Compartilhe no Facebook

.
.


Maracanã, 1970 - Leno, Tony Tornado, Guilherme Lamounier, Clara Nunes, Carlos Imperial, Antonio Adolfo e Tibério Gaspar
Maracanã, 1970 - Leno, Tony Tornado, Guilherme Lamounier, Clara Nunes, Carlos Imperial, Antonio Adolfo e Tibério Gaspar
Um amigo me conta que, depois da eliminação do Corinthians pelo Palmeiras na Libertadores de 2000, um grupo de palestrinos da universidade onde ele estudava grudou pelas paredes centenas de cópias do manual que o Marcelinho Carioca usava em sua escolinha de futebol. Numa página, ele explicava como bater um pênalti, com um desenho do jogador e a seguinte instrução: "Bata sempre no canto, um pouco abaixo da meia altura, que o goleiro nunca pega". Depois da teoria, vamos à prática:
Ufa!
Foi por 4 a 0 o reencontro do Palmeiras com a vitória no campeonato brasileiro depois de quatro partidas sem vencer, das quais três foram derrotas. Obina marcou três vezes pela segunda vez na temporada e deu o passe para o quarto, conferido por Deyvid Sacconi. O time de Muricy Ramalho voltou a marcar gols e o campeonato tem um velho líder.
Ou, usando o recurso do Chiqueiro, "meio à là treinador de boxeador: 'Quem é o líder?! Quem é o líder?!'"
Talvez tenha sido a exorcizada feita pela torcida. Ou talvez a presença de 18 mil representantes alviverdes no Palestra Itália. Pode ter sido também algum efeito reverso dos são-paulinos tentando, assumidamente, secar o Palmeiras. O fato é que Obina e Ortigoza mandaram avisar que Vagner Love, ausente por suspensão, vai precisar suar para garantir sua vaga.
Parecia que o vento soprava contra o Palmeiras no campeonato. Mesmo com a liderança após resultados diante do Avaí, Náutico, Flamengo e Santo André, o time chegou a ficar atrás na classificação por 24 horas, após o São Paulo passar pelo Inter no Morumbi. Um campeonato por pontos corridos não tolera muito vacilo na reta final.
E o vento realmente soprou contra o time no Palestra Itália no primeiro tempo. Nesse caso, sem metáforas, segundo Marcos, o Goleiro. Ele disse, no intervalo, que a segunda etapa permitiria mais domínio do time da casa porque jogaria a favor do deslocamento de ar. O fenômeno climático (ou seria metereológico) não foi tão decisivo quanto o desmantelamento do esquema tático de Hélio dos Anjos, o homofóbico (ou quase tão homofóbico quanto parte da torcida).
Mesmo assim, foi logo aos 5 minutos que o mundo começou a voltar a ser bom para o alviverde. Há nove rodadas não saia um gol tão cedo para o Palmeiras. Depois vieram outros aos 28, aos 38 do segundo tempo e aos 41.
Aliás, nos últimos 10 jogos, o Palmeiras saiu perdendo em 6. Além das derrotas para Santo André, Flamengo, Náutico e Vitória, houve o empate com o Avaí e a virada sobre o Santos.
O resultado foi excelente por mostrar que acertou o torcedor que acreditou na vitória sobre o Goiás. Espero que, no próximo jogo, contra o Corinthians em Presidente Prudente, o time repita a boa atuação e aponte que acertou também o palmeirense que botou fé na recuperação.
O não sei quem goiano que apitou Fluminense e Atlético já tem emprego garantido. Virará comentarista da Globo, como todos aqueles que prejudicaram o Atlético na história, vide Arnaldo César Coelho e Wright.
Ainda surpreso com a contratação do mítico Vieri pelo Botafogo de Ribeirão Preto (que promete outra aquisição bombástica), estava pesquisando o destino de alguns ex-artilheiros do São Paulo e, nisso, me deparei com informações não menos surpreendentes (ou melancólicas):
Dodô - Aos 35 anos e suspenso pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) até o início do próximo mês, por doping, Dodô mantém a forma física por conta própria e negocia seu retorno ao Botafogo carioca. Será que joga a Série B?
