Destaques

quinta-feira, julho 10, 2008

Corinthians goleia o Marília e ganha reforços da enfermaria

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Assisti o compacto de Corinthians 5 x 0 Marília. Num jogo cheio de complicações, a começar por Herrera e Douglas, dois destaques do time, já eram desfalques por suspensão. Já em campo, uma cabeçada estilo Três Patetas de William e Nilton tirou o volante de campo com o nariz quebrado. Alessandro também saiu cedo, com uma contusão no músculo da coxa.

Os substitutos dos desfalques iniciais foram Acosta, meio de atacante, e Lulinha, mais ou menos de meia. No lugar dos machucados durante a partida (antes de 15 minutos do primeiro tempo) foram Carlos Alberto no meio e o estreante Denis (ex-Santos) na lateral-direita

O time começou meio estranho, mas melhor que o Marília. Acosta, surpreendentemente, vinha jogando bem, e sofreu um pênalti (pra lá de discutível), convertido por Chicão. O zagueiro, além disso, matou a pau na defesa e na saída de bola.

Denis, contrariando um pouco previsões bastante pessimistas do santista Glauco, não foi mal. Fez duas ou três boas jogadas no ataque e não comprometeu a defesa. A tabela com Lulinha que resultou no quinto gol foi bonita (a conclusão foi sorte).

No segundo tempo, Acosta foi infantilmente expulso, mantendo o status de minha decepção no ano. Além disso, a bola bateu no braço (aberto) de Eduardo Ramos e o juiz deu pênalti, o que pode ser questionado se levarmos em conta a tal da intenção, numa discussão infértil, mas que no fórum adequado pode ser divertida. Como Felipe pegou, deixa pra lá.

No mais, o placar elástico se deveu mais a uma atuação bisonha do goleiro do Marília, que levou um gol por debaixo das pernas de Dentinho, pegou com a mão bola recuada com os pés por um zagueiro e deu azar no chute de Denis. Mas o Corinthians foi pra cima, jogou melhor que o Marília e mereceu com folga a vitória.

Mais dois
Da enfermaria, surgem dois reforços para o elenco alvinegro: o meia Dinelson e o volante Marcelo Oliveira. O primeiro era um carinha habilidoso, mas pouco produtivo, que chegou numa das infinitas crises do Corinthians (se bem me lembro, com Regis Pitbull), jogou Copa São Paulo e ficou meio esquecido. Quando começou a ser aproveitado, arrebentou o joelho e ficou coisa de um ano parado. Dada a escassez de meias em todo lugar, pode ser boa opção e, vai saber, de repente cola.

Marcelo Oliveira era um segundo volante, prata da casa, que começou no início do ano passado. Jogava numa espécie de ala esquerda, naquele time do começo do Brasileiro que chegou a disputar a liderança. William foi vendido, Oliveira arrebentou o joelho (sempre ele), um monte de outras coisinhas aconteceram, e acabou-se a ilusão. Mas fiquei com uma ótima impressão do rapaz, inteligente, tocava bem a bola, descia na hora certa. Se voltar no mesmo nível, disputa vaga no time titular de segundo volante.

E menos um
O Timão não paga mais o salário de Roger. O dublê de meia rescindiu seu contrato e foi para o Qatar, onde será feliz. O Grêmio chiou barbaridade, mas eu achei foi bom.

Impressões despropositadas

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Esse post é mais uma encucação de um torcedor preocupado com o seu time do que uma análise jornalística. Deve ser interpretado com esse prisma. Mas também adianto que eu, no atual momento, não conseguiria fazer um artigo profissional tão díspar assim.

Ontem estive na Vila Belmiro para ver Santos 1x1 Grêmio. Surpreendeu-me a Vila lotada; e até arrisco dizer que o número de 10 mil presentes anunciados não condiz com a realidade. Mas esse não é o assunto. Quanto ao time em campo, vi um Santos aguerrido, determinado, com Kléber fazendo - e no meio-campo - talvez sua melhor atuação em 2008. Michael e Maycon Leite (isso é nome de jogador, meu deus!?) também atuaram muito bem e deram esperança à torcida peixeira. O primeiro, inclusive, foi premiado com um belo gol.

Mas o Santos não venceu. E é aí que eu queria focar a tal encucação.

Saindo do jogo, a caminho de casa, ouvi no rádio a entrevista coletiva do Cuca. E o tom das declarações do técnico sugeria uma postura derrotista, conformista, aquela que não passa a menor confiança. "O time criou, mas não é todo dia que uma bola bate no travessão, que o goleiro faz defesa com o pé, que a bola passa raspando três vezes só no primeiro tempo... mas um dia a bola vai entrar e as coisas vão melhorar". Aí que tá. É essa expectativa de que tudo vai dar certo no final - que final? - que me assusta.

Cuca parece ter consigo um estigma irretirável de perdedor. Nos acostumamos a vê-lo no Botafogo em situações muito parecidas - a da quase-vitória, do trabalho que não dá certo por detalhes, do esforço não-recompensado, das coletivas explicando derrotas e insucessos.

No Santos atual, onde há cenário de crise institucional, incompetência administrativa e pindaíba financeira, talvez esse espírito do "quase deu" seja o componente que faltava para o time amargar um rebaixamento.

Querendo ou não, são seis partidas sob o comando de Cuca, e nenhuma vitória sequer. Com direito a um 4x0 contra o fraquíssimo Goiás em plena Vila. Não tenho números, mas, falando de cabeça, não lembro de um treinador que tenha demorado tanto tempo assim para vencer um jogo no comando do Santos. Por menos, por muito menos, Leão, o técnico que tirou o Santos da fila em 2002, foi agressivamente pelos torcedores santistas no início do ano. Até quando Cuca permanecerá, para usar uma gíria do jornalismo político, "blindado"?

Melhorou, mas não ganhou

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Ontem finalmente o Santos parece ter acordado para o campeonato. Dominou com sobras durante a maior parte do primeiro tempo e somente Maikon Leite perdeu três oportunidades de abrir o placar. Aliás, o atacante de 19 anos vindo do Santo André mostrou habilidade e velocidade, atordoando a defesa gremista principalmente quando atuou pelo lado esquerdo.

Cuca utilizou a formação com três atacantes e Kléber no meio-de-campo, abandonando parcialmente o esquema com três defensores usado na partida contra o Atlético (PR). Digo “parcialmente” porque Rodrigo Souto jogou à frente da zaga, recuado, na intenção de dar mais qualidade à saída de bola. Michael, estreando como ala esquerdo, também cumpriu essa função, e bem.

Mas o time tomou um gol em uma jogada de escanteio, onde Rodrigo Mendes estava inacreditavelmente sozinho. Isso gerou a justa cobrança de Fábio Costa em Kléber Pereira, que deveria estar no primeiro pau. A propósito, onde se esconde o futebol do artilheiro santista, que não consegue sequer acertar um passe?

Inúmeras chances desperdiçadas depois, o Santos conseguiu empatar em um belo voleio de Michael. Sorte da equipe da casa, que, se voltasse para o segundo tempo em desvantagem, certamente penaria com o descontrole de nervos que tem caracterizado seus atletas.

A etapa final foi mais equilibrada, com o Grêmio chegando mais no ataque. Roth colocou três atacantes para tirar a sobra da defesa santista. As chances no segundo tempo surgiram para os dois times e os gaúchos chegaram mais do que nos 45 minutos iniciais. A dupla de zaga santista conseguiu piorar o seu parco desempenho do primeiro tempo, com Fabão e Marcelo absolutamente inseguros. Por pouco não entregaram o ouro. Perto do fim do jogo, Roth desfez o esquema com três à frente quando resolveu que o empate estava bom. Uma certa pressão peixeira e nada de gol.

Se o Santos estivesse em situação normal, um empate em casa com o então terceiro colocado poderia ser até um resultado aceitável. Contudo, a pressão pela recuperação impede qualquer tipo de alívio. Mas pelo que se pôde ver ontem, há esperança mais adiante. Que a virada não tarde. E que os dois “Kléberes” voltem a jogar o que podem.

Notas de um bom futebol

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Não vi as outras partidas, claro que por estar em frente à TV para Galo e Flamengo, no Mineirão.

O resultado, empate em 1 a 1, poderia ser melhor. Como aconteceu antes contra o Palmeiras, o Atlético Mineiro pedeu muitas chances de gol, principalmente no segundo tempo. Faltou, mais uma vez, competência para o ataque. Mas é verdade também que o Flamengo teve chances no contra-ataque e poderia ganhar mais uma.

De qualquer forma, foi uma ótima partida de futebol. A esperança é que agora com os times voltados apenas para o Brasileirão, enfim melhore o nível, que estava sofrível até então.

Para não dizer que não vi nada além do próprio umbigo, assisti a pedaços de Flu e Atlético Paranaense no primeiro tempo. Os três a zero foram falsos. Os paranaenses poderiam empatar ou até ganhar na primeira etapa. Não fizeram e tomaram.

Bom para o Flu, que mesmo sem dois de seus maiores jogadores, os Thiagos, conseguiu vencer e começar a subida para fora da zona de rebaixamento.

Só uma provocação para terminar. São Paulino não aparece mesmo em dia de derrota?

Daniel Dantas e outros dez fora da cadeia

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O habeas corpus levou menos de 48 horas para sair. Daniel Dantas e outros dez detidos na operação Satiagraha foram liberados na noite de ontem, 9. Celso Pitta e Naji Nahas seguem na sede da Polícia Federal.

Jornalistas fizeram plantão por lá durante o dia para ouvir os advogados de defesa queixosos por não terem acesso aos autos do inquérito, mas apenas à decisão que determinava a prisão dos investigados para coleta de provas.

No plenário do Senado, parlamentares como Arthur Virgilio e Heráclito Fortes defenderam os direitos de defesa e de preservação da imagem dos alvos da operação da Polícia Federal. Mostrá-los em algemas é um exagero, dizem.

Divulgação


O ministro Tarso Genro reconheceu que a imagem de Pitta sendo acordado, de pijama, exibida pela Globo, foi uma violação de normas internas do novo manual da Polícia Federal. Segundo ele, a exposição que cause constrangimento ao preso ou viole os direitos individuais garantidos pela Constituição é proibida.

Vale lembrar que esses protestos ganham a tribuna do Congresso quando as vítimas são banqueiros, políticos e empresários, enquanto a crítica à aplicação das algemas em adolescente, por exemplo, recebe bem menos atenção.

