Destaques

terça-feira, junho 07, 2011

A cachaça como sinal de liberdade e segurança

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O ótimo documentário "Hércules 56", produzido em 2006 pelo diretor carioca Silvio Dá-Rin, narra a dramática libertação de 15 presos políticos no Brasil, em setembro de 1969, a partir do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick pela luta armada. A viagem dos presos até o México e depois à Cuba é narrada pelos nove sobreviventes do grupo na época de produção do trabalho: Agonalto Pacheco, Flávio Tavares, Ricardo Zarattini, José Ibrahim, Maria Augusta Carneiro, Ricardo Villas, Mário Zanconato, Vladimir Palmeira e José Dirceu (ficaram faltando os falecidos Gregório Bezerra, Luís Travassos, Onofre Pinto, Rolando Frati, João Leonardo Rocha e Ivens Marchetti). Agonalto morreria em 2007, em Aracaju, e Maria Augusta, em 2009, no Rio de Janeiro.

Quatro sobreviventes: Flávio Tavares, José Ibrahim, José Dirceu e Mário Zanconato

Outros entrevistados pelo documentário são participantes do sequestro, como Franklin Martins, Paulo de Tarso Venceslau, Claudio Torres e Daniel Aarão Reis (os comandantes da operação, Joaquim Câmara Ferreira, o "Toledo", e Virgílio Gomes da Silva, o "Jonas", morreram torturados pelos militares). "Hércules 56" mostra que o processo de libertação dos presos foi muito complicado. Quando 13 deles já estavam dentro do avião, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (Bezerra seria resgatado em escala em Recife e Zanconato, em Belém), nada garantia que conseguiriam levantar vôo. Militares radicais pára-quedistas chegaram a tomar a torre de controle do aeroporto segundos após a decolagem da aeronave.

Ao chegar ao México, circulava o boato que seriam deportados de volta ao Brasil. Foi então que o secretário de Governo daquele país, Luis Echeverría, pediu para que tirassem as algemas dos presos e garantiu que estariam a salvo. No documentário, questionado sobre qual o momento em que havia se sentido realmente livre, o ex-metalúrgico José Ibrahim responde:

- Foi quando eu e o João Leonardo derrubamos uma garrafa de tequila. No dia que nós botamos o pé lá. Ele falava assim: 'Ibra' - ele me chamava de Ibra - 'Ibra, tá amarrado aquele negócio nosso, né?'. Eu digo: 'Claro que tá, Jota'. Só eu e ele que sabia (sic). A gente ia chegar, botar o pé no hotel, pedir uma garrafa de tequila e derrubar. Pô, nós estávamos a seco há meses na cadeia. Só de vez em quando vinha a 'laranjinha', né (risos). E aí nós derrubamos essa garrafa de tequila, os dois. E fomos dormir.

Confira, a partir de 3:40 -

segunda-feira, junho 06, 2011

Sem Clube F.C.

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Pesquisando o destino de alguns artilheiros do São Paulo, me surpreendi com a quantidade de gente que está sem clube - alguns em transição, há pouco tempo, mas outros com um ano ou mais sem atuar (e não por culpa de contusão). Vamos a alguns deles:

França - Quarto maior artilheiro do São Paulo em todos os tempos, com 182 gols, o maranhense Françoaldo Sena de Souza, 35 anos, está há 11 meses parado. Depois de cinco anos no Kashiwa Reysol, do Japão, rescindiu seu contrato em julho de 2010. E está parado, desde então.

Belletti - Contemporâneo de França no São Paulo, o paranaense Juliano Haus Belletti, que completará 35 anos no próximo dia 20, estava no elenco do Fluminense campeão brasileiro do ano passado. Experiente, com passagens pelo Villareal, Barcelona e Chelsea, também segue sem clube.

Mineiro - Herói da conquista do Mundial de Clubes pelo São Paulo em 2005, quando marcou o gol da vitória do São Paulo sobre o Liverpool, o gaúcho Carlos Luciano da Silva, 35 anos, atuou pela última vez no Schalke 04, da Alemanha, na temporada 2009-2010. Depois disso, mais nada.

Alex Dias - Muita gente pensa que o matogrossense Alex Dias de Almeida, 39 anos, já pendurou suas chuteiras. Apesar de ser visto em partidas de showbol, com outros ex-boleiros, o atacante segue à procura de um clube. Em novembro de 2010, foi dispensado pelo América-RJ.

Fernandão - Depois de um ano no São Paulo, o goiano Fernando Lúcio da Costa, 33 anos, rescindiu contrato e procura novo clube. Especulações davam como certa sua contratação pelo Palmeiras mas, por enquanto, nada foi definido. Seu empresário diz apenas que tem "quatro propostas".

Ilan - No São Paulo, entre 2000 e 2001, a passagem do paranaense Ilan Araújo Dall'Igna, hoje com 30 anos, foi apagada. Em seguida, porém, foi campeão brasileiro pelo Atlético-PR e partiu para a França e depois Inglaterra. Estava no Internacional-RS, mas foi dispensado há seis meses.

Ronaldo: 'Eu era o meu próprio torturador'

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Na entrevista que concedeu ontem ao canal SporTV, às vésperas de seu jogo de despedida pela seleção brasileira, Ronaldo Nazário deu um depoimento arrepiante. Ao se despedir do futebol, em fevereiro, o atacante afirmou que tinha que reconhecer algums derrotas. "Perdi para o meu corpo", disse, entre lágrimas, ao justificar que as dores e contusões constantes o impediam de seguir a carreira. Falando sobre o assunto, o entrevistador Paulo César Vasconcellos perguntou se alguma vez, nas graves lesões que teve nos joelhos, Ronaldo pensou em desistir. O ex-jogador disse que sempre foi otimista, mas que sofreu horrores.

