Destaques
sexta-feira, fevereiro 22, 2013
A diferença que uma letra faz
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
Corinthians disputará jogos da Libertadores sem presença da sua torcida
Compartilhe no Facebook A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) resolveu agir rápido, de forma preventiva, em relação ao ocorrido ontem na partida entre San Jose e Corinthians. O clube brasileiro, de acordo com medida cautelar, disputará as partidas da Taça Libertadores – tanto em casa como fora – sem a presença de sua torcida, em consequência da morte de um jovem de 14 anos, atingido por um fogo de artifício que teria sido disparado por um torcedor. A punição vale até que a Confederação tome uma decisão final, o que deve acontecer no prazo de 60 dias. Ou seja, o Timão pode disputar todos os jogos da fase de grupos sem o apoio do seu torcedor.
Pinceladas cariocas - E o Flu beijou a lona...
Compartilhe no Facebook
por Enrico Castro
![]() |
Fred, o beijoqueiro da semana |
E para quem pensava que eu não ia comentar sobre o vexame Tricolor na Libertadores, vou cortar na própria carne. O Flu foi massacrado pelo Grêmio em pleno Rio. O Fred foi o beijoqueiro maior da semana: primeiro beijou uma bela morena nas ruas de Belo Horizonte; depois, beijou a lona no Engenhão... A disparidade entre as duas equipes pôde se comparar à luta entre Anderson Silva versus Chael Sonnen: uma tremenda coça! Imensa parcela da culpa é de Abel Braga, que escalou e armou mal o time. Ele optou por "mostrar quem manda" dando um castiguinho ao Thiago Neves, por conta do episódio do dopping, e poupar Deco, que já estava cansando por ter jogado uma partida na temporada.
Mas era jogo de Libertadores, e em casa! Tinha que usar o que se tem de melhor, não era hora de castigar e poupar ninguém! A gota d'água foi substituir o Wellington Nem, único a levar perigo ao adversário, aos 17 do 2º tempo, quando o time já perdia por 2 x0. Foi o que faltava para a torcida entoar o famoso "canto de consagração" aos técnicos... E ele merece: alguém que nunca conseguiu vencer Vanderlei Luxemburgo tem mesmo é que passar vergonha!
Abel ouviu coro da galera
Impressionante como, após exibir o replay 357 vezes, nenhum dos 92 "especialistas" que comentavam o jogo na TV Globo viu a mão de Barcos no 1º gol gremista. Eu cheguei a pensar que estava vendo coisas, mas, para meu alívio, no dia seguinte a versão carioca do diário Lance! estampou a foto na capa. Isso sem falar do impedimento escandaloso no 2º gol. Placar moral: Fluminense 0 x 1 Grêmio. Foi um dia atípico para os melhores times do mundo. Nesta mesma data, o Barcelona perdeu para o Milan por 2 x 0.
Barcos reincide na mãozinha
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.
20 gols para alcançar França
Compartilhe no Facebook
![]() |
Luís Fabiano comemora com França em 2001 |
![]() |
Lance de gol contra o São Caetano, ontem |
O JOGO DE ONTEM - Talvez pressionado pela diretoria, o técnico Ney Franco insistiu em escalar Ganso como titular mais uma vez, contra o São Caetano, deslocando Jadson para a ponta direita (onde ele não produz nada). A salvação foi explorar o (excelente) Osvaldo, que, em jogada individual, deixou Luís Fabiano na cara do gol para abrir o placar. O Azulão reagiu e passou a explorar a velocidade de Pirão e Jóbson para cima do (esforçado) Douglas no lado esquerdo do ataque. E eles deixaram Danielzinho livre para empatar. Nesse momento, o São Caetano dominava, e só não ampliou porque foi prejudicado pelo juiz: o veloz Jóbson teve um impedimento mal marcado e Danielzinho sofreu um pênalti, em dividida com Rogério Ceni, que o juiz fez que não viu. Em outro lance, Jóbson sofreu falta na linha de fundo e a arbitragem também desconheceu. Mesmo assim, num contra-ataque fulminante, o próprio Jóbson virou o placar. Na base do desespero, o São Paulo "achou" um gol com Maicon, substituto de Wellington, antes do fim da primeira etapa: 2 a 2.
O segundo tempo começou morno, com poucas chances para cada lado até que, em tabela com Jadson, Luís Fabiano conseguiu fazer o terceiro. Ganso jogava muito mal e Ney Franco o preservou ao colocar Aloísio em seu lugar e voltar ao esquema que deu certo no final de 2012, com dois pontas abertos e Jadson no meio-campo. Wellington voltou, substituindo Maicon, e Cortez deu lugar a Carleto, que entrou muito bem na equipe e cruzou para Aloísio fechar o placar. O time que terminou o jogo, parece ser o ideal: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Tolói e Carleto; Denílson, Wellington e Jadson; Osvaldo, Luís Fabiano e Aloísio. Com a ressalva de que Douglas só é titular porque Paulo Miranda está machucado. Eu o substituiria por Wellington (caso Fabrício volte como volante), Lucas Farias ou mesmo João Filipe. Sem prejuízo.