Cafu - Parado há quase um ano e meio, o lateral direito chegou a ser cogitado pelo Santos, mas deve mesmo tomar o rumo do Barueri. "Interminável", como diria Milton Neves, o jogador completou 39 anos em julho.
Denilson - Depois de uma passagem relâmpago no Xi Măng Hải Phòng, do Vietnã, onde jogou apenas uma partida, o ex-bailarino não decidiu se continua jogando, se vira comentarista, se casa ou compra uma bicicleta. Tem apenas 32 anos.Macedo - Essa foi a que mais me espantou, pois, aos 40 anos, o cabra jogou este ano pelo União de Mogi das Cruzes, que conseguiu a proeza de terminar em último lugar no Campeonato Paulista da Série A-3. Isso é o que entendo por ostracismo...
Amoroso - Rebaixado com o Guarani no Paulistão, poderá jogar no Ituano, que é dirigido por Juninho Paulista. Nada grave, mas curioso se lembrarmos que, há menos de quatro anos, Amoroso foi campeão mundial pelo São Paulo, como titular incontestável, e se tranferiu para o Milan de Ronaldo Gordo e Kaká. Está com 35 anos.
Pra quem for de São Paulo, fica aqui a dica: hoje (29), às 19 horas, no Bar Canto Madalena (ver endereço aqui), o lançamento do Anuário do Saci e seus Amigos. A obra é de Mouzar Benedito, com ilustrações de Ohi, projeto gráfico da eminência parda Carmem Machado e a meticulosa revisão do futepoquense Mauricio Ayer.
Às vésperas do anglo-saxônico Halloween, nada mais oportuno que lembrar o Saci, nosso candidato a mascote da Copa de 2014, e outros ilustres companheiros dele na mitologia brasileira. Aliás, no mesmo dia da festa gringa, comemora-se o Dia do Saci. Na obra de Mouzar, a cada mês, uma ou mais lendas têm suas histórias contadas e todos os dias acontecimentos históricos que lembram a importância da data são retratados. Sempre com o característico bom humor deste colaborador do Futepoca. Abaixo, um dos textos que fazem parte do anuário e que conta a história de duas figuras mitológicas das bandas de cá:
Mitos ligados ao Sol, Caipora e Anhanga são protetores dos animais de caça. Anhanga (ou Anhangá) protege os de grande porte e Caipora os menores.
O Caipora é confundido com o Curupira em alguns lugares. Em outros, principalmente no Nordeste, não é “o” Caipora, mas “a” Caipora, que por sinal até topa um namoro com humanos, mas é ciumenta pra chuchu. Se o namorado casa com outra, pode saber que vai levar dela
uma surra inesquecível.
A palavra Caipora, ou Caapora, nome dado em algumas partes do Brasil, tem a mesma origem de caipira, do tupi, e o mesmo significado: morador do mato. Em alguns lugares da Bahia, o chamam de Caiçara. Na Paraíba, existe a Flor-do-Mato, que nada mais é do que “a” Caipora.
Ele é pequeno, forte, peludo, e anda montado num cateto (também chamado de caititu e de porco-do-mato). Ele toca todo o bando de catetos para lugar protegido dos caçadores. Se um animal é morto por caçadores sem necessidade, basta o cateto montado pelo Caipora – o maior do bando – encostar o focinho nele que ele ressuscita.
Nas sextas-feiras, principalmente de lua cheia, mesmo havendo necessidade, os caçadores descansam: esse é o dia da caça, não é do caçador, dizem. Se forem caçar, serão punidos pelo Caipora. Ou, no mínimo, ele espanta as aves e os animais. Ele pune também caçador que mata fêmeas prenhas ou amamentando e filhotes. E também aves que estão chocando ou criando filhotes.
