Destaques

quarta-feira, abril 20, 2011

Tipos de Cerveja 65 - As Trappiste

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As cervejas trapistas não são propriamente um estilo, já que podem ser englobadas nas Abbey Dubbel ou Abbey Tripel ou mesmo nas Quadrupel, conforme a marca e o exemplar. "No entanto, sendo este o meu estilo preferido e dadas as limitações impostas a uma cerveja para que possa utilizar o selo trapista, decidi separá-las para ter um pouco mais de espaço para falar delas", explica Bruno Aquino, do site português e parceiro Cervejas do Mundo. "As ordens trapistas tiveram origem no mosteiro cisterciense de La Trappe, França. A sua influência alargou-se a muitos outros países europeus, tendo posteriormente surgido novos mosteiros que seguiam as restritas regras desta ordem religiosa", acrescenta.

Segundo Aquino, em 1997, 8 abadias trapistas - 6 da Bélgica (Orval, Chimay, Westvleteren, Rochefort, Westmalle e Achel), 1 da Holanda (Koningshoeven) e 1 da Alemanha (Mariawald) - fundaram a ITA (International Trappist Association), para definir as regras e proteger o nome do uso abusivo por parte de outras marcas. Para isso, a associação criou um selo que só pode ser utilizado pelos produtos que seguem os critérios estabelecidos e que sejam elaborados por monges trapistas, sejam queijos, cervejas ou vinhos. Por isso, as marcas mais indicadas para quem quer apreciar uma legítima cerveja trapista são: Orval, Chimay Blue, Westvleteren Abt 12, Westmalle Tripel, Achel 8 Blond e Rochefort Trappistes 10 (foto).

terça-feira, abril 19, 2011

Quando os partidos decidem mudar de nome...

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Cerveja, papo de buteco e quadrinhos de qualidade

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Pra quem curte uma boa arte em quadrinhos e valoriza o trabalho nacional, repassamos aqui o convite do nosso colaborador e amigo Luciano Tasso: "dia 29 de abril, às 19 horas, na Livraria HQMix, que fica na Praça Franklin Rossevelt, 142 - Centro - São Paulo (11) 3259-1528, vai ter o lançamento de uma HQ que eu fiz e uma editora se interessou em publicar (não sei como!). Estarei lá bebendo cerveja e encontrando quem quiser e puder ir. Aquele abraço". O lançamento, "Automatic Kalashnikov 47", ou simplesmente "AK-47" (foto da capa à esquerda), é definido pela Editora Annablume como "uma comédia urbana surreal. Na grande e sufocante cidade, seres bizarros trafegam oprimidos, vivenciando o espetáculo do absurdo. Em algum ponto deste caos, a história de Kramer, um detetive autônomo, torna-se o motivo condutor de uma inteligente narrativa capaz de entrelaçar um caso de tráfico de armas, fanatismo religioso e as impagáveis conversas de boteco, palco de análises políticas e psicológicas necessárias para o fluxo da vida". É por isso que, para os chegados aqui do Futepoca e boêmios do bairro Pinheiros e adjacências, o encontro de possíveis cenários parecidos com um extinto bar da rua Fradique Coutinho e de personagens similares aos que o frequentavam NÃO será mera coincidência...

Uma amostra da arte de Luciano Tasso na HQ "Automatic Kalashnikov 47":

segunda-feira, abril 18, 2011

Lugano para baixinhos

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Depois da aula de Hernanes sobre como não reagir a um chapéu, o Futepoca retoma sua função didática para dizer às crianças: não façam isso que está no vídeo abaixo com seus coleguinhas nas peladas da escola ou da rua. Pode machucar, ainda mais se o adversário não estiver usando tornozeleira...



A cena medonha protagonizada por Lugano contra o ex-cruzeirense Wagner ocorreu no clássico entre Fenerbahçe e Gaziantepspo, pelo campeonato turco. Tido como provável "bomba atômica" prometida pela diretoria são-paulina, o zagueiro fez questão de mostrar seu arsenal bélico. A falta mereceu apenas o cartão amarelo, o que leva a crer que na Turquia o futebol deve ser quase outro esporte.

E alguns torcedores tricolores por aqui comemoraram o feito. Neste fórum, um tópico tem como título: "Imagina ele fazendo isso no Neymar ou no Valdívia. VOLTA LUGANO!!!".

Atacantes, tremei...

Vídeo via @dasslermarques.

Paulista tem finais definidas

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Os 10 jogos da tarde deste domingo definiram a ordem dos classificados para as finais do Campeonato Paulista e os rebaixados. Tudo isso com duas surpresas.


A primeira foi a ultrapassagem do São Paulo sobre o Palmeiras na disputa pelo primeiro lugar do turno. O Palestra, que liderou grande parte do campeonato, botou um mistão em campo e perdeu para a Ponte Preta por 2 a 1, de virada. Assim, bastou ao também mistão do São Paulo empatar com o Oeste em 1 gol para abocanhar a primeira colocação. Benefício mesmo tem pouco: a decisão é na casa do time de melhor campanha e só. Nem vantagem em caso de empate a melhor equipe leva.