quarta-feira, fevereiro 20, 2013
Graças a Deus? O papel da Igreja na evolução da cerveja
Compartilhe no Facebook
![]() |
Produção complicada |
![]() |
Hildegard, inspirada pelo Espírito Santo |
terça-feira, fevereiro 19, 2013
Petição contra Renan sem cobrar reforma política é perfumaria
Compartilhe no Facebook
![]() |
De fato, já são mais de 1,5 milhão de assinaturas on-line na petição. Recebi uma penca de pedidos sobre o tema e, talvez por conta da quantidade razoável de cerveja ingerida durante o Carnaval, atrasei-me em comentar: sou contra. Não porque goste do senador alagoano, homem de direita, ligado a oligarquias e que, como a imensa maioria de seu partido, faz o que for necessário para manter seu status atual dentro de qualquer governo e qualquer conjuntura política e social. Mas pergunto aos autores e a Marina: tirar Renan resolve o que?
O PMDB tem 20 senadores eleitos pelo povo, o que dá um quarto da Câmara Alta. Neste texto, o mestrando em filosofia da USP Antonio David chama o partido de “direita fisiológica”, definição que parece interessante. É direita ao ser conservador, sem interesse nenhum em alterar uma estrutura social que favorece seus membros. E é fisiológico porque não tem uma agenda clara a propor – como tem o PSDB, defensor do liberalismo econômico.
Essa direita fisiológica, no entanto, vai muito além do PMDB. Partidos como PR, PTB e PP se pautam já há um bom tempo pela busca do melhor acordo para manter cargos e acesso ao poder. Se colocarmos o recém-nascido PSD, definido por seu patrono Gilberto Kassab como “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, em frase que já entrou na antologia política nacional, temos 38 senadores deste segmento sem agenda além da manutenção de um status quo que o mantenha.
Pensemos pois no governo Dilma. Se juntar PT (12), PSB (4), PDT (5, entre eles o adversário de Calheiros na eleição, Pedro Taques) e PCdoB (2), partidos que podemos chamar de esquerda, com óbvia variação de tons e inclinações, temos 23. Pode jogar o representante do Psol, que antes votaria em dez tucanos do que elegeria um petista, e ainda estamos com problemas.
Pegue então o outro lado da moeda: junte PSDB (12) e DEM (4), a aliança que, junto com o não representado PPS, defende com entusiasmo também variável as ideias de Milton Friedman e é bancada pela aliança hoje vigente no país entre capital financeiro e mídia tradicional. A soma dá 16, também longe da maioria necessária para eleger o presidente do Senado. Tal realidade não é tão diferente na Câmara dos Deputados, basta checar.
Então, não tem solução? Tem, mas ela não passa por uma caça às bruxas contra Renan, que sendo tudo que já disse que é, não tem condenação conhecida na Justiça – um ficha-limpa, portanto. A solução passa por uma reforma política que, entre outras medidas, implante financiamento público exclusivo de campanhas (diminuindo a influência do poder econômico), imponha limite de reeleições para cargos do Legislativo (um período longe do poder é fatal para personagens como Renan e muitos outros que vivem do e para o poder), mude ou acabe com as emendas parlamentares (moeda de troca favorita dos fisiológicos com o Executivo), pressione os partidos a aumentarem seus processos de democracia interna. Pode incluir aí novas regras para acabar com o monopólio na comunicação, coisa que, segundo Bob Fernandes, o próprio Calheiros discretamente cochichou aos donos da mídia em artigo publicado na Folha de S. Paulo que não sai de jeito nenhum.
Marina Silva não é ingênua, só finge ser. Seu novo partido traz uma série de ideias bacanas, como aumentar a democracia participativa e direta e o foco na sustentabilidade. Mas trata todas elas com uma superficialidade tremenda, como faz com a eleição do Senado. Exemplo: diz que não vai aceitar doações de “empresas sujas”, mas topa empreiteiras, as principais interessadas em influenciar decisões sobre obras públicas – ou as grandes hidrelétricas são tocadas por cooperativas? E tem entre as articuladoras financeiras do movimento uma herdeira do Itaú, que certamente faz um duro escrutínio sócio-ambiental antes de assinar empréstimos para empresários. A realidade é complicada e discurso fácil não resolve, tem que por a mão na massa.
E aqui vem o grande papel da opinião pública nesse processo (e os sonháticos marineiros poderiam começar por aí a construção de sua “nova política”): a pressão por essas medidas necessariamente terá que vir de fora do Parlamento. Com o poder que detém os fisiológicos – e com o qual tanto progressistas quanto neoliberais aprenderam a lidar em seu período de governo –, nenhuma reforma desse tipo passará sem uma enorme mobilização popular. Em vez de gastar bala combatendo nomes, temos que discutir ideias mais profundas que aperfeiçoem a nossa democracia. Sem isso, essa discussão sobre o Senado não passa de perfumaria.
