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segunda-feira, agosto 04, 2008

F-Mais Umas - Fantasmas de Hungaroring quase derrubam a estréia do colunista

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CHICO SILVA*

Tinha tudo preparado para minha estréia neste novo e nobre espaço. Não que eu seja um entusiasta admirador do são-paulino Felipe Massa. Até pelo contrário. Quem leu meu perfil sabe de quem sou fã, mesmo! Mas infelizmente já se vão 17 anos que Nelson Piquet Souto Mayor descalçou as sapatilhas e guardou a balaclava. De qualquer maneira, seria um bom começo no site, com um brasileiro vencendo pela sétima vez no travado e enfadonho circuito de Hungaroring. Até já me preparava para chamá-lo de Brasilring. Mas quando tudo parecia resolvido, eis que os fantasmas da pista magyar resolveram aprontar mais uma. A três voltas do fim, o até então confiável propulsor de Massa foi pelos ares, produzindo fumaça e lágrimas no rosto do piloto que estava prestes a colocar as mãos na liderança do championship (acima). Aliás, sou de um tempo em que piloto não chorava. Nem quando ficava preso entre as frágeis ferragens de outrora. Mas deixemos isso para lá. Em matéria de lágrimas, prefiro as de Jade Barbosa.

Voltando aos virabrequins, não é de hoje que o autódromo húngaro prega peças em pilotos que já se imaginavam ouvindo o hino no pódio. A primeira vítima foi Nigel Mansell. O arrojado e estabanado inglês passeava pelo circuito contando os minutos para mais uma vitória na temporada de 87. Até que, em um trecho intermediário, o Williams 5 começou a sambar feito bêbado em final de desfile de carnaval. No pit-stop, um mecânico descuidado não apertou a porca de uma das rodas do carro do bigodudo como o manual manda. Para desespero do inglês, o rival e desafeto Nelson Piquet (à direita) conquistou a segunda vitória consecutiva no autódromo húngaro, o primeiro de um país da extinta cortina de ferro a receber o milionário e capitalista circo da F-1. Na época, houve quem desconfiasse que Piquet havia dado uns trocados para o mecânico desastrado. Como isso nunca se provou, a história entrou para o folclore da categoria. A vitória na Hungria foi a plataforma do tricampeonato do maior piloto brasileiro de todos os tempos.

Exatos dez anos depois, um compatriota de Mansell também foi derrotado pelo sinistro traçado húngaro. O então campeão mundial Damon Hill estava a poucos quilômetros de uma façanha. Iria conquistar o primeiro triunfo da história da Arrows, uma equipe que encerrou suas atividades com o "invejável" histórico de 368 GPs sem uma vitoriazinha sequer. Pilotando uma carroça equipada com o fraco e instável motor Yamaha, Hill liderava com folga quando, na última volta, seu câmbio começou a emperrar. O canadense Jacques Villeneuave, à época ao volante de uma Williams, se aproveitou da situação e estourou o champagne no alto do pódio. Como Piquet, Villeneauve conquistou o título daquele ano, após uma dura e nem sempre leal batalha com Michael Schumacher.

Em 2006, outro ilustre competidor passou por mico semelhante ao de Mansell. Então lutando pelo seu segundo título mundial, o marrento espanhol Fernando Alonso viu seu campeonato se complicar após um simples pit-stop. Contrariando a célebre máxima de Karl Marx, dessa vez "a história não se repetiu como farsa". Outro mecânico desatento não apertou como deveria uma das porcas da roda do Renault do asturiano. Com o carro descontrolado, Alonso abraçou a barreira de pneus. A prova, disputada sob chuva e coalhada de acidentes, dessa vez foi vencida por um inglês. Jenson Button (à esquerda) redimiu seus conterrâneos e faturou aquela que é até hoje sua única vitória na F-1. Se isso serve de consolo para o chorão Massa, Hungaroring não conseguiu impedir que Hill, Mansell e Alonso entrassem para o fechado clube dos campeões mundiais de F-1. Massa tem boas chances de conseguir sua carteirinha. Sorte dele que Hungaroring só tem uma vez por ano...
Todos iguais/todos iguais
Uns mais iguais que os outros
Antes que alguém me enxovalhe, explico que não gosto dos Engenheiros do Hawaii, a banda dos Pampas que nos atazanou com os versos acima. Aliás, por falar neles, juro que gostaria que alguém me explicasse por que diabos esse Hawaii deles tem dois i. Deve ter alguma coisa a ver com numerologia ou quem sabe eles se inspiraram num desses ideogramas chineses que estão na moda por causa das Olimpíadas. Sei lá. Mas esses versos me vieram à cabeça com as imagens da premiação do Grande Prêmio da Hungria. Lá estavam o vencedor, Heikki Kovalainen, que debutava no lugar mais alto do pódio, e Kimi Raikkonen, que terminou em terceiro. Dizem que japonês é tudo igual. Pois finlandês também. Repare bem. Kovalainen é a cara de Raikkonen, que, por sua vez, parece sósia do ex- piloto e bicampeão mundial Mika Hakkinen.

A exceção talvez seja o campeão mundial de 1982, Keke Rosberg (à direita). O ex-piloto da Fittipaldi e da Williams ostentava um belo e hoje fora de moda bigodão. Além da fisionomia, aparência e talento, os finlandeses têm outro gosto comum. Aliás, uma qualidade muito apreciada por este blogue: a manguaça. Raikkonen e Hakkinen já se meteram em confusões embalados por generosas doses de vodka finlandesa, que, ao lado da russa e da polonesa, integra a santíssima (ou sataníssima) trindade do destilado. Então, para encerrar esse artigo, nada mais justo que oferecer um brinde a Kovalainen. O piloto da McLaren fez aquilo que se convencionou chamar de corrida sem erros. É claro que se aproveitou da quebra de Massa e do azar do companheiro Lewis Hamilton, que teve um pneu furado no meio da corrida. Então, uma dose trincando de vodka da boa, direto da Finlândia, para o 100º piloto a vencer uma corrida de F-1. Um brinde e até a próxima semana!

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, mezzo santista/ mezzo pontepretano. Curte um bom goró e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

Ganhar do lanterna é obrigação

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Os 2 a 1 do Palmeiras sobre o Ipatinga em Minas Gerais foi, por um lado, obrigação. O time mineiro é favorito ao rebaixamento e lanterna da competição.

Mas em 2007, um dos 17 pontos do América de Natal foi conquistado diante do Palmeiras, em Natal. Mas isso foi com um elenco bem mais limitado. O Ipatinga não é o América do ano passado, mas time que quer brigar por alguma coisa que valha, tem que somar três pontos contra as equipes mais fracas.

Valdívia foi bem, marcou dois gols, criou jogadas, correu. E deu um carrinho que, na minha opinião, foi bem punido com cartão amarelo. Ele até pega a bola, mas a posição de onde ele vem é desfavorável e, ao pegar a perna do adversário junto com a bola, consiste em falta.

Cartão mal aplicado foi a Kléber, o desgovernado, que dividiu e tomou cartão. Depois do lance, evitou trombadas. Claramente visado – deu motivos para isso – mas continua claro que ele não pode entrar duro em nenhum lance.

E Alex Mineiro perdeu um pênalti. Em um misto de empurra-empurra com se jogar para trás – que poderia perfeitamente não ser marcado –, o centroavante se encarregou de diminuir o peso da polêmica: chutou tão no canto que pôs a bola para fora.

No final do jogo, o alviverde paulistano ainda conseguiu a proeza deixar o Ipatinga criar jogadas. Tanto que diminuiu a diferença.

Mas a segunda vitória fora do Palestra Itália no campeonato é bem vinda, garantiu o terceiro lugar. A próxima partida, na quinta-feira, é contra o Vitória, em casa. O time baiano saiu da zona de classificação para a Libertadores. Missão nada fácil para o Palmeiras manter o bom aproveitamento dentro de seu estádio.

domingo, agosto 03, 2008

Futepoca estréia coluna semanal de automobilismo

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Para atender uma demanda que, mesmo fugindo do futebol, ainda pode ter algum link com política (e principalmente com cachaça), o Futepoca vai estrear amanhã, segunda-feira, mais um colaborador. Dessa vez, para falar sobre automobilismo. Ele mesmo fez questão de se apresentar:

Sou Chico Silva, jornalista, santista, wilderista (alguém que é louco por Billy Wilder) e, acima de tudo e todos, nelson-piquetista. Aliás, devo o interesse no jornalismo ao Piquet (que aparece na foto, de branco, trocando "afagos" com Eliseo Salazar). E é engraçado: escrevi sobre quase tudo nessa vida, menos sobre F-1 - até o Futepoca me pôr na pista. Iniciei minha carreira no Lance!, em 1997. Depois passei pelo IG, um mês, e IstoÉ, sete anos, na qual atuei nas editorias de Brasil e Comportamento. Aí fui ver como era a vida do lado de lá do balcão. E nesse caso não era o do bar, infelizmente. Fiz assessoria para o ministro do Esporte nos Jogos Pan e Parapan-americanos e depois integrei a equipe de jornalistas que produziu o relatório oficial do governo federal sobre o Rio 2007. Ah, ia esquecendo um detalhe relevante: fui jurado da primeira edição do Boteco Bohemia de São Paulo, realizado em 2004. No Futepoca, não poderia omitir tal informação. Abraço a todos e até minha primeira coluna, nesta segunda-feira, com a análise do GP da Hungria!

sexta-feira, agosto 01, 2008

Em defesa do Saci

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Causa espanto e medo quando se lê um texto de Juca Kfouri contra a idéia de adotar o Saci como mascote da Copa do Mundo de 2014. Em seu blogue, o jornalista diz que "um grupo de malucos abrigado no endereço http://www.sosaci.org/ que quer convencer a CBF a adotar o Saci como mascote da Copa do Mundo de 2014, no Brasil", e apela ao presidente da Confederação: "Tomara que Ricardo Teixeira, pelo menos dessa vez, não se deixe levar por uma tentação tão populista e demagógica."

Kfouri condena ainda o colega José Roberto Torero por apoiar a idéia e questiona “Como ter alguém de uma perna só, e ainda de cachimbo na boca, como mascote da Copa? Não basta uma seleção de pernas-de-pau que fazem propaganda de cerveja?”.

Acho, sinceramente, que ele não entendeu a proposta. Ou talvez tenha sido irônico e quem não entendeu fomos nós.

A idéia de fazer do Saci o mascote da Copa, além de bem-humorada, é uma tentativa de manter vivo um dos símbolos do folclore nacional, preexistente a Juca Kfouri e a qualquer pessoa que esteja lendo isso agora. Pode-se contestar ou dizer que não é conveniente, que talvez seja melhor inventar algum mascote de gosto duvidoso como o bizarro Ciao italiano ou as ainda mais estapafúrdias criaturas da Copa Coréia/Japão. Mas daí a dizer que a proposta é “populista e demagógica” vai uma grande distância...

