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Destaques
terça-feira, agosto 25, 2015
Contrato de professora exigia: 'Não beber cerveja, vinho ou uísque'
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terça-feira, agosto 18, 2015
'Nossa vida no teu seio mais AMORES...'
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"A lhaneza no trato, a hospitalidade, e generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro." - Sérgio Buarque de Holanda
domingo, agosto 16, 2015
Velório carioca
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Blanc: compositor, vascaíno, bebum e,antes de tudo, carioca |
O Lindolfo havia morrido. Vó Noêmia fez uns trinta sanduíches de carne assada, os homens encheram vidros vazios de eparema com traçado e partimos pro velório. Na saída, alguém lembrou:
- Cadê o rádio? Hoje tem Vasco x Botafogo.
Mas, aparentemente, ninguém se atreveu a levar. A mulher do Lindolfo, Dona Marcelina, era tão séria que já estava de luto muitos dias antes da morte do marido. Amanheceu um domingo de comemorar com batida de maracujá.
Naquele tempo, o jogo começava às três e quinze da tarde. Os enterros saíam por volta das cinco. No Caju, a viúva parecia de granito. Luto fechado, um buço que deve ter influenciado o Sarney, cabelos cinzentos cobertos por um lenço negro, leque também negro fechado nas mãos em garra, uma viúva de Lorca.
Waldir Iapetec, com seu faro inigualável, descobriu um buteco nas imediações com rabada e cervejotas superlampoticamente geladas. Mandaram arrebite. Mais ou menos na hora da peleja começar, Ceceu Rico, cheio de goró, lavando a cabeça com azeite Galo e botando aristolino na maionese, sacou um radinho do bolso das acumuladas. O Iapetec riu:
- Sabia que tu não ia aguentar.
- Tenho minha reputação. Não quero que digam que Ceceu Rico deu balda com medo de viúva.
O pessoal ficou ouvindo o jogo no tal buteco. De vez em quando, um batedor partia pro front do velório. E tome chá-de-macaco. O clima de jogo aumentava a vontade de biritar. Um zero a zero cheio de lances dramáticos. Faltando uns quinze minutos pro fim do segundo tempo, pressão do Vasco, meu avô Aguiar apareceu, deu um tapa de bagaceira nos beiços, e avisou, com toda cortesia de seus quase dois metros de cutucro nascido em Póvoa de Varzim:
- Vamo pagar a conta que o palhaço de saias chegou pra encomendar o corpo. Ceceu, enfia o rádio na ombreira do paletó e finge que tá com torcicolo, meningite, um troço desses.
Provavelmente sentindo a exuberância dos bafos, a viúva lançou a todos um olhar assassino. O padre, com a batina salpicada de proverbial caspa, começou a arenga:
- Nosso irmão Lindolfo já não está no estádio, digo, no mundo. Encontra-se na Glória!
O Iapetec sussurrou:
- Provavelmente na taberna. Ele adorava.
Olhar rambo-rocky da viúva em nossa direção. Vários gulps e pigarros.
- Bem aventurados aqueles...
Nesse instante, Ceceu captou no radinho uma investida vascaína:
- Lá vai o Vasco! Bola pra Walter Marciano na entrada da área! Driblou o primeiro, driblou o segundo, vai marcar...
O desgraçado do radinho ficou mudo. Desesperado, Ceceu catucou os botões pra baixo e pra cima. Nada. Teria sido a pilha? Ceceu sentou a porrada no spika, método quase infalível para engenhocas enguiçadas, e uma palavra, altíssima, como que irradiada pela sublime voz do Todo-Poderoso, elevou-se na capela:
- PÊNALTI!
Ceceu baixou de um golpe todo o volume. Um silêncio aterrador. Possessa, a viúva urrou:
- Contra quem? Pênalti contra quem? Aumenta, babaca!
À beira de uma de suas famosas crises de asma, Ceceu estertorou:
- Pênalti contra o Botafogo.
A viúva tava comandando o tradicional corinho de "casaca, casaca, casaca - saca-saca...", quando o padre abandonou o recinto.
Meu avô gritou:
- Hei, seu padre! Volta aqui! Futebol enlouquece qualquer um! Não foi desrespeito, não.
Sintam a resposta do padreco:
- Aqui, ó! Eu sei que não foi desrespeito. Foi roubo no duro! Tô farto de ver o Vasco vencer com gol de pênalti no último minuto. Vão todos pros quintos dos infernos. Ladrões!