Pinceladas cariocas - Post de estreia
Compartilhe no Facebook
por Enrico Castro
Olá, pessoal! A partir de agora, o Futepoca terá, toda terça-feira, um resumo do que acontece no futebol carioca - tão desprezado pelo blog, desde sempre. E sem motivo: nos últimos quatro anos, conquistamos três Campeonatos Brasileiros, dois do meu Fluzão (ops, me entreguei...). Neste meu primeiro post, pretendo dar um panorama do que aconteceu de melhor (???) e pior no Cariocão 2013. Mesmo com quatro clássicos já realizados, o campeonato está tão interessante, para nós, cariocas, quanto o desfile das escolas de samba de São Paulo... Os grandes clubes do Rio vão tentando formar o elenco e encontrar o esquema de jogo no sistema “online”, ou seja, testando formações e variações em jogos valendo ponto.
Rafinha, o "pegador" de Araruama O destaque, até o momento, é o Flamengo, que está em lua de mel com seu “Casal 20” Hernane e Rafinha. O primeiro, apelidado pela torcida de HerNunes e Chicharito Hernane, é o artilheiro do campeonato, com impressionantes oito gols em sete partidas, sendo dois em clássicos. Isso fez com tivesse renovação de contrato antecipada, com direito a aumento salarial e multa rescisória estratosférica. Já Rafinha, que recebe um salário justo para jogadores de futebol, algo em torno de R$ 1.500, terá contrato renovado por cinco temporadas, com um voluptuoso aumento no rendimento (aí eu quero ver se ele vai continuar namorando aquela menina que passou o Carnaval com ele em Araruama...)
Seedorf pede calma para Jefferson Falando de bola rolando, aconteceu no último domingo o jogo com maior público até o momento: Flamengo 1 x 0 Botafogo. O jogo foi aberto e com chances para os dois lados, mas quem brilhou novamente foi o artilheiro Hernane, que não desperdiçou o vacilo da zaga botafoguense e decretou números finais a partida logo aos 3 minutos do 1º tempo. No mais, a registrar apenas a discreta estreia do novo camisa 10 da Gávea, Carlos Eduardo, que ainda precisa comer muito angu para ser o grande meia armador que o Fla procura. E também a áspera discussão entre Seedorf e o goleiro Jefferson, em pleno gramado. Com o resultado, o Flamengo assegurou a primeira colocação geral, o que lhe dará o direito de jogar por empate tanto na semifinal quanto numa eventual final. Não adianta. Não vai ganhar nada.
Já o Botafogo, apesar de ainda estar em primeiro na sua chave, pode até mesmo não se classificar, caso ocorra uma improvável combinação de resultados - mas, em se tratando de Botafogo, tudo é possível. O Vasco, que teve um surpreendente início de campeonato e depois amargou alguns resultados ruins, recuperou-se neste neste final de semana com uma vitória po 2 x 0 frente ao Audax-RJ. Essa vitória, combinada com a derrota pra lá de suspeita do Madureira para o Bangu, em Conselheiro Galvão, por 3 x 2 (com direito a pênalti para os visitantes no final do segundo tempo), deu ao Vasco a condição de conseguir a vaga para as semifinais com suas próprias pernas na última rodada, contra o Duque de Caxias.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League, pois quem fez 31 gols em um Brasileirão e 740 na carreira seria ídolo endeusado em qualquer lugar!E o meu Fluminense, que parece não estar dando bola para o Carioca, venceu o Volta Redonda por 3 x 1. O roteiro foi o mesmo das últimas rodadas: um time reserva meio soberbo, que passa a impressão que pode vencer a partida na hora em que bem entender. O time sofreu pressão durante boa parte do jogo, e o gol de Marco Júnior, nos acréscimos do 2º tempo, decretou um resultado enganoso. A registrar a estreia tardia de Deco na temporada, apesar de não pode ser considerada um grande feito, tamanha a fragilidade adversário. O Flu, agora, só pensa no Grêmio, que enfrenta amanhã, pela Libertadores. E nossos adversários flamenguistas, botafoguenses e vascaínos, obviamente, só pensam em secá-lo. Já estamos acostumados.
domingo, fevereiro 17, 2013
Visão Corintiana: Timão complica Derby que parecia fácil
Compartilhe no Facebook
![]() |
Little Romário: 3 jogos contra o Palmeiras, 4 gols |
O único Derby garantido para os paulistas neste ano terminou num empate de 2 a 2. Corinthians e Palmeiras até podem se enfrentar novamente, mas tudo vai depender dos desempenhos e cruzamentos na Copa do Brasil, Libertadores e no próprio Paulistão. Certeza mesmo, só esse clássico, em que um Timão desatento deu brechas para que um aguerrido e surpreendentemente organizado Verdão complicasse e muito o jogo. Para o espectador sem ligações carnais de algum dos lados, uma benção, pois o jogo ficou muito mais emocionante e disputado. Para a corintianada, só preocupação.