Já a outra surpresa, bom, por essa ninguém esperava. A gloriosa Portuguesa de Desportos venceu por 1 a 0 um São Bernardo que lutava contra o rebaixamento e contou com o super-tropeço do São Caetano, derrotado por 2 a 0 pelo desinteressado Linense, que não ia nem cair nem se classificar. Uma conjunção dos deuses para a Lusa, que entrou pela primeira vez no G8, justamente quando importava. Valeu Lusa!

Os rebaixados são São Bernardo, Grêmio Prudente, Noroeste e Santo André. O ABC perde dois de seus três representantes na Série A do Paulistão. Já o Grêmio Prudente, clube sempre em movimento (atrás dos melhores acordos com as prefeituras), teve um destino merecido. Pelo menos foi o que constatei em rápida e inútil pesquisa no Twitter.

Os confrontos das quartas-de-final, que acontecem em jogo único no domingo de Páscoa, ficaram assim:

São Paulo x Portuguesa
Palmeiras x Mirassol
Corinthians x Oeste
Santos x Ponte Preta

Prometo fazer de tudo para levar meu pai ao estádio para ver São Paulo x Portuguesa. Se conseguir, conto aqui como foi.

quinta-feira, abril 14, 2011

Reação a tragédia de Realengo mostra-se exceção

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Uma tragédia ou crime bárbaro de grande repercussão é suscedido por uma onda de conservadorismo. Essa tendência era o que esperava este ébrio autor após tomar contato com as notícias terríveis do massacre na escola municipal do Rio de Janeiro em Realengo, na zona oeste da cidade. Passada uma semana do episódio trágico, o que se sucedeu como repercussão dominante foi o contrário.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sugeriu a proibição da venda de armas e munição no país. E que isso fosse decidido por um plebiscito, com votação de todo o eleitorado brasileiro. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e ministros da Justiça e dos Direitos Humanos, José Eduardo Cardozo e Maria do Rosário, foram atrás.

Quer dizer, não bastasse ter sido uma reação que pode ser considerada ponderada, sensata e não moralista, o instrumento para isso é um de democracia participativa.

E a proposta de realizar um plebiscito sobre o tema esquentou. Diferentemente do referendo de 2005, o formato envolveria uma consulta ao Congresso Nacional antes de vigorar. Quer dizer, o que o povo decidir depende da homologação do Legislativo. Até aí, tudo bem. O mais incrível é que os membros do governo de Dilma Rousseff concordaram harmonicamente até no tom da reação, defendendo a possibilidade de se rediscutir o tema.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, disse que a consulta pode, Arnaldo.

Mas a vitória do "não" na consulta popular de seis anos atrás deveu-se a uma reação dos setores mais conservadores da sociedade. Basta lembrar o nível dos argumentos da revista Veja à época. O governo de então, a começar por Luiz Inácio Lula da Silva, era favorável ao desarmamento. Mais, via a proibição como parte de seu programa para desequipar civis de armas de fogo.

Mas, por quê?
O que aconteceu? A sociedade mudou? Os conservadores estavam ocupados defendendo Jair Bolsonaro (PP-RJ), o deputado federal acusado de reiteradas manifestações de racismo e homofobia? Estavam combatendo o avançodos direitos civis de homossexuais? Não puderam defender prisão perpétua nem pena de morte porque o autor do crime já estava morto? Nem redução da maioridade penal, porque não era um adolescente?

A informação de que autor dos crimes teria relação com a religião muçulmana esboçou uma onda reacionária. Alguns comentários de blogueiros e tuiteiros ligados a evangélicos indicava que a questão poderia crescer. Ainda mais na semana em que a capa da supracitada revista falava da suposta presença da rede terrorista Al Qaeda no Brasil. Mas mesmo isso minguou.

O melhor que os setores conservadores conseguiram fazer com o episódio de Realengo foi apontar falta de segurança nas escolas. E defender a instalação de equipamentos como detectores de metal. Fernando Haddad deu ótimas declarações defendendo que as escolas tinham mais é que ser abertas à comunidade, que isso até ajudava a promover a segurança desse espaço.

Seja por ter tido resposta, seja pela conjuntura, as respostas moralistas não foram majoritárias nem mesmo na mídia convencional que adora um sensacionalismo.

Existencialismo de resultados

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Enquanto isso, nos corredores de uma instituição católica...

– Não dá pra levar essa vida a sério.

– Por quê?

– Ninguém vai sair vivo dela mesmo.

quarta-feira, abril 13, 2011

Palmeiras bate Santo André só com o necessário

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Por 2 a 1 o Palmeiras venceu o Santo André na primeira partida das oitavas de final da Copa do Brasil. Kléber marcou dois gols e conseguiu a façanha de perder dois pênaltis. Tudo num jogo só. Os tentos marcados foram justamente no rebote e no escanteio originado pela espalmada de Neneca, arqueiro do Ramalhão. Pelo feito inusitado de quem aspira a Palermo, o 30 alviverde foi o personagem do jogo.

