunto

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Na penúltima partida pela fase de classificação da Libertadores da América, o Palmeiras venceu a LDU no Palestra Itália por 2 a 0, placar do segundo tempo. Depois do empate diante do Sport na semana passada, o time foi para sete pontos, e fica na segunda posição do grupo até amanhã, quando os pernambucanos enfrentam o Colo Colo em Recife. O resultado praticamente eliminou a atual campeã do torneio.

Depois de um primeiro tempo fraco, o time da casa achou um gol em um lance estranho envolvendo o goleiro Cevallos e o zagueiro Marcão, autor do tento, logo aos 3 minutos. A trombada pareceu falha, mas o arqueiro saiu contundido.

Diego Souza, mais lúcido depois da lambança do fim de semana, teve atuação razoável, fez o segundo gol aos 37. Keirrison perdeu pelo menos três chances de gol. Lenny só correu, ainda não entendi por que é a primeira opção de ataque do treinador na ausência de Willians.

Com a vitória, são mantidas as esperanças alviverdes na Libertadores como forma de não tornar o primeiro semestre catastrófico. A desclassificação do Paulista é da vida, acontece. A eliminação na fase de classificação do continental é bem mais complicado.

Então, calculadora na mão. Se o time de Nelsinho Baptista perder em casa para o Colo Colo, o que é pouco provável, o Palmeiras precisará vencer os chilenos em Santiago e torcer para que a desclassificada LDU impeça uma vitória ampla do Sport que reverta o saldo de gols. Em caso de empate ou vitória do tetracampeão pernambucano amanhã, o Verdão dependerá apenas de si para ter a vaga – de si é jeito de falar, depende de o ataque funcionar, a defesa não dormir, da providencia divina e do imponderável.

Se minhas contas estiverem certas, o melhor para os palmeirenses é torcer pelo rival brasileiro amanhã. Ou não assistir ao jogo e refazer as contas depois.

"De novo?", quatro vezes

O primeiro repeteco visto na partida foi a formação tática, o retorno ao 3-5-2 ao entrar em campo, e mudança no segundo tempo, tirando o lateral-direito Fabinho Capixaba. Foi o único dos "de novo?" sem um fim trágico.

Quem entrou para pôr o time para frente foi Marquinhos, protagonista de uma falta em Bolaños. O equatoriano revidou com uma cabeçada que por pouco não vira o segundo pega-pra-capar em dois jogos consecutivos no Palestra Itália. Ambos foram expulsos. Segunda quase repetição, desta vez de sábado.

Com Marquinhos fora, Luxemburgo não queria correr riscos, e tratou de recompor a zaga deixar a retaguarda com Sandro Silva. O lateral/volante passou cinco minutos em campo até avançar pela esquerda, ser derrubado e cair de mau jeito, deslocando o ombro. Foi diferente, mas também em um tombo que Edmilson fraturou o cotovelo. Triste semelhança.

Quatro minutos depois, ao marcar o segundo gol do Palmeiras, Diego Souza saiu feliz e contente. Tirou até a camisa para festejar o que poderia ser a forma de evitar a fama de mau. E levou cartão amarelo como Wilson e Kleber já na mesma competição. Seguiu passos para um lado não muito astuto.

segunda-feira, abril 20, 2009

Luxemburgo, o ilusionista, e a hipocrisia da mídia esportiva

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tem certas coisas que acontecem com tanta frequência no futebol que dá até desgosto de comentar. Mas é necessário. No sábado, depois de sofrer nova derrota para o Santos, o técnico do Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo, como não tinha motivos para reclamar da arbitragem e teria (se algum repórter perguntasse) que justificar o resultado e a atuação do seu time, quis mudar o foco. Como fez o presidente da Lusa (aliás, cadê a punição para o dirigente?), acusou dizendo que não estava acusando, e culpou Vágner Mancini por ter colocado Domingos com a única intenção de cavar a expulsão de Diego Souza.

De repente, hoje, no Globo Esporte, o comentarista e ex-dublê de meia-atacante Caio Ribeiro diz que o culpado pela confusão foi unicamente Domingos,e  o apresentador engraçadinho bradou que ninguém ali iria ser "hipócrita" culpando o atleta palmeirense, justificando que Diego Souza "tinha sentimentos". Bastante curioso. A Vênus Platinada faz campanhas em prol da "paz nos estádios", mas justifica agressões físicas como algo que vem de alguém que "tem sentimentos". Provavelmente, quem pensa assim deve ter saudades da época em que maridos matavam esposas e eram absolvidos por terem agido em "legítima defesa da honra". Diego Souza, para estes verdadeiros hipócritas, agiu da mesma forma, o que valida sua reação destemperada após a expulsão.