O Corinthians começou muito bem o jogo, arrasador ao seu modo. A organização de uma equipe cuja base já tem quase dois anos deixava ainda mais claros os problemas do Palmeiras, equipe em formação e buscando reencontrar a auto-estima. O Timão impôs o toque de bola, apertou a marcação e as chances foram surgindo. Bola na trave de Jorge Henrique, cabeçada raspando de Paulinho, gol de Sheik após ajeitada de cabeça de Paulo André. Ainda teve uma outra bola na trave em imperdível gol perdido por Guerrero. Depois disso, o ritmo baixou.
Não sei se foi preguiça, se foi a má forma física do início da temporada (com o reforço da idade elevada de boa parte do time titular) ou, o pior motivo, se o pessoal subiu no salto. Mas o fato é que o time tirou o pé, não ganhou mais nenhuma dividida e o Palmeiras cresceu. Mais calmo, mostrou organização surpreendente para quem está estreando gente nova a cada jogo e levou perigo em ataques rápidos. Wesley fazia parte das tramas, mas exibia um egoísmo impressionante. Não fosse isso, talvez o empate tivesse vindo antes. Mas veio, em cruzamento do mesmo volante e cabeçada de Vilson, que vem sozinho de trás, em falha do sistema de marcação. Ralph olha a bola e o moço chega como quer para fuzilar Cássio. Não é trágico, mas cabe notar que erro muito semelhante aconteceu no gol de Rivaldo, contra o São Caetano. Tite tem algo a corrigir.
O segundo tempo começou quase igual, com um Palmeiras compacto, fechadinho, explorando bem os contra-ataques. Nessas veio a virada, em novo cruzamento. Falta tosca cometida por Ralph, cruzamento na área e Cássio erra grotescamente a saída do gol. Vinícius 2 a 1. O Verdão ainda teve umas três chances de ampliar até que Tite decidiu mexer, e dessa vez não foi tão lento como costuma. Trocou Alessandro por Romarinho (JH virou lateral), Danilo por Renato Augusto (dois dos mais velhos jogadores) e Guerrero por Pato. A mexida deu novo gás e o Timão passou a pressionar e não dar chance para o Palmeiras, que se segurava.
Até que num bicão/lançamento da zaga, Pato deu uma matada que justifica minha fé no rapaz e esperou. Achou ele, Little Romário, rapaz de comprovada estrela contra o arqui-rival. Chute da entrada da área no canto e caixa.
A pressão continuou até o fim, ainda que desorganizada, na base de toques longos e meio burros. Se tivesse colocada mais a bola no chão, mais chances teriam aparecido. Culpo um pouco Renato Augusto, que entrou para ser meia e tinha que botar a bola no chão, e Paulinho, em noite pouco inspirada – impressão que poderia ser toda outra se a bicicleta extremamente plástica tentada pelo volante no final tivesse desviado uns 40 cm para a direita.
No final, ficou a impressão de que o Corinthians complicou e muito um jogo que se anunciou como tranquilo – não antes, mas nos primeiros minutos da partida. Começou como se fosse aplicar uma goleada sem sustos e terminou correndo atrás do prejuízo. De bom, vemos que o time está organizado e tem entrosamento. Além disso, tem peças no banco de muita qualidade e capacidade para mudar um jogo complicado. E é razoável esperar que a equipe aprende com os erros e entrará com o pé mais firme nos próximos jogos decisivos.
O Palmeiras mostrou ter bons jogadores no meio-campo e um time que deve melhorar com o entrosamento. Souza e Wesley são inteligentes e sabem jogar bola, mas precisam conversar mais. Welder jogou bem e registro aqui minha surpresa por passar batido da maldição do ex-jogador.
Vamos ver como será o próximo duelo entre os dois times – se ele por ventura acontecer neste ano.
sábado, fevereiro 16, 2013
Dessa vez, Ganso fez
Compartilhe no Facebook
Depois de perder um gol (mais ou menos) feito nos últimos instantes da partida contra o Atlético-MG, na quarta-feira, o que garantiria um empate salvador fora de casa, Paulo Henrique Ganso não desperdiçou sua chance hoje, aos 43 do segundo tempo, e garantiu a vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. Mais do que aliviar o já questionado técnico Ney Franco, o camisa 8 livrou mesmo foi a cara do goleiro Rogério Frango, digo, Ceni, que cometeu mais uma daquelas falhas inacreditáveis e vexaminosas no primeiro gol do adversário (volto a comentar sobre isso no último parágrafo).
O São Paulo até que não jogou mal, mas os velhos problemas ficam cada vez mais nítidos. Assim como observei no post sobre a derrota para o Atlético-MG, os dois gols sofridos surgiram pelo lado esquerdo da defesa. Não adiantou trocar Rhodolfo por Rafael Tolói, pois o volante Wellington, incumbido de dar cobertura pelo setor, continua falhando e dando motivos para perder o posto no time titular (Maicon entrou em seu lugar e mostrou mais serviço). Ainda pelo lado esquerdo, Cortez não consegue atacar nem marcar direito. E, no ataque, Luís Fabiano vive má fase e Aloísio não se acerta como ponta-direita.
