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Depois de muito suspense e adiamentos por pelo menos três meses e meio, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou o local das partidas da Copa do Mundo de 2014. A abertura ficou mesmo em São Paulo, apesar da ambição soteropolitana e brasiliense.
Mas na hora de anunciar o futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste da capital paulista, o representante da Fifa só pôde ler: Sao Paulo Stadium.
São Paulo? Ok, é o nome da cidade que sedia a abertura, mas não tem nome a arena? Por ora, nem Andrés Sanchez, presidente da agremiação esportiva, nem Ronaldo Nazário, outrora fenômeno (atualmente só gordinho), têm uma alcunha para o local, que ainda é nada além de um canteiro de obras da Odebrecht.
O Futepoca, numa pesquisa histórico-iconográfica, sugere cinco sugestões de nome para o estádio, considerando-se que, para abrir o Mundial do ludopédio, é preciso agradar tanto a corintianos quanto aos demais brasileiros. Às opções:
Foto: Acervo do Museu do Futebol
Homenagem a um dos primeiros heróis negros do futebol brasileiro. Mesmo sendo um zagueiro, é até hoje sinônimo e referência de estilo clássico para jogadores da função. Usar o nome de Domingos Da Guia seria ainda uma forma de ludibriar os arquirrivais palmeirenses. É que o filho do elegante defensor, falecido em maio de 2000, foi um dos maiores ídolos alviverdes (Ademir Da Guia, no caso). Ia ter palestrino confundindo as bolas, mas a primazia cronológica poderia garantir alguma superioridade, vá saber? Mais importante do que isso, seria uma homenagem a um grande nome que vestiu a camisa do orgulho dos desportistas do Brasil, e ainda do Flamengo e do Bangu.
Teixeirão
De tanto insistir, Ricardo Teixeira bem que poderia ser um homenageado. Como a obra tem incentivos fiscais da prefeitura paulistana e do governo do estado, também seria uma ironia e tanto. João Havelange, ainda vivo, foi homenageado no Rio de Janeiro, no Engenhão, do Botafogo. Seu ex-genro e sucessor na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também poderia batizar um estádio, para todo mundo lembrar da participação do cidadão. E os corintianos têm, queiram ou não, uma dívida com Teixeira. Sem a persistência dele, seria difícil tirar do Morumbi ou excluir as chances da Arena Palestra Itália de sonhar com o feito.
Foto: Léo Mozela/Wikipedia

O Pequeno Polegar, nasceu Luiz Trochillo, mas consagrou-se como Luizinho no Corinthians de 1948 a 1967, apesar de brevíssima passagem pelo Juventus da Mooca em 1963. Foi ídolo da conquista do título paulista do bicentenário, em 1954 (o último antes do início da fila de 23 anos, aliás). Mais do que uma homenagem, o "Luizinhão" teria ainda uma vantagem turístico-linguística. Ocorre que diminutivos e aumentativos no idioma de Luís de Camões é difícil para anglófonos, francófonos e outros estrangeiros por questões fonéticas. Ao trabalhar com ambas as variações em um mesmo nome, o estádio contribuiria para a turistada entender melhor o nome de todos os bares do Zezinho, do Pedrão e por aí vai. Multiuso.
Dualibão
Alberto Dualib foi presidente do Corinthians de 1993 a 2007. Saiu renunciando, mas acumulou títulos como o primeiro Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, duas das três Copas do Brasil, três dos quatro canecos da série A do Nacional e por aí vai. Mas ele ainda agrada aos rivais: foi o comandante do clube alvinegro no rebaixamento para a Série B, em 2007. Ou seja, fez feliz durante um tempo a Fiel e depois fez felizes os rivais. Bom, né? Tá aí o Fica, Dualib!, promovido pelo Futepoca, que não deixa ninguém aqui mentir sozinho.
Foto: chico saragiotto/Panoramio

Espanhol de berço, Vicente Matheus foi presidente do Corinthians por oito mandatos, convertendo-se em um dos mais longevos cartolas do futebol nacional (que deixa os cinco mandatos de Ricardo Teixeira na CBF no chinelo). Além de ser o presidente alvinegro quando o time saiu da fila, em 1977, consagrou-se por proferir pérolas de sabedoria, o que lhe assegurou um caráter folclórico no universo futebolístico. A homenagem representaria ir além da praça no Bresser, na zona leste paulistana (foto). O melhor seria incluir frases célebres, com tradução para uns oito idiomas (já pensou "O jogo só termina quando acaba" ou "Quem tá na chuva é pra se queimar" em francês? Très chic).