Destaques

segunda-feira, setembro 15, 2008

O Santos mais aliviado e o enigma Cuca

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Já virou rotina. De novo, Kléber Pereira foi o personagem de uma partida, agora contra o Fluminense, de todas as formas que um atacante pode ser protagonista. Primeiro, tentou fazer um gol de primeira em um lance em que seria mais fácil dominar e chutar, já que estava de cara pro gol. Chutou pra longe. Em segredo, foi xingado por santistas, embora tenha crédito.

Na segunda oportunidade, recebeu uma bola no lado direito do ataque, bem longe da área. Com uma virada sobre o marcador, tentou um chute por cobertura e a bola passou perto. uma oportunidade "achada", jogada de rara beleza e oportunismo.

Quando apareceu pela terceira vez, fez seu décimo-oitavo gol no Brasileirão. Depois de um belo passe de Cuevas, se livrou fácil de Roger e chutou no canto direito de Diego. No segundo tempo, apareceu algumas vezes impedido, deu belas assistências, mas pouco ameaçou. No geral, foi de novo a estrela e ajudou o Santos a livrar três pontos da zona do rebaixamento, colocando mais dois adversários atrás de si.




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Cuca armou um esquema com três zagueiros, pra variar. Com um meio de campo com mais três volantes, sofreu pressão do Santos e criou somente uma oportunidade de gol no primeiro tempo, graças à ineficiência do lateral Kléber, de novo, uma pálida sombra de atleta. Em desvantagem, na segunda etapa colocou Somália e o Fluminense foi mais agudo. Márcio Fernandes demorou pra tirar o - de novo - apagado Molina e até o fim persistiu com um estafado Cuevas (que de bom mesmo, só a assistência para o primeiro gol, além de muito esforço). Tomou pressão, mas a incrível falha de marcação da defesa do Fluminense em um escanteio resultou no segundo gol, de Bida. O gol carioca quase nos acréscimos deu emoção à partida, mas a vitória alvinegra foi merecida.

Interessante que, no meio da transmissão, um repórter retratou uma reação de Cuca. O treinador lamentava que um determinado jogador não tinha entendido sua orientação. No Santos, vários atletas se queixaram que era impossível apreender alguns dos posicionamentos táticos exigidos pelo técnico.  Isso remete a reflexões interessantes.

Há técnicos que conseguem ser bem sucedidos com alguns elencos, mas fracassam repetidas vezes depois. Cuca, se não foi campeão com o Botafogo, fez um trabalho interessante com um grupo limitado. Mas tinha em alguns jogadores - como Túlio e Lúcio Flávio - muita confiança, e parecia que eles traduziam o que pretendia o chefe para os demais. Sem referências e sob pressão, como no Santos, não conseguiu êxito e no Fluminense, em que pese uma campanha razoável, as opções disponíveis davam a entender que poderia se sair melhor. Por enquanto, nada.

Vejo o treinador e lembro de Cabralzinho. Técnico do Santos em 1995, fez uma equipe capitaneada pelo desconhecido Giovanni e com jogadores considerados refugos como Marcos Adriano, Jamelli e Macedo, armou um belo time de futebol, que só não foi campeão no Brasileiro porque... bom, todo mundo sabe. Mas, depois dessa campanha, foi preterido em relação a Candinho no ano seguinte e nunca mais obteve sucesso com outro time daqui. Voltou para o Oriente Médio e em rápidas incursões nesse meio tempo em clubes brasileiros - inclusive no próprio Santos -, não vingou. Conseguiu uma mágica porque sua integração com aquele elenco era perfeita. Quando os dois se separaram, tanto um quanto o outro decaíram. Estaria Cuca fadado a ser um novo Cabralzinho?

*****
Pela tabela atual, o Brasileirão tem grupos de times com interesses bem distintos. A luta contra o rebaixamento envolve oito times. Vasco, Fluminense, Portuguesa e Ipatinga seriam os quatro atuais rebaixados, mas a distância entre o décimo-segundo colocado, Atlético (MG), e a Lusa é de apenas sete pontos. O que mais impressiona nesse bolo é a derrocada do Figueirense, hoje com 28 pontos e a só dois da região da degola.  Estreou no segundo turno na nona posição e hoje está seis postos abaixo.

Seis pontos acima do Galo, o Internacional inaugura outro grupo: daqueles que brigam pela Libertadores. Com 36 pontos, o clube gaúcho está a seis da quarta vaga, hoje ocupada pelo Botafogo (com o mesmo número de pontos do São Paulo, quinto). Entre eles, outros seis times e acima Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro, que disputam o título junto com o Alvinegro carioca e o Tricolor paulista.

Em relação ao ano passado, na mesma rodada, algumas diferenças. A essa altura, uma vaga do rebaixamento já estava praticamente definida, já que o América (RN) tinha 11 pontos e estava a 15 do penúltimo colocado. Goiás, Sport e Corinthians estavam a quatro pontos da zona do rebaixamento, mas a sete de uma vaga da Libertadores. Ou seja, havia mais possibilidade de ascensão do que para o Atlético (MG), que se encontra a quatro da zona da degola, e para os que estão abaixo dele.

Claro que o hiato de seis pontos que separa o grupo de cima do de baixo vai sofrer alterações, mas a emoção da competição hoje reside no fato de que, quem não luta contra o rebaixamento, briga pela Libertadores. Um campeonato sem meio termo.

Na rodada alviverde, o Grêmio ainda é líder

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No Olímpico, o alviverde Goiás surpreendeu. Virou o jogo contra o desfalcado líder do campeonato em pleno Olímpico. Tropeços acontecem. Mas a cor da rodada ficou bem clara.

O Coisa Verde resumiu bem: Paulo Baier faz sua melhor partida pelo Palmeiras, ao marcar o gol de empate do Goiás. Afinal, a virada deixou o tricolor gaúcho só (só?!?) a três pontos de vantagem. Como todos os times ainda vão tropeçar no campeonato, essa distância só é boa para quem está atrás porque já foi maior.

Retrancado como time grande?



Essa é a outra parte verde da rodada. A vitória no Mineirão foi muito complicada. Desfalcado de seus atacantes titulares e com a defesa desesperadora, Vanderlei Luxemburgo apostou em Diego Souza no Ataque e Martinez na defesa. Se deu bem. Entrou com três zagueiros e praticamente três volantes (já que Evandro arma, mas marca muito mais).

Se fosse o Muricy Ramalho, seria o retranqueiro que tem sorte. Como é o Luxemburgo, eu digo: retranqueiro que deu sorte nesse jogo. O golaço de Diego Souza resolveu o jogo do lado do ataque. E a blindada defesa foi bem.