Ver o Caipora dá azar. Por isso, surgiu o termo “caiporismo” para pessoas que estão com muito azar. No Sertão do Nordeste é muito comum ouvir dizer que alguém está com “o Caipora”, quer dizer, está infeliz, nada lhe dá certo.
O Caipora, ou a Caipora, aprecia uma boa cachaça e fumo de corda. Os caçadores costumam colocar um pouco das duas coisas na entrada da mata para dar como oferenda a ele/ela e não serem incomodados.
Considerando a pesquisa mais recente, de 2007, e o levantamento populacional deste ano do IBGE, podemos afirmar, com margem de erro razoavelmente baixa, que o Goiás terá uma torcida adicional de 92,4 milhões de torcedores hoje para, pelo menos, arrancar um empate contra o vice-líder Palmeiras pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Isso levando em conta que os maiores secadores do alviverde paulistano serão, pela ordem:
1 - 15,1 milhões de sãopaulinos (que também vão azarar o galo mineiro);
2 - 3,7 milhões de atleticanos, cujo time pode alcançar a liderança e, desde já, torcem pela caveira de Palmeiras e São Paulo;
3 - 5,6 milhões de colorados, pois o Inter de Porto Alegre não quer ver um líder a mais de três pontos de distância e torce para que todos a sua frente percam;
4 - 5,6 milhões de cruzeirenses, pelo mesmo motivo (e que, como os sãopaulinos, vão secar o Galo);
5 - 32,2 milhões de flamenguistas, que, como atleticanos e colorados, não querem ver um líder tão distante (e ainda tem a identificação histórica entre palmeirenses e vascaínos);
6 - 7,5 milhões de gremistas, que comemoram a vitória de ontem - mais a derrota do maior rival - e acreditam que ainda é possível, desde que o líder não esteja tão distante;
7 - 22,7 milhões de corintianos, que, lógico, estão secando com maior raiva o hexacampeão do Morumbi, mas que também não querem o pentacampeonato do inimigo Palmeiras, que superaria seus quatro títulos.
Por isso, se considerarmos um mínimo de 600 mil torcedores do Goiás, chegamos a 93 milhões de pessoas zicando uma vitória palestrina. Metade do Brasil! E assim, mesmo que a ideia e a imagem nem sejam inéditas (pior, partiram do palmeirense De Massad no fim do ano passado), vale o repeteco:
Ps.: Concordo que o São Paulo precisa secar o Atlético-MG, não consigo torcer pelo Fluminense depois da sacanagem da Copa João Havelange, que o trouxe de volta para a elite na mão grande. Cai, Flu! O Galo tropeça depois.
Blogues de palmeirenses apostam em estratégias diferentes para exorcizar e afirmar que ainda acreditam no combalido time alviverde que entra na 32ª rodada do Brasileirão como líder. Combalido pela sequência de quatro jogos sem vencer, algo imperdoável para quem quer faturar um título em pontos corridos.
Só os jogos desta quarta e quinta-feira é que mostram se a equipe comandada por Muricy Ramalho seguirá ou não na ponta da tabela. Nesta quarta-feira, 28, São Paulo enfrenta o Inter no Morumbi. Quem vencer assume a liderança. O Atlético-MG também pode morder a posição de primeirão se passar pelo Fluminense. Ao time de Palestra Itália cabe vencer o Goiás para dizer que ainda quer ganhar a taça.
Desanimado com a série de desgraças, recorro aos colegas de torcida e autores de blogues alviverdes para exorcizar a fase trágica e reunir esperanças..
O Coração Palmeirense faz uma referência ao "Outubro negro" de 1929, quando eclodiu a crise econômica que se arrastaria pela década seguinte e uma das causas da Segunda Guerra Mundial. É que este mês, tirando a vitória sobre o Santos, foi lamentável. "Penso que a razão para os seguidos fracassos do Palmeiras de Muricy é ... sobrenatural", escreve Affonso Júnior. "Trata-se de decisão dos deuses do futebol", completa.