Mas o que impressionou foi que a atitude do meia, de voltar e agredir Domingos, foi saudada e aplaudida pela torcida alviverde. Uma das imagens televisivas mostra um garoto de uns 11 anos vibrando como se fosse um tento do seu time, algo simplesmente pavoroso. E essa imprensa, que acha mais grave a provocação de Edilson com embaixadas do que a voadora de Paulo Nunes na decisão do Paulistão de 1999, é a mesma que culpa as organizadas - só elas - pela violência dentro e fora dos estádios. Para esses jornalistas, uma provocação verbal, dessas que acontecem a partida inteira, é mais merecedora de punição do que um soco ou um pontapé. Aliás, Madson saiu do jogo de sábado acusando defensores palmeirenses de terem o ameaçado mais de uma vez, inclusive de "jogá-lo na arquibancada" se continuasse fazendo "firulas" (alguém duvida que pela diferença de portes físicos isso seria possível?). E aí, quantas expulsões teríamos por "provocação" no jogo?

Curioso da história é que o mesmo Luxemburgo é quem disse que a arbitragem estava "protegendo" Neymar, porque qualquer em "encostão" era marcada falta. A propósito, será que nenhum atleta do Palmeiras tentou intimidar o menino como fez Domingos com Diego Souza? Mas, para falar isso, talvez Luxa não tenha visto as cotoveladas que o menino tomou, por exemplo, contra o Rio Branco pela Copa do Brasil. De novo, fica claro que bater, pode, xingar... nossa, que grave!

O futebol tem se tornado mais sem graça e mais violento por conta de gente como o tal técnico que muda de conceito ético literalmente de acordo com a camisa, e que é tido como "ofensivo" (em termos táticos, claro), mas que pelo jeito gosta de verdade é de embate físico no futebol. E culpa também da imprensinha que apoia e vai na onda do dito cujo. A torcida - quase todos que vão ao estádio, e não só as organizadas - já estão pegando o gosto pela apologia à violência em São Paulo, e os tais 5% para o vistante só vão perpetuar esse estado de coisas. Enquanto vemos brincadeiras e galhofas no Maracanã, na final da Taça Rio, em São Paulo a preocupação é com o quebra-pau durante e após as partidas. Talvez falte praia a São Paulo. E os cartolas bandeirantes sejam menos, mas muito menos, sérios do que se acredite.

*****

Outro fato risível ainda é o comandante do Palmeiras evocar o "histórico" de Domingos. Não, ele não estava falando do estilo agressivo do atleta, mas sim do fato de o zagueiro ter "provocado" a expulsão de Adriano no clássico do Paulista de 2008 contra o São Paulo. Bom, se o árbitro fizesse ponderações sobre "histórico", o que dizer de Diego Souza e suas expulsões? Por exemplo, contra a Ponte Preta em uma final ganha no ano passado, sendo excluído em seguida contra o Coritiba? Foi julgado por expulsão também na partida contra o Bragantino este ano e não vou continuar contando seus cartões vermelhos porque será improdutivo, além das vezes em que poderia ter sido expulso e não foi. O post vai ficar muito longo.

Corinthians: vitória para dar moral

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

E a final será alvinegra. O Corinthians e Santos ignoraram as melhores campanhas e vantagens trazidas por Palmeiras e São Paulo nas semi-finais do Paulistão e despacharam os rivais com vitórias categóricas, em casa e fora dela.



O Timão foi a Morumbi com os mesmos três atacantes do jogo anterior. No entanto, Dentinho e Jorge Henrique atuaram mais próximos do meio campo, ajudando muito na marcação – especialmente Jorge Henrique, que tinha por missão acompanhar o lateral Júnior César. Isso reflete a opção tática de Mano Menezes: se o time escalado era o mesmo, a postura era um pouco diferente, e o contra-ataque foi a principal arma. O São Paulo, por sua vez, precisando do resultado, colocou Dagoberto no time e foi para cima, com ele, Hernanes e Jorge Wagner trabalhando as jogadas para a conclusão de Washington e Borges.

Com isso, a bola passou muito tempo perto da área corintiana. Mesmo assim, pode-se dizer que o São Paulo perdeu apenas duas chances claras de gol no primeiro, uma com Washington (que chutou fraco) e outra com Jorge Wagner (que errou o gol). Outras chegadas foram travadas pela zaga. Isso não que dizer que a etapa tenha sido fácil para os alvinegros – que tiveram sua melhor chance em boa bola enfiada por André Santos para Ronaldo, que chutou para defesa de Bosco. Foi um jogo tenso, pegado e extremamente perigoso para os corações corintianos.

Na volta do intervalo, o São Paulo deu mostras de que estava disposto a resolver o jogo: perto de um minuto e Borges cabeceou no travessão de Felipe. Antes dos três, Jean mandou chute perigoso de fora da área. A pressão se manteve até os 10 minutos, quando Douglas puxou um belo contra-ataque, tocou para Ronaldo na esquerda que inverteu lindamente o jogo para Jorge Henrique. O baixinho chutou na trave e ela voltou nos pés do camisa 10, que só empurrou para o gol. No agregado das duas partidas, 3 a 1 Corinthians e a Fiel extravasou a tensão da primeira etapa.

Dois minutos depois, o alívio se transformou em festa: novo contra-ataque, lançamento perfeito de Christian para Ronaldo que ganhou na corrida (!) de Rodrigo e tocou com classe para liquidar a fatura. Mano Menezes disse que brincou com o atacante depois do gol: "Que velocidade, hein, Gordo!"