As queixas contra as "arbitrariedades da PF" aconteceram antes na prisão de Adriano Schincariol, diretor-superintendente do grupo, e outros executivos. Também aconteceu na operação Persona, da Cisco, e na operação 274, com postos de gasolina. Até na prisão do narcotraficante Juan Carlos Abadia houve esse tipo de queixa – em virtude de endereço errado.

Enquanto isso, nas análises do caso, repetir o que disse Paulo Henrique Amorim ganhou estatuto de lugar comum. Dantas tinha sua bancada no Congresso e circulava tanto no governo Fernando Henrique Cardoso quanto no de Lula. E torcer para que alguma bomba caia em colo governista virou a aposta da oposição.

Se o trânsito era tão intenso, deve ter gente preocupada. Já tem até ranking de nervosismo pós-Satiagraha.

quarta-feira, julho 09, 2008

De novo, sem Leandro e Granja. Sem Kléber também

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O Palmeiras vai a campo contra o Figueirense, na quinta-feira, no Palestra Itália, sem os laterais titulares, Leandro pela esquerda e Élder Granja pela direita. Enquanto o primeiro se acerta com o Porto para prorrogar o contrato, o segundo tem que lidar com a sentença judicial que deu ganho de causa ao Corinthians de Alagoas, assegurando ao time de Maceió que o lateral deve se apresentar por lá. A negociação corre solta.

Dá-lhe Fabinho Capixaba e Jefferson, mesmo tendo ido muito mal contra o Atlético MG.

No ataque, o desgovernado Kléber cumpre a segunda partida de suspensão determinada após a expulsão contra o Náutico, resultado do segundo cartão amarelo na partida, que era seu terceiro acumulado. Quer dizer, como já estaria suspenso de um jogo pelo terceiro amarelo, ficou dois de fora por também ter sido expulso. E pode piorar se o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) ampliar a pena nesta terça.

Lenny tenta, mas o titular deve ser Denilson. Jorge Preá não seria mal, mas é inferior ao Kléber (em termos de futebol, não estou falando em carrinhos nem cotovelos).

Valdívia volta, mesmo tendo sido expulso do treino por reclamação excessiva contra o árbitro Nélson Souza Góes. Mandou o aprendiz para "aquele lugar" por três vezes. Em português.

O elenco verde não é tão ruim como dizem os secadores nem tão bom quanto acreditou a imprensa na cantilena do treinador Vanderlei Luxemburgo. Mas se não renovar com a dupla de laterais titulares, a casa vacila.

terça-feira, julho 08, 2008

Daniel Dantas na cadeia

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Algo que eu e meus botões sempre consideramos como um sonho quase impossível de ser realizado aconteceu nesta manhã: Daniel Dantas, o monstro, o mito, foi preso pela Polícia Federal. Junto com ele foram toda a cúpula de seu banco, o Opportunity, incluindo sua irmã, Verônica Dantas, além do especulador Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo, Celso “Nunca mais votem no Maluf” Pitta.

As prisões forma resultado da Operação Satiagraha da PF, que nesta terça-feira pela manhã cumpriu 24 mandados de prisão e 56 ordens de busca e apreensão. As acusações sobre a trupe são vastas e variadas, incluindo lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação fiscal, evasão de divisas e espionagem.

A cobertura mais completa do acontecido, numa série de reportagens que estão sendo feitas por quem manja do assunto, é do Terra Magazine, de Bob Fernandes. É dele o trecho seguinte: “Das entranhas do que há de mais poderoso nos comandos financeiros, sociais e políticos - como conhecerão em detalhes os leitores de Terra Magazine nos próximos dias -, emerge o que a Polícia Federal, depois de 2 anos de investigações, trata como organização criminosa comandada por dois grupos distintos e dois "capos" - expressão da própria PF - que atuariam em consórcio, Daniel Valente Dantas e Naji Robert Nahas.”

E quando fala de poder financeiro, Fernandes não está brincando. Não me lembro de nenhum grande escândalo de corrupção, lavagem de dinheiro, caixa 2 ou o que seja que ocorrido no Brasil nos últimos 10 anos sem que o nome de Daniel Dantas ou um de seus prepostos tenha sido envolvido de alguma forma. Privatizações, Banestado, Valerioduto, grampos da Kroll, dossiês, financiamentos de campanha, favorecimento de empresas por Bancos Públicos, tudo tem a digital de Dantas em algum momento.

Economista, ele inicia sua “militância política” no antigo PFL, hoje DEM. Chegou a ser cogitado para ocupar o Ministério da Fazenda do governo Collor. Trabalhou em bancos por ai e, em 1996, segundo ano do primeiro mandato do tucano Fernando Henrique Cardos na presidência, abriu o Opportunity.

No governo de FHC atingiu sua estatura de “capo”, nas palavras da PF. Por meio de um fundo de investimentos criado num paraíso fiscal, foi o grande beneficiado nas famigeradas privatizações das telecomunicações brasileiras, sobre as quais pairam suspeitas das mais diversas. Associou-se ao Citibank e aos fundos de pensão brasileiros e manipulou uma quantidade impressionante de dinheiro de um lado para o outro. Brigou com seus parceiros um por um, sendo defenestrado do comando da cadeia societária da BrasilTelecom e outras teles graças sobretudo à atuação da Previ. É alvo de uma ação bilionária na justiça dos EUA, movida pelo Citibank.

A queda de Dantas poderia levar a uma reação em cadeia que vitimaria, em maior ou menor grau, todos os grandes partidos brasileiros, além de boa parte do empresariado (sim, porque ninguém se vende sem ter quem compre). Veremos até onde a PF consegue chegar.

Veja mais Daniel Dantas no Futepoca.

Mesmo se quiser, Dunga não vai armar retranca

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Os 18 de Dunga foram chamados ontem. Ronaldinho Gaúcho, Robinho e o zagueiro Thiago Silva são os maiores de 23 com passaporte carimbado para a Olimpíada de Pequim.

Aos que acusam Dunga de retranqueiro, uma nota: são dois goleiros, três laterais, três zagueiros e três volantes. Os outros sete são meias ofensivos e atacantes.

Note-se que estou chamando de ofensivos jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves do Fluminense e Diego do Werder Bremen. Na frente, é indiscutível que Alexandre Pato, do Milan, Jô, do Manchester City, Rafael Sobis, do Real Bétis, e Robinho, do Real Madrid, são atacantes natos.

Mas cabem mais questionamentos. Thiago Silva nunca atuou como titular de Dunga. Foi convocado nas Eliminatórias, mas ficou no banco de Juan e Lúcio, os titulares. O treinador xará de anão resolveu variar. É justo, mas o cara não foi bem na final da Libertadores. Uma partida não queima uma biografia, claro. Mas ainda preciso entender melhor.

À lista:

Goleiros
Diego Alves - Almería
Renan - Internacional

Laterais
Ilsinho - Shakhtar Donetsk
Rafinha - Schalke 04
Marcelo - Real Madrid

Zagueiros
Alex Silva - São Paulo
Breno - Bayern de Munique
Thiago Silva - Fluminense

Meio-campistas
Anderson - Manchester United
Hernanes - São Paulo
Lucas - Liverpool
Ronaldinho - Barcelona
Thiago Neves - Fluminense
Diego - Werder Bremen (opção de link)

Atacantes
Alexandre Pato - Milan
- Manchester City
Rafael Sobis - Real Bétis
Robinho - Real Madrid

Detalhe
Na página da CBF constam fotos dos atletas convocados. Alguns apresentam imagens com fundo recortado de modo tosco, como a do Robinho e do Lucas. Mas a mais curiosa é de Alexandre Pato (abaixo). Na época em que foi tirada, o jogador ainda tinha espinhas. Compare.

Esforço motivacional para times na zona da degola

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Se até Rubens Barrichello com a Honda conseguiu um pódio, por que não, Santos? Rumo a Libertadores!!!

segunda-feira, julho 07, 2008

Beckham ajuda a vender cuecas na Inglaterra

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Por Brunna Rosa



Deu no jornal inglês Telegraph: a venda de cuecas da marca que o jogador inglês David Beckham está promovendo subiu até 150% nas lojas londrinas. O marido de Vitoria realizou recente sessão de fotos – muitas ainda não liberadas para o grande público - posando apenas com a pequena peça íntima nas praias de Malibu. Em todas as fotos as tatuagens do moço são bem visíveis, mas isso já é assunto para outro post.

Segundo a loja consultada pela reportagem do jornal britânico, o modelo mais procurado da marca é o usado por Beckham na primeira foto, bem justo ao corpo. "Muitos homens ainda estão assustados com esse tipo de cueca, mas as vendas aumentaram. Reparamos que os homens estão trocando o modelo mais tradicional por este", diz Mithun Ramanandi, o gerente.



A campanha com Beckham está sendo veiculada em revistas de esportes e de moda, além de gigantescos outdoors em diversas cidades do mundo, entre elas, Nova York, Los Angeles, Londres, Milão, Roma, Paris e Tóquio. Quanto a São Paulo, a reportagem apurou que, devido às restrições da “Lei Cidade Limpa”, a foto do jogador não será veiculada.

Frisson nos EUA
Já na Califórnia, o outdoor do atleta causou tumulto em junho deste ano. Milhares de fãs fizeram fila para vê-lo em carne e osso e Beckham compareceu e autografou as vestimentas dos 175 primeiros compradores que gastaram mais de US$ 200 por cada cueca.

Segundo o site Female First, o jogador teria ficado "impressionado com a quantidade de pessoas que estavam olhando a sua foto". O mesmo portal informa que um musical sobre a vida do jogador e de sua mulher, Victoria Beckham está sendo produzido.

Na Nova Zelândia, TV se engana e mostra filme pornô em vez de esporte

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Domingão, 6, e os fãs de rugby na Nova Zelândia assistiam ao canal de TV aberta Prime Television. No ar, o programa Toyota Grassroots Rugby, que detém a transmissão de todas as partidas da temporada nacional. De repente, lá pelas 15h locais, por quatro minutos ininterruptos, entra no ar a transmissão do canal pay-per-view pornográfico Spice:Xcess.

Segundo a programação do canal adulto, o filme exibido seria Desperate Blackwives 2 (foto), que estreava no canal naquele fim de semana. As emissoras rivais tripudiaram ao mostrar pais inconformados e crianças supostamente chocadas.

Foram "premiados" os espectadores da região de Auckland (norte da ilha) e os assinantes de TV por assinatura via satélite. Segundo o porta-voz da empresa, Tony O'Brien, técnicos da emissora acusaram uma confusão no processo de distribuição e a rede pediu desculpas por qualquer ofensa causada.

