Destaques

segunda-feira, abril 29, 2013

Com calma, Corinthians atropela a Ponte Preta

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É nóis na semi!
A mais marcante característica do Corinthians hoje talvez seja a calma. Foi ela a principal arma do time para suportar a intensa pressão inicial da Ponte Preta e encontrar os caminhos para uma goleada surpreendente pelo que os dois times mostraram durante a competição e também pelos primeiros 30 minutos da peleja.

Empurrada pela torcida, a Ponte apertou pesadamente o visitante. Com marcação intensa, deixava a bola com os zagueiros paulistanos, mas quando algum infeliz atacante ameaçava passar do meio de campo, caíam logo uns quatro pontepretanos em cima dele. Domínio territorial, mas apenas uma boa chance criada, num chutão que o centroavante William Batoré transformou em lançamento ao emendar um petardo para defesa de Danilo Fernandes – das poucas que fez na partida. Fora isso, boa atuação de Chiquinho, driblador que criou as melhores alternativas para furar a defesa corintiana.

Por sua vez, o Corinthians não conseguia sair a pressão, com muito erros de passes. Claro que é mérito da marcação – e também demérito do campo do Moisés Lucarelli – mas os discípulos de Parque São jorge colaboraram bastante. Encurralado, o Timão pouco fez além de segurar a pressão da Ponte – e manter a calma.

Assim, quando a equipe campineira afrouxou um pouquinho, pelo natural cansaço que deriva de tal entrega, apareceram as primeiras chances. Quem abriu o caminho não foi um meia, mas Guerrero, centroavante que vem mostrando outas armas além do já registrado faro de gol. Aos 31 minutos, recebeu de Romarinho e levou uns três zagueiros no peito para o primeiro chute a gol do Corinthians no jogo. E aos 32, lá estava ele roubando bola no meio-campo, passando para Sheik, que deixou com Danilo, que matou a defesa da Ponte com um calcanhar para o peruano. Guerrero sapecou de fora da área e Edson Bastos rebateu para os pés de Little Romário, que guardou. Mais 5 minutos e Fábio Santos rouba uma bola no ataque e passa pra Emerson tirar o zagueiro e acertar um chute manhoso no canto direito. A Ponte começava a cair.

"Jogo pegado é comigo", diz Sheik
O segundo tempo tinha a Ponte apertando de novo, e de novo sem criar grandes chances. Mas durou bem menos a pressão: Sheik caiu/foi derrubado na área e o juiz apontou a marca de cal. Meio madrake, mas o fato é que Guerrero bateu o terceiro prego no caixão campineiro. O quarto foi auto-inflingido quando Baraka encarnou Felipe Mello e deu um pisão num caído Romarinho. Expulsão justa e o fim da esperança da Ponte.

Tite decidiu pensar no Boca e trocou Alessandro, Romarinho e Guerrero por Edenílson, Pato e Douglas. Deste, cabe falar que está claramente fora de forma, mas seus passes e técnica serão bem vindos. Estivesse em campo, seria mais possível sair da pressão insana da Ponte no comecinho.

Mas dos três o destaque foi obviamente Pato. Nos menos de 15 minutos que esteve em campo, perdeu um gol na cara de Edson Bastos, cabeceou uma bola que o goleiro salvou por milagre e, cansado de ter o cabra na frente, driblou-o e a um outro defensor para fazer um golaço, fechando de vez a conta da Ponte. Como deixar esse cara fora do time?

Agora, vem o São Paulo. De nada adianta comparar os jogos classificatórios dos dois rivais e imaginar que o sofrimento tricolor significa vida fácil para o Timão: vai ser pedreira. Convém adotar o poético discurso de Tite e deixar de fora o tapete da soberba. E manter a calma, claro.

domingo, abril 28, 2013

São Paulo toma sufoco e só vence com (suado) gol contra

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"Tudo eu?!", lamenta Osvaldo, que classificou o Tricolor ao lado de Ceni
A cor vermelha das camisas do São Paulo no jogo deste domingo, contra o Penapolense, referência às novas cadeiras do estádio do Morumbi, foi propagandeada pelo clube como "a cor da raça". Mas, depois do jogo, ficou claro que vermelha, mesmo, deveria ter ficado a cara de cada um dos sãopaulinos que entraram em campo. O time passou vergonha, tomou sufoco quase todo o segundo tempo, venceu com um gol contra (bem suado) em jogada individual de Osvaldo e, não fosse Rogério Ceni e suas três ou quatro defesas milagrosas, o Penapolense teria eliminado o Tricolor do Paulistão no tempo normal da partida. A defesa mais inacreditável ocorreu a poucos minutos do apito final, quando Ceni espalmou um petardo à queima-roupa, dentro da pequena área, desferido pelo (ex-sãopaulino) Sérgio Mota. Ficou para todos a forte impressão de resultado injusto, e de que, no mínimo, a decisão deveria ter ido aos pênaltis.

É difícil explicar o São Paulo. Fez uma partida irretocável contra o (forte) Atlético-MG e, hoje, uma atuação horrível contra o (fraco) Penapolense. O mais correto seria avaliar que o clube tem elenco, mas não tem time. Ou seja: não tem esquema tático definido, padrão de jogo, posicionamento compacto. Cada jogo é uma história e vitórias ou derrotas dependem mais de "sorte" ou "azar" do que de outras coisas. Os volantes voltaram a jogar muito mal. Os laterais são sofríveis. A zaga é inconstante e bate muito (Rafael Tolói deveria ter sido expulso hoje). Jadson e Ganso juntos não produzem nada de útil. Luís Fabiano é lento e não chama o jogo pra si, como se espera de um centroavante matador. Pra (não) variar, sobra para Osvaldo tentar resolver o jogo sozinho. Hoje deu certo, mas duvido que, contra o rolo compressor do Corinthians, que atropelou a Ponte Preta por 4 a 0, esse esquema de "joga lá no Osvaldo" seja suficiente.

Prenúncio de (mais uma) "morte" em fase mata-mata. Seja o que Deus quiser...



sexta-feira, abril 26, 2013

Casagrande foi democrático até na torcida dos filhos

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Influência dos pais é determinante. Será?
Muito já se comentou, aqui, sobre o que leva a pessoa a torcer por determinado time. Tem motivo pra tudo: um amigo meu, cearense, me contou que torce para o Palmeiras porque a mãe, ao comprar velas de aniversário em forma de jogadores para seu aniversário de 5 anos, não encontrou outra cor de uniforme que não fosse verde. Teve um leitor aqui do blog que ia ver jogos do Palmeiras com o tio palestrino mas, ao ver a festa e as cores da torcida do São Paulo, tornou-se tricolor. Aliás, esse comentário foi feito numa enquete postada no Futepoca pelo Glauco, em 2009, justamente com a pergunta "O que fez você torcer para o seu time?" Ganhou "Pai e mãe", seguido "Um jogo inesquecível", "Títulos" e "Tio ou padrinhos" (empatados), "Amigos", "O fato de ser o time da cidade" e "Namorado(a)" (essa última opção foi a única que não teve qualquer voto). Porém, a influência dos pais parece estar perdendo força.

Casagrande não teve filhos corintianos
O ex-atacante Casagrande, hoje comentarista, acabou de lançar o livro "Casagrande e seus demônios", escrito pelo jornalista Gilvan Ribeiro. Dando uma folheada rápida em uma livraria (pretendo comprar mais pra frente, para ler com calma), descobri que um dos maiores corintianos de todos os ídolos do Corinthians não conseguiu passar sua paixão clubística - herdada do pai, Walter - para os filhos. Isso mesmo: nenhum dos três filhos do Casão é alvinegro de Parque São Jorge. Pelo o que parece, Casão leva numa boa as escolhas de sua prome. Mas é interessante observar, pela idade de cada um deles, os diversos motivos que podem ter contribuído para afastá-los do tal "bando de loucos". 