O episódio mais inusitado da partida foi a bomba de gás lacrimogêo que invadiu (?) o gramado. O equipamento usado para dispersar manifestações por forças policiais não é regulamentado adequadamente pelas secretarias de segurança pública. Como uma arma não letal como essa foi parar no relvado, ninguém explicou. A partida ficou parada por cinco minutos logo que começou o segundo tempo.

A polícia diz que torcedores que tentaram invadir as arquibancadas sem pagar é que teriam atirado o aparato. A aquisição desse tipo de explosivo, porém, é restrito. A fumaceira pode ter sido gás de pimenta, que é de mais fácil acesso, mas vai entender?

O time fez mais ou menos só o necessário para vencer por um gol de diferença e voltar com vantagem para a partida decisiva. Para os traumatizados torcedores de 2004, quando o mesmo Santo André eliminou a equipe esmeraldina nas quartas da competição, o futebol apresentado foi bom por proporcionar a vitória. O Palmeiras pode perder por 1 a 0 ou empatar que l

Valdívia foi bem até ser substituído pelo estreante Wellington Paulista que, aos 27 anos, fez pouco. O meia chileno deu passe, toque de letra, driblou. E nada de sentir a contusão que o afastou por três semanas. A fase continua boa na representação de Palestra Itália. Poderia ter sido melhor, mas a vitória na partida de ida foi boa o bastante.

Deola fez três boas defesas, mas não teve o que fazer diante do levantamento em que o zagueiro Anderson apareceu sozinho para cabecear e marcar o gol andreense. Vacilo pouco comum na sólida defesa de Luiz Felipe Scolari. Se o time fez só o necessário, tampouco precisava tomar esse gol. Mas não precisa ser um problema, é só ganhar a partida de volta.

Dose cavalar

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Por Moriti Neto


Esta vem da Austrália. No dia 4 de abril, na cidade de Jiggi, o fazendeiro Steve Cibborn passou mais de 20 horas tentando salvar um cavalo até que encontrou a fórmula para operar um “milagre”.


O cavalo Diamond Mojo, de seis anos de idade e quase 500 kg, sofria com cólicas e, logo, estaria prostrado. Com receio de que o equino morresse de sede, Steve passou o dia inteiro colocando água na boca dele. Como se a medida não surtisse efeito suficiente para levantar o (quase) morto, o australiano decidiu recorrer a um outro líquido. Segundo declarações dadas pelo fazendeiro ao jornal local Northern Star, "era hora de abrir uma cerveja". "Foi aí que lembrei de um velho remédio. Você dá algo gasoso ao animal, ele arrota e a cólica começa a melhorar. Eu nem pensei se acreditava ou não nisso, mas resolvi tentar", contou.





Fazendeiro e cavalo felizes da vida com o poder regenerativo da cerveja

O fazendeiro descreveu que assim que o líquido começou a descer pela garganta do quadrúpede, ele arrotou e começou a se mover.


Ainda de acordo com o manguaça – antes que se duvide da sobriedade do escriba, refiro-me ao homem, não ao cavalo – ele passou a dar mais e mais cervejas ao bicho e, a cada garrafa, a melhora ficava mais visível. "Foi notável. Ele se levantou e está bem, Mojo é um cavalo especial", ressaltou o pinguço, para depois completar: “eu só parei de dar cerveja para ele, pois, caso contrário, me custaria uma fortuna".


Mais sobre equinos manguaças:


Guimarães Rosa e o cavalo que bebia cerveja

Vale a pena crer de novo?

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Pela data da foto, nota-se que esse assunto não é, digamos, muito recente...


E tem a ver com o vídeo que o Glauco postou aqui - há mais de quatro anos!

Escritor defende desobediência civil para beber na Virada Cultural

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Diante da decisão da prefeitura de São Paulo de proibir a venda de bebida alcóolica em bares, restaurantes e ambulantes durante a Virada Cultural, o jornalista e escritor Xico Sá defende desobediência civil. A decisão anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab (futuramente ex-DEM) na segunda-feira, 11, promete fiscalização intensa após a 1h de sábado, 15.

Foto: Roberto Navarro/Divulgação Alesp
Kassab não quer que ninguém beba na Virada Cultural.

"Fazer o quê, é levar isopor, engradados e cantis de casa", defende Xico Sá, em seu blogue. "O regulamento só fala sobre a venda. Meu fígado é um desobediente civil por natureza. Afinal de contas, da nossa saúde ou da falta dela, cuidamos nós, ninguém mais, meu prezado." E foi além: "Que cada um seja dono do seu fígado, do seu rumo e da sua ideia de festa e existência".

A Virada Cultural reúne atrações musicais e artísticas diversas espalhadas pela cidade – embora tenha os destaques no Centro – em um fim de semana. Em 2010, o fenômeno dos "mijões", provocado por participantes supostamente bêbados que usavam paredes como toalete, foi um dos destaques do evento. Sem investir em mais limpeza nem em mais banheiros químicos Três anos antes, um show dos Racionais MCs terminou em confusão desnecessária.