O tropeço (ainda) não derrubou

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Rubens Chiri/saopaulofc.net
O São Paulo deu vexaminho ontem, pelo Campeonato Brasileiro. Empatou em um gol com o fraco Ipatinga, em casa. E, se não fosse Rogério, que defendeu pelo menos três bolas muito difíceis, poderia ter sido pior.

O Tricolor jogou mal inteiro, mas, surpreendentemente, a zaga falhou demais. Alex Silva e Miranda estiveram irreconhecíveis. Alex até quis sair no braço com o Zé Luis. Será que é por isso que o Muricy tanto esbraveja contra as especulações antes da janela de transferências? Estariam os dois zagueiros com a cabeça na Europa e nos seus possíveis salários em euros? Que seja, não é comum um jogo tão ruim assim dos dois. Espero que tenha sido um ponto fora da curva da normalidade.

Mas, de qualquer forma, o empate não parece ter prejudicado muito o time na tabela. Com a vitória, o São Paulo apenas teria subido uma posição, ultrapassando o Náutico e colando no Palmeiras. E o Ipatinga não é adversário na busca pelo título (ou pela vaga na Libertadores).

Uma vez ouvi o Casagrande dizendo que, nos torneios de pontos corridos, existem vários pequenos campeonatos: o que vale o primeiro lugar, aquele pela classificação para outros torneios e o do rebaixamento. São Paulo e Ipatinga não dusputam o mesmo campeonato. Se a teoria vale mesmo, um tropeço diante do Ipatinga não é tão ruim (isso só na tabela, claro, porque empatar com o Ipatinga dói).

O São Paulo impediu que o Flamengo ganhasse 3 pontos em casa e arrancou um empate com o Cruzeiro, também fora. Aí, prejudicou adversários diretos.

Por isso, as próximas três rodadas, contra Palmeiras, Náutico e Vitória, serão decisivas para o São Paulo mostrar qual campeonato está disputando. O principal, o pela Libertadores ou, no máximo, aquele que vale a Sulamericana?

A torcida imaginária da Globo

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O assunto não é novo, mas como continua a acontecer, merece menção. Ontem, após secar Roger Federer e assistir a um jogo épico na final de Wimbledon, vi o restinho da partida entre Atlético (MG) e e Palmeiras. Parecia até que o confronto era no Palestra Itália. Só se escutava a torcida do Verdão, de forma tão nítida que chegava a rivalizar com a narração e os comentários. Em franca minoria entre os 35 mil pagantes no Mineirão, a Globo fez com que chegassem aos nosso ouvidos a adaptação da torcida verde de Asa Branca, praticamente uma segunda morte de Luiz Gonzaga, e outra “versão”, do Dale Boca, pra mim prova do complexo de vira-latas eterno que volta e meia se manifesta nesse pais, além de brutal falta de criatividade (antes que digam, não é exclusividade da torcida palestrina).

Na final a Copa do Brasil, os corintianos, que representavam pouco mais de 5% da torcida na Ilha do Retiro, tinham seus gritos transmitidos para todo Brasil, enquanto o correto Cléber Machado narrava quase com lamentação os gols do Sport. O assunto foi pauta no Extracampo e no De Primeira, onde o colunista Julio Moreira explicou o recurso: “O áudio foi captado e divido em 3 canais - o do narrador, o da torcida do Corinthians e o geral do estádio. Então, o diretor técnico aumenta o volume do canal da torcida do Corinthians e diminui o volume geral do estádio.”

Fiquei impressionado com esse tipo de recurso quando, na partida entre Cruzeiro e Santos, mesmo com o time paulista perdendo por 1 a 0, só se ouviam os santistas cantarem em pleno Mineirão. Mesmo com a goleada, de novo o “fora Leão” que se gritava superava uma maioria feliz no estádio. O mesmo se repetiu no domingo retrasado, no jogo entre Cruzeiro e São Paulo.

A lógica, pra variar, é comercial. Como a partida não é transmitida para a praça em que ela acontece (exceção à final da Copa do Brasil), busca-se privilegiar o mandante, ainda mais sendo de São Paulo, foco principal dos anunciantes. Mas existe uma clara distorção da realidade, ainda mais quando o locutor corrobora a farsa dizendo: “e olha como canta a torcida do [time paulista].”

Transmissões esportivas têm um caráter de espetáculo, de entretenimento, e os recursos eletrônicos e palpiteiros de cabine estão aí pra isso. Mas também merecem um tratamento jornalístico, e isso a Globo faz bem, com repórteres de campo competentes e outros profissionais que dão uma bela retaguarda ao que acontece na rodada. Entretanto, quando falseia o som ambiente de forma tão grotesca, acaba jogando por água abaixo qualquer esforço de todos ali envolvidos, reforçando bairrismos e ludibriando o espectador comum.

Se for pra abandonar o critério jornalístico, talvez seja melhor contratar os humoristas do Pânico para fazer reportagens de jogo e, quem sabe, a Lucia Hippolito para comentar da cabine, para ouvirmos mais análises e ilações de nível como a descrita aqui. Já que é circo...

No butiquim da Política - Ninguém sabe, ninguém viu

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*Por CLÓVIS MESSIAS



Não estou brincando. Corre pela Casa, expressão corriqueira no legislativo paulista, que uma cadeira daquelas importadas que foram compradas para serem usadas no novo anexo do Palácio 9 Julho (ainda no esqueleto), foi levada por um deputado estadual que ocupa uma secretaria municipal, para maior conforto em seu gabinete. Vale uma lembrança: este mobiliário, comprado pelo mesmo parlamentar, está empilhado nos corredores e subsolo do prédio da Assembléia Legislativa. Numa mesa, aqui neste buteco, um filósofo disse que nunca antes tinha visto comprarem móveis antes da casa ficar pronta. O filósofo tem razão, mas em casa política tudo pode acontecer, acreditem.

O setor de patrimônio do legislativo diz que não sabe se a cadeira saiu, mas também consta que não conferiu. A cadeira, com encosto alto, saiu e ninguém viu. Ela foi apelidada de "cadeira Cauby Peixoto": "se sumiu, ninguém sabe, ninguém viu" (paródia de trecho da música "Conceição", sucesso maior do cantor). Mas não ria, não. É sua grana que foi embora. O prédio anexo teve sua construção estimada em R$ 7,5 milhões, já passou para R$ 28 milhões e nada. É o teu, é o meu, é o nosso dinheiro indo pro ralo.

A primeira etapa do esqueleto, com direito a "gabinete modelo" foi inaugurada, com placa comemorativa e festa, pelo então presidente da Casa e da "obra", deputado Rodrigo Garcia, do DEM, pelo 1º secretário, deputado Fausto Figueira, do PT, e pelo 2º secretário, deputado Geraldo Vinholi, do PDT. A obra não teve nenhuma medição aprovada pelo Tribunal de Contas do Estado, segundo sua assessoria. O Ministério Público também não aceitou as explicações pelo atraso e pelos adendos contratuais, e continua investigando. Enquanto isso, cadeira vem, cadeira vai...
*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

domingo, julho 06, 2008

Arnaldo, o pior comentarista do mundo

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Arnaldo César Coelho é o pior comentarista de arbitragem do país, não porque não conheça regras, o que poderia até ser aceito.

Arnaldo é o pior porque é venal. Sabe a regra e comenta de acordo com seus interesses.

Se o jogo é passado para o maior mercado, São Paulo, comenta sempre a favor do time do maior estado e com potencial maior de audiência.

No mínimo, faz média.

Escrevo no intervalo do jogo. O Galo pode ganhar ou perder, mas vamos aos exemplos.

Alex Mineiro vai com o braço aberto, acerta a cabeça do zagueiro do Atlético com uma cotovelada e Arnaldo diz que foi sem intenção. O zagueiro sai de campo sangrando e nem pode voltar. Mas o pior comentarista de arbitragem do país mantém a opinião. Kléber Machado ao ver a imagem vai dizer que Alex deu uma cotovelada. Pára e diz que Alex foi com o braço na cabeça. Pelo amor de Deus...

Na seqüência, o zagueiro do Palmeira acerta a cabeça de um jogador do Atlético na área. Corretamente, o juiz marca pênalti. Arnaldo diz que foi exagero, que deveria marcar jogo perigoso...

No pênalti mal batido, Marcos defende, mas a câmera mostra o jogador do Palmeiras que tira a bola invadindo. Arnaldo diz que ele não conseguiria perceber.

Apenas três exemplos de uma parcialidade sem tamanho. Não fez durante todo o primeiro tempo nenhum comentário a favor do Galo.

Tenho a opção e mudei de canal, fui assistir no pay per view...

E quem não pode? Tem de agüentar o pior comentarista do país, repito, não porque não sabe regra. Poderia deizer levianamente que é desonesto. Vou finalizar dizendo apenas que é parcial demais...

sábado, julho 05, 2008

E a agonia santista continua..

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No fim da tarde desse sábado, entraram na Arena da Baixada dois times pressionados por maus resultados. E quem começou dando as cartas foi o dono da casa. Aos 8 minutos, o gramado irregular acabou ajudando o Atlético a ter uma finalização defendida por Fábio Costa e uma falta próxima à área. O Furacão dominava a partida e chegava com perigo pelos lados, enquanto o Santos insistia pela esquerda, com Wesley isolado e sendo forçado a tentar jogadas individuais. Aliás, se todo santista tem saudade de Robinho por aquele lado esquerdo, senti falta também do lateral Léo, que apoiava constantemente o ataque e com suas idas à linha de fundo e lances na diagonal facilitava e muito a vida do Rei das Pedaladas.

Mas, a partir dos 30 minutos, o jogo mudou. Apareceu a mão de Cuca, perceptível pelas jogadas ensaiadas em bola parada, que levaram o Alvinegro a fazer uma verdadeira blitz na área paranaense. Escanteios sucessivos resultaram em um chute perigoso de Kléber Pereira e uma bola na trave em cabeçada de Marcelo. Apodi ainda finalizou com perigo em arrancada pela direita.

O Peixe, antes desencontrado na defesa, com dificuldades de saída de bola no meio e sem aproximações entre os atletas no campo adversário, passou a dominar, e até o fim do primeiro tempo o Atlético não levou mais perigo ao gol de Fábio Costa.