Victor Hugo: paixão alviverde
Victor Hugo, de 27 anos, nasceu durante a Copa do México, que seu pai disputou pela seleção brasileira.  Quando chegou ao período de alfabetização, com 7 ou 8 anos, o Palmeiras turbinado pela Parmalat foi bicampeão paulista e brasileiro em 1993/1994. Resultado: o primogênito de Casagrande tornou-se alviverde. É interessante notar que ele pegou um período de entressafra do Corinthians, que havia ganho o Brasileirão de 1990 e só voltaria a ver títulos em 1995, quando faturou o Paulista e a Copa do Brasil. Curioso é que, no auge do Palmeiras/Parmalat, Casão havia voltado ao Corinthians, em 1994. Mas nem isso mudou a escolha palestrina de seu filho mais velho.

Sãopaulino Ugo já jogou pelo Palmeiras
O segundo filho, Ugo Leonardo (que seguiu os passos do pai e é centroavante no profissional do Botafogo-SP, presente na reta final do Paulistão deste ano), nasceu durante a Copa seguinte, da Itália. Hoje com 23 anos, ele torce para o São Paulo. Difícil saber o motivo, pois, quando o esquadrão sãopaulino montado por Telê Santana começou a entrar em declínio, entre 1994 e 1995, Ugo tinha entre 4 e 5 anos e não deve se lembrar de muita coisa. Mais intrigante é que, pouco depois, de 1998 a 2000, quando o segundo filho de Casagrande já devia entender e acompanhar futebol, o Corinthians montou um timaço e foi bicampeão brasileiro e venceu o Mundial no Rio de Janeiro. Talvez a derrota do alvinegro para o São Paulo na decisão do Campeonato Paulista de 1998 tenha sido o turn point. De qualquer forma, dos quatro grandes clubes paulistas, Casagrande só jogou no Corinthians e (apenas um semestre) no São Paulo.

Symon é o santista da família
Por fim, Symon, que hoje está com 20 anos, faz o "serviço completo" contra o Corinthians na prole de Casagrande: torce para o Santos. Ele já tinha 10 anos quando o alvinegro praiano se reinventou com Robinho, Diego & Companhia, sob a batuta do técnico Leão. Mas esse foi o fator decisivo para se tornar o santista da família. É curioso, também, que aquele time tenha se consagrado justamente contra o Corinthians, na final do Brasileiro - e que, no início daquele mesmo ano de 2002, o clube do coração do pai Casão e do vô Walter, comandado por Carlos Alberto Parreira, tenha levantado duas taças, do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil. Enfim, a paixão clubística tem razões que a própria razão desconhece...

quinta-feira, abril 25, 2013

Mais farofa pra cima do Neymar...

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Às vezes penso que o brasileiro não gosta de seus próprios craques de bola. Quando vejo a adoração incondicional dos argentinos ao Maradona (figura polêmica que teve filho fora do casamento, deu tiro em jornalista, atropelou cinegrafista e foi dependente de drogas) sempre contraponho com a declarada má vontade dos brasileiros em relação ao Pelé, que, sim, também tem seus defeitos (filha que morreu sem a sua aproximação, envolvimento com negócios suspeitos, besteiras ditas publicamente), mas que é simplesmente o maior jogador de futebol de todos os tempos, reconhecido e idolatrado em todos os países, e eleito o Atleta do Século XX. Mesmo assim, parece esporte nacional malhar Pelé sempre que a ocasião propícia se apresenta - e sem contar que milhões de brasileiros consideram Maradona, Garrincha e Messi, entre outros mortais, melhores do que Ele.

Pois bem. Desde que despontou para o futebol profissional, em 2009, Neymar (de longe, o maior craque brasileiro da atualidade) também leva ripa de tudo quanto é lado na mesma proporção que faz gols ou cria jogadas geniais. Primeiro, foi um inocente "chapéu" no (tosco) Chicão que ganhou as manchetes; logo em seguida, veio uma discussão dentro do gramado com o então técnico do Santos Dorival Júnior, coisa inaceitável mas corriqueira no futebol, que levou o (também tosco) Renê Simões a classificar Neymar como "monstro" - no mau sentido. Mais tarde, vieram as acusações de "cai-cai", a pecha de que não joga bem pela seleção, manchetes para críticas bobas do Pelé ao seu cabelo e, mais recentemente, vaias da própria torcida do Santos.

É óbvio que tem muito despeito nisso tudo. Ninguém gosta de ver pobre mostrar talento e, com isso, aparecer todo dia nos jornais, TV e internet, ficar milionário, comprar imóveis, carrões, iate e trocar de mulher (bonita e/ou famosa) como quem troca de chuteiras. Fora os torcedores de times adversários ao Santos, que não perdem vez de achincalhar o garoto prodígio (com exceção da torcida do Cruzeiro). Ontem mesmo, no empate do Brasil em amistoso contra o Chile, no Mineirão, sobrou xingamento para Neymar. E agora vem a notícia de que ele virou "persona non grata" em João Pessoa, capital da Paraíba, depois que jogadores do Flamengo-PI o acusaram de tê-los chamado de "paraíbas" durante jogo da Copa do Brasil (a exemplo de Edmundo, nos anos 1990).

Neymar já disse que é mentira, mas a bola de neve segue rolando e incorporando, no caminho, todas as críticas anteriores. O que os brasileiros querem? Acabar com Neymar? Fazer com que ele vá mais cedo para a Europa e nos deixe órfãos de craques em nossos campeonatos? Colocar mais um pobre bem sucedido "em seu devido lugar"? Por favor: menos, minha gente, menos. Neymar, como todo humano, tem defeitos e comete erros. Mas, indiscutivelmente, é um craque de bola - coisa mais do que rara nos últimos anos, em território nacional. O que estamos assistindo é uma campanha raivosa contra um dos poucos atletas que nós, amantes do futebol, temos prazer de ver em campo - e que, ao contrário de muitos outros, preferiu ficar jogando aqui no Brasil pelo maior período possível.

Podem falar o que quiserem, mas eu não compactuo com essa farofa. Os políticos de João Pessoa com certeza devem ter mais o que fazer. Porque, com certeza, é só a própria cidade quem perde com a informação de que Neymar, por ser "persona non grata", fica impedido de ser homenageado pela capital paraibana no futuro. E, se ninguém gosta dele, o meu time aceita de bom grado!

quarta-feira, abril 24, 2013

Palavra de artilheiro

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"Hoje, na base, não há mais centroavantes. Ou os garotos querem ser meias ou laterais. (...) Primeiro, acabaram com os pontas, e agora estão acabando com os centroavantes."

Serginho Chulapa, em entrevista ao Correio Braziliense.

terça-feira, abril 23, 2013

Pra bebemorar: Lei da Pureza da Cerveja completa 497 anos

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Diz a lenda que, no dia 23 de abril de 1516, ao acordar com uma grande ressaca, Guilherme IV (o bebum à esquerda), duque da Baviera, resolveu botar ordem na produção local de bebidas e promulgou o Reinheitsgebot - a Lei da Pureza da Cerveja. A partir daquela data, a loira gelada só poderia ser produzida com água, malte de cevada e lúpulo (a levedura ainda não tinha sido descoberta). Porém, não foi a ressaca que motivou o duque a tomar tal decisão. Naquela época, a produção de trigo não estava sendo suficiente para suprir a região, sendo disputada por cervejeiros e padeiros. Aproveitando-se disso, o ducado percebeu que, determinando quais eram os únicos ingredientes permitidos, ficaria mais fácil fiscalizar o lucro dos produtores de cerveja.

Assim, a nova lei proibia o uso de grãos para fazer cerveja, com exceção da cevada (considerada ruim para fazer pão). Há historiadores que detectam, ainda, um motivo conservador e moralista para a adoção da Lei da Pureza da Cerveja. Até então dominantes na Europa, as cervejas do tipo "gruit" utilizavam especiarias psicodélicas e psicotrópicas, que alteravam o estado de consciência. Portanto, uma cerveja mais inofensiva era interessante à igreja. E, curiosamente, eram os monges que dominavam a produção do lúpulo, que passou a ser o único ingrediente autorizado a substituir essas especiarias. Pra completar a sacanagem, o sucessor no ducado da Baviera, Guilherme V, ordenou, em 1589, a construção da cervejaria Hofbräuhaus München, que passou a ter o monopólio da produção da bebida feita com trigo - e que, curiosamente, abastecia apenas a corte do duque... Essa injustiça só seria reparada mais de 200 anos depois, em 1806, quando a produção da cerveja de trigo por outros foi autorizada e legalizada.