Foto: Agência Brasil/Wikipedia
Xico Sá acusa o prefeito de ser um "Jânio Quadros sem álcool", em alusão ao presidente brasileiro e prefeito da capital paulista morto em 1992. Jânio teve sua trajetória política marcada por factóides polêmicos e com uma dose de populismo moralista, como a proibição do biquíni nos concursos de miss e de lança perfumes em bailes de carnaval.

Tratando Kassab pela alcunha de "Sr. K.", o escritor acusa o prefeito paulistano de ter feito "o que pode para destruir a noite de SP". Bares, restaurantes, lupanares e outros estabelecimentos de serviço que caracterizavam a boemia de São Paulo tem sido obrigado a fechar as portas e expulsar seus ébrios clientes quando passa da meia-noite.

Coincidência ou não, nas edições da Virada Esportiva – evento análogo voltado a atividades físicas – modalidades dissociadas da noite e do bar, como o xadrez, são tratado como "esportes boêmios".

terça-feira, abril 12, 2011

Editora Abril quer Luciano Huck presidente do Brasil

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Depois de classificar os posicionamentos políticos de Chico Buarque como "molecagem", por apoiar Lula, Dilma Rousseff, Hugo Chávez, Evo Morales e Fidel Castro (entre outros inimigos eternamente demonizados pela mídia tucana), a revista "Alfa Homem" traz agora na capa o que considera o ideal "político" da Editora Abril. O (asqueroso) Luciano Huck aparece de terno, em foto com esmero de marketing eleitoral (reprodução à direita), e, sem meias palavras, a publicação pergunta ao leitor se ele não seria o "salvador da pátria" para "acabar com a pobreza" no país. À primeira vista, parece uma piada inconsequente - tanto quanto o programa que Huck apresenta na TV Globo. Mas é sério isso. Muito sério.

O apresentador de programas televisivos e empresário Luciano Huck, paulistano de origem judaica e muito abastada, é apresentado como o supra sumo de tudo o que a Abril considera "bom", "correto" e "confiável". Um novo "caçador de marajás": jovem, rico, ídolo televisivo e com ações sociais "beneméritas" e assistenciais. A revista "Alfa" lista os "atributos" para você votar nele (o grifo é nosso): "Tem helicóptero, alguns carros importados, está construindo uma mansão de 16 quartos com heliporto no Rio de Janeiro. Vive um casamento feliz, com dois fillhos perfeitos". Não contente, a publicação ameaça e aposta: "Porque, goste ou não de Luciano Huck, ele é uma presença obsessiva na vida nacional — e vai crescer ainda mais. Seus amigos mais próximos já se perguntam por que não o colocar de vez num cargo público".

E os nomes de alguns desses "amigos" do apresentador ajudam a entender o motivo de tanta festa por parte da editora da família Civita (mais um grifo nosso): "Bons contatos na política não faltam. José Serra é amigo da família e o mineiro Aécio Neves se mantém ainda mais próximo". Ou seja, Huck é, para a Editora Abril, um potencial "novo iluminado" entre os "iluminados" tucanos da capital de São Paulo, grupo que representa tudo o que há de mais arrogante, prepotente, preconceituoso, retrógrado, classista e conservador na política nacional. Não por acaso, a reportagem recorre ao empresário Alexandre Accioly, de estreitas relações com Aécio Neves (foto), para dizer que Huck será "o próximo Ronald Reagan" (cruz credo!). Pois é, até o dinheiro de campanha já está garantido...

Um peixe indigesto
Obviamente, fica explícito que "amigos" de Luciano Huck também são os próprios membros da família Civita, proprietária da Editora Abril. Digo explícito porque, antes, de forma implícita (mas nada discreta), a editora já havia "socorrido" o apresentador em uma recente "saia justa". Em dezembro de 2010, Huck comprou uma parte (especula-se que 5%) do site de compras coletivas Peixe Urbano. De imediato, usou o Twitter para impulsionar e tentar um novo recorde de venda de cupons de desconto do site. E a (mórbida) oportunidade viria no mês seguinte, quando milhares de pessoas morreram em deslizamentos provocados pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro. Huck tuitou: "Quer ajudar, e muito, as vítimas da serra carioca [sic]. Via @PeixeUrbano, vc compra um cupom e a doação esta feita".

Acontece que a exploração da tragédia foi denunciada por Luís Nassif em seu blogue: "A compra dos cupons, segundo o site, reverterá em benefício de duas ONGs que estão ajudando as vítimas das enchentes. Parece bonito, mas não é. Primeiro, é necessário ir ao site do negócio de Luciano. Depois, é preciso se cadastrar no site. E então comprar um ou mais cupons de R$10,00. Ganha Luciano porque divulga o seu negócio (mais de 7.000 RTs até agora), cadastra milhares de novos usuários em todo o Brasil, familiariza esses usuários com os procedimentos do site, incentiva o retorno e aumenta absurdamente o número de cupons vendidos – alavancando o Peixe Urbano comercial, financeira e mercadologicamente. Além do ganho de imagem por estar fazendo um serviço público (li vários elogios nos RTs)". A "esperteza" repercutiu forte na internet e a imagem de Luciano Huck ficou bem arranhada.