Mas seu protestos foram abafados pelos gritos de gol e pelo espetacular choro da viúva. De alegria.
sexta-feira, julho 31, 2015
'Crise' ou 'bonança' no noticiário econômico depende do preço
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terça-feira, julho 28, 2015
Pra fazer a economia (ou a cabeça) girar
quarta-feira, abril 29, 2015
Antônio Abujamra (1932-2015), aquele que não se acostumou
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A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado, porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado, sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar e a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro. Para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias de água potável. A gente se acostuma a coisas demais. Pra não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber. Vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Antônio Abujamra recitando - magistral e perturbadoramente - o texto "Eu sei, mas não devia", de Marina Colasanti, no programa "Provocações", da TV Cultura. Assista:
segunda-feira, abril 27, 2015
Obdulio Varela uniu o time campeão mundial de 1950 em bar uruguaio - e se arrependeu em bares brasileiros
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No cartaz do filme, o chute de Ghiggia |
Obdulio usava sobrenome materno |
O então presidente Luis Batlle Berres |
Diário do Rio: 'O Brasil vencerá!' |
Augusto (à esquerda) e Obdulio Varela |
Bigode levou 'tapinha' e murchou no jogo |
Tragédia: brasileira chorando no Maracanã |
segunda-feira, abril 13, 2015
Vamos conversar? (mas não conta pra ninguém!)
quarta-feira, abril 08, 2015
Conhecendo os dois, terminou em cachaça...
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sexta-feira, março 27, 2015
Imprensa tucana (até no exterior!)
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FHC: fomos surpreendidos novamente! |
Goebbels: 'mentor' da mídia tucana |
Livro de Winter, 'submetido' a FHC |
PSDB manda e desmanda na mídia |
Mas, como diria Rita Lee, "quando a gente fala mal/ a turma toda cai de pau/ dizendo que esse papo é besteira". No que Raul Seixas complementaria: "eu não preciso ler jornais/ mentir sozinho sou capaz/ não quero ir de encontro ao azar". Nem eu!
P.S.: Antes que alguém me acuse de "paranoia, delírio e mistificação", adianto que as imagens acima não foram publicadas à direita por acaso, nem por mera coincidência.
A 'prova do crime': editores consultam alguém (FHC? PSDB?) sobre informação negativa e comprometedora |
terça-feira, março 17, 2015
Socialismo e anarquismo - para crianças
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Chiados e riscos nostálgicos na estante da sala |
Capa do vinil lançado no Brasil há 38 anos |
Chico e sua filha Silvia, em 1977: ousadia |
Raul: anarquia para crianças (na Globo!) |
segunda-feira, março 16, 2015
Tomaram conta
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Bolinha voa sobre Serra: ódio |
"Deus" e "militares": como em 1964 |
Janine: ataque aos direitos humanos |
Cômico, se não fosse trágico: brincadeira na Internet reflete bem do que se trata o post |
sexta-feira, março 13, 2015
O futebol encaretou
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Será que a Itaipava levou Sheik a parar de beber? |
Sócrates, nos tempos de jogador, brindando cerveja |
O dia em que a Câmara dos Deputados descobriu que existe "presunção de inocência"
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Na sessão da CPI da Petrobras realizada ontem à
tarde em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), foi aplaudido após e mesmo durante sua explanação inicial de
53 minutos. Tratou o pedido de abertura de inquérito feito em relação a
ele, realizado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, como
algo feito por “motivação política”. Foi apoiado por lideranças – a
maioria delas que apoiou sua eleição à presidência da Casa – e
reverenciado de forma comovente pelos seu colegas.
A deferência era tanta que foi constrangedora. Em certos momentos, lembrava cenas do filme O Poderoso Chefão,
onde convidados do casamento da filha de Don Corleone, personagem
vivido por Marlon Brando, recebia pedidos e tinha sua mão beijada pelos
convivas. No caso de hoje, não houve qualquer pedido aparente, apenas
loas tecidas à vontade a Cunha.
Mas se há “motivação política” na inclusão do peemedebista na lista,
quem é o “motivador”? Obviamente, o governo. Na trama em que o
presidente da Câmara alega estar envolvido, Rodrigo Janot estaria
interessado em agradar quem tem a possibilidade de conduzir sua
reeleição, o Executivo, e por isso teria incluído o nome do
peemedebista. Dupla e grave acusação: a de ingerência governamental no
trabalho do Ministério Público e de uma conduta inidônea do
procurador-geral. E os petistas, diante das acusações do presidente da
Câmara, foram vacilantes, preferindo falar sobre temas correlatos mas
não batendo de frente com o depoente.
Eduardo Cunha: o inferno são os outros... Sempre. (Lucio Bernardo Jr. – Câmara dos Deputados) |
As falas de Cunha foram diretas e, para ilustrar o que ele diz ser incoerência do procurador ao pedir investigações sobre ele, citou dois exemplos de senadores petistas, Delcídio Amaral, que teve o pedido de abertura de inquérito arquivado, e Gleisi Hoffman. Sempre com uma adversativa de que citava os exemplos mas não “acusava” ninguém, deixou os ataques mais agressivos a cargo de parceiros como o deputado Paulinho da Força (PSD-SP), que levantou a hipótese de conluio entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o procurador Janot.