Mesmo assim, até o gol palmeirense, o time paulista jogou como grande, o que deixou o jogo aberto e com pelo menos uma oportunidade grotescamente feita para cada lado em cruzamentos de contrataque. Depois do gol e até Lenny ser expulso, os visitantes tentaram tocar a bola para não tomar sufoco, mas ficou claro que a vocação daquela etapa era defensiva. Teve correrias para avançar, Leandro até perdeu gol feito, mas o esquema que chegou a ter até quatro zagueiros e três volantes.

Funcionou ontem. Será que funciona contra o Vasco na quarta, pela Sul-Americana, e no domingo, pelo Brasileiro?

Marcos é o cara
Marcos fez três defesas espetaculares, duas depois dos 38 do segundo tempo, e gritou com o time até dizer chega. Grande Marcos.

Operação Ouro Verde
A cor da rodada começou no meio da semana. Houve quem, ao conhecer o nome da operação da Polícia Federal cujo inquérito incluiu Celso Roth na posição de réu por evasão de divisas, enxergasse um dedo palmeirense. De olho no título, tudo o que o Verdão precisava era de um abalo na confiança do líder Grêmio. Forçado, carente de elementos concretos e só uma pilhéria divertida. Mas qual a influência de entrar em campo comandado por um técnico que responde judicialmente por crimes?

Vale lembrar que a operação foi deflagrada em março de 2007 e prendeu 20 pessoas à época. O que foi entregue agora foi só o relatório para o Ministério Público do Rio Grande do Sul. A notícia que trouxe o tema foi a convocação do treinador para depor na sede PF gaúcha.

F-Mais Umas - Aceleração precoce

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CHICO SILVA*

Grande Prêmio da Itália, lendário circuito de Monza. Desde que o mundo é mundo, uma multidão invade a pista para saudar o vencedor da mais tradicional das provas do calendário da Fórmula 1. No degrau mais alto do pódio, um emocionado alemão "rege" a orquestra que executa os hinos nacionais do seu país e da Itália, pátria sede de sua escuderia. Cena familiar, não? Porém, o protagonista não é o heptacampeão mundial Michael Schumacher, que, ao volante da italiana Ferrari, conquistou o recorde de cinco vitórias em um dos templos do automobilismo mundial. Ou será que é? Aos 21 anos, dois meses e 11 dias, Sebastien Vettel (foto acima), que sofre de aceleração precoce, tornou-se o piloto mais jovem da história a vencer uma prova da F-1. No sábado, já havia sido o mais novo da categoria a marcar o melhor tempo em um treino classificatório. Para completar a lista de recordes imberbes, Vettel é também o mais jovem a pontuar, feito obtido logo na sua estréia na categoria, no GP dos Estados Unidos do ano passado.

E o mais impressionante é que o alemão doma uma Toro Rosso, equipe que carrega a herança genética da Minardi, uma das maiores cadeiras elétricas da história da F-1. Para quem não se lembra, a Minardi foi uma equipe italiana que competiu por 20 anos e teve como maior feito liderar uma volta do GP de Portugal de 1989, pelos braços do barbeiro Pierluigi Martini (à direita). Ao encerrar suas atividades, em 2005, o time vendeu sua estrutura para a Toro Rosso de Vettel.

É claro que é cedo para saber qual será o futuro do pós-adolescente germânico. Mas em sua terra natal ele sempre foi tratado como o herdeiro natural de Schumacher. Tanto que por lá o chamam de Baby Schumi, referência ao apelido do ex-piloto. E, se comparados, os primeiros resultados de ambos mostram pequena vantagem para Vettel. Ele marcou pontos logo em sua estréia. Schumacher precisou de duas corridas para conseguir isso. O heptacampeão mundial esperou 41 provas para largar na pole position - se bem que, depois disso, fez tantas que quebrou o recorde de 65 poles que pertencia a Ayrton Senna (à esquerda). O Baby Schumi saiu em primeiro já em sua 24ª largada.

O jovem Schumacher (à direita), no entanto, levou vantagem no número de GPs disputados até para a primeira vitória. Ele conquistou triunfo inicial com 17 corridas, na Bélgica, em 1992. Vettel precisou de 24 GPs para subir ao lugar mais alto do pódio. Provando que está na trilha de Schumi, na semana que antecedeu ao GP da Bélgica, Vettel foi treinar de kart na pista onde o maior campeão da história da F-1 deu suas primeiras aceleradas, em Kerpen, cidade natal do clã Schumacher. Durante a prática caiu um temporal na pista. Para surpresa dos mecânicos, Vettel pediu para continuar andando com pneus para pista seca.

Já imaginava as condições climáticas das duas corridas seguintes, os GPs da Bélgica e da Itália. Deu no que deu. O campeonato deste ano está nas mãos de Felipe Massa (à esquerda), que fez outra corridinha meia-boca, e de Lewis Hamilton. Mas os próximos terão um outro candidato. E ele é loiro, fala alemão e tem pé pesado. Ao que parece, qualquer semelhança não será mera coincidência. Abaixo segue uma lista com os cinco pilotos mais jovens a vencer na F-1. E o que eles fizeram depois disso. Até a próxima!

Os cinco mais precoces
1- Sebastian Vettel (ALE), GP da Itália de 2008, com 21 anos, 2 meses e 11 dias - Segunda temporada na F-1. Personagem deste artigo;
2- Fernando Alonso (ESP), GP da Hungria de 2003, com 22 anos e 26 dias - Bicampeão mundial, atual piloto da Renault;
3– Troy Huttman (EUA), GP de Indianápolis de 1952, com 22 anos, 2 meses e 19 dias - Piloto da Fórmula Indy. Só entra nessa estatística porque, entre 1950 e 1960, o tradicional circuito fazia parte do calendário oficial da Fórmula-1;
4 – Bruce McLaren (Nova Zelândia, foto à direita), GP dos EUA de 1959, com 22 anos, 3 meses e 12 dias – Seu principal legado foi a fundação da equipe que leva seu sobrenome. Teve como melhor resultado um vice-campeonato na temporada de 1960, quando pilotava para a extinta Cooper;
5 – Lewis Hamilton (ING), GP do Canadá de 2007, com 22 anos, 5 meses e 3 dias – Piloto da McLaren e líder da temporada 2008 até aqui.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

domingo, setembro 14, 2008

Ricos, pobres e carga tributária no Brasil

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O presidente do Ipea Marcio Pochmann, em artigo publicado hoje na Folha de S. Paulo (aqui, para assinantes), ataca um ponto que tem me inquietado bastante nas discussões de boteco sobre a economia brasileira. Trata-se da carga tributária do país, ou seja, quanto o governo arrecada com impostos, taxas e congêneres.