Por isso, a Editora Abril não tardou em "salvá-lo". Com a sutileza de um elefante numa loja de cristais, lançou uma edição da Veja (aaarrghh...), no final de janeiro, com Huck e sua esposa Angélica na capa, sob a angelical manchete: "A reinvenção do bom-mocismo" (reprodução à direita). Isso, como bem observou o blogue "Somos andando", na mesma semana que uma revolução podia "mudar a cara do mundo islâmico" (assunto que a capa da revista deixou para terceiro plano). Agora, a "Alfa Homem" completa o serviço: "'Hoje, aos 39 anos, acho que estou cumprindo esse papel na televisão', diz Luciano, depois de pensar um pouco. Mas seria presidente do Brasil? 'Agora, não. Daqui a dez anos, talvez eu tenha mudado a resposta'".

Em dez anos, se outros (poderosos) meios de comunicação, além da Globo e da Abril, outras (poderosas) forças políticas, como Aécio e Serra, e econômicas, como Accioly, continuarem construindo e massificando a imagem desse playboyzinho yuppie e ganancioso como "salvador da Pátria", poderemos ter um grande problema e, na pior das hipóteses, retroagir nossa política aos tempos do não menos playboyzinho-yuppie-ganancioso Fernando Collor de Mello. Duvidam?

Com o grupo mais reacionário entre a (hiper) reacionária elite brasileira, não se brinca. Quando essa cobra põe a cabeça pra fora, é difícil matá-la à pauladas (não é mesmo, Leonel Brizola?). Por isso, volto a afirmar: isso é sério. Muito sério.

Cosmonauta russo só topou orbitar com salsichão e vodca

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Ao se completar 50 anos da primeira viagem tripulada com regresso bem sucedido ao redor da Terra, o departamento russo para assuntos espaciais está em festa. Iuri Gagárin viajou em 1961 a bordo da Volstok, deu uma volta mais do que Olímpica no planeta, e voltou para contar história.

Até aí tudo bem. ocorre que o chefe dos arquivos secretos do Kremlin, Aleksandr Stepanov, decidiu divulgar documentos secretos sobre o piloto e cosmonauta, morto em 1968. Especulava-se que ele teria sido morto por alguma conspiração proveniente da insatisfação da parte de Leonid Brezhnev ou outro burocrata comunista da época.

Foto: sydsvenskan.se/Wikipedia
Os documentos mostram que foi um acidente em uma manobra de um caça a responsável pela morte de Gagárin sete anos depois do feito histórico. além de não ter tramas políticas obscuras, tampouco houve questões etílicas envolvidas na morte. Outra linha de boatos desmentida dizia que traços de álcool terriam sido encontrados no sangue do moço.

Positivamente associado ao mé, esta paixão russa, está outro detalhe revelado agora, 50 anos depois da viagem. Gagárin era meio destemido, mas como todo mundo que tem, tinha medo. Em meio às 700 páginas confidenciais reveladas, constam diálogos entrre o piloto e Sergei Korolev, cabeça do programa espacial soviético.

Para ficar dentro dessa bolinha, só com estoque de coragem

Nervoso e sabendo dos riscos de embarcar numa viagem na qual outras pessoas e cachorrinhos diversos haviam morrido, ele estavs tenso. Mas pouco antes de embarcar, ele percebeu que nem tudo estava perdido:

– O importante é que temos salsichão para acompanhar a vodca.

O relato está aqui.

Note-se que a necessidade primeira, aquela que demanda acompanhamento, era o goró, e não o embutido de carne suína rico em proteína e gordura.

Unanimidade
Ao completar cinco décadas do 12 de abril de 1961, há um dado curioso colocado sobre Gagárin. Ocorre que se trata de uma das poucas unanimidades entre heróis russos do período comunista, destaca, por exemplo o El País. diferentemente dos comunistas, Gagárin conseguiu um feito sem pisar na bola depois, sem aquele capítulo que suja a biografia.

domingo, abril 10, 2011

Americana 0 X 0 Santos - Muricy respeita "DNA ofensivo", mas não sai do zero

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 “Aliás, se Muricy Ramalho ou Felipão voltarem ao mercado em breve, será que eles seriam sondados ainda que não tenham muito DNA ofensivo?”

Fazia essa pergunta num post de 6 de março, por conta da justificativa dada pelo presidente santista por conta da demissão de Adílson Batista. Obviamente, o bom senso falou mais alto que qualquer “DNA”. Não foi preciso terapia genética para que o melhor técnico sem clube no mercado fosse contratado pelo Santos, estreando hoje, no empate em zero a zero contra o Americana.

