Destaques

segunda-feira, julho 14, 2008

Kléber Pereira salva Cuca. Por enquanto...

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Infelizmente, o resultado foi justo”. As palavras do volante Túlio, do Botafogo, mostram o que foi o duelo dos nauseabundos Alvinegros ontem na Vila Belmiro. Um sem-número de chances desperdiçadas de ambos os lados e um resultado que, se foi ruim para o Santos, poderia ter sido bem pior.

Pelo menos era isso que se prenunciava no início do primeiro tempo. Aos 17, o Fogão já vencia por 2 a 0, um belo gol de falta e uma falha inacreditável da zaga que deixou Wellington Paulista livre no segundo tento, uma bola difícil, mas defensável. O Botafogo poderia ter feito o terceiro, mas Jorge Henrique desperdiçou em um lance que Fábio Costa já estava fora da área Esse lance está entre os cinco gols mais perdidos da rodada, clique aqui).

O Peixe também perdeu seus lances, principalmente com Lima, mas um gol a mais do rival ainda no primeiro tempo poderia prenunciar uma catástrofe para o time da Vila Belmiro. Azar do Botafogo, que deu sobrevida a um cambaleante Santos na segunda etapa.

O estreante Roberto Brum saiu aos 25 minutos de partida (sem Rodrigo Souto, vai ficar difícil...) para ceder lugar ao meia Róbson e no intervalo Kléber Pereira entrou no lugar de Tiago Luís. Aliás, muito santista reclamava que o garoto, o “Messi” de Wágner Ribeiro, não tinha muitas chances com Leão. As que teve com Cuca, não aproveitou e ontem o comandante perguntou, quase no fim da primeira etapa: “Você quer sair?”. O menino, sem entender, respondeu: “Não”. E o treinador: “Então joga!”.

A paciência de Cuca com Lima, após perder sua terceira grande chance de gol, também acabou e Molina foi para o jogo. O Santos se mandou pra frente, mas conseguiu ocupar melhor os espaços no meio de campo, correndo menos riscos atrás. Assim, saíram dois gols do preterido Kléber Pereira, que voltou a marcar depois de oito partidas. O segundo, a bem da verdade, em impedimento, mas daqueles complicados de marcar (pra quem disser que falo isso só porque foi a favor do Santos, recomendo a leitura desse post, em que afirmo o mesmo em um lance contra o Peixe). Michael poderia ter decretado a virada no final, mas não fez.

O fato é que, mesmo revertendo uma derrota certa, o resultado não alivia a situação do Santos. Cuca já ameaça roer a corda e, inclusive, acena com dispensa de atletas. “A qualidade do grupo é boa, com jogadores de bom caráter. Mas tem que fazer por merecer para permanecer em um time grande. É difícil chegar até aqui. Quem está em uma grande equipe, não pode se acomodar”, disse o técnico.

E perguntar não ofende: Kléber, quando você vai voltar a jogar bola?

No butiquim da Política - Fim de semestre, fim da picada

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CLÓVIS MESSIAS

Bem, a situação desenhada no plenário da Assembléia Legislativa era de expectativa, uma vez que a votação da LDO, Lei de Diretrizes Orçamentária, encerraria os trabalhos do primeiro semestre. Havia antes o projeto de aumento dos professores do Estado, matéria esta que estava incomodando a harmonia entre os deputados. O trato dessas matérias tem que seguir o rito do regimento interno, o que torna a técnica de difícil entendimento para o cidadão comum. É o que podemos chamar de politiquês, já que os argumentos usados da tribuna pouco tem a ver com a realidade do projeto. Pois é, só tomando umas para entender essa história.

Os acordos políticos são firmados entre as bancadas da situação e da oposição, mas a qualquer toque de telefone do Palácio dos Bandeirantes a palavra empenhada perde o valor. A condução dos trabalhos começa a ficar vulnerável. Já imaginaram dirigir sua oratória num sentido e no meio ter que mudá-la? É coisa pra maluco. A oposição, por seu lado, tentava desestabilizar os governistas para obter algumas vantagens. Mas a reivindicação pretendida morria no nascedouro, pois o governador tucano José Serra tem a maioria absoluta dos votos em plenário.

Pois o telefone comeu solto entre o governador e seu líder no Palácio 9 de julho. A todo instante a situação ficava mais tensa. Neste momento é que começou o verdadeiro papo de butiquim. O deputado Rui Falcão, do PT, pediu verificação de presença dos parlamentares, para que a sessão pudesse seguir ou terminar por falta de quórum. O presidente da Casa iniciou a chamada mas logo constatou que havia numero suficiente de deputados em plenário para a continuidade da sessão. Por isso, contestando o comportamento do presidente da sessão, Falcão disse: "-Nobre presidente, não acredito que o senhor seja capaz de pequenas falcatruas. Se fossem maiores, aí sim, eu ficaria preocupado. Não concordo com a sua contagem".

Para meu espanto, o presidente, Vaz de Lima (foto), do PSDB, sem se dar por achado com a frase pronunciada, respondeu: "- O senhor, nobre deputado, sabe que não sou capaz dessa pequenas coisas, agradeço o seu reconhecimento. Vamos prosseguir a sessão". Olhei para os lados e vi que estava na bancada de imprensa da Assembléia Legislativa e não no butiquim. Mas era fim de semestre, tá explicado.

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

domingo, julho 13, 2008

Deu Muricy. E quando o Palmeiras vai jogar bem?

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O São Paulo venceu por 2 a 1. Foi mais objetivo e simples. Principalmente no segundo tempo. Na disputa entre técnicos, deu Muricy Ramalho, que apostou em um começo forte, com dois atacantes rápidos.

Mérito do São Paulo ao aproveitar a incapacidade de defender do adversário. A dupla de zaga formada por Jéci e Gladstone mostrou que a torcida vai sentir saudades de Henrique, negociado com o Barcelona. Também sente a falta de Pierre, volante, com o tornozelo torcido. Sem falar me Gustavo e David expulsos, que não necessariamente resolveriam.

Assim, o time verde chega à terceira rodada seguida sem vitórias. O agravante foi ter perdido esta, um clássico.

O São Paulo fez a festa com a falta de marcação sobre Jorge Wagner. No primeiro tempo especialmente. Não que o time tricolor se resuma ao meia, mas porque não marcar muito de perto o cabra? QUem caísse nas costas do recuperado Leandro se dava bem.

As "inovadoras" substituições de Vanderlei Luxemburgo combinaram mudanças que o técnico sempre fez quando o time corre atrás no marcador. Primeiro, tirou um lateral para escalar um meia (Fabinho Capixaba por Evandro). Depois, tirou um volante, Léo Lima, para pôr Lenny no ataque. Ainda tirou Diego em vez de Valdívia (aí sim um erro absoluto). Com Denilson, Alex Mineiro, Kléber e Lenny, quatro atacantes, não resolveram. O time chutou mais muito em função do recuo do adversário.

Recuo porque, depois da entrada do quarto homem de frente, Muricy mexeu. A saída de Dagoberto para entrar Eder Luis (um atacante por outro) colocou no gramado o autor do segundo gol tricolor.

Valdívia manteve o chá de sumiço. Um primeiro tempo de banco de reservas na partida contra o Fluminense, na quarta-feira, vai fazer muito bem para o meia chileno. E, quem sabe, amplia as chances de o time ver mais concretamente a chance de ter a vaga para a Libertadores. Depois de três rodadas como quinto "de besta", quer dizer, sem vencer nem ser ultrapassado, o Palmeiras percebe que poderia ter colado no Flamengo, mas ficou onde estava, dando sopa para o azar. Com a vitória sobre o Vasco, ficou oito pontos à frente.

Se o principal jogador não voltar a jogar plenamente, fica feio. Será que o Hertha Berlin mexeu com a cabeça careca dele? E se o time depende de uma combinação entre boas atuações de laterais e de volantes, é limitante.

Bom, essa foi a visão palmeirense. Que venha também a sãopaulina.

Um jogo horrível

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Como provoquei os sampaulinos dizendo que só escrevem na vítória, sou obrigado a falar da derrota do Galo para o Cruzeiro por 2 a 1.

Para aqueles que acham que o título tem a ver com o resultado, até tem, mas provavelmente foi o pior jogo que vi no campeonato.

No primeiro tempo, até houve jogadas e chances de gols para os dois lados. Embora os gols tenham saído de erros. Danilinho roubou uma bola da confusa zaga do cruzeiro e fez. O Atlético não cortou um cruzamento de escanteio e um jogador pôde chutar sozinho na área.

No segundo festival de passes errados, com times errando passes de 3 metros.

O único passe certo, aos 46 minutos do segundo tempo, redundou na vitória dos azuis.

Sobre o Galo, que estava melhorando nos dois últimos jogos, regrediu ao começo do ano. Foi um time medroso, incapaz de acertar passes de lado. Destaque negativo para Petcovic, que até vinha jogando bem, mas hoje nada fez, andou em campo.

Neste ano, em nenhum momento temi o rebaixamento. Mas hoje fiquei preocupado. Se voltar a jogae assim, sei não....

Onde repousa nosso primeiro ídolo

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Há 75 anos, em março de 1933, o chamado São Paulo "da Floresta" (antecessor do atual) venceu o Santos por 5 a 1, na Vila Belmiro, no primeiro jogo profissional disputado no país. E, simbolicamente, o gol de estréia do profissionalismo foi marcado por Arthur Friedenreich (à direita), o primeiro ídolo do futebol brasileiro, considerado o "Pelé do amadorismo". Filho de um comerciante alemão e de uma lavadeira negra, o mulato Fried jogou por 16 clubes entre 1909 e 1935, além da seleção brasileira, pela qual participou de sua histórica primeira partida, em 1914, contra o clube inglês Exeter City. E foi ele, também, que deu o primeiro título para o Brasil, o sul-americano de 1919, com um gol na prorrogação - sendo homenageado por Pixinguinha e Benedito de Lacerda com o chôro "1x0". Na época, os uruguaios, derrotados naquela decisão, batizaram Friedenreich de "El Tigre".

No Guiness Book of Records, ele é apontado como o maior artilheiro do futebol mundial em todos os tempos, com 1.329 gols. Essa informação foi publicada pela primeira vez por João Máximo no livro "Gigantes do futebol brasileiro", de 1965, baseado em relatos de amigos e familiares do atleta. Porém, há 9 anos, ao pesquisar os gols de Fried para o livro "O tigre do futebol", Alexandre Costa contabilizou apenas 556. Pelé confirmou sua coroa mas, como consolo, Fried apresenta uma média de gols superior: 0,99 (556 gols em 561 jogos) contra 0,93 do Rei (1.282 gols em 1.375 jogos). Na foto acima, vemos reunidos três de nossos maiores ídolos, cada qual em uma geração: Leônidas da Silva (décadas de 1930 e 1940), Friedenreich (dos anos 1910 e 1920) e o maior de todos, Pelé, (décadas de 1950, 1960 e 1970).