Para ele, o mês de outubro reconduziu o Brasileirão ao zero, emparelhando os candidatos ao título. O que vem a seguir? "A resposta está com Muricy Ramalho".
O À Luz da Catedral recorre a outra metáfora. A Flecha de Akbar e a história do guerreiro medieval islâmico que não desistia. Se é que eu entendi bem.
"Desfalcado da torcida o Palmeiras não pode ir a campo", avalia Tânia "Clorofila" Dainesi. Para isso, ela se agarra à história de reações dos times palmeirenses que viu em campo e no brio do elenco atual.
O Cruz de Savoia pede que Diego Souza seja preservado das críticas de torcedores que o colocaram na posição de "boi de piranha", para-raio de críticas e motivo para a queda de rendimento.
Ele acha que tem mais coisa errada com seu posicionamento do que com sua postura em campo. "E, se não for isso, será que não dá para arrumar outra teoria do fracasso? Porque o Palmeiras precisará de tudo nesta quinta – menos de um torcedor hostil com nosso Maestro", conclama.
Mas o Parmerista aposta em arquibancadas vazias pelo valor do ingresso praticado. Um erro tático num momento estratégico. Ele elenca cinco fatos, começando pela contusão de Pierre e Maurício Ramos, passando pela perda no meio de campo com Vagner Love como titular e Diego mais distante, seguida por erros individuais e fragilidade emocional. Tudo que acumulou contra o Santo André.
A mística do post 100 é a esperança do Palestra Imortal para uma arrancada final. O Chiqueiro quer que o "G", do escudo do Goiás, seja transformado na inicial de "ganhamos", verbo devidamente conjugado pelos porcos. O Terceira Via Verdão quer acreditar que os confrontos diretos entre adversários ao título os fará, mais rodada, menos rodada, com que alguém perca pontos.
Que os torcedores tenham razão. Vai, Palmeiras!
Até o dia 05 de novembro, São Paulo abriga a 33ª Mostra Internacional de Cinema e seus 424 filmes.
Além da overdose cinematográfica (já tradicional), a inovação deste ano fica para o primeiro Festival Online do mundo. A ideia é disponibilizar na internet 25 filmes, que integram a programação da Mostra, para o público assistir gratuitamente.
Entre os títulos que procurava para assistir, fica a recomendação dos filmes “Futebol Brasileiro”, longa produzido por uma japonesa, “Á Margem do Lixo”, a terceira parte de uma tetralogia do Evaldo Mocarzel, "Momentos de Jerusalém", que são sete documentários feitos por sete jovens diretores palestinos e israelitas e “Nós que ainda estamos vivas”, que narra o julgamento realizado em 15 de março de 2007 contra os militares argentinos responsáveis pelo genocídio durante os anos 1970. A lista completa dos filmes que estão disponíveis para ver gratuitamente está aqui.
O tema boleiro também pode ser conferido nas seguintes películas: À Procura de Eric, do Ken Loach, e que foi produzido e protagonizado pelo jogador de futebol francês Eric Cantona, conhecido por suas jogadas brilhantes e pavio curto. Além do documentário "Maradona". Então para os ébrios da vez, fica a dica!
A terra vai tremer no dia 5 de novembro. Pela primeira vez (salvo engano) na história, a fechada Coreia do Norte receberá uma equipe brasileira de futebol em seu território. Será a chance dos brasileiros encantarem os norte-coreanos com o futebol pentacampeão do mundo e, de quebra, ajudar a seleção local a se preparar para a Copa de 2010, para a qual está classificada.
O time em questão é o Atlético Sorocaba, da segunda divisão paulista, que enfrentará a seleção da Coreia do Norte. Isso mesmo, caros amigos: no mês que vem, teremos o duelo Coreia do Norte x Atlético Sorocaba.