Está na moda já há algum tempo dizer que a carga tributária é alta, o que seria um dos fatores a limitar o crescimento do país, tornando-o menos atraente para que empresários (daqui e de fora) façam investimentos. Empresários e mídia têm propagado esse raciocínio a quatro ventos, ganhando simpatia da classe média. Foi um dos motes do movimento cívico (sic) Cansei e da mobilização contra a renovação da CPMF.

O artigo de Pochmann questiona essa avaliação, dizendo que a mera constatação de que a carga tributaria é maior do que 35% do PIB, estando em níveis de países desenvolvidos, o que o Brasil está longe de ser, é simplista como crítica e dificultam análises comparativas sérias com outros países. Diante disso, propõe duas ponderações.

Primeiro, a questão da regressividade dos impostos: quem ganha mais, paga menos. “Aqueles com renda acima de R$ 3.900 contribuem apenas com 23%. No entanto, quem vive com renda média mensal de R$ 73 transfere um terço para a receita tributária”, afirma o economista. O motivo, explica ele, é o tipo de impostos que são aplicados por aqui. Na maioria, eles são indiretos, do tipo que se embute no preço de produtos e serviços (como o ICMS) e não diretos, como o Imposto de Renda. Com isso, rico e pobre pagam o mesmo imposto quando compra feijão ou televisores.

A justiça do sistema deveria vir de impostos diretos, fazendo com que os mais ricos arcassem com a maior parte do financiamento do Estado, promovendo distribuição de renda direta e indiretamente, pelas políticas públicas do Estado. No entanto, o que ocorre é que os ricos conseguem escapar dos impostos, contratando equipes de contadores e outros profissionais para encontrar maneiras de, dentro da lei (na maior parte dos casos, quero crer), não recolher impostos. “Os 10% mais ricos, que concentram três quartos de toda a riqueza do país, estão praticamente imunizados contra o vírus da tributação, seja pela falta de impostos que incidam direta e especialmente sobre eles -como o tributo sobre grandes fortunas-, seja porque contam com assessorias sofisticadas para encontrar brechas legais para planejar ganhos quase ausentes de impostos, taxas e contribuições”, afirma o professor da Unicamp.

A questão da progressividade também é um problema mesmo em impostos que a praticam, como o IR. A tabela é tímida em tributação aos mais ricos, como demonstra a comparação com outros países. “O Imposto de Renda, que, nos EUA, tem cinco faixas e alíquotas de até 40% e, na França, 12 faixas com até 57%, no Brasil tem apenas duas, com alíquota máxima de 27,5%. Aqui, impostos sobre patrimônio, como IPTU ou ITR, nem progressividade têm.” “Em síntese,", conclui, "a pobreza no Brasil não implica somente a insuficiência de renda para sobreviver, mas também a condição de pagar mais impostos, taxas e contribuições."

Outro ponto criticado pelo economista é o uso do dinheiro arrecadado. O economista afirma que, “no Brasil, a cada R$ 3 arrecadados pela tributação, somente R$ 1 termina sendo alocado livremente pelos governantes”, pois uma série de compromissos assumidos, como subsídios, isenções, transferências sociais e pagamento dos juros do endividamento público absorve a maior parte da grana. “Noutras palavras, R$ 2 de cada R$ 3 arrecadados só passeiam pela esfera pública antes de retornar imediata e diretamente aos ricos (recebimento de juros da dívida), às empresas (subsídios e incentivos) e aos beneficiários de aposentadorias e pensões."

Percebam que destes pontos só o dinheiro dos velhinhos é questionado pelo pessoal que clama por menos impostos. A “eficiência do Estado”, que eles afirmam almejar, não suporta aposentadorias e pensões, mas suporta o refinanciamento bilionário feito regularmente de dívidas astronômicas do setor agrícola com o governo, o pagamento de juros não menos galácticos pela dívida pública, subsídios e mais subsídios a setores empresariais. Dinheiro para rico é “investimento”, para pobre é gasto. O crescimento econômico dos últimos anos, em boa parte impulsionado pelo aumento constante no consumo das famílias (financiado também em larga medida pelo aumento do salário mínimo, Bolsa Família e credito consignado), desmente a tese.

O artigo caiu como uma luva para mim, que nunca gostei dessa ladainha pela redução dos impostos mas naõ tinha condições de justificar bem minha posição. O principal motivo é que acredito na importância do Estado enquanto promotor de melhores condições para a população. Para isso, é preciso grana, e grana do Estado vem de impostos. Logo, o Estado arrecadar faz parte. O problema é o tipo de arrecadação, que precisa pegar mais grana dos andares de cima e deixar o pessoal de baixo respirar. O próprio Pochmann, numa palestra que vi um tempo atrás, disse que uma estrutura progressiva de impostos foi um dos pilares no crescimento dos países que hoje chamamos desenvolvidos (junto com a reforma agrária, outra de que o pessoal da bufunfa – e seus aliados da maioria da classe média – foge como a bola do pé do Perdigão).

Outro ponto sempre me deixou com o pé atrás na questão é a origem das críticas. É só a neoliberalzada de plantão e um monte de gente rica. Se esses caras são contra, minha curta experiência tem demonstrado que eu sou a favor. Leiam o artigo do homem a vamos qualificar o papo no bar.

sexta-feira, setembro 12, 2008

A quarta divisão não é o limite

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No primeiro semestre do ano que vem, cinco times brasileiros tentarão o título da Libertadores. Outros tantos lutarão pela Copa do Brasil. Alguns correrão atrás de mais uma conquista estadual. 

E alguns tentarão se garantir na primeira edição da Série D, a quarta divisão nacional.

Ou seja: ao contrário do que foi dito quando da definição da criação da Série D, a quarta divisão não é o limite. Não. Dá pra estar ainda pior: fora dela.

Para alcançar a façanha, basta o time não ter se qualificado para a disputa das três melhores divisões nacionais (e quem diria que algum dia a Série C poderia ser chamada de "melhor") e não estar entre os representantes que seu estado indicará para a Série D.

"Mas pra ficar fora até da quarta divisão o time tem que ser de várzea, e daquelas várzeas mais vagabundas, certo?". Errado. Entre os que pleitearão vaga na "Quartona" estão equipes com tradição no futebol nacional, como Paulista, Santa Cruz e Remo - ambos jogaram a Série C de 2008 e já foram despachados, nem sequer obtendo vaga entre os "melhores eliminados" que se garantiram na Terceirona do ano que vem. 