Pois então, além da data redonda de 75 anos do primeiro gol do profissionalismo no Brasil, registro nesse post uma descoberta que fiz há pouco tempo no cemitério de Pinheiros, bairro onde moro, em São Paulo: o túmulo desse herói nacional tão esquecido nos dias de hoje (veja abaixo).

Detalhe do local onde repousa "El tigre" (Fotos: Marcão Palhares/ Futepoca)

Trata-se de um mausoléu coletivo da Associação Atlética Veteranos de São Paulo (vista geral abaixo), que está encostado no muro que dá para a calçada da rua Cardeal Arcoverde. Além de várias plaquinhas indicando o nome e datas de nascimento e morte de quem foi enterrado ali, há uma placa maior informando que a obra foi "iniciada em 1956 e terminada em 1963" pela associação, mais o nome dos sete integrantes da "Comissão de Ereção" (não é sacanagem, tenho a foto para comprovar!): Arnaldo Andreucci, José Centofanti, Paschoal Ferreti, Miguel Cury Jacob, Roque de Abreu, Candido Cortez e Cesar del Lucchese. Outra placa diz que os idealizadores foram José Centofanti e Candido Cortez, e que a imponente escultura de metal (um atleta segurando uma tocha) foi projeto de J.A.Zampol. Na lápide, ao fundo, há desenhos e os símbolos de federações paulistas de vários esportes, como a de futebol (à direita). No mausoléu também está enterrado Lorival Ponce de Leon (1927-1965), atacante do São Paulo entre 1948 e 1951, período em que conquistou dois títulos paulistas, disputou 107 partidas e fez 52 gols. O "Almanaque do São Paulo", publicado pela Placar em 2005, sequer registra a data de seu falecimento.

Curioso é que, enquanto escrevia esse post, no intervalo de São Paulo x Palmeiras, a Globo exibiu cenas raras de um confronto entre Paulistano e Palestra Itália de junho de 1925. E mostrou uma foto de Friedenreich, um dos maiores ídolos do antigo Paulistano, que, naquele mesmo ano, foi o primeiro clube brasileiro a excursionar pela Europa. Após uma goleada de 7 a 2 sobre a seleção da França, em plena Paris, a imprensa local passou a chamá-los de "os reis do futebol". Foram 9 vitórias em 10 jogos, com 30 gols marcados - 11 deles por Fried. Depois que o clube alvirrubro acabou, em 1929, parte de seus jogadores ("El Tigre" entre eles) se uniu aos atletas do também extinto alvinegro A.A.das Palmeiras para formar o primeiro São Paulo Futebol Clube, que misturou as cores dos dois, adotando o branco, vermelho e preto, e existiu entre 1930 e 1935. Mais tarde, uma brecha jurídica da época permitiu que o atual São Paulo fosse fundado com o mesmo nome, herdando também o escudo e as duas versões do uniforme. Interessante é que a FPF contabiliza o título paulista de 1931 para o Tricolor do Morumbi, mas sua própria diretoria não. Um "descende" do outro, mas são clubes distintos.

sábado, julho 12, 2008

Corinthians mantém invencibilidade e liderança

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Corinthians e Santo André fizeram um joguinho bastante esquecível na tarde deste sábado, na cidade do ABC. A partida terminou em 1 a 1, gols de Marcelinho Carioca e Wellington Saci.


O Ramalhão tem um time bem fraquinho, onde Marcelinho Carioca consegue se destacar, com passes e lançamentos precisos. Mas o gol dele, ainda no primeiro tempo, foi fruto de uma saída atrapalhada de Felipe, ajudado por Chicão.


O Corinthians começou com amplo domínio da partida, com uma marcação forte no meio e saída rápida para o ataque. Parecia que seria um passeio, mas a posse de bola não se traduzia em oportunidades claras de gol. Faltava alguma objetividade ao time, cujas jogadas eram basicamente pelas laterais, com Lulinha, Dentinho e os dois alas, alimentados por Elias, que fez uma boa partida. Mas faltava poder de conclusão.


No segundo tempo, para aproveitar as jogadas pelos lados, Mano Menezes colocou Lima e tirou Eduardo Ramos. O time perdeu meio de campo e não ganhou no ataque. Não me lembro nem de Lima ter encostado na bola.


Depois, o técnico colocou Wellington Saci no lugar de Lulinha, liberando André Santos para a criação. O time melhorou, com mais inteligência no meio, e pressionou. O gol saiu de um cruzamento da direita cortado pela zaga cortou nos pés de Saci, que acertou um chute rasteiro e no canto, fazendo seu primeiro gol com a camisa do Timão.


Aconteceu um pênalti em Herrera no começo do jogo e outro mais duvidoso no finalzinho. O jogador saiu reclamano de três penalidades, o que foi exagero. Mas o juizão não obrou muito bem na partida, deixando passar faltas dos dois lados. Mas as expulsões, uma de cada lado, Dentinho cá e Williams lá, foram acertadas: o jogador andreense bateu bem o jogo todo e Dentinho foi idiota no carrinho do segundo amarelo, na lateral do ataque, jogada sem importância.


O Corinthians segue líder isolado, com 27 pontos, seis à frente do vice-líder Juventude. O Santo André está com 16 pontos e em oitavo lugar. Na próxima semana, o Timão pega o Bahia, no Pacaembú.

A essa altura, existem favoritos?

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Se o mistério pertence ao futebol, como dizia Nelson Rodrigues, a vontade de prever o futuro faz parte da aspiração de qualquer torcedor que se preze. Embora a chance de quebrar a cara seja sempre grande, ainda mais se tratando do nivelado futebol tupiniquim. 

Em 2007, escrevi um post intitulado “Será que dá pra arriscar o campeão?”, analisando a classificação do Brasileirão na décima rodada e comparando com o que acontecia em 2006. Hora de retomar a comparação.

No ano passado, a esta altura do Brasileiro, o Botafogo liderava o Brasileirão com 24 pontos, 5 à frente até então surpreendente Goiás. Um ponto atrás da equipe esmeraldina estava o São Paulo, que viria ser campeão, seguido pelo Palmeiras. Na zona do rebaixamento, agonizavam o Naútico, com seis pontos; um a menos que o América-RN e dois a menos que o Flamengo (que tinha defasagem de duas partidas). O Juventude completava o quarteto com 10 pontos e uma partida a menos.

Já ao fim do campeonato, apenas o Tricolor Paulista permaneceria no G-4, acompanhado do Santos, que na décima rodada estava a um ponto da zona do rebaixamento, mas com mais pontos perdidos que Juventude e Flamengo. O Rubro-Negro, com sua espetacular recuperação, terminou em terceiro. Logo acima de Fluminense (nono na décima rodada) e Cruzeiro (décimo). No lado de baixo da tabela, Juventude e América-RN permaneceram na degola e foram rebaixados, ganhando a companhia de Corinthians (então décimo-primeiro) e Paraná (sexto colocado).  

Se o parâmetro for 2006, o padrão é semelhante. O líder após dez rodadas era o Cruzeiro, com 21 pontos, junto com o Internacional mas com vantagem nos critérios de desempate. O São Paulo tinha 20 pontos e se tornaria campeão, enquanto o Fluminense, quarto com 19, lutaria para escapar do rebaixamento. O Inter e o Tricolor carioca deixariam o G-4, cedendo lugar a Grêmio e Santos. Na zona fantasma, como em 2007, dois times, o Santa Cruz, com 3 pontos na ocasião, e o Fortaleza, com 10, cairiam. Seus companheiros de então eram o Corinthians, com 9 pontos, e o Palmeiras, que cederam as vagas para a Série B a Ponte Preta e São Caetano.

Grosso modo, como disse no ano passado, dá para dizer que metade dos times vai permanecer próxima à posição atual, enquanto a outra metade irá subir ou cair de rendimento, se distanciando de onde se encontra. 

Dentro dessa comparação, cabe dizer que pela primeira vez desde 2006 o sempre regular São Paulo não figura entre os quatro melhores, o que pode evidenciar uma dificuldade maior para arrancar como ocorreu nos dois últimos anos. Outra curiosidade é que em cada ano um time que estava no G-4 acabou caindo drasticamente e lutando pra não cair pra Segundona, Fluminense em 2006 e Goiás em 2007. Quem vai desabar em 2008?

Palpites

Alguns corajosos arriscaram palpitar sobre os favoritos àquela altura, e um exemplo de como pode ser despropositado tentar prever o futuro é que, dentre as apostas, figuravam times como Corinthians, Goiás, Botafogo e Atlético-MG. Alguém arrisca agora dizer quem vai erguer a taça em 2008? 

sexta-feira, julho 11, 2008

Beber, cair, levantar

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Buenas, depois de um tombo cinematográfico, vários pontos no supercílio, duas costelas quebradas e dez dias no estaleiro, consegui saldar a dívida com a provedora e restabelecer a internet aqui em casa - e, conseqüentemente, o contato com o mundo dos vivos. Acidentes acontecem, mas sempre desconfio de praga de corintiano (rsrs). Brincadeiras a parte, o pior já passou: agora só dói quando respiro (pode parecer piada, mas quem já quebrou costelas sabe que é exatamente assim). O importante é voltar ao Futepoca e, aproveitando o resultado parcial da enquete sobre os assuntos preferidos pelos nosso leitores, vamos ao pitacos futebolísticos:

Seleção brasileira - Com o perdão da rima involuntária, a seleção convocada para Pequim não é de todo ruim. Dunga corre o risco de, aos trancos e barrancos, como em 1994, colecionar mais um título importante em seu currículo. Será que Ronaldinho Gaúcho conseguirá repetir o mesmo cala-boca que Ronaldo Nazário deu nos críticos em 2002?

Palmeiras - A aposta de Felipão em Ronaldo Obeso, aliás, pode ser comparada à de Vanderlei Luxemburgo no extraordinário goleiro Marcos (em termos de convicção e resultados). Não tem discussão: Marcos é seleção! E em todo jogo, o Palmeiras sempre livra, no mínimo, um pontinho. A continuar nessa toada, vai brigar, sim, pelo título. Neste domingo, vencerá o meu Tricolor.

