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sexta-feira, agosto 10, 2007

Em defesa de Orsi

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Alguns desqualificados vão falar por aí que o novo presidente corintiano é palmeirense. Trata-se de uma calúnia, um absurdo, uma pantomima, um sonho de uma noite de verão, citando o ex-presidente Collor.

Explico: Clodomil Orsi, um senhor de 70 anos, disse, em entrevista à Folha de S. Paulo, que até os 9 anos de idade era palmeirense. Mudou por um desentendimento com seu irmão mais velho, Dudu, por uma figurinha das que vinha nas balas de futebol, em 1946. Reproduzo trecho do texto da Folha:

"Olha, eu era menino, foi em 1946. Graças a um erro cometido pelo meu irmão. Você não lembra das balas de futebol, lembra?", contou o substituto de Alberto Dualib em entrevista à Folha."Foi só quem viveu nos anos 40. Eu acho engraçado por isso. Tinha esse álbum de figurinha das balas de futebol. Ela vinha embalada com figurinhas. Esse álbum eram os times de futebol do Rio e de São Paulo. Tinham figurinhas carimbadas. Uma delas era a mais difícil. Era assim, vamos dizer, a cada 2.000 balas vinha uma carimbada. O Dudu era palmeirense doente. Eu cheguei um dia em casa e estava faltando a minha figurinha", disse Orsi.
A partir daí, veio a ameaça: "Eu falei: "Dudu, pára com isso, me dá a figurinha. Se você não me devolver a figurinha, eu já não gosto muito, mas a partir de hoje vou torcer para o Corinthians". Ele não me devolveu a figurinha", revelou o cartola.E, então, a transformação e a descoberta de um novo amor."Mudei. Foi a melhor coisa que meu irmão fez comigo. Minha família é italiana, mas todos são corintianos doentes. E a briga do meu irmão era comigo, porque sou o caçula da turma. Meu irmão despertou a minha paixão pelo Corinthians."Depois disso, diz Orsi, ele nunca mais foi o mesmo. Conta que passou a ser corintiano fanático. Relembra que jogadores do Corinthians freqüentavam festas promovidas pela mãe em sua casa no bairro do Brás (zona central da capital).
Em 1951, quando recebeu seu primeiro salário, o cartola conta que pediu uma parte dele à mãe para se tornar sócio do clube do Parque São Jorge.Com a carteirinha de sócio, recebida pelas mãos do ex-presidente corintiano Alfredo Ignácio Trindade, Orsi logo tomou gosto pela política do clube. E, graças à amizade com outro ex-presidente, Wadih Helu, virou conselheiro em 1959.

Trata-se de uma história simpática e que transmite uma mensagem de esperança: é possível deixar de ser palmeirense. É um alento para tantos e tantas que, por obra de algum parente, amigo ou pelo mero acaso, caminham hoje pela perniciosa trilha do palestrianismo. Pais corintianos, sempre alertas!

Julgar um homem com 61 anos de declarado amor pelo Corinthians pelos atos impensados da infância não é correto. Tolos são os conselheiros (sim, eles existem) que chegaram a cogitar pedir a renúncia do presidente:
"Nunca mais [torci pelo Palmeiras]. Mas não torço contra, não. Eu torço para ele não ganhar. O meu neto mais novo, o Vinícius, de cinco anos, se você der uma roupa verde a ele, ele devolve na hora", conta, orgulhoso, dizendo que a atitude do menino é influência do avô.
A admiração pelo Palmeiras do presidente em exercício do Corinthians não caiu bem no Parque São Jorge. Alguns conselheiros do clube prometem que cobrarão Orsi. Outros já falam em pedir sua renúncia.
Orsi aqui demonstra a virtude da tolerância com os desafortunados. Conhece a experiência de ser palmeirense, sabe que é triste e doloroso, e não torce para aumentar esse sofrimento. Torce apenas para que ele se mantenha, sem vitórias para amenizar a dor. E ainda colocou o netinho no bom caminho, vejam só.

Se há pecado na revelação do presidente interino, talvez seja o apontado pela Gaviões da Fiel: ingenuidade. Alimentou a imaginação de fariseus e das pobres almas palmeirenses. De resto, não o condeno, pelo menso por enquanto. A não ser por sua ligação com Wadih Helu e Dualib. Analisemos o presidente por seus atos. Só depois de algum tempo de gestão poderemos saber se restou alguma coisa desse equívoco infantil. E Fora, Dualib!

Presidente interino do Corinthians é ex-palmeirense

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A torcida não gostou. O Romeu Tuma Jr. achou o fim. Mas nada muda o prazer de ver muito corintiano suspirar: "Que saudades do Dualib!".

Ocorre que Clodomil Orsi, presidente em exercício do clube da Marginal Tietê sem número, admitir que, até os 9 anos, torcia para o Palmeiras, o arqui-rival.

O que é pior: ter torcido para o Palmeiras ou ser um vira-casaca? Quando eu era criança, aprendi que a pior traição que existe é ao time de futebol.

Tuma Jr. pedirá explicações e ameaça pedir afastamento "por questões morais", informa o Painel F.C., da Folha de S.Paulo. A Gaviões da Fiel acha que foi ingenuidade, atributo inaceitável para alguém que ocupa a função máxima da cartolagem num clube.

Ingênuos não tem vez? Ouvi "volta Dualib"?

Como palmeirense, já estou em dúvida. Entre o Dualib e um que assumidamente sabe como é bom ver o Corinthians na draga, vou perguntar para os comentaristas.

Jovens que estudam e trabalham bebem mais

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Uma pesquisa com 2.718 estudantes da rede estadual de ensino em Cuiabá (MT), entrevistados em estudo de pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é conclusivo: adolescentes que trabalham e estudam consomem mais álcool, mais tabaco e mais outras drogas do que os que só estudam.

A informação é da Agência Fapesp.“Ao combinar diversas variáveis, identificamos que a chance de usar drogas ao longo da vida é 1,5 vez maior entre os jovens trabalhadores. É um padrão que chama a atenção e dá mais um motivo para achar que eles não deveriam trabalhar”, disse Dartiu Xavier da Silveira, orientador de Delma Perpétua Oliveira de Souza.

TabacoMaconhaCocaínaAnfetaminas

T&E Só E.
Álcool81%64,8%
43,7%26,8%
8,6%4,4%
3,2%1,4%
6,9%3,6%
(T&E - Trabalham e estudam; Só E. - Só estudam)

quinta-feira, agosto 09, 2007

Ana Paula Oliveira volta em setembro

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Não, não é à capa da revista masculina Playboy que a bandeirinha Ana Paula Oliveira retorna em setembro. É aos gramados. Segundo Marcos Marinho, presidente da Comissão Estadual de Arbitragem, da Federação Paulista de Futebol (FPF), a moça já treina, mas só volta quando estiver bem "na parte técnica e física". Então, nada de fotos.

Os 300 mil leitores da publicação que adquiriram a edição acreditam que em boa forma física ela está. Os que viram as fotos que vazaram na internet antes, compartilhariam a opinião. Houve até rumores de que a moça não tinha celulite, e que recursos de tratamento de imagem sequer foram utlizados.

Mas se dependesse da Playboy, Ana Paula voltaria a exibir suas curvas nas páginas da publicação. Em entrevista ao argentino Clarín, ela contou que a revista gostaria de repetir a capa em 2008, mas ela só tem olhos para a arbitragem. "Pero basta de fotos", declarou. Por esse motivo é que ela recusou repetidos convites desde 2003.

Em outra ocasião, ela havia dito estar em dúvida sobre sua volta ou não aos gramados, cogitando dedicar-se aos comentários de arbitragem, à là Arnaldo Cezar Coelho. A participação em comercial de TV e o assédio dos fãs aumentavam as dúvidas. Houve até boatos de que ela seria lésbica, por morar com a assessora e prima Nalda Mota em Hortolândia, o que aumentou as vendas em banca.

Mais pressão?
Marinho considera que a pressão vai ser maior. Não bastasse o machismo, agora tem as fotos nua. Mas ele aposta que Ana Paula tem condições de reverter o quadro, numa possível referência à repetição da cantada relatada por ela feita ao mesmo Clarín.

Um jogador cuja identidade foi ocultada esperava para bater um escanteio enquanto o goleiro adversário era atendido. Ali, ao lado da bandeirinha, ele soltou uma cantada barata, elogiando sua beleza, e sugeriu troca de telefones. Se fosse o Renato Gaúcho, talvez ela estivesse mais propensa a topar.

Centro de treinamento
A declaração de Marinho ocorreu no lançamento do projeto Arbitragem na Prática, que cria um Centro de Treinamento para aprimoramento técnico e físico dos donos do apito e das bandeiras. Não se garantiu a profissionalização, mas há espaço para "treino" dos juízes, que ocorrerá no clube Nacional. Sem time profissional, o Nacional cede suas categorias de base para simular partidas.

Enquanto esperam para ver a bandeirinha de volta, os internautas matam a saudade com as fotos abaixo. Na noite de quarta-feira, 8, a festa de 32 anos da revista masculina da editora Abril contou com a presença da moça que, segundo fontes, teria chegado e saído sozinha, apesar de ter sido paquerada por um embriagado não-identificado.

Os autores do Futepoca negam ter sido convidados para a festa e, mesmo lamentando, desmentiram as acusações de terem xavecado a bandeirinha.



Figurino discreto, comparado com as outras convidadas





No meio de
"coelhinhas",
na festa
da revista.

O aniversário do Velho Lobo

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Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Hoje, 9 de agosto, Mário Jorge Lobo Zagallo, faz 76 anos. Sempre tem aquela lenga-lenga de homenagens e blablabla de gente que adora louvar os ditos "vencedores". E isso Zagallo é. Conseguiu ser bicampeão do mundo como jogador em 1958 e 1962. Nas duas ocasiões, barrou Pepe, que sofreu contusões nos jogos preparatórios. Competência e sorte, o que talvez justifique tanta superstição.

Ali, eram dois estilos completamente diferentes. Pepe era o ponta aberto que conseguia chegar na área ou para cruzar a bola ou desferir sua bomba de esquerda. Já Zagallo era o ponta recuado, que ajudava na marcação do meio de campo, o que lhe rendeu o apelido de "formiguinha". Ainda como jogador foi tricampeão carioca pelo Flamengo, bicampeão pelo Botafogo em uma formação épica com Didi, Garrincha e Quarentinha.

Como treinador da seleção em 1970, substituiu João Saldanha. E, como se fosse uma sina que ele carregava, tirou um ponta-esquerda ofensivo, Edu, sempre titular entre as feras do técnico anterior, e colocou Rivellino como um falso ponta-esquerda. De novo, ganhou o pragmatismo.

Já na seleção de 1974, do alto de uma certa arrogância, disse que ia fazer suco da Laranja Mecânica, a estonteante Holanda. Naquele torneio, o talento preterido foi Ademir da Guia, que só entrou na última partida e ainda assim saiu no intervalo. O mandatário perderia também as Olimpíadas de 1996, quando a seleção brasileira teve uma das atitudes mais pernósticas que já vi no esporte, não comparecendo à entrega da medalha de bronze.