- Chorei muito. Você não sabe o que é receber um diagnóstico médico dizendo que você, com vinte e poucos anos, no auge da carreira, não vai mais jogar futebol. Quando eu sofri a primeira lesão grave, na Inter [de Milão], fiz a cirurgia e, depois de seis meses, eu só conseguia dobrar a perna num ângulo máximo de 60 graus. Era muito tempo para ainda estar assim, por isso fui consultar um médico nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas do mundo. Ele fez todos os exames e disse que minha perna ia ficar assim para o resto da vida, que eu não ia mais jogar futebol e que ia andar mancando. Chorei muito, muito. Foi desesperador.

Depois de chorar e de se revoltar, mandando todo mundo "para aquele lugar", segundo suas palavras, Ronaldo resolveu voltar à França e conversar com o médico que o havia operado.

- Cheguei pra ele e mostrei os exames feitos nos Estados Unidos. '-E aí, o que você me diz', perguntei pro médico. Ele disse que o especialista americano estava louco, que não era nada daquilo. Me deu um grande alívio. Aí ele disse que, se eu passasse quatro meses num centro de fisioterapia em Biarritz, uma cidade da França, eu ia sair de lá flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. Falei: '-Tô dentro'. Não imaginava o que ia passar. O primeiro mês foi um horror. Eu ficava numa espécie de gaiola, com um cabo prendendo minha perna, que passava sobre a minha cabeça e que eu próprio puxava, para flexionar a perna. Cada vez que eu puxava era uma dor inimaginável. Fazia aquilo chorando de dor. Ou seja: eu era o meu próprio torturador. E foi assim, flexionando grau por grau, que eu saí de lá, como o doutor falou, flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. O que tinha sido considerado impossível.

Decisão da Copa de 1998
Pela primeira vez, depois de quase 13 anos do acontecido, Ronaldo resumiu com detalhes o que ocorreu no dia em que o Brasil perdeu a final da Copa para a França de Zinedine Zidane. Segundo ele, após a inexplicável convulsão, o médico Lídio Toledo afirmou que ele não ia jogar, pois era preciso fazer vários exames e saber a extensão da crise e o que ainda poderia acontecer com ele.

- Eu falei que estava bem e que queria jogar. Não aceitava só a opinião do médico. Perguntei quais exames deveriam ser feitos e insisti que fossem feitos naquele dia mesmo. Foi um sufoco achar um clínica aberta para isso, mas conseguimos. Fiz todos os exames possíveis, eletroencefalograma, tomografia, tudo. E os resultados foram absolutamente normais, eu não tinha nada, era como se a convulsão não tivesse acontecido. Saímos da clínica direto para o estádio. O Zagallo já havia anunciado a escalação com o Edmundo no meu lugar. Cheguei para o Ricardo Teixeira com os exames na mão e disse que estava tudo bem e que eu queria jogar. Ele confiou em mim, mas disse que eu precisava falar com o Zagallo, a decisão seria do técnico. Daí, vendo os exames e a minha vontade de jogar, e por tudo o que eu havia feito na Copa até ali, o Zagallo me escalou. Infelizmente, foi um dia em que a França jogou demais e literalmente nos atropelou.

Tite trouxe o empate que foi buscar

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O Corinthians foi ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo, no Engenhão, com uma ideia na cabeça: empate fora de casa é vitória das boas. Conseguiu exatamente o que queria e de quebra anda fica na liderança pelo menos até quarta-feira, quando pode ser ultrapassado por Atlético MG ou São Paulo.Bom resultado, com futebol bastante questionável.

A estratégia para colocar em prática essa ideia na cabeça foi a mesma de outras rodadas. Linhas de defesa e meio campo em próximas e recuadas, tentativa de saída rápida para o contra-ataque. Tática também conhecida como retranca. Funcionou defensivamente quase à perfeição: o Flamengo chegou a ter barcelônicos 66% de posse de bola no primeiro tempo, sem criar nada que levasse grande perigo a Júlio César.

Para ser menos mau humorado, teve até uma novidade no começo do jogo, com o Timão marcando mais adiantado e pressionando o adversário. Nessas, saiu o gol de William, que finalizou bem uma bela jogada de linha de fundo do estreante Weldinho, lateral direito que mostrou qualidade e poderia ter sido mais bem aproveitado não fosse o esquema titeano que o deixou plantado mais atrás.

Feito o gol, Tite deixou de lado essa história de atacar. Foi aí que o Flamengo teve o domínio da posse, sem perigo até a falta cobrada por Renato que empatou a partida.


Na segunda etapa, más notícias foram amplificadas pela covardia do treinador. Liedson saiu contundido e, quando todo mundo esperava a estreia de Emerson, Tite colocou outro novato: o volante Edenílson, vindo do Caxias. O rapaz entrou meio que para fazer a função de William, que foi para a referência do ataque. Se alguém entendeu, por favor, me explica. O Sheik entrou mais tarde, quando Jorge Henrique também pediu para sair – e olha que pouco antes Moradei estava aquecido e pronto para a peleja. Pessoal gosta de um volante...

domingo, junho 05, 2011

Seleção não vai mal, mas não resolve. E sente falta de meias

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A Seleção Brasileira jogou ontem contra a Holanda, num amistoso sem grandes consequências no Serra Dourada. Acabou num OxO que não fez necessariamente jus ao futebol praticado, especialmente pelo Brasil.