Aliás, esses foram os mesmos termos que Kfouri usou para condenar a pretensão de Evo Morales de que a seleção e os times do seu país continuassem a disputar partidas oficiais na altitude. Lula ter apoiado a idéia era algo “populista e demagógico”. A Fifa se dobrar e voltar atrás era um absurdo. Mas foi o que aconteceu. Todos, decerto, viraram “populistas e demagógicos”. Como , aliás, qualquer proposta que queira resguardar um patrimônio cultural, como o caso do futebol para os bolivianos ou do Saci no Brasil, guardadas as diferentes proporções.

Mas esse ataque tem uma pretensão politicamente correta (meio torta) também. Perdemos o direito de sermos irreverentes, mesmo utilizando uma figura que pertence à cultura popular, que foi retratada por Monteiro Lobato, desenhada por Ziraldo e que se tornou até mesmo mascote do Internacional de Porto Alegre. O Saci pode justamente ser usado para combater estigmas, e não o contrário, inclusive o racismo. No entanto, se for para levar a ferro e fogo tal ideário, o colunista poderia evitar a expressão “perna-de-pau”, utilizada no texto.

E se a birra for por causa do cachimbo, a ilustração ao lado do Ohi já resolve o problema. Por conta de todo o exposto, esse blogue reforça o apoio já dado à idéia do Saci como mascote em 2014. Acesse o site da Sosaci e apóie a idéia. Ou, se quiser, não apóie. Só convém lembrar que os adjetivos sejam moderados, pra não ficar parecendo ranço da velha UDN...

quinta-feira, julho 31, 2008

A vitória contra o Inter e o marketing santista

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Ontem o Santos mostrou uma qualidade que não exibia há tempos: segurança na defesa. Finalmente o sistema de três zagueiros funcionou com Cuca, e algumas mudanças foram fundamentais para que isso acontecesse, algumas de ordem tática, outras pela simples substituição de atletas.

A saída de Fabão do time acabou fortalecendo o miolo de zaga. O ex-sãopaulino não conseguiu emplacar até agora na Vila Belmiro e, ao que parece, está próximo de sair do clube. Outro atleta, discreto, porém eficiente, foi Dionísio. Embora esteja longe de ser um craque, tem mais senso de cobertura que o esforçado Adriano. Quiñones pela direita e Kléber pela esquerda também avançaram pouco, resguardando mais suas posições e congestionando o jogo no meio.

O resultado dessa formação é que no primeiro tempo não houve finalização a gol. No segundo, os times se soltaram um pouco mais, mas o Inter fez apenas uma finalização realmente perigosa ao gol de Douglas, a 1 minuto. O Peixe continuou dominando o meio de campo, o que dificultou a movimentação do Inter, principalmente do trio de garotos da frente, Taison, Guto e Walter, dominados pela defensiva alvinegra. Isso fez com que o Colorado errasse incríveis 50 passes na partida, enquanto o Santos errou menos da metade, 23.

O gol de Maikon Leite, feito na base da raça e contando com a ajuda do zagueiro Danny Morais, dá moral ao garoto. Mas o ataque do Santos, se fosse mais solidário, poderia ter ampliado a vantagem, tanto o menino quanto Kléber Pereira pecaram pelo individualismo em pelo menos três lances. Ainda assim, a vitória, a primeira fora de casa, é um grande resultado, a ser comemorado dada a consistência apresentada pela equipe de Cuca. E também pelo feito em si, já que a última derrota do Inter em Brasileiros foi em 30 de setembro do ano passado, para o São Paulo. Pode-se ver um esboço de time à frente...

Time da virada


Já li e ouvi inúmeros relatos de como algumas pessoas que eram contra o regime militar se portaram durante os jogos do Brasil na Copa de 70. Cientes de que a ditadura se aproveitava do desempenho da seleção brasileira para reafirmar um sentimento patriótico e ufanista que protegeria, em tese, os generais, muitos se recusavam a torcer para o escrete canarinho. Mas, na hora H, acabavam torcendo pra seleção. Devia ser difícil não torcer para aquele timaço.

Guardadas as devidas e óbvias proporções, a campanha de marketing “Time da Virada”, lançada pelo Santos, me lembrou um pouco essa situação. Pensei: aderir ou não aderir? Depois de ver o vídeo da campanha, onde a trajetória descendente do time é tida como efeito do “abatimento” pela desclassificação na Libertadores e pelo fator “sorte”, vi que, mais do que uma tentativa de trazer a torcida junto ao clube, era uma forma de justificar os erros não tão justificáveis cometidos pela administração santista.

Marketing no esporte é importante e, embora o clube utilize esse instrumento de forma mais tímida do que poderia, já foi bem sucedido em algumas ações, como na criação dos mascotes Baleinha e Baleião. No entanto, ao utilizar em uma campanha gritos criados por uma organizada e celebrizados pela maior parte da torcida santista, parece que os dirigentes tentam se apropriar de algo que não é seu para que continuem sendo pouco questionados. Torço e sempre torcerei para o Santos, independentemente de quem esteja ano comando do clube. Mas não contem comigo pra esse tipo de ação. Prefiro colaborar de outras formas.

A Bunda do Herbert

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No livro "Vamo batê lata" (Editora 34, 2003), sobre os Paralamas do Sucesso, Jamari França conta uma história impagável de bebedeira e molecagem. Nos anos 1980, o baixista Bi Ribeiro tinha um sítio em Mendes, interior do Rio de Janeiro (foto), onde a banda ensaiava e eles, literalmente, "tocavam o puteiro". O ator global Alexandre Régis, que morava lá na época, descreve: "A molecada da cidade ia toda pra lá e bebia até cair, fazia sua fogueira, churrasco, ia embora e eles tocando. Era um sítio gigantesco, tinha uma selva entre a casa e a piscina, eu me perdi várias vezes, os cachorros é que iam me buscar". O problema, no local, era a estrada de terra que ligava o sítio à cidade, intransponível em época de chuva (principalmente para os manguaças, que iam e vinham a pé). "Eu escancarava muito, já dormi atolado bêbado na estrada, pensava: 'Caramba, se vier um carro vai passar por cima de mim', mas não conseguia me mexer", lembra Régis.

A salvação parecia ter chegado quando o prefeito local decidiu botar paralelepípedos na estradinha. Porém, depois dos primeiros 100 metros concluídos, o músico e compositor Herbert Vianna aprontou na cidade. Ele confessa: "Num Carnaval em Mendes, estávamos concentrados, bebendo - a gente bebia demais um negócio que se chamava Pique no Lugar, guaraná misturado com conhaque barato". Alexandre Régis conta que eram quatro dedos de conhaque, dois de guaraná, envolvia o copo num guardanapo e sacudia; quando espumava, bebia-se de uma vez.

Segue Herbert: "Cada um tomava uns cinco de uma vez e ficávamos endiabrados, infernizávamos a cidade. Aí, o Carnaval comendo solto, de repente, choveu. Entrou todo mundo nas lojas e uma delas se chamava Importadora. Estávamos lá no fundo da Importadora, muita gente, eu falei: 'Tem muita pressão aqui dentro, é igual a uma espinha, pra aliviar vai ter que expelir alguma coisa e o expelido serei eu'. Tirei a roupa lá no fundo, passei de cueca pelo pessoal, cheguei na rua, tirei a cueca e saí correndo nu, curtindo a chuva, a galera gritando e todo mundo na marquise olhando. Aí eu cheguei no posto de gasolina, botei a cueca e voltei, me vesti".

O prefeito e a família estavam na praça, como todo mundo, vendo os blocos passarem. "Depois dessa o cara não botou mais nenhum paralelepípedo naquela estrada", lembra Alexandre Régis. Sobraram apenas os 100 metros concluídos anteriormente no meio do lodaçal. "Então ficou um calombo que a gente passou a chamar de Bunda do Herbert", arremata o ator.

E o Inter, hein?

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Segundo semestre de 2007. O Internacional traz Abel Braga de volta ao comando técnico e contrata os atacantes Gil e Nilmar. A primeira metade do ano havia sido caótica para o clube colorado; o Gauchão ficara mais uma vez na mão do arqui-rival Grêmio e a defesa do título da Libertadores fora um fiasco, com a eliminação já na primeira fase. Pensar na conquista do Brasileiro, naquele momento, também era algo inviável. Mas as três contratações de peso refletiam outro pensamento: mais do que pensar no imediato, o Internacional se planejava para o longo prazo. O restante da temporada 2007 seria um treino, uma maneira de azeitar o time; e, em 2008, o Inter seria uma máquina, favorito para todos os títulos que disputaria.

Agora estamos chegando no segundo semestre de 2008 e... o momento do Internacional é, vejam vocês, de reconstrução - novamente. O clube anuncia com pompa as contratações de D'Alessandro (foto) e Daniel Carvalho. Tite assume o elenco e dá declarações como essa, de 16 de julho: "nosso time está buscando a afirmação. É um grupo que mexeu peças e está passando por uma reformulação".

Ontem, perdeu para um frágil Santos em pleno Beira-Rio, três pontos que certamente dificultarão as aspirações do clube no campeonato nacional.

Ou seja: o tal do "trabalho a longo prazo" sugerido no final de 2007 não se concretizou. Hoje, o Internacional está no mesmo pé de todos os clubes brasileiros, vitimizado e beneficiado pela janela de transferências, contratando e vendendo, em suma: montando um time.

A situação sugere, ao meu ver, que no futebol brasileiro ainda é difícil o pensamento no longo prazo, tão desejado pelos comentaristas da área. Ou mesmo que ele não é a garantia inevitável de sucesso sugerida por tantos outros.

Pode até ser que o Inter acabe como campeão brasileiro, ou mesmo entre os classificados para a Libertadores. Afinal, o elenco é forte e Tite é um bom técnico. Mas, se isso ocorrer, será com time, treinador e situação diferentes do que se desenhava no final do ano passado.

Na vitória sobre o Flamengo, TV pela internet

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A 15ª vitória do Palmeiras sobre o Flamengo em campeonatos brasileiros não foi uma grande atuação do time da casa. Um primeiro não muito bom, que deixou o Flamengo criar principalmente depois dos 25. Parecia que Caio Jr. iria surpreender em contrataques na 300ª partida em que Vanderlei Luxemburgo treinou o alviverde.

O Palmeiras volta melhor para o segundo tempo. Aos 10 do segundo tempo, Valdívia tabela com Sandro Silva que fuzila para o fundo do gol de Bruno.



O goleiro que fez duas belas defesas, uma de Diego Souza aos 18 do primeiro tempo, e outra aos 4 do segundo, com Valdívia,

Depois do gol, uma ou outra chance verde. Foi a vez de o Palmeiras se apequenar diante do Flamengo, esperando o contragolpe. Deixou o rubronegro avançar e pressionar.

A defesa com dois zagueiros até que se segurou, embora tenha cedido a movimentação de Jailson. Isso não impediu Luxemburgo de recuar a equipe colocando um terceiro volante, Léo Lima, que seria expulso.