Como técnico na Copa de 1998, continuou sua opção pelo defensivismo. Retirou o meia Giovanni da equipe e colocou Leonardo, um meia recuado peleando pela esquerda. Deu no que deu.

Treinou todos os grandes do Rio, além do Bangu. Em São Paulo, só treinou a Lusa. Confesso que comprei um ingresso para assistir a uma partida entre a Portuguesa praiana e a paulistana no Ulrico Mursa e minha única finalidade era ficar no alambrado xingando o Velho Lobo atrás do banco de reservas. Um problema de saúde me impediu de cometer tal ato.

Nunca gostei dele. Continuo não gostando. Pra mim, fez mal pro futebol brasileiro, menos pela fanfarronice do que pela predileção pelo defensivismo, como atleta e treinador. Mesmo assim, a educação recomenda: parabéns, Zagallo.

Notas sobre Botafogo 0 x 2 São Paulo

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Era esse timinho do Botafogo que poderia ser campeão e levantar novamente o orgulho do futebol fluminense, que não ganha a taça desde 2000, quando o Vasco foi campeão da Copa João Havelange?

Comprovado está: o Botafogo era mesmo um autêntico cavalo paraguaio. Contra o melhor time do campeonato, foi um time desorganizado, medroso, sem um esquema tático muito visível e cheio de jogadores medíocres, que erraram mais passes do que se erra na várzea. Dodô não viu a cor da bola.

E o tal Fogão, além de tudo, é um time muito violento e demonstrou desequilíbrio emocional. Outra coisa: o Falcão disse que a entrada por trás do Luciano Almeida, que quebrou a perna do Reasco, não foi por maldade. Que gracinha, o Falcão. O cara deu um pontapé por trás no colega, que fraturou a tíbia, e foi sem querer.

Isso não tira o “mérito” do São Paulo, que, segundo levantamento do Uol feito semanas atrás (não estou com tempo de procurar o link), é (ou era, naquele momento) o time estatisticamente mais violento do campeonato. Agora, o pontapé que o tal Túlio deu na cara do Leandro merecia uma suspensão exemplar. Grotesco.

E não vou dizer que o São Paulo será campeão, mas vai ser difícil que não seja.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Cidade Ademar quer o fim do apagão. No transporte coletivo da cidade

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O palco era o refinado Rosa Rosarum, um bifê classe A frequentado por abastados da cidade de São Paulo. A presença do prefeito Gilberto Kassab, dos secretários municipais de Esportes, Walter Feldman, do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, e da Assistência Social, Rogério Amato, poderia indicar um prato cheio para o pessoal que adora falar mal da elite branca, má e perversa e de seus preconceitos.

Mas era o lançamento do Dia Mundial Sem Carro pelo movimento Nossa São Paulo: outra cidade. Realizado desde 1997 na França, o dia 22 de setembro é uma data voltada aos 30% da população proprietária de automóveis.

Mas as 22 atividades do 22 de setembro (passeatas, rotas de bicicleta, atividades culturais e até virada esportiva com direito a esportes de bar) eram pretexto para divulgar a iniciativa de Oded Grajew, ex-assessor de Lula e ex-diretor presidente do Instituto Ethos de responsabilidade social empresarial, e mais 300 entidades. O Nossa São Paulo quer reunir indicadores de todas as áreas e exigir que a prefeitura e os candidatos já em 2008 tenham planos de governo com metas de melhoria desses indicadores.

No caso do transporte, abordado no dia sem carro, são 13 índices, de número de motoqueiros mortos à dias em que a qualidade do ar ficou inaceitável na cidade.

Constrangimento
A parte mais interessante da manhã de lançamento que dá título ao texto, foi a intervenção de Airton Goes, do Fórum Social Cidade Ademar (região na Zona Sul da capital paulista). Chamado para falar o que a população esperava do poder público, ele prometeu não querer causar constrangimentos, mas entrou de carrinho.

Disse que só apoiam o Nossa São Paulo porque um dos eixos é diminuição da desigualdade social, e que, para a cidade mudar, a periferia precisa de muitas transformações.

"Na Cidade Ademar, nos solidarizamos com as vítimas do acidente da TAM", declarou Goes. Mas ele reclamou do fato de que as principais rádios enviam, em seus noticiários, repórteres para informar quantos vôos estão atrasados e por quanto tempo. "Todo dia, no terminal de ônibus da Cidade Ademar, a gente vê quatro filas esperando por um ônibus. E nenhum ônibus está lá". Os atrasos são muito superiores a uma hora.

Para protestar contra a precaridade do transporte público, especialmente na periferia, os moradores da região já preparam as atividades para o dia sem carro com um debate entitulado "CPI do apagão no transporte coletivo de São Paulo". O relato arrancou aplausos da platéia, deixando o prefeito Kassab e seus secretários com uma cara de Kassab.

Aderiria a Cidade Ademar ao movimento "Pés fora do coletivo" no próximo dia 18?

"Sinto muito por esse juiz"

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O presidente da Associação Internacional de Futebol de Gays e Lésbicas (IGLFA, na sigla em inglês), Thomas Gómez, deu entrevista ao Terra Magazine sobre a sentença do juiz Manoel Maximiniano Junqueira negando a razão de Richarlyson contra José Cyrillo Jr. na acusação de preconceito:

– Em primeiro lugar, sinto muito por esse juiz. Ele não sabe nada sobre esportes ou sobre identidade sexual. Ele precisa urgentemente de um treinamento sobre diversidade sexual.

O presidente da IGLFA foi além. Quando a pergunta foi a respeito da história de "se [o atleta] fosse homossexual, melhor seria que abandonasse os gramados", que fundasse seu time e sua liga, ele foi na canela com precisão cirúrgica:

– Bem, nesse caso, o juiz deve se aposentar, pois não está apto para o trabalho. Na IGLFA nós temos jogadores homossexuais e heterossexuais. Não discriminamos. Por ser homossexual, um jogador não precisa jogar em um time ou uma liga de homossexuais.

Gómez considera que "desequilíbrio" é a única forma para entender o comportamento de Junqueira.

"Pés fora do coletivo": divulgue você também

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Apesar do silêncio dos últimos dias, as articulações nos bares da cidade vão a mil. Todo mundo só fala de no sábado, dia 18, o importante não é boicotar os aviões, mas sim os ônibus.

O sucesso que só a gente vê pode ser ampliado com o seu apoio. Divulgue os banneres exclusivos com link direcionado para a página da campanha "Pés fora do Coletivo", também conhecida como o Futepoca.

A lista de banneres e códigos para divulgar estão numa página de apoio (clique aqui).

Agora, ninguém segura.

Uma tarde de Maracanã

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Domingo, para variar, uma tarde de folga. Simone e eu vamos assistir a Fluminense e Parmera.
Antes de qualquer acusação de vira-casaca, renovamos os votos atleticanos, eu, o original e único Galo. Ela, o Paranaense.

Mas o verdadeiro motivo, ver o Maracanã após as reformas. Ela, conhecer o estádio mais famoso do mundo.

Primeiro, duas boas surpresas: o Metrô que deixa praticamente na porta e a reforma propriamente dita.

Beirando os 60 anos, o Maraca foi totalmente remodelado. Mantém a arquitetura, claro, mas por dentro todos os lugares estão com cadeiras, os banheiros, pelo menos na área que fomos (cadeiras, setor branco), estavam limpos, com água e sabonete líquido, luxo a que não estão acostumados os pobres arquibaldos e geraldinos, e vende-se cerveja Itaipava.

Quanto ao jogo propriamente dito, nada a destacar. Parmera e o Flu têm times medíocres, no sentido de medianos, como quase todos que disputam o Brasileirão. Não se pode acusar os jogadores de falta de vontade, mas, de carência técnica, de talento...

Houve apenas duas jogadas dignas de nota, praticamente iguais, com Edmundo, com quase 40 anos, fazendo assistências para Vadívia. Numa, gol. Noutra, nem lembro direito o que aconteceu, acho que o Ricardo Berna defendeu (estou sendo acometido do mal de Carminha, nossa eminência parda. Eh, memória).

Destaque para os dois telões imbecis. Gastou-se bom dinheiro para algo desnecessário. Na hora do lance, ninguém fica assistindo, até porque seria idiotice olhar para tela em lugar do gramado, ao vivo. Quando acontecem os melhores lances, em que se poderia ver o replay, corta-se a transmissão, vai explicar... Acho que a Fifa proíbe replay, mas então por que instalaram?

Destaque também para Somália: perdeu um pênalti, o rebote, mais um gol cara a cara em que tentou botar a bola por cobertura e saiu vaiado pelos pouco mais de 10 mil torcedores presentes.

Pior que o jogo, só o estado do gramado (vergonhoso) e as reclamações do Renato Gaúcho contra o árbitro. O Gaciba é ruim, como os outros apitadores, mas não fez nada demais. O problema do Flu é de incompetência mesmo dos jogadores e, por que não, do próprio técnico.

No fim, o gosto de ver um jogo no campo, numa tarde agradável, no velho Maraca.

Com Simone contente de conhecer.

Futebol não houve muito, mas valeu.

O show da direita 2: Lula = Palmeiras

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Deveras interessante o chororô do Clóvis Rossi (foto) ontem, 7 de agosto, na Falha de S.Paulo, ainda na esteira da popularidade inabalável do Lula. Sob o título "Os ingratos", o texto do articulista segue o raciocínio torto (ou pelo menos enviesado) de que o índice de 48% dos que consideram o governo "ótimo/ bom", segundo o Datafolha, na verdade "perde" para 51% de "regular" + "ruim/ péssimo" (36% + 15%, respectivamente). Ou seja: toda e qualquer avaliação "regular" registrada pela pesquisa tenderia, necessariamente, para "ruim", e nunca para "bom". Daí essa soma e a conclusão peculiar de Rossi, que, não satisfeito, ainda usou o futebol para tentar justificar sua (torta/ enviesada) tese: "(...) eu nunca festejo a estabilidade do Palmeiras na tabela do Brasileirão. Festejo quando sobe (o que é raro, admito)". Essa foi uma da piores ofensas públicas que já vi ao corintiano Lula: compará-lo ao alviverde do Parque Antartica! E pior: com o raciocínio (torto/ enviesado/ forçado) de que, assim como o Palmeiras, o Lula "não sobe na tabela". Pô, se metade da população gosta do governo e quase um quarto não vê nada de ruim, só posso concluir que o Clóvis Rossi faz parte dos 15% que torcem contra - e está querendo puxar mais gente para o seu grupinho. Chorô, parô.

Dualib no fundo do poço. Quem vem pro lugar dele?

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O Conselho Deliberativo do Corinthians (CD) atendeu aos desejos da fiel torcida e determinou o afastamento de Alberto Dualib e Nesi Curi por 60 dias da presidência do clube. Foram 264 votos a favor do afastamento, cinco contrário (todos da família Dualib) e uma abstenção (do advogado de Dualib, José Alves). Até mesmo alguns de seus "aliados", como o cardeal Wadi Helu, votaram com a maioria.