Não que tenha sido uma apresentação fenomenal, mas o time procurou o ataque com constância e chegou com bastante perigo, especialmente no segundo tempo. No primeiro, teve controle da bola e tentou, mas o meio-campo com Elano, Ramires e Lucas Leiva não conseguia muita criatividade. A Holanda, recuada e nos contra-ataques, levou mais perigo, exigindo duas belas defesas de Júlio César.

Pelo desempenho no segundo tempo, o time poderia ter ganho e bem. Neymar jogou muito, pra variar, Robinho foi bem, Elano e Ramires participaram bastante, nas suas características. Nas laterais, Daniel Alves jogou bola, enquanto André Santos resolveu diminuir a intensidade de minhas defesas a seu nome.

O sãopaulino Lucas entrou e correu bastante, mas pareceu meio ansioso. Imaginei o rapaz armando pelo meio, mas Mano o colocou mais par a direita. Entrou também Leandro Damião no lugar de Fredi, que não se mexeu muito e errou finalizações que não pode. Prefiro Nilmar ou Pato ali, jogadores mais leves e habilidosos, mas entendo a busca por uma opção pesada.


Podia ter ganho, controlou o jogo e foi melhor que nos amistoso mais recentes. Mas não chegou a me encantar do jeito que imaginei após os 2 a 0 contra os EUA, que deram a todo mundo esperança de um futebol bonito, ofensivo e com controle da bola. Duas coisas marcam aquela partida: foi a primeira com Mano no comando e a única desde então com Paulo Henrique Ganso na armação.

É por isso que se justifica a badalação em torno do jogador, repudiada por santistas aqui outro dia como perseguição ao Neymar. Sem paranoias, o fato é que, mesmo que se considere Neymar no frigir dos ovos mais jogador que Ganso, este cumpre não uma, mas várias funções no meio-campo, o que não se vê em outros jogadores. Até agora, Mano não achou uma opção para armar o meio campo sem o cara – e não dá pra dizer que não tenha procurado. A de ontem talvez tenha sido a mais bem sucedida.

André Rocha, do blog Olho Tático, explica assim a “questão Ganso”: “O meia é fundamental porque foge do estereótipo criado no Brasil para o meio-campo, dentro da famigerada e anacrônica divisão das funções: o 'cabeça de área' que só marca, o 'segundo volante' que sai para o jogo, o 'terceiro homem' ou 'apoiador' que corre e marca e o 'camisa dez', responsável único pela criação, muito mais atacante que meia, só joga com a bola”.


Começou a mudar essa visão com a proliferação de “volantes que sabem jogar”, fazendo dessa uma das posições em que estamos melhor servidos (Ramires, Elias, Hernanes, Lucas Leiva, Sandro, Arouca, Wesley, para lembra de alguns, com variados graus de poder de movimentação, criação e marcação). Mas fazem falta ainda os meias clássico, que, segundo definição que vi de Tostão e Alberto Helena jr., jogam de uma intermediária à outra. Com a bola, têm visão de jogo e qualidade de passe para controlar o ritmo e encontrar espaços. Sem ela, ajudam a recompor a marcação e, uma vez retomada a posse, na saída de bola.


Hoje, acho que só Ganso faz isso tudo. Fosse eu olheiro de categoria de base, seja de time ou empresário, estaria fuçando atrás de uns caras com características mais ou menos por aí.

Passadinha pela liderança

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O Palmeiras está na primeira posição do campeonato brasileiro quando ainda não se completaram os jogos da terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Para que isso continue assim até a próxima semana, seria necessária toda uma cobinação de resultados. O que precisaria para isso seguir assim até daqui 35 rodadas, é melhor não responder.

Feita uma reflexão pessimista sobre o estado do futebol apresentado pela equipe de Luiz Felipe Scolari, cabem comentários sobre o que foi apresentado na vitória contra o Atlético-PR, por 1 a 0, no Canindé. Foi o segunda soma de três pontos em três jogos. Como houve um empate na semana passada, a equipe mantém-se invicta. E terá o forte Inter em Porto Alegre como próximo adversário.



O placar mínimo foi alcançado a 30 minutos da etapa final em cobrança de escanteio de Marcos Assunção para o volante Chico cabecear. Foi um placar magro contra um time que não marcou nem pontos nem gols no campeonato. E só saiu depois que Rômulo foi expulso, aos 12, por falta fora do lance em Kléber.

Embora as faltas e cobranças de tiro de canto sejam um ponto forte do time, momento de esperança para a torcida que canta e vibra, foi o primeiro gol alcançado dessa forma no campeonato. Isso quer dizer um de três, já que a equipe não marcou por mais do que isso em cada uma de suas partidas. Na temporada, foram oito dos 52 marcados – 15%.

Vale frisar que é comum as mesmas cobranças no primeiro pau resultarem em nada mais do que uma rebatida da zaga rival. O tento conferido pode ser uma esperança de que o treinamento, se não ruma à perfeição, pelo menos permite algumas melhoras.

Pelas minhas contas, foram quatro jogadas oriundas de faltas cobradas pelo camisa 20, mais dois chutes diretos à meta paranaense do mesmo jogador. Outras sete oportunidades pintaram com a bola rolando, entre jogada individual do lateral Cicinho, tabela de Kléber com Gabriel Silva e trombadas do camisa 30.