Precisando de três gols para virar o jogo, o Tricolor se perdeu. Não conseguiu mais pressionar e o Timão começou a tocar a bola com tranqüilidade, cozinhando o proverbial galo. A facilidade gerou ainda mais duas ou três chances claras de gol para o Alvinegro, uma delas desperdiçada claramente por Douglas, mas foi o bastante para a Fiel gritar Olé em pleno Morumbi.

Os jogadores

Christian e Elias fizeram novamente boas apresentações, dessa vez mais presos na marcação. Chicão segue quase impecável e corrigiu alguns lances de William, que é lento. Felipe defendeu bem quando exigido e não comprometeu. Jorge Henrique também cumpriu função tática importante e fez o que dele se espera no primeiro gol – um atacante veloz e definidor, não um cai-cai pouco funcional.

Os destaques ficam para os autores dos dois gols. Ronaldo se mexeu bastante, abriu opções e teve duas chances claras de gol. Uma, botou pra dentro. Douglas fez uma grande partida, talvez a melhor do ano, e não só por conta do gol. Distribuiu o jogo e errou menos passes, arriscando algumas enfiadas boas.

Mano Menezes mandou a campo o melhor time que tinha e conseguiu um bom resultado. Teve sucesso em anular as principais jogadas do São Paulo, mas se arriscou a levar gols ao atrair tanto o adversário. A diferença, pelo menos na minha impressão sobre o jogo, é que em nenhum momento, mesmo quando pressionado, senti que o Corinthians não tinha como agredir o adversário. Pareceu um time mais coeso, com mais noção do que cada um devia fazer em campo. Isso não muda o fato de que, se Borges tivesse acertado aquela cabeçada no início do segundo tempo, talvez eu estivesse aqui pedindo a cabeça da besta. Como dois contra-ataques funcionaram, elogio o bestial treinador.

Final alvinegra

Segundo consta, o Corinthians NUNCA ganhou uma final relevante do Santos – a exceção é a final da gloriosa Copa Bandeirantes, que se bem me lembro foi um sonoro 6 a 3, de óbvia irrelevância histórica. Não são tantos confrontos assim: nove, segundo o Lance, incluindo aí quatro Paulistas (1955, 1962, 1968 e 1984), dois Rio-São Paulo (1963 e 1966), um Brasileiro (2002), um tal de Torneio Nacional (1996) e a tal da exceção já citada.

Se na história a supremacia peixeira é pra lá de ampla, no campo, o jogo é equilibrado. O Corinthians é um time mais montado, com jogadores que se conhecem a mais tempo, o mesmo técnico e filosofia de jogo. O Santos se construiu durante o torneio, a partir da chegada de Vagner Mancini, e vem crescendo muito.

O fato dos atletas se ajoelharem no gramado no final do jogo de sábado me deixou até preocupado com a motivação do pessoal, que poderia desequilibrar. Aí, no domingo, boa parte dos corintianos ficaram em campo também, comemorando com a torcida. Fiquei mais tranqüilo quanto ao fator anímico da peleja. Na bola, espero um jogo lá e cá, bem jogado, e nenhum resultado é impossível. Mas só pra registrar o óbvio, eu acredito no Corinthians.

domingo, abril 19, 2009

Arruaceiros no catecismo, maconheiros no exército

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No vestiário do Sesc Pinheiros, dois barrigudos dividem o banco, em momentos diferentes de suas manhãs. Um já nadou e expõe o fruto da manguaça fora do cinto. O outro, esconde a barriga com uma sunga. Enquanto isso, meia dúzia de moleques fazem a esbórnia batendo portas de armário, embora ficasse longe de danificar o equipamento. Um dos pançudos começa a palestra:

– É sempre igual, criança faz uma bagunça...
– Só tem que aparecer um bagunceiro que entram todos.
– Nada muda a natureza...

Diante de uma profunda conclusão de sentido absolutamente obscuro, a conversa poderia ter acabado, mas a pausa retórica durou mais ou menos o tempo de se ler essa frase.

– Queria ver é se eles faziam isso na casa deles... Queria ver é o pai e a mãe desses moleques deixarem barato. Esse negócio de não cuidar do que é de todo mundo não tá certo.
– O pior é que os pais não faziam nada, só passam a mão na cabeça. Isso só vai se resolver no exército, aí é que tomam jeito.
– É nada! Os que vão para o exército viram tudo maconheiro – discordou abotoando a camisa.
– Melhor maconheiro que ladrão – devolveu inacreditavelmente o da sunga preta sem discordar do maior absurdo dito até então.

Então, o manguaça vestido começou a dissertar sobre como o suposto maconheiro acabaria por se transformar no citado ladrão para sustentar o vício ou sei lá o quê.

Enquanto terminava por falta de novos delírios uma conversa continuei tentando entender como a coisa tinha chegado até ali. Mas começava outro papo, agora entre a criançada. Um dos guris, o mais espivetado, vira para o outro:
– Ô! Você não faz catecismo aqui nessa igreja atrás?
– É.
– Sabia que te conhecia – e jogou as coisas do outro no chão.

sábado, abril 18, 2009

Não vai haver bicampeonato paulista em 2009

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É triste.