Foi decidida também a criação de uma comissão de cinco conselheiros para analisar as contas da atual administração. Alexandre Hunes, Rogério Molica, José Carlos de Mattos, José Percival Albano e Osmar Básile têm 60 dias para o trabalho. Caso recomendem o afastamento definitivo de Dualib, será convocada a Assembléia Geral de sócios para votar o impeachment do presidente.

Segundo a Folha de S. Paulo, a maioria dos conselheiros está certa de que o caminho será o afastamento definitivo do cartola. Alguns acreditam que Dualib deverá renunciar antes do prazo de 60 dias. É o caso de Andrés Sanches, certamente influenciado por uma dose forte de torcida. Explico: segundo explicou o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger, ao site TimãoNet, se Dualib renunciar toda sua diretoria sai junto, inclusive Clodomil Orsi, que agora ocupa o posto. Dessa forma, Senger assumiria o comando e convocaria novas eleições antes de janeiro de 2009. Sanches é hoje a liderança oposicionista mais influente e seu grupo tem maioria no CD. Uma queda rápida de Dualib o favoreceria, não dando aos rivais tempo de articular suas candidaturas.

O segundo nome mais forte é o de Roque Citadini, presidente do Conselho de Orientação. Segundo apurou a Folha, ele precisaria de tempo para conseguir reunir apoios para bater Sanches. Rubens Approbato Machado ganhou força recentemente, mas não diz se pretende ou não disputar o cargo.

Dos três, apenas Approbato nunca fez parte da gestão de Dualib. Citadini foi por quatro anos vice-presidente de futebol, saiu por se opor à parceria com a MSI. O mesmo cargo foi assumido depois por Sanches, já durante a parceria. Ele deixou as asas do presidente quando Kia Joorabichian começou a disputar poder com Dualib. Sanches escolheu o iraniano.

Aos corintianos, pergunto: qual desses três é o “menos pior” (tenho dificuldade em dizer melhor nesse caso) para conduzir o time? Não consigo escolher nenhum, mas vou pela negativa: Sanches, que apoiou Dualib e a parceria, depois pulou para o colo de Kia e agora é contra a parceria, não me parece nada confiável. Fico entre os outros dois. Approbato é para mim uma incógnita e Citadini pelo menos foi coerente no episódio MSI. Alguém se habilita a palpitar?

terça-feira, agosto 07, 2007

O show da direita

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A "jornada cívica" da elite branca continua produzindo resultados fabulosos. Seu último lance de impacto foi uma ruidosa manifestação em oito capitais brasileiras no último domingo, dia 5. Em todas as cidades onde houve o dito protesto, três mil (sim, isso mesmo, TRÊS MIL PESSOAS) foram às ruas para pedir a saída do presidente da República do cargo.

Desta vez, os "militantes" fizeram a convocatória por um meio peculiar e tipicamente autista, o Orkut. Membros de uma comunidade (sic) intitulada "Fora, Lula", com quase duzentos mil membros, chamou seus participantes para gritar contra o inculto mandatário brasileiro. Logo, descobriram que se é fácil reunir perfis e avatares no simulacro, sair do mundo virtual para o real é bem mais difícil.

A mais "bombástica" manifestação aconteceu em São Paulo. Segundo perspectivas otimistas, duas mil pessoas, cerca de um sexto da média de público do Barueri em sua Arena, nas partidas da Série B do Brasileirão. Já nas outras sete capitais foram outras mil pessoas, uma média de pouco menos de 150 por cidade. Notícias dão conta de que convenções de RPG convocadas pelo tal site de relacionamento levam muito mais gente do que isso, que se assemelha muito ao público médio do São Vicente na quarta divisão do Paulista.

Mas não importa o número de pessoas, o que realmente vale são os ideais. E quem teria coragem de contestar a pureza dos mesmos, como comprova reportagem de Laura Capriglione na Folha de S.Paulo de domingo? O trecho abaixo mostra como o movimento pôde educar os incultos que elegeram o presidente:

Manifestações foram realizadas também em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Vitória e Campo Grande (somadas, reuniram cerca de mil pessoas). A palavra de ordem dominante foi o "Fora Lula". Mas também se ouviram: "Ca-cha-cei-ro, ca-cha-cei-ro", "va-ga-bun-do, va-ga-bun-do" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Nas faixas e cartazes, o mesmo tom: "Marta, fora, biscate" e "Lula, maldito, relaxa e vaza".

Militantes pela redução da maioridade penal, pelos "direitos humanos (só) para humanos direitos", pela imediata construção de um partido nacionalista conservador, e até o movimento "República de São Paulo", que pretende a separar o estado do restante do país apareceram na manifestação.

Não se via uma só bandeira vermelha. Negros eram os cartazes e as camisetas.

Camisetas negras, como as das milícias de Mussolini que agrediam os trabalhadores na Itália fascistas. Bele referência. Democrática, decerto. Mas claro que o movimento é "popular", o outro trecho abaixo assegura isso:

Com os cabelos loiros e impecavelmente alisados, a empresária e estilista Patricia Guizzardi, 37, recusava ser chamada de representante da "elite branca" (expressão cunhada pelo ex-governador Claudio Lembo). "Eu acho esse comentário até racista. Sou povão. Passei dez carnavais seguidos no Rio de Janeiro, sambando no meio de negros."

Na passeata de ontem, os jornalistas disputavam a desempregada Jessica Verônica Aquino Nascimento, 25, raríssima negra presente. Segundo ela, seus "irmãos de raça e os pobres em geral, infelizmente, ainda são muito ignorantes".

Graças aos céus que temos iluminados que também partilham sua luz.

segunda-feira, agosto 06, 2007

A volta do "escorpião" colombiano

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Depois do retorno do Vampeta aos gramados, que trouxe um pouco de animação ao sem graça futebol tupiniquim, outro ex-atleta está de volta. Nada mais, nada menos que René Higuita, ex-goleiro da seleção colombiana, famoso não somente pelo seu jeito excêntrico como pela mania de sair jogando na linha, o que custou a eliminação da Colômbia na Copa de 1990.


Aos 41 anos, o antes festivo arqueiro, agora mais comedido (foto antes e depois ao lado) estreou no domingo pelo clube venezuelano Guaros de Lara, promovido à primeira divisão por conta da promoção de oito novos times. Ele volta três anos depois de ter tido um exame antidoping positivo para uso de cocaína, o que ocorreu pela segunda vez na sua carreira.

Para quem não conhece Higuita ou não lembra dele, os vídeos das façanhas do moço abaixo:



Edmundo, Valdívia e Renato Gaúcho

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Comentários breves sobre a vitória palmeirense no Maracanã sobre o Fluminense por 1 a 0.

Edmundo deu um passe magistral para Valdívia driblar o goleiro Ricardo Berna e marcar aos 40 do primeiro tempo. Ele mostra que os parmeristas que reclamavam tanto que o veterano não jogava mais nada estavam precipitados. Ou, no mínimo, usando o tempo verbal errado: ele não jogou nada nas oportunidades anteriores, mas voltou a entrar bem contra o Flu.

Depois do gol, durante a maior parte do segundo tempo, o Verdão deixou o adversário crescer e pediu e implorou para tomar o empate. Teve até pênalti contra marcado em falta (se é que foi falta) fora da área. Somália bateu com força e no chão, mas Diego Cavalieri defendeu no canto direito. No rebote, fechou o ângulo. Em outras defesas, garantiu a vitória, relembrando os tempos em que o arqueiro alvi-verde era o melhor em campo sempre (a referência é ao afastado Marcos, registrado como camisa 1 no campeonato).

A perigo no cargo, ao final da partida, Renato Gaúcho reclamou: “Não é choro de perdedor, mas o Fluminense foi prejudicado de novo. Ninguém vai falar que o time está sendo roubado a cada rodada. Posso ser chamado no tribunal que vou repetir isso. O Fluminense vem sendo roubado.”

Não vi o mesmo jogo que o técnico do tricolor carioca. Segundo a Gazeta Esportiva, ele vai ter que explicar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Collor pode perder mandato

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O título é um pouco sensacionalista, admito; mas condiz com a verdade. O TSE sinalizou que pretende expandir para o executivo e o Senado medida que pune com a perda de mandato os políticos que trocaram de partido após a eleição (veja matéria sobre isso aqui).

A idéia, a princípio, seria aplicar a determinação aos deputados e vereadores - que compõem a principal massa de políticos do país e que são os que mais fazem uso do partido para vencerem as eleições. Vale lembrar que nos pleitos para deputados e vereadores os famigerados "votos na legenda" são essenciais para que alguns consigam a vaga no parlamento - e isso gera algumas distorções bizarras, como a turma eleita em conjunto com Enéas Carneiro em 2002.

O TSE já havia aprovado essa determinação; e agora, sob consulta do deputado Nilson Mourão (PT-AC), sinaliza que deve expandi-la para os senadores e representantes do executivo.

Caso a medida seja aplicada a ferro e fogo, perderiam o mandato, de cara, três senadores famosos: Cristovam Buarque (eleito pelo PT, hoje do PDT), Roseana Sarney (do DEM para o PMDB) e o citado Collor, que foi do PRTB para o PTB. Os governadores Blairo Maggi (MT) e Ivo Cassol (RO), que migraram do PPS para o PR, também estão na mira.

Confesso que não tenho opinião formada. É preciso coibir a festa da troca de partidos; por outro lado, nos cargos majoritários não se pode dizer que "o mandato é do partido", como para os outros. Fico em cima do muro. Alguém tem uma opinião melhor?

Fiel o catso!

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Desde sempre ouvi a lorota, repetida ad nauseum, de que a torcida do Corinthians é a única "fiel", que não abandona o time etc etc. Nunca acreditei. O Brasileirão deste ano é a prova incontestável de que, como qualquer outro torcedor, o corinthiano enche estádio só quando o time vai bem - e some quando vai mal. Mentira? Pois vejamos: depois de vencer o portentoso América-RN fora de casa, o Corinthians levou 40 mil pagantes ao Morumbi, no dia 23 de junho, contra o Paraná.
O zero a zero marcou o início do calvário de dez partidas sem vitória. E o que fez a "fiel torcida"? Debandou. Depois do Paraná, o Corinthians recebeu o Palmeiras no mesmo Morumbi. Ora, se 40 mil foram ver o time paranaense, o lógico seria um público superior ou pelo menos semelhante no mais tradicional clássico paulista. Mas o "pé atrás" ficou claro pelos 28,3 mil pagantes (e temos que considerar a enorme parcela de palmeirenses). Pra complicar, o Corinthians perdeu o clássico (1 x 0) e a partida seguinte contra o Sport (2 x 1), fora de casa.
Pois bem, e a "fiel"? No jogo seguinte, em pleno Pacaembu, míseros 8,6 mil pagantes foram ver o 1 x 1 com o Fluminense. Por se tratar de um clássico, o Corinthians x São Paulo, no Morumbi (1 x 1), atraiu 26,9 mil pessoas - público semelhante ao do jogo contra o Palmeiras - e aí também deve-se considerar a boa parcela de são-paulinos. Bom, o time de Parque São Jorge foi a Porto Alegre e perdeu de 3 a 0 do Internacional mas, em seguida, a tão decantada "fiel" decidiu "ir na boa": a partida contra o lanterninha Náutico no Morumbi era prenúncio de goleada e recuperação, e por isso 17,9 mil compareceram. Resultado "inesperado": 3 a 0 para os pernambucanos.
Aí, após o 2 a 2 fora de casa contra o Figueirense, a mentira da fidelidade ficou exposta: 5,3 mil pagantes no empate de 2 a 2 contra o Flamengo (no clássico das maiores torcidas do país) e, no último sábado, só 4,2 mil na vitória por 1 a 0 contra o Goiás - ambos os jogos no Morumbi, afinal, esperava-se mais da "fiel".
Sempre ouvi falar que a torcida do São Paulo não vai a estádio, que não acompanha o time etc etc. Porém, como o Corinthians tem o dobro (ou mais) de torcedores, começo a considerar que, proporcionalmente, os são-paulinos são o tanto quanto - ou mais -"fiéis". Ou não, mas essa conversa de "fiel torcida", que comparece em peso até nos momentos ruins, ninguém engole mais.