Há ou não dependência de cobranças, chutes e cruzamentos de Marcos Assunção? Metade das chances foram criadas assim. É um tipo de jogada que acontece mais vezes em um jogo. Mas o time precisa mais de Kléber para criar jogadas com a bola rolando. Com Luan e Patric atuando como meias, a "conquista" de um escanteio quando a equipe vai à linha de fundo, ou de uma falta como desfecho de um contra-ataque, permitem criar mais perigo.

Em outras palavras, até para ter escanteios e faltas, precisaria de mais criação.

Assim, a passadinha pela liderança não aumenta esperanças. Nem esconde limitações. Só é bom e, por isso, a gente aproveita.

sábado, junho 04, 2011

Mais cinema e futebol

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Até este domingo, 5, São Paulo recebe o 2° Cinefoot - Festival de Cinema de Futebol. A etapa paulistana não é competitiva, diferentemente do que aconteceu no Rio de Janeiro na última semana. As exibições serão no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu.

Os vencedores, que se tornam pedidas relevantes, foram Copa Vidigal, de Luciano Vidigal, na categoria melhor longa-metragem. Entre os curtas, o caneco foi para o espanhol Porque há coisas que nunca se esquecem.

O primeiro conta a história de um campeonato de futebol de favelas promovido no morro que dá nome à produção. O objetivo da disputa era colocar as comunidades para disputar em um campo que constrói, e não em batalhas entre facções do crime organizado.

Foto: Divulgação
 Copa Vidigal, disputa relevante entre comunidades

O segundo entrou para o livro dos recordes como o filme mais premiado da história, com pra lá de 300 agraciações. Quatro meninos jogam bola em uma arena inigualável: a rua onde moram. Aí, o atacante se empolga e dá uma de Palermo (ou de Baggio) e isola a redonda para a casa da velha má. O drama é se a gorduchina poderá ser resgatada e sobre as revanches maquinadas pela molecada.


Porque hay cosas que nunca se olvidan por laorilla

Além desses, há um que especialmente me interessa, "Primeiro Tempo", de Rogério Zagallo. O documentário conta como foi a despedida da torcida palmeirense do Estádio Palestra Itália, que, demolido, dará lugar à Arena homônima. O documentário é curto mas mostra torcedores e funcionários na hora do "até breve" para a casa alviverde.

Até uma persona non grata no Futepoca, o ex-governador José Serra, concordou que vale a pena: "Bela dica!!!!! Futebol e Cinema é tudo de bom!!! Abraços palestrinos!!!" (cá entre nós, não sei o que achar pior: o excesso de pontos de exclação ou a lembrança de que se trata de um palmeirense...)

Mas tem produções sobre São Paulo, Corinthians e por aí vai. A programação está aqui.

sexta-feira, junho 03, 2011

Neste sábado tem Marcha das Vagabundas em SP

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Depois do Churrascão de Gente Diferenciada, outra mobilização bem humorada, mas muito séria acontece neste sábado, em São Paulo. Trata-se da “Marcha das Vagabundas”, versão brasileira (ainda que não do Herbert Richers) de uma mobilização originada no Canadá chamada Slut Walk ( a tradução é essa mesmo) que visa denunciar a culpabilização das vítimas de estupro.

A manifestação começou, segundo o site oficial, por conta de uma declaração de um policial numa palestra em uma universidae de Toronto que, numa palestra de prevenção contra abusos sexuais, disse que as mulheres não deveriam se vestir como vagabundas (sluts) para não serem vítimas de estupro. As moças então foram para as ruas com roupas das mais variadas e cartazes com dizeres como “Não me diga oq eu devo vestir, diga aos homens para não estuprarem” – que entra para a série “difícil ou fácil?”.

O resumo é esse: as mulheres têm o direito de usar e fazer o que quiserem e não serem estupradas no processo. De novo, difícil ou fácil?

Em matéria da Rede brasil Atual, Solange De-Ré, uma das organizadoras da marcha brasileira, afirma que julgar uma pessoa pela roupa é retrógrado. "Não é a roupa que causa o estupro, por exemplo, é a mente doentia de um homem que sente prazer no medo e humilhação que uma mulher sente nessa hora", diz.

A matéria informa ainda que a Slut Walk já foi realizada em outros países como Argentina, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, Nova Zelândia. Neste sábado haverá novas edições norte-americanas, em Los Angeles e Chicago, além de outra canadense (Edmonton), e também em Estocolmo (Suécia), Amsterdã (Holanda) e Edimburgo (Escócia).

Menção honrosa

Na linha dos manifestos bem humorados, legal esse garoto britânico de 12 anos que decidiu ir à escola usando saia para protestar contra a proibição de uso de bermuda na instituição. O moleque leu o novo regulamento de vestuário da escola e viu que não havia nada proibindo garotos de irem de saia. Juntou uma galera e boralá. Conseguiu que a escola discutisse uma revisão do regulamento, segundo essa matéria do IG. Cheers!