De Fábio Costa a Neymar, do atacante a Madson, e o Santos praticamente matou qualquer esperança do Palmeiras de ir às finais do Paulista aos 17 do primeiro tempo. Com a vantagem ampliada logo aos 5 minutos do segundo tempo, com gol de pênalti de Kleber Pereira, e um jogador a mais depois da expulsão de Maurício, o time visitante teve a capacidade de explorar contra-ataques com Madson e dizimar as esperanças do bicampeonato paulista.

Depois de três anos seguidos, o estadual não terá Vanderlei Luxemburgo no comando do campeão.

Sem Cleiton Xavier nem Willians, o Palmeiras esteve longe de conseguir traduzir o maior tempo de posse de bola em jogadas de perigo. No segundo tempo, o improdutivo Lenny deu lugar ao paraguaio Ortigoza, e o volante Jumar saiu para entrada do meia Deyvid Sacconi. Não resolveu. Com dois a zero, parte da torcida alviverde parou de apoiar o time. Mesmo o gol de Pierre, aos 29, não mudou os rumos da partida.

Aos 35 do segundo tempo, com bons motivos, Vagner Mancini já não tinha mais atacantes em campo. Foi só esperar.

Sobra correr atrás da Libertadores e pensar no Brasileirão. A força da arrancada inicial no Campeonato Paulista havia perdido intensidade desde a estreia do time no continental. A desclassificação na semifinal do Paulista reforça a imagem de um time com limitações no elenco e uma torcida impaciente, sem pegada ou concentração para uma sequência de jogos decisivos.

Diego Souza protagonizou ainda o início de um papelão. O clima tenso e as agressões que começaram só com Domingos se ampliaram. Despedida de time que se sentiu campeão e, diante da realidade, parece ter se descontrolado. E para o meia, a principal arma do Palmeiras na temporada, se instala uma grande ressalva.

Com a primeira desclassificação consumada do ano, Vanderlei Luxemburgo será colocado em xeque no comando do Palmeiras? E seu time? Um eventual novo revés na Libertadores tira-o do clube?

O Celeste que "dirigia melhor" bêbado

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Omniii at en.wikipedia
Celeste era um mecânico desses que não existem mais. Mas era um motorista peculiar, daqueles que nunca existiram. Vindo do interior, gostava de música caipira, até cantava. E não fazia feio.

Todo dia, depois de fechar a oficina, comparecia ao bar, jogava sinuca com os vizinhos. O pessoal bebia bem, só cachaça. A diferença é que os colegas de copo moravam a poucos metros do estabelecimento etílico, enquanto Celeste vivia longe dali, sozinho, e tinha de voltar dirigindo.

Quando era hora de ir embora, porque o dono do boteco também precisava voltar para casa, acontecia o previsível. Muito pior do que não acertar a chave na fechadura da porta do carro, era o que o Celeste fazia, que não conseguia passar pela porta aberta. Os outros bêbados é que precisavam ajudar o cidadão a se acomodar no carro.

Mas bastava ele se instalar para uma transformação acontecer. A dificuldade para abrir a porta até para passar por ela ia embora e Celeste despertava, dava partida e logo saía, como se estivesse sóbrio.

Ao ir para casa ou na manhã seguinte no cafezinho da padoca, os outros agora ressaqueados se preocupavam, o que seria do Celeste naquele estado? De tão bêbado, teria chegado inteiro? Rumo ao serviço, passavam em frente a mecânica e lá estava o Celeste debruçado sobre algum carro, nenhum sinal da cachaçada do dia anterior. Ou quase nenhum.

Os poucos que se aventuraram em todos os anos de sinuca a pegar uma carona no Fusca do mecânico saíram enojados. Celeste mal limpava o console do carro com os resultados do excesso de álcool. Nunca ninguém conseguiu explicar como o cara conseguia sobreviver àquela roleta russa, a não ser com a explicação de que ele dirigia melhor bêbado. Até porque, pelo que contavam, não pegava a direção sem estar calibrado. Parece que morreu de enfarte, há uns vinte anos, depois de outros 25 anos de álcool e direção todo dia.

sexta-feira, abril 17, 2009

Tipos de cerveja 33 - As Dunkel

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Estilo típico da Baviera, mais propriamente da região de Munique, na Alemanha, são cervejas suaves, mas muito complexas. Têm cores que variam do cobre até o castanho-escuro, sabor e aroma algo doces, próximo do chocolate, característica que lhes é conferida pelo malte. O teor amargo é médio-baixo, mas o suficiente para contrabalançar com o doce do malte. O lúpulo utilizado costuma ser de origem alemã e de boa qualidade, como o comprovam as espécies habitualmente usadas: o Hallertau e o Tetnang. O volume alcoólico da Dunkel varia entre 4% e 6%. Exemplos desse tipo de cerveja são a Ayinger Altbairisch Dunkel (foto), a Aldersbacher Kloster Dunkel e a Altenmunster Jubelbier Dunkel Spezial (Jubel).

O manual da Maria Chuteira

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A modelo Nives Celsius (à esquerda), célebre na Europa por ter revelado que tinha feito sexo com o namorado, o zagueiro croata Dino Drpic, em pleno gramado do estádio do Dínamo de Zagreb, escreveu em sua coluna semanal no jornal alemão Bild um texto que deve ter deixado feministas de cabelo em pé (e com razão). Ela resolveu dar dicas para as moçoilas sobre como “caçar” um jogador de futebol.