O início da segunda etapa lembrou o começo do jogo. Roberto Fernandes colocou Fahel no lugar de Irênio, liberando Alan Bahia para chegar mais ao ataque. E foi ele quem finalizou uma bola no travessão logo aos 2 minutos, depois de ver o arqueiro peixeiro adiantado. O Atlético foi pra cima, utilizando principalmente o bom ala Nei, mas não criou grandes oportunidades. Cuca promoveu a entrada do estreante Michael Leite (ex-Santo André) e Adoniran, respectivamente no lugar de Wesley e Rodrigo Souto. Aos 23, abriu mão do esquema 3-5-2, tirando Domingos e colocando o meia Molina. Com uma equipe mais ofensiva, um minuto depois Kléber Pereira cabeceia em jogada do colombiano e quase abre o placar. 

Justamente quando retomava o domínio, o Santos tomou o gol. Na seqüência de uma “linha burra” mal feita, Nei cruza e Marcelo, que marcava Alan Bahia, olha pra bola e deixa o capitão atleticano sozinho para fuzilar de cabeça Fábio Costa. O Peixe pressionou, mas Galatto assegurou a vitória em três defesas sensacionais, um chute de Molina, outro de Kléber e uma cabeçada de Tiago Luís. Mas não adiantou. De acordo com os jogos do domingo, o Santos pode terminar a nona rodada na lanterna do Brasileirão.

A chance em casa

Se serve de consolo para o santista, a equipe apresentou evolução e, sob certo ponto de vista, o empate talvez fosse mais justo. Agora, a tabela reserva duas partidas na Vila Belmiro na próxima semana, o Alvinegro pega o Grêmio na quarta e o Botafogo no domingo. Nas nove rodadas até agora do campeonato, o Santos disputou seis partidas fora de casa, sendo duas contra candidatos ao título: Flamengo (o Peixe usou o time reserva) e Cruzeiro. Dos três confrontos na Vila, um deles foi um clássico, contra o São Paulo. A tabela daqui pra frente pode até ser menos cruel, mas enquanto não vier a vitória, Cuca e a torcida continuarão agoniados. 

sexta-feira, julho 04, 2008

Foi por medo de avião

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Uma notícia curiosa circulou esta semana no mundo boleiro. O meia boliviano Raúl Gutiérrez, jogador do Blooming e com algumas participações na seleção do seu país, anunciou que, aos 32 anos, vai encerrar sua carreira de atleta profissional. O motivo: medo de avião.

A fobia de Gutiérrez surgiu há quatro anos, segundo declaração concedida ao diário La Prensa. Tudo ocorreu por conta de um vôo que enfrentou uma forte turbulência e, hoje, ele sequer consegue chegar perto da janela do seu apartamento. Mesmo após consulta com todos os profissionais que lhe recomendaram, o medo não passou.

A aversão do atleta fez com que ele firmasse um contrato bizarro com o Blooming. Ele ganhava metade do salário acertado para disputar apenas as partidas em casa, sem viajar com o time para as pelejas em outras cidades.

Bergkamp e a ameaça de bomba


Mas nem de longe o caso de Gutiérrez é o único no meio futebolístico. O holandês Dennis Bergkamp, por exemplo, sofria do mesmo mal. Especula-se que sua fobia tenha começado durante o vôo que levou a delegação holandesa aos EUA, na Copa de 1994. Um jornalista (tinha que ser...) especulou com colegas que poderia haver uma bomba no avião, o que causou pânico entre passageiros e, em especial, no atleta. A situação foi de tal forma constrangedora que o piloto fez um pouso de emergência.

Ainda assim, o trauma não atrapalhou seu desempenho em campo, tanto que naquele Mundial fez um gol contra o Brasil. Mas se viu obrigado a não disputar a Copa de 2002 na Coréia do Sul/Japão só para não ter que embarcar em uma aeronave, abandonando a seleção aos 31 anos em 2000. Já no Arsenal, onde encerrou a carreira, também deixou de jogar diversas partidas pela impossibilidade de voar.

Os casos brasileiros


No Brasil, o meia Souza, quando jogava no Corinthians, estava no vôo que levava a delegação do clube paulista de Quito, no Equador, para São Paulo. Mas o avião derrapou na pista quando ia decolar e quase causou um acidente sério. A partir daí, o medo se instalou no atleta.

Em 2006, quando disputava a Série B pelo América (RN), o meia pediu à diretoria e foi autorizado a viajar de carro de Natal para Fortaleza (CE), para atuar contra o Ceará. Para isso, teve que sair da cidade um dia antes da delegação do clube.

Mas o caso mais clássico em terras tupiniquins é o do meia Gerson, o "canhotinha de ouro", que evitava a todo custo viajar pelos céus. Segundo a coluna Informal, do jornal catarinense A Notícia, certa vez, em um vôo que ia de São Paulo a Recife, uma turbulência tirou o sossego do craque. O abstêmio Gerson não teve dúvidas e pediu à aeromoça um litro de uísque para “aliviar a tensão”. Reza a lenda que acordou duas horas antes do jogo, no hotel.

Na partida, deu as assistências para dois gols e ainda marcou o terceiro. A atuação garantiu o prêmio de melhor jogador da partida. Prêmio este que era... uma passagem de avião.

quinta-feira, julho 03, 2008

Separados no nascimento

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Será o árbitro Hector Baldassi um ex-agente da KGB com a missão de criar a cizânia no futebol sul-americano, ou o Vladimir é que é mesmo um filho-da-putin que deu certo na política?

O herói e os personagens da final

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A vitória da LDU sobre o Fluminense colocou definitivamente o Equador no mapa do futebol, algo que já havia sido comentado aqui. E nos forçou também a conhecer (e reconhecer) alguns atletas que se tornaram heróis na noite de quarta-feira.

Um deles é emblemático. O goleiro Jose Francisco Cevallos, de 37 anos, titular da seleção do seu país. Por aqui, comentaristas e jornalistas faziam pouco do atleta. De fato, vendo de longe, o arqueiro nunca passou segurança. Foi andando para a bola do primeiro gol do
Fluminense e fez uma defesa algo bizonha em um chute de Conca no segundo tempo. Mas salvou a pátria do Equador no último ataque da equipe carioca na prorrogação e se consagrou ao defender três penalidades e dar o título ao seu time. Algo que, aliás, já tinha feito na disputa contra o San Lorenzo (ARG) nas quartas-de-final, quando defendeu uma penalidade e assegurou a classificação dos equatorianos.

Para aumentar ainda mais os méritos do arqueiro, o goleiro contrariou a recomendação dos médicos do time que diziam para ele não entrar em campo por conta de uma contusão. Peitou os doutores e a comissão técnica e entrou na partida.

No seu país, “Pepe Pancho” Cevallos já é chamado de “San Cevallos” e seu outro apelido de “Mãos do Equador” já se metamorfoseou em “Mãos da América”. E também tem fama de bom moço, já que contribuiu para a construção de 36 casas em um bairro pobre de Las Pozas, tendo visitado os moradores antes da segunda partida contra o América (MEX) pelas semifinais da Libertadores.


Hector Baldassi


O Fluminense reclamou, e com razão, de um pênalti não marcado em Was
hington na primeira etapa. Mas a LDU teve um gol legítimo anulado no final da prorrogação, embora tenha sido um lance muito difícil. Contudo, o que impressionou foi a complacência do árbitro argentino Hector Baldassi com a cera da equipe equatoriana, em especial do goleiro Cevallos.

Mas isso não é exclusividade dele. Oscar Larrionda permitiu ao arqueiro Ochoa, na segunda partida do Santos contra o América (MEX), ganhar muito tempo com o mesmo tipo de expediente utilizado pelo equatoriano. No intervalo, quando o capitão Fábio Costa foi reclamar da prática do anti-jogo, o árbitro respondeu: “se você estivesse na condição dele, faria a mesma coisa.” Ou seja, é só se colocar na posição do outro que o homem do apito se exime de aplicar a regra e punir o infrator. Lamentável que essas situações aconteçam na Libertadores.


Em tempo: Baldassi é o mesmo árbitro que anulou um gol legal de Kléber Pereira no primeiro jogo contra o time mexicano. E vai para as Olimpíadas.


Os medalhões que sumiram


Thiago Silva é um senhor zagueiro. Mas ontem, assim como na partida de ida no Equador, parecia nervoso, deu chutões e teve extremas dificuldades para conter os ataques da LDU. Pode-se atribuir isso ao fato do Fluminense ter se exposto, mas ainda assim ele não mostrou o mesmo futebol que o tornou um dos melhores (senão o melhor) de sua posição no Brasil.


Washington perdeu um gol no primeiro tempo, sofreu um pênalti e cobrou de forma grotesca sua penalidade na decisão. Dodô até deu um ânimo novo à equipe no início do segundo tempo, mas sumiu com o decorrer da partida. Justificou a decisão de Renato Gaúcho que o manteve no banco na primeira etapa. E, como contestou muito o fato de ser reserva, acabou passando uma péssima impressão pra torcida.


Já o argentino Conca parecia se multiplicar em campo e Thiago Neves não pôde ser ofuscado nem pelo pênalti perdido, se tornando o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Libertadores. Júnior César, pelo que mostrou no segundo tempo e em tantas outras ocasiões, merece uma chance na seleção carente de alas esquerdos.


Luiz Alberto


Já gostava do zagueiro quando atuava no Santos e achei um absurdo sua saída do clube, abrindo espaço para o “chapa” do Luxemburgo, Antônio Carlos (leia aqui). Não é nenhum craque, mas tem experiência e voz de liderança no time, além de não comprometer. E fez, ao fim da prorrogação, o que poderia ser a “falta do título”, já que evitou a finalização na arrancada sensacional de Guéron. Após o fim da partida, Luiz Alberto parecia catatônico diante do resultado. Talvez tenha encarnado, com essa atitude, a sensação da maioria dos torcedores do Fluminense naquele momento.

Corra, Brunna, corra!

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Por Brunna Rosa

Paulista é mesmo uma desgraça. Acostumada a pagar preços exorbitantes por uma dose de boa cachaça nos bares paulistanos ou deixar somas consideráveis por uma garrafa de pinga mineira razoável, quando vi preços mais modestos não pensei duas vezes.

Em Belo Horizonte, sob recomendação dos mais experientes, fui ao Mercado Central, onde após uma intensa pesquisa de preços me deparei com bons valores de cachaças, uma envelhecida por três anos em tonéis de carvalho na cidade de Betim (MG) e outra que repousou por dois anos em tonéis de bálsamo e carvalho. Ambas excelentes.

Já em São Paulo, custariam bem mais. Animada, a variedade (irresistível) de queijos no lugar se tornou ínfima e logo comprei sete garrafas sortidas de aguardente.

No aeroporto...