De útil, Jadson fez outra excelente partida, dando uma assistência e fazendo um gol. O técnico está certo em tentar manter o esquema que deu certo no fim do ano passado, com um centroavante e dois pontas abertos. O problema é que o São Paulo não tem lateral-direito (Douglas não serve pra nada e Paulo Miranda é zagueiro de ofício) e, pela esquerda, há uma avenida para os adversários. A saída de jogo também está complicada. Uma solução paliativa seria efetivar Maicon como segundo volante, avançado, e recuar Denílson. Wellington poderia ser um lateral-direito mais marcador. Tolói também é melhor que Rhodolfo.
Este seria um possível caminho para que Ganso fosse melhor aproveitado. Se o São Paulo conseguisse uma dupla de laterais mais marcadora, a velocidade dos pontas poderia ser explorada por um meia clássico, mais fixo e com passes de longa distância, como o ex-santista. Porém, seria uma pena sacrificar Jadson, que é, hoje, o melhor do time. Enfim, Cortez e Luís Fabiano precisam acordar para a vida. E o problema emergencial é setor defensivo pela esquerda. Denílson, recuado, poderia ajudar. Mas esse abacaxi eu deixo para o Ney Franco descascar - até porque, convenhamos, ele ganha muito mais do que eu...
"CAGADA" - "No intervalo, após o primeiro tempo, eu disse para o time: 'Se a gente perder, a responsabilidade será minha, a cagada fui eu quem fiz'." Dessa forma, Rogério Ceni resumiu o frangaço que levou no primeiro gol do Ituano, em chute despretensioso de Kleiton Domingues. Ao cair para fazer a defesa, a bola quicou na grama, bateu em sua mão, resvalou na trave e, para surpresa do próprio atacante, entrou no gol. Prato cheio para quem odeia Ceni, que já tinha passado por bobo no último jogo, em lance com Ronaldinho Gaúcho. Mas o camisa 1 sabe que, no próximo gol que marcar, a torcida o perdoará.
Maluf e o Minhocão
Compartilhe no Facebook
![]() |
Construção do Minhocão, em 1970 - e só neste ano |
Discordo dos argumentos do ex-governador em favor de sua homenagem ao ditador Costa e Silva por princípio, já que prefiro uma cidade projetada mais pra pessoas e menos pra carros. E aquelas toneladas de concreto em cima de uma região rica em residências, comércios, bares e coisa e tal – ou seja, de vida – não ajuda em nada.
Mas o que chamou de verdade minha atenção foi um trecho em que Maluf se gaba da parte “mas faz” daquele que se tornou o lema não assumido de suas gestões. Segundo ele, o elevado foi construído em “prazo recorde”, com obras começando em outubro de 1969 e entregues em janeiro de 1971. “Que saudades do tempo em que obras dessa envergadura eram feitas em um ano e meio. Me dá tristeza ver, no Brasil, obras paralisadas há 10 anos”, lamenta, em referência que em meus ouvidos lembrou as obras intermináveis da Linha Amarela do Metrô e do Rodoanel. Discordo de quase tudo que o cara fala, mas tenho que reconhecer que ele é bom de retórica.
A comparação também me fez pensar nos estilos e visões de governo dos representantes da direita paulistana nas últimas décadas. A compulsão por concreto armado como instrumento de políticas urbanas parece um ponto em comum – deixando aqui de lado qualquer acusação de corrupção e ignorando propositalmente o papel de cada um no período ditatorial. Lembro da solução proposta por Serra para o trânsito, com a ampliação das pistas da Marginal Tietê. Gastou R$ 10 bilhões, impermeabilizou anda mais o solo da região e em menos de seis meses a lentidão do tráfego já tinha ultrapassado o nível pré-intervenção.
Uma obra que deixa as semelhanças ainda mais claras talvez sejam os monotrilhos em construção em várias partes da cidade. Como conta aqui a urbanista Raquel Rolnik, as populações de Mboi Mirim e Morumbi têm protestado contra a construção, usando como exemplo casos de degradação urbana ocorridos em decorrência de opções semelhantes em outras cidades do mundo.
Enfim, o tempo passa, o tempo voa, e certas ideias continuam não sendo muito boas. Abaixo, o ex-governador Paulo Maluf, ele mesmo, defende a construção do Elevado. Reparem como ele enche a boca para dizer que se trata da “maior obra em concreto armado da América Latina”:
PS.: Cabe destacar que mesmo reconhecendo os impactos negativos que teve na região, Rolnik não vê como demolir ou desativar o Minhocão sem uma alternativa viável de mobilidade urbana não baseada no carro. Além disso, vê nas proposta apresentadas na gestão Serra-Kassab o risco de expulsão de moradores tradicionais das regiões, que seriam transformadas em “novas Berrinis”.