Como bem lembrou o Marcão, o elenco que o Santos tem permite – ou quase obriga - ao treinador, que ficou famoso por montar defesas sólidas no São Paulo, montar um esquema tático diferente dos que fizeram sua fama, e que respeite as características dos atletas. Afinal, foi assim que ele se portou no Fluminense, onde usou o 3-5-2 e o 4-5-1, mas também o 4-4-2 e o 4-3-3. Não à toa: as inúmeras contusões dos atletas do Tricolor do Rio forçaram as mudanças e, mesmo assim, Muricy foi campeão brasileiro.

Foi com essa perspectiva ofensiva que o treinador peixeiro estreou contra o Americana fora de casa, poupando os titulares que enfrentarão o Cerro Porteño no próximo dia 14 e utilizando os três que não irão ao Paraguai: Neymar, Elano e Zé Eduardo. Maikon Leite jogou (sic) como titular e o Santos iniciou com três atacantes. O aguaceiro permitiu pouco futebol, mas o time criou algumas chances, nada para se emocionar.


Como ressaltou o técnico, o problema santista é menos a disposição tática, mas o que os jogadores fazem quando não estão com a bola. Traduzindo, os meias e atacantes têm que marcar e ocupar espaços para sufocar o adversário e evitar os contragolpes. Nenhuma novidade, é a consciência tática que os atletas do ofensivo time campeão brasileiro de 2002 ou que a equipe do primeiro semestre de 2010 tinha e que parece ter perdido. Mas ficou evidente também que não foi nessa primeira partida que tal consciência emergiu.



O resultado poderia até ter sido pior, já que o Americana teve um gol anulado perto do final da partida. A dúvida é se foi o atleta da equipe do interior ou o lateral Alex Sandro que deu a assistência para o jogador em impedimento. Em função da situação da tabela e do esdrúxulo regulamento do Paulista, a derrota não faria muita diferença para o Santos, mas um resultado melhor manteria as chances do Americana de entrar no G-8. Para o comandante, seria uma outra estreia com derrota. No Fluminense, iniciou perdendo para o Grêmio.

Mesmo com a disposição ofensiva, o 0 a 0 foi a terceira peleja do ano em que o Alvinegro não marcou gols. E também resultou na perda da condição de melhor ataque da competição, posição que ostentava desde o início. Com 38 gols, o São Paulo, ex-time de Muricy, agora tem um tento a mais que o Santos. Algo que certamente será desconsiderado pela torcida peixeira, ainda mais se o Santos vencer o Cerro Porteño, por meio a zero que seja, pois dificilmente algum santista vai lembrar de DNA na quinta-feira.

sábado, abril 09, 2011

Adriano se anima com 'reforço' no Corinthians

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Criação: Kibe Loco.

Noel Rosa, cerveja e conhaque

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Olha, isso aqui não é divulgação de assessoria de imprensa, não. É só uma recomendação de bom programa em São Paulo. Ontem à noite fui ver "Noel Rosa, o Poeta da Vila e seus Amores" (foto), no teatro do Espaço Parlapatões, ali na Praça Roosevelt, centrão. Imperdível. Com texto do genial (e falecido) Plínio Marcos, o espetáculo narra a história do boêmio compositor no clima dos botequins cariocas. E bota clima nisso: no palco há umas quatro mesas onde os espectadores podem se acomodar, se preferirem. E rola bebida de verdade! Mesmo com a peça rolando, os artistas passam vendendo latas de cerveja (Brahma) e distribuem copinhos de conhaque (Domecq) de graça!

O melhor é que tem som ao vivo, com músicos da melhor qualidade, durante toda a peça. Os atores cantam e dançam aquelas músicas maravilhosas de Noel (que se apresenta embriagado e fumando sem parar). Destaque para a polêmica entre o compositor e o sambista Wilson Batista, com execução das músicas de um e a resposta de outro. Um banho de cultura. Quem tiver interesse, a peça fica no Parlapatões (Praça Roosevelt nº 158) até 29 de abril, de quinta e sexta, às 21 horas. O preço é de R$ 30 na quinta e R$ 40 na sexta. Bom passeio! E saúde!

Com ovos, é perfeitamente possível fazer omelete

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Fiquei no aguardo dos santistas comentarem alguma coisa sobre a contratação do Muricy Ramalho mas, achando muito curiosa a reação da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...), resolvi me adiantar. O que mais tenho lido e ouvido, desde quando a ida de Muricy pra Vila Belmiro era só especulação até sua oficialização no cargo, é que o treinador é retranqueiro, joga feio e não vai dar certo com o time rápido, habilidoso e de muitos gols como é o Santos, desde o primeiro semestre de 2010. Os palpiteiros insistem que ele arrumará a defesa mas prejudicará o ataque, vai mandar os atacantes voltarem toda hora e blá, blá, blá.

Não concordo. Muricy usa o que tem, não tinha como ele fazer milagres com um São Paulo de Aloísio, Alex Dias, Souza, Joílson, Jadílson. Vai daí, acertou a defesa e mandou chuveirar bola na área dos adversários ou cavar faltas ou escanteios que resultassem em gols. No Palmeiras, a mesma coisa. Tinha algum craque naquele time? Uma linha de ataque veloz e habilidosa? No Fluminense, ele tinha o Conca. E só. O resto não se comparava nem de longe aos meninos da Vila. Por isso, agora, Muricy terá a chance de provar que, com excelentes jogadores, dá pra ganhar e jogar bonito.