São Paulo - Esse pessimismo - ou fatalismo - em relação ao meu time decorre menos dos últimos resultados do que da constatação, pura e simples, de que a equipe é fraca. Na justa derrota para o Náutico e no injusto empate contra o Ipatinga (que merecia ter vencido, não fosse o Rogério Ceni e a trave), comprovei que: 1) Como diz a Thalita, Richarlyson fora é reforço; 2) O time não tem lateral-esquerdo e, daquele lado, os adversários fazem a festa; 3) Joílson tem que jogar no meio, Muricy, no meio!; 4) Jorge Wagner e Aloísio já estão merecendo fazer companhia ao Dagoberto no banco, mas não há substitutos; 5) As prováveis saídas de Alex Silva, Hernanes e Miranda tendem a deixar a coisa ainda mais feia. Conclusão: temporada perdida ou uma (improvável) vaga na Libertadores. Um lugar na repescagem da primeira fase já mereceria rojões.

Santos - Não acredito que o Peixe seja tão fraco ao ponto de freqüentar a zona de rebaixamento, bem como o Fluminense. É fase - e deve ter algo a ver com a tal "terra arrasada" que Luxemburgo deixa quando sai de um clube. Os dois reforços mostraram serviço no último jogo e a tendência é o time engrenar. Só que algo me diz que não será com o Cuca...

Corinthians - Não acompanho a segunda divisão, mas a mídia "são-paulina" me mantém constantemente informado sobre as sucessivas vitórias e goleadas do alvinegro paulistano. Literalmente sem adversários, o clube deve garantir o acesso e o título de forma invicta, em pouco tempo. Não gostei da postura do Mano Menezes na derrota para o Sport, mas o trabalho que ele faz no Corinthians merece elogios.

Fluminense - Pra variar, era quarta-feira e não vi o jogo. Deu LDU, o que é melhor do que um time argentino. O Flu caiu - e eu também, quase que no mesmo horário...


Pronto, palpitei. Volto agora aos comprimidos de codeína, às cápsulas de cetoprofeno e ao colete que tenta manter os ossos soltos no lugar. E o Ministério dos Jornalistas que Vão ao Bar Sem TV na Quarta-Feira à Noite adverte: Se beber, não caia; Se cair, cuidado com os ossos; E se quebrar as costelas, evite hospitais públicos!

Minha estréia no estádio

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Brunna Rosa





A noite fria e de atuação apagada marcou a minha estréia nos estádios de futebol. Após uma enrolação formidável e alguns contratempos na aquisição do ingresso (havia um bar no meio caminho, no meio do caminho havia uma fila...) lá estava eu devidamente à paisana, pronta para entrar no glorioso Palestra Itália.

A noite prometia uma partida não tão difícil, sem maiores problemas para o Parmera, que recebia o catarinense Figueirense. Era estréia do novo uniforme e o retorno do Valdívia. Sim, eu veria o Mago atuando e estava confiante que ele faria um belo gol!

Na entrada, mais contratempo. Depois de revistar minha bolsa, a policial militar feminina avisou: "não pode entrar no estádio com livro". Por sorte, ela não pediu para ver o título nem para retirá-lo da bolsa. "Na próxima, você não traz". Passo por ela sem entender a medida, que me parece descabida. Hoje de manhã, o Frédi alertou que o temor da polícia é que o papel vire combustível na mão de algum torcedor que queira jogar uma "bola em chamas" dentro do estádio.

Adentro ao Palestra, onde toca Bezerra da Silva no sistema de som. Isso mesmo, o Bezerrão, mas a música eu não consegui identificar. Não sei se é regra, mas o sistema de som do estádio é horroroso.

Subo na primeira escadaria, arquibancada vermelha. Reparo que estou no meio da Torcida Uniformizada do Palmeiras (TUP) e me lembro da tentativa anterior de adquirir ingressos para assistir Palmeiras e Náutico, e a briga entre esta e outra organizada do mesmo time, a Mancha Alviverde, que terminou em gás de pimenta e bomba de efeito moral. Assim resolvo descer, ir para o outro lado do estádio (só depois reparei que dava para atravessar a arquibancada sem sair dela).

Quando subo, estou no meio da Mancha. A impressão é que esta torcida é muito, mas muito mesmo, mais animada que a outra. Animada até demais, então resolvo ficar entre os blocos, distante das duas, no meio, com uma terceira torcida organizada que tinha alguns bumbos, chamada Savóia.

O espaço estava um pouco mais vazio e tinha mais cara de "família". Logo o ambiente também mudou, mas eu fiquei.

Tudo novo e fascinante, de um lado ficava olhando a Mancha descendo e subindo a bandeirona e suas coreografias. De outro, a TUP fazia sua parte. Num misto de análise sociológica e idiotice pura, estava tão encantada com tudo, que o jogo havia começado e eu nem tinha visto!

O jogo corre, eu ainda aprendendo os cantos da torcida, procurava entender quem era dono de qual camisa em campo. Mais tarde, seguindo as orientações padrão, aproveitava qualquer deixa para xingar o juiz. Deflagrada a cota de "elogios" ao dono do apito, me considerei credenciada como torcedora.

Fim do primeiro tempo. Enquanto aguardava, o vendedor gritava "cerveja, cerveja". Por uma questão ética, não pago quatro reais em cerveja servida em copo de plástico. Por isso, me livrei de ser ludibriada pela falsa oferta. Hoje, pela manhã, me certifiquei com o Anselmo: era sem álcool.

O resultado: intervalo sem cerveja.

Com o retorno dos jogadores, chegou às proximidades um grupo de torcedores daqueles que gritam durante 45 minutos. Sugerem destinos aos jogadores ("volta pro Grêmio, Diego!"), fazendo ironias sem cessar ("tão achando que é pinbolim (sic)?"), além de incentivar o time ("é isso time, é isso time, cruza alto, porra!").

E claro, na hora do gol do Palmeiras (o que empatou a partida) pude experimentar a sensação de ver as 19 mil pessoas pulando e gritando, além da euforia que empurrou o time, que por sua vez esbarrou nas deficiências técnicas de alguns e na falta de alvo certeiro de outros. Sinceramente, não havia torcida do Figueirense.

Fazendo uma cera enorme, fazia coro com os pedidos de cartão para os jogadores do Figueirense. Que de nada adiantou, com o apito final, a torcida decepcionada se dividia entre os que não paravam com os "elogios" ao juiz, aos jogadores e as cobranças de uma vitória no clássico de domingo.

Para mim, enquanto aguardava o tumulto da saída do estádio, de certo a vitória seria mais agradável. Mas estava muito mais empolgada por ter finalmente assistido a um jogo e ter começado a entender definitivamente a tal da paixão pelo futebol, do que a sensação do resultado positivo.

Mesmo assim, fui comemorar. De lá, direto pro bar.

Empate em casa deixa o Palmeiras em quinto

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Que bar é este que não tem TV? Foi num lugar assim que eu não assisti o empate entre Palmeiras e Figueirense no Palestra Itália. Diferentemente dos jogos contra Vasco, Flamengo e Cruzeiro, em que foi goleado, o time catarinense soube segurar os paulistas. O tropeço representou os dois primeiros pontos perdidos em casa no Brasileiro e a manutenção da quinta posição. Ou, chance perdida de se aproximar do Flamengo.

O alviverde paulista saiu perdendo aos 16 e empatou aos 25 do segundo tempo, com gol de Alex Mineiro. O artilheiro, ao lado de Marcinho, desviou com o bico da chuteira o cruzamento de Fabinho Capixaba, depois de jogada individual. Constam boas jogadas do Figueirense, que poderia ter feito estrago maior.

É importante o lateral reserva funcionar um pouquinho melhor. Jefferson, pela esquerda, perdeu um gol aos 49 da segunda etapa. No resto, não há registros de que tenha entrado em campo. Pelo jeito, ambos não estão no nível dos titulares, mas o canhoto está mais distante.

Sem cruzamentos como no jogo passado, avalia Vicente Criscio, do Terceira Via Verdão, a posse de bola e as finalizações não resolveram.

Ao contrário do que eu imaginei, Lenny saiu jogando, se movimentou, mas foi substituído por Denílson na segunda etapa. Pierre torceu o tornozelo, deu lugar a Wendel, que deu lugar ao meia Evandro. O time ficou com a surpreendente formação de um único volante, Léo Lima. Evandro é capaz de pôr Valdívia no banco dia desses.

"O Verdão permanece em quinto, e mais do que nunca uma vitória frente ao São Paulo domingo é obrigação", explica Conrado, do Parmerista. Para o clássico, o Palmeiras tem o reforço de Martinez e Kléber.


O parceiro considerou lamentável a atuação de Valdívia, e lhe concedeu nota 2,5. Os 19 mil palmeirenses (ou seria 19.001?) viram o mago realizando o número do desaparecimento, tirando o fato de ter levado cartão uma partida depois de ter cumprido suspensão pela terceira advertência. Ao que consta, a última vez em que o chileno esteve bem na foto foi ao lado de duas modelos na apresentação do novo uniforme, estreado ontem, aliás, mais verde escuro.

quinta-feira, julho 10, 2008

Corinthians goleia o Marília e ganha reforços da enfermaria

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Assisti o compacto de Corinthians 5 x 0 Marília. Num jogo cheio de complicações, a começar por Herrera e Douglas, dois destaques do time, já eram desfalques por suspensão. Já em campo, uma cabeçada estilo Três Patetas de William e Nilton tirou o volante de campo com o nariz quebrado. Alessandro também saiu cedo, com uma contusão no músculo da coxa.

Os substitutos dos desfalques iniciais foram Acosta, meio de atacante, e Lulinha, mais ou menos de meia. No lugar dos machucados durante a partida (antes de 15 minutos do primeiro tempo) foram Carlos Alberto no meio e o estreante Denis (ex-Santos) na lateral-direita

O time começou meio estranho, mas melhor que o Marília. Acosta, surpreendentemente, vinha jogando bem, e sofreu um pênalti (pra lá de discutível), convertido por Chicão. O zagueiro, além disso, matou a pau na defesa e na saída de bola.

Denis, contrariando um pouco previsões bastante pessimistas do santista Glauco, não foi mal. Fez duas ou três boas jogadas no ataque e não comprometeu a defesa. A tabela com Lulinha que resultou no quinto gol foi bonita (a conclusão foi sorte).

No segundo tempo, Acosta foi infantilmente expulso, mantendo o status de minha decepção no ano. Além disso, a bola bateu no braço (aberto) de Eduardo Ramos e o juiz deu pênalti, o que pode ser questionado se levarmos em conta a tal da intenção, numa discussão infértil, mas que no fórum adequado pode ser divertida. Como Felipe pegou, deixa pra lá.

No mais, o placar elástico se deveu mais a uma atuação bisonha do goleiro do Marília, que levou um gol por debaixo das pernas de Dentinho, pegou com a mão bola recuada com os pés por um zagueiro e deu azar no chute de Denis. Mas o Corinthians foi pra cima, jogou melhor que o Marília e mereceu com folga a vitória.