Na sua edificante dissertação, Nives dá conselhos preciosos como não esconder “as suas aventuras anteriores, pois você e a sua história vão ser reveladas”. Além disso, deve-se manter uma certa indiferença em relação ao parceiro, para que o mesmo mantenha o interesse. “Se um futebolista sente que já te conquistou, que não tens mais nada para oferecer, então procuram novos territórios por conquistar”, argumenta.

Há também um index daquilo que não se deve falar para um boleiro como, por exemplo, casamento e filhos. “Perguntas como Onde andas? ou Com quem estás? são proibidas”. E, o principal: dar apoio quando o atleta está na lona. “Confortar sexualmente após uma derrota é semp re bem pensado”, defende, completando que isso é “extremamente importante para os futebolistas”. Será que tais preceitos foram seguidos por figuras como Nereida Gallardo ou a Mulher Moranguinho, atual namorada de Adriano?

Traseiro pra torcida

O episódio da relação sexual no círculo central do estádio de Zagreb, o Maksimir, não foi o único polêmico do atleta dos Balcãs. Drpic (à direita) foi dispensado do Dínamo por conta de seu vício em jogos de azar. O clube teria inclusive pago, segundo rumores, um milhão de euros à máfia que perseguia o jogador por conta de dívidas.

Dada a situação, o central foi indicado para o Betsikas, da Turquia. Mas, depois que o atleta mostrou as nádegas em uma partida contra o Hajduck. O motivo do ato foi justamente a série de cânticos bastante amáveis dirigidos a sua esposa Nives Celsius.

Atualmente no Karlsruher Sport-Club, da Alemanha, último colocado na Bundesliga, parece que fica cada vez mais distante realizar a última fantasia declarada por Nives: fazer sexo no Santiago Bernabéu, estádio do Real Madri. Pra ele jogar lá, só em amistoso...

Por que a Copa do Brasil é boa para c...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook










Ontem à noite acompanhei dois jogos da Copa do Brasil de dois times cariocas sem interesse direto.

Mais ou menos (risos). Claro que a quando meu time não está presente sempre torço pelo mais fraco. Foi assim que comecei a secar o Botafogo contra o Americano de Campos (RJ) e não tive muita dó do Fluminense do Parreira que jogava contra o Águia de Marabá (PA).

Resultados que ninguém poderia imaginar. O Americano desclassificou o Botafogo nos pênalties e o Parreira voltou com um 2 a 1 nas costas.

Esse para mim é o fascínio da Copa do Brasil, como times de segunda e mesmo de terceiras divisões podem surpreender os maiores.

Nada de dizer que no futebol não tem mais bobo ou qualquer outro lugar comum. Os times com mais recursos têm melhores jogadores e sempre serão favoritos, mas existe uma fórmula de times com pequenos investimentos e bem organizados que também, às vezes, funciona.

Foi o caso dos dois jogos, o Americano perdeu por 2 a 1, mas em contra-ataques poderia ter feito mais gols e só foi derrotado já na prorrogação. Nos pênalties foi mais competente. A ironia foi que o jogador do Bota que fez o gol quando nem havia mais esperanças, Maicosuel (foto), foi o único que perdeu a cobrança. Destino?

Já o Fluminense deixou de tomar uma goleada histórica porque o Águia perdeu boas chances e no segundo tempo se encolheu quando estava 2 a 0, com o Flu com jogador a menos, pela expulsão infantil de Thiago Neves, que atirou a bola no gandula na hora de bater um escanteio.

Agora é torcer para que também não sequem meu Galo contra o Guará na semana que vem, depois do 2 a 2 do meio de semana. O destaque foi uma das piores arbitragens dos últimos tempos, ruim para os dois lados.

Depois de rever o lance umas cem vezes, tenho de concordar que não foi pênalti para o Atlético no Tardelli, assim como não aconteceu o pênalti marcado para o Guará e a expulsão do goleiro Juninho (Galo) na hora de bater tiro de meta também foi exagerada. Vamos ver se melhora.

Até porque se a zebra vier contra o meu time não sei se acharei tão engraçada assim a imprevisibilidade dessa Copa. Mas que ela é do c... ela é...

Cerveja selou a paz entre Harrison e Clapton

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Patricia era uma modelo inglesa de 20 anos, em 1964, com cara de patricinha: loira, magrinha, saia curta, olhos azuis. Pra tirar um troco extra, topou fazer uma ponta no primeiro filme de uma bandinha de rock, os Beatles. O primeiro que passou uma cantada na moça foi John Lennon, mas foi a timidez de George Harrison que atraiu a também tímida Pattie. Dois anos depois, estavam casados. O beatle escreveu para ela canções como "I need you", "If I needed someone", "I want to tell you" e, principalmente, a eterna "Something" - que Frank Sinatra gostava de cantar nos shows e apresentá-la como sua canção predileta da dupla Lennon & McCartney...