Porém, exatamente um século depois, em 1906, o Reinheitsgebot voltou a dar as cartas na produção de cerveja, sendo estendendido para a toda a Alemanha (que havia surgido da unificação de vários reinos, entre eles a Baviera, em 1871). A determinação valeu até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando o decreto foi modificado: para as cervejas de baixa fermentação foram autorizados o malte de cevada, o lúpulo e a água, e para as cervejas de fermentação elevada foram autorizados, além disso, os maltes de outros cereais e um número limitado de açúcares e corantes.

Atualmente, devido à regulamentação européia, outros ingredientes são autorizados nas cervejas alemãs. Mas muitos cervejeiros germânicos continuam a seguir as prescrições do Reinheitsgebot, consideradas garantia de qualidade. Isto acontece principalmente nas marcas vendidas em território alemão (como a da foto à direita). No Brasil, alguns produtores também gostam de preservar essa regra alemã, como a Cerverjaria Rasen, de Gramado (RS). Muitos dizem que utilização dos ingredientes básicos garantem cerveja melhor, mas outros tantos reclamam que isso "engessa" a produção, eliminando a critativade e a busca por novas misturas e sabores. De qualquer forma, a Lei da Pureza da Cerveja é um dos tratados alimentares mais antigos da Europa. Por isso, com cervejas "puras" ou não, o aniversário do Reinheitsgebot é mais um motivo para beber e brindar. Saúde!

segunda-feira, abril 22, 2013

PSDB já estuda impedir o São Paulo de jogar de vermelho

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Inconformados com a notícia de que o São Paulo jogará com camisas vermelhas contra o Penapolense no próximo domingo, os dirigentes do PSDB já estudam entrar com uma representação contra o clube - a exemplo do que fizeram quando a presidente Dilma Rousseff apareceu trajando roupa de cor semelhante em pronunciamento oficial na TV, em janeiro deste ano. O "surto comunista" do time, com a desculpa de que vai homenagear o estádio do Morumbi com "a cor da raça", surpreendeu gregos e troianos (ou melhor, petistas e tucanos). Afinal, o clube sempre demonstrou maior apreço pelo lado azul e amarelo da força: recentemente, convidou peessedebistas de alta plumagem para camarotes vips em shows de rock e teve seu maior ídolo, o goleiro (narigudo como o bicão de um tucano) Rogério Ceni, declarando voto em José Serra, entre outros episódios de menor repercussão. Ceni, aliás, jogou com camisa azul contra o Atlético-MG e não deve  ter gostado nem um pouco desse uniforme "pró-PT" que o time usará nas quartas-de-final do Paulistão. Falando em PT, militantes ironizam a sanha anti-vermelho dos adversários e observam, por exemplo, que o jogo da TV, às 16 horas de domingo, será o da Ponte Preta contra o Corinthians - e o time de Parque São Jorge ostenta no peito o azul e amarelo da Caixa Econômica Federal (e do PSDB). Antes que (mais) alguém comece a pensar (mais) besteira, a diretoria do Palmeiras já adiantou que não tem qualquer relação com o PV.

Cristiano Ronaldo ante Israel: "Não troco camisa com assassinos"

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Deu no Street Nouvelles d'aujourd'hui.

Ao final da partida entre Portugal e Israel pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 em 25 de  março, o jogador luso Cristiano Ronaldo recusou-se a confraternizar-se com os adversários por um motivo único: "Não troco minha camisa com assassinos".

Foto: Nouvelles d'aujourd'hui

Após o apito final, o camisa sete teria sido procurado para a troca de camisa. Ele recusou-se a expor seu dorso nu por um motivo que nada tem a ver com a vaidade pela qual o gajo é conhecido.

A razão apresentada ao jogador israelense foi haver, no uniforme, a bandeira de Israel. A declaração mais dura, mencionando a palavra "assassinos" teria sido registrada após o jogo de sexta-feira (18) no vestiário, quando jornalistas perguntaram-lhe o motivo da cena.

A foto apresentada pelo Nouvelles d'aujourd'hui mostra outro jogador português carregando uma camisa da seleção de Israel, sem flagrar o epicentro da polêmica.

Mas o vídeo é bastante claro:



Em março, antes da partida entre as duas seleções, uma guerra virtual havia sido provocada por uma postagem do astro de sobrancelhas bem feitas. Na ocasião, ele publicou uma foto em uma praia em Tel-A-Viv com Miguel Veloso, Pepe e Silvio Sá Pereira com a legenda: "Uma bela manhã em Israel com os meus colegas".

Na ocasião, os críticos foram os simpatizantes da causa palestina, que pediram retratação de Cristiano Ronaldo. A rigor, a cidade em questão é a sede administrativa do governo de Israel (a capital oficialmente é Jerusalém), mas os autores das críticas são pessoas que consideram ilegítima a criação desse Estado, estabelecido pela Organização das Nações Unidas em 1948.

Entidades de educação palestinas e vítimas de bombardeiros israelenses chegaram a receber os recursos da venda de chuteiras de ouro do atleta português em novembro de 2012. O bem, adquirido em 2011 por ter sido eleito melhor boleiro da temporada, era estimado em 1,4 milhão de euros.

(Dica do Igor Carvalho)

Se passar pelo Penapolense, pega Ponte ou Corinthians

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O time reserva do São Paulo fez mais uma partida horrível, idêntica à do último sábado, contra o XV de Piracicaba, e, não por acaso, perdeu pelo mesmo placar para o Mogi Mirim: 1 x 0 . Com isso, encerrou a participação na (modorrenta) fase de turno do Campeonato Paulista em primeiro lugar e conheceu o adversário da (esdrúxula) partida única nas oitavas-de-final, o Penapolense. Caso consiga avançar, pegará nas quartas o vencedor do forte confronto entre Ponte Preta e Corinthians, que decidirão sua sorte em Campinas. Minha impressão é a de que o destino do São Paulo na Libertadores será reflexo do que acontecer nessa reta final do Paulistão. Se cair em uma competição, cai nas duas. E, se conseguir a façanha de conquistar o estadual, pode surpreender no torneio continental. Foi assim no ano em que conquistou seu último Campeonato Paulista, (no longínquo) 2005. Só nos resta a fé!


domingo, abril 21, 2013

Corinthians ganha do Atlético: que venha a Ponte!

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Paulinho comeu mais feijão antes da
partida de hoje (Foto: Ale Cabral/Futura Press)

O Corinthians venceu o Atlético Sorocaba por 2 a 0 no Pacaembu, neste domingo, pondo fim à insuportável primeira fase do Paulistão. Nada tenho contra o torneio, ao contrário: quem deve detestá-lo é o pessoal da FPF, pais desnaturados, jogando assim às traças o filho antes dileto.

Mas de todo jeito, assim ficou em quinto lugar o Timão, 9 vitórias 8 empates e  duas derrotas depois. Feitas todas as contas, o Corinthians pega novamente a Ponto Preta, epetindo o duelo das quartas do Paulistão do ano passado, dessa vez fora de casa. A disputa anterior favoreceu a Ponte no regional, mas há quem diga que quem colheu os louros foi mesmo o Corinthians, ao ver o goleiro Júlio Cesar desgraçado por duas falhas perder o lugar para Cássio, um dos heróis da Libertadores e do Bi-Mundial. Vejamos como será o embate deste ano.

Voltando à peleja com o time que habita o coração de controverso reverendo, Tite testou pela primeira vez um ataque com Emerson, Pato e Guerrero, com Danilo no meio-campo. Funcionou assim, assim, já que o adversário era dos mais frágeis. De minha parte, não vejo como Pato e Guerrero podem ser banco, dado o número de gols que os dois marcam. O peruano hoje não guardou, mas fez uma baita jogada para dar o tento a Danilo, calando aqueles que dizem que no Peru só se treina cabeceio. O jovem Alexandre deixou o seu, colhendo rebote de bola na trave chutada por Paulinho, que está chegando a seu nível.