Mais dois
Da enfermaria, surgem dois reforços para o elenco alvinegro: o meia Dinelson e o volante Marcelo Oliveira. O primeiro era um carinha habilidoso, mas pouco produtivo, que chegou numa das infinitas crises do Corinthians (se bem me lembro, com Regis Pitbull), jogou Copa São Paulo e ficou meio esquecido. Quando começou a ser aproveitado, arrebentou o joelho e ficou coisa de um ano parado. Dada a escassez de meias em todo lugar, pode ser boa opção e, vai saber, de repente cola.

Marcelo Oliveira era um segundo volante, prata da casa, que começou no início do ano passado. Jogava numa espécie de ala esquerda, naquele time do começo do Brasileiro que chegou a disputar a liderança. William foi vendido, Oliveira arrebentou o joelho (sempre ele), um monte de outras coisinhas aconteceram, e acabou-se a ilusão. Mas fiquei com uma ótima impressão do rapaz, inteligente, tocava bem a bola, descia na hora certa. Se voltar no mesmo nível, disputa vaga no time titular de segundo volante.

E menos um
O Timão não paga mais o salário de Roger. O dublê de meia rescindiu seu contrato e foi para o Qatar, onde será feliz. O Grêmio chiou barbaridade, mas eu achei foi bom.

Impressões despropositadas

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Esse post é mais uma encucação de um torcedor preocupado com o seu time do que uma análise jornalística. Deve ser interpretado com esse prisma. Mas também adianto que eu, no atual momento, não conseguiria fazer um artigo profissional tão díspar assim.

Ontem estive na Vila Belmiro para ver Santos 1x1 Grêmio. Surpreendeu-me a Vila lotada; e até arrisco dizer que o número de 10 mil presentes anunciados não condiz com a realidade. Mas esse não é o assunto. Quanto ao time em campo, vi um Santos aguerrido, determinado, com Kléber fazendo - e no meio-campo - talvez sua melhor atuação em 2008. Michael e Maycon Leite (isso é nome de jogador, meu deus!?) também atuaram muito bem e deram esperança à torcida peixeira. O primeiro, inclusive, foi premiado com um belo gol.

Mas o Santos não venceu. E é aí que eu queria focar a tal encucação.

Saindo do jogo, a caminho de casa, ouvi no rádio a entrevista coletiva do Cuca. E o tom das declarações do técnico sugeria uma postura derrotista, conformista, aquela que não passa a menor confiança. "O time criou, mas não é todo dia que uma bola bate no travessão, que o goleiro faz defesa com o pé, que a bola passa raspando três vezes só no primeiro tempo... mas um dia a bola vai entrar e as coisas vão melhorar". Aí que tá. É essa expectativa de que tudo vai dar certo no final - que final? - que me assusta.

Cuca parece ter consigo um estigma irretirável de perdedor. Nos acostumamos a vê-lo no Botafogo em situações muito parecidas - a da quase-vitória, do trabalho que não dá certo por detalhes, do esforço não-recompensado, das coletivas explicando derrotas e insucessos.

No Santos atual, onde há cenário de crise institucional, incompetência administrativa e pindaíba financeira, talvez esse espírito do "quase deu" seja o componente que faltava para o time amargar um rebaixamento.

Querendo ou não, são seis partidas sob o comando de Cuca, e nenhuma vitória sequer. Com direito a um 4x0 contra o fraquíssimo Goiás em plena Vila. Não tenho números, mas, falando de cabeça, não lembro de um treinador que tenha demorado tanto tempo assim para vencer um jogo no comando do Santos. Por menos, por muito menos, Leão, o técnico que tirou o Santos da fila em 2002, foi agressivamente pelos torcedores santistas no início do ano. Até quando Cuca permanecerá, para usar uma gíria do jornalismo político, "blindado"?

Melhorou, mas não ganhou

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Ontem finalmente o Santos parece ter acordado para o campeonato. Dominou com sobras durante a maior parte do primeiro tempo e somente Maikon Leite perdeu três oportunidades de abrir o placar. Aliás, o atacante de 19 anos vindo do Santo André mostrou habilidade e velocidade, atordoando a defesa gremista principalmente quando atuou pelo lado esquerdo.

Cuca utilizou a formação com três atacantes e Kléber no meio-de-campo, abandonando parcialmente o esquema com três defensores usado na partida contra o Atlético (PR). Digo “parcialmente” porque Rodrigo Souto jogou à frente da zaga, recuado, na intenção de dar mais qualidade à saída de bola. Michael, estreando como ala esquerdo, também cumpriu essa função, e bem.

Mas o time tomou um gol em uma jogada de escanteio, onde Rodrigo Mendes estava inacreditavelmente sozinho. Isso gerou a justa cobrança de Fábio Costa em Kléber Pereira, que deveria estar no primeiro pau. A propósito, onde se esconde o futebol do artilheiro santista, que não consegue sequer acertar um passe?

Inúmeras chances desperdiçadas depois, o Santos conseguiu empatar em um belo voleio de Michael. Sorte da equipe da casa, que, se voltasse para o segundo tempo em desvantagem, certamente penaria com o descontrole de nervos que tem caracterizado seus atletas.

A etapa final foi mais equilibrada, com o Grêmio chegando mais no ataque. Roth colocou três atacantes para tirar a sobra da defesa santista. As chances no segundo tempo surgiram para os dois times e os gaúchos chegaram mais do que nos 45 minutos iniciais. A dupla de zaga santista conseguiu piorar o seu parco desempenho do primeiro tempo, com Fabão e Marcelo absolutamente inseguros. Por pouco não entregaram o ouro. Perto do fim do jogo, Roth desfez o esquema com três à frente quando resolveu que o empate estava bom. Uma certa pressão peixeira e nada de gol.

Se o Santos estivesse em situação normal, um empate em casa com o então terceiro colocado poderia ser até um resultado aceitável. Contudo, a pressão pela recuperação impede qualquer tipo de alívio. Mas pelo que se pôde ver ontem, há esperança mais adiante. Que a virada não tarde. E que os dois “Kléberes” voltem a jogar o que podem.

Notas de um bom futebol

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Não vi as outras partidas, claro que por estar em frente à TV para Galo e Flamengo, no Mineirão.

O resultado, empate em 1 a 1, poderia ser melhor. Como aconteceu antes contra o Palmeiras, o Atlético Mineiro pedeu muitas chances de gol, principalmente no segundo tempo. Faltou, mais uma vez, competência para o ataque. Mas é verdade também que o Flamengo teve chances no contra-ataque e poderia ganhar mais uma.

De qualquer forma, foi uma ótima partida de futebol. A esperança é que agora com os times voltados apenas para o Brasileirão, enfim melhore o nível, que estava sofrível até então.

Para não dizer que não vi nada além do próprio umbigo, assisti a pedaços de Flu e Atlético Paranaense no primeiro tempo. Os três a zero foram falsos. Os paranaenses poderiam empatar ou até ganhar na primeira etapa. Não fizeram e tomaram.

Bom para o Flu, que mesmo sem dois de seus maiores jogadores, os Thiagos, conseguiu vencer e começar a subida para fora da zona de rebaixamento.

Só uma provocação para terminar. São Paulino não aparece mesmo em dia de derrota?

Daniel Dantas e outros dez fora da cadeia

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O habeas corpus levou menos de 48 horas para sair. Daniel Dantas e outros dez detidos na operação Satiagraha foram liberados na noite de ontem, 9. Celso Pitta e Naji Nahas seguem na sede da Polícia Federal.

Jornalistas fizeram plantão por lá durante o dia para ouvir os advogados de defesa queixosos por não terem acesso aos autos do inquérito, mas apenas à decisão que determinava a prisão dos investigados para coleta de provas.

No plenário do Senado, parlamentares como Arthur Virgilio e Heráclito Fortes defenderam os direitos de defesa e de preservação da imagem dos alvos da operação da Polícia Federal. Mostrá-los em algemas é um exagero, dizem.

Divulgação


O ministro Tarso Genro reconheceu que a imagem de Pitta sendo acordado, de pijama, exibida pela Globo, foi uma violação de normas internas do novo manual da Polícia Federal. Segundo ele, a exposição que cause constrangimento ao preso ou viole os direitos individuais garantidos pela Constituição é proibida.

Vale lembrar que esses protestos ganham a tribuna do Congresso quando as vítimas são banqueiros, políticos e empresários, enquanto a crítica à aplicação das algemas em adolescente, por exemplo, recebe bem menos atenção.

As queixas contra as "arbitrariedades da PF" aconteceram antes na prisão de Adriano Schincariol, diretor-superintendente do grupo, e outros executivos. Também aconteceu na operação Persona, da Cisco, e na operação 274, com postos de gasolina. Até na prisão do narcotraficante Juan Carlos Abadia houve esse tipo de queixa – em virtude de endereço errado.

Enquanto isso, nas análises do caso, repetir o que disse Paulo Henrique Amorim ganhou estatuto de lugar comum. Dantas tinha sua bancada no Congresso e circulava tanto no governo Fernando Henrique Cardoso quanto no de Lula. E torcer para que alguma bomba caia em colo governista virou a aposta da oposição.

Se o trânsito era tão intenso, deve ter gente preocupada. Já tem até ranking de nervosismo pós-Satiagraha.

quarta-feira, julho 09, 2008

De novo, sem Leandro e Granja. Sem Kléber também

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O Palmeiras vai a campo contra o Figueirense, na quinta-feira, no Palestra Itália, sem os laterais titulares, Leandro pela esquerda e Élder Granja pela direita. Enquanto o primeiro se acerta com o Porto para prorrogar o contrato, o segundo tem que lidar com a sentença judicial que deu ganho de causa ao Corinthians de Alagoas, assegurando ao time de Maceió que o lateral deve se apresentar por lá. A negociação corre solta.

Dá-lhe Fabinho Capixaba e Jefferson, mesmo tendo ido muito mal contra o Atlético MG.

No ataque, o desgovernado Kléber cumpre a segunda partida de suspensão determinada após a expulsão contra o Náutico, resultado do segundo cartão amarelo na partida, que era seu terceiro acumulado. Quer dizer, como já estaria suspenso de um jogo pelo terceiro amarelo, ficou dois de fora por também ter sido expulso. E pode piorar se o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) ampliar a pena nesta terça.

Lenny tenta, mas o titular deve ser Denilson. Jorge Preá não seria mal, mas é inferior ao Kléber (em termos de futebol, não estou falando em carrinhos nem cotovelos).