A notícia foi dada hoje pela Trivela, que repercutiu informação da agência sul-coreana Yonhap. Segundo o texto, a novidade foi dada à agência na segunda-feira por um "homem de negócios que ajudou a organizar a partida". A fonte, informa a Yonhap, é presidente da companhia automobilística Pyeonghwa. Tanto Pyeonghwa quanto Atlético Sorocaba têm o mesmo proprietário - Sun Myung Moon (foto), mais conhecido como "Reverendo Moon", o criador-líder-máximo da Igreja da Unificação.
A única ressalva ainda em relação à existência do confronto vem do próprio Atlético Sorocaba. O site do clube não menciona a partida - diz que a equipe faz uma excursão para a Ásia e enfrentará FC Tokyo, em duelo a ser travado no mítico Ajinomoto Stadium (é sério), "uma equipe da China" e o Il Hwa Chunma, da Coreia (o texto não especifica qual das duas). Há uma menção a um quarto jogo "que será definido durante a viagem", mas não se cita a possível partida contra o selecionado norte-coreano.
A torcida do Futepoca e dos amantes do futebol nacional é que o choque entre Coreia do Norte e Atlético Sorocaba se faça real. Será um duelo único entre ocidente e oriente, transformador tal qual, na ficção, foram as disputas entre Ivan Drago e Rocky Balboa e Forrest Gump e os meso-tenistas chineses. E, caso queiramos encarar de outra maneira, podemos ver a peleja como um "jogo da paz", aos moldes que fizeram Irã e EUA na Copa de 1998.
Nas transmissões futebolísticas de competições internacionais, volta e meia os narradores despejam frases como "o Grêmio (por exemplo) é o Brasil na Libertadores!". A sentença é rejeitada por quase que a integridade dos brasileiros. Mas agora, acho que dá pra afirmar sem erro: o Atlético Sorocaba é o Brasil na Coreia do Norte! Vai, Atlético!
Antes de começar o texto, estava pensando nas falhas cometidas pelos times de São Paulo e Santos, no clássico de ontem, disputado na Vila Belmiro. Mas, considerada a média de atuações que tem sido oferecida ao publico nesta edição do Campeonato Brasileiro, creio que seria injusta uma análise baseada em erros. Afinal, no jogo, que terminou com o placar de 4x3, há pontos positivos a ressaltar.
O confronto foi emocionante e imprevisível, o que já é para ser comemorado no cenário modorrento que se abateu sobre o futebol nacional. Alternativas não faltaram. O placar foi mexido várias vezes e o resultado ficou em suspense até o fim. Também não faltou garra por parte das duas equipes. E, ainda, embora não se possa dizer que foi uma aula de futebol, alguns lances bonitos marcaram a partida.
Por que desmerecer as boas antecipações de Rodrigo Souto no primeiro e segundo gols santistas – um do próprio volante e outro do garoto André, que dá pinta de ser bom atacante? Por que não enaltecer a belíssima falta batida por Hernanes no tento inaugural do Tricolor (nossa, tem gente que disse que a bola era defensável!)? Sem contar o bate-pronto de Jorge Wagner, que nem foi com a perna forte, após ótimo cruzamento do lateral argentino Gonzáles, fazendo o terceiro para os são-paulinos e, no quarto, anotado por Rogério Ceni, que não marcava há um ano, sempre se pode levar em conta o quão é diferente um goleiro decidir uma partida naquelas condições (aliás, como é legal ver o Capitão marcar!). Nessa descrição em desordem, resta destacar o oportunismo de Washington, no segundo do São Paulo, num típico lance de centroavante, e o terceiro do Peixe, deixado por Róbson, que acabara de adentrar o campo.
Enfim, por todas essas variantes, o clássico foi interessante, espantando a monotonia de domingo e da própria competição. Se alguém lembrar de jogo melhor no campeonato, que faça o favor de apontar. Pode até ser que tenha ocorrido, mas sem um bom esforço de memória...