Há outras tantas equipes tradicionais que também não figurarão nas três primeiras divisões brasileiras - América-RJ, Bangu, Botafogo-SP, Londrina, e outras - mas é que o caso dos citados Paulista, Santa e Remo é emblemático.

Vale lembrar que em 2006 o Santa estava na Série A e o Paulista na Libertadores, e ganhando do River Plate! E também há apenas dois anos o Remo voltava à Série B depois de uma campanha na Terceirona cuja maior marca foi deixada pela sua torcida, que registrou a maior média de público no Brasil em 2005, em todas as divisões nacionais.

Por outro lado, podemos celebrar a permanência na Série C (e até mesmo o acesso para a B, já que a Terceira Divisão está em andamento) de outros times tradicionais, como Guarani e Paysandu, outros que ainda nessa década estavam na elite nacional. Também ainda lutam pelas quatro vagas na Série B de 2009 Rio Branco-AC, Salgueiro-PE, Confiança-SE, Atlético-GO, Guaratinguetá, Duque de Caxias-RJ, Ituiutaba-MG, Marcílio Dias-SC, Luverdense-MT, Águia-PA, Campinense-PB, ASA-AL, Mixto-MT e Brasil-RS. América-MG, Sampaio Corrêa-MA, Icasa-CE (eterno campeão cearense de 1992) e Caxias-RS já estão eliminados da Série C de agora, mas garantiram sua vaga na Terceira de 2009.

Homem alugava mulher ao vizinho por cerveja

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Da agência EFE, sem mais comentários:

A Audiência Provincial de Fulda, na Alemanha, condenou nesta sexta a três anos de prisão um homem de 39 anos por alugar os serviços sexuais de sua mulher para um vizinho em troca de um engradado diário de garrafas de cerveja. O condenado deverá, além disso, se submeter a um tratamento para superar sua dependência do álcool enquanto o vizinho, de 60 anos e sem antecedentes criminais, foi sentenciado a dois anos de liberdade condicional por abusos sexuais. Segundo fontes judiciais, o homem chegou a assinar um acordo com seu vizinho por meio do qual este poderia ter relações sexuais com a sua mulher, de 32 anos, em troca da cerveja que ele lhe entregaria. Aparentemente, a mulher, que tinha três filhos, aceitava essas relações por medo de sofrer maus tratos de seu marido. Depois, decidiu chamar a polícia, segundo as mesmas fontes, quando a violência exercida por seu marido a fez temer por sua vida.

Time alemão lança tumbas para torcedores fanáticos

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Depois de contratar o meia brasileiro Thiago Neves, o Hamburgo resolveu inovar na estratégia de marketing. É a arquibancada do além. Um cemitério a 100 metros do estádio foi lançado para torcedores do clube. Antes de inaugurar o mais tétrico dos espaços para os seguidores do clube, foram realizadas reformas para dar ares futebolísticos ao local. Na entrada, por exemplo, foi montada uma trave de concreto, e a grama do local vem do estádio do Hamburgo.

Ao contrário de outras medidas de marketing, como vender o nome do estádio para a gigante da internet AOL, o Hamburgo jura que a aquisição do espaço e o pagamento mensal só vai custear a manutenção do cemitério.

O pacote-fanático no Grabfeld HSV inclui enterro com execução do hino, caixão com o escudo do clube e terra do estádio para cobrir a lápide. "De lá é possível até acompanhar o resultado dos jogos", brincou o diretor Christian Reichert, responsável pelo relacionamento do clube com os seus torcedores.

Foto: Divulgação
A depender da sofisticação da urna, o preço do caixão varia de 370, para um modelo singelo, a 2.350 euros no padrão mais elaborado (foto). Dependendo do tamanho dos caixões escolhidos, o número de torcedores sepultados por lá pode variar de 300 a 500.

Pioneirismo hermano
Há exatos dois anos, em 2006, o clube argentino Boca Juniors executou medida semelhante. O cemitério, porém, é o de Parque Iraola, em Berazategui, cidade localizada a 30 quilômetros ao sul da capital Buenos Aires. Além disso, apenas uma parte é dedicada aos torcedores azul e ouro.

No Brasil, Samarone Lima, no Blog do Santinha avisou que planeja propor a medida à diretoria do Santa Cruz, para criar formas diferentes de arrecadação. Ele promete patentear a idéia para evitar apropriação por parte de outros clubes, especialmente os rivais de Pernambuco. "Tentaremos um intercâmbio com o Hamburgo", escreveu. "Mas cá entre nós: é fogo articular coisas com um timeco que faz parte da 'Bundesliga'".

O buraco era mais embaixo...

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Outro dia postei aqui uma prova da capacidade pacificadora da manguaça, que conseguiu pôr uma pá de cal na briga entre John Lennon e Paul McCartney no início da década de 1970. Mas leio hoje, no portal Terra, que o motivo da rusga era outro: briguinha de casal. É o que diz a polêmica biografia John Lennon: The Life, que chega às lojas dos Estados Unidos no mês que vem. O autor, Philip Norman, garante que Lennon era gamado por McCartney (à direita, ambos em momento íntimo).

Agora tudo faz sentido, pois cachaça é o melhor remédio, de fato, para dor de corno e paixão não-correspondida. E a boiolice dos dois explica a foto da contracapa do álbum Ram, que mostra dois besouros (beetles, em inglês) transando. Bem que eu desconfiava dos berros de Paul McCartney em Oh, Darling, do último disco de estúdio da banda inglesa. Na época, John estava querendo acabar com os Beatles, e Paul suplicava: "When you told me, you didn't need me anymore/ I nearly broke down and cried" ("Quando você me contou, você não precisava mais de mim/ Eu quase me acabei e chorei"). E arrematava, tresloucado: "Oh! Darling, if you leave me, I'll never make it alone" ("Oh, querido, se você me deixar, eu nunca mais vou fazer isso sozinho"). Yoko Ono, que muitos dizem ser um homem, deve ter sido mesmo o pivô da crise nesse relacionamento. Porque parece que traçou os dois...