Boa notícia tabém o retorno de Douglas, daqueles atletas que os torcedores adoram odiar. Joga muito, toca bem, mas não perder muito suor com carrinho na lateral. Se voltar ao nível do ano passado, seu toque de bola refinado vai ajudar e muito.

Sobre a próxima fase, a ser disputada em Campinas, data ainda a ser definida pela FPF, acredito que os jogadores corintianos saberão reconhecer o momento de acerto de contas e darão à Ponte tratamento adequado.

Santos vence Penapolense e espera o Palmeiras nas quartas do Paulista

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André: bem de amigo (Ricardo Saibun/ Santosfc.com.br)
Um passe de calcanhar errado que aparentava mais displicência do que técnica. Uma bola mal dominada, outro passe errado, um carrinho à toa que o torcedor prevê que vai acontecer quando o jogador começa a correr. Cartão amarelo. Tudo indicava que a escolha de Muricy em colocar André ao lado de Neymar era um erro.

Só que Neymar é amigo de André. E deu um presente ao parceiro, uma assistência precisa para o avante que, mesmo caindo, finalizou em frente ao goleiro Marcelo, aos 25. Prometeu retribuir o passe para o companheiro, que está esperando até agora. Neymar, em 14 jogos pelo Paulista, marcou doze gols e fez seis assistências.

Àquela altura, a partida estava movimentada, com domínio peixeiro, e o time da Vila não sofria pressão do rival, que precisava ganhar para assegurar seu alugar no G-8 sem depender de ninguém. Tal vantagem técnica foi consolidada com o segundo tento alvinegro, do vice-artilheiro da equipe Cícero, em posição pra lá de irregular, três minutos após o primeiro gol.

Mas, pra variar, o que se vislumbrava como um jogo fácil, ficou menos simples. O Penapolense voltou para a segunda etapa explorando os lados do campo. Galhardo, que já havia sofrido com Silvinho e Rodrigo Biro caindo do seu lado, ficou mais preso atrás, com Arouca fazendo as vezes do lado direito do ataque. A mudança só evidenciou como o Santos acaba jogando com seus atletas estáticos durante boa parte do tempo: quem ataca, ataca; quem defende, defende; cada um confinado no seu setor. Acontece com muitas equipes no Brasil, mas tem acontecido demais com o Santos.

E Galhardo, o Nelinho por cinco segundos, acabou desviando uma bola que ia para fora e marcou o gol que foi atribuído a Guaru. Os visitantes ainda buscaram a vitória e se arriscaram nos contra-ataques que o Santos não converteu em gol, com Neymar errando bastante. Perto do fim, o gol do Mirassol contra o Linense aliviou a equipe de Pintado, que pega o São Paulo nas quartas de final. Já o Peixe enfrenta o Palmeiras, no dito “clássico da saudade”.


Definidos os jogos da fase de mata-mata do Paulista 2013

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Após as partidas da última rodada do campeonato paulista, todas realizadas às 16h, ficaram assim os jogos das quartas de final:

São Paulo X Penapolense

Mogi Mirim X Botafogo

Santos X Palmeiras

Ponte Preta X Corinthians

Um clássico, o Timão jogando contra seu algoz no ano passado, desta vez fora de casa, e uma equipe do interior assegurada nas semifinais. Os rebaixados foram Mirassol, São Caetano, União Barbarens e Guarani.

sexta-feira, abril 19, 2013

Luxemburgo no Chile: agressão ou escorregão?

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Tire sua conclusão... (Via Juliana de Brito)




Agora, isso aqui foi uma indireta?

       

quinta-feira, abril 18, 2013

Os confrontos da fase de mata-mata da Libertadores 2013: Corinthians pega o Boca

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Após o término da última rodada da fase de grupos hoje, que confirmou a classificação de todas as equipes brasileiras, os primeiros confrontos do mata-mata do torneio são os seguintes:



Oitavas de final da Libertadores 2013


Atlético-MG X São Paulo

Nacional (URU) x Real Garcilaso (PER)

Vélez Sársfield (ARG) x Newell's Old Boys (ARG) 

Fluminense x Emelec (EQU)


Palmeiras x Tijuana (MEX)

Olimpia (PAR) X Tigre (ARG)

Corinthians x Boca Juniors (ARG) 
 
Independiente Santa Fé (COL) x Grêmio


Cinco motivos e quatro “escritos depois”; um pouco mais de Tricolor e Galo

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POR MORITI NETO 
1 - O São Paulo jogou bem contra o Atlético Mineiro e se classificou à segunda fase da Libertadores porque os dois volantes, Denílson e Wellington, esse principalmente, voltaram a marcar como no segundo semestre de 2012, quando a defesa do time foi a melhor do returno do Brasileiro e tomou só dois gols na Sul-Americana.
2- O São Paulo jogou bem, principalmente no segundo tempo, porque Ganso botou a bola no chão e ditou o ritmo. Além disso, Osvaldo se movimentou bem demais e foi vital no ataque.
3- O São Paulo jogou bem porque teve dedicação e concentração incríveis, ganhou quase todas as divididas contra o ótimo Galo e anulou as principais peças atleticanas.
4 - O São Paulo jogou bem porque Ney Franco é bom técnico. Armou o time corretamente mesmo sem peças de alto nível, como Jadson e Luis Fabiano, e apesar de ter que usar jogadores abaixo da crítica, casos de Aloisio e Douglas.
5 - O São Paulo jogou bem porque a torcida deu espetáculo e incentivou o time, de maneira impecável, do começo ao fim.
PS 1: a confiança, essencial em qualquer área da vida, pode contagiar positivamente o elenco, que é bom tecnicamente.
PS 2: hoje, o Atlético é melhor, mas a soberba de Ronaldinho pode contaminar negativamente o elenco do Galo e, por outro lado, estimular o do São Paulo.
PS 3: deve dar Atlético nas oitavas, mas agora a coisa zera. Provavelmente, vai ser disputa dura, com possibilidades de dois grandes jogos.
PS 4: Luis Fabiano não joga a primeira partida. Isso é até bom. A chance de expulsão dele num jogo que terá altos índices de tensão seria grande. Dessa forma, salvo uma contusão, o São Paulo contará com o centroavante na contenda decisiva, pelo menos nos primeiros instantes da partida, tomara nela toda. 
Bora, São Paulo.

Santos 2 X 0 Flamengo-PI - jogo meia boca, com dois belos gols

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Neymar: golaço em atuação mais ou menos (Ivan Storti/Santos FC)
Não foi o show que a torcida esperava. Depois da goleada contra o União Barbarense, aguardava-se uma atuação melhor do Santos contra o Flamengo-PI. Algo melhor do que foi a apresentação em Teresina. Mas o Peixe encontrou novamente dificuldades para furar a boa marcação da equipe piauiense. A falta de criatividade do meio de campo e o excesso de cruzamentos na área (muitas vezes para quase ninguém, já que o time jogou sem um atacante fixo) irritaram quem assistia a peleja.

A diferença em relação à equipe que goleou o União Barbarense foi a saída de Giva e a volta de Arouca, retornando-se a um esquema com dois atacantes (sim, Cícero é intocável). Alan Santos também saiu da improvisada lateral direita para dar lugar a Galhardo. Muito em função dessas mudanças, o que se viu foi um time mais estático, com alguns jogadores mais preocupados em guardar posição, no melhor estilo pebolim. Mesmo assim, o Alvinegro criou chances, enquanto os rivais chegaram em uma única finalização ao gol de Rafael no primeiro tempo. O futebol jogado era pouco para os dois times, já que o zero a zero não bastava aos visitantes e era vexatório para os donos da casa.

Na etapa final, com o jogo ainda truncado, restava aguardar uma jogada individual. O roteiro óbvio seria que Neymar fizesse o papel principal. Contudo, o atacante atuava mal, se movimentava muito, mas sofria com as faltas e com os próprios erros de passe. O lampejo veio de Galhardo. Ele, terceira opção na lateral direita, até fazia uma partida razoável, mas surpreendeu com um petardo da intermediária que abriu o placar. À la Nelinho, lembrando Josimar em 1986 contra a Irlanda do Norte. E era Galhardo.