Valdívia volta, mesmo tendo sido expulso do treino por reclamação excessiva contra o árbitro Nélson Souza Góes. Mandou o aprendiz para "aquele lugar" por três vezes. Em português.

O elenco verde não é tão ruim como dizem os secadores nem tão bom quanto acreditou a imprensa na cantilena do treinador Vanderlei Luxemburgo. Mas se não renovar com a dupla de laterais titulares, a casa vacila.

terça-feira, julho 08, 2008

Daniel Dantas na cadeia

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Algo que eu e meus botões sempre consideramos como um sonho quase impossível de ser realizado aconteceu nesta manhã: Daniel Dantas, o monstro, o mito, foi preso pela Polícia Federal. Junto com ele foram toda a cúpula de seu banco, o Opportunity, incluindo sua irmã, Verônica Dantas, além do especulador Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo, Celso “Nunca mais votem no Maluf” Pitta.

As prisões forma resultado da Operação Satiagraha da PF, que nesta terça-feira pela manhã cumpriu 24 mandados de prisão e 56 ordens de busca e apreensão. As acusações sobre a trupe são vastas e variadas, incluindo lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal, evasão de divisas e espionagem.

A cobertura mais completa do acontecido, numa série de reportagens que estão sendo feitas por quem manja do assunto, é do Terra Magazine, de Bob Fernandes. É dele o trecho seguinte: “Das entranhas do que há de mais poderoso nos comandos financeiros, sociais e políticos - como conhecerão em detalhes os leitores de Terra Magazine nos próximos dias -, emerge o que a Polícia Federal, depois de 2 anos de investigações, trata como organização criminosa comandada por dois grupos distintos e dois "capos" - expressão da própria PF - que atuariam em consórcio, Daniel Valente Dantas e Naji Robert Nahas.”

E quando fala de poder financeiro, Fernandes não está brincando. Não me lembro de nenhum grande escândalo de corrupção, lavagem de dinheiro, caixa 2 ou o que seja que ocorrido no Brasil nos últimos 10 anos sem que o nome de Daniel Dantas ou um de seus prepostos tenha sido envolvido de alguma forma. Privatizações, Banestado, Valerioduto, grampos da Kroll, dossiês, financiamentos de campanha, favorecimento de empresas por Bancos Públicos, tudo tem a digital de Dantas em algum momento.

Economista, ele inicia sua “militância política” no antigo PFL, hoje DEM. Chegou a ser cogitado para ocupar o Ministério da Fazenda do governo Collor. Trabalhou em bancos por ai e, em 1996, segundo ano do primeiro mandato do tucano Fernando Henrique Cardos na presidência, abriu o Opportunity.

No governo de FHC atingiu sua estatura de “capo”, nas palavras da PF. Por meio de um fundo de investimentos criado num paraíso fiscal, foi o grande beneficiado nas famigeradas privatizações das telecomunicações brasileiras, sobre as quais pairam suspeitas das mais diversas. Associou-se ao Citibank e aos fundos de pensão brasileiros e manipulou uma quantidade impressionante de dinheiro de um lado para o outro. Brigou com seus parceiros um por um, sendo defenestrado do comando da cadeia societária da BrasilTelecom e outras teles graças sobretudo à atuação da Previ. É alvo de uma ação bilionária na justiça dos EUA, movida pelo Citibank.

A queda de Dantas poderia levar a uma reação em cadeia que vitimaria, em maior ou menor grau, todos os grandes partidos brasileiros, além de boa parte do empresariado (sim, porque ninguém se vende sem ter quem compre). Veremos até onde a PF consegue chegar.

Veja mais Daniel Dantas no Futepoca.

Mesmo se quiser, Dunga não vai armar retranca

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Os 18 de Dunga foram chamados ontem. Ronaldinho Gaúcho, Robinho e o zagueiro Thiago Silva são os maiores de 23 com passaporte carimbado para a Olimpíada de Pequim.

Aos que acusam Dunga de retranqueiro, uma nota: são dois goleiros, três laterais, três zagueiros e três volantes. Os outros sete são meias ofensivos e atacantes.

Note-se que estou chamando de ofensivos jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves do Fluminense e Diego do Werder Bremen. Na frente, é indiscutível que Alexandre Pato, do Milan, Jô, do Manchester City, Rafael Sobis, do Real Bétis, e Robinho, do Real Madrid, são atacantes natos.

Mas cabem mais questionamentos. Thiago Silva nunca atuou como titular de Dunga. Foi convocado nas Eliminatórias, mas ficou no banco de Juan e Lúcio, os titulares. O treinador xará de anão resolveu variar. É justo, mas o cara não foi bem na final da Libertadores. Uma partida não queima uma biografia, claro. Mas ainda preciso entender melhor.

À lista:

Goleiros
Diego Alves - Almería
Renan - Internacional

Laterais
Ilsinho - Shakhtar Donetsk
Rafinha - Schalke 04
Marcelo - Real Madrid

Zagueiros
Alex Silva - São Paulo
Breno - Bayern de Munique
Thiago Silva - Fluminense

Meio-campistas
Anderson - Manchester United
Hernanes - São Paulo
Lucas - Liverpool
Ronaldinho - Barcelona
Thiago Neves - Fluminense
Diego - Werder Bremen (opção de link)

Atacantes
Alexandre Pato - Milan
- Manchester City
Rafael Sobis - Real Bétis
Robinho - Real Madrid

Detalhe
Na página da CBF constam fotos dos atletas convocados. Alguns apresentam imagens com fundo recortado de modo tosco, como a do Robinho e do Lucas. Mas a mais curiosa é de Alexandre Pato (abaixo). Na época em que foi tirada, o jogador ainda tinha espinhas. Compare.

Esforço motivacional para times na zona da degola

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Se até Rubens Barrichello com a Honda conseguiu um pódio, por que não, Santos? Rumo a Libertadores!!!

segunda-feira, julho 07, 2008

Beckham ajuda a vender cuecas na Inglaterra

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Por Brunna Rosa



Deu no jornal inglês Telegraph: a venda de cuecas da marca que o jogador inglês David Beckham está promovendo subiu até 150% nas lojas londrinas. O marido de Vitoria realizou recente sessão de fotos – muitas ainda não liberadas para o grande público - posando apenas com a pequena peça íntima nas praias de Malibu. Em todas as fotos as tatuagens do moço são bem visíveis, mas isso já é assunto para outro post.

Segundo a loja consultada pela reportagem do jornal britânico, o modelo mais procurado da marca é o usado por Beckham na primeira foto, bem justo ao corpo. "Muitos homens ainda estão assustados com esse tipo de cueca, mas as vendas aumentaram. Reparamos que os homens estão trocando o modelo mais tradicional por este", diz Mithun Ramanandi, o gerente.



A campanha com Beckham está sendo veiculada em revistas de esportes e de moda, além de gigantescos outdoors em diversas cidades do mundo, entre elas, Nova York, Los Angeles, Londres, Milão, Roma, Paris e Tóquio. Quanto a São Paulo, a reportagem apurou que, devido às restrições da “Lei Cidade Limpa”, a foto do jogador não será veiculada.

Frisson nos EUA
Já na Califórnia, o outdoor do atleta causou tumulto em junho deste ano. Milhares de fãs fizeram fila para vê-lo em carne e osso e Beckham compareceu e autografou as vestimentas dos 175 primeiros compradores que gastaram mais de US$ 200 por cada cueca.

Segundo o site Female First, o jogador teria ficado "impressionado com a quantidade de pessoas que estavam olhando a sua foto". O mesmo portal informa que um musical sobre a vida do jogador e de sua mulher, Victoria Beckham está sendo produzido.

Na Nova Zelândia, TV se engana e mostra filme pornô em vez de esporte

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Domingão, 6, e os fãs de rugby na Nova Zelândia assistiam ao canal de TV aberta Prime Television. No ar, o programa Toyota Grassroots Rugby, que detém a transmissão de todas as partidas da temporada nacional. De repente, lá pelas 15h locais, por quatro minutos ininterruptos, entra no ar a transmissão do canal pay-per-view pornográfico Spice:Xcess.

Segundo a programação do canal adulto, o filme exibido seria Desperate Blackwives 2 (foto), que estreava no canal naquele fim de semana. As emissoras rivais tripudiaram ao mostrar pais inconformados e crianças supostamente chocadas.

Foram "premiados" os espectadores da região de Auckland (norte da ilha) e os assinantes de TV por assinatura via satélite. Segundo o porta-voz da empresa, Tony O'Brien, técnicos da emissora acusaram uma confusão no processo de distribuição e a rede pediu desculpas por qualquer ofensa causada.

O tropeço (ainda) não derrubou

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Rubens Chiri/saopaulofc.net
O São Paulo deu vexaminho ontem, pelo Campeonato Brasileiro. Empatou em um gol com o fraco Ipatinga, em casa. E, se não fosse Rogério, que defendeu pelo menos três bolas muito difíceis, poderia ter sido pior.

O Tricolor jogou mal inteiro, mas, surpreendentemente, a zaga falhou demais. Alex Silva e Miranda estiveram irreconhecíveis. Alex até quis sair no braço com o Zé Luis. Será que é por isso que o Muricy tanto esbraveja contra as especulações antes da janela de transferências? Estariam os dois zagueiros com a cabeça na Europa e nos seus possíveis salários em euros? Que seja, não é comum um jogo tão ruim assim dos dois. Espero que tenha sido um ponto fora da curva da normalidade.

Mas, de qualquer forma, o empate não parece ter prejudicado muito o time na tabela. Com a vitória, o São Paulo apenas teria subido uma posição, ultrapassando o Náutico e colando no Palmeiras. E o Ipatinga não é adversário na busca pelo título (ou pela vaga na Libertadores).

Uma vez ouvi o Casagrande dizendo que, nos torneios de pontos corridos, existem vários pequenos campeonatos: o que vale o primeiro lugar, aquele pela classificação para outros torneios e o do rebaixamento. São Paulo e Ipatinga não dusputam o mesmo campeonato. Se a teoria vale mesmo, um tropeço diante do Ipatinga não é tão ruim (isso só na tabela, claro, porque empatar com o Ipatinga dói).

O São Paulo impediu que o Flamengo ganhasse 3 pontos em casa e arrancou um empate com o Cruzeiro, também fora. Aí, prejudicou adversários diretos.

Por isso, as próximas três rodadas, contra Palmeiras, Náutico e Vitória, serão decisivas para o São Paulo mostrar qual campeonato está disputando. O principal, o pela Libertadores ou, no máximo, aquele que vale a Sulamericana?