Arbitragem
Simom realmente foi mal na arbitragem, o que não é novidade. Há muitos lances discutíveis como a falta que originou o gol de Rogério, a expulsão do Capitão, um pênalti não marcado de Léo em Dagoberto e os poucos minutos de descontos dados na etapa final. Se o árbitro é mal intencionado não tenho subsídios para afirmar, mas existem elementos de sobra para concluir que é muito fraco. E se o sujeito é referência entre os juízes brasileiros, inclusive homem de Copa do Mundo, isso só mostra que o nível geral é baixo demais.
Bola de cristal em risco
É obviedade dizer que não há chances de previsão para indicar o campeão ou quem vai se classificar para a Libertadores e, apesar da vitória do Tricolor, não ouso mudar uma linha em relação ao meu post anterior, pois a possibilidade de jogar a Copa do Brasil em 2010 é bem plausível. A inconstância das equipes é tamanha que até o Cruzeiro está no páreo. Tremei analistas de plantão! Pois neste campeonato não são só os cargos de técnicos que estão na berlinda.
Há 40 anos, em 26 de outubro de 1969, morria, na mais completa miséria, Caetano Silva, o popular goleiro Veludo (foto), reserva da seleção brasileira na Copa da Suiça. Com apenas 39 anos e parcos 48 quilos, aparentava o dobro da idade. Curtia as últimas cachaças, um vício que aniquilou sua carreira profissional. Depois da Copa de 1954, Veludo revezava como goleiro titular do Fluminense com Castilho (que seria campeão do mundo em 1958, como reserva de Gilmar). Porém, num fatídico clássico contra o Flamengo, em dezembro de 1956, o Fluminense levou uma sonora goleada de 6 a 1 e, segundo a maioria dos testemunhos, Veludo estava bêbado e poderia ter evitado facilmente quatro dos gols. Ele desceu chorando para o vestiário e foi banido das Laranjeiras. Despencou de timinho em timinho, no interior de Minas Gerais e São Paulo, até pendurar as chuteiras, vencido completamente pelo álcool. Bebia tudo o que ganhava. Mas dizia que não exagerava: "Gostava de tomar minhas cervejas, gostava demais. Fora dos treinos, fora do clube, eu aceitava qualquer convite para tomar um copinho. Minha fama se alastrou", comentou certa vez, em uma reportagem da revista Manchete Esportiva. Menos famoso que Garrincha, o mais célebre dos jogadores bebuns, ninguém soube quando Veludo morreu. Fica aqui, com quatro décadas de atraso, nossa homenagem.
O treinador do Santos e recém ingresso no time dos boleiros-políticos, Vanderlei Luxemburgo, em entrevista à Folha de São Paulo deste domingo, falou que sai do Santos se Marcelo Teixeira não for reconduzido à presidência, deixou em suspenso sua ida para o Internacional, destilou seu ódio, raiva e rancor sobre o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, que o demitiu e comentou sobre .... sua ida para o PT.
Segue um pequeno trecho, com alguns necessários negritos.
FOLHA - E a ida para a política?
LUXEMBURGO - É outra possibilidade que pode existir na minha vida, de ir para o outro lado. Nunca me filiei a partido. Filiei-me ao PT agora, no Tocantins, porque acho que é um Estado que promete, tem só 20 anos e muita coisa a ser feita.
FOLHA - Por que o PT?
LUXEMBURGO - Sempre me identifiquei com coisas que o PT fazia, mas achava o partido radical. Passou a ser mais moderado e se encaixa mais com a minha cabeça, com o meu pensamento político-ideológico.
FOLHA - É amigo do Lula? O Lulinha [filho do presidente e auxiliar no Santos] já é seu companheiro...
LUXEMBURGO - Tenho amizade com o Lula, que foi o petista que mais evoluiu. Se você pegar o Lula de anos atrás e pegar o de hoje, verá que evoluiu na ideologia política, algumas coisas que tomava com radicalismo no partido foram mudando. Isso mostra que o PT evoluiu.