Sábado, 28, aeroporto de Confins. Enquanto aguardava o vôo de volta para São Paulo tomando um café, segurava as duas sacolas de “marvadas”. Faltavam 20 minutos para o vôo, estava na hora de encarar o raio-x e voltar para casa. No entanto, ao passar pelo tal aparelho indsicreto, escutei: “Senhora, por favor, o que é isso?”, indagou a educada funcionária da Infraero ao ver as minhas sacolas.

“São garrafas, moça”, respondi feliz e sorridente. “Sim, mas quantas, senhora?”, continuou com um nada agradável questionamento. “Sete”....respondi um pouco ressabiada.

“Senhora, por lei, só se pode embarcar com dois litros de bebida alcoólica”, informou a atendente. Em segundos a informação da mocinha caiu como uma bomba para esta que vos escreve. De tão desesperada, minha cara deveria externar os sentimentos mais tristes e profundos. A funcionária, com uma voz que trazia dó, pena e uma indisfarçável solidariedade manguaça, entendeu meu drama e falou : “Corra, você tem 15 minutos antes do seu vôo sair, tente embarcar algumas que passamos as demais por aqui”.

Quinze minutos era o que eu tinha. Saí correndo, carregando garrafas que batiam uma na outra e me dirigi, ofegante, ao balcão da dita companhia aérea (aquela que só oferece barrinha de goiabinha para você comer durante o vôo). A fila era enorme. Tive que furar.

Burlada a fila, agora só tinha 10 minutos. Expliquei a situação ao mocinho da companhia aérea, que vendo em minhas mãos as sacolas, fez a pergunta fatídica: “Senhora, quantos litros tem aí?”. E eu, já menos ingênua, respondi: “Um litro e meio, moço”.

Não acreditando na ofegante cidadã, ele abriu as sacolas e se deparou com as sete garrafas. Fechou e diante de minha pessoa, que implorava compreensão lembrando dos poucos minutos para a partida do vôo, consultou o número de meu bilhete e decretou: “Seu vôo não permite embarque de bebida alcoólica”.

Em pleno desespero e na iminência de perder o vôo e a cachaça, todos os argumentos, pedidos e lamentações foram despejados ao responsável pelo check-in. Ele, certamente achando patética a situação, entendeu e sugeriu: “Coloca numa bolsa que tentamos passar”.

Enquanto enfiava apenas duas garrafas na bolsa - a terceira não cabia -, o moço passava um rádio informando que havia uma bagagem atrasada para o vôo, que já estava saindo. Não sei se a “bagagem” era eu ou a bolsa, mas ao terminar a comunicação, me viu com uma garrafa de cachaça na mão e indagou. “E esta, você vai fazer o que com ela?”. Sem pensar duas vezes, declarei: “Não cabe, vai ficar com você”.

Quase lá

Faltavam apenas três minutos para o vôo. Deixei minha bolsa e voltei correndo, com uma sacola preta e quatro garrafas batendo uma na outra pelo aeroporto. Subo as escadas e continuo a correr, ridiculamente.

Na sala de embarque, a mesma moça do raio-x me orienta a passar na frente das pessoas da fila. Pergunta baixinho, em tom de cumplicidade: “Deu certo lá?”. Feliz, mas com a certeza de que as cachaças ou iam ficar por lá, em uma provável checagem na bagagem, ou iriam quebrar, balancei a cabeça positivamente.

Já sentada no avião, com vários minutos de atraso, penso que se quebrassem as garrafas teria que jogar a bolsa fora, afinal o cheiro de álcool seria insuportável.

Uma hora e quinze minutos. Esse foi o tempo de minha agonia.

A chegada

São Paulo, aeroporto de Congonhas. Estava naquelas malditas esteiras por onde saem nossas bagagens. Ansiosa, esperava minha mala e minha bolsa, que nunca chegavam.

Olhei pelo vidro e avisto a mala. Vinha por último, logo embaixo de uma grande mala. Uma sensação horrível me assolou e pensei: “elas não resistiram.”

Tinha certeza que não sobrara nada das duas garrafas. Olhei para o carrinho em que minha mala estava, avistei as quatro garrafas remanescentes e mais aliviada voltei a olhar os carregadores das bagagens. Eles acabavam de pegar minha bolsa e jogar na esteira. Ansiosa, aguardo até que chegassem em minhas mãos.

Milagrosamente inteira, a bolsa e as cachaças estavam lá. E eu, desacreditada fui saindo do aeroporto, checando mesmo se não havia nenhum trincado no vidro. E com uma sensação de aprendiz de “contrabandista” e um currículo aprimorado de manguaça.

Uma corrida pela Cachaça

Um par de sapato com salto alto para Renato Gaúcho

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Uma estátua para Thiago Neves. Era o título que estava pronto na minha cabeça para a partida final da Libertadores. Mas a LDU é o primeiro clube equatoriano a vencer a Libertadores, e o foco muda.

Um camisa 10 que apareceu como meia, como centroavante e como craque. No começo do ano, recusou proposta do Palmeiras para ficar e disputar o continental. Mesmo que tenha sido por mais visibilidade, mesmo que não tenha sido por amor à camisa – se os mais pragmáticos não quiserem –, ele ficou. E foi o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Libertadores.

Foto: Fim de Jogo

Maracanã lotado e em festa. Mais fotos na cobertura online do Fim de Jogo.

Mas o "nunca antes" que vai ser lembrado é outro. Nunca antes, um tombo de salto alto ficou tão restrito a uma pessoa só, que estava lá no banco.

Ainda que tenha sido nos pênaltis. Toda responsabilidade a Renato Gaúcho. Ainda que decisão dessa forma tenha uma dose de imponderável. E que três dos quatro batedores da representação das Laranjeiras tenham desperdiçado.



Tensão

Foi um jogo pra lá de tenso pros torcedores. Os equatorianos marcaram primeiro e o tal do 10 virou.

Dodô entrou para acender o jogo. O time ficou ligado só até o terceiro gol, depois murchou. Foi o momento em que a LDU melhorou e a defesa tricolor mostrou que é cheia de furos – ou que tem um sádico gosto por emoção.

A LDU catimbou bem. Mas também jogou bola. E teve um gol anulado injustamente. Nessa hora não consegui mais torcer pros cariocas como vinha fazendo desde o início do jogo.

Não deixa de ser uma pena pra um time que também tem outros bons jogadores, como Junior Cesar, que bateu o arremesso como um lançamento para o segundo gol. Um lance menos comum do que soa. Tem também Arouca, Washington e Conca.

Nota para futuras gerações
Para os estudos de gerações futuras sobre a arte de secar adversários, passei a maior parte da partida torcendo para os cariocas, depois da virada relâmpago. Depois, parei. Ou seja, não sequei. Tentei pagar contas pela internet. Pela conexão ou pela falta do complemento pro navegador, essa tarefa durou duas horas. E ainda não acabou. Diferentemente de outra situação, nada de pão.

quarta-feira, julho 02, 2008

Salto alto do Fluminense

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Confiança é bom e todo torcedor gosta. Mas, lá de onde eu venho, confiante tem que estar é o cidadão na arquibancada, na mesa do bar ou no sofá da sala, assistindo o jogo.

Jogador, técnico e cartola, tem que estar disposto a comer grama pra ganhar. Pra isso, carece confiança, claro, mas é melhor demonstrar no campo do que no treino.

Renato Gaúcho achou ótimo que a torcida estivesse feliz no treino. O cartola Branco não gostou. Nem acho que o ex-lateral esquerdo tenha tanta razão assim em falar que não gostou. O técnico é que está um poço de certeza. Washington disse que "o melhor jogador não veio".

Poucas coisas são impossíveis no futebol. Agora, tem as coisas improváveis. Que o jogo vai ser fácil nesta noite, contra a LDU, é muito pouco provável. Até porque não é um time ruim.

Não é improvável para times que entram de salto alto cumprirem a metáfora, e tombaram. Mas de repente... eu queimo a língua.

Pé redondo na cozinha - Solução cachaceira

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MARCOS XINEF*

Ariovaldo, o popular Negão, é o caseiro da minha chácara na represa de Guarapiranga, em São Paulo. Suas experiências profissionais anteriores o tornaram uma pessoa de cultura e conhecimento, digamos, "peculiares". Trabalhou, por exemplo, na casa de praia de um grande executivo italiano e também na de um estilista muito famoso, hoje político (sim, aquele mesmo). Depois de perder esses empregos, foi embora para Embu-Guaçu e se tornou um "chapa" – esses caras que cobram para guiar caminhoneiros que não conhecem São Paulo até seus destinos de descarga (só não me perguntem como, porque, do jeito que ele bebe...). Há quatro anos, Negão caiu de pára-quedas na minha chácara.

Sempre conversamos sobre política, música, culinária, enfim, um papo bem eclético. O único problema é que já perdi a conta de quantas vezes salvei sua vida. Explico: normalmente, quando vou para a chácara, no domingo à noite, "tá lá o corpo estendido no chão", digo, o Negão desmaiado de bêbado no sofá. E, invariavelmente, tem uma panela queimando em cima do fogão. Até agora Deus tem ajudado, sempre chego na hora certa.

Só uma vez cheguei mais cedo e o gambá ainda tava acordado, cozinhando. E me falou: "-A bomba do poço queimou, estamos sem água". Olhando a panela, perguntei: "-E com o que você está cozinhando esse feijão?". No que me respondeu, sorrindo: "-Com 51". E era verdade, cheirei a panela e comprovei: pinga pura. Não sei se deu certo, pois não tive coragem de provar para ver. Mas como acredito que aqui no Futepoca temos gente de fígado resistente, vamos à receita:

FEIJÃO COM PINGA DO NEGÃO ARI

Ingredientes
500 gramas de feijão preto
meia cebola picada
três dentes de alho
bacon
lingüiça calabresa
sal a gosto
1 litro de cachaça (51)

Preparo
Antes, um alerta importantíssimo: o feijão não pode ser cozido em panela fechada, muito menos de pressão. Refogue a cebola e o alho no óleo, coloque o feijão e a lingüiça na panela aberta, descarregue o litro da "maldita" dentro e leve ao fogo bem baixo por 45 minutos (sempre lembrando: com a panela destampada).