Ou não. Mas é melhor aguardar pra ver do que condenar o homem logo de cara, não acham? Pra mim, se o Santos passar dessa fase na Libertadores, levanta o caneco. Aposto meia dúzia de Heineken no buteco a escolher. Alguém topa?

sexta-feira, abril 08, 2011

Tipos de Cerveja 64 - As Stout

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Muitas Stouts não se encaixam na definição clássica deste estilo, representada basicamente pelas Irish Stouts e pela mundialmente famosa Guinness. A diferença poderá estar na cor, quantidade de lúpulo ou malte. No entanto, tais alterações não são suficientes para que essas cervejas sejam englobadas nas Dry ou nas Imperial Stouts. São, na sua essência, simples Stouts. De cor castanho-escuro a preto, sabor amargo de café, chocolate ou cereais torrados e álcool entre 4% e 7%. "De corpo não muito complexo, são um excelente substituto para aqueles dias em que não quer beber a tradicional imperial (stout)", sugere Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Ele recomenda a Freeminer Deep Shaft Stout (foto), a Titanic Stout ou a Super Bock Stout.

quinta-feira, abril 07, 2011

Cenas da Arena Barueri

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Por Moriti Neto


Se não foi um show de técnica e habilidade, a partida de ontem entre São Paulo e Santa Cruz, pela Copa do Brasil, na Arena Barueri, foi rica em elementos dramáticos. O Tricolor Paulista só eliminou o valente time pernambucano depois de muita correria e já no fim da segunda etapa.

O São Paulo começou bem. Como era de se esperar, tomou o controle do jogo, apostando na movimentação de Dagoberto, Fernandinho e Lucas. Os três deslocavam-se constantemente e buscavam aproximação para tabelas rápidas, o que incomodava a defesa do Santa.

Contudo, não foram a velocidade e o toque de bola que abriram o placar, inaugurado quando Dagoberto, aos 8 minutos, bateu falta e o zagueiro Rhodolfo, bem colocado, desviou de cabeça, colocando longe do alcance do bom goleiro Tiago Cardoso.

Pouco tempo depois, Fernandinho levou uma pancada na perna direita e a equipe perdeu as saídas ofensivas pela esquerda. Marlos entrou. E, claro, o índice de produtividade do ataque caiu. Atabalhoado, o jogador erra quase tudo que tenta, porque tenta sempre o mais difícil. Fora isso, ainda atrapalhou Lucas, pois passou a atuar pelo mesmo lado que o camisa 7, que acabou por mudar de posicionamento.

Assim, o time passou a ter problemas para ligar meio e ataque, forçava os chutões e abusava dos passes errados. Porém, o zagueiro pernambucano André Oliveira, autor da falta que originou o tento são-paulino, fez pênalti infantil ao esticar o braço para derrubar Dagoberto e foi corretamente expulso, pois já tinha amarelo.



Era a chance de ir para o intervalo mais tranqüilo. Rogério Ceni cobrou a penalidade, mas inventou de bater “a Djalminha”, diversamente do que está acostumado, e o arqueiro rival teve condições de praticar a intervenção. Para mim, o goleiro/artilheiro/capitão/mito foi arrogante ao tentar, num momento decisivo, um artifício que não lhe é comum.

O segundo tempo começou e, o já antes recuado Santa Cruz, com um a menos, montou um ferrolho. Até o bom atacante Gilberto pouco passava do meio de campo. O São Paulo era detentor quase absoluto da posse de bola, mas a efetividade era mínima (não esqueçamos, Marlos estava em campo). Quando Carpegiani viu o problema, substituiu Casemiro por Ilsinho e Alex Silva por William José, coisa que deveria ter feito na volta dos vestiários. Considerando que o adversário estava com 10 atletas e se daria por satisfeito com a ida aos pênaltis, não havia necessidade de subir para a etapa final com três zagueiros e dois volantes.

Como era óbvio, Ilsinho passou a ser opção pela direita, procurando abrir o jogo, e William começou a puxar marcadores para fora da área pernambucana. Dessa forma, os dois conseguiram uma tabelinha em belo passe do atacante, finalizado com um disparo do ala/meia para as redes e selaram o 2 x 0 que garantiu a classificação.

A partir dali, iniciou-se a série chiliques. Renatinho, do Santa Cruz, numa jogada que não levava perigo, deu uma pancada em Ilsinho e foi expulso. Everton Sena, competente carrapato de Lucas nos dois jogos, tomou o vermelho. Só que o camisa 7 são-paulino também foi para o chuveiro. No momento, parecia não ter feito nada que justificasse a expulsão, mas a cena que protagonizou ao sair de campo, chorando pela exclusão que achou injusta, foi de lascar. A verdade é que os dois jogadores passaram a partida se provocando e trocando empurrões e, ao que tudo indica, o árbitro se encheu.