FOLHA - Por que o Tocantins? Está preparado para as críticas por não ter identificação com esse Estado?
LUXEMBURGO - O mundo está globalizado, qual é o problema? Por que você não pode trabalhar no Rio se for convidado? É anormal? Vocês têm tendência à crítica. Como se fosse proibido eu entender que o Tocantins possa ter uma situação em que seja possível desenvolver um trabalho melhor do que em São Paulo. Num mundo globalizado, com possibilidades, alternativas de trabalho, você fala inglês fluente e o convidam para um jornal em Nova York. Vai deixar de ir porque é brasileiro? É crescimento. No Norte, é onde precisam de um projeto de esporte, pois não tem.
Antes de mais nada: o São Paulo tem bem, bem mais time que o Santos. Mereceu ganhar o jogo de ontem. E não é à toa que briga pelo título, enquanto o Santos patina no campeonato. OK? Então simbora falar o que precisa ser falado.
Meu maior momento de perplexidade na Vila Belmiro nesse domingo não foi no precoce gol santista, nem na virada tricolor no início do segundo tempo, tampouco no gol de Rogério Ceni. Foi quando vi, nas mãos do árbitro reserva, a placa digital que indicava "3". Em um primeiro momento achei que fosse uma indicação ao jogador do São Paulo que deixaria o campo (havia um atleta em aquecimento). Mas não, o "3" era uma referência ao tempo que seria acrescentado ao final da partida.
OS PILARES DA CULTURA
A Barca do Sol
Não puxe a arma, não faça drama,
Procure manter a calma, nã, não voa!
Não cuspa fora, não perca o sono,
Prefira sempre a balada, uma gelada!
Não force a barra, não gaste a grana,
Evite cair no gôto do esgoto!!
Não abra o frasco, não perca sangue,
Refresque seus temores numa Brahma!
Não abra o verbo, não queime a cama,
Quero que você me esqueça neste inferno!
(Do LP "Durante o verão", Continental, 1976)O primeiro à esquerda é o flautista Ritchie, futuro "Menina veneno"
Escândalo da crucificação
Jesus Cristo é convocado para depor em CPI
Parlamentares da oposição investigam relação entre episódio bíblico e mensalão
Começaram ontem na Câmara os trabalhos da comissão parlamentar mista de inquérito que vai investigar as relações entre o líder hebreu Jesus Cristo e seu apóstolo Judas Iscariotis, no que vem sendo chamado de “escândalo da crucificação”. A ideia da oposição é buscar elementos que comprovem as conexões entre o episódio histórico e as irregularidades cometidas no governo Lula, evidenciadas pela declaração do presidente que afirmou que “se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”.
A bancada evangélica, junto com a católica, tentou obstruir a abertura dos trabalhos, sem sucesso. Com base nas declarações do ex-deputado-federal e atual conselheiro profissional Roberto Freire, que disse que o presidente Lula chegou ao "cúmulo de justificar suas alianças escusas colocando Jesus e Judas em conluio”, parlamentares fizeram um requerimento para convocar Jesus Cristo como testemunha. O líder religioso teria armado a própria crucificação, ao saber das criminosas intenções de Judas em trai-lo e, mesmo assim, não ter feito qualquer denúncia. A oposição quer saber se há conexão entre a atitude de Cristo e de Lula, que teria tido postura semelhante no que diz respeito ao chamado mensalão.
Já a facção mais radical da oposição pediu que seja juntado ao relatório o chamado Evangelho de Judas que provaria não só que Jesus sabia da disposição do apóstolo como mostraria que ele mesmo teria incentivado a delação que culminou na crucificação, a exemplo de Lula, que seria o verdadeiro chefe de quadrilha do valerioduto.