Se alguém tentar, me diga se fica bom. Matar não mata, porque o Negão ainda continua lá, queimando panela e desmaiando no sofá. Abraços!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Cabine para quem quer dizer que não está no bar

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Atenção manguaças que sofrem com a "rádio-patroa": um bar da região dos Jardins, na capital paulista, instalou uma cabine telefônica (foto) que simula sons para despistar o real paradeiro dos clientes. Ela emite barulho de carros, buzina, avião, tiroteio e até gemidos. Nessa cabine batizada de "cornofônica", o bêbado mentiroso pode inventar tranqüilamente a mentira que quiser, com suporte da "sonoplastia". Leopoldo Buosanti Neto, dono do bar, teve a mirabolante idéia a partir da observação: "Eu via o pessoal saindo desesperado até a rua para atender o celular porque não queria que a mulher descobrisse que estava em um bar". Mas atenção, bêbados barbados: o empresário revela que a invenção tem feito muito sucesso entre as mulheres. "A opção que elas mais usam é do barulho de trânsito", avisa.

Se o problema é esse, o Lula resolve!

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O ex-prefeito de Londres, Ken Livingstone (à direita), afirmou ao jornal The Independent que, para garantir as Olimpíadas de 2012 na capital inglesa, só teve de passar a noite bebendo com os delegados do COI (Comitê Olímpico Internacional), responsável pela escolha da sede dos jogos. "Esta foi a razão pela qual conseguimos ser a sede da Olimpíada de 2012", garantiu Livingstone. "Nem me lembro como fui capaz de achar minha cama depois daquela noite", entregou o ex-prefeito, que hoje é apresentador de rádio. Na semana passada, quando assinou o projeto de lei que dá crédito de R$ 85 milhões para custear a candidatura do Rio de Janeiro às Olimpíadas de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a cidade terá de travar "um grande embate político" para vencer Madri, Tóquio e Chicago. Tá no papo: se o "embate" for o que Livingstone revelou, Lula tem todas as condições de trazer os jogos para o Brasil. Biocombustível neles!

terça-feira, julho 01, 2008

UM MINUTO DE SILÊNCIO

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Nosso querido Bar do Vavá, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, fechou definitivamente suas portas. Termina uma saga de 52 anos, 3 meses e 11 dias da família de origem portuguesa Cardoso Salvador, passando pelo pai, João, que abriu o boteco, até os filhos, Wilson, João e Washington (o Vavá), que mantiveram o estabelecimento aberto por décadas e cativaram centenas de freqüentadores e amigos. Para mim, nunca mais haverá um fórum tão adequado. Ao inesquecível Bar do Seu João, Lanchonete Jardim, Gardenburger, Bar do Elvis ou simplesmente Bar do Vavá, dedico os versos imortais de Adoniran Barbosa como carinhoso epitáfio:

saudosa maloca
maloca querida
dim-dim-donde nóis passemo
dias feliz de nossas vida...

Kléber, a besta

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Em entrevista ao repórter Bruno Winckler, do Jornal da Tarde, o atacante Kléber (que já foi tema de post aqui e foi citado aqui) mostrou ser tão inábil com as palavras como é violento dentro de campo. O personagem da vez no Palmeiras, que nesse campeonato Brasileiro vem sendo expulso jogo sim, jogo não, tentou se defender das acusações de deslealdade. Só conseguiu ficar mais comprometido.

Para começar, o brutamontes diz que sua expulsão no jogo contra o Náutico foi injusta. E justifica contando como se deu o lance:

"Os jogadores do Náutico pressionaram bastante depois que eu tive um encontrão com o Eduardo (goleiro). (...) Eu pedi desculpa. Não foi intencional. Futebol é jogo de contato. O juiz falou que não ia tolerar mais esse tipo de jogada e que eu ia precisar me controlar. Disse que ele estava me ameaçando. ‘Você não quer mais que eu jogue, é isso?’. Depois eu falei que ele estava deixando se pressionar. Na hora que levei o amarelo, reclamei e disse que já tinha me tirado do próximo jogo. Não precisaria me expulsar. Claro que falei em um tom mais alto, mas não ofendi ninguém."

Agora a gente conta. 1 - Tromba violentamente no goleiro, ainda que sem intenção (colher de chá). 2 - Acusa o juiz de ameaça. 3 - Acusa o juiz de ser levado pela pressão do adversário. 4 - Leva o amarelo. 5 - Lembra o árbitro de que já está suspenso, em um tom "mais alto" (a troco de que, cristo?). E o cabra não quer ser expulso? E isso é o próprio Kléber contando, ou seja, versão suavizada.

Mais a frente, solta essa: "A maioria dos lances em que levo cartão há uma disputa normal de jogo."

Mas a melhor parte vem no final.

"Tem jogador que é muito macho de te ameaçar em um jogo, mas se te encontra numa festa, com sua família, não faz nada"

O que o donzelo queria? Que os outros atletas o encontrassem na rua e o chamassem pra briga? É muita falta de noção.

(esse post pode - ou não - virar uma nova seção no Futepoca: Entrevistas Comentadas. Tem muita pérola solta por aí que merece ser destacada)

segunda-feira, junho 30, 2008

Cachaça, em Salinas, é cultura, mas igrejas pegam no pé

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Por Brunna Rosa

A vereadora Edna Sarmento Barros (PDT), de Salinas, Minas Gerais, concedeu esta entrevista durante o Seminário do Plano Nacional de Cultura, em Belo Horizonte. Falou sobre o primeiro vestibular no mundo para fabricação de cachaça, o impacto da alta produtividade do líquido etílico na vida da cidade, além do selo de reconhecimento de Indicação de Origem Geográfica.

Futepoca – O município de Salinas é muito conhecido por sua cachaça. Qual o seu diferencial de outros municípios produtores?
Edna Sarmento Barros –
Um dos principais pólos produtores de cachaça do Brasil é Salinas. Atualmente, a produção anual atinge 5 milhões de litros, sendo comercializada por cerca de 50 marcas, algumas de renome nacional e internacional. Como exemplo, cito a Havana-Anísio Santiago, reconhecida patrimônio cultural imaterial de Salinas por meio do Decreto Municipal nº. 3.728/2006, Erva Doce, a Asa Branca, a Indaiazinha, Peladinha, Canarinha, Fabulosa, Monte Alto, Lua Cheia, Salineira, Seleta, Boazinha, Cubana, Boazinha, Sabor de Minas, Salinas, Terra de Ouro e outras.
Temos também a Escola Agrotécnica Federal de Salinas, o primeiro lugar do mundo a ter vestibular para Curso Superior de Tecnologia em Produção de Cachaça. Neste ano, a primeira turma já vai se formar e é uma honra para nós sabermos que vão continuar a tradição e a cultura de nossa cidade. Por aqui, a cachaça é tão importante que é nosso vinagre: temperamos as carnes com a cachaça. Recomendo que experimentem, é outro sabor!
O diferencial mesmo de Salinas é o solo onde a cana é produzida, segundo pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não só como é armazenada a cachaça. E isso é tão importante para nós que já temos até selo, "Cachaça é Cultura".

Futepoca – O selo que a senhora se refere é ao de produção local?
Barros –
A Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Salinas (Apacs) conquistou recentemente o selo que indica o reconhecimento de Indicação de Origem Geográfica pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O certificado comprova a procedência geográfica, agregando reputação e inibe falsificação. Tem muitas pessoas que produzem a cachaça em outras cidades e vem engarrafar em Salinas. Agora, com o selo, garante-se a origem exclusiva dos produtores locais, beneficiando e protegendo as marcas do município.
No Brasil, no setor de cachaça, somente a cidade de Paraty (RJ) possui o certificado outorgado pelo órgão federal. O município é um dos mais antigos pólos produtores de cachaça.
Outro fato interessante é que Salinas também terá um museu da cachaça. A prefeitura de Salinas e a Secretaria de Estado da Cultura firmaram Termo de Cooperação Cultural para a criação do museu no município com R$ 4 milhões. Serão feitas pesquisas históricas e antropológicas, catalogação de acervos, inventários de bens culturais relacionados ao mundo da cachaça. Em 2007, os produtores de Salinas recolheram R$ 1,042 milhão de ICMS, imposto de competência estadual, ao erário mineiro.
Assim, ter a indicação geográfica na produção de cachaça ao município de Salinas é reconhecer os produtores que há muito tempo produzem uma cachaça de ótima qualidade. Mas, também tem problemas a exploração da produção de cachaça.

Futepoca – Quais problemas a senhora apontaria?
Barros –
As crianças estão bebendo cada vez mais cedo. A igreja, principalmente a presbiteriana, está pegando no pé. A vantagem mesmo é a economia, mas agora as instituições públicas precisam cuidar da saúde.

Cartaz do II Festival Mundial da Cachaça 2008, em Salinas (MG)
Cartaz do II Festival Mundial da Cachaça 2008, em Salinas (MG)


Futepoca – Como estão os preparativos em Salinas para sediar o Festival Mundial de Cachaça?
Barros –
Entre os dias 11 a 13 de julho, Salinas será sede do VII Festival Mundial de Cachaça e fará justiça ao apelido de "Capital Mundial da Cachaça". O nosso diferencial é o processo de fabricação dos produtores da região é exclusivamente artesanal, o fermento utilizado é biológico. Será um grande evento, com mais de 78 expositores, para o qual tenho o prazer de convidar todos os apreciadores de cachaça!

Filho de Garrincha visita o Brasil a convite de bar temático e não perde a chance de criticar Dunga

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Ulf (centro) com Magrão, um quadro com imagens do pai e garrafas no bar O Torto, em Curitiba (a foto é de Rodolfo Bührer, da Gazeta do Povo)

Aos 47 anos, o sueco Ulf Lindiberg Henrik já viveu quase o mesmo tanto que seu pai, o brasileiro (mais brasileiro, impossível) Manoel dos Santos (foto abaixo), o gênio do futebol Garrincha (1933-1983), morto precocemente por problemas de saúde causados pelo alcoolismo crônico. Ironicamente, o "herdeiro" europeu veio ao Brasil, desta vez, a convite de Arlindo Ventura, o Magrão, dono do bar temático O Torto, em Curitiba (PR). Ulf aproveitou para assistir o clássico Atlético-PR x Coritiba, na Arena da Baixada. Na oportunidade, espetou o técnico da seleção canarinho: "-Um time com Ronaldinho, Ronaldo, Kaká... tem de atuar sempre para a frente. Não dá para pôr apenas jogadores para destruir. Definitivamente, não gosto de Dunga".