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
Bola aérea na área do São Paulo é gol
Compartilhe no Facebook
Opa! Estive longe de internet nos últimos dias e, por isso, me atraso ao analisar a estreia do São Paulo na fase de grupos da Libertadores. Ainda bem que o Fredi viu e já comentou o jogo, pois, na quarta-feira, eu só alcancei uma TV aos 27 da segunda etapa - bem a tempo de ver Ronaldinho Gaúcho convidar o volante Wellington para bailar e cruzar da esquerda na cabeça de Réver: Atlético-MG 2 x 0. A partir daí, não vi muita coisa para poder comentar a partida, a não ser o gol (irregular, empurrão de Aloísio no adversário) que fechou o placar em 2 a 1. Farei, portanto, pequenas observações sobre o São Paulo.
Primeiro de tudo: bola aérea na defesa sãopaulina é gol. E já faz alguns anos isso, por mais que troquem técnico, zagueiros ou laterais. Segundo: se o lado direito é o mais fraco do ataque, o lado esquerdo é o pior da defesa. Nos dois gols do Atlético-MG, Ronaldinho fez a festa no setor do lateral Cortez e do zagueiro Rhodolfo, com cobertura adicional do volante Wellington (aliás, como bem observou o Fredi, a lambança no primeiro gol foi bem digna do quarteto Trapalhões, juntando ao trio citado acima o "bobo da garrafa d'água", Rogério Ceni). E, além de não defender, o lado esquerdo não aciona Osvaldo na frente.
O gol de Réver pareceu replay do segundo feito pelo Bolívar em La Paz, quando Yecerot foi ao mesmo ponto da linha de fundo, passou por Cortez e Welington e cruzou na cabeça de Cabrera. O terceiro do Bolívar também foi de cabeça, numa bola levantada em cobrança de falta. Pelo Campeonato Paulista, Neymar cruzou tranquilamente na cabeça de Miralles, que entrou livre na pequena área para cabecear e fechar o clássico em 3 a 1 para o Santos. Contra o Atlético de Sorocaba, uma cobrança de escanteio encontrou Fábio Sanchez sozinho para fazer o gol de honra do visitante. Ou seja: cruza, que é gol...
E isso porque estou observando só as bolas aéreas, sem contar cruzamentos rasteiros na pequena área, como os que propiciaram gols ao Guarani e ao Atlético-MG. Assim, fica claro que Ney Franco terá mais trabalho para ajeitar a defesa - e o lado esquerdo do time - do que para definir o ponta-direta ideal. Nos dois jogos mais difíceis de 2013, até aqui, derrotas para Santos e Atlético-MG (ainda que as duas tenham sido fora de casa). De minha parte, só uma cornetada: Douglas não pode ser titular, em hipótese alguma. Melhor insistir com Aloísio ou Cañete por ali. E Ganso continua sendo ótimo para esquentar o banco.
O espírito de Libertadores e o "pato" Luxemburgo
Compartilhe no Facebook
Sobre o jogo, o impressionante foi o São Paulo não conseguir fazer nenhuma finalização no primeiro tempo e a jogada do gol do Galo. Ronaldinho deu um "migué" e ficou na área até a cobrança de lateral, que recebeu sozinho e fez o cruzamento para o gol contra de Lúcio (não foi do Jô). Estranho não ter nenhuma reclamação do tão esperto e autoconfiante Rogério Ceni.
No segundo tempo o Galo voltou sem a marcação eficaz da primeira etapa e levou sufoco, só amenizado com nova jogada de Ronaldinho, com a bola na cabeça e o gol de Réver. O que até agora não entendi é o que o Réver estava fazendo na área adversária num lance comum de jogo. Não era escanteio nem cobrança de falta, quando os zagueiros costumam ir dar uma de atacante. Mas ainda bem que estava lá.
O São Paulo poderia ter empatado no lance final do Ganso, mas este parece ainda ter sua nuvem negra particular, que não deixa o futebol esperado aparecer. Embora tenha feito mais em poucos minutos que o "craque" Jadson, que nem foi visto no Independência. E, para não dizerem que não chorei, achei que foi falta no Júnior César no lance do gol paulista. De bom, fica a pegada do Galo, que fez a melhor partida em termos de marcação de que me lembro nos últimos anos.
Para o técnico, o vilão de ontem foi o gramado, mesmo com seu time abusando de "chuveirinhos" na área e tomando gols infantis. Para ter ideia, o ataque do Huachipato não fizera nenhum gol em três partidas pelo campeonato chileno e fez dois contra a defesa de Luxa.
A frase atribuída a Luxemburgo pelo UOL mostra bem o estado mental do "verdadeiro pato" da noite. “O bom senso manda que as pessoas entendam uma coisa: o gramado não está bom. Então vamos jogar no Olímpico por um mês. Aí a OAS tem tempo para recuperar o gramado. Se depois, o time não jogar merda nenhuma, manda o técnico embora e deu”, disparou (Luxemburgo). Que parece já estar arrumando desculpa para ir embora depois de uma possível desclassificação.