Ali, a fatura estava liquidada, embora faltasse Neymar dar seu toque de gênio, em uma partida em que esteve apagado. Depois de receber passe de Montillo, passou por dois adversários dentro da área, fingiu um chute e, com um corte seco, deixou dois no chão. Belo gol para dar um alento ao santista que aguentou um jogo meia boca, com faltas, catimba e um arbitragem com um nível um pouco abaixo ainda da média técnica dos atletas.

Que o Santos seja um time melhor contra o próximo adversário no torneio, o Joinville, que eliminou o Aracruz. As atuações peixeiras têm sido tão oscilantes que quase não fazem notar que esta foi a 13ª partida de invencibilidade alvinegra. O santista merece mais.

O clube da fé! OU Ney Franco 2013 versão Tite 2012

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Passa da meia-noite e abro uma Cerpinha Export estupidamente gelada. Não, não vou negar que dei a participação do São Paulo por acabada na Libertadores após a derrota para o The Strongest, nem renegar a opinião de que o Atlético-MG é muito mais time. Por isso mesmo, por mais que o Galo possa ter se poupado no Morumbi, a vitória do Tricolor e a classificação que parecia impossível devem ser (muito) exaltadas. Nunca vi o time jogar desse jeito, com tanta raça, vontade e aplicação tática na marcação. Ney Franco colocou o time para jogar de forma bem semelhante à daquele Corinthians armado por Tite na Libertadores de 2012. Todos - e repito: todos - os jogadores de linha do São Paulo marcaram sob pressão e, em vários momentos do jogo, desarmaram algum atleticano. Impressionante.

Sei que muitos vão louvar Rogério Ceni, que jogou mais uma vez no sacrifício, ainda convalescendo da contusão no pé direito, criticado pelas falhas que teve na Bolívia - e que mais uma vez encarou a pressão absurda de cobrar um pênalti num momento de tanto nervosismo. Outros tantos vão enaltecer Paulo Henrique Ganso, que nem jogou muita coisa no primeiro tempo, mas que botou a bola no chão na etapa final e deu um passe de jogador de sinuca para Osvaldo no lance do segundo gol sãopaulino, marcado por Ademilson. Mas eu vou fazer justiça com o melhor jogador em campo: Wellington. Anulou Ronaldinho Gaúcho e teve uma atuação impecável e uniforme, os 90 minutos, marcando em cima, desarmando e recompondo a defesa com maestria. Paulo Miranda também jogou muito bem.

Aliás, se considerarmos que Carleto foi outro que fez ótima partida, podemos entender por que não vimos as habituais falhas e jogadas atabalhoadas da zaga de Ney Franco: quando os laterais marcam bem e saem para o jogo o tempo todo, segurando a bola no ataque, a defesa não fica exposta (como ficou nos dois gols do Strongest, em chutes de fora da área sem alguém pra dar combate). Com Wellington em grande noite, o bom e veloz Atlético-MG se viu "amarrado" em campo. Essa atuação comprova que o problema do São Paulo não é o técnico. Ney Franco está, sim, fazendo um grande trabalho. Só que o time é irregular - e ninguém se surpreenda se voltar a perder pro Galo, pois, como alertou Ronaldinho Gaúcho, "agora vai ser diferente, e eles sabem disso". Apesar de tudo, a partida de hoje valeu. E muito!

Ter alcançado o mata-mata no fio da navalha já é um título para esse time. E um justo prêmio para Ney Franco, que, por mais que a diretoria insista em dizer que não, teria o cargo seriamente ameaçado em caso de uma derrota hoje - e ainda mais se o Atlético-MG tivesse repetido o show de bola que deu na maioria das partidas dessa fase de grupos. Mas, vida que segue. Vou abrir outra Cerpinha.

VAAAAAAAAAIIIII, SÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO PAAAAAAAAUUUUULOOOOOO!!!


quarta-feira, abril 17, 2013

O povo não é bobo: tucana é a Rede Globo!

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Há exatos três anos, fiz um post aqui comentando a cara de pau da Rede Globo de aproveitar seu aniversário de 45 anos para fazer um vídeo safado remetendo descaradamente à campanha presidencial do tucano José Serra - ao pisar e repisar sete vezes a palavra "mais" em míseros 30 segundos (além de incluir "Brasil, muito mais"), aludindo ao mote "O Brasil pode mais", slogan eleitoral do PSDB naquela ocasião. Teve gente que ironizou, dizendo que a esquerdalha tava procurando chifre em cabeça de cavalo, pois a emissora não tinha culpa de completar 45 anos justo em ano de eleição presidencial, sendo 45 o número do PSDB.

Mas criar um vídeo "institucional" de aniversário da empresa com artistas falando coisas que não têm nada a ver com isso, como "mais educação e saúde", pareceu palanque explícito. Tanto que a Globo vestiu a carapuça e tirou o vídeo do ar, passando o vexame de dizer que ele havia sido feito em 2009 quando, descobriu-se, tinha sido feito mesmo naqueles dias de campanha eleitoral. Coisa feia.

Pois bem, três anos depois, o mesmo golpe volta a ser aplicado: na terra do tucano Aécio Neves, a Globo Minas, cuja emissora regional completa 45 anos em 2013, resolveu ressuscitar a campanha nacional cancelada em 2010 e usar o gigantesco 45 (com a palavra "anos" bem pequena) nos carros de reportagem da emissora. Abaixo, foto de alguns carros da empresa estacionados na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte. Não basta bolinha de papel e tomate. Tem que vestir a camisa (da campanha). Alguém aí consegue imaginar do que a Globo será capaz até as eleições de 2014?

Globo 45 e PSDB: TUDO A VER!



Naviraiense - rumo a Tóquio 2025

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Foto do Twitter do Alon Feuerweker
O título do post diz respeito a esse cartaz aí do lado, levado por um dos torcedores do time do Mato Grosso do Sul que enfrentou quinze horas de estrada pra chegar a São Paulo. Aliás, segundo reportagem da Rádio Globo, esses abnegados teriam rifado uma cama para alugar o ônibus e vir até a capital paulista ver seu time eliminar a Portuguesa, com um empate em 1 a 1.

"Ah, mas a Portuguesa tá mal mesmo". Sim, na Série A-2 do campeonato paulista, tomou de 7 a 0 do Comercial no fim de semana. Mas é uma equipe de Série A do Brasileiro e pegou um adversário que ficou famoso no Brasil por tomar um 10 a 0 do Santos em 2010. É um zebrão que levou o nome do clube aos trending topics mundiais. E leva a crise lusa para além da estratosfera.

O Naviraiense jamais tinha avançado à segunda fase. Dos times do estado, o que conseguiu melhor desempenho no torneio foi o Operário, que chegou às quartas-de-final em 1990, sendo desclassificado pelo Linhares-ES. Agora vai pegar o Paysandu.

E a façanha dos sul-matrogorossenses anima também o Remo e Flamengo-PI, que enfrentam amanhã Flamengo e Santos pela Copa do Brasil. É bom os favoritos botarem as barbas de molho, ainda que um milagre desses seja difícil de se repetir (espero, pelo menos, no caso do Peixe).

terça-feira, abril 16, 2013

Pinceladas cariocas - Remo, carro, Mané & Dedé

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 por Enrico Castro

Depois de vencer o Flu, o Flamengo vai encarar o Remo
Num jogo onde só o Botafogo, como espectador, poderia lucrar alguma coisa, o Flamengo mostrou superioridade, sobretudo no 1º tempo, e venceu o mistão do Fluminense por 3 x 1 em Volta Redonda no último domingo. O resultado não alterou em quase nada o futuro da dupla Fla-Flu. Para o Flamengo, já eliminado do Campeonato Carioca,  havia o discurso de que uma vitória aumentaria a motivação para a partida de volta pela Copa do Brasil, contra o "temível" Remo. Não entendi. O Flamengo tem a vantagem do empate, vai jogar no Rio de Janeiro, a partida vale pela 1ª fase... Precisa de motivação extra?!? E o Fluminense, já classificado para as semifinais da Taça Rio, e também podendo empatar no jogo da próxima quinta-feira contra o Caracas, também no Rio de Janeiro, para se classificar para a 2ª fase da Libertadores, vai se abater por causa desta derrota?!? Duvido.