Como o Valdívia foi até que bem, começo a achar que ele não vai para o Hertha Berlim. Bom, essa hipótese parte do princípio de que ele não vinha bem por estar com a cabeça na transferência para a Europa. Ressalte-se que buscar jogo também foi a atitude do chileno na partida contra o Fluminense e até contra o Santos, embora tenha sido um jogo bastante atípico.

Experiência
Assisti a partida em um site que retransmitia o canal Premiere da Net. Junto da transmissão, pra lá de lenta por causa da conexão da mesma empresa (plano econômico tem disso), ficava no ar um bate-papo entre quem estava assistindo.

O que me impressionou foram duas coisas. O número de vezes em que Marcos foi elogiado – até por flamenguistas – e o número de vezes em que Valdívia foi xingado ou mandado embora.

O mais interessante foi o palmeirense comemorando: "Milagre, o Kléber nem amarelo tomou!" Na sequência, outro deu uma de hardy: "É, mas o Mago sim".

Também me impressionou o fluxo de ofensas racistas ao atacante Obina, aquele que já foi melhor do que o Eto'o. Fiquei pensando que o alvo era o cara também por ser, provavelmente, o mais lembrado no elenco flamenguista. O que não torna menos nojentos os comentários escrotos.

Flamengo
Até fico com vontade de dizer que é síndrome de Caio Jr. Mas seria revanchismo, até porque, nos confrontos de 2007 o técnico que hoje manda por lá, treinava por aqui.

Maldade inexplicável. Lembra de quem fez os gols na última partida? Osmar e Florentín, no 2 a 1 no Palestra Itália. Que diferença do time...

O ataque rubronegro é que ficou emperrado.

quarta-feira, julho 30, 2008

Efeitos da Lei Seca: "pode beber, gente, eu dirijo"

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Um bar. Eu estou tomando água. Sem gás. Sem gelo. Papo vai, papo vem, nada a ver com a Lei Seca, acidentes de trânsito nem formas de burlar o bafômetro.

Chega um grupo de cinco pessoas, quatro barbados e uma moça. Ensejam pegar a mesa do lado de fora, mudam de idéia e se instalam em outra, ao lado da minha. O barbicha vira para os outros, ar grave:

Foto: Edgardo Balduccio/Flickr


– Ó, gente: hoje, pode beber, que eu dirijo!

Houve um instante de silêncio. A minha conversa também parou.

Eu não imaginava que isso aconteceria de verdade. Um verdadeiro exemplo de civismo, um ato de solidariedade manguaça: abrir mão do direito de beber para levar os outros para casa sem o risco de levar um multa, perder o carro e a carteira ou, claro, causar acidentes. Que efeito nobre da Lei Seca! Estive prestes a me levantar para cumprimentá-lo.

Ou para xingar aquele ato de bom-mocismo.

Em meu basbaque de orelhudo de conversa alheia, dispara o magrão amigo do "sóbrio da galera":

– Ah, você já encheu a lata antes de vir pra cá, vai se f...

Todos caem na gargalhada. Pedem cerveja e cinco copos.

Fiquei pensando que nenhum deles estava de carro. Mas seria só se ampliasse a piada.

Há 78 anos, o o Uruguai se tornava o primeiro campeão mundial

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Era um dia 30 de julho como hoje quando a seleção uruguaia de futebol tornou-se a primeira a conquistar uma Copa do Mundo. A vitória por 4 a 2 contra a Argentina consagrava um time que já vinha de dois importantes triunfos: a conquista do ouro nas Olimpíadas de Paris, em 1924, e de Amsterdã, em 1928, o que lhe valeu a alcunha de “Celeste Olímpica”.

A escolha do país como sede causou controvérsias entre Europa e América do Sul. O então presidente da Fifa, Jules Rimet, entendia que a Copa de 1930 deveria ser disputada no continente americano, uma forma de descentralizar a atenção do esporte no continente europeu, que vivia uma aguda crise econômica à época. Mas os países do Velho Mundo não gostaram nada da idéia e Itália, Hungria, Holanda, Espanha e Suécia boicotaram o Mundial. A justificativa das federações, segundo a Fifa, era de que os jogadores europeus ficariam por muito tempo ausentes de seus clubes, já que a realização do torneio no Uruguai implicava uma longa viagem de navio. Até hoje os uruguaios contestam a versão, dizendo que ofereceram todas as condições, inclusive o pagamento de despesas de transporte e estadia, comprometendo-se inclusive a compensar economicamente os clubes europeus pela ausência dos atletas. Mas não adiantou.

Para garantir que todas as seleções participariam da Copa, o sorteio de grupos só foi realizado quando os times estavam em solo uruguaio. Foram 13 participantes, divididos em quatro grupos (três de três e um de quatro equipes). O Brasil caiu no Grupo B, onde foi derrotado pela Iugoslávia por 2 a 1 e superou a Bolívia por 4 a 0. A seleção era formada quase totalmente por jogadores cariocas, já que a Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) não concordou com o fato da comissão nomeada para fazer a convocação, não contasse com nenhum paulista, o que resultou em um boicote bandeirante. O único paulista foi Araken Patusca, que brigou com o Santos para ir à Copa.

O Uruguai caiu no Grupo C, derrotando o Peru, por 1 a 0, e a Romênia, por 4 a 0. De cada grupo, saía apenas o primeiro colocado e nas semifinais a Celeste pegou a Iugoslávia, aplicando uma sonora goleada por 6 a 1. Curiosamente, placar idêntico à da outra semi, onde a Argentina superou os EUA.

Dentre os participantes, o mito José Nasazzi foi eleito o craque da Copa. Campeão nas Olimpíadas de 1924 e 1928 , foi capitão da seleção entre 1923 e 1936, além de ter vencido quatro Copas América, em 1923, 1924, 1926 e 1935. Em 1931, veio ao Brasil em uma excursão com o Bella Vista, base do escrete do país, mas um certo Alvinegro Praiano não o recebeu muito bem. Mas essa é outra história... Para conferir, veja aqui.

terça-feira, julho 29, 2008

E Mussum nunca mais apareceu em um bar

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Há exatos 14 anos morria um dos ícones do humor manguaça tupiniquim. O carioca Mussum, ou Antônio Carlos Bernardes Gomes, partiu desta para sabe-se lá aonde com 53 anos de idade, deixando uma legião de fãs que perpetuariam seu nome no panteão dos ídolos imortais.

Artista completo, além de ter feito parte do conjunto Originais do Samba (com quem gravou 12 LPs), foi diretor de harmonia da ala das baianas da Mangueira e fez as vezes de ator em 27 filmes com Os Trapalhões.

Em uma época em que o humor não era alvo do "politicamente correto", não era incomum Mussum aparecer em cena só de cueca samba-canção e com um litro de pinga, o "mé" ou "mézis", na mão. Invariavelmente, também vestia a camisa do Flamengo.

Para homenagear esse totem, dois vídeos já clássicos que mostram o humorista naquele que parecia ser seu habitat natural: o bar.

No butiquim da Política - Nove de julho: movimento ou revolução?

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CLÓVIS MESSIAS*

A nostalgia toma conta dos grupos que se formam nos corredores do legislativo paulista. Isto quase sempre acontece em épocas de recesso. Afinal, os efetivos, funcionários concursados, não trabalham em campanhas eleitorais. Falasse do feriado prolongado e alguém lembrava: é 9 de julho. Outro retrucava: é mesmo, ia me esquecendo. Curiosamente, aqui, onde funciona o legislativo, o prédio tem a denominação de Palácio 9 de julho. A história paulista anda no piloto automático, esqueceu-se que foi uma luta em favor da democracia. Não sei com que interesse vulgarizaram nossa memória, revolução de 1932.

No meu tempo de primário, ginásio e científico (sou desse tempo), a revolução constitucionalista de 32 era ato presente. Eram feitos trabalhos escolares, exposições à entrada dos colégios. A bandeira paulista era hasteada com hinos e fanfarra. Os professores falavam que apoiaram o movimento e citavam nomes de pessoas que haviam participado dos combates. No pátio da escola ou no quarteirão do prédio eram realizadas competições esportivas. Acho que há uma certa perseguição, corintiana, palmeirense ou santista a estas solenidades. Afinal de contas, a bandeira hasteada é a paulista, e não por coincidência tricolor: branca, preta e vermelha. Tenho quase certeza, todos colaboraram um pouco para o esquecimento do ato, mas tricolor é um mastro forte.

Este desmemoriamento foi se intensificando depois da ditadura de 1964, já que não havia nenhuma afinidade com a nossa defesa das liberdades democráticas. A revolução de 1932 foi empurrada para trás do biombo da história. O 9 de julho ficou refém de um vácuo ideológico. É bem verdade que na defesa do movimento surgiram teses retrógradas, o que facilitou a marginalização. Mas pergunto: há movimento que defenda a constituição, que possa se dizer, de maior ou menor vigor democrático?

O Brasil estava sob um regime de exceção. O judiciário sem autonomia. O legislativo em férias permanente, fechado. A lei constitucional, ora a lei, estava suspensa aguardando um novo teórico, procurando novos entendimentos. O movimento revolucionário constitucionalista de 32 foi tomando consistência e teve amplo apoio, em todas as camadas sociais. Como o leque de propostas na época era grande, setores conservadores começaram a não aceitar algumas mudanças políticas. Mas luta democrática é debate.

Por que será que as pessoas esquecem de movimentos nacionalistas democráticos? As elites nós sabemos, têm medo do novo. Mas nós, o povo, será que conhecemos democracias diferentes? Existem duas ou três democracias? A revolução francesa, berço da democracia popular, nos mostrou os movimentos de liberdade do homem. O voto passou a ser igualitário. É difícil, para quem está no poder, aceitar o unitário voto popular. Aqui nós já tivemos até senador biônico, como ato de inteligência maquiavélica. Foi apenas uma, péssima, cópia do parlamento grego.

A queda da Bastilha estabeleceu o voto popular. Foi firmada a democracia igualitária, mas como em todo movimento livre, sempre querem aparecer alguns donos, tipificando ações melhores ou piores, mais nobres ou menos nobres. Mas a democracia é sabia, faz prevalecer a vontade popular. Só não entendo o esquecimento do movimento democrático constitucionalista de 32. Será que o exótico tem vida própria? Mas será, então, democrático?

Como é bom recordar as solenidades escolares. Não há mais ou menos democrata. Defende-se, singularmente, a democracia. Recordar a revolução de 32 é um gesto de civismo. Seus sinônimos são: liberdade com eleições livres, interdependência dos poderes, conseqüentemente, respeito à constituição. O exercício da democracia não é, somente, história. É hábito.

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

Efeitos da lei seca e a cerveja que parece água

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Almoço de família, chego em sétimo. Só faltam uns 15 para a comida chegar à mesa.

A tecnologia para abastecer os sedentos convivas é levar as garrafas longneck para uma mesa auxiliar, de onde todos, comedidamente, se apropriam de uma pra degustar.