Porém, apesar de ser um excelente guitarrista e fazer parte da banda mais famosa do planeta, George tinha um amigo ainda mais talentoso: Eric Clapton. O próprio reconhecimento disso foi o convite para que Clapton fizesse o (magistral) solo de "While my guitar gently weeps" em um disco dos Beatles. Mas a amizade teve um capítulo muito perigoso. Ao conhecer Pattie, Eric simplesmente pirou. Compôs a clássica "Layla" para ela e, em 1974, conseguiu tirá-la do amigo George. Outras músicas que Clapton compôs para a amada foram "Wonderful tonight", "Pretty blue eyes", "Golden ring", "Never make you cry" e "Pretty girl".

Nesse rolo, Pattie passou oito anos casada com George e mais 14 com Eric, com um pequeno namoro com outro guitarrista, o stone Ron Wood, em 1973. Aliás, pra não perder o hábito de "musa", o rompimento com Wood fez com que ele fizesse, para a moça, "Breathe on me". Mas voltemos aos amigos Harrison e Clapton: o "roubo" da mulher alheia foi tão constrangedor que, apesar de manterem a amizade, os dois só foram fazer totalmente as pazes a partir de 1988, quando Eric se separou de Pattie. A partir de então, os dois se encontraram, conversaram, beberam cerveja (acima, à esquerda) e esqueceram o assunto.

Pattie (foto recente, à direita) contou essas e muitas outras histórias no livro "Wonderful tonight". Apesar de ter inspirado tantos clássicos da música romântica e do rock'n'roll, ela é modesta: "Eu talvez fosse bonitinha, mas linda é outra coisa". Pois é, mas fez George Harrison dizer que o atraía como nenhuma outra, deixou Eric Clapton de joelhos e Ron Wood pedindo para que ela respirasse nele. E depois dessa loira fascinante (e inspiradora), só encontraram a paz na refrescante loira gelada...

É o cara!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Com o gol marcado na derrota por 2 a 1 para o Independiente de Medellín, na quarta-feira, André Lima (foto) chegou ao honroso posto de 255º maior artilheiro de toda a história do São Paulo Futebol Clube: já são cinco gols (cinco gols!) em dez meses no elenco. No ranking, ele se igualou a nomes ilustres como Araken Patuska, Edcarlos, Éder Luís, Francisco Alex, Matosas, Mazinho Loiola, Neto (aquele mesmo, que hoje é comentarista), Ricardinho (outro ex-corintiano), Sarará e Válber, entre outros. Realmente, André Lima pode se felicitar por ter galgado tão disputado panteão! Um mito! Mas, falando especificamente sobre o São Paulo, que ainda não conseguiu confirmar a primeira posição de seu grupo na Libertadores, para ter vantagem na próxima fase, muitas dúvidas esquentam a cabeça de Muricy Ramalho. Wagner Diniz provou, no último jogo, que não tem condições de assumir a lateral-direita. Foi substituído pelo garoto Wellington, que não fez feio. O problema é que os dois volantes que vinham jogando improvisados na posição como titulares, Zé Luís e Arouca, estão machucados e não retornam tão cedo. Outra dor de cabeça: Renato Silva fez uma péssima partida na zaga e Rodrigo também não ajudou muito. Aislan é mediano, mas não serve para o time principal. Pior: além de suspenso da segunda partida semifinal do Paulista, por expulsão, André Dias se contudiu no mesmo dia que Rogério Ceni. E o meio-campo, tão ineficaz contra o Corinthians, é mais preocupação. Hernanes sumiu na semifinal, Jorge Wagner falhou duas vezes (no lance da expulsão de André Dias e do gol da vitória do Corinthians) e, contra o Independiente, Jean jogou muito mal, assim como as opções (?) Hugo e Richarlyson. No ataque, Borges perdeu um gol feito na cara de Felipe, no domingo, e Washington quase não pegou na bola. A coisa tá feia. Resta confiar em André Lima, este sim, um craque incontestável. Só o Muricy não vê...

Partido de Sarkozy chama jovens a a se filiar e a beber

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um mês depois de fazer aprovar no Congresso francês uma lei que proíbe o open bar e dificulta a venda de bebida alcóolica a menores de 16 anos, a juventude do partido do presidente Nicolas Sarkozy decidiu que era hora de se mobilizar. Com promessa de presença de vários políticos, DJs e bebida, os simpatizantes da UMP no segundo grau organizaram uma noitada especial que prometia.

A notícia circulou a partir do Sandrine Blanchard, que até propôs o lema da balada: "Bebam, jovens, bebam e filiem-se". Não chegou a tanto, mas nem a lei foi empecilho, já que era necessário ter mais de 16 para participar da festa e se filiar.



Lei seca para adolescentes
Em março, o congresso aprovou a Lei Bachelot, que leva o nome do ministra da Saúde do governo Sarkozy, (que deu exemplo). Roselyne Bachelot propôs a proibição da venda de bebidas alcoólicas a menores de 16 anos. Pelo texto, também fica interditada a possibilidade de oferecer gratuitamente goró para a molecada. É o fim do open bar, segundo alguns.

Em relação ao cigarro, os jovens fumantes só terão trégua a partir dos 18, dois anos depois do que valia até então. O argumento é o mais interessante: "às vezes é difícil de fazer distinção entre um jovem de 15 anos e meio e um de dezesseis anos". Na conta deles, a diferença dos 17 e meio para os 18 é bem mais fácil de se cumprir. Então tá.