Desconsolo

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Simplesmente hilário o desconsolo de Renata Vasconcellos e Renato Machado (foto) no Bom Dia Brasil de hoje, na Globo, ao noticiar a pesquisa do Datafolha sobre a popularidade do presidente Lula, incólume após o linchamento midiático com a tragédia da TAM. De acordo com a pesquisa, 48% dos entrevistados consideram o governo Lula ótimo ou bom, o mesmo índice da pesquisa anterior, em março. Para se animar, Renata Vasconcellos ainda enfatizou que, entre os 8% da população que viajam de avião, a popularidade do presidente caiu. Mas a cara de bunda do Machado traiu sua sensação de "dever não cumprido". Coitadinhos...

domingo, agosto 05, 2007

Cachaça pode salvar o planeta

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Há consenso de que a substituição do uso de combustíveis fósseis pelo de álcool da cana-de-açúcar pode exercer um papel importante na redução do saldo de gás carbônico (CO2) na atmosfera. É que o CO2 emitido quando da queima do álcool corresponde exatamente àquele que a cana-de-açúcar absorveu durante o seu crescimento. Isso, aliás, é bastante evidente. A biosfera é uma grande sistema em equilíbrio, o carbono encontrado em uma planta tem que ter saído de algum lugar, e na deterioração deste vegetal terá que ser absorvido no ambiente de alguma maneira.
O problema dos combustíveis fósseis está no fato de que reservas muito densas de carbono são retiradas de camadas subterrâneas profundas, sem que isso faça parte do atual equilíbrio de todos os seres vivos da Terra. E isso é lançado na atmosfera. O CO2, junto com outros gases, provoca o efeito estufa, que por sua vez leva ao aquecimento global, cujas conseqüências não se sabe ao certo. Há previsões catastróficas, outras nem tanto, mas o certo é de que há e haverá mudanças notáveis.
Diante deste quadro, alguns cientistas já devem estar pensando na teoria que acabei desenvolvendo enquanto consumia doses alternadas de Januária, Armazém Vieira (presenteada por membros do Futepoca) e Claudionor. Não sei em que lugar do mundo, mas sem dúvida isso já deve estar sendo pesquisado. Pois é demasiado óbvio para que não se veja.
Ora, acompanhem o meu raciocínio. Retomo do início: a cana-de-açúcar absorve uma quantidade enorme de CO2 da atmosfera. Um hectare de cana absorve de cinco a dez vezes mais carbono do que a mesma extensão de pasto, por exemplo. Se queimado na forma de álcool, esse CO2 retorna à atmosfera e a conta empata. Mas e se essa mesma cana não for queimada e for consumida na forma de cachaça??? Não haveria emissão para a atmosfera, e retiraríamos quantidades relevantes de CO2 da atmosfera.
Consultei um grande especialista, o engenheiro agrônomo Oscar Antonio Braunbeck, diretor de pesquisas sobre o tema na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp (Feagri). Após refletir um momento, me disse que até concordaria com minha tese, desde que abandonássemos a discussão teórica e partíssemos para a implementação do projeto. Servidas as doses de Januária, ele avaliou que parte do carbono ingerido na forma de cachaça seria exalada e retornaria à atmosfera de todas as maneiras, outra parte seria retida na protuberância frontal do manguaça na forma de gordura. E concordou, para a minha glória, que parte do carbono seria eliminada em formas não gasosas.
Acompanhava a discussão a pesquisadora em Química Maiara Oliveira Salles. Ela alertou para o fato de que parte desse carbono voltaria à atmosfera na forma de gás metano, que é muito mais nocivo em matéria de efeito estufa do que o CO2. Discutiu-se a possibilidade de que cada manguaça portasse um isqueiro para queima de gás metano, em caso de necessidade.
Os efeitos secundários seriam também bastante benéficos. Não se pode tomar cachaça e dirigir ao mesmo tempo. Em geral, os manguaças preferem as posições paradas para consumir o seu néctar. Mais cachaça significaria uma provável redução no número de viagens realizadas pelos manguaças. Devem ser contabilizados aí aqueles que dormem no boteco, que desistem de fazer outras coisas etc.
Assim, está sendo elaborado projeto, a ser encaminhado à ONU, de uma campanha "Cachaça para a vida". Que cada cidadão mundial consuma uma quantidade diária de cachaça, com o intuito de reverter os efeitos do aquecimento global.
Há dúvidas de qual seria a quota diária adequada. Os mais conservadores falam em uma a duas doses diárias; os mais radicais acreditam que se deva consumir em cachaça a quantidade correspondente ao consumo diário em álcool do meio de transporte que utiliza. Ou seja, se você tem um carro a álcool que consome em média dois litros por dia, sua obrigação seria a de consumir os mesmos dois litros em cachaça.
O projeto incluiria a construção de novos botecos e a qualificação de botecos existentes, para que todo manguaça planetário tenha a opção de consumir cachaça de qualidade sem precisar atravessar a rua, para não gastar com transporte e emitir CO2, e também por razões de segurança.
A viabilidade econômica seria conquistada com a formação de um novo mercado, em que se negociariam créditos de cachaça. O cidadão que se abstivesse de cumprir com seu dever cívico e não consumisse sua dose diária poderia adquirir créditos de cachaça de um ativista manguaça, cuja atuação resulte em excedentes de captura de carbono.
Quem duvidava de que o Brasil é o país do futuro já pode voltar a sonhar. Nossa vocação parece ser mesmo a de salvar o planeta.

sexta-feira, agosto 03, 2007

"Futebol é varonil, não homossexual"

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Eu ouvi no rádio pela manhã. Cheguei no trabalho e procurei no Google Notícias. Não achei. Conversei com o Glauco no MSN. Achamos que era esdrúxulo demais. Então desisiti da busca.

Mas era real.

Um juiz arquivou a queixa-crime de Richarlyson contra o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr., que insinuou em programa de TV que o jogador seria homossexual.

O fim da história pouco importa. O que é quase inverídico é a justificativa para a decisão do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho.

Seguem trechos da matéria da Folha (na íntegra aqui, para assinantes):

"No documento, o juiz sugere que, se [o atleta] fosse homossexual, "melhor seria que abandonasse os gramados".
Em outro trecho, Junqueira Filho diz que "quem se recorda da Copa do Mundo de 1970, quem viu o escrete de ouro jogando (...) jamais conceberia um ídolo ser homossexual".
A seguir, ele afirma: "Não que um homossexual não possa jogar bola. Pois que jogue, querendo. Mas forme seu time e inicie uma Federação".
Por fim, Junqueira Filho utiliza uma estrofe popular antes de proferir a sentença: "Cada um na sua área, cada macaco no seu galho, cada galo em seu terreiro, cada rei em seu baralho. É assim que penso"."

Os advogados do jogador já entraram com apelação contra a decisão. Encaminharam ainda reclamação contra Junqueira Filho ao Conselho Nacional de Justiça, por homofobia.

Não merece comentários.


Update: íntegra da sentença aqui

Pés fora do coletivo: CUT cansou no plural e governo reage

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O avanço do movimento "Pés fora do coletivo" é inexorável. A percepção de que dia 18 de agosto é um sábado fez aumentar as adesões.

Primeiro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) que mandou avisar os empresários mais a seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP) que eles "Cansaram". O Futepoca continua a preferir o termo "Tô de saco cheio", porque, como ensinou Cláudio Lembo – o ex-governador conservador, democrata e comunista-antielite branca –, "cansei é termo de dondocas enfadadas em algum momento de suas vidas enfadonhas".

O da CUT também se diz apartidário e nega ser oposição ao dos empresários. O contraponto é para avisar que a paciência dos trabalhadores também tem limites e incluir sua pauta na onda de reivindicações. "Cansamos do trabalho escravo, cansamos de trabalho infantil, cansamos das taxas bancárias, cansamos dos acidentes de trabalho", declarou Artur Henrique, da CUT, à Terra Magazine.

Tarifa de ônibus nas cidades pode cair
O ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida (PP), declarou que o
Projeto de Lei das Diretrizes da Política de Mobilidade Urbana irá estabelecer preços para cada linha do transporte público. A intenção é calcular o valor com base nos custos do próprio transporte, o que faria as passagens baratearem. As informações são da Agência Brasil.

Encaminhado na quinta-feira, 2, ao Congresso Nacional, as diretrizes precisam ser aprovadas para entrar em vigor.

A pressão do movimento "pés fora do coletivo", lançado em 30 de julho, foi suficiente para fazer Fortes apontar que, de 1995 a 2003, houve redução no uso do transporte público e mais gente andando a pé, porque a tarifa está cara, o serviço é inadequado e as condições de tráfego ruins.

Vampeta: Camisa 10 do São Paulo é um palhaço

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Perguntaram para o Vampeta, que deve voltar aos gramados no próximo domingo, contra o Goiás, sobre a falta de grandes meio-campistas para vestir a camisa 10. Veja a resposta abaixo:

- O Pet é craque, o Valdívia é da seleção chilena e vem jogando muito bem. Já o 10 do São Paulo é um palhaço. O futebol atual tem muita marcação, mas está faltando qualidade para vestir essa camisa. Aí você vê a 10 do São Paulo com o Souza...é piada. Podem avisar ao Souza que o papagaio está de volta.

Eleições mexicanas e bebidas exóticas

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Matéria interessante trazida pelo UOL (só para assinantes aqui) fala sobre as eleições estaduais mexicanas. O pleito abordado é o do estado da Baixa Califórnia, na divisa com os EUA. E o personagem central do texto é Jorge Hank, candidato ao governo pelo PRI.

O PRI, lembrando, é o partido que manteve a hegemonia no México por mais de meio século. Atualmente tenta conviver com a difícil tarefa de ser oposição. O partido também está na tarefa de "pedra" na citada Baixa Califórnia - e Hank tenta reverter o jogo abusando de táticas direitistas e populistas.