Não sei por que, depois da saudação inicial, meu olhar se dirigiu diretamente para onde se concentravam as garrafinhas. Rapidamente, vi duas de rótulo azul onde se lia "Bavaria", mas "sem álcool".

– Rapaz, olha o que dá a lei seca no trânsito, o pessoal se preocupou com o teste do bafômetro dos convidados... – elogiei para quem estava do lado.

(Note-se, pelo que se segue, que o elogio faz parte do clima familiar estabelecido e não à opção da cerveja sem álcool)

– Sem álcool, é? E é boa? – devolveu capciosamente o interlocutor.

– Não sei, nunca provei – devolvi.

O figura resolveu que era hora de tentar, saber qual era a da sem álcool, e para saber se os 25% de aumento nas vendas do segmento depois da lei seca iam ser sustentados ou não, se valeria a pena ir além do "pra provar".

– Bora dividir? – convocou.

– Não, brigado... – esquivei – Minha religião não permite.

Em seguida ele abre a garrafa, serve o próprio copo. Gelada que estava, não faz espuma. Será que a imitação é tão boa assim?

– Parece água – sentenciou.

Achei que fosse jogo de cena, para dizer que "não tinha graça" num número típico de um manguaça que quer se dizer incorruptível pelo desrespeito ao mandato etílico. Mas não me arrisquei. É melhor evitar o primeiro gole da sem álcool, já ensina o manual. Ele insistiu em comparar com água, dizendo que nem gosto tinha.

Então, tá.

Passa meia hora, chega quem tem que chegar. E nada de a outra sem álcool encontrar dono. Ela vai esquentando enquanto todas as outras não param na mesa.

Hora do almoço. A movimentação começa, alguém pega a garrafinha de rótulo azul.

– Olha, é sem álcool!

Depois passa a examinar minuciosamente o rótulo, para ver os 0,05% de álcool, o valor calórico etc.

– Putz, tá vencida!

O que tinha provado a outra garrafa não botou fé:

– Como assim, vencida?

– É, vencida. Desde junho de 2006!

Eu continuo sem saber se são só as cervejas sem álcool vencidas que parecem água ou se as dentro do prazo de validade também.

P.S.: Enquanto isso, vi duas cenas tristes, ambas envolvendo refrigerante de limão. Com o aparente intuito de diluir a presença de álcool no sangue, vi misturarem cerveja com refrigerante. Depois, até vinho. Triste cena.

segunda-feira, julho 28, 2008

Os garotos não merecem ser sacrificados

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O clássico era contra o Corinthians, válido pelo Brasileiro de 2006. Aos 6 minutos de partida, a torcida do Santos ficou apreensiva com a contusão de Fábio Costa, por conta de um choque contra Cléber Santana. Em seu lugar, entrou um jovem goleiro de apenas 18 anos, Felipe. O garoto, mesmo lançado em uma fogueira, acabou sendo um dos principais destaques da vitória peixeira por 3 a 0.

Após o jogo, o treinador Vanderlei Luxemburgo comentou: "O Santos esteve em um momento muito difícil quando perdeu o Fábio Costa. Aí entrou o menino e surgiu uma instabilidade momentânea, natural quando entra alguém que quase ninguém conhece. Mas quando [os atletas corintianos] viram que o garoto de 18 anos era bom, aí o Santos equilibrou novamente a partida. O Corinthians teve boas chances iniciais, mas o Felipe mostrou segurança e pegou os chutes".

O arqueiro ganhou moral. Chegou a disputar mais algumas partidas e foi relacionado entre os atletas que iriam disputar o sul-americano sub-20. Mas em dezembro veio a surpresa: o exame antidoping acusou positivo e ele foi suspenso preventivamente. Perdeu sua vaga na seleção e só foi absolvido um mês depois pelo STJD.

Desde então, pouco jogou. Amargou a segunda reserva de Roger (quem mesmo?) e de Douglas. Teve uma atuação questionável contra o Barueri, na Vila, no começo do ano e ontem voltou a falhar. Mas não considerar toda a história do jogador desde que surgiu na Vila não só é muita crueldade como também é sacrificar alguém que falhou quando quase o time todo, pra variar, também foi mal.

A situação de Felipe, que na partida contra o Vasco foi substituído por Douglas, também é reflexo da administração MT. Será que o atleta teve acompanhamento psicológico necessário depois do problema do doping? Nas mãos de Vagner Ribeiro, que sempre sopra na imprensa interesses de clubes em seus jogadores, mesmo que estes não existam, é possível imaginar como fica a cabeça de um jovem de 20 anos, que foi do céu ao inferno em pouco tempo.

Em outro clube, talvez Felipe fosse mais valorizado por ser prata da casa. Mas aqui no Santos, nem a torcida o poupa. Aliás, não é o primeiro. Robinho, mesmo depois das pedaladas que fizeram com que o Alvinegro saísse da fila, foi xingado e vaiado várias vezes na Vila Belmiro quando passou por uma fase apagada em 2003. Lembro em um jogo no estádio sagrado quando um dos habituais corneteiros pronunciou a seguinte pérola: “Esse Robinho é um enganador, igualzinho o Gil do Corinthians”. Muita gente ali pensava do mesmo jeito. E o que veio depois mostrou quem estava certo...

Claro que Felipe pode não vingar nem chegar a ser um craque, como outros pretensos meninos da Vila. Mas em tempos de crise, os garotos são sempre sacrificados e o Corinthians é um reflexo disso, já que muitos jogadores tiveram que sair da equipe para encontrar tranqüilidade, como Jô e Bobô (ainda que ambos estejam longe de serem craques, são melhores que os atacantes atuais do time do Parque São Jorge).

Hoje, existem jovens no Santos que têm medo de jogar na Vila porque sabem que vão ser xingados no primeiro erro. É difícil ter paciência quando se vê um time cometer tantas falhas, mas a cobrança deveria ser direcionada a outro tipo de jogador, aquele que ganha muito mais do que esses meninos que já surgem atrapalhados por uma diretoria fraca e empresários gananciosos. Talvez o fato da vitória contra o Vasco ter sido decidida por um garoto, Maykon Leite, seja um sinal de que precisaremos deles para sair da crise.

Aliás, naquele clássico de 2006, quando Felipe fechou o gol, um outro destaque foi Kléber. E onde está ele? Como pode um profissional de um time grande, com diversas convocações para a seleção, não conseguir acertar um lance sequer de bola parada durante várias partidas seguidas? E os outros titulares, estão jogando o fino da bola?

Acho que estamos cobrando as pessoas erradas...

Empate com o líder em campo encharcado

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O Palmeiras foi ao Olímpico e empatou com o líder Grêmio. O empate foi ruim do ponto de vista da classificação, porque o São Paulo venceu a Lusa e o Cruzeiro passou pelo Fluminense, sempre por por 3 a 1, sempre de virada.

Mas empatar com o líder na casa do adversário, nunca foi resultado ruim. Ainda mais em um campo encharcado como estava o Olímpico.

O que me deixou um pouco amuado foi ver o Grêmio só partindo para o jogo só no início de cada tempo e depois depois de tomar o gol palmeirense.

Esboçou pressão nos 10 primeiros minutos de jogo, com direito a cabeçada na trave do lateral Felipe, mas depois se apequenou. Ainda teve outra cabeçada de Perrea na trave, como bem lembraram os insistentes comentaristas, apesar da teimosia do autor. No segundo tempo, aí sim houve pressão, com outra bola na trave e duas defesas de Marcos antes dos 15 minutos.

O gol do Palmeiras só saiu num erro da defesa, "desarmada" pela poça d'água. Kléber avançou e sofreu pênalti, batido sem paradinha pelo artilheiro Alexi Mineiro. Aliás, no primeiro tempo, no primeiro minuto de jogo, com Kléber, e depois com camisa 9, perdeu chances criadas de modo bem parecido.

Lado bom
O melhor da história foi ver a zaga de três zagueiros fazer sua primeira partida quase boa. É que além da bola na trave já citada e do gol, a defesa formada por Jeci, Maurício de Gladstone foi muito bem. O careca, aliás, surpreendeu ao jogar adiantando a marcação.

Talvez tenha sido resultado da campanha Volta, Tonhão.

Mas resistir a 45 bolas alçadas à área, segundo o Datafolha, não é fácil.

Para a próxima partida, Maurício não joga, então a defesa ficará com dois zagueiros novamente.

Kléber
Com dois minutos de bola rolando, o camisa 30 subiu para dividir uma bola. Pareceu completamente desajeitado, mas com os braços para cima demais para considerar só isso. E sempre que fizer qualquer coisa parecida, vai tomar amarelo.

Advertência de alguém que fez por merecer os estigmas que carrega, ao liderar o ranking de expulsões do campeonato. E que foi reforçada pela reação da comissão técnica e da diretoria. Depois de dois carrinhos desnecessários, uma cotovelada e um lance não registrado pelas filmagens, mas que parece ter sido um chute sem bola no tornozelo alheio, é previsível que ele já entre em campo com cartão amarelo.

Nem acho de todo errado, mas tem outros jogadores que merecem essa, digamos, propriedade. Quem é visado pela arbitragem só pode entrar em dividida com o pé baixo e braços recolhidos. Embora não tenha reincidido nos carrinhos, ele joga o tempo todo balançando os braços. Mesmo se estiver fazendo isso para se livrar de um marcador, é só o adversário querer para forçar o cartão pra Kléber.

________________
Alterada às 17h50 de terça-feira, 29

domingo, julho 27, 2008

Timão vence e abre seis pontos sobre o vice-líder

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O Timão venceu o Paraná, em Coritiba, por 2 a 0, dois gols de Dentinho. Com isso, voltou a abrir seis pontos de vantagem sobre o vice-líder, que agora é a Ponte Preta, que derrotou o Avaí por 3 a 2. O Juventude, ocupante anterior do segundo lugar, tomou uma ensacada de 4 a 0 do Santo André, mostrando que o campeonato é equilibrado.

O que me chama a atenção é o tratamento que a gloriosa mídia deu à vitória alvinegra. Segundo Uol, IG e Folha de S. Paulo, o Timão “acabou com o jejum” ao vencer o Paraná. O time perdeu UM jogo em 14 disputados, e os caras estão tentando arranjar uma “crise no Parque São Jorge”, título mais amado da galera. Reclamação antiga, sobre prática mais velha ainda...

sábado, julho 26, 2008

Além de chegar aos mil gols, Túlio quer ser vereador

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O rei da mídia Túlio Maravilha, autor, de acordo com suas próprias contas, de mais de 840 gols em sua trajetória boleira, vai ser candidato a vereador em Goiânia. O atacante do Vila Nova e vice-artilheiro da Série B com nove tentos vai sair pelo PMDB, partido do prefeito Iris Resende, que lidera as pesquisas de intenção de voto na capital goiana.

Sempre debochado, o artilheiro espera receber votos de todas as torcidas, inclusive dos fãs do Goiás, rival do Vila, e onde Túlio se projetou para o futebol. "Quando recebi o convite para entrar na política fiquei meio inseguro, mas pensei bem e aceitei o desafio. O futebol tem a divisão de torcidas, mas sou um patrimônio do Estado de Goiás e não de um time. Espero que o apoio venha de todos os lados e que eu possa ter uma boa votação", discursou à Agência Estado.

