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Essa está sendo uma semana agitada para o Corinthians. Contratações, goleada e novo fim do projeto de construção de um estádio próprio marcaram o noticiário. Vão notinhas com palpites:
Corinthians 5 x 0 Gama
O Timão não tomou conhecimento do time do Distrito Federal e sapecou uma sonora goleada. Poderia ter sido mais, levando em conta as chances perdidas. Morais entrou jogando e deu passe para o gol de Herrera. O experiente novato Bebeto, centroavante de 30 anos que jogou com Mano no glorioso XV de Novembro de Campo Bom, entrou durante a partida e fez o seu, em bela cabeçada. A saber o que vai dar. Alberto Helena Jr. chamou a atenção para a linha de meio-campo que parece estar se formando no Timão: Fabinho, Elias, Douglas e Morais. Se for por aí, o time se força a jogar mais a frente, adiantando a marcação e pressionando. Eu gosto.
Contratações
Além de Morais e Bebeto, chegou o volante Almeida, de 24 anos, para período de testes durante a Série B. O atleta veio do glorioso Iraty, que tantas alegrias deu ao Santos, durante o reinado de Wanderley Luxemburgo na Vila Belmiro (MT foi elevado a imperador nesse período). Almeida afirmou que não é só o penteado afro que o assemelha aos selecionáveis brasileiros Anderson e Zé Roberto, mas também o estilo de jogo. Reservo minha desconfiança para o rapaz.
Fetiche?
A contratação de Almeida demonstra uma predileção de Mano Menezes por volantes. O rapaz é o oitavo jogador do elenco para a posição, segundo a divisão do site oficial do clube, que coloca Eduardo Ramos e Elias entre os meias. Ou seja, na prática, são dez opções diferentes de volantes.
Olímpica
Mas a grande contratação do Timão foi para a equipe feminina: a atacante Cristiane, craque da Seleção Brasileira. O reforço chega para a disputa do Campeonato Paulista, no qual o Timão está em segundo lugar do Grupo 2, com 35 pontos, atrás do Santos, que tem 38. Quatro equipes classificam-se para a segunda fase, que é quando Cristiane deverá estrear. Um dado é que o Corinthians já conta com a artilheira do campeonato até agora, Nilda, que tem 20 gols, seis a frente das segundas colocadas. Segundo o site da FPF, alguns jogos têm transmissão pela Rede Vida, como é o caso da próxima partida do Timão, contra o São José, no dia 30, às 10h30. O jogo será no CT de Itaquera.
Estádio...
Por fim, e como meus pessimistas botões já imaginavam, mais um projeto de construção do estádio próprio corintiano fez água nessa semana. Andrés Sanches cancelou o contrato com o consórcio Egesa/Seebla, que havia feito proposta para a obra (veja nota oficial do clube). O estádio deveria ter capacidade para 52 mil torcedores e 200 camarotes, no bairro da Vila Maria, na marginal Tietê, a 2 km do Parque São Jorge. Enquanto isso, Walter Feldman, secretário de Esportes da prefeitura de São Paulo, afirmou a intenção do governo em “vender” o Pacaembu para o Corinthians. A idéia é fazer uma concessão onerosa, com o Timão assumindo o compromisso de reformar o estádio. O custo da operação ficaria em R$ 200 milhões. Enfim, nada de novo.


















Fui convidado para escrever sobre Fórmula-1 neste site. Mas peço licença a vocês e ao Felipe Massa, que venceu sem contestação o GP da Europa (prova chatíssima disputada no belo circuito de rua de Valência), para falar um pouco sobre a campanha olímpica do Brasil em Pequim. Como alguns de vocês sabem, no último ano, por questões profissionais, mergulhei nas entranhas da estrutura que administra o esporte olímpico brasileiro. E dessa imersão tirei algumas conclusões que talvez ajudem a explicar o nosso desempenho apenas razoável na China (aliás, em todos os jogos anteriores), como bem definiu o presidente Lula (acima) no "Café com o presidente" de hoje.
Vamos a elas: nunca o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recebeu tantos recursos e investimentos, sejam eles privados ou estatais, num ciclo olímpico. No total, passaram pelas mãos de Carlos Arthur Nuzman (à direita), presidente do COB, & companhia (leia-se: presidentes de confederações), cerca de R$ 1,2 bilhão. A maior parte desse dinheiro veio da Lei Piva, que destina 2% da arrecadação das loterias para COB, para as confederações de cada modalidade esportiva e para o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) - se bem que este último leva apenas 15% do bolo.
Como se nota, o problema deixou de ser a falta crônica de recursos e passou a ser a gestão deles. O COB, que tem como fonte própria apenas as verbas dos seus patrocinadores, administra esse dinheiro alheio como bem entende. O resultado disso é que esportes sem muita expressão e visibilidade acabam recebendo migalhas. São modalidades como tiro esportivo (à esquerda), lutas, levantamento de peso e tênis de mesa, só para citar algumas, que, para outros países, são verdadeiras usinas de medalhas. Por isso, se quiser ser uma potência olímpica, o Brasil terá que olhar mais para os esportes nanicos.
Como maior financiador do esporte de alto rendimento no país, o governo federal não pode se omitir da tarefa de fiscalizar e acompanhar o uso dos seus recursos, sejam eles diretos ou indiretos. Mas peralá: longe de mim defender uma intervenção federal na atividade. O que sugiro é a participação de todos os segmentos envolvidos, governo, COB, confederações e atletas, na decisão de como e onde aplicar esse dinheiro. O que não dá para aceitar é alguém administrando os bônus e repassando os ônus. Aí a vara quebra, o cavalo refuga, o uniforme encolhe e o país anda para trás na conquista de medalhas olímpicas (acima, à direita).