Segundo o texto - do Financial Times - o candidato é um milionário, com 19 filhos (alguém se lembrou de Anthony Garotinho?) e que, uma de suas peculiaridades, possui um zoológico particular de deixar o Simba Safári com inveja. Promove anualmente festas em que reúne "pobres" e distribui a eles presentes voluptuosos. Seus principais beneficiários são as mães e crianças com deficiência.

A matéria relata que o comitê de campanha de Jorge Hank é sediado num local dos mais exóticos - uma rinha de brigas de galo.

E o ponto alto do texto, ao meu ver, está na descrição de uma bebida que o candidato degusta (?) enquanto recebe a reportagem. Transcrevo aqui na íntegra:

[Hank] senta-se à sua mesa em um quiosque na rinha de Palenque, em Tijuana, saboreando doses generosas de tequila. Ele insiste em dizer que a bebida é especial - um amigo chinês a temperou com alguns escorpiões, cascavéis, bile de urso e os pênis de três animais: um leão, um tigre e um cachorro. "Ela faz a gente suar", afirma o candidato, esvaziando o copo de um só gole.

Não sei o que é pior, se a bile de urso ou os três tipos distintos de pênis.

Morre Angelo, mas quem se lembra?

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Morreu ontem o ex-jogador do Galo Angelo, aos 54 anos, de infarto fulminante.

Mais lembrado por ter sido vítima da violência de Neca e Chicão, jogadores do São Paulo que quebraram seu joelho na decisão do campeonato de 1977 e nem receberam cartão do grande (?) Arnaldo César Coelho, que hoje diz que a regra é clara, mas poderia explicar por que não expulsou alguém que pisou no joelho de outro jogador caído e se contorcendo de dor.

Mas vamos ao que interessa, o Ângelo. Minha primeira memória dele é de 1976, num campeonato mineiro. O Galo estava mal e jogaria contra o Cruzeiro, favoritíssimo. O técnico Barbatana tirou um atacante, à epoca jogava-se com 4, e escalou Ângelo com falso ponta-esquerda. O Galo ganhou de 3 a 1 e iniciou hegemonia de quase uma década nas Alterosas.

Vem, depois, na minha memória, a final de 1977, disputada em março de 1978, por demais conhecida dos futepoquenses. Desse dia, recordo o Ângelo contorcendo-se em dor, dor que seria maior de todos nós, atleticanos, ao perder , invicto, nos pênaltis, o título de um campeonato em que tínhamos feito dez pontos a mais que o segundo colocado.

O Galo foi o primeiro vice-campeão invicto. Sofri como nunca, ainda criança, talvez a maior decepção da vida, das muitas que viriam. Mas naquele dia tornei-me atleticano para sempre!

Trânsito maldito

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No segundo dia de greve do Metrô de São Paulo, os motoristas particulares já sabiam que o rodízio estava suspenso. Resultado: mesmo em lugares não servidos por Metrô, o trânsito pela manhã esteve péssimo. Isso não é muita novidade, já que de sexta-feira o trânsito em São Paulo costuma ser o rascunho do mapa do inferno. Com o rodízio liberado, então, a galera aproveitou a possibilidade de uma esticada depois do trabalho.

Todos os dias saio do Campo Limpo de ônibus e vou até o Bairro do Limão. São cerca de 20 quilômetros de distância. O trânsito chegava até quase a porta da minha casa. A Estrada do Campo Limpo, a Av. Francisco Morato e a R. Teodoro Sampaio apresentaram lentidão incomum, causada pelo excesso de veículos. Mesmo não havendo linha de metrô alguma por perto. Nos dias "comuns", demoro cerca de 1h30 para chegar ao trabalho. Hoje foram mais de 2 horas.

Não agüento mais perder de 3 a 4 horas por dia no ônibus. TODOS os dias. Só a nossa campanha "Pés para fora do busão" percebe isso?

Dia 18, todos para fora do busão!!!

Prefeitura não sabia que o clube Bahamas era casa de prostituição

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A prefeitura de São Paulo decidiu fechar o clube Bahamas. O motivo é simples: o alvará de funcionamento era para hotel, boate e restaurante, e não para casa de prostituição.

Quem visita a página do lupanar de luxo na internet não precisa de mais do que 15 segundos para identificar o ramo do negócio. Termos como "shows exóticos" e "american bar" aparecem acima de fotos de mulheres semi-nuas e em posições de consulta ginecológica. O slogan, posicionado abaixo da logomarca é: "Erotismo, sensualidade e algo mais".

A subprefeitura da Vila Mariana, responsável pelo fechamento do Bahamas, alerta, em nota, que "casa de prostituição" não é um ramo de atividades licenciado pela prefeitura, além do que, ela poderia ser enquadrada como lenocínio, quer dizer, exploração e agenciamento de prostituição.

Oscar Maroni Filho, o dono do Bahamas, é ainda o organizador de lutas de vale-tudo e o dono do hotel construído nas proximidades do aeroporto de Congonhas que, por sua altura, era criticado por pilotos e especialistas por dificultar a aterrissagem no local. Depois do acidente com o Airbus da TAM, em 17 de julho, a obra foi alvo de pesadas críticas tanto ao empresário quanto à prefeitura, embora o andamento da construção ocorresse por liminares judiciais. Maroni se diz perseguido.

Hipocrisia não
Maroni diz não querer tratar o tema com hipocrisia. A prefeitura tem outros problemas. Em 2005, durante os preparativos para o GP de Fórmula 1 na cidade, o Clube Bahamas e outras casas de prostituição espalharam polêmicos outdoors pela cidade considerados, pela prefeitura, como "pornográficos". Várias boates recorriam ao expediente desde 2003.

No do Bahamas, havia foto de uma mulher semi-nuas agachada na frente de um modelo vestido com macacão usado por pilotos e mecânicos de equipes de F1. Os anúncios foram proibidos pelo então prefeito José Serra (PSDB), hoje governador do estado.

Ainda assim, a mesma prefeitura, hoje sob o comando de Gilberto Kassab (DEM) não teria percebido o caráter do estabelecimento. Em 2005, duas casas noturnas que funcionavam como agenciamento de garotas de programa. Romanza e Millenium foram fechadas por irregularidades de segurança ou de alvará.

Se a prefeitura decidir por uma nova ofensiva, motoristas de táxi consultados pelo Futepoca dizem conhecer as mais frequentadas que lhes oferece comissões e cafezinho a cada cliente trazido.

Para ler mais
Prefeitura de SP bate de frente com a prostituição na F-1 (21/09/2007) - Diário do GABC
Prefeitura retira outdoors pornográficos e lacra duas casas noturnas (20/09/2005) - Prefeitura de São Paulo
Prefeitura proíbe outdoors sobre "festinhas" depois da Fórmula 1 em São Paulo (20/09/2007) - Último Segundo, com fotos
Clube Bahamas, a casa de prostituição de luxo, nos termos de seu proprietário.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Mais uma do "Cansei"

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É um absurdo o que os militantes do Cansei estão fazendo com os humoristas do Brasil. A mais pura concorrência desleal, e com altíssima produtividade. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, em entrevista ao Terra Magazine, soltou uma pérola digna de nota, com a firmeza e clareza típicas do comentarista Casagrande em suas ponderações. Ao defender que o "movimento" é apolítico, foi questionado sobre uma eventual adesão do MST, se seria bem-vinda. A resposta a questão abaixo:

Não... é... o... não é... quer dizer... esse movimento não tem nada que ver com a Associação Comercial. Apenas a Associação Comercial dispõe de um contingente que pode... (enfático) MST não! Porque o MST é... o MST nasceu em razão de alguma coisa. E não é de hoje. Por isso que eu estou dizendo... não tem nada que ver com o atual governo. O MST não nasceu em razão do PT. Ele é anterior.

Quem entendeu que se manifeste.

"Não pode ter proposta"

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Do presidente da Philips no Brasil, Paulo Zottolo (um dos organizadores do "Cansei, nosso parceiro), em entrevista à Folha de São Paulo de hoje:

FOLHA - O movimento vai apresentar alguma proposta?
ZOTTOLO -
Se tivesse proposta seria um movimento partidário. Como não é partidário não pode ter proposta. Para mim, o "Cansei" é um convite à meditação.

Einh????

Tudo tem limite mesmo: até panfleto do Metrô

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Distraído, desavisado e alienado (como sempre), fui pegar o metrô hoje cedo, em São Paulo, e me deparei com um verdadeiro cenário de guerra: funcionários com camisetas escrito "Operação" zanzavam ensadecidos, tensos; o alto-falante repetia a todo instante que o serviço estava funcionando só até a estação Ana Rosa; faixas de plástico listradas de amarelo e preto impediam o acesso a uma das entradas e tinha mais polícia - dentro e fora da estação - do que em dia de clássico entre Palmeiras x Corinthians.
Tonto como só eu sei ser, perguntei a um dos agitados funcionários de camiseta branca o que estava acontecendo. "-Nada!", ele me gritou, transtornado. Uma senhora obesa desistiu de esperar o trem e saiu esbravejando: "-Tem que privatizar logo esse negócio!" (ah, essa elite paulistana que mora em Pinheiros...). Lesado e desinformado (ah, esses jornalistas bêbados que não assistem TV nem lêem jornal...), só percebi o que estava acontecendo quando entrei no vagão: era dia de paralisação dos metroviários.
Foi então que encontrei sobre as cadeiras um panfleto azul com o singelo título "Tudo tem seu limite! - Urgente: Metrô informa". Sob olhares tensos de funcionários que discutiam pelos walk-talks, quase não acreditei no que estava lendo. Tratava-se de um arrazoado de "motivos" para o cidadão ficar revoltado contra os metroviários, que estariam "usando a população como refém". Recheado de pontos de exclamação, o libelo anti-Sindicato cuspia "informações" como "cerca de 70% da passagem é utilizado no pagamento de salários, e o Sindicato quer mais!", e também "o Sindicato quer receber o benefício (participação nos lucros) duas vezes no mesmo ano, e antes de cumpridas as metas".
Mas o pior ficava para o fim, onde, sob o título "Você precisa saber", há uma lista de benefícios recebidos pelos metroviários, como se tudo fosse crime hediondo ou a maior injustiça do mundo. Pasmo, li ali o seguinte: "(Os funcionários do Metrô recebem) Salários, em média, mais de duas vezes superiores aos do Metrô do Rio de Janeiro, que é privado e dá lucro". Perceberam o tom desse material oficial, assinado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo? E o pior é que a impressão desse troço foi paga com o nosso dinheiro.
Ao sair do estação, na Avenida Paulista, tinha três viaturas paradas na calçada, na boca do metrô, com policiais olhando feio. Parecia que ali todo passageiro era suspeito ou culpado de alguma coisa. Realmente, não existe limite para a truculência do PSDB no (des)governo de São Paulo...

Quem diria: Roth, um dos melhores

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Quem é o melhor técnico nesse Brasileirão? Não sei. Mas, numa lista dos melhores, um nome não pode ficar de fora: Celso Roth.