Se eleito, promete trabalhar em dois turnos, já que nem mesmo o dever cívico irá demovê-lo da meta de fazer mil gols na carreira. Para isso, conta com a mesma estratégia de Romário, incluindo os tentos feitos nas categorias menores. Ao ser contratado pelo time goiano, em maio último, Túlio declarou: "Se o Romário contou os gols nas categorias de base, eu também posso." Ele tem 57 pelas categorias de base do Goiás e 6 pela Seleção Brasileira de novos.

Caso não logre êxito em sua empreitada política na capital, o atacante poderá tentar a sorte na próxima eleição em Senador Canedo, onde o time local, a Canedense o trouxe para jogar o campeonato goiano de 2007. Á época, a federação estadual contratou atletas e os “leiloou”no Projeto Craques do Goianão 2007. A equipe recebeu apoio de 37.170 telefonemas, correspondentes a 38,26% do total de ligações, e teve o direito de ser o primeiro time a escolher um atleta, contratando Túlio. Já é uma boa base eleitoral...

Garrafa de cerveja com 30 ml a mais está proibida em 24 estados

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que a Ambev restrinja ao Rio de Janeiro e ao Rio Grande do Sul as garrafas de cerveja de 630 ml.

A reportagem do Futepoca traz exclusivas fotos das garrafas de 630 ml. Exclusivas em São Paulo, onde a moda nem chegou. As imagens foram capturadas em um bar de respeito no Rio de Janeiro, nas proximidades da Praia Vermelha.

Fotos: Futepoca
No formato, os cariocas encontraram apenas a marca Skoll, enquanto os gaúchos terão a Bohemia com 30 ml de chorinho.

A disputa entre as cervejarias consistia em todas as outras, que representam 30% do mercado, contra a gigante belgo-brasileira, dona de 70% da produção do fermentado no país.

Anteriormente, em junho deste ano, medida provisória emitida a pedidos da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça vetava o formato de garrafa. A medida não valia porque uma liminar cancelou tudo. Mesmo assim, a Ambev recorreu ao Cade, que alterou a MP e se satisfez com os dois estados. Em todos os outros continua vetado. Isso até o julgamento do mérito que pode levar um ano.

A queixa de todas as outras cervejarias era de que terão um aumento significativo de custos por terem de separar as garrafas.

Atualmente, as de 600 ml passam por lavagem e esterilização e são reaproveitadas, independentemente da marca de cerveja que estava contida no vasilhame.

sexta-feira, julho 25, 2008

Em placar de um tempo só, um desfalque santista valeu mais

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O primeiro tempo foi histórico. No segundo, foi só bom. As defesas brilharam no clássico de quinta-feira que precisou apenas dos primeiros 45 minutos para dar números finais. No terceiro do Palmeiras, o goleiro reserva santista Felipe falhou. No primeiro, é discutível, porque era um contrataque, cara a cara. Mais mérito da rapidez verde e do sono da zaga, que também bobeou no segundo, ao deixar a bola para Diego Souza.

Eu que achei que era pedreira, me enganei. Não que tenha sido fácil nem que o placar mostre tanta superioridade em campo.

Ainda que o ataque venha funcionando (é o terceiro mais positivo da competição e há nove rodadas marca gols em todas as partidas), mesmo as exibições verdes que resultam em três pontos não têm sido de gala, o time cria jogadas, mas erra passes e abre espaços desnecessários atrás, como no segundo gol do Santos, apesar de a jogada ter sido muito bem tramada. Talvez a irregularidade dos resultados seja fruto disso.

Contra o Santos, teve um adversário com momentos de desatenção impressionantes. E o inverso também, foi quando o placar se apertou em 3 a 2.

A vitória do Palmeiras em casa levou-o à quarta posição e deixou o Santos em penúltimo.

Os melhores momentos



Embate tático
Com os 10 desfalques sobrepostos, quer dizer, o reserva do desfalque tampouco podia jogar. Tanto assim que Maurício, zagueiro, entrou jogando, o que fez o Palmeiras entrar com três defensores. Jumar e Wendel fizeram a dupla de volantes, enquanto Valdívia e Diego Souza teoricamente se revesavam no ataque ao lado de Alex Mineiro.

Engenharia curiosa que funcionou porque Diego estava em noite inspirada. Mais adiantado, deu passe para um gol e até apareceu bem, sendo que um foi anulado aos 2 do primeiro tempo – lance que seria mais polêmico se o resultado fosse mais apertado. Achei que Gladstone não toca na bola, mas alguém pode argumentar que ele atrapalha o goleiro.

Outro que brilhou foi Leandro, o lateral, que fez dois gols e deu o passe para outro. Luxemburgo, de troça, "acusou" o jogador de ter marcado sem querer no terceiro gol, ao que ele respondeu: "O Vanderlei está de brincadeira. Ele, quando jogava, tentava a mesma coisa, só que não fazia gol", brincou. Cutucada de lateral esquerdo para ex-lateral esquerdo.

O jogo também foi atípico porque aos 14 minutos do primeiro tempo já estava 2 a 0. O terceiro saiu aos 28, de falta. Dali 10 minutos, estava 3 a 2, com Kléber Pereira e Apodi (golaço). Mas aos 44, Gladstone deu números finais ao jogo, num replay do gol anulado.

No segundo tempo, apesar das mudanças de Cuca que transformou seu 3-5-2 em 4-2-4, enquanto Vanderlei Luxemburgo convertia o mesmo esquema inicial em um convencional 4-4-2, não saíram mais gols.

Isso mostra que Cuca tem grande capacidade de mexer no time durante o jogo. Até aí, nada de milagres. Alguns jornais descreveram a saída de Cuca para o intervalo. Gesticulando com os jogadores, reclamava de seu jovem goleiro. Nervosismo excessivo ou tentativa de acordar o time?

Kléber, do Santos deu razão às críticas do Glauco. E as defesas desfizeram a imagem ruim do primeiro tempo.

Valdívia não esteve tão mal, quase ampliou o placar em jogada individual aos 33 do segundo tempo. E tomou o terceiro cartão amarelo.

Uma forma boa de acabar com a sequências de cinco partidas sem vencer o Santos em campeonatos brasileiros.

Grêmio
A vitória por 7 a 1 diante do Figueirense colocou o Grêmio na liderança do campeonato. É este o próximo desafio verde.

Eu que só cobro regularidade do time há seis rodadas, sei que a missão vai ser complicada diante de um time embalado como o tricolor gaúcho. O jogo é no Olímpico, e a regularidade que falta é a da defesa, para parar o segundo melhor ataque da competição.

Contra o Grêmio, definitivamente pedreira.

Valdívia não joga, Kléber, Denílson, Léo Lima e Sandro Silva voltam. Gustavo e Pierre seguem no departamento médico, mas em franca recuperação, Élder Granja brigando com o Corinthians de Alagoas – que se lembrou de uma dívida alviverde com Max em 2007 – e por aí vai.

quinta-feira, julho 24, 2008

Quando a melhor defesa NÃO é o ataque...

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Segue abaixo um "causo" que tirei do livro "Mil dias de solidão" (Geração Editorial, 1993), de Cláudio Humberto Rosa e Silva, ex-porta-voz do presidente Fernando Collor de Mello (na foto, ao centro). Consta que o fato ocorreu em 28 de dezembro de 1992, na famosa Casa da Dinda, em Brasília. Collor ponderava a hipótese de renunciar ou não à presidência da República, o que de fato faria no dia seguinte. Estavam presentes o assessor pessoal Luís Estêvão, os senadores Affonso Camargo, Odacir Soares e Ney Maranhão, o deputado federal Roberto Jeferson (ele mesmo), o governador de Alagoas Geraldo Bulhões, o jornalista Etevaldo Dias, o embaixador Marcos Coimbra e o advogado José Moura Rocha. Segue a história:

Risonho, Collor contou uma história marcante do treinador que contratara para o CSA, Hélio Miranda, professor de educação física, seu amigo, irmão de comunistas históricos como o jornalista Jayme Miranda, líder do Partido Comunista Brasileiro (PCB), preso, torturado, assassinado e esquartejado pela ditadura militar.
- Conseguimos colocar o CSA no Campeonato Nacional e o jogo de estréia foi contra o Operário, de Campo Grande, Mato Grosso, na casa do adversário. Não tivemos tempo nem dinheiro para formar um time competitivo.
Collor lembrou sua perplexidade com a única instrução do técnico aos jogadores, no intervalo, após o término do primeiro tempo:
- Vamos nos fechar na defesa para segurar o zero a zero. Vocês estão proibidos de tentar fazer gols. Retranca, vejam bem, só quero retranca!
Logo nos primeiros minutos do segundo tempo, um atacante do CSA, Misso, goleador inveterado, não teve alternativa senão driblar sozinho toda a defesa do Operário e marcar gol de placa.
O estádio parecia um túmulo.
Só quem ficou feliz foi o próprio Misso, que correu para o silencioso banco de reservas à procura do abraço agradecido do treinador.
Hélio Miranda estava uma fera. Recebeu o autor do gol aos gritos:
- Por que você fez isso? Por quê? eu não disse que o time estava proibido de fazer gols?
Durante os 45 minutos finais, os jogadores do Operário, com brio, conseguiram não apenas empatar a partida como também virar o placar e impor uma goleada de 5x1 ao CSA.

Pesquisa Datafolha: ato falho?

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Para a Folha On Line, 36% a 32% é uma diferença de 3% e não 4%, como se "explica" no segundo parágrafo. Paranóia, mistificação ou muita "vontade de acertar"?

*****
Curiosa a situação hoje, se comparada à eleição de 2004. A manchete acima é clara, e o texto acima diz no primeiro parágrafo que os candidatos estão "tecnicamente empatados". Vendo um post do Blog do Noblat, publicado em 2004, sobre como a mídia tratou a mesma diferença de quatro pontos (37% a 33%) de Serra contra Marta, pode-se entender um pouco como funciona a imprensa tupiniquim. Dizia o post:

Enviado por Ricardo Noblat -
11.9.2004
| 21h17m

Jornal Nacional vê empate técnico em São Paulo

O Jornal Nacional tratou há pouco como "empate técnico no limite da margem de erro" o resultado da pesquisa DataFolha sobre a eleição em São Paulo. Está escrito na edição de amanhã da Folha de São Paulo, que começou a circular no final da tarde de hoje, que os analistas do DataFolha consideram "estatisticamente improvável" que a situação eleitoral em São Paulo seja de empate.

A edição impressa da Folha diz com todas as letras que Serra lidera. Na Folha on-line está dito que "Serra sobe sete pontos e passa Marta". No site do jornal O Globo está registrado: "Datafolha: Serra lidera disputa isolado, com 37% das intenções de voto".