O governo não conseguiu restringir como queria o comércio de bebida nas lojas de conveniência de postos de gasolina para o público em geral. Atualmente, compra-se etílicos das 6h às 22h, enquanto o governo queria reduzir para o período de dez horas, das 8h às 18h.

A publicidade de bebida, porém, permanece autorizada na internet por lá, desde que em sites não destinados à juventude. A decisão é contrária a decisão judicial anterior, que proibia até sites oficiais das marcas de bebida.

Enquanto no Brasil a venda de bebida e tabaco a menores é proibida pelo menos desde o Estatuto da Criança e do Adolescente, outros países europeus correm para "reduzir as consequências do consumo indevido do álcool". No caso dos anúncios, o tema é mais complexo quando envolve a criançada.

Em relação à distribuição de bebida em eventos políticos, só há restrições relacionadas ao período eleitoral, mas inclui shows e até fornecimento de comida gratuitamente, independentemente da idade. Já pensou se algum partido brasileiro organiza uma balada para conseguir filiados?

quinta-feira, abril 16, 2009

Lula dialoga com ETs

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um dos desenhos animados mais politicamente incorretos do planeta colocou o presidente Lula como um interlocutor para estabelecer diálogo com... alienígenas! South Park faz críticas constantes e ácidas ao modo de vida estadunidense e no episódio Pinewood Derby, exibido ontem, 15 de abril, contou a com a participação do mandatário brasileiro.



No desenho, o pai de Stan, uma das crianças que protagonizam o seriado, faz contato com extraterrestres e alguns líderes mundiais tentam resolver a questão diplomática interplanetária. Lula aparece duas vezes como um dos manda-chuvas que tentam evitar o pior para o nosso pobre planeta...


Ideologias e torcidas à parte, talvez seja mais uma comprovação do que disse o presidente dos EUA Barack Obama no encontro do G-20. Além de Lula ser "o cara", como disse o democrata, o ex-operário é de fato um dos políticos mais populares do planeta. Embora isso talvez seja algo incômodo para o ex-presidente FHC, que se disse "contente" com a citação a Lula. Quem acredita nele?

Veja o vídeo aqui.

A questão existencial do meio de semana

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Futepoca quer saber: qual o pênalti mais mandraque da rodada?

- O "sofrido" por Souza na partida Corinthians e Misto.

- A penalidade em favor do Atlético-MG) no jogo contra o Guaratinguetá, pela Copa do Brasil.

 - O que favoreceu o Palmeiras na peleja contra o Sport pela Libertadores.

Um a um para o Magrão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A secagem funcionou, o ataque do Palmeiras não.

Um empate que tira parte do sentido da grande vitória da semana passada sobre o mesmo Sport. Em atuação impecável do goleiro Magrão, o Palmeiras não conseguiu aproveitar o pênalti inexistente a seu favor e a expulsão de Wilson por ter levantado a camisa para mandar recado com outra camiseta por baixo. Até tirar a camisa nos jogos apitados por árbitros brasileiros pode, e na estreia de Kleber pelo Cruzeiro, na própria Libertadores, por exemplo, não houve problema. A crise são as mensagens. É uma orientação da board que dá pano para manga.

Mesmo com um a mais durante todo o segundo tempo e com alguma dose de pressão, o Verdão não conseguiu furar a retranca armada por Nelsinho Baptista, mais desafiada do que a montada por Vanderlei Luxemburgo na Ilha do Retiro, já que o Sport não chegou a pôr pressão.

Para se classificar, o time agora tem que vencer suas partidas contra LDU e Colo Colo e ainda fazer contas e secar os rivais.

Na prática, foi um a um para o Sport. Ou, mais precisamente, para Magrão.

quarta-feira, abril 15, 2009

'Rei posto, rei morto'

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Querendo garantir que pretende ver a ministra Dilma Rousseff na presidência da República, e que, depois de quatro anos, apoiará sua reeeleição, o presidente Lula (foto) afirmou hoje que não quer ser candidato nas eleições de 2014:

"-É bobagem imaginar que daqui a quatro anos a gente vai voltar. Rei posto, rei morto."

Será?