A torcida imaginária da Globo

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O assunto não é novo, mas como continua a acontecer, merece menção. Ontem, após secar Roger Federer e assistir a um jogo épico na final de Wimbledon, vi o restinho da partida entre Atlético (MG) e e Palmeiras. Parecia até que o confronto era no Palestra Itália. Só se escutava a torcida do Verdão, de forma tão nítida que chegava a rivalizar com a narração e os comentários. Em franca minoria entre os 35 mil pagantes no Mineirão, a Globo fez com que chegassem aos nosso ouvidos a adaptação da torcida verde de Asa Branca, praticamente uma segunda morte de Luiz Gonzaga, e outra “versão”, do Dale Boca, pra mim prova do complexo de vira-latas eterno que volta e meia se manifesta nesse pais, além de brutal falta de criatividade (antes que digam, não é exclusividade da torcida palestrina).

Na final a Copa do Brasil, os corintianos, que representavam pouco mais de 5% da torcida na Ilha do Retiro, tinham seus gritos transmitidos para todo Brasil, enquanto o correto Cléber Machado narrava quase com lamentação os gols do Sport. O assunto foi pauta no Extracampo e no De Primeira, onde o colunista Julio Moreira explicou o recurso: “O áudio foi captado e divido em 3 canais - o do narrador, o da torcida do Corinthians e o geral do estádio. Então, o diretor técnico aumenta o volume do canal da torcida do Corinthians e diminui o volume geral do estádio.”

Fiquei impressionado com esse tipo de recurso quando, na partida entre Cruzeiro e Santos, mesmo com o time paulista perdendo por 1 a 0, só se ouviam os santistas cantarem em pleno Mineirão. Mesmo com a goleada, de novo o “fora Leão” que se gritava superava uma maioria feliz no estádio. O mesmo se repetiu no domingo retrasado, no jogo entre Cruzeiro e São Paulo.

A lógica, pra variar, é comercial. Como a partida não é transmitida para a praça em que ela acontece (exceção à final da Copa do Brasil), busca-se privilegiar o mandante, ainda mais sendo de São Paulo, foco principal dos anunciantes. Mas existe uma clara distorção da realidade, ainda mais quando o locutor corrobora a farsa dizendo: “e olha como canta a torcida do [time paulista].”

Transmissões esportivas têm um caráter de espetáculo, de entretenimento, e os recursos eletrônicos e palpiteiros de cabine estão aí pra isso. Mas também merecem um tratamento jornalístico, e isso a Globo faz bem, com repórteres de campo competentes e outros profissionais que dão uma bela retaguarda ao que acontece na rodada. Entretanto, quando falseia o som ambiente de forma tão grotesca, acaba jogando por água abaixo qualquer esforço de todos ali envolvidos, reforçando bairrismos e ludibriando o espectador comum.

Se for pra abandonar o critério jornalístico, talvez seja melhor contratar os humoristas do Pânico para fazer reportagens de jogo e, quem sabe, a Lucia Hippolito para comentar da cabine, para ouvirmos mais análises e ilações de nível como a descrita aqui. Já que é circo...

No butiquim da Política - Ninguém sabe, ninguém viu

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*Por CLÓVIS MESSIAS



Não estou brincando. Corre pela Casa, expressão corriqueira no legislativo paulista, que uma cadeira daquelas importadas que foram compradas para serem usadas no novo anexo do Palácio 9 Julho (ainda no esqueleto), foi levada por um deputado estadual que ocupa uma secretaria municipal, para maior conforto em seu gabinete. Vale uma lembrança: este mobiliário, comprado pelo mesmo parlamentar, está empilhado nos corredores e subsolo do prédio da Assembléia Legislativa. Numa mesa, aqui neste buteco, um filósofo disse que nunca antes tinha visto comprarem móveis antes da casa ficar pronta. O filósofo tem razão, mas em casa política tudo pode acontecer, acreditem.

O setor de patrimônio do legislativo diz que não sabe se a cadeira saiu, mas também consta que não conferiu. A cadeira, com encosto alto, saiu e ninguém viu. Ela foi apelidada de "cadeira Cauby Peixoto": "se sumiu, ninguém sabe, ninguém viu" (paródia de trecho da música "Conceição", sucesso maior do cantor). Mas não ria, não. É sua grana que foi embora. O prédio anexo teve sua construção estimada em R$ 7,5 milhões, já passou para R$ 28 milhões e nada. É o teu, é o meu, é o nosso dinheiro indo pro ralo.

A primeira etapa do esqueleto, com direito a "gabinete modelo" foi inaugurada, com placa comemorativa e festa, pelo então presidente da Casa e da "obra", deputado Rodrigo Garcia, do DEM, pelo 1º secretário, deputado Fausto Figueira, do PT, e pelo 2º secretário, deputado Geraldo Vinholi, do PDT. A obra não teve nenhuma medição aprovada pelo Tribunal de Contas do Estado, segundo sua assessoria. O Ministério Público também não aceitou as explicações pelo atraso e pelos adendos contratuais, e continua investigando. Enquanto isso, cadeira vem, cadeira vai...
*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

domingo, julho 06, 2008

Arnaldo, o pior comentarista do mundo

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Arnaldo César Coelho é o pior comentarista de arbitragem do país, não porque não conheça regras, o que poderia até ser aceito.

Arnaldo é o pior porque é venal. Sabe a regra e comenta de acordo com seus interesses.

Se o jogo é passado para o maior mercado, São Paulo, comenta sempre a favor do time do maior estado e com potencial maior de audiência.

No mínimo, faz média.

Escrevo no intervalo do jogo. O Galo pode ganhar ou perder, mas vamos aos exemplos.

Alex Mineiro vai com o braço aberto, acerta a cabeça do zagueiro do Atlético com uma cotovelada e Arnaldo diz que foi sem intenção. O zagueiro sai de campo sangrando e nem pode voltar. Mas o pior comentarista de arbitragem do país mantém a opinião. Kléber Machado ao ver a imagem vai dizer que Alex deu uma cotovelada. Pára e diz que Alex foi com o braço na cabeça. Pelo amor de Deus...

Na seqüência, o zagueiro do Palmeira acerta a cabeça de um jogador do Atlético na área. Corretamente, o juiz marca pênalti. Arnaldo diz que foi exagero, que deveria marcar jogo perigoso...

No pênalti mal batido, Marcos defende, mas a câmera mostra o jogador do Palmeiras que tira a bola invadindo. Arnaldo diz que ele não conseguiria perceber.

Apenas três exemplos de uma parcialidade sem tamanho. Não fez durante todo o primeiro tempo nenhum comentário a favor do Galo.

Tenho a opção e mudei de canal, fui assistir no pay per view...

E quem não pode? Tem de agüentar o pior comentarista do país, repito, não porque não sabe regra. Poderia deizer levianamente que é desonesto. Vou finalizar dizendo apenas que é parcial demais...

sábado, julho 05, 2008

E a agonia santista continua..

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No fim da tarde desse sábado, entraram na Arena da Baixada dois times pressionados por maus resultados. E quem começou dando as cartas foi o dono da casa. Aos 8 minutos, o gramado irregular acabou ajudando o Atlético a ter uma finalização defendida por Fábio Costa e uma falta próxima à área. O Furacão dominava a partida e chegava com perigo pelos lados, enquanto o Santos insistia pela esquerda, com Wesley isolado e sendo forçado a tentar jogadas individuais. Aliás, se todo santista tem saudade de Robinho por aquele lado esquerdo, senti falta também do lateral Léo, que apoiava constantemente o ataque e com suas idas à linha de fundo e lances na diagonal facilitava e muito a vida do Rei das Pedaladas.

Mas, a partir dos 30 minutos, o jogo mudou. Apareceu a mão de Cuca, perceptível pelas jogadas ensaiadas em bola parada, que levaram o Alvinegro a fazer uma verdadeira blitz na área paranaense. Escanteios sucessivos resultaram em um chute perigoso de Kléber Pereira e uma bola na trave em cabeçada de Marcelo. Apodi ainda finalizou com perigo em arrancada pela direita.

O Peixe, antes desencontrado na defesa, com dificuldades de saída de bola no meio e sem aproximações entre os atletas no campo adversário, passou a dominar, e até o fim do primeiro tempo o Atlético não levou mais perigo ao gol de Fábio Costa.

O início da segunda etapa lembrou o começo do jogo. Roberto Fernandes colocou Fahel no lugar de Irênio, liberando Alan Bahia para chegar mais ao ataque. E foi ele quem finalizou uma bola no travessão logo aos 2 minutos, depois de ver o arqueiro peixeiro adiantado. O Atlético foi pra cima, utilizando principalmente o bom ala Nei, mas não criou grandes oportunidades. Cuca promoveu a entrada do estreante Michael Leite (ex-Santo André) e Adoniran, respectivamente no lugar de Wesley e Rodrigo Souto. Aos 23, abriu mão do esquema 3-5-2, tirando Domingos e colocando o meia Molina. Com uma equipe mais ofensiva, um minuto depois Kléber Pereira cabeceia em jogada do colombiano e quase abre o placar. 

Justamente quando retomava o domínio, o Santos tomou o gol. Na seqüência de uma “linha burra” mal feita, Nei cruza e Marcelo, que marcava Alan Bahia, olha pra bola e deixa o capitão atleticano sozinho para fuzilar de cabeça Fábio Costa. O Peixe pressionou, mas Galatto assegurou a vitória em três defesas sensacionais, um chute de Molina, outro de Kléber e uma cabeçada de Tiago Luís. Mas não adiantou. De acordo com os jogos do domingo, o Santos pode terminar a nona rodada na lanterna do Brasileirão.

A chance em casa

Se serve de consolo para o santista, a equipe apresentou evolução e, sob certo ponto de vista, o empate talvez fosse mais justo. Agora, a tabela reserva duas partidas na Vila Belmiro na próxima semana, o Alvinegro pega o Grêmio na quarta e o Botafogo no domingo. Nas nove rodadas até agora do campeonato, o Santos disputou seis partidas fora de casa, sendo duas contra candidatos ao título: Flamengo (o Peixe usou o time reserva) e Cruzeiro. Dos três confrontos na Vila, um deles foi um clássico, contra o São Paulo. A tabela daqui pra frente pode até ser menos cruel, mas enquanto não vier a vitória, Cuca e a torcida continuarão agoniados. 

sexta-feira, julho 04, 2008

Foi por medo de avião

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Uma notícia curiosa circulou esta semana no mundo boleiro. O meia boliviano Raúl Gutiérrez, jogador do Blooming e com algumas participações na seleção do seu país, anunciou que, aos 32 anos, vai encerrar sua carreira de atleta profissional. O motivo: medo de avião.