Sim, ele mesmo, Celso Roth! Que despontou para o Brasil no bom Internacional de 1997, passou maus bocados no Palmeiras em 2001, foi o primeiro técnico a escalar Diego e Robinho no Santos em 2002 e de uns tempos pra cá perambulava sem sucesso por uma série de clubes.

Ele assumiu o Vasco sob desconfiança geral. O clube da Colina havia acabado de demitir Renato Gaúcho - que ficara uns dois anos por lá - e não tinha jogadores de maior qualidade. O elenco seria o mesmo que no ano passado quase abocanhara uma vaga na Libertadores, o que não era grande coisa. E lá foi Roth para sua missão.}

Hoje, o Vasco comemora um belo terceiro lugar na classificação do Brasileiro e ontem conseguiu uma façanha, derrotar o Internacional em seus domínios. Anteriormente, já havia goleado Santos e Atlético-MG em casa. Por pouco também não tira pontos do Palmeiras no Parque Antarctica. Acho que não tem fôlego pra brigar pelo título, mas uma vaga na Libertadores é um sonho viável.

Eurico Miranda, a despeito de todos os seus sabidos e repetidos defeitos, é um cara que sabe dar tempo aos técnicos que comanda. Quem sabe essa não é a chance de ouro de Roth?

Galo x Santos, há quanto tempo!

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Santos F.C./Divulgação
Apesar de terem sido registrados entreveros entre as torcidas de Atlético/MG e Santos em Pinheiros (zona Oeste de São Paulo), não foram notificados casos de violência mais grave. De minha parte, só vi o segundo tempo da vitória do Peixe sobre o Galo por 2 a 1.

Mas, a julgar pelo segundo tempo, algumas poucas constatações óbvias (sem intenção de provocação, palavra de manguaça): a diferença do Santos para o Atlético, tecnicamente, é enorme. O Santos cresce assustadoramente (para seus adversários) com Kléber no meio. Como jogou bola o rapaz. Pena que Luxemburgo diga que a tendência natural na carreira do lateral/meia seja o meio de campo mesmo, mas “não agora”, já que Kléber está disputando uma vaga na seleção, pela lateral.

A segunda constatação é que o Santos parece não gostar de jogo fácil. Podia ter goleado, tinha o jogo dominado completamente, mas com duas falhas grotescas no finalzinho (uma de Tabata, outra de Alessandro, que deram contra-ataque quando quem deveria ter contra-ataque era o Santos!), só não tomou o empate por sorte. Mas um empate, dado o que jogaram ambas as equipes (no segundo tempo), teria sido injusto.

O Atlético/MG é um time que pode crescer, um time de garotos que, se bem orientado, tende a se firmar, ou pelo menos ficar longe do rebaixamento, mas isso é imprevisível, dada a instabilidade dos times brasileiros e o temperamento de Leão, que tanto pode dar bons frutos como jogar tudo na lama.

E o tal Kléber Pereira, pelo que vi ontem, pode ser a solução do ataque santista. Além do golaço (com direito a passe magistral de Kléber), incomodou o tempo todo, posicionando-se bem e se deslocando bastante. Pronto.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Movimento Fica, Dualib resiste

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Às armas, camaradas!

O movimento Fica, Dualib! foi atingido com a licença de nosso inspirador da presidência do Corinthia, mas resistiremos.

Afinal, não somos de fraquejar e ele voltará um dia, nem que seja no dia do Juízo Final do rebaixamento...

Não somos de fraquejar, e ainda há de haver o dia em que o Dualib Eterno seja realidade lá na Fazendinha.

Os motivos para tal desejo já foram explicitados nos sete motivos do Movimento, nossa verdadeira bíblia (veja aqui).

De qualquer forma, nosso movimento não desistiu.

Se Dualib passar, ainda há a possibilidade de André Sanchez eterno, Roque Citadini eterno e outras pragas piores que as sete que assolaram o Egito.

Se os curinthianus acharem que é praga demais farei o pior dos xingamentos, a escalação de hoje:
Felipe; Edson, Zelão, Fábio Ferreira e Wellington (Eduardo Ratinho); Moradei, Ricardinho (Vampeta), Dinelson (Kadu) e Willian; Everton Santos e Clodoaldo

"Cansei" adere à campanha do Futepoca

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Depois das inúmeras adesões populares recebidas pela proposta desse blog de boicotar os ônibus no dia 18 de agosto, em protesto contra o "apagão do transporte coletivo", fontes fidedignas afirmam que os próprios "militantes" do "Cansei" também vão se juntar a nós.


Empresários, milionários, ordiná... ops, enfim, boa parte das pessoas que estão promovendo a "jornada cívica" contra "tudo o que está errado" garantiram à reportagem do Futepoca que NÃO vão andar de ônibus no dia 18. Os patriotas não quiseram se identificar por medo de sofrerem represálias por parte de outros democratas que não conseguiriam entender tal gesto de grandeza.



Caem por terra pois as acusações de que os movimentos, o nosso e o deles, sejam rivais. Assim como nós não voaremos no dia do boicote, os "cansados" também não vão pegar ônibus. Folgo em viver em uma democracia como a nossa que permite a convivência e a paz entre classes sociais distintas. Sejam bem vindos, "cansados"! Em breve publicaremos o número da conta bancária para que vocês possam fazer suas doações

Bebedeira e falta de firmeza decretaram fracasso do Brasil na Copa

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O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, resolveu botar a boca no trombone - com relativo atraso - e explicou algumas das razões para a campanha fracassada da seleção na Copa de 2006. "Tinha jogador que chegava entre 4 e 6 da manhã bêbado", disse o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao jornal Estado de S. Paulo desta quarta.

Teixeira ainda deu a entender que faltou firmeza ao técnico Carlos Alberto Parreira. "Era óbvio que aquilo não ia funcionar. Como é que ninguém via isso?", esbravejou, o que justificaria a escolha de Dunga para sucessor. "Por isso é que eu preciso de disciplina e esse é o papel de Dunga", completou.

Sobrou também para Ronaldo, atacante do Milan, obeso e ex-fenômeno. "Como é que um atleta pode chegar a uma Copa pesando 98 quilos? Eu tenho quase isso e não sou atleta", questionou sugerindo um veto à presença do dentuço na Copa de 2010. "Com quantos anos está Ronaldo hoje? Com quantos anos ele estará em 2010 na Copa? É só isso que eu tenho a dizer", disse.

Flamengo: o rebaixado mais caro da história

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Não é nem praga em urubu que anda voando na perigosa zona do rebaixamento, mas o que a direção do Flamengo está fazendo de tudo para cair, isso está. Pode até não dar certo, mas...

No desespero, trocou Ney Franco pelo eterno Joel Santana. Sei que a criatividade dos cartolas não é lá essas coisas, mas o número de vezes que o Joel foi chamado para salvar times do Rio e crise já é um escárnio. Não dá nunca para pensar em algo diferente? Ele vai durar quantas rodadas?

Mas outro ponto que chama atenção é a contratação indiscriminada de jogadores. Pegaram o Roger, do Curinthia, que ganhava R$ 250 mil por mês, trouxeram o Ibson, do Porto, não deve ter sido por menos, mais o Fábio Luciano, da Turquia, que também deve ganhar por aí, além do Jonathas, que também estava na Europa.

Como essas coisas não planejadas e de última hora não costumam dar certo, pode ser o rebaixado mais caro da história...

Nem é praga, mas experiência... O Galo, quando caiu, desandou a contratar um monte de jogadores com nome e sem futebol. Deu no que deu...

Sem contar que o Flamengo, time que mais deve no país, contrata jogadores caríssimos por que saem barato: é só não pagar... Mas aí a crise aumenta ainda mais.

Como diria o Vampeta, à época do Flamengo, "eles fingem que pagam e a gente finge que joga".

Copa de 2014: previsões aleatórias

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Foto: CBF-News

Ninguém segura

Num exercício de futurologia nonsense, listo quatro fatos sobre a Copa de 2014 no Brasil.

A certeza decorre da formalização da candidatura, com a presença do artilheiro milhardário Romário e do escritor best seller Paulo Coelho. É a única, e até Joseph Blatter e os cartolas da Fifa querem ver o mundial na terra do samba, no país do futebol. Em setembro, a turma toda vem ao Brasil inspecionar o local. O bar do Vavá, espera-se, estará de portas abertas.

Aos "fatos" (aspas por motivos óbvios):
• 2014 será ano de eleições presidenciais. O presidente da República irá ao Maracanã na abertura da Copa e não será vaiado, apesar de ter dois ouvidos e de não ser o César Maia.
• O treinador não será o Dunga, nem Ronaldo, o fenômeno. O argentino Carlos Bianchi, sob protestos, conduzirá a preparação da equipe previamente classificada sem eliminatórias.
• O time será escalado com três zagueiros, quatro volantes e ninguém no ataque. A menos que Ronaldo, o fenômeno ainda atue. Bem, ainda assim, isso representará ninguém no ataque.
• A Arena Barueri desbancará o Morumbi na definição da sede metropolitana da Copa. A baixa qualidade da bragantina na brasa e a indisposição de trocar de fornecedores é apontada como principal justificativa para a decisão. A Arena Palestra Itália, em obras, e o NovaFazendinha, ainda no papel, nem vão concorrer.

Quem viver que me cobre. Não aceito menos de 25% de acerto.

terça-feira, julho 31, 2007

Boicote a coletivo ganha os corações e as mentes do Brasil

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A campanha lançada aqui no Futepoca, "Pés fora do coletivo", também conhecida como "Tô de saco cheio" ou "Cansei de busão cheio". Já foi noticiada no IG, no portal Vermelho, em blogs, no Orkut, em correntes... Enfim, começa a arrebatar a alma dos homens de bem, de mais ou menos e mesmo de mal do Brasil (sim, não somos seletivos).

Mas o mais emocionante são as manifestações dos leitores e dos militantes que estão aderindo à nossa campanha e que entenderam o espírito. Ninguém aqui quer luta de classes (meia-verdade), mas quer um pouco mais de atenção a problemas que atingem a maior parte da sociedade brasileira e não uma dúzia de gatos pingados. Abaixo, algumas opiniões, reclamações, reflexões e ponderações (basta de rimas pobres) que recebemos:

Aderi !!!! Vocês podem fazer uma lista naquele site petitiononline. Aliás, dia 18 deve ser um bom dia pra viajar de avião. Já pensou? Sem dondocas e dondocos a bordo.... Teve aliás uma entrevista do Seu Jorge, na Carta Capital (ele estava no tal evento TFDP cansado); onde ele disse que uma coisa boa do seu sucesso é não ter mais que andar de ônibus. Pode?!!!

Patricia Monteiro

Cansei, tô de saco cheio, ônibus estressa muuuito! Afinal, estresse não é problema só dos privilegiados que podem pagar por passagens tão caras e podem desfrutar de um servicinho tão de quinta (como tem sido nos últimos anos) nos aerportos brasileiros. Quem vai de avião ainda tem opção, quem vai de ônibus é porque não tem outra opção.