A corneta de Ulf não significa nada, mas não custa lembrar o quanto seu pai trabalhou (e bem) pela seleção brasileira: foram 60 jogos, 17 gols, inúmeras assistências, três Copas disputadas e duas conquistadas, com participação crucial na Suécia e atuação de protagonista no Chile (abaixo, sete mexicanos tentando marcá-lo em 1962). Com ele em campo, o Brasil perdeu uma única vez, na Copa de 1966, em Liverpool, para a Hungria (3 a 1). De resto, foram fantásticas 52 vitórias e apenas 7 empates. Jogando ao lado de Pelé, nunca perdeu. "Entendo o interesse das pessoas pelo meu pai. Garrincha não foi tão mostrado na TV como Pelé. Pelé foi grande, mas tinha muita mídia. Muita gente que viu os dois diz que Garrincha foi melhor", exagera Ulf. Mas que a memória de Garrincha merecia um pouco mais de atenção nesse país, não resta dúvida. Quando Ulf visitou o Brasil pela primeira vez, em 2005, encontrou apenas um vaso velho com flores secas no modestíssimo túmulo do pai no Cemitério de Raiz da Serra, distrito de Magé (RJ), vizinho a Pau Grande. A precária pedra de mármore que cobre a terra foi comprada pelo ex-jogador Nilton Santos.

Em tempo: muita gente crê que Mané Garrincha gerou um filho na Suécia durante a Copa de 1958, mas não é verdade. A mãe de Ulf engravidou em maio de 1959, durante uma excursão do Botafogo àquele país. O menino nasceu no ano seguinte, foi abandonado pela mãe e adotado aos nove meses. A família adotiva revelou o nome de seu pai quando ele tinha oito anos. O teste que comprovou a paternidade foi realizado apenas em 1998. O sueco sempre quis conhecer o pai e teve uma oportunidade em 1978, mas não conseguiu fazer a viagem. Cinco anos depois, Garrincha perdeu a última batalha contra o álcool e acabou com as chances de um encontro. O ex-jogador teve 15 filhos reconhecidos, sendo 12 mulheres e três homens (acima, com Nenem, filho que jogou pelo Fluminense e faleceu em acidente automobilístico em 1992, aos 33 anos, quando estava no Belenenses, em Portugal). O outro filho, Garrinchinha, que teve com a cantora Elza Soares, morreu igualmente em acidente de carro, aos 10 anos, em 1986. Tereza e Edenir, as mais velhas do casamento com Nair, também já faleceram. Estão vivos, além de Ulf: Marinete, Juraciara, Denízia, Maria Cecília (à esquerda), Terezinha e Cintia (também filhas de Nair), Rosângela (filha de Alcina), Márcia (irmã de Nenem, filha de Iraci) e Lívia (filha de Vanderléa, ex-mulher do falecido jogador Jorginho Carvoeiro).

"O seu paradeiro/ Está no estrangeiro/ Onde está o dinheiro?"

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Os versos do título desse post, presentes na letra de "Onde está o dinheiro?", sucesso de Gal Costa nos anos 1980, caem como uma luva para o novo escândalo do Corinthians. Ao contrário do que escrevi aqui há alguns dias, a venda do atacante Jô, do CSKA para o Manchester City, não é uma notícia tão boa assim para o clube de Parque São Jorge. E tudo por culpa de seu atual presidente, Andrés Sanchez (acima), que eu já havia citado no post anterior por ter vendido porcentagens dos direitos econômicos de três atletas para o Grupo Sonda - o que fez com que a tônica dos comentários fosse principalmente contra a cartolagem brasileira.

Pois os nossos comentaristas tinham toda a razão: matéria de Maurício de Oliveira, do Lance! de hoje, revela que, ao contrário do que se pensava, o Corinthians não vai receber R$ 7,7 milhões pela transação de Jô (ou 13,5% dos R$ 57 milhões da venda, sendo 3,5% como "indenização aos clubes formadores", prevista pela Fifa, mais 10% registrados no contrato de venda para o CSKA, em 2005). Na verdade, o clube paulistano receberá apenas R$ 1,78 milhão do Manchester City. E sabem por que? Os 10% previstos em contrato foram vendidos por Sanchez, no início de maio, por US$ 1,25 milhões (quase R$ 2 milhões). Traduzindo: os R$ 7,7 milhões transformaram-se em R$ 3,78 milhões.

E sabem para quem Sanchez vendeu os 10%? Para uma das empresas de Giuliano Bertolucci, amigo do iraniano Kia Joorabchian, ex-presidente do MSI. Esse comprador conseguiu multiplicar R$ 2 milhões por três no espaço de um mês e meio. Kia, por parte de sua assessoria de imprensa, nega ter ganho qualquer dinheiro nessa transação. Mas o empresário de Jô, Marcelo Djian, joga mais gasolina na fogueira: "-Não sei direito como e qual foi a influência de Giuliano nesse negócio. O que sei é que teve a participação do pessoal de Pini (Zahavi) e de Kia também...". Para quem não se lembra, Pini Zahavi (acima) foi identificado pelo ex-presidente corintiano Alberto Dualib como um dos principais investidores do MSI. E Andrés Sanchez foi vice-presidente de futebol no auge da parceria com o grupo investidor...

"-A divisão do Jô era assim:10% era do MSI, outros 10% do Corinthians e 80% do CSKA. Eu nem sabia que Giuliano tinha comprado os 10% do Corinthians", conta Djian. Em defesa de Andrés Sanchez, que fica numa baita saia justa, o vice de finanças do clube, Raul Corrêa da Silva, soltou a seguinte "justificativa": "-Quem podia imaginar que o Jô valeria tanto?".

No butiquim da Política - Bom dia com o chapéu do povo

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Por CLÓVIS MESSIAS



Olha gente, a nossa Assembléia Legislativa de São Paulo (foto) tem 94 deputados, mas nem dois anos se passaram e 27 já priorizaram participar de outra eleição: para prefeito de suas cidades. Democracia eleitoral sem prazo estipulado. Será que esses deputados, candidatos a prefeito, já cumpriram suas promessas de palanque? Difícil, pois nem ano e meio se passou. Será que eles cumpriram mesmo o prometido? "Me engana que eu gosto" será o tema da nova campanha desses deputados/ prefeitos.
Eles não largam seus mandatos no legislativo e continuam recebendo os salários, os auxílios-moradia e paletó e outros benefícios - tudo com os nossos impostos, enquanto a campanha para prefeito continua nas ruas. Como é bom ser democrata em causa própria! O legislativo, alimento essencial da democracia, ficará quase parado até outubro. Assim, na sua cidade, podemos chamá-los de "democratas operativos". Mas não se esqueçam: sempre em causa própria.
*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

Vitória em casa, G4 alcançado

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Foto: Divulgação/Palmeiras
O Palmeiras venceu em casa diante do Náutico. Permanece invicto e com uma média de um pênalti marcado por jogo no Palestra Itália. Alex Mineiro, portanto, marcou. Com paradinha. Isso foi aos 41 da primeira etapa.

No meio do segundo tempo, Kléber foi expulso junto com Alceu, volante ex-alviverde. Aos 44, em um lançamento para Denílson driblar um zagueiro e o goleiro para dar números finais à vitória com um golaço. Foi a 400a do Palmeiras em campeonatos brasileiros. Números redondos...

Tudo perfeito com o empate entre São Paulo e Cruzeiro no Mineirão e tirando o dono da quarta posição, o próprio Náutico. Palmeiras no G4.

O pênalti sobre Élder Granja, na minha opinião, não existiu. Ele foi empurrado e desequilibrado fora da área, mas não a ponto de cair. Mas o juiz marcou.

Martinez mandou uma bomba no travessão em falta sofrida por Valdívia. O chileno mantém o padrão de sofrer forte marcação, mal conseguir fugir e aparecer em poucos lances, como no lançamento para o gol de Denílson. Enquanto o time ganha, ele segue ajudando. Se perder, vem a chuva de cobranças. Mas é fato que ele continua buscando o jogo.

Desfalques
São dois os desfalques do Verdão com a abertura da janela do futebol europeu. O zagueiro Henrique foi negociado para o Barcelona, da Espanha por € 10 milhões. Gladstone dispensado pelo Sporting, de Portugal, deve ficar até junho de 2009.

A segunda perda é Carlos Pracidelli, preparador de goleiros verde que lançou Marcos. Parceiro de Luiz Felipe Scolari na conquista do Penta, em 2002, ele foi convidado pelo treinador para acompanhá-lo no Chealsea. Pracidelli foi trazido ao clube por Nelsinho Baptista, depois de encerrar a carreira como goleiro no Atlético Paranaense (depois de jogar no Pinheiros-PR, que se tornou Paraná Clube, Santo André, Juventos, XV de Jaú e Nacional-SP). Saiu para o Mundial, para trabalhar no Santos, em 2002, no São Caetano, em 2005, e sempre voltou. Foi até homenageado pela diretoria. Blindado e cheio de moral com a diretoria, ele foi um dos poucos remanescentes da comissão técnica a permanecer com a chegada de Vanderlei Luxemburgo. Mais que justo.

domingo, junho 29, 2008

O Santos tentou, mas a Lusa não deixou

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Diante menos de cinco mil torcedores, já que o estádio do Canindé não pode receber um público maior do que esse e a diretoria do Santos não quis fazer as duas partidas contra a Lusa no Pacaembu, o clássico paulista do sábado terminou em um merecido 0 a 0. Uma partida fraca tecnicamente, com poucas emoções, em que a Portuguesa teve uma chance de ouro no final, com Fábio Costa salvando a pátria alvinegra.

O técnico Cuca armou a equipe com três zagueiros, liberando os alas Apodi e Kléber para apoiar mais o ataque. Com o afoito Adriano no meio, junto com Rodrigo Souto, o Santos acabou sofrendo riscos já que a Lusa caía pelas laterais, aproveitando bem o atacante Diogo, que se movimentava tanto na direita quanto na esquerda. Mesmo assim, a Portuguesa teve apenas uma chance clara no primeiro tempo, um chute defendido com os pés pelo goleiro peixeiro. Apodi também teve uma boa bola na frente, mas errou ao tentar passar para Kléber Pereira e obteve somente um escanteio.

Na segunda etapa, o Santos voltou com o jovem Tiago Luís no lugar de um apagado Lima. Jogando mais na esquerda, com Wesley na direita, o Santos começou a atacar mais o recuado time do Canindé. Mas os alas não correspondiam. Apodi aparecia mal no ataque e Kléber teve novamente uma pífia atuação. O atleta da seleção errou lançamentos, cruzamentos, passes longos e curtos... Enfim, parece ter sentido a responsabilidade de ser o principal condutor da equipe. Dos 39 passes errados do Alvinegro no jogo, simplesmente 15 foram dele, disparado o pior passador do time.