Os parceiros beatles já tinham dado uma escorregada no tomate antes, em Two of us (Dois de nós), em que celebram o cotidiano de apaixonados: "Two of us wearing raincoats/ Standing so low/ In the sun/ You and me chasing paper/ Getting nowhere/ On our way back home" ("Dois de nós vestindo casacos de chuva/ Ficando bem baixo/ No sol/ Você e eu perseguindo papel/ Chegando a lugar nenhum/ Em nosso caminho de volta para casa"). "Ficando bem baixo"? "Nosso caminho para casa"? É, deve ter um fundo de verdade nessa nova biografia. E se for tudo mentira, pelo menos serve para perder meia hora de papo furado na mesa do bar. Até lá!

quinta-feira, setembro 11, 2008

Me esquerda que eu gosto! - Caso de polícia

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DIEGO SARTORATO*

São Bernardo do Campo (SP), menina dos olhos do presidente Lula nas eleições deste ano, não pára de ferver: já teve tiroteio de vereador, cavalo invadindo diretório político, pancadaria em universidade e agora deu até Polícia Federal. O vereador Dr. Alberto (foto à esquerda), do PSB - mas tucano de coração, idêntico ao prefeito William Dib -, foi preso na manhã desta quinta-feira (11) com mais dois assessores durante a operação Providência, que investiga fraudes na concessão de benefícios da Previdência (incrível: A PF fez trocadalho!). Alberto Lopes Raposo Neto é médico perito licenciado há quase oito anos, quando foi eleito vereador pela primeira vez, e teria participado do esquema que desviou R$ 200 milhões dos cofres da União.

Claro que não deve ter nada a ver, mas o curioso da história é que Luiz Marinho, candidato a prefeito pelo PT na cidade, é ex-ministro da...Previdência Social. E seu adversário direto é Orlando Morando (PSDB), apoiado por...Dr. Alberto. Ou seja: querendo, a imprensalona pode fazer algumas ilações bem inconvenientes (e ela sempre faz). Mas, afinal de contas, com tanta baixaria, fica difícil adivinhar qual será o próximo capítulo da batalha épica que está sendo travada lá no ABC Paulista. Alguém arrisca?

A "eficiência" do setor privado
Deixando o ABC de lado, também nesta semana o presidente Lula resolveu dar uma escorregada: autorizou o ministro da Defesa, Nelson Jobim (à direita), a dizer pra quem quiser ouvir, que o governo federal pode privatizar os aeroportos de Viracopos, em Campinas (SP), e Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. A notícia de que o governo do PT inaugura suas primeiras privatizações já é absurda, mas o excelentíssimo ministro de Estado, cargo que também exerceu no governo FHC, não perdeu a oportunidade de botar a cereja no bolo: usou o argumento da suposta "eficiência administrativa superior" do setor privado e dos "benefícios da concorrência" para a prestação do serviço público. Será que só eu estou com medo do "Vale a pena ver de novo" que começa a ser orquestrado pelo núcleo peemedebista do governo?!??



*Diego Sartorato é jornalista, corintiano e bebe Zvonka. Filiou-se ao PCdoB, trabalha para o PT e simpatiza com o PCO. Às vezes, desconfia que não foi boa coisa "ser gauche na vida". "Mas é melhor que ser de direita", resume.

Ibope do Brasileirão. Exemplo de mídia corintiana?

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Inspirado nos companheiros do Observatório Verde, que fazem crítica de mídia em relação àquilo que é noticiado sobre o Palmeiras, vi uma nota hoje no Uol que não pode deixar de passar por esse tipo de análise.

O portal anunciava: "Sem Corinthians, ibope do futebol cai 11% na Globo". A nota, assinada por Daniel Castro, começava assim: "A queda do Corinthians para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro evidenciou ainda mais a importância do clube [grifo meu] para o desempenho da Globo no Ibope de São Paulo."

No que o colunista de televisão se baseava para fazer tal afirmação? Segundo dados de audiência do Ibope sobre a Série A do Brasileirão, a emissora registrou média de 19,7 pontos na Grande São Paulo, contra 22,2 do mesmo período em 2007, o que representaria uma queda de 11%.

A grande questão é: por que isso evidenciaria a importância do Timão para o Ibope da emissora? No pé da nota, por exemplo, há uma informação interessante. O Brasileirão na Band cresceu 21% em audiência, passando de uma média de 4 pontos em 2007 para 4,9 neste ano. Ou seja, a queda do Corinthians, segundo a tese, só fez mal para a vênus platinada...

Mas outros fatos não são ditos. Por exemplo, a simples evidência de que a Globo vem perdendo audiência ano a ano desde 2004, passando de 22,6 pontos de média para 18 no primeiro semestre. Nada a ver com o time do Parque São Jorge estar na Série A ou B. Em se tratando de Campeonato Brasileiro, em 2007, a audiência do Timão (na primeira divisão) na TV aberta (Globo e Bandeirantes) caiu 16% em relação ao ano anterior. Uma queda, diga-se, inferior à geral do Brasileirão (18,5%), que chegou no ano passado a 26 pontos (21,8 na Globo), enquanto em 2006 foram 31,9 pontos (25,8 na Globo).

Trocando em miúdos, a média geral de audiência da emissora carioca vem caindo antes de 2008, assim como a do Brasileirão. Atribuir a queda de agora ao Timão na Série B é de um achismo digno de nota. Aliás, segundo os números e a análise pouco cuidadosa, a manchete bem poderia ser:

"Na Série B, Timão perde 40% de audiência"

Justo, já que sua média na Globo passou de 29,4 para 17,7 pontos no Ibope. Claro que isso desconsideraria vários outros fatores como dia e horário de transmissão, mas se é pra brincar, a gente brinca...

Aproveite a raiva para praguejar: promoção prorrogada

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A promoção Praga do Zé foi prorrogada. Agora você tem até dia 21 de setembro para praguejar.

Aproveite a raiva acumulada na partida contra a Bolívia, o ódio aos árbitros brasileiros, aos anti-corintianos, à Série B, aos cartolas que derrubaram seu time para outra divisão, à seleção de Chipre que cedeu gol no último minuto para a seleção da Itália. Vale qualquer praga de futebol. As sete melhores vão para disputa no voto popular aqui mesmo, no Futepoca.



É simples:


Envie sua praga

De volta à apatia, um 0 a 0 sem vergonha

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Tudo o que foi aplicação no jogo de domingo, foi apatia na partida de quarta-feira à noite contra a Bolívia. Assim, depois de sete anos, a Bolívia conseguiu um ponto fora de seus domínios na altitude. O Lula deveria ter dito que precisa mais para acreditar, ou que preferia torcer pelo pré-sal, sei lá. Talvez assim o time entrasse mais motivado.

Ou não.

Foto: CBF
CBF
Bolivianos seguram Ronaldinho. Como se precisasse.

É, Dunga, o time foi mal.

Mesmo sem a altitude para atrapalhar, os jogadores de frente estiveram apagados. Diego procurou jogo, mas criou pouco porque estava isolado. Robinho quase não apareceu, enquanto Luis Fabiano cometia falta em cada disputa de bola em que se envolvia. Ronaldinho precisava ter corrido mais, nem que fosse para dar opção de passe. Nada de insistir em faltas para tentar jogadas, escanteios mal batidos e talentos individuais apagados.