A fobia de Gutiérrez surgiu há quatro anos, segundo declaração concedida ao diário La Prensa. Tudo ocorreu por conta de um vôo que enfrentou uma forte turbulência e, hoje, ele sequer consegue chegar perto da janela do seu apartamento. Mesmo após consulta com todos os profissionais que lhe recomendaram, o medo não passou.

A aversão do atleta fez com que ele firmasse um contrato bizarro com o Blooming. Ele ganhava metade do salário acertado para disputar apenas as partidas em casa, sem viajar com o time para as pelejas em outras cidades.

Bergkamp e a ameaça de bomba


Mas nem de longe o caso de Gutiérrez é o único no meio futebolístico. O holandês Dennis Bergkamp, por exemplo, sofria do mesmo mal. Especula-se que sua fobia tenha começado durante o vôo que levou a delegação holandesa aos EUA, na Copa de 1994. Um jornalista (tinha que ser...) especulou com colegas que poderia haver uma bomba no avião, o que causou pânico entre passageiros e, em especial, no atleta. A situação foi de tal forma constrangedora que o piloto fez um pouso de emergência.

Ainda assim, o trauma não atrapalhou seu desempenho em campo, tanto que naquele Mundial fez um gol contra o Brasil. Mas se viu obrigado a não disputar a Copa de 2002 na Coréia do Sul/Japão só para não ter que embarcar em uma aeronave, abandonando a seleção aos 31 anos em 2000. Já no Arsenal, onde encerrou a carreira, também deixou de jogar diversas partidas pela impossibilidade de voar.

Os casos brasileiros


No Brasil, o meia Souza, quando jogava no Corinthians, estava no vôo que levava a delegação do clube paulista de Quito, no Equador, para São Paulo. Mas o avião derrapou na pista quando ia decolar e quase causou um acidente sério. A partir daí, o medo se instalou no atleta.

Em 2006, quando disputava a Série B pelo América (RN), o meia pediu à diretoria e foi autorizado a viajar de carro de Natal para Fortaleza (CE), para atuar contra o Ceará. Para isso, teve que sair da cidade um dia antes da delegação do clube.

Mas o caso mais clássico em terras tupiniquins é o do meia Gerson, o "canhotinha de ouro", que evitava a todo custo viajar pelos céus. Segundo a coluna Informal, do jornal catarinense A Notícia, certa vez, em um vôo que ia de São Paulo a Recife, uma turbulência tirou o sossego do craque. O abstêmio Gerson não teve dúvidas e pediu à aeromoça um litro de uísque para “aliviar a tensão”. Reza a lenda que acordou duas horas antes do jogo, no hotel.

Na partida, deu as assistências para dois gols e ainda marcou o terceiro. A atuação garantiu o prêmio de melhor jogador da partida. Prêmio este que era... uma passagem de avião.

quinta-feira, julho 03, 2008

Separados no nascimento

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Será o árbitro Hector Baldassi um ex-agente da KGB com a missão de criar a cizânia no futebol sul-americano, ou o Vladimir é que é mesmo um filho-da-putin que deu certo na política?

O herói e os personagens da final

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A vitória da LDU sobre o Fluminense colocou definitivamente o Equador no mapa do futebol, algo que já havia sido comentado aqui. E nos forçou também a conhecer (e reconhecer) alguns atletas que se tornaram heróis na noite de quarta-feira.

Um deles é emblemático. O goleiro Jose Francisco Cevallos, de 37 anos, titular da seleção do seu país. Por aqui, comentaristas e jornalistas faziam pouco do atleta. De fato, vendo de longe, o arqueiro nunca passou segurança. Foi andando para a bola do primeiro gol do
Fluminense e fez uma defesa algo bizonha em um chute de Conca no segundo tempo. Mas salvou a pátria do Equador no último ataque da equipe carioca na prorrogação e se consagrou ao defender três penalidades e dar o título ao seu time. Algo que, aliás, já tinha feito na disputa contra o San Lorenzo (ARG) nas quartas-de-final, quando defendeu uma penalidade e assegurou a classificação dos equatorianos.

Para aumentar ainda mais os méritos do arqueiro, o goleiro contrariou a recomendação dos médicos do time que diziam para ele não entrar em campo por conta de uma contusão. Peitou os doutores e a comissão técnica e entrou na partida.

No seu país, “Pepe Pancho” Cevallos já é chamado de “San Cevallos” e seu outro apelido de “Mãos do Equador” já se metamorfoseou em “Mãos da América”. E também tem fama de bom moço, já que contribuiu para a construção de 36 casas em um bairro pobre de Las Pozas, tendo visitado os moradores antes da segunda partida contra o América (MEX) pelas semifinais da Libertadores.


Hector Baldassi


O Fluminense reclamou, e com razão, de um pênalti não marcado em Was
hington na primeira etapa. Mas a LDU teve um gol legítimo anulado no final da prorrogação, embora tenha sido um lance muito difícil. Contudo, o que impressionou foi a complacência do árbitro argentino Hector Baldassi com a cera da equipe equatoriana, em especial do goleiro Cevallos.

Mas isso não é exclusividade dele. Oscar Larrionda permitiu ao arqueiro Ochoa, na segunda partida do Santos contra o América (MEX), ganhar muito tempo com o mesmo tipo de expediente utilizado pelo equatoriano. No intervalo, quando o capitão Fábio Costa foi reclamar da prática do anti-jogo, o árbitro respondeu: “se você estivesse na condição dele, faria a mesma coisa.” Ou seja, é só se colocar na posição do outro que o homem do apito se exime de aplicar a regra e punir o infrator. Lamentável que essas situações aconteçam na Libertadores.


Em tempo: Baldassi é o mesmo árbitro que anulou um gol legal de Kléber Pereira no primeiro jogo contra o time mexicano. E vai para as Olimpíadas.


Os medalhões que sumiram


Thiago Silva é um senhor zagueiro. Mas ontem, assim como na partida de ida no Equador, parecia nervoso, deu chutões e teve extremas dificuldades para conter os ataques da LDU. Pode-se atribuir isso ao fato do Fluminense ter se exposto, mas ainda assim ele não mostrou o mesmo futebol que o tornou um dos melhores (senão o melhor) de sua posição no Brasil.


Washington perdeu um gol no primeiro tempo, sofreu um pênalti e cobrou de forma grotesca sua penalidade na decisão. Dodô até deu um ânimo novo à equipe no início do segundo tempo, mas sumiu com o decorrer da partida. Justificou a decisão de Renato Gaúcho que o manteve no banco na primeira etapa. E, como contestou muito o fato de ser reserva, acabou passando uma péssima impressão pra torcida.


Já o argentino Conca parecia se multiplicar em campo e Thiago Neves não pôde ser ofuscado nem pelo pênalti perdido, se tornando o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Libertadores. Júnior César, pelo que mostrou no segundo tempo e em tantas outras ocasiões, merece uma chance na seleção carente de alas esquerdos.


Luiz Alberto


Já gostava do zagueiro quando atuava no Santos e achei um absurdo sua saída do clube, abrindo espaço para o “chapa” do Luxemburgo, Antônio Carlos (leia aqui). Não é nenhum craque, mas tem experiência e voz de liderança no time, além de não comprometer. E fez, ao fim da prorrogação, o que poderia ser a “falta do título”, já que evitou a finalização na arrancada sensacional de Guéron. Após o fim da partida, Luiz Alberto parecia catatônico diante do resultado. Talvez tenha encarnado, com essa atitude, a sensação da maioria dos torcedores do Fluminense naquele momento.

Corra, Brunna, corra!

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Por Brunna Rosa

Paulista é mesmo uma desgraça. Acostumada a pagar preços exorbitantes por uma dose de boa cachaça nos bares paulistanos ou deixar somas consideráveis por uma garrafa de pinga mineira razoável, quando vi preços mais modestos não pensei duas vezes.

Em Belo Horizonte, sob recomendação dos mais experientes, fui ao Mercado Central, onde após uma intensa pesquisa de preços me deparei com bons valores de cachaças, uma envelhecida por três anos em tonéis de carvalho na cidade de Betim (MG) e outra que repousou por dois anos em tonéis de bálsamo e carvalho. Ambas excelentes.

Já em São Paulo, custariam bem mais. Animada, a variedade (irresistível) de queijos no lugar se tornou ínfima e logo comprei sete garrafas sortidas de aguardente.

No aeroporto...

Sábado, 28, aeroporto de Confins. Enquanto aguardava o vôo de volta para São Paulo tomando um café, segurava as duas sacolas de “marvadas”. Faltavam 20 minutos para o vôo, estava na hora de encarar o raio-x e voltar para casa. No entanto, ao passar pelo tal aparelho indsicreto, escutei: “Senhora, por favor, o que é isso?”, indagou a educada funcionária da Infraero ao ver as minhas sacolas.

“São garrafas, moça”, respondi feliz e sorridente. “Sim, mas quantas, senhora?”, continuou com um nada agradável questionamento. “Sete”....respondi um pouco ressabiada.

“Senhora, por lei, só se pode embarcar com dois litros de bebida alcoólica”, informou a atendente. Em segundos a informação da mocinha caiu como uma bomba para esta que vos escreve. De tão desesperada, minha cara deveria externar os sentimentos mais tristes e profundos. A funcionária, com uma voz que trazia dó, pena e uma indisfarçável solidariedade manguaça, entendeu meu drama e falou : “Corra, você tem 15 minutos antes do seu vôo sair, tente embarcar algumas que passamos as demais por aqui”.

Quinze minutos era o que eu tinha. Saí correndo, carregando garrafas que batiam uma na outra e me dirigi, ofegante, ao balcão da dita companhia aérea (aquela que só oferece barrinha de goiabinha para você comer durante o vôo). A fila era enorme. Tive que furar.

Burlada a fila, agora só tinha 10 minutos. Expliquei a situação ao mocinho da companhia aérea, que vendo em minhas mãos as sacolas, fez a pergunta fatídica: “Senhora, quantos litros tem aí?”. E eu, já menos ingênua, respondi: “Um litro e meio, moço”.

Não acreditando na ofegante cidadã, ele abriu as sacolas e se deparou com as sete garrafas. Fechou e diante de minha pessoa, que implorava compreensão lembrando dos poucos minutos para a partida do vôo, consultou o número de meu bilhete e decretou: “Seu vôo não permite embarque de bebida alcoólica”.

Em pleno desespero e na iminência de perder o vôo e a cachaça, todos os argumentos, pedidos e lamentações foram despejados ao responsável pelo check-in. Ele, certamente achando patética a situação, entendeu e sugeriu: “Coloca numa bolsa que tentamos passar”.