Sem camisa, Rafinha viu o sonho do carro próprio virar fumaça
Para o Flamengo, o jogo só valeu para deixar o Rafinha andando de ônibus por mais algum tempo. A nova patrocinadora da equipe, a montadora Peugeot, prometera um carro ao jovem caso o mesmo utilizasse a camisa com o nº 208 nas costas durante a partida. Mas o Flamengo, coitado, preocupado com seu novo projeto, que consiste na organização de uma vaquinha entre os torcedores com intuito de salvar o clube da lama, não teve tempo de mandar confeccionar a camisa personalizada. Sendo assim, a empresa decidiu dar o prêmio ao melhor jogador da partida. O eleito foi Gabriel, que agora pretende rifar o automóvel para ajudar o clube a reduzir a mísera dívida de R$ 750 milhões. Pelo Fluminense, o jogo também só valeu para Abel Braga, que, revoltado por ter sido absolvido pelo TJD/RJ após a última expulsão, arranjou um jeito de ser expulso novamente - a fim de evitar as desgastantes viagens de ônibus para Volta Redonda para ver seu time jogar peladas sem sentido.

'Mané' Seedorf tirou 'João' do New Iguaçu para bailar na goleada
Já o Botafogo deu um passo importantíssimo em direção ao título com essa derrota do Fluminense. Agora, o time das Laranjeiras não tem mais chances de ser o 1º colocado geral (somando os dois turnos), e nem da Taça Rio, deixando para o time da estrela solitária a vantagem de jogar pelo empate tanto nas semi quanto nas finais para ser campeão do 2º turno. Se isso acontecer, o Botafogo, que bateu o poderoso Nova Iguaçu por 4 x 1 no domingo, com belas atuações de “Mané” Clarence e Lodeiro, será o campeão carioca de 2013. Mas, se não acontecer, o Botafogo terá ainda a chance de jogar por mais dois empates na final geral do Campeonato Carioca, já que qualquer um dos times que eventualmente conquistar a Taça Rio não somará tantos pontos quanto o alvinegro, deixando-o assim como a mão na taça - pois, além da vantagem, a equipe vem praticando o melhor futebol entre os times do Rio. No entanto, em inúmeras oportunidades já vimos vantagens de empate serem jogadas para o alto.  Não me surpreenderei se o Botafogo conseguir repetir este feito.
Quissamã não vence nem time de garçons; o Vasco também não
O Vasco inicia a semana enfrentando protestos da torcida por conta da negociação de Dedé com o Cruzeiro. O zagueiro não vinha jogando nada, mas também não vinha recebendo. Na última semana, a negociação com o Cruzeiro avançou e ele vislumbrou a possibilidade de receber R$ 400.000,00 por mês. E melhor: em dia! Resultado: "coincidentemente", voltou a jogar bem e até marcou um gol na vitória por 3 x 1 sobre o Quissamã, cujos atacantes não intimidam nem os zagueiros dos times dos porteiros e garçons do Aterro do Flamengo. Não há mais o que fazer. Pelo o que consta, a negociação já foi sacramentada e só não foi oficializada ainda porque o Vasco está buscando um meio de não ter a grana penhorada na Justiça. Ou seja: o final das contas, vai ficar sem Dedé e sem dinheiro. Só resta aos torcedores lotarem São Januário no domingo que vem para presenciar a última partida do "Mito" (???). Assistir ao jogo de despedida do maior ídolo vascaíno dos últimos anos, com o time já eliminado por antecipação do fraquíssimo Campeonato Carioca, e contra o Madureira. Não tem preço. Seria cômico, se não fosse...  Pensando bem, é cômico.

Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

Zeografia

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pariso
novayorkizo
moscoviteio
sem sair do bar

só não levanto e vou embora
porque tem países
que eu nem chego a madagascar

Paulo Leminski

Ressaca

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Só depois que o Guarani caiu para a Série A2 do Paulistão (o 10º rebaixamento em 12 anos, sendo que caiu para a Série C do Brasileiro há apenas 6 meses) foi que me lembrei da tentativa do time campineiro, no início deste ano, de trazer o semi-aposentado Adriano (ex)Imperador (foto). O que me levou a pensar numa dúvida Tostines: o Guarani foi rebaixado porque não contratou o Adriano ou o Adriano só não foi rebaixado porque o Guarani não teve dinheiro para contratá-lo? E quem está pior: o Guarani ou o Adriano? Dúvidas cruéis. Na moita, o (ex)atacante achou melhor tomar a saideira. Porque, afinal, deve estar com mais dinheiro que o Bugre...

segunda-feira, abril 15, 2013

Consciência social

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domingo, abril 14, 2013

Brasil, um país de tolos

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E a água do mar recua, antes do tsunami...

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Os times reservas do São Paulo e do Atlético-MG perdem no fim de semana - por 1 a 0 para o XV de Piracicaba (pelo Paulista) e por 2 a 1 para a Caldense (pelo Mineiro), respectivamente - e o suspense aumenta para a partida da próxima quarta-feira, com os times titulares, no Morumbi, pela Libertadores... Promessa de bom jogo.




Corinthians leva virada merecida do Linense

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Sheik até que foi bem num jogo preguiçoso (Foto: Fernando Calzzani/Agência Estado)

O Corinthians perdeu merecidamente do Linense na tarde deste domingo, por 2 a 1, e de virada, que  é mais gostoso, como é sabido e comentado por todos desde que o futebol existe. Foi mais uma atuação preguiçosa do time, que confiou demais nas próprias qualidades e no gol marcado por Guerrero logo aos 3 minutos de jogo.

O gol não foi um fato isolado no começo da partida. O Corinthians começou pressionando e criou algumas boas chances de gol até uns 15 minutos de jogo. Mas o ímpeto foi caindo e o Linense começou a gostar cada vez mais do jogo, como dizia o filosofo e poeta Juarez Soares. No segundo tempo, passou a adorar, marcando dois gols com João Salles e Leandro Brasília em jogadas bisonhas do sistema defensivo alvinegro, esquisito com o improviso de Alessandro como lateral-esquerdo.

Tite então encheu o time de atacantes no time, especialmente após a expulsão de Marcelo: Jorge Henrique por Pato (sim, isso implica em mais um atacante, já que JH há tempos não joga como tal) e Ralph por Paulo Vitor, jovem que na base era conhecido como Paulinho e fez sua estreia no time principal.

O time virou um bando desorganizado, mas um bando bastante ofensivo. Pressionou o Linense em sua grande área e garantiu ao goleiro Leandro Santos o status de herói da partida ao defender cabeçadas de Pato, Paulo André e um chute do garoto Paulo Vitor. Cabe ainda lembrar que Pato sofreu um pênalti não marcado pelo confuso árbitro, mas juntando o humor da tarde com o jeito que o povo anda perdendo penalidades, não ia dar em nada mesmo.

De útil, Shieik seguiu jogando bem e Guerrero fazendo gol. Pato se mostrou mais participativo e aceso que em outras ocasiões, chamando o jogo pra si quando entrou. Ele precisa perceber que vai precisar correr mais se quiser uma vaga no time. Paulo Vitor jogou pouco mas bem, fazendo umas três jogadas bacanas. Que entre de novo.

Falta mais um jogo para o fim desta horrorosa primeira fase do Paulistão. Que acabe logo.

Sobre jornalismo, tomates e gente

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Por Fabrício Lima

A musa do Cansei e seus tomates: um novo patamar para o ridículo
Diz a Embrapa em seu site institucional sobre olericultura que o semiárido brasileiro tem papel fundamental na cultura do tomate graças a "possibilidade do cultivo durante quase todo o ano, em função do clima seco, com estação chuvosa em dois ou três meses do ano, com produção de excelentes características qualitativas quanto à cor, brix e sanidade dos frutos".