O destaque menos negativo foi a participação de Juan, na lateral esquerda. No entanto, ficou muito claro que a opção de jogar com quatro defensores funciona melhor do que querer alas os laterais brasileiros. O que sempre foi a força do Brasil, não funciona, seja por limitações dos atletas da posição, seja porque nenhum meia encosta para ajudar.

Raros foram os momentos de movimentação no ataque. Pior, a bola ficava sendo "trabalhada" entre Josué, Lucas, Lúcio e Luisão. Por esse motivo, passei boa parte do primeiro tempo acreditando que o gramado do Engenhão estava ruim, tal a dificuldade de domínio dos atletas. Depois percebi que não era disso que se tratava.

Uma coisa é esperar de Luisão um passe longo no jogo inteiro, ou contar com ele para recomeçar uma jogada. Outra é encarregar a turma de trás por distribuir o jogo.

Sem construir alternativas para fugir da esperada retranca boliviana, restou o placar inalterado.

Segundo lugar
A segunda posição na classificação foi mantida. O que mostra que o nível da eliminatória vai péssimo. O Paraguai lidera quase qual ao Grêmio no Brasileirão 2008.

Contra a Venezuela, em 10 de outubro, o escrete de Dunga precisa trazer três pontos de Caracas e segurar outros três em casa, contra a frágil Colômbia, que tomou de quatro do Chile nesta rodada.

Engenhão vazio
O estádio Olímpico João Havelange ficou vazio. O motivo foi o valor fixado de R$ 100 a R$ 200 para assistir à seleção. Pechincha.

Enquanto isso, em Lima
A Argentina empatou com o Peru. O 1 a 1 em Lima seria menos grave do que o resultado chocho da seleção canarinho porque os hermanos eram visitantes e o Peru não é o lanterna (é o vice-lanterna). Aliás, o empate peruano saiu aos 48 do segundo tempo.

Foto: AFA
AFA
Cambiasso comemora o tento argentino.

Só que há cinco rodadas o time de Alfio Basile está sem vencer nas eliminatórias. Ganharam o ouro olímpico no meio do caminho, mas como a medalha não conta pontos, o time estaria hoje eleito para disputar a repescagem com o quarto colocado da Concacaf.

Faltam idéias para o treinador, critica a mídia de lá. Foram mal na tática e mal dentro de campo. A crise não é exclusiva.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Mais um candidato manguaça

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A pauta é assoprada pelo Rafael.


Reprodução


Natural de Paraibuna, Benedito Moreira dos Santos é o nome do candidato que admite: "Cachaçeiro (sic) sim, ladrão não!" Na urna ele aparece com uma cara que denuncia ainda mais o hábito de freqüentar bares (abaixo). Para o número, ele trabalha com os conhecimentos prévios do eleitor embriagado: 36 graus da cachaça, que é 100% pura.

TSE/Reprodução
"Ditinho Esse é o Cara", do PTC, é candidato a vereador de Ubatuba na coligação que inclui ainda o PSDB. Segundo a declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral, ele não possui bens (conta aberta em bar não é bem declarável, no máximo histórico de pagador) e é corretor de imóveis, de seguros ou de valores.

Em 2005, ele protagonizou um episódio confuso documentado pelo Ubatuba Víbora, quando se auto-intitulava "membro da executiva do PV de Ubatuba" para protestar contra os vereadores e o prefeito. Acontece que o posto foi contestado pelo partido. O fato de ele disputar o cargo pelo PTC mostra que não houve entendimento.

Ele encampa o ideal manguaça sem sombra de dúvidas. Será que ele adota o Manguaça Cidadão?

É uma oportunidade para tornar pluripartidária a agenda civilizatória levantada pelo Futepoca.

Bebedeira trágica

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No último dia 6 foram completados 30 anos da morte do lendário baterista do Who, Keith Moon. Ele morreu dormindo, por overdose do medicamento que usava contra o alcoolismo. O apartamento onde ocorreu o fato, na Curzon Place, em Londres, pertencia ao cantor Harry Nilsson e era amaldiçoado: "Mama" Cass Elliot, vocalista do The Mamas and The Papas, havia morrido de ataque do coração no mesmo local, quatro anos antes. Mas o episódio mais bizarro nos curtos 31 anos de vida de Keith Moon foi mesmo a trágica bebedeira no pub Red Lion, em Hatfield, no dia 4 de janeiro de 1970. Quando se preparava para entrar em seu automóvel, o baterista foi cercado por skinheads que queriam linchá-lo. Apavorado, Moon empurrou sua esposa, a modelo Kim McLagan, para dentro do veículo e acelerou o máximo que pôde. Pouco depois, notou que alguma coisa estava sendo arrastada sob o carro. Era seu amigo e guarda-costas, Cornelius "Neil" Boland, que tinha sido jogado no chão pelos skinheads e Moon simplesmente passou por cima dele e o arrastou, espedaçando sua cabeça e seu corpo. O baterista foi declarado inocente posteriormente, mas nunca superou a culpa pela morte. Na foto acima, os dois aparecem em pé (Boland à direita), atrás de John Lennon e Yoko Ono, 20 dias antes do acidente fatal.

Som na caixa, manguaça! - Volume 24

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MINHA ÚLTIMA SERENATA

Waldick Soriano

Amigo, beba comigo
Quero brindar aqui minha desgraça
Amigo, hoje talvez
Seja minha última serenata

Amigo, hoje é meu dia
Já não suporto esta grande dor
Amigo, é muito triste
Amar alguém sem ter direito deste amor

Amigo, fui enganado
Ela jurou me pertencer por toda vida
Mas tudo não passou de uma mentira
Ela queria arruinar a minha vida

Amigo, beba comigo
E seja testemunha do meu fim
Amigo, leva esta aliança
E entregue àquela ingrata para mim
E diga que eu mandei pedir a ela
Que reze ao menos por mim

terça-feira, setembro 09, 2008

Humanidade virou sedentária para beber cerveja

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Todo o apoio recebido até agora pelo projeto Manguaça Cidadão, os milhares de emails e as reivindicações a políticos de todos os níveis da administração pública já eram esperados, dado o apelo popular do projeto. Mas agora a idéia ganhou também explicações científicas surpreendentes. De acordo com o biólogo e historiador natural alemão Josef H. Reichholf, em entrevista à Agência EFE, a espécie humana tornou-se sedentária e desenvolveu a agricultura não para conseguir alimentos com mais facilidade, mas sim para garantir a cerveja e se embriagar. A idéia é defendida no livro Warum die Menschen sesshaft wurden (Por que os homens se tornaram sedentários).