Um 'incômodo' incomoda muita gente

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Outro dia eu tava passando a vista por notícias sobre o São Paulo e li que o Dagoberto tinha sentido um incômodo no joelho esquerdo. Incômodo?!? O que é esse incômodo? Por que não - e simplesmente - dor? Pior é que, em quase todos os portais, a informação sobre o atacante foi veiculada de forma absolutamente idêntica: incômodo. Esse eufemismo tem sido bastante utilizado pela mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...). Há um mês, o flamenguista Felipe estava com um incômodo no ombro. No final de abril, circulava a notícia de que o vascaíno Leandro tinha "sofrido" um incômodo. E muitas, muitas outras notícias com esse mesmo termo aparecem em rápida busca no Gúgou. Virou chavão - e todo mundo macaqueia. Isso me parece preguiça de perguntar. Porque o médico do clube, ou preparador físico, deve chegar para os jornalistas depois do treino e dizer, no seu "dialeto" próprio: "Fulano tá com um incômodo". E ninguém pergunta o que é isso, se é dor, se é fisgada, se está latejando, sei lá. Contentam-se com o incômodo e repassam a (des)informação para o leitor. Quanta bobagem! Comentando o fato com o camarada Glauco, ele lembrou muito apropriadamente do slogan de um velho comercial de absorvente feminino: "Incomodada ficava a sua avó!". É verdade: naquele tempo, os jogadores ficavam só contundidos, mesmo.

Vamos ter que partir para o sacrifício

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Materinha do site Uol afirma que nossa exportação de cachaça caiu 22,5% entre janeiro e abril deste ano, comparado com mesmo período de 2010. O motivo: a famigerada crise nos países ricos, que aqui foi marolinha, e lá é um interminável tsunami. Diz a materinha que, no primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil exportou somente 2,39 milhões de litros de cachaça, enquanto em igual intervalo do ano passado foram 3,09 milhões. Ou seja: nós, bravos manguaças, temos um excedente de 1,3 milhão de litros para dar conta! Avante, cachaceiros, digo, companheiros! Brasil, verás que um filho teu não foge à pinga!

Deus e o diabo no bar de sinuca

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Ao assistir à disputa entre filósofos alemães e gregos, na versão do Monty Python, e ao Coríntios contra Apocalipse, da TV Pirata, me lembrei de um post que está na gaveta há um tempão.

Assisti mês passado ao episódio sobre a evolução das espécies da série A Espiritualidade e a Sinuca, dirigida por Lírio Ferreira (de Baile Perfumado, Cartola - Música Para os Olhos e O homem que engarrafava nuvens).

Embora a definição de "documentário" não seja perfeita – pelo menos não em strito sensu – a produção da Somos 1 Só é bem interessante até nas experimentações de misturar depoimentos reais com atuações e muito humor.

Ao que consta, a série foi ao ar na Sesc TV e na TV Cultura, onde assisti ao trem. Há outros episódios sobre outros temas dirigidos por outros diretores. Mas vamos logo ao que vi.

De um lado, eles entrevistam para lá de 20 religiosos de profissões de fé variadas sobre temas diversos, com ênfase para a evolução em oposição à visão criacionista do mundo e do ser humano. O teólogo, filósofo (e salva-repórter que precisa de aspa) Mário Sérgio Cortella é quem costura, com linha-dura, as idas e vindas.

A coisa já vai bem demais porque os depoimentos são intercalados por um hipotético diálogo entre Deus e o diabo, hereticamente irmanados na cachaça. Tudo se passa, como sugere o título, em torno de uma mesa de sinuca. Melhora ainda porque a figura de Deus é desempenhada por ninguém menos do que José Mojica Marins, consagrado como Zé do Caixão. Mário Bortolotto, igualmente divertido, é o diabo.

A conexão com o bar já mereceria a menção no Futepoca. Mas o que o post do Marcão me lembrou foi de um trecho da produção, em que o escritor, jornalista e genial manguaça Xico Sá aparece como repórter de campo em uma partida de futebol.

No gramado estão os evolucionistas do Big Bang contra os criacionistas do Fiat Lux. O treinador dos primeiros é ninguém menos do que Charles Darwin (Joça Reiners Terron).

Em meio a um monte de trocadalhos ("o time está evoluindo bem" e "faltou mais criação no meio"), a peleja ludopédica é o instrumento para tratar das duas visões antagônicas em grande medida.

Como não achei o trecho em questão, fica só o vídeo com o início de A Espiritualidade e a Sinuca - Demografia, de Lírio Ferreira, para sentir o clima.

quinta-feira, junho 02, 2011

Cerro Porteño 3 X 3 Santos - na final, depois de oito anos

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Era assim que Neymar encarava aquilo que muitos jogadores brasileiros que disputam o torneio continental reclamam. Torcida adversária perturbando no hotel, jogando pedras no campo, pressão o tempo todo... Para uns, a mais pura várzea institucionalizada, não punida e, às vezes, louvada. Para outros, como Neymar, motivo de diversão.

E o tal menino feliz correndo atrás da sua bola conseguiu uma falta com menos de dois minutos. A torcida do Cerro Porteño (clube que nunca chegou a uma final de Libertadores mas que tem um vizinho, o Olímpia, que já levou três vezes o título) acreditava que o um a zero santista na ida era insuficiente. Os jogadores também achavam, tanto que comemoraram a sobrevida no fim da partida no Pacaembu, temendo que pudessem ser eliminados já no primeiro duelo.