Mas e quando a chuva não vem?

Em alguns dos mais de 1415 municípios afetados por aquela que já é considerada a pior estiagem desde 1958, não chove há mais de 18 meses. A previsão dos técnicos do setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) é ainda pior: o inverno tipicamente chuvoso do semiárido não deve acontecer em 2013. Naquele estado, o Grupo de Apoio a Desastres (GADE) está mobilizado desde o ano passado. Há três dias a Defesa Civil do Piauí disponibilizou mais 250 caminhões-pipa para atender a demanda de água para consumo humano em pelo menos 90 municípios. Apenas em Pernambuco, Minas Gerais e Bahia, mais de 440 municípios estão em estado de emergência desde o segundo semestre de 2012.

Em alguns estados a produção de leite já caiu mais de 70% por causa da morte do rebanho. As safras de chuchu, maracujá, arroz e milho estão severamente comprometidas. Até agora, estima-se em uma década o tempo que será necessário para recuperação da região a estágios anteriores à seca.

Mas voltemos aos tomates.

Durante o mês de abril as redes sociais pareciam o centro de Buñol na ultima quinta-feira de agosto. A festa espanhola da guerra de tomates ganhou uma versão digital do Brasil com tomates de todas as cores e tamanhos esparramados pelas timelines. Tinha maquiagem de tomate, joias feitas com tomates, carros de tomate, tomate nas novelas, no esporte, na música e na política.

Mas é claro que um perfil pessoal nas redes sociais não deve satisfação a ninguém. Cada usuário é responsável pelo que compartilha entre os seus pares. Não vejo pecado algum em externar uma alfinetada bem-humorada consolidada em uma informação parcial, afinal, há uma diferença gritante entre o compromisso de abastecer o público com informações qualificadas e uma piada ou protesto entre amigos.

Eis que entra no ar a eterna musa do “Cansei” Ana Maria Braga ostentando um colar feito de tomates em um canal de concessão pública de alcance nacional. Seria um protesto divertido se não fosse pela subtração de duas informações importantíssimas sobre a questão: a) A pior seca no semiárido brasileiro dos últimos cinquenta anos é fundamental para entender a inflação do preço do tomate; e b) o preço exorbitante do tomate é, de longe, o menor dos problemas provocados ou perpetuados pela seca. E quando a iniciativa parte de uma jornalista de formação e ex-âncora de telejornal, ela torna-se de extremo mau gosto.

Mesmo os canais de comunicação apegados à formalidade, com toda aquela pompa e circunstância teimosa do ofício do jornalismo, negligenciaram um elemento essencial no ato de informar: a apuração do contexto.

Coordenação desse nível só no meio de campo do Barcelona
Enquanto as publicações regionais dos estados afetados pela seca  fazem atualizações catastróficas há meses, os veículos mais robustos de alcance nacional rolam no tomate da Espanha brasileira. A revista semanal de maior circulação do país acusa o governo federal de ter deixado – ainda que por apenas algumas semanas – o preço do tomate alcançar patamares exorbitantes. A cada  linha impressa choram os economistas e as cantinas italianas, sofrem as fábricas de ketchup, definha a instituição brasileira da “salada nossa de cada dia”.

Enquanto isso, pelo menos na zona do semiárido, partidos de situação e oposição fazem coro pedindo por socorro às suas cidades. Além do desespero, partilham a negligência e a impotência diante do poder de ação irredutível que a natureza tem e a humanidade, não.

Baixado o preço do tomate os grandes veículos nacionais começam aos poucos a se voltar para a a mais terrível das secas, publicando notícias com um atraso de quase seis meses em relação aos veículos regionais. Ficou claro que a naturalização da miséria é tão aguda que o flagelo da seca já não vende mais jornais e mal serve como palanque político.


Fabrício Lima é baiano de nascença, jornalista e publicitário de formação, videomaker de ofício, torcedor do Bahia por sina e só bebe Kaiser por falta de opção.


sábado, abril 13, 2013

Peixe finalmente joga bem, Neymar faz 4 e já é artilheiro do Paulista

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Neymar fez quatro contra o União Barbarense. Quem mais fez?
A escalação da dupla Tata (no banco) e Muricy Ramalho (à distância)surpreendeu. Primeiro, a escalação do volante Alan Santos na lateral direita, no lugar do contundido Bruno Peres, mostra o tamanho da falta de prestígio de Galhardo, destaque no Sul-americano sub-20 de 2012, mas que não rendeu o que se esperava dele no Flamengo e tampouco no Santos. Neto substituiu o suspenso Durval, Guilherme Santos entrou no lugar do “poupado” Léo e ainda houve outra mudança na frente, com a entrada de Patito Rodríguez, formando-se um 4-2-3-1 mais móvel, com três atacantes trocando de posição, contando ainda com a chegada do meia Montillo.

No entanto, no primeiro tempo, os lances pelo lado esquerdo do ataque foram prejudicados pelas várias poças de água por aquelas bandas. Patito, que ficou quase o tempo todo por ali, foi prejudicado, e Neymar, atuando mais pelo meio, conseguiu achar espaços na frágil defesa do União Barbarense. Por ali, após um passe pelo alto de Cícero, aconteceu o gol do craque, logo aos sete minutos. Os donos da casa não conseguiram pressionar, embora Cesinha tenha feito grande jogada, exigindo uma defesa difícil de Rafael. Fora isso, o Peixe, mesmo com toda água nas quatro linhas, dominou com tranquilidade. O segundo tento, também de Neymar, veio após lance de Patito, e o Onze alvinegro, oportunista, só precisou completar.

Àquela altura, o União Barbarense já caminhava para o rebaixamento. Mais ainda quando se iniciou a segunda etapa e, antes do primeiro minuto, Neymar marcou novamente com assistência de Pato, uma bela finalização de calcanhar. Cinco minutos depois, o quarto tento, em um contra-ataque rápido. O Onze ainda finalizou uma bola na trave e fez um gol anulado de forma correta, já que Guilherme Santos, que deu a assistência, estava impedido.
Mesmo contando com a fragilidade do adversário, o time teve que driblar o gramado muito prejudicado pela chuva, e conseguiu tocar bem a bola. Renê Junior e Alan Santos foram muito bem, e Montillo também teve atuação destacada. Mas Neymar roubou a cena...


Artilharia e protesto da torcida

“Ah, mas o Neymar só faz quatro contra times pequenos”, dirão os céticos. A verdade é que não é trivial um jogador marcar quatro gols em uma partida, embora o atacante santista já tenha feito isso contra o Atlético-PR e contra o Paraguai, no Sul-americano sub-20. E, em geral, quando outros fazem quatro tentos numa partida, costumam ser festejados. Portanto, festejo Neymar, que agora é artilheiro do campeonato paulista com 13 gols, dois a mais que Willian Batoré, ex-atacante do Santos e agora centroavante pontepretano.

Outra reflexão pós-jogo. Muitos santistas que não concordavam com o protesto feito contra o treinador Muricy Ramalho, o “Esse time não me representa”, foram à forra. Disseram que a atuação foi uma “resposta” a quem protestava. Ué, mas tudo que um protesto legítimo quer é resposta. E o time correspondeu, quem vai dizer que isso não ocorreu também em função do protesto, democrático, e que não ensejou qualquer tipo de violência?

Não se pode confundir torcida e apoio com aceitação de tudo, um exercício contínuo de engolir sapos. Nunca deixei de torcer pelo Santos, mesmo quando a gestão anterior a esta cometia erros dos mais bárbaros, muitos deles maiores do que os da atual. Torcia, mas protestava e contestava, posts passados aqui mostram isso. Agora, por que essa administração ou a comissão técnica estariam livres de protesto e de pressão? Um pouco mais de senso (e de exercício) de democracia vai bem...

quinta-feira, abril 11, 2013

Mano Brown "vetou" Rafael Moura no Santos e diz que Neymar é "a melhor coisa que aconteceu no Brasil depois da eleição do Lula"

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Claro que sou suspeito por ter participado da conversa, mas a entrevista com Mano Brown para a revista Fórum (aqui e aqui) vale a pena ser lida pela contundência e transparência de suas análises, que vão muito além do que pensam alguns acadêmicos encastelados de nossas universidades. Contudo, fora a política, tema tratado por ele em boa parte do papo, Brown também fala sobre outra questão atinente a este blogue: o futebol.