Por que só o Jornal Nacional falou em empate técnico? E por que não deu o resultado da simulação do segundo turno?

Pois é. E agora, alguém vai dizer que a diferença de quatro pontos, desta feita a favor de Marta, não é "empate técnico"? Pelo escrito acima, o próprio instituto diz hoje que tal situação é empate técnico, ao contrário do dito em 2004. Vamos ver como são os critérios do Datafolha e da grande imprensa... Mas a primeira amostra é essa aí.

Atualizado às 20h39

Comentarista sugere tecnologia para enganar o bafômetro

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Está no comentário do post Depois da nova lei a pergunta: é possível enganar um bafômetro?




"Bruno Barreto Alvez" espalhou em vários blogues o que parece ser uma campanha de marketing viral ou de ativismo pró-desobediência civil (forcei). Isso porque não há referências a alguém com esse nome na internet, nem mesmo nas listas de vestibular. O personagem se identifica como químico formado pela PUC Campinas. Pobre Pontíficia Universidade Católica, que parece ser difamada por aí.

A primeira condição para a suposta fórmula para enganar o bafômetro já mostra sua limitação: "que você não esteje (sic) muito bêbado" a ponto de ser incapaz de seguir o roteiro. Bom, se você não estiver tão alcoolizado, não vai arriscar, vai buscar outros meios de transporte. Mas vamos à versão comentada, item por item.

1) No final da balada seja no bar ou em alguma festa antes de sair (só antes de sair seu porra) peça ao garçom um copo descartável com [refrigerante cujo nome foi vetado neste post] com bastante gelo.
Putz, pra mim, não rola. Eu não bebo refrigerante, porque produz azia automática.

2) Vá embora com o seu copo embora no carro (não derrubar a [fezes] do refrigerante cacete) vá dando umas goladas de vez em quando.
É importante imaginar uma alternativa nesse caso. Aquele em que o manguaça pega o refrigerante e derruba tudo no colo, encontra com o guarda todo grudento, com bafo de cachaça. Credo!
3) Chegou na BLITZ maior comandão (pare o carro com calma, afinal, você não está tão bebado) tome um gole bom do [refrigerente] garantindo que as pedras de gelo menores fiquem em sua boca.
Isso quer dizer que o gelo precisa estar triturado no copo, o que não foi explicado no item 1.
4) Se o fdp [abreviação pra não ofender tanto à classe] do policial pedir primeiro documentos e coisa e tal, tome outro gole, seguindo o mesmo procedimento 3.
Certo, certo... O policial nem vai reparar que o cara tomou outro gole. E pra que ofender o cidadão que está cumprindo sua função de abordar bêbados no meio da noite? O ódio está direcionado para o alvo errado.
5) Finalmente o Bafômetro (cacete, lembra que você não está bebado, então, vê se não erra o canudinho) sopre devagar e no mesmo ritimo (sic), mesmo que você tenha tomado um monte, mas se sente legal o teste vai dar negativo ou abaixo dos 0,02 mg/l de sangue.
O "ritimo" é fundamental. Mas o "se sente legal" eu não entendi. E vem aí a explicação:
Isto acontece pelo fato do Hidrogenico (sic) liberado pelo gelo anular a maior parte da associação do álcool no ar do seu pulmão. Esta dica é velha e foi descoberta por estudantes de Química Americanos que tiveram que enfrentar o mesmo tipo de punição nos anos 70 e 80. Agora no EUA não se usa mais o bafometro e sim o teste da faixa que aí não tem estudante, professor, PhD que dê jeito.
Tá fácil. O "hidrogênico" parece ser o "hidrogênio", o que quer dizer que a água do gelo se desfaz em hidrogênio, liberando oxigênio. Se os ambientalistas descobrirem isso, vai ser o fim do problema do aquecimento global, afinal, vai ser mais eficiente do que o seqüestro de carbono via reflorestamento.

Aliás, os anos 70 e 80 foram uma loucura do ponto de vista do bafômetro nos Estados Unidos. E, aliás (II), nunca deixaram de usar bafômetro por lá. De onde vem esse dado?
[O refrigerante] para que serve? Poxa, você não vai querer ser parado com um copo de uísque com gelo. Então, bota qualquer refrigerante, menos água, pois demora mais para retirar o Hidrogenio (sic) do gelo.
É bom saber que é hidrogênio mesmo. Onde estão os ambientalistas pra aprender com este nobre químico?
Ps: Em Campinas, já passamos por 03 blitz usando este método, e lembrando que esta dica não adianta no caso de amostra de sangue.
Ainda bem que ele explicou. Desde que o comentário foi publicado até agora, um monte de outros blogues já republicaram a "técnica".

O Futepoca continua recomendando o uso de transporte coletivo para voltar do bar.

Vamos falar mais um pouco de arbitragem?

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Mais uma rodada recheada de polêmicas. E o jogo Internacional 2 x 0 São Paulo não foi exceção. Bom, talvez tenha sido, porque não houve polêmica. O juiz Heber Roberto Lopes, por indicação do auxiliar (Gilson B. Coutinho ou Ivan Carlos Bphn), anulou um gol legítimo de Dagoberto, que veio do meio da zaga para marcar de cabeça. Na verdade, o bandeira já tinha parado o lance, antes de a bola chegar a um dos dois impedidos. Foi tão claro que não vi ninguém questionar, nem o Inter. Arbitragem de ótima qualidade...

Durante o jogo, Heber também deixou de dar algumas faltas claras. O Richarlyson (justo quem...) foi levantado por um marcador do Inter e ele nem falta deu. Mas também houve lances de violência por parte dos são paulinos, especialmente no final do jogo. Sem repressão.

Sobre o jogo, o gol anulado realmente prejudicou o São Paulo. É óbvio que sair na frente na casa do adversário é uma vantagem enorme. Provavelmente o time teria conseguido um resultado melhor se não fosse esse erro.

Evidentemente tenho que reconhecer que o Inter jogou melhor. Tinha hora em que eu perdia o fôlego, só de ver esse time correndo. É velocidade demais! E a marcação morde o tempo todo, em poucos momentos os jogadores do São Paulo tiveram tranqüilidade para tocar a bola - o momento do gol foi um deles. Estava mesmo difícil ganhar do Inter.

-eu, -eu, -eu, o São Paulo se f*

Mas a real é que os desfalques de Miranda (contundido), Alex Silva e Hernanes (para a Olimpíada) são os maiores problemas. O primeiro gol do Inter saiu de uma falha bisonha do Juninho, que deixou a bola passar não sei por onde e deixou Nilmar livrinho para marcar. O André Dias, que não é nenhuma sumidade, vira o comandante da zaga. Quer dizer, joga quase sozinho. Que tristeza.

O meio-campo também perde qualidade com o Hernanes, talvez hoje o principal jogador do Tricolor. Mesmo sendo volante, ele compartilha muito bem com Jorge Wagner e Hugo a responsabilidade por criar as jogadas. E, claro, dá (muita) consistência à marcação.

Com esses desfalques, o São Paulo tem tudo para perder algumas posições e se complicar no campeonato. Não tem pra onde correr. Eu, que estava ficando um pouco mais confiante nessa equipe, voltei a perder as esperanças.

Ah, sim, justiça seja feita, o Fluminense, que perdeu Thiago Silva e Thiago Neves para a seleção olímpica, está em uma situação pior. Bem pior. Continua na zona de rebaixamento, com 13 pontos e sem seus principais jogadores. Que situação...

Lusa e Mengo em um "show" da arbitragem

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Lusa e Flamengo fizeram ontem o que pode ser definido como o jogo mais emocionante e polêmico do Brasileiro até agora. Só pelos melhores momentos é possível ver que os dois times, com formações que privilegiavam o ataque, fizeram uma partida aberta, de onde saíram quatro gols e erros de arbitragem para ambos os lados. Nesse aspecto, um dissabor para os adeptos da teoria conspiratória.

O primeiro lance foi a favor do Flamengo: Ronaldo Angelim marca um gol em jogada de escanteio. Com a mão, no melhor estilo Adriano. Assim o zagueiro tentou se justificar: "tentei cabecear, mas fui puxado e a bola bateu na cabeça e na mão. Mas se o árbitro marcasse algo teria de ser o pênalti que eu sofri antes de tocar na bola. Assim como ele fez na nossa área."

Ele se refere à penalidade marcada contra o Flamengo, o primeiro tento luso. Se o Frédi diz que Gaciba marcou um "pênalti que ninguém marca" no jogo do Galo contra o Botafogo, esse é outro lance que dificilmente se vê um árbitro marcar. E Evandro Roman marcou. A favor da Lusa, contra o Flamengo! Aliás, nada mais justo, porque houve falta, assim como na penalidade assinalada por Gaciba.

Mas não parou por aí. Na cobrança, o ótimo Diogo dá a paradinha. Bruno se adianta muito pouco e cai. Mesmo assim, consegue fazer a defesa. E a cobrança é repetida! Sim, de novo o árbitro marca. A favor da Portuguesa. Dessa vez, Diogo não desperdiça.

Aos 42, cruzamento na área e Diego Tardelli desvia... com a mão. Ibson marca na seqüência do lance e desempata o jogo. Curiosamente, o atacante seria expulso aos 19 do segundo tempo ao tomar o segundo cartão amarelo. O motivo: colocou a mão na bola em um lance bobo.

A Lusa teve outro pênalti a seu favor logo no início da segunda etapa, e Diogo não deu chances a Bruno. O outro lance polêmico da peleja ocorreu perto do final, aos 43, um pênalti cometido por Gavilán em Juan. Ibson cobrou e o goleiro Sérgio defendeu, mas auxiliar mandou voltar porque o goleiro, de fato, se adiantou. Lembrei de Valdir Peres, que confessadamente sempre se adiantava nos pênaltis e dizia que, se o árbitro mandasse voltar uma vez, não mandava retornar uma segunda. E, na repetição, Sérgio se adiantou novamente, defendeu e Roman não mandou voltar. E garantiu o empate em 2 a 2.

Ao fim, em uma partida com 14 finalizações pra cada lado, um empate justo. E o choro livre pra quem quiser reclamar, seja flamenguista ou luso, em um campeonato onde equívocos e lances discutíveis de arbitragem estão pra lá de democratizados.

Desaparecimento

Aos leitores do Rio de Janeiro. O parceiro Blá Blá Gol faz um apelo a quem possa ter visto
Francisco das Chagas de Sousa Junior, desaparecido desde a madrugada de sábado para domingo, depois de ter feito um show com a banda Brasília no Tio Sam, em Camboinhas, Niterói. Ele foi filmado pelas câmeras de segurança do hotel, saindo sozinho no seu Uno 2008 4 portas preto placa KMW 1064. Mais informações e contatos aqui e aqui.

Gaciba ladrão, acho que não...

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Gaúcho como Simon, que deixou de marcar pênalti para o Galo na cara dele e tirou o time da Copa do Brasil, hoje Leornardo Gaciba marcou um pênalti aos 25 segundos que ninguém marca.