O fato é que, diante da evidente tática do peemedebista de jogar o peso das investigações da Lava Jato nos ombros do governo, tomando a própria defesa como se fosse, também, uma defesa do Legislativo, atiçando os instintos corporativos dos parlamentares, Cunha mostrou mais uma vez que sabe bem o que quer e já definiu como fazê-lo. Enquanto isso, a articulação governista hesitou e, ao não fazer a defesa enfática do governo diante das acusações do presidente da Câmara, escancarou um modo de fazer política que é grande responsável pela atual situação em que se encontra o Planalto e a base dilmista no Legislativo.
Para além da tática política de Cunha, algo comovente na CPI foi descobrir o quanto nossos deputados prezam e valorizam a presunção de inocência. E sabem, porque assim disseram vários deles, que o envolvimento do nome de uma pessoa em investigações pode se traduzir em culpa para parte da opinião pública.
Uma intervenção reveladora – mas não a única – nesse sentido foi feita pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RS), ao rebater a fala de Ivan Valente (Psol-SP), que pediu a Cunha que abrisse seus sigilos telefônico, bancário e fiscal para que pudesse continuar seu trabalho à frente da Câmara. De acordo com o parlamentar gaúcho, “pedir abertura de sigilo é induzir à condenação”. Diz muito a respeito da conduta de seus colegas em diversos episódios.
É uma pena esse interesse pela presunção de inocência ter surgido só agora, em especial para parlamentares que têm como hábito acusar e apontar o dedo para um adversário – político ou não – na primeira oportunidade. E também descobrimos, na didática sessão da CPI, que decisões judiciais podem ser contestadas publicamente, já que a abertura de inquérito para investigar Eduardo Cunha foi um pedido de Janot acatado por um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.
Poderíamos aproveitar essa onda de preocupação de parlamentares com a presunção de inocência para exigir que este seja um direito assegurado a todos os cidadãos, pois ele desaparece no cotidiano de muitos brasileiros, em especial aqueles que vivem nas periferias das grandes cidades, vítimas do autoritarismo do poder público e que raramente são tema de qualquer discussão no Congresso Nacional. Porque o ônus da prova e o peso da culpa, nesses casos, ficam para os acusados, que não são poucos.
Publicado originalmente na Revista Fórum
quinta-feira, março 12, 2015
'Tô me guardando pra quando o domingão passar...'
quarta-feira, março 11, 2015
Me engana que eu NÃO gosto
segunda-feira, março 09, 2015
Sim, o consumo exagerado de álcool mata. Mas falta discutir (e tolher) a propaganda de bebidas
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Nunca é demais lembrar: canal de TV é concessão. Propaganda de bebida alcoólica (e de cigarro) deve ser assunto prioritário no debate de saúde pública. E deve, sim, ser tolhida.
terça-feira, março 03, 2015
O fim da longa estrada da vida
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José Rico e seu estilo único, inconfundível |
É emblemático - e nada gratuito - o Zé Rico falar em "luta", pois, pela origem, pelo nome e pelo apelido, trata-se de um legítimo BRASILEIRO, um Garrincha da música. Um gênio - ainda que incompreendido por muitos que defendem o temível e subjetivo "bom gosto". E termino esse post (triste pelo Zé Rico, e com a certeza de que derrubarei um gole de cachaça pra ele), reproduzindo mais um trecho da citada entrevista ao site Clube Sertanejo (o grifo é meu): "Nós tivemos a sorte e felicidade de, quando praticamente não se vendia disco, ultrapassar as expectativas. E hoje é mais difícil, através de outros intercâmbios. Mas dá pra ir tocando. Mais uma vez, eu afirmo: aqueles que se dedicaram com respeito e amor permanecem". JOSÉ RICO PERMANECERÁ. "Farrúpa! Zuuuuuummmmm..."
Enterro de José Rico reúne multidão e causa tumulto em Americana (SP)
P.S.1: Só pra acrescentar a tag "Política" ao post, vídeo recente do José Rico:
P.S.2: E a tag "Futebol" se justifica também por este outro vídeo, de 31/12/2014:
terça-feira, fevereiro 24, 2015
quinta-feira, fevereiro 12, 2015
'Bebidas espirituosas'
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O 3º volume da coleção 'Terra Brasilis' |
Marco de Touros, exposto em Natal |
Manguaça Vasco Fernandes Coutinho |
Mapa de Vila Velha do século XVI |
Gravura de índio 'bebendo fumo' |
Estátua de Pero Fernandes Sardinha |
O governador-geral Mem de Sá |
A 'Medalha Vasco Fernandes Coutinho' |
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