Judasduto
Parlamentares investigam também a possibilidade de haver alguma relação entre o esquema de Marcos Valério e o papel exercido por Judas Iscariotes, que exercia a função de tesoureiro no grupo de Jesus (segundo João 13:29). O referido apóstolo foi acusado inclusive por um outro companheiro de Cristo de desvio de recursos.
Nesse caso, a oposição também quer saber o papel de Jesus no esquema. A acusação é de que ele sabia dos desvios de recursos praticados por Iscariotis. Um parlamentar do PSDB revelou, em off, que essa pode ser a linha da investigação. “Levando em conta que ele tinha conhecimento de que o apóstolo iria vendê-lo, é de se presumir que ele sabia dos desvios praticados pelo traidor e nada fez, assim como Lula no episódio do mensalão”.
Os trabalhos da CPI continuam na próxima semana. Até o fechamento dessa edição, Jesus Cristo não havia respondido ao requerimento da comissão. O presidente Lula descansa no Guarujá.
Isso é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com personagens da vida real é mera coincidência. Inspirado por Luís Nassif.
Estilo com bastante tradição na Alemanha. Suas origens remontam ao início do século XVI, quando surgiram os primeiros exemplares na região de Bamberg. É uma cerveja escura, com grande semelhança com as Oktoberfest/Marzen. Essa tonalidade vem do malte, que é posto perto de lareiras para ficar com um sabor "defumado" (rauch é a palavra alemã para isso). Esse processo dá um sabor muito característico à cerveja, semelhante a carne defumada e com traços de especiarias. O volume de álcool varia entre os 4% e os 7%. O site parceiro Cervejas do Mundo recomenda três marcas: a Aecht Schelenkerla Rauchbier Marzen, a Triumph Rauchbier e a Spezial Rauchbier Lager (foto).
Pra quem ainda não viu, depois da instigante entrevista do presidente Lula na Folha, outro colóquio inspirador. Joel Santana, recém-demitido da África do Sul (contrariamente à previsão de Beckenbauer), falou ao Globo Esporte. Estão ali todos os elementos que fizeram do comandante o "figuraça-mór" do futebol brasileiro. Abaixo, uma versão editada e resumida:
Futebol e amor
O futebol é como o amor. Se a mulher não te quer mais, você vai fazer o quê? Eu gostaria de continuar, mas não deu. Não fico chorando o leite que já caiu no chão, tenho que partir pra outra.
Retranca contra a técnica
Reclamaram que joguei com três volantes contra a Alemanha lá na Alemanha. Mas você quer o quê, que eu jogue aberto? Cada um tem sua maneira de ver o futebol, mas é fácil ganhar da Alemanha lá? Do Brasil, da Espanha? Vai ver se é...
Vai aparecer alguma coisa boa...
Até o fim do ano fico de stand-by, em janeiro estou pronto para voltar a trabalhar. Com certeza vai aparecer alguma coisa, não tenho dúvidas. Até porque sou iluminado. Quando eu chegar no Rio as coisas já vão começar a acontecer pra mim...
A "coisa boa" é o Fluminense????? Ou o Botafogo???
O Titanic está no mar. Se bem que de repente eu vou. Gosto de desafios. Se a torcida comprar o barulho comigo, eu vou.
Se não der um time europeu, segunda divisão não é tão ruim assim...
O Real Madrid e o Barcelona perderam ontem, será que ninguém vai me chamar não, hein? Deixa o Cuca lá resolver o problema dele. O time do Fluminense não é ruim, tem Fred, Luiz Alberto, Conca... Eu vi que o Fluminense já conseguiu melhorar nos últimos jogos, de repente dá uma equilibrada, ganha cinco seguidas e sai dessa. Mas Fluminense e Botafogo já passaram por isso, assim como o Palmeiras, o Grêmio, o Vasco, e todo mundo já viu que o mundo não acaba se o clube for rebaixado. Segunda divisão não é para dar tiro na cabeça, é para reavaliar e consertar o que está errado.
A entrevista completa e sem interpretações freudianas está aqui.