Ele defende que, em princípio, o cultivo de alimentos não apresentava nenhuma vantagem em relação aos métodos anteriores, como caça, pesca e coleta, já que as primeiras colheitas eram muito pequenas e o cultivo, muito trabalhoso. Assim, a caça continuava. A única vantagem de ficar parado em um lugar era a produção de álcool por meio de cereais.

"A agricultura surgiu de uma situação de abundância. A humanidade experimentou com o cultivo de cereais e utilizou o grão como complemento alimentício. A intenção inicial não era fazer pão com o grão, mas fabricar cerveja mediante sua fermentação", disse Reichholf à imprensa na apresentação do livro.

Todos os loucos do mundo sabem, mas o alemão fez questão de afirmar que isso aconteceu porque a humanidade sempre sentiu necessidade de alcançar estados de embriaguez com drogas naturais que "transmitem a sensação de transcendência, de abandono do próprio corpo".

É a filosofia manguaça rompendo fronteiras!

Lula, o responsável pela vitória da seleção

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O título acima não se refere a uma piada ou a um delírio megalômano petista, mas sim ao resultado de uma enquete feita pela ESPN Brasil a respeito do responsável pela vitória e o bom desempenho da seleção contra o Chile. Claro que o Futepoca, sempre antenado com a voz rouca das ruas, já havia antecipado tal diagnóstico e a sondagem só veio confirmar a impressão manguaça.

Segundo a última parcial, 3% indicavam Robinho como a maior figura da vitória, 9% ficavam com Dunga, enquanto 33% apontavam o atacante Luís Fabiano. A maioria, 55%, atribuiu o desempenho do escrete à bronca do presidente, que novamente verbalizou a vontade geral ao criticar jogadores que perdiam a bola e ficavam de braços cruzados.

Mas o resultado (que não tem valor científico, diga-se) suscita algumas questões. O fato de Lula liderar esse tipo de enquete mostra que:

  • a popularidade do presidente anda tão alta que qualquer coisa que dá certo (do pré-sal à vitória da seleção, passando pale punição de vilões na novela ds oito) é atribuída a ele;

  • a seleção anda tão carente de ídolos que qualquer um que não seja da delegação ou que vista a "amarelinha", como diria Zagallo, merece mais crédito que quem está lá;

  • o time precisa de um "motivador" (olha o Luxemburgo esfregando as mãos...) e não de um treinador de futebol;
  • os jogadores gostam de apanhar e um cilício à la Opus Dei (como na foto ao lado) seria mais funcional que treinos táticos e técnicos, ou

  • o brasileiro consegue rir de qualquer coisa e não perde a chance de tirar sarro mesmo quando está na lama?

Enfim, quem se dispuser a explicar, que o faça (ou vote).

Vice de McCain de rifle e biquini patriótico agita eleições

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Uma foto da candidata a vice-presidência na chapa do republicano John McCain adulterada no Photoshop está circulando por blogues e e-mails nos Estados Unidos. A governadora do Alasca, Sarah Palin, aparece em um inusitado biquini com tema da bandeira dos Estados Unidos e com um rifle. A imagem foi montada sobre uma foto de uma modelo. Segundo alguns blogues gringos, mulheres de biquini com rifles em punho são verdadeiros fetiches na internet.

Reprodução
O Urban Legends encontrou as duas imagens originais hospedadas no Flickr, serviço de publicação de fotografias gratuito. A da modelo é de Addison Godel e a da governadora do Alasca foi tirada na parada de 4 de julho (independência dos Estados Unidos) por Jeff Medkeff.

Dá-lhe Photoshop!

Em alguns dos e-mails, como no que chegou a mim, a mensagem diz que "esta é uma foto atual". Há relatos de mensagens que dizem ser "por isso que McCain a escolheu para ser VP [vice-presidente]". Se a foto chegou até e-mails brasileiros, é sinal de que o spam não tem limites.

Seja como for, a imagem aparece em meio a tentativa de popularizar o vice de Barack Obama, Joe Biden. Acontece que a moça de 44 anos tem chamado todas as atenções, apesar de não trazer novidades em seu discurso de indicação. Polêmica, ela se envolveu em casos estranhos, como o apoio ao projeto de uma ponte que ligava, segundo o próprio McCain, nada a lugar nenhum.

De rifle em punho ela já havia aparecido antes, até praticando tiro no Kuwait. Mas de traje de banho foi novidade.

Ela é a segunda mulher a disputar a vice-presidência, já que a democrata Geraldine Ferraro concorreu na derrotada chapa de Walter Mondale em 1984.

Tipos de cerveja 15 - As Mild Ale

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Ligeiramente maltada e com pouco sabor e aroma a lúpulo (daí vindo a designação Mild, que significa suave, ameno). "Estas cervejas são castanho-escuras e possuem pouco gás e espuma", resume Bruno Aquino, do site Cervejas do Mundo. Segundo ele, as Mild Ale são um tipo de cerveja difícil de achar e, mesmo na Inglaterra, seu local de origem, só é encontrado com mais facilidade na região das Midlands, perto da cidade de Birmingham. O blogue Doctor Beer acrescenta que o teor alcoólico varia de 3% a 3,6%, mas há excessões com até 6%. Exemplos desse tipo de cerveja são a Three Floyds Pride & Joy Mild Ale (foto), a Pitfield 1824 Mild Ale e a Bank Top Dark Mild.

Acusado de agredir Leão diz que só quis se "desfazer" de barra de ferro

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"Inquirido sobre o fato de aparecer nas imagens supostamente jogando o objeto em direção à vítima, ele (Higor) alegou que apenas teve a intenção de se desfazer do objeto. Que, por ser muito pesado, foi jogado para frente, em direção ao solo." Essa foi a justificativa de Higor Camilo Mendes Chagas, 19 anos, que arremessou... ops, se desfez de uma barra de ferro com concreto no lamentável episódio da agressão ao ex-técnico do Santos Emerson Leão.

Mais dois outros jovens, um de 18 e outro de 25 anos, foram ouvidos ontem no 3º Distrito Policial de Santos, depois que um adolescente de 16 anos (ao que parece, forçado pela mãe) identificou os autores da emboscada contra Leão. Os argumentos de defesa dignos de riso continuaram e os três disseram que o objetivo era “auxiliar” um “conhecido de vista”, no caso, o ex-segurança do Santos Marco Antônio Castelo, o Castelão, supostamente agredido por seguranças do clube e pelo advogado do técnico. Os acusados fazem parte de uma organizada, que também brigou com o ex-comandante santista e integrantes teriam inclusive apedrejado o carro de Leão quando o mesmo pediu demissão do clube.