Mas Zé Eduardo, o artilheiro improvável, praticamente acabou com o jogo ao fazer o gol na falta batida por Elano. O imponderável, que desfila fagueiro tal qual Gisele Bündchen nas competições de mata-mata, ainda deu as caras no grotesco gol contra dos paraguaios. Mesmo assim, a atuação de Barreto não se compara ainda a de Garcés, do Universidad Católica, mãe e pai da classificação dos uruguaios às semifinais

Mesmo diminuindo a vantagem, nova ducha de água fria com o belo gol de Neymar, no fim da primeira etapa. Ali se configuravam três gols de vantagem santista e, provavelmente, o técnico Leonardo Astrada deve ter pensado no intervalo se ia pra cima e arriscava tomar uma goleada histórica ou se ia em busca do milagre. Já a Muricy cabia a missão de fazer seu time melhorar a saída de bola, mas não era fácil por conta do time que estava em campo. Jonathan, válvula de escape da equipe muitas vezes, se contundiu e deu lugar a Pará; do outro lado, o importante Léo não jogou e deu lugar a um assustado Alex Sandro, como lembra o Edu aqui. O menino viu que nem se compara disputar um Sul-americano sub-20 e uma Libertadores. No meio, Danilo errava bastante a Adriano, tecnicamente o de sempre, marcava, fazia faltas desnecessárias, mas não conseguia sair com a bola limpamente.

Astrada optou pelo risco menor e o segundo tempo seguia razoavelmente equilibrado, com os paraguaios se expondo menos e o Alvinegro tocando mais a bola. Se fosse uma luta de boxe, o Santos era o adversário que vencia por larga margem nos pontos e esperava o tempo passar, enquanto o Cerro tentava levar a luta para uma tentativa de nocaute no final. O gol de Lucero aos 15, porém, mudou a cara da partida. E foi didático. No lado direito, Adriano tinha Pará a dois metros, mas, por algum tipo de convulsão mental que faz alguns acreditarem na hora errada que Libertadores é raça, garra, e que se manifesta por meio de petardos enviados pra Lua, ao invés de passar a bola, ele isolou. A bola fica com o Cerro, que vai pro ataque pelo outro lado e consegue sair do coma.


Daí pra frente, os paraguaios jogaram no campo do Santos e alguns meninos sentiram claramente. E recuaram. Elano, que parece ter um problema crônico de condicionamento físico, saiu e deu lugar a Rodrigo Possebom. O time ia mais pra trás e o Cerro quase acreditou no tradicional “si, si puede”, quando aos 36 marcou o terceiro gol.

Era a primeira vez que o time de Muricy tomava três gols em uma partida. Neymar meteu uma bola na trave e teve uma chance cara a cara para definir e peleja, mas os paraguaios depois também carimbaram o travessão. Claro, eram necessários dois gols e o tempo era escasso, mas não se brinca com o imponderável e àquela altura o torcedor peixeiro orava com a cabeça mais quente que a dos zagueiros que tiveram que tirar um sem número de bolas alçadas na área, especialidade da equipe guarani.

No fim, com mais um duelo decidido com uma vitória e um empate no mata-mata, a classificação para a quarta final do time do Santos na competição. Nas finais, contra Vélez ou Peñarol, será preciso mais sangue frio, mas também mais técnica e treino para sair de marcação por pressão. Assim como Cerro de ontem, forjado nas batalhas anteriores, não era o mesmo da primeira fase, o Santos deve chegar à final mais maduro. E contando que o garoto lá na frente continue se divertindo.


O futebol filosófico e bíblico

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Alemanha x Grécia:



Coríntios x Apocalipse:

quarta-feira, junho 01, 2011

Governo tem que priorizar a segurança etílica

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terça-feira, maio 31, 2011

A diferença do futebol italiano, inglês e espanhol

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Entrevistado ontem pelo programa Arena SporTV, o ex-santista Robinho, atualmente no Milan, definiu assim a diferença entre o estilo de jogo dos três países onde atuou, na Europa:

- Gosto do futebol na Itália porque tem muito toque de bola, muita tabelinha, o jogo é corrido. Já na Inglaterra era só chuveiro na área, muito contato, não era meu estilo. Mas o melhor é na Espanha, onde todas as equipes atacam muito, até as pequenas. Na Itália, só os grandes clubes vão pro ataque, os pequenos se fecham muito.

Projeto Cidade Suja

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Tenho ouvido muitas pessoas reclamarem da limpeza urbana da cidade de São Paulo. Gente da Zona Leste, Centro, Zona Sul, enfim, de todo canto, tem observado o acúmulo de sujeira pelas ruas e espaços públicos. Agora há pouco, no curto trajeto que percorro entre a casa e o trabalho, umas oito ou nove quadras, resolvi fotografar o desleixo em vias como a rua Teodoro Sampaio e avenidas Henrique Schaumann e Brasil (as imagens ilustram o post). Faço esse caminho há quase um mês e posso assegurar que o lixo permaneceu intacto todo esse período. E olha que esse bairro da Zona Oeste, Pinheiros, é considerado um dos mais "nobres" da cidade. Por aí, dá pra imaginar como está a situação na periferia.

Numa rápida olhada pela internet, descobri que, há um ano, a Prefeitura já admitia que o serviço de limpeza, terceirizado, é falho e que tinha dificuldades para fiscalizá-lo. Na época, o secretário municipal de Serviços, Alexandre de Moraes, dizia que, quando problemas eram detectados, as empresas contratadas procuravam se eximir, empurrando a responsabilidade umas para as outras. O nó da questão, na verdade, parecia ser financeiro: em agosto de 2009, depois de anunciar um corte de 20% no Orçamento da varrição, o prefeito Gilberto Kassab (DEM ou PSD, sei lá) voltou atrás, mas com a condição de que os contratos com as empresas não seriam reajustados.