Agora vem o Goiás, que eliminou a Ponte Preta. O São Paulo tem muito a melhorar para enfrentar adversários de melhor nível que o Santa Cruz. Provavelmente, contará com Luis Fabiano, mas não terá o quase imprescindível Lucas que, aliás, para continuar com esse status, deve se adaptar a marcações cerradas de jogadores e árbitros, já que se tornou uma grande atração.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Santos 3 X 2 Colo Colo - vitória mascarada

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O Santos entrou em campo contra o Colo Colo ontem, na Vila, com a faca no pescoço: ou vencia ou dava adeus à chance de passar da fase de grupos da Libertadores. No estádio, mas não ainda no banco, o novo treinador peixeiro Muricy Ramalho assistiu uma equipe que pressionou o rival o tempo todo em sua intermediária, conseguindo abrir um confortável 3 a 0 antes dos 10 minutos do segundo tempo. Mas a partir do terceiro gol...

Já havia dito aqui que Elano poderia ser decisivo para a equipe em um quesito no qual o time não era forte mesmo no auge de 2010, as bolas paradas. Na seleção, foi assim, e no Santos ele já vinha fazendo e dando gols em cobranças de falta e escanteio. Então, por que cargas d'água Martelotte colocou Ganso como cobrador de escanteios? Ontem, entre os 25 e os 30 do primeiro tempo, o dez santista cobrou três deles, todos na cabeça do adversário. Quando chegou perto da bola insinuando cobrar uma falta na meia direta, minha (im)paciência de torcedor fez com que falasse para a TV: "Deixa o Elano cobrar!". Ele deixou e o Santos fez 1 a 0, resultado que o Alvinegro já merecia pelo jogo que impunha.



Na sequência, Zé Eduardo fez uma boa jogada e o lateral-volante Danilo, que fez uma de suas melhores partidas no ano ontem, apareceu de surpresa à frente e fez o segundo. O fim da primeira etapa e início da segunda sugeriam uma vitória tranquila, mas Neymar, ao comemorar o terceiro gol - um gol de placa, aliás -, colocou uma máscara com seu próprio rosto, distribuída na Vila. Tomou o segundo amarelo e foi expulso de campo.

A máscara

Reprodução
Naquele momento e depois do jogo foram inúmeras as manifestações sobre a "infantilidade" do atleta, "molecagem", "meninice", "burrice" etc e tal. Mas posso assegurar que a maioria dos "críticos" desconhecia a norma da Fifa, instituída em 2007, que recomenda cartão amarelo a quem usa máscara em comemorações. Eu, por exemplo, não sabia, e quem deu o toque de que o comentarista Maurício Noriega tinha apontado a dita cuja DEPOIS do jogo foi a Lu Castro pelo Twitter.

Claro que o jogador tem que saber detalhes da regra (ou das orientações, nesse caso) que são desconhecidos pelo público. Para isso existem (existem?) palestras em que são informados por ex-árbitros sobre o que podem e não podem fazer em campo. Ao que parece, aliás, Neymar pegou a máscara no banco. A comissão técnica não sabia da norma? Os companheiros também não? Por que descarregar a bile no rapaz como se ele tivesse cometido um pecado mortal?

A recomendação da Fifa, aliás, já foi desrespeitada em outras ocasiões. No jogo entre Sport e Portuguesa em 2010, na Ilha do Retiro, Fabricio, do time pernambucano, marcou e comemorou usando uma máscara do Homem-Aranha. Os torcedores dos dois time que corrijam, mas não consta na ficha técnica que o atleta tenha tomado cartão amarelo de Héber Roberto Lopes por isso. Na Itália, um caso bem pior: Materazzi (aquele) comemorou a vitória do seu time da mesma forma e também fez uma manifestação política (coibida pelas normas da Fifa) e pra lá de provocativa ao usar uma máscara de Berlusconi no dérbi com o Milan em 2010. Só recebeu uma advertência equivalente ao amarelo nos tribunais desportivos, não no campo.

Mas o fato é que o time já estava pilhado e, quando poderia ter relaxado um pouco por conta do placar, perdeu a cabeça. Não vi motivo para a expulsão de Zé Eduardo ou do zagueiro Scotti, mas o perdido árbitro viu. Depois, expulsou Elano, que estava no banco de reservas, por ter atirado uma toalha sabe-se lá em quem. O cidadão do apito ainda coroaria sua atuação expulsando Jorquera nos acréscimos. O time chileno fez dois gols, mas não teve forças para empatar.

Desfalcado de Elano, Neymar e Zé Eduardo, o Santos de Muricy vai ter que superar o Cerro Porteño, em Assunção, para evitar o jogo de comadres dos rivais na última rodada. Difícil, mas longe de ser impossível. A equipe recuperou parte da confiança, mas mostrou que entra muito na catimba dos rivais. O novo comandante santista vai ter que fazer um intensivão psicológico no elenco e o ainda apagado Ganso terá que assumir a condição de chefe da companhia no Paraguai. Mais emoções virão...