Anulou gol legítimo do Galo contra o Botafogo, marcando impedimento que não existiu quando estava 1 a 0.

Expulsou dois jogadores do Galo.

Dá para chamar Gaciba de ladrão? Não, acho que não. Mas que existem certos árbitros que só erram para um lado, não tenho dúvida.

O problema é de quem ainda tenta assistir a futebol. De quem acredita em futebol e perde tempo com isso.

Nada acontecerá... Gaciba rirá... Que seja feliz...

quarta-feira, julho 23, 2008

Para Bush, Wall Street está de ressaca

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Wall Street got drunk.

Foi George W. Bush, a carta fora do baralho, aquele que nem o republicano John McCain quer em seu palanque, a analise sobre a crise das hipotecas nos Estados Unidos. A fala foi pega por um grampo telefônico. Ou melhor, numa gravação sem autorização, depois de pedir que as câmeras de TV fossem desligadas.

A teoria é simples.

Foto: Eric Draper/Casa Branca

Professor Bush explica: "Ó, ó..."


– Não há dúvidas da respeito. Wall Street ficou bêbada. Esta é uma das razões porque eu pedi a vocês para desligar as câmeras de TV. Ficou bêbada e agora tem uma ressaca. A questão é: em quanto tempo ela vai ficar sóbria e parar de tentar todos esses instrumentos financeiros fantasiosos.

A declaração foi dada em uma reunião privada para levantar fundos do candidato republicano ao congresso Pete Olson. O presidente dos Estados Unidos não sabia que estava sendo gravado em Houston.

Segundo o jornal Washington Post, grande parte dos economistas atribuem a culpa da atual crise de crédito a complexos instrumentos financeiros criado pela bolsa de Nova York depois que o Congresso desregulamentou o sistema bancário, há uma década.

Ele sabe do que fala. George W. Bush não toma uma gota de álcool desde 28 de junho de 1986. Garante que superar a dependência foi difícil. Ele atribui à crença religiosa a saída que encontrou para o problema.

Adeus, Luiz Fernando Bindi

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Morreu nessa segunda, aos 35 anos de idade, de um ataque cardíaco fulminante, Luiz Fernando Bindi. Ele era geólogo e jornalista. Suas principais realizações eram o excepcional site http://www.distintivos.com.br/ e o livro "Futebol é uma caixinha de surpresas", cujo estilo reproduzia também no http://www.futeboleumacaixinhadesurpresas.blogspot.com/.

Seu conhecimento ímpar do mundo dos distintivos era explorado por Marcelo Duarte em seu "Fanáticos por Futebol", da Rádio Bandeirantes. Semanalmente (se não me engano), Duarte brindava Bindi com perguntas como "por que o distintivo do Tegucigalpa de Honduras tem uma cruz vermelha e outra verde?", e Bindi sempre, sempre dava a resposta.

Eu sou daqueles que sempre condenou visões apocalípticas do mundo contemporâneo como "a internet e a tecnologia tendem a afastar as pessoas". Muito pelo contrário; acredito firmemente que as novas formas de comunicação permitem, entre outras coisas, que pessoas com afinidades superem barreiras e acabem por se conhecer.

Foi por esses caminhos que "conheci" o Bindi, já fazia uns três anos, por aí. Ele era, assim como eu sou, um dos participantes da Futebol Alternativo, um dos melhores lugares para se discutir futebol no Orkut (Mauro Beting também passa por lá).

Ele estava entre meus contatos no MSN e vez ou outra trocávamos mensagens - por exemplo, conversamos no começo do ano quando o time SEV/Hortolândia foi chamado de SEV/Biônico em alguns veículos da imprensa. O ocorrido gerou um post aqui no Futepoca, que Bindi comentou no seu blog.

Não cheguei a conhecê-lo pessoalmente. E, da minha parte, seria forçado demais chamá-lo de amigo. Mas é uma pessoa por quem eu nutria profuda admiração - se não tanto por uma questão de amizade, algo que não cheguei a desenvolver, certamente por um lado técnico, profissional, por admirar seu conhecimento e por ambicionar tê-lo, nem que fosse somente a metade, uma fração, algo que já dobraria o que sei sobre futebol.

Vá em paz, Bindi. Quem conviveu com você perdeu um grande amigo, segundo os relatos (ver Trivela e Milton Neves); nós, leitores, perdemos um ótimo profissional.

Foto: miltonneves.com.br

terça-feira, julho 22, 2008

Em nova sessão de fotos, Ana Paula Oliveira mostra tatuagem

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Depois de desistir de ser candidata a vereadora, a auxiliar de arbitragem Ana Paula Oliveira ataca de modelo outra vez. Agora, as fotos são bem mais comportadas do que em julho de 2007 para a Playboy. O destino do ensaio parece ser uma campanha publicitária.

No making of das fotos, a bandeirinhas mostra uma tatuagem de um pássaro misterioso. Isso porque, nas imagens, não fica claro qual é a imagem, por aparecer parcialmente coberta.

Reprodução


Imagens do making
of de fotos de
Ana Paula Oliveira,
com destaque
da tatuagem.



"Quero ser mãe"
A divulgação do making of do ensaio acontece um dia depois da publicação de uma entrevista com Ana Paula pelo jornal Agora, em que ela manifestou dois sonhos, o de ser mãe e de atuar em uma Copa do Mundo. O que atrapalha para o primeiro sonho é não conseguir manter um relacionamento estável e construir família, por conta das viagens e treinamentos.

Para participar de um mundial é diferente. "Ainda tenho 15 anos de carreira, eu acho que dá", declarou.

Ela falou ainda sobre os recorrentes boatos sobre sua sexualidade. "Se eu falar que não sou homossexual, vão dizer que eu estou preocupada em negar. E toda mulher que está envolvida no futebol está vinculada a isso. Ficam procurando pêlo em ovo. Tenho amigos homossexuais, assim como todo mundo. No meio artístico, já vi coisas que me deixaram de queixo caído", declarou.

Clique aqui para assistir ao making of.

Mas...já foi?

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O Internacional de Porto Alegre deve apresentar amanhã sua mais recente e bombástica contratação: Gustavo Nery. Uma aposta pra lá de arriscada, pois, em sua curta passagem pelo Fluminense, o lateral-esquerdo foi vaiado em todas as parcas seis oportunidades em que esteve em campo, de janeiro para cá. Até começou o Campeonato Carioca como titular, nos três primeiros jogos, mas em todos foi substituído. Depois, foi afastado para recuperar a forma física.

Duas hipóteses devem ser consideradas: ou os clubes gaúchos enlouqueceram (pois o Grêmio também disputava o lateral) ou a explicação está no contrato firmado com o Inter, baseado em produtividade. Aí, o risco de não receber nada será todo de Gustavo Nery...

Porque, convenhamos, além da pífia passagem pelo Fluminense, o lateral-esquerdo já não havia jogado nada no Zaragoza, nem no Corinthians e no Werder Bremen. Aliás, suas passagens por Santos, Guarani e São Paulo também não foram assim tão espetaculares. Chegou a disputar jogos pela seleção, sim. Mas não é sonho de consumo de ninguém.

Tanto que, quando viu a notícia da contratação de Gustavo Nery pelo Internacional, nosso companheiro Glauco exclamou: "-Pô, mas esse cara deve ter um excelente empresário!". É outra explicação plausível. E Róbson Florêncio é o nome do cabra.

Corinthians perde a invencibilidade e Felipe, a moral

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Após 11 jogos, o Corinthians perdeu a invencibilidade na Série B do Brasileiro, na partida contra o Bahia. A derrota por 0 a 1 (o jogo foi no Pacaembu) tem muitos motivos e pelo menos um culpado: o goleiro Felipe, cuja aura de heroísmo, conquistada com boas atuações no ano passado, já acabou.

Convém analisar o fenômeno Felipe. Ele chega ao clube em 2007, numa leva de jogadores do Bragantino que incluía Everton Santos, Moradei e Zelão. Com boas atuações e uma série de milagres, ajuda a retardar o trágico desfecho da participação corintiana, mas não consegue evitar o rebaixamento. Mas ganha a posição e a aura de ídolo, ou quase isso. Eu mesmo cheguei a escrever que ele tinha tudo para entrar para a história do Timão, se ficasse um tempo no time.

No entanto, mesmo nesse bom momento, Felipe pisava na bola quando decidia falar. Tem uma postura um tanto arrogante e mais de uma vez jogou a responsabilidade por derrotas nos companheiros.

E mesmo em suas atuações já se percebiam falhas: problemas ao sair do gol e, principalmente, a mania de rebater bolas para dentro da área. Alguns dos milagres protagonizados por ele só existiram porque o próprio goleiro criou a situação trágica, ao rebater nos pés do adversário bolas chutadas de longe. No frigir dos ovos, Felipe tem muita agilidade e excelentes reflexos, mas pecava em alguns fundamentos. Coisa que se corrige com treinamentos, se você souber onde estão os erros, assumi-los e trabalhar neles.

No início deste ano, quando o time começa a se remontar, uma das prioridades era segurar Felipe e Finazzi (pra você ver o nível do time no ano passado). O goleiro e seu empresário armaram um salseiro no negócio, ajudados pelo dublê de manager Antonio Carlos. Justa ou injustamente, o goleiro levou a fama de mercenário e gastou de uma vez só quase toda a moral adquirida no ano anterior.

Depois disso, foi pro jogo, e continuou tendo boas atuações e tomando gols evitáveis. Caiu de produção e foi para o banco após a derrota para o Sport na Copa do Brasil (em atitude controversa de Mano Menezes, que o inocentou num dia e rifou no outro). Voltou e fez boa partida, depois da qual sua mãe declarou à TV Bandeirantes que tinha aconselhado o jogador a ficar no clube no início do ano e que agora daria o conselho inverso.

Nisso tudo, em meio a boas e más atuações, ser chamado de ídolo e de mercenário, a única coisa inabalável foi o ego de Felipe. É um caso impressionante de auto-estima bem construída. Depois da final contra o Sport, disse sem pestanejar que quem o acusa de haver falhado não era treinador de goleiros para avaliar. Contra o Bahia, pediu desculpas no momento do gol, mas disse que tinha sido sorte de quem cobrou a falta. Nada abala o ego do rapaz.

Autoconfiança é muito importante para qualquer pessoa, ainda mais um goleiro, posição mais solitária do futebol, segundo o poeta. Mas ela deve vir acompanhada de uma boa dose de autocrítica para que o cabra perceba os erros e trabalhe para corrigi-los. Felipe é bom goleiro e tem potencial para ser ainda melhor, mas precisa descer do pedestal e ir trabalhar.

Achei que aquela temporada de banco tinha servido para baixar a bola do rapaz. Mas temo que esse ego inabalável e imponderado do rapaz tenha abortado o processo. Felipe precisa treinar fundamentos, melhorar seu senso de colocação e sua saída do gol. Principalmente, precisa aprender a receber críticas e tentar aprender com elas. Não pode achar que é intocável em lugar nenhum, ainda mais num time grande e com uma torcida apaixonada (e como tal, nem sempre racional) como o Corinthians.