Agro.ale20

Demorô! Aqui em Osasco quando o ônibus esta muito cheio, não passo na catraca, desço pela frente junto com os aposentados e não pago a passagem. Já dei várias sugestões e eles não melhoram o transporte. Espero que assim os empresários de concientizem e melhorem o transporte público da região. (Acorda Viação Osasco!! as linhas 010 Iguaçu, 007 Veloso Padroeira, estão sempre cheias após as 15 Hrs)

Roberto

Show essa "manifestação". Tem mais é que fazer mesmo. É um absurdo o custo da passagem de ônibus, sem contar do estado precário que muitos ônibus estão e colocando até em risco a vida dos passageiros. Sem contar que muitos viajam em pé, pendurado na porta, são jogados de um lado para o outro ...Andar faz bem à saúde...

Renata

Excelente, hahahahaha, to dentro!

Eduardo Fonseca Arraes

"Brasil esteve sempre um degrau acima", diz Maradona

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Quem já foi a Buenos Aires (e mesmo quem enfrentou neve) e conversou com argentinos teve a oportunidade de conhecer a paixão que eles têm por Maradona.


Certa vez, depois de um embate com um jovem torcedor do Boca num locutório, em que o cara tentava me convencer de que Maradona era melhor do que Pelé, e diante de minha brava resistência ante esta afirmação leviana, ele mudou de assunto com uma súbita e irônica pergunta: “Y Caniggia, te gusta Caniggia?”, uma alusão à nossa derrota na Copa de 1990, seguida de um sorriso.

Bom, pelo menos o próprio deus Maradona concorda comigo. Numa entrevista ao Estudio Fútbol, o ex-craque argentino Diego citou o Brasil algumas vezes. Disse El Pibe:

Sobre a Copa América: “Llevamos los mejores y Brasil con el plan B nos arrasó. No tuvimos respuesta para ir a torearlo en ningún momento... Por eso creo que hay que recuperar la mística”;

Sobre a história: “Brasil a lo largo de la historia estuvo siempre un escalón arriba, pero nosotros siempre le íbamos a pelear el podio”.

(desculpem a preguiça de traduzir, mas fica até mais bonito o deus reconhecendo nossa superioridade em sua própria língua)

Brasil exporta mais atletas do que bananas

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Quem disse foi o Banco Central, vulgo BC. Relatório do dileto órgão dirigido por Henrique Meirelles apontou que em 2005 e 2006 as transferências de jogadores de futebol daqui para o exterior renderam mais divisas ao país do que as vendas de banana, importante item de exportação de nossa vasta pauta.


Em 2005, a exportação de boleiros trouxe ao país US$ 159,2 milhões, já em 2006 houve uma ligeira queda e o total foi de US$ 131 milhões. Enquanto isso, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as bananas renderam US$ 33,027 milhões em 2005 e US$ 38,460 milhões em 2006.



Para quem não sabe, o Brasil é o segundo maior produtor de bananas do mundo, e perde apenas para a Índia no cobiçado ranking frutífero. A Confederação Brasileira de Futebol registrou a transferência de 851 jogadores brasileiros em 2006, 804 em 2005. No entanto, estima-se que o êxodo de atletas seja muito maior, já que a estatística se refere somente aos boleiros profissionais, sem incluir as categorias de base. Pelos registros do BC, entre 2001 e 2006, o Brasil exportou US$ 558 milhões em jogadores, mas o número pode superar o US$ 1 bilhão.

O vice Alencar pede mudanças no papel das agências

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Quieto há um tempo, o vice-presidente da República, José Alencar pediu mudanças no regime de agências reguladoras no país, e incluiu o Banco Central entre os órgãos que devem ter autonomia e independência reduzidas.

"Porque, do contrário, nós estaremos negando tudo aquilo que significa a força do regime democrático. O regime democrático prima pela eleição através do voto popular em campanha. Então, de repente, um grupo de pessoas assume determinadas funções com independência e autonomia em relação àqueles que foram eleitos."


A crise aérea seria a oportunidade para fazer isso. "Não podemos ficar diminuídos. Somos eleitos e esse povo manda mais que a gente", arrematou, referindo-se ao pessoal das agências.

Antes de dizer que a discussão é boa, embora nada simples e sem certeza de melhorias no final da discussão, registre-se quatro pontos.

  1. Fosse o presidente Lula ou qualquer petista, a demanda por mudanças seria apontada como autoritária. Não discuto se é ou não.
  2. Quem indica os presidentes das agências são membros do governo federal, embora a nomeação precise ser aprovada pelo Congresso.
  3. Criada durante o governo Fernando Henrique Cardoso como política neoliberal, a figura das agências tenta tirar do setor público a gestão de regulação dos setores. Mas não há garantias de que essa nova estrutura nasça livre dos supostos vícios de ineficiência da administração pública aos olhos dessa corrente. Em outras palavras, se as agências são criadas para tirar das mãos corruptas e incompetentes do poder público, as agências não têm atestado de garantia.
  4. A mais criticada das agências neste momento, a Nacional de Aviação Civil (Anac) foi criada em 2005, terceiro ano do primeiro mandato do governo Lula.
Listados meus comentários, que se discuta bastante. No comunista (de fato) Vermelho, outros pontos com mais propriedade.

Mas grande Alencar.

segunda-feira, julho 30, 2007

Pra não dizer que não falei do Timão (1)

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O estádio do Barueri, que pode ser a nova casa do Corinthians
Como nenhum corintiano se manifestou a respeito, lá vou eu: segundo o Globo Esporte de hoje, o Corinthians pode fazer o jogo com o Goiás, dia 4 de agosto, na Arena Barueri. Por dois motivos:

1) o Timão estaria desgostoso com os resultados que vem obtendo mandando jogos no Morumbi: uma vitória (Juventude, 1 x 0), quatro empates (Atlético/MG, 0 x 0; Paraná, 0 x 0; São Paulo, 1 x 1; Flamengo, 2 x 2) e duas derrotas (Palmeiras, 0 x 1; Náutico, 0 x 3).

2) o Pacaembu, que a dupla Maluf/Pitta quis privatizar "graças a deus" sem sucesso, está em condições precárias (aliás, o “sucateamento” do estádio do Pacaembu será mero acaso, prefeito Kassab?).

Mas enfim, voltando ao Parque São Jorge, ou melhor, à Arena Barueri, fiquei pensando (pura especulação de fim de noite) que a idéia de o Corinthians jogar em Barueri poderia ser o indício de uma nova era na Fazendinha. Sai MSI, entra Rubens Furlan. Hein?

O Timão estaria, enfim, mesmo que provisoriamente, resolvendo o problema do mando de campo. Mas só enquanto a nova Arena Parque São Jorge não é erguida, o que depende de que frutifique a parceria Fazendinha/Alphaville. De qualquer maneira, segundo analistas que preferiram o anonimato, a idéia da nova parceria pode ser apenas um balão de ensaio cujo propósito seria esvaziar a campanha "Fora Dualib". Ou a campanha "Fica Dualib", dependendo do ponto de vista.

O cansaço de Kaká

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do blog da Trivela

"A imprensa e Dunga insinuaram que Kaká estava de má vontade com a Seleção Brasileira, pois ele teria tido 30 dias de férias depois da Copa do Mundo, toda aquela ladainha que já ouvimos.

Bem, Kaká passou a semana retrasada no Reffis (centro de recuperação) do São Paulo. De acordo com pessoas do Tricolor, o jogador pediu para checar porque sentia fortes dores depois de cada jogo no final da temporada passada. O departamento médico do São Paulo identificou uma redução de 20% da massa do jogador em relação a temporadas anteriores."

Não pegue ônibus no dia 18 de agosto

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Muitos dos membros e leitores do Futepoca estão comovidos. Emocionados com a mobilização da "sociedade civil organizada" do país em promover, no dia 18 de agosto, um boicote aos aeroportos brasileiros. Isso mesmo, é o "Dia do Pé no Chão", uma forma que os "manifestantes" acharam para "alertar" a todos sobre o descaso das autoridades em relação ao setor "em crise". Durante a passeata monumental em São Paulo com 800 a 6 mil pessoas, de acordo com o gosto do freguês (algo próximo do público de Corinthians e Flamengo, a segunda partida com menos público na rodada do Brasileirão, se considerada a perspectiva otimista), os militantes responsáveis vaiaram o presidente Lula (ora, ora, César Maia), a ministra do Turismo, Marta Suplicy, e o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. Não houve registro de vaias à TAM, à Gol, à neblina, à chuva ou ao ataque histérico do cantor Seu Jorge.

Sensibilizados com a campanha, futepoquenses já aderiram à campanha. Sim, não vamos voar no dia 18 de agosto, coisa que fazemos de forma corriqueira, como todo brasileiro. A única dúvida não-esclarecida na campanha é se vou poder utilizar meu helicóptero pessoal, já que ele não pousa em aeroportos.

Pés fora do coletivo

Mas vamos propor uma outra vertente da campanha "Pés no chão". No mesmo dia 18, ninguém, eu disse NINGUÉM, vai colocar um pé em qualquer ônibus das grandes cidades brasileiras, principalmente em São Paulo, onde o "caos do transporte urbano" se faz eterno.

Se você espera muito pra pegar um coletivo, não consegue nunca viajar sentado, é obrigado a se espremer ou simplesmente o ônibus não pára quando você faz sinal porque já está lotado, esta é a sua hora! A campanha vale também para trens e metrô, nas cidades em que houver.

Faça sua adesão à campanha "Pés fora do coletivo". Se seu chefe não vai voar, você também não vai andar de ônibus. E é óbvio que, como ele é um democrata, uma pessoa que, ao contrário dos governos ineptos, incompetentes e ineficazes, respeita você, não vai descontar seu dia de trabalho.

A sociedade pede respeito! Mande correntes de e-mail, divulgue, e não ande de coletivo no dia 18. Para fazer sua adesão, mande e-mail para futepoca@yahoo.com.br. Diga você também que cansou... Aliás, que tá "de saco cheio" porque, como diz Cláudio Lembro, "cansei" é expressão de dondoca enfadada...

Em rodada fria, cadê os são-paulinos?

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Como os são-paulinos, os únicos que poderiam comemorar a rodada, não se prontificam, vai um balanço rápido com o intuito de provocar a Deus e o mundo (menos a Deus e mais ao mundo) e ser achincalhado.

O clássico do povo
Flamengo e Corinthians, partida entre os times de maior torcida do país de Rio de Janeiro e São Paulo, foi emocionante. O empate em 2 a 2 no Morumbi manteve o rubro-negro na zona de rebaixamento, embora, segundo o goleiro corintiano Bruno, se o jogo tivesse cinco minutos a mais, talvez os cariocas virassem o placar. É que o Timão tinha um jogador a menos.
Mas aos ranzinzas torcedores do alvi-negro paulistano, a prova concreta de que a situação do clube não é tão ruim: até técnico do time adversário o Corinthians derruba. O treinador Ney Franco caiu e, em seu lugar, entrou Joel Santana, o plano B de qualquer time "grande" do Rio. Por isso, fica Dualib.
Em tempo, o clássico do povo só não foi o de menor público da rodada (5.900), porque o frio de Caxias do Sul levou 600 pessoas a menos para ver o time da casa enfrentar o Palmeiras.