A ideia era reduzir em até 9% os gastos com varrição, que em 2009 foram de R$ 348 milhões. O resultado está aí, nas ruas. Agora, neste mês, a Prefeitura anuncia mais um plano mirabolante para tentar resolver um serviço tão básico para a população. Segundo a Rádio CBN, Kassab "planeja mudar todo o modelo de contrato e fiscalização da limpeza urbana na cidade de São Paulo". Para isso, mandou contratar uma empresa de consultoria, por R$ 37 milhões, que terá três anos para "elaborar o projeto" (até lá, salve-se - da sujeira - quem puder!). Em resumo: Kassab fez uma economia porca de mais ou menos R$ 30 milhões e agora gasta R$ 37 milhões com uma consultoria, para resolver a bagunça que criou. E o lixo está aí, do mesmo jeito.

O comentarista da rádio observou: "É incrível como se planeja, como se contrata consultorias, como se contrata empresas para pensar o que vai acontecer. E nunca se ouve quando esses planos estão sendo implantados na cidade. Esse projeto do lixo já deveria ter sido implantado há cinco, seis anos na cidade de São Paulo". Segundo ele, na gestão de José Serra (PSDB), as metas do contrato firmado por Marta Suplicy (PT) com duas grandes empresas responsáveis pela limpeza urbana foram ampliadas mas, como consequência negativa, muitos dos resultados que estavam previstos para agora foram jogados mais para a frente. Ou seja: mais jogo de empurra-empurra.

Enquanto isso, a gestão de Kassab continua lucrando horrores com as multas do Projeto Cidade Limpa. Para o prefeito, a poluição visual é pior que a sujeira nas ruas. Ou, talvez, o intuito seja esse mesmo: deixar a cidade bem suja, assim, quando os eternos problemas de enchente acontecem, todo início de ano, ele pode botar a culpa na população, que é porca e entope bueiros e bocas-de-lobo com lixo, impedindo o fluxo das águas. Como disse minha filha Liz, de 9 anos, é o Projeto Sujeira Limpa: o lixo fica livre para sujar à vontade. Na maior e mais rica cidade da América do Sul...

segunda-feira, maio 30, 2011

Quase!

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Médica: "-Ela já teve pneumonia?"

Pai (manguaça): "-Não."

Filha - "-Quase tive!"

Pai (manguaça): "-Como assim? Não lembro disso!"

Médica: "-Quando foi isso, menina?"

Filha: "-Todo dia! Quando eu acabo de tomar banho, o papai fala pra eu vestir meu roupão, senão pego uma pneumonia! Daí, eu visto rapidinho e escapo da doença por pouco!"

Homenagem da camisa foi para a Ferroviária

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Outro dia brinquei, aqui, com a nova camisa do Corinthians, cor de vinho, ou grená - a mesma usada no uniforme principal do colombiano Tolima (à direita), de triste memória para o clube paulistano. Pois ontem, quando a equipe de Parque São Jorge jogou pela primeira vez com a nova camisa, na vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba, o que me chamou a atenção foi que a partida foi realizada na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, no interior de São Paulo. Estádio da histórica Ferroviária, que disputa a série A-2 do Campeonato Paulista e, curiosamente, também tem uniforme... cor de vinho (foto abaixo, à esquerda)! Será que essa nova camisa do Corinthians não foi estratégia de marketing para agradar e atrair os torcedores do time de Araraquara? Sendo assim, enquanto o Itaquerão não fica pronto, a equipe também poderia mandar jogos na Rua Javari, propriedade do igualmente grená (ou cor de vinho) Juventus, da Mooca. Ou então no estádio Frederico Dalmaso, do também cor de vinho (ou grená) Sertãozinho (foto abaixo, à direita) - cuja camisa, além do Guaraná Xamêgo, tem como patrocinadora a mesma Neo Química Genéricos dos corintianos (foto abaixo, ao centro). Como se vê, opções não faltam.

domingo, maio 29, 2011

Cruzeiro e Palmeiras: Um a um de limitações

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No confronto entre os ex-Palestra Itália em Sete Lagoas-MG, Cruzeiro e Palmeiras empataram em 1 a 1. O time da capital paulista ficou em quinto lugar na tabela.O resultado na segunda rodada do campeonato Brasileiro foi bom para os visitantes alviverde-limão-siciliano, mas poderia ter sido um pouquinho melhor se a defesa estivesse mais concentrada e atenta.

Poderia ter sido pior, é verdade, se Anselmo Ramon, autor do gol cruzeirense, não tivesse desperdiçado uma outra oportunidade bem anterior, ainda antes de o Palmeiras abrir o placar com Luan. Os mineiros tiveram ainda outras oportunidades e deixaram claro que têm jogadores melhores do que o Palmeiras.

Só que o Verdão conseguiu equilibrar a partida por boa parte do jogo – eu arriscaria dizer que por metade do tempo. Em dois momentos do jogo, logo antes de sair o empate e no final do segundo tempo, o domínio cruzeirense se ampliou bastante. A opção de três volantes coloca uma primeira limitação ao time de Luiz Felipe Scolari, que fica com poucas opções até de contra-ataque, já que Patric é o único meia de ofício em campo.

Kléber com sua camisa 30 tem que voltar o tempo todo para tentar construir alguma coisa. Acaba sendo muito marcado e rendendo pouco por não ter ninguém mais adiantado com qualidade para quem passar a bola.

A falta de atenção da retaguarda, especialmente da parte do zagueiro Danilo e dos laterais Cicinho e Gabriel Silva são uma faceta da defesa que não aparecia tanto assim no Campeonato Paulista. Essa limitação pode nem ser nova, mas foi exibida com, digamos, mais clareza na Arena do Jacaré neste domingo.