"Ah, melei mesmo, contrata a Xuxa também" (Foto Guilherme Perez)
Torcedor fanático do Santos, ele conta como "vetou" a contratação do atacante Rafael Moura, vulgo "He-Man" pelo time da Vila. "Inviabilizei a contratação do Rafael Moura, ah, melei mesmo, contrata a Xuxa também, tá de brincadeira [risos]. Aquela reunião [com alguns dirigentes do clube] foi treta, aí eu sugeri: 'Traz o André aí'."

Brown ainda fez outra crítica à forma como o estádio da Vila Belmiro, já há algum tempo, vem sendo modificado pelos dirigentes. "O Santos tá com um complexo de pobreza que eu não compreendo, esse negócio ridículo de colocar vidro no estádio inteiro, não dá pra ouvir as vozes da torcida, diminui a pressão. Os caras ficam batendo nos vidros, ficam parecendo loucos, esse negócio de colocar televisão nos camarotes", criticou. "O setor Visa é vazio o ano inteiro, eu já perguntei ao presidente pra quem que é bom o marketing da torcida vazia, abre a câmera e o estádio está vazio."

Sobre Neymar, o rapper não poupa elogios. "O Neymar é sensacional, melhor coisa que aconteceu no Brasil depois da eleição do Lula", diz. "Só poderia ter nascido no Santos mesmo, é foda, não cabe em outro time, mano."

Confira o resto da entrevista aqui.

Presa fácil

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O título do post tem duplo sentido: tanto serve para designar o (frágil) União Barbarense, que perdeu para um improvisado São Paulo ontem, por 2 a 1, e segue ameaçado de rebaixamento no Paulistão, quanto para resumir a condição do mesmo São Paulo contra o (forte) Atlético-MG na próxima quarta-feira, pela Libertadores, no Morumbi. Se jogar como ontem na semana que vem, o time de Ney Franco corre o risco de levar um vareio ainda maior que o aplicado (duas vezes) pelos atleticanos contra o argentino Arsenal. Imaginem Carleto contra Marcos Rocha, Aloísio contra Rever, Edson Silva contra Diego Tardelli, Fabrício (ou Denílson, tanto faz) contra Ronaldinho Gaúcho... Medo!

Isso sem contar que, pelo que parece, o substituto do (bom) Jadson será mesmo o (péssimo) Douglas.  Paulo Henrique Ganso voltou a tomar seu sonífero habitual e Paulo Miranda, se for titular, poderá consagrar Júnior César. Mesmo com Juvenal Juvêncio prometendo manter o técnico frente a uma (bem provável) desclassificação na primeira fase da Libertadores, a iminência de uma goleada vexatória em pleno Morumbi, com possível show de bola e olé do Galo, permite conjecturas plausíveis sobre a manutenção dessa "garantia". Porque, se o São Paulo já era mediano com Jadson e Luís Fabiano, sem eles - e com Douglas (!) e Aloísio substituindo -, a maionese desandou de vez.

Resta saber se Ney Franco, ao sobreviver a um temível sacode do Atlético-MG, terá condições de juntar os cacos para tentar alguma coisa na reta final do Paulistão. A boa campanha na (interminável) primeira fase, que garantiu mandos de campo caso o time vá avançando na fase posterior, não significa absolutamente nada. Tirando Corinthians, Palmeiras e Santos, mais Ponte Preta, Botafogo e Mogi Mirim, os outros clubes são uma piada. E o São Paulo não conseguiu vencer um clássico sequer, perdendo para santistas e corintianos e empatando com palmeirenses. Daqui pra frente, ou Juvenal Juvêncio turbina o elenco, como prometeu, ou teremos mais uma temporada sem títulos

Aliás, se esse (tedioso) Paulistão não serve pra muita coisa, pelo menos a diretoria devia ficar de olho em alguns atletas promissores dos times interioranos, que, se não são nenhuma Brastemp, pelo menos serviriam para dar alternativas viáveis ao elenco do Tricolor - afinal, se Douglas é titular, qualquer um pode ser! Ontem, o União Barbarense mostrou que tem um lateral-direito muito ofensivo: Alex. Essa é uma das lacunas mais gritantes do São Paulo. Desde as saídas de Cicinho e Ilsinho, o clube nunca mais acertou o setor, o que obrigou os técnicos a improvisarem, por exemplo, o meia Souza (hoje na Portuguesa) e, atualmente, os volantes Paulo Miranda e Rodrigo Caio. Abre o olho, Juvenal!


Flamengo-PI 2 X 2 Santos - crônica de um empate vexatório

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“Mas quando a bola rolou... meu Deus do céu, o que foi isso. O jogo de ontem foi a pior partida do Santos nesse ano. (…) Gramado ruim, retranca excessiva? Esses dois fatores existiram, mas não dá pra atribuir o mau desempenho a eles. Sou mais culpar quem é de direito, os próprios jogadores do Santos.”

Não, esse não é o início de um texto falando sobre a peleja de ontem, um empate algo vexatório do Peixe contra o Flamengo-PI, no qual cedeu a igualdade após estar ganhando por 2 a 0. É um trecho de um post do Olavo em 2010, falando sobre a vitória alvinegra contra o Naviraiense por 1 a 0, resultado que não eliminou a segunda partida. O que aconteceu depois, todos lembram...

Isso seria um motivo para o santista não esquentar tanto a cabeça com o resultado de ontem. Mas é bom recordar que o contexto de 2010 era outro. A partida ruim na ocasião foi uma exceção para uma equipe que começava a se acertar, já fazia boas apresentações e, depois, engataria inúmeras goleadas e grandes partidas até chegar ao título da Copa do Brasil.

Giva, um gol e uma atuação razoável
O jogo de ontem foi ruim, o time foi apático, o meio de campo foi inoperante como poucas vezes neste ano. Foi, de fato, a pior partida do Santos em 2013, com atuações mais que apagadas de Cícero, Montillo e de uma defesa que simplesmente não se acertava, propiciando espaços generosos para um time que não tinha qualidade para aproveitá-los, e mesmo assim chegou ao gol duas vezes.

O primeiro gol piauiense, além da generosa contribuição da defesa que marcou em linha e deixou Lúcio Bala solitário, contou com a uma saída desastrosa do gol de Rafael, lembrando jogadas similares de Fábio Costa. O desacerto resultou em um pênalti no ex-jogador santista, convertido por Édson Di. Desde que foi cortado da seleção olímpica, o goleiro Rafael não tem feito a diferença como fazia em diversas pelejas em 2011 e parte de 2012. Além de saídas ruins pelo alto e por baixo, não tem praticado grandes defesas, fazendo atuações apenas comuns. Já o miolo de zaga... Durval mais uma vez fez uma falta desnecessária, uma trapalhada equivalente à feita contra o São Caetano. Daí veio o tento de empate dos donos da casa.



Salvaram-se poucos. Neymar, com duas assistências, mostrou que, se não fosse ele, a situação poderia ter sido ainda pior. Os jovens Alan Santos e Giva também fizeram o que podiam, o nove peixeiro, por exemplo, havia finalizado mais que todo o time adversário quando saiu para dar lugar ao frequentemente inexpressivo André.

A atuação burocrática do Santos, apático e com jogadores se omitindo assustou mais do que o resultado em si. Apatia, aliás, também do técnico Tata, representante de Muricy na partida, que, tal qual seu superior, só mudou aos 35 do segundo tempo e nem fez todas as substituições a que tinha direito.

Essa é uma diferença para aquele jogo de 2010: aquela equipe tinha vontade de jogar, e de acertar, a estreia no torneio foi um ponto baixo em uma ascensão tática e técnica. Hoje, a partida contra o Flamengo-PI parece só o extremo de uma rotina de jogos ruins. Tomara que seja um ponto de mudança. Mas isso é mais torcida do que análise.