Palmeiras estreia com vitória e um pouco de sufoco na Libertadores
Compartilhe no Facebook
O Palmeiras começou com vitória sua trajetória na Taça Libertadores da América na quinta-feira, 14, no Pacaembu. Sobre um gramado molhado mas bem drenado -- quase igual às ruas alagada da capital paulista -- o Verdão passou pelo peruano Sporting Cristal por 2 a 1.
A um ano do centenário, o alviverde tem uma temporada de extremos. Se em três meses a realidade será a da segunda divisão do nacional, por ora o Palmeiras tem a oportunidade de estar entre a elite do futebol sul-americano. O começo foi para quase ninguém reclamar.
Além de ter contado, nas partidas recentes, com a "artilharia" de Marcio Araújo (aquele que não povoava nenhum post de melhores momentos até janeiro), novamente a representação de Palestra Itália teve nos defensores a arma para sair na frente. Henrique marcou de cabeça aos 39 do primeiro tempo. Foi o quarto do zagueiro em quatro jogos. Volta, Barcos?
No começo da etapa final, aos 6, Carlos Lobatón empatou de pênalti. O segundo dos mandantes veio de um chute de fora de Patrick Vieira. O goleiro Fernando Prass, o primeiro de nome composto a defender a meta da equipe desde el Gato Fernandez, ainda teve de fazer boas defesas para evitar pior destino (se alguém lembrar que Cavalieri também era Diego ganha um dose no boteco da esquina).
O time que esteve em campo, repleto de volantes, pode ainda melhorar em muitas frentes. Nunca será brilhante. Sequer bom. Mas pode ser mais bem resolvido. A mais importante das qualidades a se adquirir, como elenco mediano que é, seria tornar-se cascudo, mais compacto e com menos buracos na marcação.
Venceu mas deixou claro que falta muito para dar boas notícias sobre os dez meses que 2013 ainda tem pela frente.
Ainda em fevereiro, o time de Gilson Kleina volta a atuar pela competição, na primeira passagem para fora do país. O adversário será o Libertad, em Assunção, no Paraguai.
quarta-feira, fevereiro 13, 2013
Com Neymar e Muricy, Santos entra na campanha #VemSeanPenn
Compartilhe no Facebook

segunda-feira, fevereiro 11, 2013
A derrota do Santos para o Paulista e os dilemas de Muricy
Compartilhe no Facebook
![]() |
O que passou, Neymar? |
sábado, fevereiro 09, 2013
Com gol de falta, Rogério Ceni garante vitória e já é o 15º maior artilheiro do São Paulo
Compartilhe no Facebook
Depois de dois jogos afastado, por dores no ombro, o goleiro e capitão Rogério Ceni voltou ao time do São Paulo neste sábado, em Campinas, para comandar os reservas e fazer o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Guarani, no estádio Brinco de Ouro, pelo Campeonato Paulista. Com o gol de falta, o 57º que marcou dessa forma na carreira, atingiu 109 com a camisa do São Paulo (fez outros 51 de pênalti e um de bola rolando). Isso torna Rogério o 15º maior artilheiro de toda a História do clube, um feito impressionante para um goleiro, ficando atrás apenas de goleadores como Serginho Chulapa (242 gols), Gino (233), Teixeirinha (189), França (182), Luizinho (173), Luís Fabiano e Muller (ambos com 160), Leônidas da Silva (144), Maurinho (136), Raí (128), Prado (122), Pedro Rocha (119), Careca (115) e Remo (110).
E, aos 40 anos, disputando provavelmente sua última temporada no futebol, as estatísticas positivas de Rogério Ceni continuam a engordar. Com a vitória de hoje, o goleiro manteve a escrita de nunca ter perdido para o Guarani: em 24 partidas, foram 17 vitórias e sete empates, além de chegar à três gols contra o rival. E mais: o jogo em Campinas foi o de número 1.054 com a camisa do São Paulo e, se disputar mais 63, vai superar Pelé como o atleta que mais vezes vestiu a camisa de um clube brasileiro (o Rei disputou 1.116 jogos pelo Santos). Diante de tantos recordes (ou iminência deles), a importância da vitória pelo Paulistão até diminui. Jogando com os reservas, o São Paulo só venceu porque o Guarani é muito fraco. De bom, o gol de Aloísio, seu primeiro pelo clube. De ruim, a expulsão de Cañete. Que venha a Libertadores.
TARDE DOS VOVÔS - Além de Rogério Ceni, outro quarentão se destacou neste sábado de Carnaval, pelo Campeonato Paulista. Em sua estreia pelo São Caetano, o (interminável) Rivaldo, que jogou pelo São Paulo em 2011, marcou um gol nos 2 a 2 contra o Corinthians, no Pacaembu. O Azulão só cedeu o empate aos 41 do segundo tempo, quando levou um gol de Paulinho. Rivaldo, que jogou pelo Kabuscorp, de Angola, em 2012, vai completar 41 anos em abril. Revelado pelo Santa Cruz, despontou no "Carrossel Caipira" do Mogi Mirim, no Paulistão de 1993, e logo em seguida foi contratado justamente pelo adversário deste sábado, o Corinthians. Logo em seguida, brilhou pelo Palmeiras. Mas seu auge ocorreu no Barcelona, quando foi eleito o melhor jogador do mundo. Na Copa de 2002, jogou uma barbaridade.