Aos 15, Molina entrou no lugar de Apodi e o Santos prosseguiu pressionando, mais com chutes de fora da área. A retaguarda lusitana só sofreu uma ameaça mais séria na primeira jogada de Quiñonez - que entrou no lugar de Wesley aos 42 -, quando o equatoriano chutou para uma bonita defesa de André Luís. A Lusa teria sua grande chance no final, mas, como dito acima, Fábio Costa defendeu o arremate de Diogo. Com leve vantagem rubro-verde na primeira etapa e um também suave domínio santista no segundo tempo, o empate foi justo, e bem característico do fraco futebol tupiniquim.

Mimetismo midiático

Um lance curioso ocorreu aos 38 do primeiro tempo. No rebote de um escanteio, Preto lançou, Bruno Rodrigues tocou de cabeça e Washington chutou para o gol. O auxiliar, de forma correta, já havia levantado a bandeira quando Bruno, impedido, recebeu a bola. Mesmo assim, o atacante luso finalizou (não teve culpa por continuar o lance, já que tudo foi muito rápido). 

O que se sucedeu na transmissão da Sportv foi que o locutor Milton Leite disse, mesmo após o replay, que Washington estava em condição legal e que o bandeira estava errado. Não adiantava eu esbravejar na frente da televisão dizendo que o impedimento marcado foi no passe de cabeça de Bruno Rodrigo. Não sei se era desatenção, má vontade ou desconhecimento da regra de parte do narrador. 

Logo depois da partida, às 18h20, um texto do Globo Esporte dizia que o gol havia sido mal anulado. Ou seja, seguiram a “verdade” da narração. O mais curioso mesmo é ver hoje a matéria do jogo, no mesmo veículo, “corrigindo” a informação. Claro, sem avisar que havia errado anteriormente. A pressa é terrível, todos sabemos, e filha da necessidade do jornalismo online. Mas não custa ter um pouco de humildade e reconhecer que errou ou alertar o leitor que a matéria foi modificada.

A Taça do Mundo é nossa!

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Brasil e Suécia tinham como primeiro uniforme a camisa amarela. No sorteio, os suecos ganham e têm a preferência de jogar com sua vestimenta tradicional. Em vista disso, o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho, anuncia aos atletas a “escolha” pelo uniforme azul, alegando que dará sorte, porque é a cor do manto de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do país.

Essa é apenas uma das muitas histórias a respeito daquela final de 29 de junho de 1958, válida pelo sexto Mundial de futebol. A seleção tinha a chance de superar o trauma da copa de 1950 e mostrar ao planeta o valor que tinha no esporte mais popular da Terra.

Djalma Santos entrava no lugar de De Sordi, contundido. Seria a única partida na Copa do grande lateral-direito, mas o suficiente para ser escolhido o melhor em sua posição no torneio. "Antes da final o médico já tinha vetado o De Sordi. Eu ainda fui conversar com ele, que me desejou sorte. Nós tínhamos uma amizade e lealdade muito grande no grupo", contou ao Uol Esporte.

Mas a Suécia não estava disposta a deixar a seleção brasileira fazer a festa em sua própria casa. E fez o gol inaugural daquela final aos 4 minutos, em jogada de Liedholm. O pesadelo da derrota para o Uruguai voltava à cabeça dos brasileiros. Mas entre os nossos estava Didi, que pegou a bola no fundo da rede e andou com ela calmamente, como que a mostrando aos companheiros. Chegou ao centro do gramado e jogou a bola no círculo, vaticinando: “Não foi nada pessoal. Vamos encher estes gringos.”

Apenas quatro minutos após, o Brasil empata, com jogada de Garrincha pela direita e gol de Vavá. E o centroavante vascaíno, em jogada muito parecida com a do primeiro tento, fez 2 a 1, placar do final do primeiro tempo. Aos 10 minutos da segunda etapa, Garrincha cruza para Pelé fazer um dos gols antológicos da história da Copa do Mundo. Com um chapéu e um arremate forte, fez 3 a 1. Aos 23, o golpe de misericórdia vem com Zagallo, que marca após lance de Didi. Gol merecido, já que o ponta esquerda havia feito um gol legítimo não anotado na semifinal contra a França.

A Suécia ainda faria o segundo gol, mas no último minuto Pelé sacramentou a goleada verde-e-amarela, tornando-se artilheiro da equipe na competição: seis gols em quatro partidas. Just Fontaine foi o goleador máximo, 13 gols, recorde até hoje não igualado por ninguém em uma edição da Copa do Mundo. Sua seleção, a França, foi a terceira colocada, superando a Alemanha por 6 a 3. O Mundial terminou com 126 gols marcados em 35 partidas, uma ótima média de 3,6 gols por peleja. 

O capitão do escrete, Hideraldo Luís Bellini, criava o gesto que seria imortalizado e repetido durante as décadas seguintes. Recebe a taça e a ergue em direção ao céu. "Não pensei em erguer a taça, na verdade não sabia o que fazer com ela quando a recebi do Rei Gustavo, da Suécia. Na cerimônia de entrega da Jules Rimet, a confusão era grande, havia muitos fotógrafos procurando uma melhor posição. Foi então que alguns deles, os mais baixinhos, começaram a gritar: 'Bellini, levanta a taça, levanta Bellini!', já que não estavam conseguindo fotografar. Foi quando eu a ergui", contou o zagueiro à Gazeta Esportiva, Bellini, rindo.

Hoje, para quem nasceu depois da conquista que completa 50 anos, aquele título pode parecer apenas um fato histórico distante, que perdeu o significado pelos títulos obtidos posteriormente. Mas é inconcebível imaginar como seria hoje o futebol brasileiro se houvesse um novo fracasso no Mundial. Foi o ponto de ruptura em que os brasileiros se livraram do que Nelson Rodrigues chamava de “complexo de vira-latas”. Ali se firmou o respeito à camisa verde-amarela e também nascia o maior jogador de todos os tempos, que o mesmo Nelson chamou de “rei”, antes de ele ser celebrizado como tal na Suécia. Considerada por muitos a maior seleção de todos os tempos, todo brasileiro deve reverenciar e agradecer o legado deixado por cada um daqueles ídolos que estarão para sempre no panteão dos grandes do futebol mundial.


Just Fontaine, artilheiro da competição, afirmou, como muitos acreditam, que aquela seleção do Brasil foi a melhor equipe brasileira da história. “Foi o mais equilibrado, melhor do que o de 1962 e do que o de 1970”, declarou ao Globo Esporte. Na mesma conversa, ele afirmou; “Pelé foi o melhor de todos os tempos, depois dele vem Di Stéfano e, bem abaixo, os outros como Maradona e Cruiyff.” Palavra de quem conhece.  

"Sim, amigos, o maior futebol do mundo"

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A equipe da decisão em 29 de junho de 1958: em pé, da esquerda para a direita, Feola (técnico), Djalma Santos, Zito, Bellini, Orlando e Gilmar; agachados, Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagallo e o rouperio Assis

No domingo passado, a TV Cultura recuperou uma entrevista interessante do jornalista Armando Nogueira. Segundo ele, que trabalhou na cobertura da Copa da Suécia, o dia 29 de junho de 1958 amanheceu chuvoso e encoberto em Estocolmo, fato que o deixou muito preocupado. Afinal, o gramado pesado seria desfavorável ao refinado toque de bola do Brasil na decisão do mundial contra os donos da casa. No café da manhã, Nogueira encontrou um repórter inglês que conhecia apenas de "ois e olás" e, como não poderia deixar de ser, conversaram sobre a final. O jornalista brasileiro externou sua preocupação e o inglês, concordando, sentenciou: "É verdade, o campo molhado vai atrapalhar o Brasil. Em vez de ganhar por 7 ou 8 gols, vai vencer apenas por 4 ou 5". Nogueira arrematou seu "causo" relembrando que no mesmo dia, após o quinto gol brasileiro, de Pelé (acima), que fechou a goleada por 5 a 2, pensou: "Aquele gringo entende mais de futebol do que eu!".

Ingresso da decisão entre Brasil e Suécia no estádio Raasunda

De fato, foi fácil. Apesar do início nervoso e do gol sueco, foi só a bola chegar até os pés do ponta-direita Mané Garrincha para o Brasil virar o jogo ainda no primeiro tempo, com dois cruzamentos na pequena área do adversário, que resultaram em gols de Vavá. No segundo tempo, até Zagallo marcou o seu (à direita) e, com mais dois de Pelé (e um segundo gol pra lá de impedido da seleção sueca), o Brasil sacramentou a conquista. Pensando em seu pai, que estava muito doente, o capitão Bellini segurou as lágrimas e, a pedido dos fotógrafos, inventou - e imortalizou - o gesto de erguer a taça Jules Rimet com os dois braços (foto abaixo). Esse título mundial foi o primeiro chute no "complexo de vira-latas" (ou de inferioridade) que atormentava os brasileiros.

Logo em seguida, viriam a Bossa Nova, o título mundial do boxeador Éder Jofre, a inauguração de Brasília, os campeonatos mundiais da tenista Maria Esther Bueno e da seleção brasileira de basquete, o Cinema Novo e o auge do Santos de Pelé. Tudo sufocado, infelizmente, pelo golpe militar de 1964. Mas na Suécia, seis anos antes, conseguimos a erguer a cabeça. Ouça, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana daquele histórico jogo:




Se não abrir, clique aqui.


Ficha técnica

BRASIL 5 x 2 SUÉCIA


Data: 29/junho/1958
Local: Raasunda, em Estocolmo
Árbitro: Maurice Guigue (França)

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

Suécia: Svensson; Bergmark e Axbom; Borjesson, Gustavsson e Parling; Hamrin, Gren, Simonsson, Liedholm e Skoglund; Técnico: George Raynor;

Gols: Liedholm (4), Vavá (8), Vavá (32), Pelé (56), Zagallo (68), Simonsson (80) e Pelé (89).


Ps.: No encerramento das postagens com áudios de todos os jogos da seleção brasileira na Copa da Suécia, voltamos a agradecer Alessandro Mendes dos Reis, dono da livraria/ sebo Leitura & Arte, de São Paulo, pela doação do LP histórico "Brasil!!! Na Copa do Mundo", original de 1958 (gravadora Odeon), e também a Luciano Tasso, que emprestou sua vitrola, Michel Lopes, do programa ABCD Maior no Ar , que fez os cortes e tratou os arquivos de MP3, e Anselmo de Massad, responsável técnico pelo nosso "gigantesco departamento de TI". A memória do futebol nacional agradece.