Luxemburgo pode encostar, mas não empatar

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A partida entre Palmeiras e Sport de Recife hoje, às 19h45, no Palestra Itália, marca mais um capítulo da disputa entre os técnicos Nelsinho Baptista e Vanderlei Luxemburgo (foto à direita). Segundo o DatAnselmo, com a vitória conquistada pelo alviverde sobre o rubronegro no jogo de ida, no início do mês, os confrontos entre os dois treinadores já são 33, com 11 vitórias de Nelsinho, 9 de Luxemburgo e 13 empates. Ou seja: se o Palmeiras vencer hoje, seu comandamente não conseguirá alcançar o mesmo número de triunfos que o rival, mas diminuirá a diferença para apenas uma vitória. A "briga" entre os dois se acirrou na decisão do Campeonato Paulista de 1990. Nelsinho Baptista, ex-lateral-direito de Ponte Preta (foto à esquerda), São Paulo e Santos, entre outros, era o técnico do Novorizontino. E Vanderlei Luxemburgo, ex-lateral-esquerdo de Flamengo (à equerda, abaixo), Internacional-RS e Botafogo-RJ, treinava o Bragantino, que venceu aquela decisão "caipira". Mais tarde, Nelsinho daria o troco na final do Paulistão de 1998, quando o São Paulo derrotou o Corinthians de Luxemburgo. A rusga entre os dois já rendeu muita polêmica. Me lembro de uma edição do programa "Cartão Verde", na TV Cultura, em que os dois partiram para a baixaria, com Luxemburgo dizendo que o rival "nem tinha jogado bola direito" e Nelsinho rebatendo com um "olha só quem tá dizendo". Hoje não sei se ainda guardam tanto rancor. Alguém viu se eles se cumprimentaram nos últimos confrontos? Bom, mesmo que sim, é inegável que Nelsinho tem mais um objetivo, na partida de hoje, além de devolver a derrota do Sport em Recife. Conseguirá?

Se a pessoa não quiser se ajudar, que morra!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Os tucanos são bichos políticos que sempre conseguem me surpreender pelo cinismo, perversidade e estupidez. O projeto de Estado mínimo e de deixar a população ao Deus dará é explícito e registrado até em textos oficiais. Vejamos um trecho da introdução do "Plano Plurianual 2008–2011" (Lei nº 13123), da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, assinado pelo governador José Serra em 8 de julho de 2008 (o grifo é nosso):

Assistência e Desenvolvimento Social
Integrada às demais políticas públicas de cunho social, a assistência social visa a contribuir para a universalização dos direitos sociais, enfrentando a pobreza extrema e provendo condições mínimas para o atendimento a contingências sociais. O principal objetivo é garantir o acesso a bens e serviços aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social e pessoal, procurando ajudar a quem se disponha a ajudar-se.
(págs.3 e 4)

Notem a sutileza: em vez de "O dever do Estado é garantir", eles substituem por "O principal objetivo é garantir" - ou seja, se não atingirmos o objetivo, pelo menos "tentamos" (e foda-se!). Mas o "tirar o corpo fora" fica mais explícito com o complemento hipócrita, dispensável e estúpido da frase. Em primeiro lugar, dizem que o Estado vai procurar "ajudar", em vez de assumir seu dever (é bom frisar isso, sempre). E o pior: só vão "tentar ajudar" quem quiser "se ajudar". Então fica combinado desse jeito, a gente chega para um morador de rua, estendido na calçada, e pergunta: "Você quer se ajudar?". Sem compreender o que passa, o cidadão responde: "Olha, nesse momento, só quero continuar dormindo". E aí o poder estadual fica desimpedido para arrematar: "Ah, é? Então morra! Vai cuidar da sua vida! Até nunca mais!".

A ciência da efi
Esse desapego, ou antes, despriorização dos programas sociais tem a ver com a visão economicista do PSDB. Não é a toa que seus slogans mais insistentes, nas campanhas, são a "gestão" e a "eficiência" (leia-se: contenção de gastos públicos, ou melhor, da verba para serviços prioritários à população). Exagero? Pois eu busquei o termo "eficiência" no texto desse Plano Plurianual e grifei duas dezenas de trechos, alguns na mesma página:

"A eficiência na gestão pública..." (pág.9)
"...eficiência, rapidez e simplicidade." (pág.9)
"...eficiência da gestão administrativa..." (pág.46)
"...eficiência nos processos de compra..." (pág.51)
"...aumentar a eficiência das iniciativas..." (pág.58)
"...para aumentar a eficiência e a efetividade..." (pág.59)
"...a eficiência e a acessibilidade do sistema..." (pág.65)
"...com o máximo da eficiência." (pág.73)
"...eficiência econômica e geração de emprego e renda..." (pág.88)
"...melhor eficiência no aproveitamento da produção..." (pág.98)
"A eficiência na gestão pública..." (pág.104)
"...eficiência no exercício da administração pública." (pág.106)
"...mais eficiência, eficácia e flexibilidade..." (pág.107)
"...características de eficiência, rapidez..." (pág.108)
"...baseada na questão da eficiência..." (pág.108)
"6.6 - Eficiência e eficácia do gasto público" (pág.110)
"...que buscam melhorar a eficiência..." (pág.112)
"...resultou em ganhos de eficiência..." (pág.115)
"...visando aumentar a eficiência e a transparência..." (pág.115)


Bonita peça publicitária, não? "Gerente e eficiente" é o que o Serra quer dizer que é. Mas impagável é o parêntese que enfiaram em uma frase da página 112:

O governo paulista tem investido e criado boas e inovadoras tecnologias de gestão, como o demonstram os bem-sucedidos casos das compras eletrônicas, dos centros de atendimento integrado e dos programas de qualidade. Existem ainda várias ações neste campo para a estruturação de centros de custos mais efetivos, capazes de melhorar a gestão da eficiência (aspecto no qual São Paulo vem tendo bons resultados).

"Eficiência", "gestão", "bons resultados". O melhor do PSDB é que a gente aprende. Aprende quem eles são - e o que querem para nós...