Foto: reprodução

Quase assim: o clássico do povo contou menos gente do que os cansados

Não foi só o frio
O frio não ajudou, mas a partida foi terrível. O árbitro Wagner Tardelli não viu cotovelada de jogador do Palmeiras, validou o gol de empate do volante Martinez, desviado pelo atacante Luis em posição duvidosa, e perdeu a oportunidade de mostrar muitos cartões amarelos para os dois times. O escrete do seduzido Caio Jr. teve seu momento no jogo, depois do gol de empate, mas terminou dando chutão pro mato para garantir o empate. É justo jogar pelo resultado não tão ruim fora de casa sem os dois principais jogadores suspensos (Edmundo e Valdívia). Só não dá para engolir o discurso de que o time jogou bem e tal, encampado pelo capitão autor do gol. O Verdão permanece como último do blocão dos 23 pontos, com seis equipes. O Vasco, freguês da última rodada, é o líder do blocão, na zona de classificação para a Libertadores.

Crise é na Baixada
Outros alvi-negros, os da Baixada Santista tem do que reclamar. A derrota para o Náutico por 2 a 1 na Vila Belmiro só fez o Santos recuar uma posição, passando para o 13º, mas é a segunda derrota. Corintianos e são-paulinos nada podem falar, já que o ex-time do legendário Bizu também bateu os demais paulistas – à exceção do Palmeiras. Com 18 pontos, o Santos está a seis da Zona da Libertadores. Para melhorar, Vanderlei Luxemburgo vê o fantasma das contusões de Pedrinho dar as caras. Por ser o Podrinho, espera-se que por pouco tempo.

Pipoca até na vice-liderança?
A derrota do líder Botafogo por 3 a 2 contra o Cruzeiro no Mineirão deixou tudo como os são-paulinos pediram a papai do céu (olha a maldade). Com a vitória sobre o América do Rio Grande do Norte, aquele que não deixa o Mengão segurar a lanterna do campeonato, por 1 a 0, o São Paulo empatou em pontos ganhos com o líder, mas a Estrela Solitária tem um jogo a menos. E mesmo assim os tricolores do Futepoca permanecem em silêncio. Medo da crítica à soberba ou pipocagem até na hora em que estão (quase) bem? Se os santistas, tão preservados nestas linhas, não se manifestam, pode-se até compreender, mas dos são-paulinos se esperava mais neste momento.

"Cansei" inspira nova enquete

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Do que você se cansou? É o que quer saber a nova enquete do Futepoca, inspirada no "movimento" Cansei.

Às alternativas:

  • Do excesso de notícias sobre o Pan (que já acabou)
  • De trabalhar
  • De ouvir notícias sobre o caos aéreo no ponto de ônibus
  • De torcer para o Flamengo/Corinthians ganharem alguma partida
  • Do frio em tempos de aquecimento global
Vote ao lado.

Lula e Lulinha
Na última enquete, o eleito como maior amarelão do Pan foi Lula, que não discursou depois da vaia da claque de convidados por Cesar Maia (DEM), com apoio da maioria dos que pagaram R$ 250 para entrar. O segundo colocado foi Lulinha, da seleção sub-17. Aos resultados:
Lula, na abertura dos jogos: 31,94% (46 votos)
Lulinha, o astro, com toda a seleção sub-17 de futebol masculino: 25,69% (37 votos)
Vôlei feminino: 24,31% (35 votos)
Daiane dos Santos: 17,36% (25 votos)
Flávio Canto, do judô: 0,69% (1 voto)

Comentários desnecessários

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Do ex-jogador e hoje comentarista Müller, durante compacto de América-RN x São Paulo, domingo à noite, na TV Bandeirantes:

"Será que é necessário o jogador fazer uma falta desnecessária dessas?".

Na dúvida, o narrador absteve-se de responder.

O Baixinho que não era da Kaiser

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Assim como fiz quando o amigo Cícero se foi, registro aqui o falecimento do Baixinho, que morava no porão do Bar do Vavá, no bairro de Pinheiros, em São Paulo - reduto tradicional dos futepoquenses. A nota trágica é que o Baixinho, ou Argentino Dahger (sim, esse era seu nome real), morreu atropelado no início da madrugada de quinta-feira, 26 de julho, em frente ao próprio boteco, na rua Fradique Coutinho, quase esquina com Teodoro Sampaio. Estava na banca de jornais batendo papo, do outro lado da rua, quando decidiu voltar para o bar. Nesse exato e fatídico instante, algum filho-da-puta (desculpem-me o desabafo) veio a toda velocidade em um Fiat Dobló cinza e o pegou. A morte foi instantânea. Ninguém anotou a placa. O assassino fugiu.
Argentino, apesar do nome, nasceu no interior da Bahia, há 62 anos. Como tantos retirantes, veio para o "Sul Maravilha" ganhar dinheiro. Foi metalúrgico e colega de trabalho do presidente Lula na Villares, no ABC paulista. Me contou que nas férias voltava todo prosa para sua cidadezinha, com o bolso cheio. Teve muitas mulheres, filhos e não vivia mal. Porém, como diz Chico Buarque, "eis que chega a roda-viva" e um dia Argentino decidiu abandonar o emprego com carteira assinada para montar um negócio próprio: barraquinha de camelô no Brás (onde vivia sua irmã gêmea). Perdeu dinheiro e foi aí que sua vida desandou. Ele mesmo me disse que a cachaça influiu no processo.
Há cerca de dois anos, estava vivendo de olhar carros em Pinheiros e dormia em albergues públicos. Foi então que conheceu o João, irmão do Vavá, que permitiu que ele morasse no porão do bar, onde passou a ter alimentação gratuita (os irmãos já haviam feito isso por muitos outros). No fim de sua existência, Argentino era do tipo que, como disse o poeta Vinicius de Moraes na letra de "Um homem chamado Alfredo", é "gente que a gente não vê/ porque é quase nada". O fato de ter sido atropelado de forma tão estúpida e gratuita me lembrou outra música, "Manjedoura", de Kleber Albuquerque, pois fala daqueles que vêm ao mundo em situação tão frágil que só lhes restam "segurar na mão distraída de Deus". E que distração...
Ao Argentino, nosso querido Baixinho, reproduzo abaixo a letra da canção como última homenagem. Um abraço sincero. E até um dia!

Ferve o pano de chão, prepara a manjedoura
Que vem chegando mais um pra dividir o cafofo
Mais uma boca no mundo
Mais um pra ficar gritando
Mais um perdido na vida
Mais um porteiro de prédio, se estudar!

Ferve o pano de chão que longe vêm os reis magos
Eles trazem farinha, fumo, metralhadora
Chama o pai do garoto pra conhecer o bastardo
Que vem mais um quase-nada
Mais um pra chorar de fome
Mais um pra levar tiro

Mais um servente na obra
Mais um bandido no morro
Mais um perdido na vida
Mais um pouco
Mais um torto
Pra se segurar na mão distraída de Deus

A culpa é do futebol

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Extraído de um especial que o UOL Esporte publica hoje sobre o Pan:

Deus do céu. Quer dizer que a derrota de um time sub-17, que perdeu pra marmanjos do sub-20, é mais "papelão" do que instalações mal-feitas, que aquela derrota vergonhosa do vôlei feminino, que a politização ocorrida em alguns momentos e que alguns (poucos, é verdade) momentos de desorganização dos Jogos?

Caramba. Só pode ser inveja. Alguém tem outra explicação?

Lembo e as dondocas enfadadas de vidas enfadonhas

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O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo, conhecido como o comunista reacionário ou o conservador de ultra-esquerda, voltou à carga contra a elite branca, má e perversa.

Desta vez o alvo foram os manifestantes que, em São Paulo, lançaram a campanha cívica "Cansei" que nasce, segundo Lembo, "conduzido por figuras conhecidas que sempre possuíram e possuem uma visão elitista do país e da sociedade".

"'Cansei' é um termo muito usado por dondocas enfadadas em algum momento das vidas enfadonhas que vivem", disse Lembo a Bob Fernandes, do Terra Magazine. Colunista da revista eletrônica, o ex-reitor do Mackenzie lamentou o uso político de um movimento "natural", engendrado pelos familiares de vítimas do acidente da TAM. Pior é a finalidade política ser escondida, fazendo de conta que não mira nada nem ninguém, "o que não é bom".

A mobilização é qualificada pelo o aposentado político do DEM (ex-PFL) como "movimento de Campos do Jordão", já que alguns de seus expoentes – ele cita João Dória Jr. – "há pouco dedicava-se a um desfile de cãezinhos de madames em Campos do Jordão".

O "clima de colapso" nos serviços públicos, sempre segundo Lembo, é decorrência de uma "cópia servil do modelo norte-americano" sem raízes da sociedade nos últimos 20 anos, com aprofundamento nos últimos 10.

Para terminar, ele desceu o sarrafo nas agências e nas ONGs, por ineficiência e por serem apêndices do governo. Note-se que ele, que já esteve lá, falou do governo de modo geral.

A nota aqui não se compara à leitura na íntegra, sempre impagável.

Futebol de salão

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Ari Gomes/Photocamera
Eu gostaria que os companheiros e os leitores do Futepoca me ajudassem a entender uma coisa complexa, que eu não entendo e diz respeito a regulamentos do esporte. Por que o velho futebol de salão (que virou futsal) não pode ser um esporte olímpico e o tosco vôlei de praia pode?

Vi hoje a informação segundo a qual o futsal é considerado apenas ramificação de um esporte ou modalidade (futebol) regido (a) pela Fifa, e que portanto estará fora inclusive do Pan-2011. Acho isso inexplicável. Só a burocracia mental explica.
Vocês têm opinião formada sobre isso?

domingo, julho 29, 2007

Promessa dos EUA vai para o futebol europeu

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Adu, em partida contra o Brasil no Mundial sub-20



O jovem atacante Freddy Adu, dos Estados Unidos, foi contratado pelo Benfica, de Portugal. O atleta, nascido em Gana, foi criado e naturalizado nos EUA, e já tinha despertado interesse de outros grandes da Europa como Inter, Arsenal, Real Madrid e Chelsea, entre outros clubes. Contudo, sua mãe só permitiu que ele fosse para o Velho Continente quando completasse 18 anos, o que ocorreu no último dia 2 de junho.

Adu jogava no Real Salt Lake City e também teve passagem no DC United. Foi o atleta mais jovem da história dos EUA a atuar na Major League Soccer, com catorze anos de idade. O time português teria fechado a contratação por dois milhões de euros e o contrato do norte-americano deve ter duração de cinco anos.

Inicialmente, Adu era tido com o "Pelé dos EUA", uma dessas revelações que desde cedo prometem ser craques. Mas suas atuações até agora têm sido irregulares. Por conta disso, o valor da sua transferência foi caindo anualmente. O atleta voltou a estar em evidência após o Mundial sub-20, quando marcou três vezes e fez uma bela jogada que resultou em um dos gols da vitória norte-americana contra o Brasil.