Som na caixa, manguaça! - Volume 68
Compartilhe no Facebook
(Jorge Mautner)
Como vai você, nesse dia azul?
Não consegue responder?
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Será que assim falam
Os índios do xingu
Não conseguem responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Será que não irá bem
Ouço o tal do quadro
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Será que você tomou
Cachaça com chuchu
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy quer dizer que eu te amo
E muzzy quer dizer que eu te adoro
Hey you é hey você, hey você
É hey você
(Do LP "Jorge Mautner", Polydor, 1974)
Ps.: Com agradecimentos à indicação do companheiro De Massad.
sexta-feira, fevereiro 08, 2013
Futebol aplicado à política
Compartilhe no Facebook
No livro "Marighella - O guerrilheiro que incendiou o mundo", de Mário Magalhães (Companhia das Letras, 2012), uma passagem da vida do famoso militante comunista, assassinado pela ditadura militar em 1969, que mostra como o futebol pode ser associado à política. No início dos anos 1950, o baiano Marighella vivia escondido na cidade de São Paulo, com nome falso, junto com sua companheira Clara Charf - pois, a partir do final da década anterior, quando o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi posto na ilegalidade, ele e seus companheiros eram procurados pela polícia. Mesmo na clandestinidade, porém, o ex-deputado constituinte de 1946 continuava à serviço do partido, tentando cooptar novos adeptos da causa. Para isso, usava sua famosa lábia. Diz o livro:
(...) ele não perdia a oportunidade de vender suas ideias. As conversas sobre futebol podiam redundar em outras, por isso a primeira seção lida nos jornais, unindo gosto e dever, era a de esportes. Um dia não tivera tempo de folhear os matutinos, e um chofer de praça palpitou sobre o jogo da véspera. Marighella calou, pois nada sabia. "Isso nunca mais vai me acontecer", disse a Clara. "Tenho que estar preparado, o povo adora futebol".
![]() |
Marighella (segundo agachado, a partir da esquerda) e seus amigos de futebol do Grêmio Atlético Brasil, em Fernando de Noronha |
Ele (Marighella) brincava dizendo que era bom de bola por ter se empanturrado de chocolate na infância. Enquanto alguns peladeiros calçavam chuteiras, despachadas por parentes no continente, Marighella atuava de pés descalços. Seus chutes impressionavam pela potência. Batia de bico, e seu pé direito parecia moldado em ferro. Como dera uma palestra sobre siderurgia, apelidaram-no de Bicão Siderúrgico. Todos os queriam em seu time. Ele era beque, anglicismo para zagueiro. Exibia mais força que técnica, embora não fosse um perna de pau no trato com a pelota ou a canela dos adversários. Colega de prisão a partir de 1942, Noé Gertel o elogiaria como beque "impenetrável" e o melhor futebolista ilhéu.
quinta-feira, fevereiro 07, 2013
Experimentos contra os times de Campinas
Compartilhe no Facebook
Aproveitando que a primeira fase do Campeonato Paulista vale pouco ou quase nada (assim como a competição, nos últimos anos), o técnico do São Paulo, Ney Franco, está aproveitando os dois compromissos dessa semana para tirar suas últimas dúvidas. O primeiro ocorreu ontem, no Morumbi: um modorrento empate sem gols contra a Ponte Preta, que, assim como em 2012, faz uma ótima campanha no estadual. O segundo ocorre no sábado, dia 9, em Campinas, contra o outro time da cidade, o Guarani - que, pra (não) variar, segue com desempenho sofrível.
Para o jogo contra a Ponte, Ney botou o time titular, desfalcado apenas de Rogério Ceni (contundido) e Luís Fabiano (que jogou pela seleção brasileira). Denis assumiu o gol e Aloísio ficou como centroavante, tendo Cañete na ponta-direita. No decorrer da partida, Rafael Tolói entraria no lugar de Rhodolfo, para ser testado como companheiro de zaga de Lúcio. Uma surpresa foi Douglas começar jogando na lateral-direita. E foi por ali que o técnico fez seu principal experimento: no segundo tempo, ao colocar (o ex-titular) Paulo Miranda para assumir a função, preferiu tirar o volante Wellington.
Com isso, Douglas foi deslocado para a ponta-direita, no lugar de Cañete, que recuou para compor o meio junto com Denilson e Paulo Henrique Ganso (que havia entrado no lugar de Jadson). Bom, o placar comprova que nada de muito útil resultou disso tudo. No sábado, o time reserva deve encarar o fraco Guarani, com Tolói na zaga, Fabrício de volante, Carleto de lateral-esquerdo, Maycon no meio e Ademilson no ataque, entre outros. E Ganso terá mais uma oportunidade para provar ao Ney Franco e à torcida que, por enquanto, ele é um excelente reserva de luxo...