Enquanto enfiava apenas duas garrafas na bolsa - a terceira não cabia -, o moço passava um rádio informando que havia uma bagagem atrasada para o vôo, que já estava saindo. Não sei se a “bagagem” era eu ou a bolsa, mas ao terminar a comunicação, me viu com uma garrafa de cachaça na mão e indagou. “E esta, você vai fazer o que com ela?”. Sem pensar duas vezes, declarei: “Não cabe, vai ficar com você”.

Quase lá

Faltavam apenas três minutos para o vôo. Deixei minha bolsa e voltei correndo, com uma sacola preta e quatro garrafas batendo uma na outra pelo aeroporto. Subo as escadas e continuo a correr, ridiculamente.

Na sala de embarque, a mesma moça do raio-x me orienta a passar na frente das pessoas da fila. Pergunta baixinho, em tom de cumplicidade: “Deu certo lá?”. Feliz, mas com a certeza de que as cachaças ou iam ficar por lá, em uma provável checagem na bagagem, ou iriam quebrar, balancei a cabeça positivamente.

Já sentada no avião, com vários minutos de atraso, penso que se quebrassem as garrafas teria que jogar a bolsa fora, afinal o cheiro de álcool seria insuportável.

Uma hora e quinze minutos. Esse foi o tempo de minha agonia.

A chegada

São Paulo, aeroporto de Congonhas. Estava naquelas malditas esteiras por onde saem nossas bagagens. Ansiosa, esperava minha mala e minha bolsa, que nunca chegavam.

Olhei pelo vidro e avisto a mala. Vinha por último, logo embaixo de uma grande mala. Uma sensação horrível me assolou e pensei: “elas não resistiram.”

Tinha certeza que não sobrara nada das duas garrafas. Olhei para o carrinho em que minha mala estava, avistei as quatro garrafas remanescentes e mais aliviada voltei a olhar os carregadores das bagagens. Eles acabavam de pegar minha bolsa e jogar na esteira. Ansiosa, aguardo até que chegassem em minhas mãos.

Milagrosamente inteira, a bolsa e as cachaças estavam lá. E eu, desacreditada fui saindo do aeroporto, checando mesmo se não havia nenhum trincado no vidro. E com uma sensação de aprendiz de “contrabandista” e um currículo aprimorado de manguaça.

Uma corrida pela Cachaça

Um par de sapato com salto alto para Renato Gaúcho

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Uma estátua para Thiago Neves. Era o título que estava pronto na minha cabeça para a partida final da Libertadores. Mas a LDU é o primeiro clube equatoriano a vencer a Libertadores, e o foco muda.

Um camisa 10 que apareceu como meia, como centroavante e como craque. No começo do ano, recusou proposta do Palmeiras para ficar e disputar o continental. Mesmo que tenha sido por mais visibilidade, mesmo que não tenha sido por amor à camisa – se os mais pragmáticos não quiserem –, ele ficou. E foi o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Libertadores.

Foto: Fim de Jogo

Maracanã lotado e em festa. Mais fotos na cobertura online do Fim de Jogo.

Mas o "nunca antes" que vai ser lembrado é outro. Nunca antes, um tombo de salto alto ficou tão restrito a uma pessoa só, que estava lá no banco.

Ainda que tenha sido nos pênaltis. Toda responsabilidade a Renato Gaúcho. Ainda que decisão dessa forma tenha uma dose de imponderável. E que três dos quatro batedores da representação das Laranjeiras tenham desperdiçado.



Tensão

Foi um jogo pra lá de tenso pros torcedores. Os equatorianos marcaram primeiro e o tal do 10 virou.

Dodô entrou para acender o jogo. O time ficou ligado só até o terceiro gol, depois murchou. Foi o momento em que a LDU melhorou e a defesa tricolor mostrou que é cheia de furos – ou que tem um sádico gosto por emoção.

A LDU catimbou bem. Mas também jogou bola. E teve um gol anulado injustamente. Nessa hora não consegui mais torcer pros cariocas como vinha fazendo desde o início do jogo.

Não deixa de ser uma pena pra um time que também tem outros bons jogadores, como Junior Cesar, que bateu o arremesso como um lançamento para o segundo gol. Um lance menos comum do que soa. Tem também Arouca, Washington e Conca.

Nota para futuras gerações
Para os estudos de gerações futuras sobre a arte de secar adversários, passei a maior parte da partida torcendo para os cariocas, depois da virada relâmpago. Depois, parei. Ou seja, não sequei. Tentei pagar contas pela internet. Pela conexão ou pela falta do complemento pro navegador, essa tarefa durou duas horas. E ainda não acabou. Diferentemente de outra situação, nada de pão.

quarta-feira, julho 02, 2008

Salto alto do Fluminense

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Confiança é bom e todo torcedor gosta. Mas, lá de onde eu venho, confiante tem que estar é o cidadão na arquibancada, na mesa do bar ou no sofá da sala, assistindo o jogo.

Jogador, técnico e cartola, tem que estar disposto a comer grama pra ganhar. Pra isso, carece confiança, claro, mas é melhor demonstrar no campo do que no treino.

Renato Gaúcho achou ótimo que a torcida estivesse feliz no treino. O cartola Branco não gostou. Nem acho que o ex-lateral esquerdo tenha tanta razão assim em falar que não gostou. O técnico é que está um poço de certeza. Washington disse que "o melhor jogador não veio".

Poucas coisas são impossíveis no futebol. Agora, tem as coisas improváveis. Que o jogo vai ser fácil nesta noite, contra a LDU, é muito pouco provável. Até porque não é um time ruim.

Não é improvável para times que entram de salto alto cumprirem a metáfora, e tombaram. Mas de repente... eu queimo a língua.

Pé redondo na cozinha - Solução cachaceira

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MARCOS XINEF*

Ariovaldo, o popular Negão, é o caseiro da minha chácara na represa de Guarapiranga, em São Paulo. Suas experiências profissionais anteriores o tornaram uma pessoa de cultura e conhecimento, digamos, "peculiares". Trabalhou, por exemplo, na casa de praia de um grande executivo italiano e também na de um estilista muito famoso, hoje político (sim, aquele mesmo). Depois de perder esses empregos, foi embora para Embu-Guaçu e se tornou um "chapa" – esses caras que cobram para guiar caminhoneiros que não conhecem São Paulo até seus destinos de descarga (só não me perguntem como, porque, do jeito que ele bebe...). Há quatro anos, Negão caiu de pára-quedas na minha chácara.

Sempre conversamos sobre política, música, culinária, enfim, um papo bem eclético. O único problema é que já perdi a conta de quantas vezes salvei sua vida. Explico: normalmente, quando vou para a chácara, no domingo à noite, "tá lá o corpo estendido no chão", digo, o Negão desmaiado de bêbado no sofá. E, invariavelmente, tem uma panela queimando em cima do fogão. Até agora Deus tem ajudado, sempre chego na hora certa.

Só uma vez cheguei mais cedo e o gambá ainda tava acordado, cozinhando. E me falou: "-A bomba do poço queimou, estamos sem água". Olhando a panela, perguntei: "-E com o que você está cozinhando esse feijão?". No que me respondeu, sorrindo: "-Com 51". E era verdade, cheirei a panela e comprovei: pinga pura. Não sei se deu certo, pois não tive coragem de provar para ver. Mas como acredito que aqui no Futepoca temos gente de fígado resistente, vamos à receita:

FEIJÃO COM PINGA DO NEGÃO ARI

Ingredientes
500 gramas de feijão preto
meia cebola picada
três dentes de alho
bacon
lingüiça calabresa
sal a gosto
1 litro de cachaça (51)

Preparo
Antes, um alerta importantíssimo: o feijão não pode ser cozido em panela fechada, muito menos de pressão. Refogue a cebola e o alho no óleo, coloque o feijão e a lingüiça na panela aberta, descarregue o litro da "maldita" dentro e leve ao fogo bem baixo por 45 minutos (sempre lembrando: com a panela destampada).


Se alguém tentar, me diga se fica bom. Matar não mata, porque o Negão ainda continua lá, queimando panela e desmaiando no sofá. Abraços!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Cabine para quem quer dizer que não está no bar

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Atenção manguaças que sofrem com a "rádio-patroa": um bar da região dos Jardins, na capital paulista, instalou uma cabine telefônica (foto) que simula sons para despistar o real paradeiro dos clientes. Ela emite barulho de carros, buzina, avião, tiroteio e até gemidos. Nessa cabine batizada de "cornofônica", o bêbado mentiroso pode inventar tranqüilamente a mentira que quiser, com suporte da "sonoplastia". Leopoldo Buosanti Neto, dono do bar, teve a mirabolante idéia a partir da observação: "Eu via o pessoal saindo desesperado até a rua para atender o celular porque não queria que a mulher descobrisse que estava em um bar". Mas atenção, bêbados barbados: o empresário revela que a invenção tem feito muito sucesso entre as mulheres. "A opção que elas mais usam é do barulho de trânsito", avisa.

Se o problema é esse, o Lula resolve!

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O ex-prefeito de Londres, Ken Livingstone (à direita), afirmou ao jornal The Independent que, para garantir as Olimpíadas de 2012 na capital inglesa, só teve de passar a noite bebendo com os delegados do COI (Comitê Olímpico Internacional), responsável pela escolha da sede dos jogos. "Esta foi a razão pela qual conseguimos ser a sede da Olimpíada de 2012", garantiu Livingstone. "Nem me lembro como fui capaz de achar minha cama depois daquela noite", entregou o ex-prefeito, que hoje é apresentador de rádio. Na semana passada, quando assinou o projeto de lei que dá crédito de R$ 85 milhões para custear a candidatura do Rio de Janeiro às Olimpíadas de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a cidade terá de travar "um grande embate político" para vencer Madri, Tóquio e Chicago. Tá no papo: se o "embate" for o que Livingstone revelou, Lula tem todas as condições de trazer os jogos para o Brasil. Biocombustível neles!

terça-feira, julho 01, 2008

UM MINUTO DE SILÊNCIO

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Nosso querido Bar do Vavá, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, fechou definitivamente suas portas. Termina uma saga de 52 anos, 3 meses e 11 dias da família de origem portuguesa Cardoso Salvador, passando pelo pai, João, que abriu o boteco, até os filhos, Wilson, João e Washington (o Vavá), que mantiveram o estabelecimento aberto por décadas e cativaram centenas de freqüentadores e amigos. Para mim, nunca mais haverá um fórum tão adequado. Ao inesquecível Bar do Seu João, Lanchonete Jardim, Gardenburger, Bar do Elvis ou simplesmente Bar do Vavá, dedico os versos imortais de Adoniran Barbosa como carinhoso epitáfio:

saudosa maloca
maloca querida
dim-dim-donde nóis passemo
dias feliz de nossas vida...