O destaque positivo da partida do lado palmeirense foi o golaço de Luan. Fraco tecnicamente e pouco efetivo no ataque, ele acertou um chute inédito. A bola rolada por Marcos Assunção tinha açúcar e até quicou no morrinho-amigo para subir uns quatro dedos do gramado e ficar no jeito certo para o petardo de perna esquerda do atacante-volante preferido de Felipão.

A torcida pega no pé do jogador pelas falhas, pelos chutes errados e por não ser um companheiro à altura de Kléber nem esperança de momentos melhores em uma partida. Ele foi o principal alvo das críticas da torcida quando o time tomou a surra do Coritiba pela Copa do Brasil.

Mas o cara acertou um chute daqueles. Eu tampouco sou fã do cara, porém reconheço a plasticidade da jogada. Mas reconheço também que o que me ocorreu instantes depois do gol foi: "Putz, com esse ele cumpriu o contrato inteiro com o Palmeiras".

Se esse pensamento catastrofista tiver alguma pontinha de sentido – o que não é o caso – o cenário pode até ser considerado alvissareiro se Luan continuar no Palmeiras. É que o contrato de empréstimo do jogador termina em junho. Consta que muito cartola não gosta do futebol dele, mas o técnico sim. Felipão considera que, além dos três volantes-volantes ele ainda precisa de um jogador de frente que ajude a compor o meio na hora da marcação.

Facilitaria para a torcida se ele acertasse mais chutes durante os jogos.

Como na transmissão do jogo o comentarista da Globo Walter Casagrande Jr. desafiou a torcida a pichar de novo os muros do Palestra Itália com agradecimentos ao atacante, o Futepoca aceita a ideia. Só que como depedrar o patrimônio alviverde não é uma boa ideia – até porque é melhor gastar o dinheiro da demão de tinta em reforços – vai uma montagem sobre foto "emprestada" de Zanone Fraissat, da Folhapress.

Montagem sobre foto de Zanone Fraissat/Folhapress.
Valeu, Luan! Pichação virtual na sede do Palmeiras.
A tosqueira da montagem é por conta da casa

Como em 2006, vitória suada nos acréscimos

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Há quase cinco anos, fui ao Morumbi no final da tarde de um sábado, 15 de julho, para ver o São Paulo enfrentar o Figueirense pelo primeiro turno do Brasileirão. Apesar de ter aberto o placar com Ricardo Oliveira, o Tricolor cedeu o empate e levou pressão dos catarinenses por quase todo o segundo tempo. Por pura sorte, já nos acréscimos, aos 46 da segunda etapa, uma cobrança de escanteio de Lúcio encontrou a cabeça do zagueiro André Dias, que decretou a suada vitória: 2 a 1. A partir daquele jogo, o São Paulo de Muricy Ramalho assumiu a liderança da competição e seguiu firme até ganhar o primeiro dos três títulos brasileiros que conquistaria em sequência.

Ontem, novo confronto entre as duas equipes, e também pelo primeiro turno - porém, apenas pela segunda rodada do nacional deste ano. E com horário diferente: 21 horas. Dessa vez, o frio que fazia na capital paulista me levou a optar por escutar o jogo pelo radinho de pilha. O péssimo primeiro tempo me convenceu de que tinha sido bom negócio ter ficado em casa. Já na segunda etapa, o São Paulo meteu duas bolas na trave, o Figueirense deu alguns sustos, mas o resultado só seria decidido - outra vez - nos acréscimos. Aos 47 minutos, no rebote de uma dividida de Rivaldo com a zaga adversária, o meia Lucas pegou a bola fora da área, girou e acertou um tirambaço: 1 a 0.

Molecada
O São Paulo, pra variar, jogou mal. Mas o mérito da partida contra os catarinenses foi a entrada de Wellington como volante titular e de Henrique Miranda na lateral-esquerda (a partir do segundo tempo). O volante foi um dos destaques da partida, merece a vaga de Rodrigo Souto, que, aliás, está sendo poupado para não fazer as seis partidas que o impossibilitariam de torcar de clube. Na minha modesta opinião, se o São Paulo contratar um lateral-direito, daqueles mais marcadores e que não sobem tanto, Jean poderia voltar para a função na qual sempre rendeu melhor, a de segundo volante. Porque Wellington é como Josué, protege a defesa e desarma.

E Henrique Miranda foi bem no lugar de Juan, que, como já observei, não tem condições de ser titular de um time de série A. É lento, não ajuda a defesa e não municia o ataque. A ida do preterido Junior César para o Flamengo remete à desastrosa troca de Arouca por Rodrigo Souto, no ano passado. Mas não adianta chorar o leite derramado - ou o lateral desperdiçado. Quem sabe o São Paulo também não busca na base um lateral-direito de fato? Assim, um esboço de time poderia ser: Rogério Ceni; lateral-direito, Rhodolfo, Xandão (ou Bruno Uvini ou Luiz Eduardo) e Henrique Miranda; Wellington, Jean, Casemiro (ou Rivaldo) e Lucas (ou Ilsinho); Dagoberto (ou Fernandinho) e Henrique (ou Luís Fabiano).

Claro, teria que combinar com Paulo César Carpegiani antes. Mas seria intressante, pois priorizaria os moleques da base. E Marlos poderia pegar o boné.

A vitória no último minuto, ontem:



A vitória no último minuto, em 2006: