A semana teve duas definições de finalistas em competições diferentes. Na quarta-feira, 20, o Corinthians, ao empatar em 1 a 1 com o Santos, classificou-se para a última eliminatória da Copa Libertadores da América pela primeira vez nos 102 anos de existência. Quinta-feira, 21, o Palmeiras conseguiu também uma igualdade com o Grêmio em um gol se segue na Copa do Brasil.
Além de paulistas, as semelhanças seguem. Se o Timão está em condição inédita, tanto de conquistar a competição continental, como de simplesmente disputar a final, o Palmeiras está desacostumado. Desde 2008 a equipe não chega à última etapa de um campeonato eliminatório. Desde 2009 não disputa títulos com time competitivo. A última conquista relevante foi a Libertadores da América de 1999. Depois, um estadual.
A coisa melhora ao se analisar os adversários. O Coritiba repete o feito de 2011, quando havia desembarcado na final, contra o Vasco. Terminou derrotado, mas chegar a duas finais de campeonato em duas temporadas consecutivas é um feito de respeito e mostra méritos. Depois de vencer o São Paulo, a equipe da capital paranaense assegurou uma presença de pelo menos um alviverde na Libertadores do ano que vem.
O Boca Juniors, por sua vez, é habitué de disputas decisivas de Libertadores. Depois de bater o Universidad de Chile, os auriazuis acumulam seis canecos do continental. Em quatro dessas ocasiões -- 1977, 2000, 2003 e 2007 -- contra brasileiors -- Cruzeiro, Palmeiras, Santos e Grêmio, respectivamente. Apenas em 1963 um brasileiro bateu a equipe argentina (foi o Santos o responsável pelo feito). Depois, só em 2008 é que o Fluminense, em semifinal, conseguiu livrar-se do tabu.
A comparação entre a condição de Corinthians e Palmeiras termina por aí. Enquanto o time de Tite chega com a esperança difusa entre os 12 jogadores (incluindo a torcida), principalmente Ralf e Paulinho, aliada à compactação do esquema tático, os palmeirenses sonham com um segundo raio no mesmo lugar, com a capacidade de manter um ferrolho contra o Coritiba e achar um gol em algum momento.
Se, há três meses, alguém me dissesse que eu lamentaria a ausência de Luan em um jogo, receberia como resposta alguma manifestação de ceticismo sarcástico. No entanto, a contusão sofrida no empate deste domingo, 17, diante do Vasco, faz com o que o falso ponta, falso meia, falso volante desfalque o Palmeiras na segunda partida da semifinal Copa do Brasil, contra o Grêmio. É notícia ruim para o Alviverde.
Só não é pior do que os ignóbeis dois pontos acumulados em cinco partidas do Brasileirão, incluindo três com mando de jogo. Mesmo sendo diante do time que lidera a competição de modo invicto, a retranca segue como único recurso. E ficam poucas esperanças de uma campanha com prumo mais animador.
Henrique voltou a atuar como volante, Mazinho fez gol novamente depois de ser levado a campo. E, de novo, nada de somar três pontos no Brasileiro. Vai ver andam faltando uns gols de Marcos Assunção...
Depois de o Palmeiras sair na frente na Arena Barueri aos 10 do segundo tempo, cedeu o empate aos 37, em cobrança de falta de Juninho. O toque de mão de Henrique que originou a falta foi questionável, já que não há sinal de intenção no gestual do zagueiro-volante. Mas como faltou futebol para vencer, isso é só um detalhe do jogo.
A zona do rebaixamento incomoda e preocupa. Espero que não dure a ponto de tirar o sono. Até porque estar na semifinal da Copa do Brasil garante nada.
Em um dia 17 de junho como hoje o Brasil defendia seu
primeiro título mundial de futebol, conquistado quatro anos antes na Suécia. A base titular daquela seleção
era praticamente a mesma de 1958, inicialmente, apenas com
duas mudanças: os zagueiros, Mauro e Zózimo,
no lugar de Bellini e Orlando. Nílton Santos, mesmo com 37 anos e já
atuando como zagueiro pelo Botafogo por conta da idade, foi escalado
como titular, barrando Rildo, do Santos, que fazia parte da primeira
lista de 41 convocados mas acabou cortado. Já Coutinho, que vinha
jogando no time de Aymoré Moreira, foi para a reserva e cedeu lugar
para Vavá no Mundial, pois o treinador privilegiou a experiência
dos campeões de 58.
Dos 22 atletas que
foram ao Chile, sete eram do Santos, cinco do Botafogo, três do
Palmeiras, três do Fluminense e dois do São Paulo. Ainda havia
Zózimo, do Bangu, e o jovem Jair da Costa, da Portuguesa. O grupo da
seleção no torneio contava com México, Tchecoslováquia e Espanha.
A estreia foi contra os mexicanos e o Brasil venceu por 2 a 0, mas
não jogou um futebol convincente. Pelé fez o cruzamento para
Zagallo marcar o primeiro gol da partida, que só surgiu aos 11 do
segundo tempo e o próprio Dez marcou o segundo, depois de driblar
dois adversários, aos 28.
Mas se a desconfiança
pairava sobre a seleção, que muitos viam como uma equipe
envelhecida, a situação ficaria ainda pior na segunda partida. O
jogo entre Brasil e Tchecoslováquia terminou em zero a zero, mas a notícia ruim foi a contusão de Pelé, que, aos 27 minutos, depois de
finalizar de fora da área, sentiu a virilha esquerda. Sem condições
de atuar, ficou em campo até o final, já que não eram permitidas
substituições. No dia seguinte, o diagnóstico de distensão no
músculo adutor da coxa esquerda confirmava os temores do time e da
torcida: Pelé estava fora da Copa.
Na partida que fechou a
primeira fase, o Brasil precisava somente do empate para ir às
quartas de final do Mundial, mas a Espanha era um time forte, que
tinha praticamente o ataque do Real Madrid campeão europeu. E
contava com um expediente que depois seria proibido: a naturalização
de atletas, mesmo daqueles que já tinham disputado jogos por outras
seleções. Assim, a Fúria vinha com o húngaro Puskas e o argentino
Di Stefano, que chegou ao Chile contundido, além do uruguaio
Santamaría e o paraguaio Martínez. Após a Copa, a Fifa proibiu a
“naturalização por atacado”, que estava virando moda, como
mostrava a seleção da Itália, que também tinha os seus: os
brasileiros Sormani e Altafini e os argentinos Sívori e Maschio
O time inteiro jogava
mal e a Espanha chegou ao gol aos 35, com Adelardo. Tudo poderia
ter sido ainda pior se não fossem dois grandes erros da arbitragem. O
primeiro, em um lance que já se tornou lenda, no qual Nílton Santos
derrubou Collar na área mas, espertamente, deu um passo à frente,
ludibriando o árbitro chileno Sergio Bustamante. Na sequência, após
a cobrança de falta de Puskas, Peiró marcou de bicicleta, mas o gol
foi anulado por Bustamante ter entendido o lance como “jogada
perigosa”, ainda que Peiró estivesse a mais de um metro de Zózimo.
O vídeo abaixo mostra dos dois lances. Amarildo e Garrincha
marcariam a virada brasileira.
E Garrincha apareceu
Vieram as quartas de final
foram contra a Inglaterra e, finalmente, brilhou a estrela de
Garrincha. O ponta havia sido muito criticado pelo seu desempenho na
primeira fase e, sem Pelé, o Brasil apostava no talento do craque
das pernas tortas. Ele marcou o primeiro tento da partida, de cabeça,
mas os ingleses empataram oito minutos depois, com Hitchens. A
igualdade persistiu até os 8 do segundo tempo, quando Vavá escorou
após rebote do goleiro Springett em cobrança de Garrincha. O ponta
faria ainda o terceiro, em chute de fora da área. Naquele dia,
Garrincha só seria driblado por um cachorro que entrou em campo
paralisando a peleja. Outro cão provocou uma segunda paralisação e
sumiu debaixo das arquibancadas.
A semifinal seria
contra os donos da casa e a seleção tentou se precaver contra
qualquer imprevisto. Tanto que a refeições do dia da semifinal
foram providenciadas pela própria comissão técnica brasileira, que
tinha medo de algum “problema” com a comida servida aos jogadores
no hotel. Na partida, o infernal Garrincha assegurou a vantagem logo
aos 9, com um chute de fora da área que foi parar no ângulo
esquerdo de Escuti. Ele marcaria novamente aos 31, de cabeça, com o
Chile descontando em cobrança de falta aos 41 ainda do primeiro
tempo.
Logo no início da
segunda etapa, Vavá não deixou os anfitriões se animarem, e marcou
após escanteio. Leonel Sanchez descontou de pênalti e Vavá
fez o quarto, aos 33. Depois do último gol, o jogo sairia do
controle do árbitro peruano Arturo Yamazaki. Landa foi expulso após
falta dura em Zito e Garrincha, caçado durante todo o tempo, revidou
em cima de Rojas, agredindo o chileno. O juiz não viu o lance, mas
foi cercado pelos chilenos, que apelaram para o testemunho do
auxiliar uruguaio Esteban Marino, que confirmou a agressão. Como não
havia suspensão automática, ficava a dúvida: Garrincha poderia
jogar a final pelo Brasil?
E daí surge mais um
episódio “estranho” a favor dos brasileiros. Em sessão
extraordinária do Tribunal da Fifa, o árbitro disse não ter visto
a agressão, mas que o uruguaio Marino havia confirmado que ela tinha
existido. Convocado para depor, Marino não compareceu, pois já teria
deixado o Chile àquela altura. Sem o depoimento, Garrincha foi
liberado para atuar contra a Tchecoslováquia. À época, dizia-se
que a CBD teria pago a viagem de Marino, que estaria no Brasil.
Um mês após a Copa, o uruguaio foi contratado pela Federação
Paulista de Futebol.
No dia da final,
Garrincha amanheceu com febre e não teve a destacada atuação dos
dois jogos anteriores. Os tchecos aproveitaram e abriram o placar aos
15. Mas somente dois minutos depois do gol de Masopust, Amarildo
empatou, em um lance no qual o arqueiro Schroif fez um fatídico golpe de
vista.
Na etapa final, a
seleção veio melhor, mas poderia ter encontrado mais problemas se o
árbitro Nikolai Latchev tivesse marcado pênalti quando Djalma
Santos tocou a bola com o braço dentro da área, em cruzamento de
Jelinek. Como o juizão interpretou “bola na mão”,
o jogo seguiu e, aos 24, Amarildo fez grande jogada pela esquerda e
cruzou para Zito, que marcou. Algo raro, já que, por ser volante, o santista costumava chegar pouco à área e na sua trajetória com a camisa do Brasil foram apenas três gols. Um deles, este, que pode ser considerado o do título.
Após nova falha, mais grotesca, de Schroif, Vavá fez
o terceiro aos 33 e selou a vitória brasileira. O país que tinha
complexo de vira-latas no futebol antes do Mundial de 58, vencia pela
segunda vez a Copa do Mundo. E como perguntar não ofende, será que algum jogador, desses que costumam imitar João Sorrisão e quetais, na rodada do Brasileirão de hoje vai lembrar de homenagear os grandes de 1962?
Boa parte das
informações contidas neste post estão no ótimo livro de Lycio
Vellozo Ribas, O
mundo das Copas. Mais que recomendável.
Foi divertido assistir a dois jogos simultaneamente, como pedem datas em que coincidem semifinais de duas competições de relevância distinta. Sorte que manteve-se a regra de a Globo exibir um jogo, da Libertadores da América, enquanto a Band exibia o da Copa do Brasil.
Enquanto o Corinthians tratava de surpreender o Santos na Vila Belmiro com um golaço, achado por Emerson Sheik, o Palmeiras conseguiu, em cinco minutos finais, fazer mais do que nos 270 de atuação anteriores.
Quem fez menos do que esperavam santistas e claque de admiradores foi Neymar. É o primeiro apagão da minha contagem. A queda da iluminação na Vila Belmiro, o segundo, bem menos determinante para o andamento da partida -- embora tenha esfriado ainda mais o ímpeto da equipe da casa.
O terceiro apagão mencionado no título foi do Grêmio. Por conta dessas questões paralelas que a turma costuma chamar de "trabalho", foi a primeira partida do tricolor gaúcho que pude assistir no ano, de modo que fica difícil ter referência para saber se o futebol que a trupe de Vanderlei Luxemburgo já fez mais do que o exibido na noite de quarta-feira, 13, no Olímpico.
O esquema com três zagueiros implantado por Luis Felipe Scolari pode ter desempenhado papel relevante nessa, digamos, "neutralização". Mas é muito cedo para considerar que essa solução retranqueira é a melhor -- atualmente, em se tratando de Palmeiras, se houver "solução", ela estará mais para "única" do que para "melhor".
O fato é que foi bem impressionante o time gremista desaparecer nos minutos finais de partida. Foi quando Mazinho conseguiu fazer o primeiro gol do Palmeiras, em um chute em que o meia mal olhou para o goleiro adversário: só chutou e conseguiu pôr a bola por entre as pernas do arqueiro. Fez as vezes de talismã, depois de introduzido no jogo na vaga de Daniel Carvalho aos 39 do segundo tempo,
numa típica manobra de consumir uns minutinhos na reta final da partida e
acalmar a cadência dos movimentos.
No finzinho, Barcos marcou o segundo, em cruzamento de Junhinho, a quinta jogada de linha de fundo do lateral; a primeira a terminar com um cruzamento feliz e certeiro. Durante o jogo, as duas bolas atiradas em direção à meta do goleiro Víctor foram as que entraram. As outras chances de algum perigo foram para fora. Por isso o apagão do Grêmio é relevante.
Se haverá repetição ou inversão dessa escuridão toda nas partidas de volta, só será possível saber na quarta-feira, 20. Até lá, o melhor é comemorar enquanto há motivos verdes para isso.
Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal, ainda depõe na CPMI do Cachoeira, em Brasília, nesta quarta-feira, 13. Na véspera, seu colega de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fez o mesmo. Embora tenham adotado estratégias parecidas, de negar fazer parte do esquema montado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, eles não tiveram como negar algum tipo de relação com o bicheiro, contraventor, empresário de jogos, empresário do ramo farmacêutico, membro da alta sociedade goiana, bon vivant, amigo a quem parabenizar pelo aniversário etc.
O dado é que Perillo inaugurou um bordão diferente para definir os elos entre ele e o pivô do escãndalo. Em CPIs anteriores, a regra era clara - e o bordão, também: "Não tenho qualquer relação com o sr. XXX". No lugar de "XXX", inclua-se o nome do "supervilão" da investigação da vez. Houve crise com vários epicentros, em que as relações a serem negadas eram com várias pessoas - Marcos Valério, Delúbio Soares, Silvinho Pereira, no Mensalão; Durval Barbosa, no Mensalão do DEM; João Alves e os anões do orçamento; PC Farias no esquema que terminou em impeachment de Fernando Collor de Mello etc.
Agora, Perillo foi enfático e reiterativo: "Não tenho qualquer relação de proximidade com o seu Carlos Augusto Ramos" ou "com o sr. Cachoeira". Qual o limite da proximidade cabe a cada qual definir.
Frequentava o prédio onde mora o moço, telefonou para desejar feliz aniversário, nomeou como secretário de Segurança Pública um amigão
Para Agnelo, que admitiu um encontro único, tampouco rolou negar vínculos. Ainda tentou recuperar o bordão com um "Não tenho absolutamente nada com o senhor Cachoeira".
Ontem, fora de casa, o Galo ganhou do Palmeiras por 1 a 0. Vale a comemoração pela vitória, a terceira em quatro jogos no inicio do Brasileirão e a liderança momentânea. O enredo ainda tem a estreia de Ronaldinho, as boas jogadas de Jô, a correria de Bernard, a grande atuação de Réver na zaga, as duas bolas na trave de Marcos Assunção e uma péssima atuação (para não dizer outra coisa) do árbitro Márcio Chagas da Silva.
Foi necessário balançar a rede três vezes para que valesse um gol. E um jogo que deveria ter se tornado fácil no segundo tempo pela vantagem adquirida, tornou-se teste para cardíaco até o último minuto. Porque além de anular gols legítimos, o juizinho ainda inventa de marcar um monte de faltas perto da área do Atlético. Dando chances de o alviverde disparar sua principal arma, as cobranças de Assunção.
Mas acabado o chororô, vale destacar a correria dos dois times em toda a partida. Se não foi nenhum espetáculo técnico, ninguém pode reclamar da vontade dos jogadores e da aplicação na marcação. Não vou falar tanto do Palmeiras porque venho acompanhando pouco, mas a principal característica do Galo neste ano é tomar poucos gols. Neste Brasileirão, em quatro partidas sofreu apenas um. Na temporada, são 23 jogos, 17 vitórias, cinco empates uma derrota. Marcou 46 gols e sofreu 14. Tudo ainda pode dar errado, o time não é nenhuma máquina de jogar bola, há times melhores, mas, para os torcedores como eu, esperança sempre há.
Para encerrar, o personagem Ronaldinho. Pode dar tudo errado, ele voltar a aprontar, brigar com todo mundo, ir para as bebedeiras e as mulheres (nenhum pecado aqui no Futepoca), não jogar nada, mas inegável que nessa primeira partida deu novo fôlego ao time e trouxe experiência a uma equipe com muitos garotos. E eles estão felizes de correrem por ele. Mais um destaque do plantel de renegados do futebol brasileiro foi o Jô. Outro que apronta muito, mas que ontem jogou demais e deu um trabalho danado à defesa palmeirense. Apostar nos dois é que nem o cara que se casa pela décima vez, é a vitória da esperança sobre a experiência. Vamos esperar até o capítulo final para ver como termina a novela.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 x 1 ATLÉTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro – 4ª rodada
Data: 9/6/2012
Estádio: Pacaembu
Cidade: São Paulo (SP)
Gol: Jô (48′)
Árbitro: Márcio Chagas da Silva (Asp. Fifa/RS)
Auxiliares: José Javel Silveira (RS) e Carlos Henrique Selbach (RS)
Cartões amarelos: Pierre, Marcos Rocha, Jô, Danilinho (Atlético); Márcio Araújo, Henrique, Luan (Palmeiras)
Palmeiras
Bruno; Cicinho (João Vitor), Henrique, Thiago Heleno e Juninho; Marcio Araújo, Marcos Assunção, Felipe (Maikon Leite) e Daniel Carvalho; Luan (Mazinho) e Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Atlético
Giovanni; Marcos Rocha (Serginho), Rafael Marques, Réver e Junior César; Pierre, Richarlyson, Bernard (Leandro Donizete) e Ronaldinho; Danilinho (Leonardo Silva) e Jô. Técnico: Cuca.
O empate do Corinthians por 1 a 1 com o Figueirense, no Pacaembu, nesta quinta-feira (7), deu mais uma amostra do principal defeito da equipe treinada por Tite: a falta de pontaria. O time quase sempre corre, domina a partida, mas não consegue transformar essa vantagem territorial em gols – mesmo jogando quase meia hora com um jogador a mais.
O jogo começou com pressão total do Timão, que marcava a saída de bola e não deixava os catarinenses jogarem. Algumas boas chances foram criadas, ainda que não tantas quanto poderia sugerir a posse de bola. Nessa toada, Danilo abriu o placar de cabeça aos 37 minutos do primeiro tempo, após bela tabela entre Jorge Henrique e Alessandro, que jogou bem.
Na segunda etapa, o Figueirense conseguiu recuperar território e equilibrar o jogo – ainda que por pouco tempo. Aos 18 minutos, o zagueiro Anderson Conceição cometeu falta dura em Emérson e levou o segundo amarelo.
Ficou fácil, pensaram os corintianos. E assim levaram o jogo, como se fosse moleza, criando algumas chances, novamente nada de assustar ninguém. As melhores foram desperdiçadas por Emerson, em noite pouco inspirada.
Até que, aos 33 minutos, veio o castigo: em vacilo da defesa, Caio empatou para o Figueirense, completando cruzamento de Guilherme. Percebam que a punição aqui citada não é para os defensores, que até falharam, mas para a produção ofensiva do time. Tivesse feito um placar mais decente, esse gol pouco valeria.
Foi a senha para o tudo ou nada de Tite, que sacou Chicão e Ramon para colocar Douglas e Elton. Em vão.
O empate foi o primeiro ponto do Timão em três partidas até aqui no longo Brasileirão. Há tempo mais que suficiente para sair da atual 18ª posição e brigar pelo título, mas preocupa o futebol do time. A próxima partida é contra o Grêmio, em Porto Alegre, e Tite já avisou que vai de reservas, para poupar os titulares para a decisão contra o Santos. Baixas expectativas saio recomendadas.
Com um time de
desfalques de cada lado, 11 do Santos e 11 do Fluminense, não se
podia esperar muita coisa da partida disputada na Vila Belmiro. E o
primeiro tempo da peleja cumpriu tal expectativa – ou a falta dela.
O Peixe saiu na frente em uma incrível falha do visitante,
aproveitada pelo improvável Rentería. Ainda que ele tenha roubado a
bola e avançado livre para o gol, seu histórico me obrigava a
preparar o xingamento pelo tento perdido. Mas ele deu uma cavadinha,
quase defendida por Diego Cavalieri, e marcou.
Adriano e uma atuação pra esquecer (Ag. Photocamera)
Depois do gol, um show
de horrores de parte a parte, até o volante santista Adriano
emplacar uma sequência mais que tenebrosa. Tentou driblar, algo que
não é de seu feitio, perdeu a bola no meio de campo e, pra
completar, cometeu falta estúpida (bem) fora da área que o árbitro
Jailson Macedo Freitas conseguiu enxergar pênalti. Carlinhos, o mais
efetivo do Fluminense à frente, empatou.
Após o empate, o
jogo ganhou mais movimentação. Do lado alvinegro, a “movimentação
possível”, com os lentos Alan Kardec e Rentería atuando em slow
motion e Léo e Elano não conseguindo criar na meia. O Flu
também não fazia grande papel, tanto que, até os 10 minutos do
segundo tempo, o jogão registrava três finalizações de cada lado.
A bem da verdade,o
Tricolor teve mais domínio na segunda etapa, chegou a ensaiar uma
pressão por volta da metade do tempo final, mas não mostrou poder
de definição. A não ser em um lance que resultou em gol após o
auxiliar ter invalidado, de forma (muito) incorreta, a jogada. Muricy colocou
Felipe Anderson no lugar de Juan, e o lateral esquerdo Geuvânio
substituindo Elano. Mexeu taticamente, e pouco adiantou. O sofrimento
do espectador continuou.
Victor Andrade, 16
anos, entrou aos 42 e fez sua estreia. Mas também não mudou nada.
Em um jogo fraco tecnicamente, que teve até lateral cobrado pra
fora, com uma arbitragem igualmente melancólica, o 1 a 1 foi lucro.
O mais correto seria um zero a zero.
A Globo estava
empolgada e muitos torcedores também. Depois das vitórias contra a
Dinamarca e contra os Estados Unidos, a seleção parecia inspirar
algo melhor do que fez no primeiro tempo do jogo com o México. O
Brasil não jogou nada, o meio de campo não conseguiu articular
nenhuma jogada e o esquema com três atacantes, jogando cada um quase
isolado do outro, não propiciou sequer uma chance decente de gol.
Não que os mexicanos
tenham jogado grande coisa. Defenderam com esmero, e só. Contaram
com um gol sem querer de Giovani dos Santos, e um pênalti infantil
cometido por Juan. Seus desarmes fizeram a diferença. Com a zaga
antecipando os lances feitos pelos meias brasileiros – na maioria,
previsíveis – de nada adiantou os atacantes marcarem pressão
porque a bola pouco ficava na defesa mexicana. A partida era
disputada no meio, e foi ali que os rivais cozinharam os canarinhos.
A marcação-pressão
do Brasil aumentou na segunda etapa, com Lucas no lugar do inoperante
Sandro, e Pato substituindo Damião. Não adiantou. Por mais que o
abafa tenha aumentado, nenhum dos dois fez a diferença e, ainda que
muitos não tenham visto, só Neymar chamou a responsabilidade (mesmo
não jogando bem contra a feroz marcação mexicana), coisa que os
demais não fizeram. E ninguém, ninguém, aproveitou o espaço que
surgia em função da marcação tripla, às vezes quádrupla, em
Neymar. Oscar, incensado no último amistoso, sumiu durante boa parte
do tempo, mas não é o caso de incorporar o discurso de ressentidos
tricolores que querem jogar o meia fora. Tem potencial, mas o time
ainda não é time (talvez não venha a ser). Isso, para um meia de
armação, significa muito.
Sobre Neymar
Não são só os zagueiros que querem pegar Neymar
Diante
dos festejos e rojões soltados nos últimos dois amistosos pela
transmissão da Globo, ficava esquisito a emissora criticar Mano
Menezes. Daí, surge uma pergunta “pescada” entre os internautas:
por que Neymar não brilha tanto como no Santos na seleção? Bom,
levando a questão a um outro nível, lembraríamos por que
Ronaldinho Gaúcho, mesmo no auge, não rendia na seleção como no
Barcelona. Por que Messi, que disputou duas Copas do Mundo, nunca fez
um gol no torneio ou reproduziu o desempenho do Barcelona na seleção? O mesmo vale para Cristiano Ronaldo, que no Real Madrid é soberano,
enquanto na seleção portuguesa é mediano.
Daí
surge o luminar Galvão Bueno “vendendo” Neymar para o exterior,
corroborando a tese de Mano Menezes, que não foi criticado durante a
transmissão, de que o atacante santista deveria ir para o exterior para ganhar experiência contra esse tipo de marcação.
Era o caso de perguntar por que Cristiano Ronaldo ou Messi, mesmo
jogando em dois dos maiores clubes do planeta, não rendem o mesmo em
suas seleções. Será que eles devem "ganhar experiência" (em que pese não serem mais garotos) em outro lugar, tipo a China? Ou será que é muito mais fácil para
qualquer jogador atuar com companheiros de time, com os quais já
está acostumado, com esquemas de jogo definidos, do que em uma
seleção? Qual atleta se sente “à vontade” na seleção
brasileira?
Natural se cobrar o Neymar, maior jogador brasileiro e artilheiro da Era Mano Menezes. Com Messi foi (ainda é, mas menos) assim e com outros tantos também é. Mas atuar sozinho é complicado. E não contar com o auxílio do treinador é pior ainda.
Sem Libertadores,
Brasileirão ou Copa do Brasil, o jeito foi o torcedor se conformar
com o amistoso entre a seleção e os Estados Unidos. Uma vitória
por 4 a 1 que diz algumas coisas, mas que não traduz bem o que foi a
partida. Ainda mais se levarmos em conta que o pênalti dado ao
Brasil e que conferiu a vantagem aos visitantes logo aos 11 minutos
foi pra lá de duvidoso.
Com três atacantes,
Hulk, Damião e Neymar, o Brasil adiantou a marcação e pressionou
os EUA em seu campo durante quase toda a primeira etapa. Deu certo.
Neymar converteu a penalidade que deu mais tranquilidade à equipe.
Justo ele que, segundo Mano Menezes há pouco menos de um ano, não
sabia cobrar pênaltis. Parece que o treinador mudou de ideia. Em
cobrança de escanteio conquistado após jogada de Hulk, Neymar
colocou na cabeça de Thiago Silva, que marcou o segundo. Os
norte-americanos ainda descontaram no final, dando impressão que
poderiam dificultar na segunda etapa.
E dificultaram, mas não
foi o suficiente. O Brasil se encolheu, passando a marcar dentro de
seu próprio campo e um defeito defensivo se tornou evidente: quase
todas as bolas aéreas na retaguarda brasileira terminavam em uma
finalização ou lance de perigo dos EUA. Mesmo assim, em assistência
de Neymar, Marcelo fez o terceiro. Rafael ainda apareceria com uma
sequência de duas defesas e uma terceira, após uma cabeçada
ianque. E ainda viria o quarto gol, em lance de Marcelo, com uma bela
conclusão de Pato.
Vamos pro basquete, vai...
Ao fim do jogo, foi
interessante ver a reação nas redes sociais. Gente dizendo, por
exemplo, que falta a Neymar uma atuação de gala, daquelas
esplendorosas e que, hoje, por exemplo, Oscar tinha sido melhor do
que ele. Bom, primeiro que não vejo por que Neymar tem que ser o
melhor em todas as partidas da seleção. Só se a seleção for
muito ruim e depender só dele, o que é um risco. Não lembro de
Ronaldo ser o melhor sempre, ou Romário, por exemplo. E, ainda que
Oscar tenha de fato jogado bem (principalmente no primeiro tempo),
quem participou dos três lances decisivos do Brasil enquanto estava
em campo foi o atacante santista.
Além de Neymar e
Oscar, é importante destacar Marcelo, que pelo jeito é nome certo
entre os três que estão acima dos 23 anos. E, com esse esquema de
três jogadores à frente que marcam a saída de bola do adversário (e que um ou dois voltam para a meia), a participação de Hulk é fundamental,
já que ele se movimenta muito, consegue prender a bola quando
necessário e marca bem. Não é um primor técnico, mas é de uma
inteligência tática diferenciada.
As correrias da vida e o final do ano passado do Galo não incentivavam muito a escrever sobre futebol, mas o jogo de ontem entre Atlético e Corinthians teve alguns aspectos interessantes.
O primeiro foi que o Corinthians está provando de seu próprio veneno. Duas derrotas por 1 a 0 no início do campeonato, com gols de cabeça. Não assisti à derrota para o Flu, mas ontem enfrentou um time que, se faltava técnica, entregou-se desde o começo à vontade e à marcação.
O Corinthians teve duas chances de gol claras em toda a partida, mas falhou pela falta de pontaria de Élton e a nulidade do atual futebol de Liedson.
O Galo teve umas três ou quatro chances, o gol de cabeça de Danilinho (com 1,67 m.), gol anulado de André e mais uma chance clara com Escudero e outra com Marcos Rocha.
Poucas chances para uma partida, mas provavelmente a tônica do que se verá nesse campeonato. Muita marcação, vontade e correria, com alguma técnica. O estilo Tite de ser.
Sobre o Atlético vale lembrar que o time perdeu apenas uma partida este ano, a que causou a eliminação contra o Goiás no Serra Dourada. Ganhou o campeonato mineiro invicto num time com poucas mexidas em relação ao ano passado.
Esses resultados e as duas vitórias no começo do Brasileiro podem não significar nada, nada mesmo. Mas o torcedor aqui espera que represente pelo menos o fim do sufoco de lutar contra rebaixamentos, prática dos últimos dois anos. Vale lembrar que é o mesmo período em que o time ficou sem estádio na capital. Isso não explica nada, mas jogar no Independência este ano será um reforço.
Apenas mais uma informação. Para quem diz que o Corinthians jogou sem Paulinho, Jorge Henrique e Emerson, é bom lembrar que o Galo está com sete jogadores no departamento médico, entre eles Guilherme e Leandro Donizetti (titulares).
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO 1 x 0 CORINTHIANS Motivo: Campeonato Brasileiro – 2ª rodada Data: 27/5/2012 Estádio: Independência Cidade: Belo Horizonte (MG) Gol: Danilinho (64′) Público pagante: 14.740 Renda: R$520.680,00 Árbitro: Hilton Sampaio (GO) Auxiliares: Fabrício Silva (GO) e Cristhiano Sorensi (GO) Cartões amarelos: Marcos Rocha, Richarlyson, Mancini (Atlético); Willian, Willian Arão, Leandro Castán(Corinthians) Cartões vermelhos: André (Atlético); Fábio Santos (Corinthians)
Atlético
Giovanni; Marcos Rocha, Réver, Rafael Marques e Richarlyson (Leonardo Silva); Pierre, Dudu Cearense (Escudero), Mancini (Júnior César) e Bernard; Danilinho e André. Técnico: Cuca.
Corinthians
Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Willian Arão (Douglas), Danilo e Alex; Willian (Liedson) e Elton (Gilsinho). Técnico: Tite.
O Santos não fez como
em sua primeira partida, quando contou somente com reservas em campo.
Mas a lista de ausências peixeiras na peleja contra o Sport era
notável, a começar por Neymar e Rafael, ambos na seleção
brasileira, e Ganso, em recuperação de uma artroscopia. Além
deles, Elano foi poupado, Léo, herói do meio de semana, também
ganhou folga para visitar o filho; Borges de Dimba continuam
contundidos, assim como o lateral Fucile. O resultado de um confronto
entre um time sem criatividade no meio de campo e ataque contra um
visitante que jogou na defesa o tempo inteiro só podia ser 0 a 0.
Foi a terceira partida
do ano em que o Peixe não fez gol. Mas o jogo deve ter servido para
Muricy fazer algumas observações. Galhardo saiu sentindo dores,
ainda no primeiro tempo, mostrando que os dois atletas que vieram do
Flamengo estão em condições físicas precárias, pra ser bondoso
(David Braz, em sua estreia, saiu lesionado e deve ficar fora entre
30 e 45 dias). Maranhão entrou em seu lugar e deixou evidente a
razão do treinador improvisar Henrique na lateral direita. Além de
perder de forma bisonha uma oportunidade de gol no primeiro tempo,
não conseguiu fazer um cruzamento razoável para a área.
Outro que decepcionou
foi Felipe Anderson. Tem habilidade, o que já foi dito aqui, mas foi
precipitado e, mesmo jogando com mais liberdade, em boa parte do
tempo no setor em que Neymar gosta de fazer a festa, não foi bem.
Aqui, é preciso recorrer ao mestre Tostão, que diferencia técnica
e habilidade: a técnica é o conjunto dos
fundamentos como passe, drible, finalização, domínio etc, e a
habilidade é o uso da técnica frente a um obstáculo. Se o jogador
aprimorar a técnica (o que também pode incluir a noção de
posicionamento tático), sua habilidade vale mais. Fica a dica para
Felipe Anderson, que é um dos postulantes à vaga aberta por Ganso
no meio de campo peixeiro. Não dá pra se fiar apenas em lampejos.
Gérson
Magrão, outro que disputa um lugar na meia, ainda não está com o o
ritmo de jogo ideal. O elenco segue carecendo também de uma opção
veloz no ataque, algo que Richely não foi no ano passado, nem o
garoto Tiago Alves, emprestado para o Boa Esporte há poucos dias. E,
para um clube que se reforçou visando suprir os desfalques que sabia
que teria no Campeonato Brasileiro, começar com dois empates contra
equipes que dificilmente brigarão pelo topo da competição é algo
a se preocupar.
A partida valia pelas
oitavas de final da Libertadores de 2003. O Santos havia saído na
frente na Vila Belmiro, contra o Nacional de Montevidéu, mas sofrera
o empate aos 38 do primeiro tempo. Três minutos depois, uma falta
pelo lado direito do ataque uruguaio, daquelas que pedem um
chuveirinho na área. Mas O'Neill chuta direto e Fábio Costa falha.
Silêncio na torcida. O arqueiro peixeiro, minutos depois do lance,
ainda sente e permanece estático, semi-ajoelhado no gramado. Quando
a bola pára, o lateral esquerdo Léo vê a cena, atravessa o campo,
estende as mãos para o goleiro (que, diga-se, não costumava ter
atitude similar com companheiros de time) e o ergue, incentivando o
atleta a voltar à partida. A torcida vai junto com Léo, carrega o
goleiro no colo e, na decisão por penalidades, Fábio Costa, que
nunca foi pegador de pênaltis, defende três e o Peixe se classifica
para as quartas.
A História vai dizer
que Léo foi coadjuvante nessa peleja, mas a cena dele apoiando seu
companheiro nunca me saiu da cabeça. Não é só o atleta, é o tal
do caráter, aquela coisa de você olhar a atitude do cara e pensar
que poderia ter alguém assim do lado quando pisou na bola naquela
vez... E justamente ele, que penou pra chegar lá, foi dispensado por
Felipão no Palmeiras em 1999. O técnico não aprovaria um atleta de
1,66 m de altura e Léo, por destino, fez carreira no Alvinegro a
partir do ano 2000.
Tornou-se campeão
brasileiro pelo Santos em 2002, fez o gol de empate do time contra o
São Paulo, na segunda partida das quartas de final, e marcou o tento
da vitória contra o Corinthians, na peleja derradeira da
finalíssima. E de pé direito. Foi para a seleção brasileira,
venceu a Copa das Confederações de 2005 e partiu para o Benfica.
Voltou em 2009. Guerreiro, para a torcida. Deus, para o amigo Olavo.
Quem diria que seria o personagem decisivo da vitória peixeira
contra o Vélez Sarsfield, na partida desta quinta, siando da
reserva.
Os três e os do fundo eram um só (Foto Santosfc)
Quando Muricy
substituiu Juan por Léo, já havia colocado em campo o semi-atacante
Rentería, o único disponível na suplência, já que a outra opção,
Borges, se contundiu antes do jogo. Precisando furar a retranca dos
argentinos, que se protegiam com as famosas duas linhas de quatro
(ainda mais postadas no fundo depois da expulsão de seu goleiro no
fim do primeiro tempo), o treinador resolver investir nos lados do
campo. A retranca era das mais eficientes, mas o ataque portenho
pouco produzia. Rafael só viu a bola ser finalizada ao seu gol nas
cobranças de pênaltis.
Ganso fazia um pouco
mais do que fez no jogo de ida, mas ainda assim era muito pouco.
Neymar se mexia de lá pra cá, buscava a bola, chamava a
responsabilidade. Conseguiu expulsar o arqueiro rival no fim da
primeira etapa. Na segunda, em um lance, atravessou o campo de lado a
lado e conseguiu criar uma oportunidade para o time. Mas o gol não
saía. E voltamos à entrada de Léo, que, como mostraram as imagens,
logo em sua entrada motivou os companheiros a buscar o resultado.
O lateral entrou para
fazer a diagonal, para se aproximar da área, algo que Juan não
estava conseguindo fazer. E foi em um desses lances que ele tocou
para Ganso, que devolveu – um dos únicos passes certos do meia que
não foram de lado ou pra trás. E Léo, mesmo caindo, conseguiu
assistir Alan Kardec, que finalizou de primeira para o gol.
Indefensável. O atacante, que quase entrou pra súmula da partida
como o Diego Souza da vez ao perder um gol quase feito minutos antes,
se redimiu. Segundo ele, o “profeta” Neymar o avisou que marcaria
o gol, depois que perdeu a outra oportunidade. Acertou.
Com 1 a 0, decisão por
pênaltis. O Santos já havia passado por outras duas em
Libertadores. Aquela, contra o Nacional, em 2003; e contra a LDU, em
2004. Venceu as duas, sem desperdiçar nenhum pênalti. E ontem, não
foi diferente.
Coube a Léo, como por
destino, fazer o gol da classificação alvinegra, após Canteros –
que entrou só para as penalidades – finalizar pra fora, e Rafael
defender outro pênalti. Classificação sofrida, mas que a ela
pode-se atribuir um nome. Às vezes, o futebol faz justiça.
A expressão “jogo de xadrez” costuma ser muita usada para definir uma partida disputada,
pegada, na qual fica difícil fazer algum prognóstico com a bola
rolando. Mas poucas partidas de xadrez de alto nível são decididas
em um lapso, em um lance impetuoso ou com voluntarismo e
pitadas de sorte. Ontem, nas duas partidas da Libertadores, com
cenários totalmente distintos, foram necessários poucos segundos
para que fossem definidos os dois primeiros semifinalistas do
torneio.
Na que abriu a noite,
entre Fluminense e Boca Juniors, os argentinos foram subjugados na maior parte dos 90 minutos da peleja. A marcação do
Fluminense, em especial de Edinho, sobre Riquelme, fez com que o
craque portenho sumisse durante quase todo o jogo. Quase. Uma
folguinha dada ao craque adversário, daquelas que acontecem no fim
do jogo, como a que permitiu que Maradona fizesse seu único lance
contra a seleção brasileira, na Copa de 1990, foi suficiente.
Riquelme respirou e pôde tocar para Rivero, que finalizou,
resultando no gol de Santiago Silva, o grosso artilheiro que faz as
vezes que Palermo já fez um dia.
O Boca precisou jogar um pouco mais
que o Fluminense por alguns minutos, na parte derradeira da partida, para eliminar
os cariocas. Se jogando mal eles ganham, imagine jogando bem?,
refletem os argentinos. E os brasileiros deitam no divã.
Na peleja seguinte,
Diego Souza, que leva consigo a fama de desaparecer em decisões,
apareceu. Sozinho como nunca havia acontecido com o Corinthians de
Tite, do meio de campo até a área. Mas tremeu diante de Cássio,
arqueiro que parecia pedir pra tomar gol, performance
coroada com o passeio para a caça de borboletas no último lance
vascaíno da partida. Goleiro tem que ter sorte também, diria o
filósofo. E não se perdoa quem perde um gol desses. A bola pune,
como diria outro pensador.
Puniu justamente
naquele tipo de lance de fim de jogo, quando os marcadores já não
aguentam mais marcar. Porque foram quase 180 minutos em que a
marcação foi a tônica, de lado a lado. O cerco vacilou,
Paulinho fez. Diego Souza, não. E essa foi quase toda a diferença.
Nas Olimpíadas de
Inverno, realizadas em Vancouver, em 2010, os russos pretendiam
ganhar entre 30 e 50 medalhas, mas levaram pra casa apenas 15. Para
não repetir o feito nos Jogos de Londres, o Comitê Olímpico russo
já elegeu seu bode expiatório: a bebida alcoólica. De acordo com o
jornal Kommersant, de ontem, a delegação do país está
proibida de chegar perto de qualquer canjibrina na Inglaterra. Mesmo
os brindes comemorativos após as vitórias estão proibidos.
O porta-voz do vice-primeiro-ministro do país,
Dmitri Kozal, declarou a outro jornal local, o Olia Djous, que
"os valores olímpicos não são compatíveis com o álcool".
O Kommersant lembra que, na competição disputada no Canadá,
alguns atletas teriam passado um pouco do tolerável em relação ao
álcool. "Os resultados foram péssimos, mas as festas foram as
mais barulhentas", relata o periódico, citando uma noitada na
qual foram usadas duas imitações de bombas de gasolina que não
forneciam o combustível fóssil. Uma servia vodca e, a outra,
uísque.
Precedentes históricos
Pela sua íntima
relação com o álcool, em especial com a vodca, os russos têm
mesmo motivo para se preocupar. Como consta nesse texto
de Felipe Van Deursen, o destilado também foi considerado
culpado pela derrota do país na Guerra Russo-Japonesa, em 1905,
sendo que generais japoneses, em lapso de modéstia, atribuíram
algumas das suas vitórias ao excesso etílico dos soldados rivais.
Carregamento etílico na Rússia czarista
Já na Primeira Guerra
Mundial, em 1914, o czar Nicolau II decretou a primeira lei seca da
história, e os militares russos conseguiram se aprontar para o
combate na metade do tempo esperado. Mas, como a vodca era um dos
principais pilares econômicos do país, o governo passou a arrecadar
um terço a menos em impostos, veio a hiperinflação, o contrabando
de bebida ilegal que era mais prejudicial à saúde, além de as
pessoas terem ficado desprotegidas diante do frio que assola boa
parte da Rússia no inverno. O
czarismo caiu, não só por causa da vodca, obviamente, mas ela
parece ter ajudado...
O
alcoolismo preocupa as autoridades do país, que tem
como meta diminuir o consumo médio anual de álcool por pessoa –
hoje em 15 litros – em 72% até o ano 2020. Mesmo sendo uma
preocupação do poder público, a relação dúbia do governo em
relação à bebida continua, tanto que o Kremlin lançou há pouco
mais de dois meses sua
própria marca de vodca, para ser servida em eventos oficiais.
Haja garganta.
Tempos
injustificáveis sem escrever. Sem saber como voltar, o domingo e a
derrota doída me deram a deixa. “Não podemos continuar jogando
desse jeito. É melhor fazer só um gol e não tomar nenhum”, a
frase é de Luis Fabiano após o jogo de ontem entre São Paulo e
Botafogo e ilustra bem o momento, ou melhor, o ano do Tricolor
Paulista. Não que o atacante tenha descoberto a América, mas o
Tricolor precisa arrumar a casa rápido se quiser algo de bom em
2012.
No Engenhão, a
partida foi dessas que sintetizam o desempenho de uma equipe ao longo
da temporada. A derrota por 4 x 2, de virada, não poderia ser
considerada tão normal – ainda que o futebol seja o esporte que
permita a Bayern e Chelsea chegarem até uma decisão de Liga dos
Campões da Europa com os atuais Barcelona e Real Madrid na parada.
Contudo, não é
surpreendente a derrota são-paulina e nem mesmo a forma como ela se
deu. O Tricolor é uma equipe (?) desestruturada em todos os setores,
o que se reflete nas vitórias somente contra times fracos e muitas
dificuldades à frente de agremiações de mais peso, ainda que seja
um Botafogo cabisbaixo, eliminado da Copa do Brasil pelo Vitória da
Bahia e derrotado inapelavelmente pelo Fluminense nas finais do
Campeonato Carioca.
Tudo muito mal
A defesa são-paulina
é inconsistente. Com um solitário Rodolpho e os fraquíssimos Paulo
Miranda e Edson Silva como opções de dupla. Denis é um goleiro
inseguro, rebate muito e espalma a qualquer lado.
O meio não tem
pegada e o motivo nem é não dispor de um volante daqueles que dá o
bote. A questão é que o time joga distante, não há aproximação.
Com isso, os laterais Douglas e Cortez, bons para atacar, quando
passam rumo à linha de fundo, não encontram com quem fazer o jogo.
Na frente, existe
qualidade técnica, mas a ausência de clareza do que fazer em campo
é evidente. Lucas, Luis Fabiano e Jadson são peças que não se
encaixam, embora as características apontem para um bom casamento.
Um carrega demais a bola, o outro sai da área mais do que devia e o
terceiro, de quem se espera mais controle do ritmo, recebe pouco a
redonda, já que ela passa por cima do meio campo diversas vezes, no
chutão.
O esquema – e não
dá para isentar Leão – é o de “todos ao ataque”, mas sem
organização. O time é um bando quando tem a bola, correndo em
direção ao campo do adversário como se apenas lampejos individuais
resolvessem as disputas. Quando o esférico está com o adversário,
o São Paulo não sabe jogar. Aí, é a festa dos rivais pelos lados,
pelo meio, e tome bola na área em cima da zaga fragilizada e do
goleiro assustado.
Além disso, a
estrutura descompensada também está fora de campo. Juvenal Juvêncio
e asseclas seguem aprontando. O culminante da temporada foi afastar o
fraco Paulo Miranda depois da semifinal do Paulista. Agora, o moço,
sob a batuta de Leão, volta como titular, fraquejando. Nessa
situação bizarra, se o zagueiro é bom ou ruim não é o problema.
A pergunta, basicamente, é: quem avalizou a contratação?
Luis Fabiano já
disse. O São Paulo precisa mudar. Porém, a questão está longe de
se resumir ao projeto de jogo. É bem mais do que isso. É urgente
trabalhar por uma nova proposta de clube.
O Santos entrou em
campo (debaixo de muita chuva) com o time reserva, sendo que cinco
jogadores fizeram sua estreia com a camisa alvinegra. No caso, com o
terceiro uniforme, a camisa azul. Gerson Magrão e Bernardo já estão
na Vila há tempos, mas só agora puderam jogar. Galhardo e David
Braz, que vieram do Flamengo na negociação com Ibson, e Ewerton
Páscoa, que no fim de semana passado enfrentava o Peixe jogando pelo
Guarani, foram os outros debutantes.
Mesmo com a esperada
falta de entrosamento, o Santos fez rodar a bola e trocou muitos
passes, mantendo a redonda sob seu domínio a maior parte do tempo.
Felipe Anderson exerceu uma nova função, revezando na ala direita
com Galhardo, um expediente que Muricy Ramalho usou bastante no São
Paulo em outros tempos. Tanto um quanto o outro levaram perigo no
apoio na primeira etapa, mas também sofreram com as investidas de
Lulinha por aquele setor.
Bernardo levou perigo
nas cobranças de escanteio. Em duas delas, quase saiu o tento
santista. Borges chamou a atenção pela disposição. Correu,
marcou, desarmou, deu opção ao ataque saindo pelos lados... Mas
quando a bola esteve na zona onde tem o atacante tem conforto, na
área, ele não conseguiu conferir por duas vezes na etapa inicial.
Já na segunda etapa, o
Bahia voltou com mais disposição, pegando mais no meio de campo e
explorando também o lado esquerdo da intermediária peixeira. E
começaram as baixas do visitante. David Braz já havia saído no
primeiro tempo com lesão, e Galhardo também pediu para sair antes
da metade do segundo tempo. Os donos da casa fizeram uma blitz
durante quase dez minutos, logo depois dos 22, mas não furaram a
defesa alvinegra. Na frente, Borges, e principalmente Renteria, não
seguravam a bola na frente e eram presa fácil dos zagueiros da Boa
Terra.
As oportunidades
peixeiras, enfim, surgiram quando a partida também começou a pesar
para os tricolores. E aí apareceu Borges. Por duas vezes ele teve a
chance de dar a vitória ao time B, ambas na cara do goleiro, mas
desperdiçou as duas. Em que pese todo seu esforço na peleja,
mostrou o porquê de estar na reserva.
Léo, mesmo cansado, aguentou o ritmo da jogo até o fim (Santos FC)
É preciso destacar
também a atuação de Gerson Magrão, que jogou na meia e foi bem na
cobertura pelo lado esquerdo, além de mostrar lucidez e aparecendo
bem dando apoio ao ataque. Levando-se em consideração que não
jogava desde agosto, por problemas contratuais com seu ex-clube, o
Dinamo de Kiev, mostrou que pode ser útil no restante da temporada.
Bernardo se esforçou, mas não conseguiu ser efetivo, a não ser em
uma outra bola parada.
Ao fim, o zero a zero
marcou um rodada de estreia em que os paulistas não venceram. Dadas
as circunstâncias, para os visitantes o resultado não foi tão
ruim. Mas se Borges tivesse caprichado um pouco mais...
Pra não dizer que
não falei de Vélez e Santos
Com algum atraso, um
breve comentário sobre a peleja em que a equipe argentina bateu o
Santos em Buenos Aires, por 1 a 0. O Alvinegro jogou mal, foi
dominado pela marcação portenha e não teve criatividade para criar
no ataque. Embora a imprensa hermana tenha exaltado a partida
feita por Peruzzi, ele foi só um dos marcadores de Neymar. Como
explicou Ricardo Gareca, o garoto recebeu marcação dupla, com
rodízio de atletas, e, ainda que não tenha brilhado como de
costume, conseguiu cavar algumas faltas, tentou resolver sozinho mas
não teve companhia de ninguém ao seu lado, exceção feita a Juan
que vez ou outra o apoiava, e de Ganso, em um lance isolado e
desperdiçado.
Aliás, o camisa dez
peixeiro fez uma das suas piores atuações com o manto. Vez ou outra
um craque não estar inspirado faz parte, mas o meia falhou na
disposição tática também, e isso compromete o resto do time. Se
Neymar é bem marcado, algum espaço sobra para um meia que chega,
mas ele não chegou. Para os alvinegros superaram a marcação feita
em seu próprio campo, o dez também teria que buscar mais a bola
para aliviar a defesa, mas não o fez. Quando Ganso participa da
marcação, aliás, também possibilita o avanço com bola de Arouca,
que pouco pôde fazer à frente.
O distanciamento da
defesa e do meio de campo santista foram fatais, mas o prejuízo não
foi maior pela ineficiência ofensiva do Vélez, que marca bem, mas
não é um time dos mais imaginativos na frente. O Santos deve penar
na Vila Belmiro para superar os argentinos, mas, descansados, os
peixeiros devem fazer um papel bem melhor do que o desempenhado na
Argentina. Vai ser preciso mais aproximação e marcação mais forte
o meio de campo – evitando principalmente as chegadas do volante
Cerro – com velocidade de saída para o ataque. Neymar, obviamente,
pode decidir, mas Ganso vai ser fundamental.
Por que um título como o de hoje, um Estadual que muitos dizem desprezar
(embora seja fato que, se seus times ganhassem, a história seria
outra), consegue me emocionar? Não foram dois jogos parelhos na
final, o Santos mostrou sua superioridade técnica diante de um
Guarani valente, brioso, mas inferior. Mas não são só as duas
partidas que contam o que foi esse título. Trata-se de história,
história... O Santos se tornou hoje tricampeão (três vezes campeão
de forma consecutiva) do campeonato estadual mais disputado do país.
Um feito que, da última vez que foi conseguido, os donos da bola
eram Pelé, Edu, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Lima, Rildo,
Toninho Guerreiro, Ramos Delgado... De lá pra cá, nenhum rival
conseguiu tal feito.
Quando o tri vem, e remete àquele esquadrão sessentista, lembro de Eduardo
Galeano, que disse, em
uma entrevista concedida a mim e ao amigo Nicolau: “Mas
a história é uma senhora que caminha devagar. É preciso ter
paciência. O resultado dessa articulação de vozes não aparece em
um ou nem mesmo em dez anos.” Essa tal de História, que caminha às
vezes em passos muito mais curtos do que desejamos, pesava e chegava
a assombrar quando eu era adolescente e vivia um jejum de títulos.
Mas ela andou, lentamente, deu as caras com aquele Giovanni mágico
de 1995, saiu um pouco mais da penumbra quando saímos da fila com
Diego e Robinho em 2002, e chegou a seu apogeu com esse espetacular
Neymar, que comanda um elenco valoroso que tem em Ganso outra estrela
que brilha de forma irregular, mas que faz sonhar quando traz luz aos
gramados.
Esse elenco que não tem medo de cara feia e nem de nenhum tabu. Não
houve para o Santos a tal “maldição
do centenário”, que se fez presente nos clubes que completaram
a marca nos últimos vinte anos. O título está aí, e com Neymar
como goleador máximo do campeonato paulista, com 20 gols, em um
total de 108 com o manto santista, o que lhe garante a 16ª colocação
entre os maiores
artilheiros da história alvinegra. Também garantiu ao Peixe a
marca de ter o maior número de artilheiros no Estadual. Em 23 vezes
o Santos teve o goleador do Paulista.
Foram 58 gols em 23 partidas no campeonato paulista de 2012, média de 2,52
por peleja, fazendo jus à equipe profissional que mais fez gols no
mundo. Mas dados e números dizem pouco quando se vê futebol bem
jogado como aquele desenhado no primeiro gol peixeiro, em que Neymar
serviu Elano que, de primeira, tocou para Allan Kardec fazer. Ou o
retratado no tento de Neymar, que veio da direita do ataque para
servir Juan, que deu um lindo drible da vaca no rival e serviu, em
meio a seis defensores bugrinos, quem lhe deu o passe.
A bela história do Santos de ontem veio ao encontro do Santos de hoje.
Que bom que eu pude esperar. Que bom que posso testemunhar.
O Corinthians não teve qualquer dificuldade em vencer o Emelec no
Pacaembu, assim como não tinha tido para empatar sem gols no jogo de
ida. Desarmada a jogada aérea e a conclusão de Figueroa, o time
equatoriano mostra-se bem menos capaz de ameaçar o gol adversário do que
se poderia supor. 3 x 0 é um placar confortável, e o
Corinthians ainda chegou muito mais, meteu bola na trave e poderia ter
ampliado.
A briga fica realmente feia a partir de agora. Não dá pra brincar com o
Vasco de Juninho Pernambucano, e se passarmos deles provavelmente
cruzaremos com o Santos do iluminado Neymar, que já engatou uma terceira
e acelera na pista da genialidade. Todos times entrosados e sedentos do
título. E passando isso tudo virá uma final, talvez até com o Flu, o
que significaria uma Libertadores doméstica a partir de agora.
Time em campo, o que mais marcou, acho eu, foi a segunda metade do
primeiro tempo: com um perigoso 1 a 0, o Corinthians recuou e deixou o
Emelec jogar, sem contudo deixá-lo construir qualquer ameaça mais
contundente. Ao contrário, Tite recuou até Willian, que supostamente faria a vez de
centro-avante, e chegou até mesmo a abrir mão do contra-ataque! Era como se em três minutos mais acabaria o campeonato e tínhamos que segurar o
resultado a qualquer custo, sem nem mesmo pensar em fazer mais um gol.
Fica parecendo que Tite quer exercitar a disciplina dos seus soldados,
propondo uma ordem absurda como maneira de assegurar que lhe obedecerão
em qualquer situação: estamos dominando o jogo mas a ordem é não atacar,
ninguém mais ataca. O técnico tem o time na mão e, verdade seja dita, não é fácil fazer
gol no Corinthians. Mas bem que ele podia querer mais gols... seria melhor pra todos. Sempre pode aparecer outra macaca no caminho, com um contra-ataque surpreendente e muita sorte, e num lapso de tempo que não permita reação colocar tudo a perder.
Vamos meu Timão, não para de lutar!
(Abstenho-me de explicar o atraso em publicar este post, pois senão teria de
mencionar todos os posts não escritos, tudo o que diz respeito ao
Corinthians e que vem passando em branco no Futepoca. É a vida. O único jeito de voltar
escrever é não me sentir em dívida!)
“Vai ter volta”.
Era assim, com raiva, que Neymar falava aos repórteres depois da
derrota do Santos para o Bolívar em que ele recebeu banana,
mexerica, pedra e demais objetos, além de ter sido caçado em campo.
O que os bolivianos não previam é que o regresso pudesse ser tão,
mas tão amargo.
Começou aos 4 minutos,
com uma finalização com efeito de Elano, que pegou o arqueiro
Arguello, que tem pinta de cantor de tango, no contrapé. O Bolívar
tinha vindo à Vila Belmiro com esperanças. Afinal, era o primeiro
clube boliviano a chegar na fase de mata-mata da Libertadores, tendo
vencido uma peleja na fase de classificação fora de La Paz. E chegava com a vantagem conquistada na partida de ida. Seu treinador,
Ángel Guillermo Royos, comandou o Barcelona B e se diz “descobridor”
de Messi. Mas o Bolívar sentiu o golpe. Aos 8 e aos 9, teve dois
amarelos contra si e o descontrole já era evidente.
Como numa luta de boxe,
em que um mina a confiança do rival com golpes, mas também
psicologicamente, o Peixe já havia deixado o Bolívar mais qeu abatido. E os adversários ficaram ainda
mais com o pênalti cometido pelo argentino Arguello, que empurrou
Edu Dracena na área. Aos 22, Neymar não perdoou e se tornou o maior artilheiro da Era pós-Pelé, de forma isolada, com um gol a mais que
Serginho Chulapa e João Paulo.
O golpe fatal viria aos
27. Neymar dá um passe de trivela, simplesmente genial, e Ganso se
ajeita na área para marcar de letra. Antológico. Ali, se fosse de
fato uma luta de boxe, o árbitro teria dado nocaute técnico e
parado a luta. Mas no futebol isso não é possível. Virou um
massacre.
Majestade
Elano, Ganso e Neymar
marcariam mais uma vez cada um; Alan Kardec faria o seu e Borges, que
entrou em seu lugar, também anotou. Um 8 a 0 que é a maior goleada
da Libertadores de 2012. Sem lances duvidosos a favor do Alvinegro,
com ambos os times com onze jogadores até o final. Inconteste. Ficou barato, diante das circunstâncias, para os visitantes.
E Ángel Arroyo, que
disse, brincando, não conhecer Neymar, hoje o 16º maior artilheiro da história alvinegra, talvez tenha visto que a provocação (em
todos os níveis) do jogo de ida não tenha sido uma ideia brilhante. Em um só jogo, tomou a mesma quantidade de gols que sofreu nas outras sete partidas da Libertadores.
Pregam os doutos da
bola que, em um confronto entre um time grande e outro médio ou
pequeno, o primeiro tem que se afirmar logo de cara na peleja. E foi
o que Peixe tentou fazer logo a dois minutos na primeira partida da
final do Paulista, com Neymar. Ele passou por seis rivais e foi
derrubado perto da área. Elano cobrou a falta no travessão.
O lance mostrou o que
todos já sabem, a habilidade e a técnica do camisa 11 alvinegro,
mas também dava mostras das dificuldades que o Santos enfrentaria
principalmente no primeiro tempo. A jogada só surgiu porque Neymar
foi buscar uma bola na meia, quando seus companheiros de equipe
encontravam dificuldade na saída de bola em função da marcação
bugrina no campo santista. Após o susto inicial, o Guarani manteve a
postura e conseguiu segurar por boa parte do tempo o ímpeto
alvinegro, algo não tão surpreendente já que se trata de um time
bem montado e armado por Vadão.
Mas, quando uma equipe
é superior tecnicamente à outra, muitos esperam sempre um atropelo.
Talvez tenha sido o caso dos comentaristas da Globo, que disseram que
o Guarani “dominou territorialmente” o adversário na etapa
incial. O repórter da emissora, no intervalo, perguntou a um atleta
campineiro se ele estava frustrado com o resultado de 1 a 0 para o
Santos por conta da “posse de bola” bugrina. Bom, achava que
tinha visto outra partida ou que a emoção de torcedor havia turvado
minha visão. Então, recorri a eles, os números.
Vi que não era minha
emoção. O Santos, segundo dados do IG, trocou 174 passes certos,
enquanto os rivais chegaram a 67. Bela diferença, que também se
refletiu na posse de bola, quesito barcelonístico: 63,36% contra
36,64% do Bugre. Mas, muitas vezes, a posse não reflete a peleja, já
que chances de gol podem surgir para quem retém menos a redonda. Não
foi o caso. O Guarani, na primeira etapa, não finalizou corretamente
uma vez sequer ao gol de Aranha. As três tentativas foram para fora.
Ou seja, o Santos, se não atropelou, chegou mais à meta adversária
e teve mais a bola. Por isso, e pelo talento de seus atletas, chegou
à vantagem de 1 a 0, gol de Ganso – que havia aparecido pouco até
então –, após lance de Neymar na ponta e Arouca na área.
Na segunda etapa,
qualquer esperança alviverde se esvaiu. O Guarani finalizou uma bola
na trave logo no começo, mas, mesmo atacando pelo lado direito da
defesa santista, onde estava o improvisado Henrique, continuou com
dificuldades para concluir em gol. Já o Santos voltou mais atento e
objetivo nas trocas de passes do meio de campo, com Ganso
participando mais, tanto na transição para o ataque quanto na
proximidade da área. Foi em um lance de Juan para ele, parcialmente
interrompido pelo arqueiro bugrino Emerson, que Neymar aproveitou
para fazer o gol que o isolava mais na artilharia do torneio. E que
também lhe garantia o lugar de 20º
maior artilheiro da história do Peixe, com 103 gols, empatado
com Ary Patusca.
A partir daí, o time
da Vila controlou o jogo, impondo seu ritmo e poupando seus atletas
para o duelo com o Bolívar na quinta, na Libertadores. Mas Neymar
ainda faria seu 104º tento, empatando com João Paulo e Serginho
Chulapa como maior
artilheiro da equipe pós Era Pelé. Ficou a impressão de que o
Santos poderia até ter ido além na vantagem adquirida, deixando
patente a supremacia sobre o adversário. Mas não deixa de ser uma
grande vantagem, ainda mais dada a diferença técnica entre as duas
equipes.
Difícil imaginar outro
resultado que não o Peixe tricampeão no próximo domingo, mas
futebol é futebol, então, melhor aguardar...Mas o feito conseguido pelo time de Pelé em 1969 ao obter o tricampeonato, e que nenhum outro clube conseguiu desde então, está bem próximo de ser igualado.
Ontem, na partida entre
Mogi Mirim e Oeste, válida pelo Torneio do Interior, Hernane marcou
dois gols e se isolou na artilharia do Paulista. Pensei: será que
isso vai mexer com os brios de Neymar? Depois de receber
pedras, laranja e banana em La Paz, o garoto ainda tinha a
partida contra o Tricolor na
primeira fase como fator de motivação. E não se fez de rogado.
A um minuto, pênalti
para o Santos, sofrido por Alan Kardec, que entrou como titular no
lugar de Borges. Neymar bateu sem dar sopa para o azar e para o
arqueiro Dênis, fazendo seu centésimo com o manto santista. Tendo
que correr atrás do placar, o Tricolor, que jogava em casa e com a
torcida, foi pra cima e deu espaço para que Neymar, em um
contra-ataque, passasse com facilidade por Paulo Miranda e marcasse
seu 101º gol com a camisa alvinegra, empatando com Juary
na lista dos maiores artilheiros peixeiros da Era Pós-Pelé. Como
homenagem, imitou o menino da Vila de 1978 correndo em volta da
bandeira de escanteio. Mostrou que conhece a história santista, já
que muitos torcedores hoje nem sabem quem foi Juary.
Neymar: precisa de legenda?
Mas não seriam só os
dois gols de Neymar que marcariam a memória do torcedor. Piris, o
paraguaio que veio do Cerro Porteño para o São Paulo,
autointitulado o “maior marcador das Américas” justamente por
conta de uma atuação contra o Joia santista na Libertadores
(curiosamente, o Santos venceu três das quatro partidas contra o
adversário na competição), sofreu. Foi chamado para dançar cinco
vezes por Neymar em uma sequência de lances, que terminou com o
santista sendo suspendido pelo rival. Piris recebeu o amarelo, mas
não seria absurdo ter sido expulso.
Na segunda etapa, o São
Paulo continuou em cima, mas, mesmo tendo mais posse de bola, um
certo dado mostra que não foi uma pressão daquelas... Foram nove
finalizações certas (ou seja, ao gol), contra sete do Santos. E o
gol tricolor só saiu em um lance irregular, com Willian José em
impedimento. Lance não tão difícil de marcar, mas que a arbitragem
não anotou.
O Santos sentiu um
pouco o gol, e bastante o cansaço, mas soube se defender. Arouca
ficou mais em cima de Lucas no segundo tempo, marcação que
funcionou quase todo o tempo. Fernandinho forçou em cima de
Maranhão, um dos três reservas que atuaram na defesa peixeira
durante os 35 minutos finais, mas não foi efetivo. E, bom, havia
Neymar. E Dênis.
O garoto recebeu de
Léo, chutou forte, e o goleiro tricolor falhou. O moleque ainda
sofreria falta que resultaria na expulsão de Cícero. Protagonista,
como na maioria das pelejas que disputa, ele está a dois gols de
João
Paulo e Serginho
Chulapa para chegar ao primeiro posto de maior
artilheiro pós-Era Pelé.
Tabu
A
vitória do Santos contra o São Paulo foi a terceira semifinal de
Paulista que o clube derrotou o adversário. E o quinto confronto
eliminatório em que o Alvinegro passou pelo Tricolor no século XXI.
Em todos os cruzamentos
decisivos de 2001 até hoje, os santistas levaram a melhor. A
lista dos encontros está aqui.
Agora,
existe outra escrita recente para manter. Desde 2008, todo clube que
supera o São Paulo na semifinal do Paulista se torna campeão.
Palmeiras, em 2008; Corinthians, em 2009, e Santos em 2010 e 2011.
Agora, o adversário é o Guarani, que bateu a Ponte Preta por 3 a 1.
Os campineiros, que já enfrentaram o Palmeiras em uma final de
Brasileiro em 1978, sagrando-se campeões; pegaram o São Paulo em
1986 e foram derrotados pelo Corinthians na final do campeonato
paulista de 1988, enfrentam pela primeira vez em uma final o Peixe.
E
é bom que Muricy lembre a seus atletas como foi difícil a
final de 2010 contra um time não considerado “grande”, o
Santo André. Que esse alerta ajude o Alvinegro a trazer o
tricampeonato paulista, que nenhum time consegue desde 1969, quando o
próprio time da Vila conseguiu três títulos seguidos.
O histórico recente doSantos contra times bolivianos já avisava. A partida contra o
Bolívar não ia ser fácil. Mas os bolivianos não se classificaram
com dez pontos (dois a mais que o Internacional), vencendo só na
altitude de La Paz. Perderam uma lá em cima e ganharam fora de casa.
O time é melhor que o The Strongest, que também bateu o Alvinegro
em seus domínios na primeira fase, mas na partida de ida das oitavas
mostrou a mesma característica de toda equipe que atua no alto:
imprimir um ritmo de jogo forte e finalizando muito de fora da área,
aproveitando a velocidade da bola no ar rarefeito.
Contudo, os bolivianos
só chegaram ao gol em dois lances de bola parada. Na primeira etapa,
a um minuto, em cobrança de falta de Campos, que bateu na trave e
nas costas de Rafael. E no segundo tempo, aos 28, de novo com Campos,
em nova cobrança, bem feita, e que contou com uma relativa lentidão
do arqueiro alvinegro. A primeira falta, aliás, pra lá de
desnecessária, com um afoito Adriano que ainda não recuperou a
forma de 2011, quando foi “moldado” pelo treinador santista e
melhorou seu futebol bem precário.
Jogo de "pega Neymar"
O gol peixeiro, de
empate, saiu aos 28 do tempo inicial. Elano cobrou falta sofrida por
Neymar e o goleiro argentino Arguello defendeu, a bola tocou a trave
e retornou para Maranhão concluir. O lateral, que foi inscrito na
Libertadores no lugar de Pará e só jogou porque Fucile e o antes
improvisado Henrique estão contundidos, marcou seu segundo tento na
segunda peleja seguida.
Gol importante, ainda
mais por ter sido feito fora de casa. Ao Peixe, basta a vitória por
1 a 0, mas foi possível perceber a diferença técnica entre os
dois. O Bolívar pode até ser perigoso, mas um Santos comprometido
não pode temer os bolivianos. O destaque negativo do jogo foi a
atuação de Ganso. Irreconhecível, pareceu sentir mais a altitude.
Chegou atrasado e com receio em divididas e errou inúmeros passes,
dos mais simples àqueles que poderiam ter sido fundamentais para o
triunfo da equipe. Neymar apareceu mais, sofreu oito das 17 faltas
recebidas pela equipe, com a anuência do árbitro (ah, se fosse na
Liga dos Campeões...). Atingido também por objetos arremessados por
torcedores, saiu irritado, o que pode não ser bom para os rivais...
Aliás, pro torcedor
alvinegro, que já viu seu estádio ser interditado por sandálias
Havaianas arremessadas no gramado (alguns pela torcida adversária,
diga-se), é duro ver algo que virou rotina em competições do
continente e que não geram qualquer punição para os mandantes. Que
o santista se inspire no seu ídolo para responder no grito e não
com as mãos.
Das peladas que
disputei na praia do Itararé, lá pelos meus 20 anos, guardo uma em
especial na memória. Éramos seis regulares (em frequência e
técnica) boleiros naquele dia, quando outros seis vieram nos
desafiar para o famoso “contra”, uma partida de gols caixotes,
com “traves” feitas de madeira fincada na areia.
Não foi preciso mais
de cinco minutos pra saber que tomaríamos um baile. Conversando ali
com um ou outro adversário – oportunidade que surgia quando
conseguíamos bicar a bola pra longe e respirar um pouco –, fiquei
sabendo que eles jogavam em um dos times do quartel de São Vicente.
Tinham mais fôlego, mais técnica e muito mais entrosamento que a
gente. A areia batida da beira do mar ainda facilitava o toque de
bola dos caras. Não víamos a cor da bola. Mesmo.
Juntamos ali, nós, os
que não relavam na redonda, e mesmo não acostumados a jogar juntos
tentamos armar a retranca, única forma possível de não passar um
vexame grandioso. Seguramos um zero a zero que aos poucos começou a
desgastar nossos rivais, que continuavam trocando passes e vindo pra
cima, mas já começavam a se irritar uns com os outros. E nós ali,
convictos na nossa fortaleza mambembe.
Nem sempre se pode ser Deus. Ou Pelé. Ou Messi
Em dado momento, vendo
que o tempo avançava e nada de o gol sair, algum deles propôs: quem
fizer, acaba. Acho que ele pensou que a gente se arriscaria e iria
pra frente. Não, não saímos. Era questão de honra aguentar até
cansar, ou cansá-los. Mas, depois de algum tempo, o homem mais
recuado deles resolveu ir mais à frente, descuidando da frente do
gol caixote. A bola sobrou na minha frente e acertei um chute da
intermediária, que entrou caprichosamente entre as duas traves...
Comemoramos muito enquanto os caras não acreditavam naquilo. Depois
do jogo, ainda dava para vê-los discutindo ao longe.
Foi a “vitória do
futebol arte”? Claro que não, mas ai de quem dissesse ali que não
foi “merecido”. A gente ralou, viu nossa condição de
inferioridade, armou um esquema e tentou ganhar o jogo mesmo assim.
A retranca foi uma "legítima defesa". Não vi com detalhes a partida entre Barcelona e Chelsea, mas um time
que joga contra o melhor do mundo, sai perdendo por 2 a 0, fica quase dois terços dos 90 minutos
com um a menos, e que não contou com a ajuda da arbitragem, tem
méritos de sobra pra bater no peito e se sentir orgulhoso.
Quem diz que foi uma
“derrota do futebol”, na boa, não sabe o que é futebol. Uma das
graças desse esporte é justamente o fato de, em um dia ruim, o
melhor time poder perder para o pior. Claro, não vai ser engraçado
se for o seu time o derrotado, mas se o seu time for o Barcelona...
Bom, pelas redes sociais, parece que os catalães têm uma das
maiores torcidas do Brasil já que, se você não torce para que eles
superem qualquer adversário que ousar tentar batê-los,
automaticamente você:
não gosta de
futebol;
é invejoso;
está com dor de
cotovelo;
as três
anteriores e mais outras tantas
Pura arte o golaço do Ramires, hein?
Pensamento único é um
saco mesmo... E se eu, mesmo reconhecendo que o Barcelona é um dos
times mais competitivos da história, não for tão fã do futebol
deles? Pode ser? E se eu achar que a troca quase infindável de
passes às vezes é necessária, em outras pode ser interessante, mas
muitas vezes faz o jogo ficar chato pra burro? E se eu gostar mais da
imprevisibilidade, do toque de gênio que às vezes decide uma
partida truncada, do que de um time todo certinho, bonitinho, que é
competitivo até dizer chega (friso o termo “competitivo”, porque
ter posse de bola e não deixar o rival jogar é sim uma arte, mas
não significa que isso seja um deleite para os olhos)? Aliás, essa
imprevisibilidade dá as caras quando um Messi pega na bola, sabe-se
que dali pode sair algo espantoso, mas no resto do tempo... Não vou
esperar algo surpreendente do Puyol ou do Mascherano.
Torcer para o time mais
competitivo perder é mais que humano e é uma modalidade exercida
por cada um de quando em quando, desde pequeno. Menos patrulha e mais
liberdade para os secadores, por favor!
PS: Sou a favor
– e admirador
– do futebol arte, ainda que a retranca às vezes seja necessária, como qualquer um bem sabe. Mas sou fã de outros artistas...