Mas e o resto?

Felipe não é, obviamente, o único respondsável pela derrota. O pessoal do ataque e meio-campo corintiano tem deixado a desejar. Uma série de desfalques demonstraram que faltam peças de reposiçaõ ao time, especialmente no meio. Douglas, Diogo Rincón, Fabinho e Nilton deixaram saudades, já que Lulinha não é meia (e o que ele é mesmo?) e Elias não consegue carregar o setor sozinho. Douglas volta contra o Ceará, junto com Dentinho e Chicão. E Diogo Rincón já está na última etapa de sua recuperação, o que pode ajudar.

Por fim, mais uma conseqüência importante dessa derrota foi que meu pai terá que pagar uma dúzia de cervejas para um amigo, com quem havia apostado que o Corinthians não perderia nenhuma partida na Série B. Pelo menos o anti-corintiano passou 11 rodadas sofrendo com o assunto.

segunda-feira, julho 21, 2008

Rodada Robin Hood

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A curiosidade da 13a rodada do Brasileirão é que praticamente todos os times que estavam atrás na tabela de classificação ganharam dos mais bem posicionados.

Destaque para os últimos cinco colocados, Ipatinga, Santos, Fluminense, Goiás e Atlético-MG. Todos venceram suas partidas.

O destaque negativo foi o Flamengo, que perdeu para o Vitória dentro do Maracanã, dando chance a de Grêmio e São Paulo encostarem.

Com isso, a tabela embolou de vez.

A distância entre o primeiro e o último colocado é de 16 pontos. Há, ainda, cinco times com 15 pontos. Veja a tabela aqui. Com cerca de 2/3 do primeiro turno, a palavra é equilíbrio. O nível é baixo, mas equilibrado.

Ao que interessa, o Galo – Todo esse nariz de cera foi para falar do Galo. Quando tudo parecia dar errado, com dois gols bobos tomados em falhas individuais, a vontade dos jogadores e a entrada de Petkovic fizeram tudo mudar. O sérvio ajudou a corrigir o esquema extremamente cauteloso de Alexandre Gallo, com três volantes, e fez as principais jogadas da virada por 3 a 2. É pouco ficar fora da zona de rebaixamento, mas é melhor que nada.

Destaque para mais de 20 finalizações a gol, defendidas pelo goleiro do Coxa. O time está começando a jogar bem, com bom volume, mas falta um atacante que saiba fazer gol. Alguém tem alguma indicação?

Joga uma partida e pára. Joga vinte minutos e pára

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O Palmeiras perdeu para o Goiás por 3 a 2.

Depois do apagão, a reação. Com dois a zero abertos aos 21 do primeiro tempo, o Palmeiras chegou ao empate ainda no primeiro tempo, com um gol de Alex Mineiro, artilheiro, e outro de Jeci, zagueiro. Um com passe outro com cruzamento de Léo Lima.

(Se havia impedimento no tento do camisa 9, foi milimétrico. Não vi o tira-teima, e acho que estava na mesma linha).

De novo, ao se ver perdendo, Vanderlei Luxemburgo pôs o meia Evendro no lugar de um volante. No caso, Sandro Silva. Depois, ainda entrou Maicosuel.

Depois da reação, na volta para o segundo tempo, seria manter o ritmo, virar a partida e evitar o quarto revés como visitante no campeonato. Mas não foi.

Explica o Palmeiras Todo Dia como a virada não chegou: "o Verdão parecia que chegaria sem problemas ao terceiro gol, até que Diego Souza resolveu inventar perto da área; o camisa 7 tentou driblar três marcadores, perdeu a bola que sobrou para Romerito cruzar para Alex Terra fazer 3 x 2 para os donos da casa. Três minutos depois, Kléber entrrou de vez qualquer possibilidade do Palmeiras ao chutar um adversário fora do lance de bola; não restou outra alternativa ao juiz a não ser expulsar o atacante (foi sua terceira expulsão no campeonato)."

Some-se a isso que "mantendo os laterais presos e com Valdivia e Diego Souza mais uma vez em tardes infelizes, o Palmeiras pouco criou" na segunda etapa, como bem lembra o Parmerista Conrado.

Outro dado positivo foi a substituição do meia chileno, sacado por não render. Denílson tampouco resolveu, mas é bom não haver intocáveis. Principalmente quando os rumores sobre a venda para o Hertha Berlim são crescentes.

Além de sair do G4, na segunda etapa, o rebaixável Goiás poderia ter marcado mais gols.

Preocupante
Após a derrota, como visitante, para um time que permanece na zona de rebaixamento, o Palmeiras tem o Santos pela frente na quinta-feira. Depois de vencer a primeira com Cuca, o agora livre da lanterna vai querer, como nunca, vencer os verdes.

O time não tem Kléber nem Denilson, expulsos. Não tem também Léo Lima, com terceiro cartão amarelo. Gustavo, David e Martinez continuam em recuperação. Pode ter Pierre, se estiver recuperado, e Élder Granja, se superar o embargo do Corinthians de Alagoas.

É pedreira. Mas outra sequência de partidas sem vencer seria fatal para as pretenções do time de Luxemburgo.

A síndrome de início de jogo é preocupante especialmente em partidas fora do Palestra Itália. O time até cria um lance ou outro, mas dá bobeira na defesa, especialmente nas bolas aéreas. E a falta de regularidade depois da vitória diante do Fluminense, e mesmo dentro da partida. Um time que empata depois de estar perdendo por 2 a 0 precisa se concentrar muito em campo.

Terapia?
Kléber precisa fazer terapia. A terceira expulsão precisa ser colocada em perspectiva. Não basta o desgovernado atacante não fazer mais faltas. Precisa entender que ele não pode mais dar carrinho, mexer os braços. Não que eu considere a expulsão injusta. Como bem apontou o comentário do Rafael, sem imagens, só há o zagueiro Rafael Marques com a mão no tornozelo e pouca reclamação dos jogadores. A expulsão dá razão aos críticos e aos apelidos simpáticos, já que se trata do recordistas de cartões vermelhos no campeonato.

O cara é raçudo, mas se excede. E, quando acerta jogadores sem bola ou com o cotovelo, forma um histórico nada favorável. Cada vez mais, se ele entrar numa jogada mesmo sem ser desleal vai tomar cartão. Mesmo já marcado, o cara continua entrando duro demais e se deixando levar pelo nervosismo. Esse é um dos motivos do intertítulo.

O outro tem a ver com a falta de regularidade do time e com o que o Vicente Criscio, do Terceira Via Verdão, elenca. São sete questões para refletir. Na derradeira, lembra que o Palmeiras está "com o mesmo problema da época de Caio Jr.". "Em outras palavras: "Não ganhamos na hora que temos que ganhar". Não sei se concordo integralmente, mas dá o que pensar.

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Atualizado às 19h40

No butiquim da Política - Democracia: liberdade ou negócio?

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Por CLÓVIS MESSIAS*



A democracia não é contra qualquer esclarecimento, por ser, esse, um dos pilares da liberdade. Aqui na Assembléia Legislativa de São Paulo, os parlamentares mais sofismam que esclarecem. Tudo se pergunta, mas nada é respondido – em nome da "estabilidade democrática". Que estabilidade é essa que não permite saber, de forma clara, como está o dinheiro público? Aliás, esse tal de dinheiro público é seu, é meu, é nosso. É dinheiro que retiram da gente em impostos, que deveria ser devolvido em educação, saúde, promoção social, habitação, saneamento básico. Mas, necas.
Queremos saber, com CPI ou não, como está a apuração da denúncia trazida pelo Ministério Público da Suíça, que acusa o pagamento de propina, a membros do governo de São Paulo, pela empresa Alstom. O governo diz que não vai apurar porque a matéria é vencida. Respondemos nós: mas o bolso que recebeu propina não está vencido. Já o nosso bolso é modesto, só deseja que a grana retorne em serviço público. Se isso acontecesse, não teríamos que procurar saber onde está o nosso dinheiro.
Acho que esse troco daria, por exemplo, para algumas saideiras...


*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

domingo, julho 20, 2008

A maré vai virar?

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Antes do jogo, o técnico Cuca brincou com um repórter dizendo que aquela era a “estréia” dele no comando do Santos. De fato, após ter pedido demissão na derrota para o Figueirense, muita coisa parece ter acontecido no clube, e finalmente a diretoria parece ter bancado o treinador diante daqueles que mais atrapalhavam seu trabalho: os jogadores. 

Vontade e raça não bastam, mas são primordiais para um time que quer sair da crise. E os atletas do Santos mostraram isso. Sem opções, Cuca voltou a atuar com três zagueiros como, na prática, já vem fazendo há tempos. A diferença é que Rodrigo Souto, que vinha jogando à frente da zaga, deu lugar a Fabiano Eller na posição. O zagueiro deu mais qualidade na saída de bola, mas por diversas vezes, em função da falta de entrosamento, o sistema defensivo deu brechas ao Sport no primeiro tempo, principalmente com uma mal ensaiada e quase enfartante linha de impedimento, fundamental para jogar em cima do adversário.

À frente, o arisco Maikon Leite foi substituído pelo paraguaio Cuevas. O ex-atleta da seleção guarani carece ainda de uma melhor condição física, mas se movimentou bem, abriu espaços e cavou faltas importantes e cartões amarelos preciosos. Aliás, outra mudança de Cuca foi em relação à cobrança de faltas. Provavelmente cansado de ver Kléber errar tanto nas últimas partidas, quem cobrou a maioria das jogadas de bola parada foi Molina, que levou muito perigo ao gol de Magrão.

E foi o colombiano que sofreu o pênalti que resultou no gol do Santos. O arqueiro do Sport defendeu a cobrança de Kléber Pereira, mas o próprio atacante marcou no rebote. Aos poucos, o artilherio volta ao seu normal: desperdiçou uma oportunidade clara de gol, quase perdeu a penalidade e marcou o gol da vitória. Performance que os santistas já se acostumaram a ver.

Na segunda etapa, o Alvinegro conseguiu postar melhor a defesa, tentando aplicar contra-ataques que praticamente não aconteceram a partir dos 20 minutos. Mas o Sport não demonstrou forças pra buscar o empate, apesar da tentativa de abafa nos minutos finais. Não foi um grande jogo, mas o resultado foi justo e um alento para Cuca, que pode virar definitivamente a maré a seu favor se o Santos derrotar o time de Luxemburgo na quinta-feira. Difícil, mas longe de ser impossível.

A propósito, em sua coluna na revista Carta Capital, o ex-jogador Sócrates falou sobre a situação do Peixe. Para ele, há jogadores que não têm estrutura emocional para atuar em clubes grandes, e se estes são maioria no elenco, a equipe acaba sucumbindo em momentos decisivos da partida. Isso por conta de uma insegurança temporária, que vai embora a partir de uma vitória ou seqüência delas. Aí a fase ruim se esgota em sim mesma. Tomara que seja esse o caso do Santos.