A câmera interna do Santos não mostra isso. E o termo correto é “emboscada” mesmo, resta saber quem de dentro da Vila Belmiro passou as coordenadas da presença de Leão, que cobra uma dívida de R$ 700 mil do clube. Mas isso não é tarefa da polícia. Seria (veja bem, seria...) incumbência da diretoria, se ela se preocupa de fato em não ver o nome do Santos manchado, algo que ela parece não se esforçar muito em fazer desde que assumiu.

Mas o presidente Marcelo Teixeira, tal Pilatos, lavou as mãos, mesmo que não tenha conseguido limpá-las. Na quinta, declarou que o episódio era "um fato envolvendo dois ex-funcionários que não têm mais nenhum vínculo com o Santos", completando que "já havia um problema entre eles [Leão e um ex-segurança do Santos] e uma das partes quis tomar esclarecimento e gerou esse episódio triste e lamentável". Segundo o dicionário Teixeira, “tomar esclarecimento” e “agredir” são sinônimos? Ele gostaria de ter torcedores “tomando esclarecimento” dele desta forma. Seria igualmente inadmissível, mas ele não aparece se importar.

Hoje, Castelão, demitido a pedido de Leão por ter, segundo o técnico, brigado com outro segurança no vestiário, vai prestar depoimento. O ex-funcionário do Santos prestaria serviços atualmente ao goleiro Fábio Costa.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Ditadura enquadrava filhos de pais alcoólatras

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O camarada Jesus Carlos, do blogue Fotografia, Cachaça & Política, me alertou para um texto publicado pelo portal Terra na quinta-feira, dia 4, sobre a perseguição dos militares brasileiros aos filhos de pais alcoólatras, nos tempos da ditadura. A matéria conta que, durante pesquisas em arquivos da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o antropólogo e professor Roberto Albergaria encontrou um documento "confidencial" elaborado em 20 de dezembro de 1974 pela 2ª Seção (setor de inteligência) da 6ª Região Militar. Na época, o informe datilografado, com carimbos do Exército, foi destinado ao reitor da Ufba e da AESI (Assessoria Especial de Segurança e Informação), braço do SNI (Serviço Nacional de Informações) na universidade. Entre outros absurdos, o documento dizia:

Para preservar as Universidades, as Escolas de Estudos Superiores e de Pós-Graduação do iminente perigo do terrorismo marxista e impedir que esses Centros Culturais continuem sendo refúgios e permanente instrumento de delinquentes políticos e focos de propagação de ideologias deletéricas e escusas, recomendamos as normas seguintes:

1°) - Investigar os antecedentes pessoais e familiares dos alunos, notadamente no que concerne a registros penais, políticos e psiquiátricos em membros de seus ascendentes e afim;

2°) - investigar sobre alunos provenientes de lares desfeitos ou de pais alcoólatras, contraventores, desidiosos ou de classe social muito baixa;


E por aí vai. O autor do texto do Terra, Claudio Leal, traduz o surreal informe de maneira sarcástica: "Leitura ao rés-do-chão: o militante político era levado à luta armada pela desagregação familiar, as sagatibas do pai e a pindaíba". O que nos leva a imaginar que, naqueles tempos nefastos, até nos butecos tinha agente infiltrado para observar casos "suspeitos"...

F-Mais Umas - Brasil x Grã-Bretanha: quinto round

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CHICO SILVA*

Como era de se esperar, a melhor pista do calendário proporcionou a mais emocionante – e imprevisível – corrida da temporada da F-1 até aqui. As curvas e retas da lendária Spa-Francorchamps (à esquerda), imortalizadas em "Grand Prix", filme de 1966 dirigido pelo estadunidense John Frankenheimer, garantiram um espetáculo que não terminou como de costume, na bandeirada final. Três horas após a eletrizante vitória de Lewis Hamilton, conquistada no braço após ranhida luta contra o ice-vodka Kimi Raikkonen, o inglês foi comunicado que ganhou, mas não levou. A direção da prova lhe aplicou uma punição de 25 segundos por considerar ilegal sua conduta na disputa com Raikkonen na saída da chicane Bus Stop, que ganhou esse nome por ser uma antiga parada para os ônibus que serviam as cidades belgas margeadas pelo circuito. Parte do traçado de Spa é feito de estradas que cortam a bela região das Ardennes, palco de uma das mais sangrentas e históricas batalhas da Segunda Guerra Mundial.

Azar de Hamilton, sorte de Felipe Massa (à direita), que viu uma vitória pela qual pouco fez cair literalmente no colo. O são-paulino da Ferrari guiou como um "bundão", como ele mesmo afirmou no final da prova. Mas a prudência o manteve em uma pista escorregadia e traiçoeira, ao contrário de Raikkonen, que encontrou um muro no meio do caminho. A pancada deixou o finlandês em situação delicada no campeonato. É quase certo que nas próximas corridas a Ferrari fará de Massa seu piloto número 1 na competição contra a forte McLaren – de um Hamilton sedento pela glória que lhe escapou pelas luvas no ano passado.

Esta será a quinta vez que brasileiros e britânicos duelarão diretamente por um título mundial da F-1. E até aqui a vantagem é toda nossa: 3 a 1. A primeira foi em 1972. Naquele ano, a bordo da legendária Lótus negra, Emerson Fittipaldi deixou para trás o escocês Jackie Stewart (à esquerda), da Tyrrel. Na temporada seguinte o britânico deu o troco e conquistou o último dos seus três títulos mundiais na F-1. Emerson foi vice. Quatorze anos depois, uma nova guerra. "Companheiros" de equipe na Williams, Nelson Piquet e Nigel Mansell protagonizaram um das mais ferozes disputas que se têm notícia. Em uma luta marcada por blefes, truques e pequenas sacanagens (como esconder o papel higiênico de Mansell depois de o inglês exagerar nas tortilhas mexicanas), Piquet se tornou o primeiro brasileiro tricampeão de F-1. Registre-se: contra a vontade da equipe, que trabalhou abertamente por Mansell.

Em 1991, o último duelo. Depois de vencer as quatro primeiras provas da temporada, Ayrton Senna sofreu para segurar Mansell e sua ascendente Williams-Renault. Porém, mais uma das típicas barbeiragens do inglês permitiu que Senna pudesse, enfim, comemorar seu terceiro – e último – título na categoria. Resta saber se vamos abrir vantagem ou ver os súditos da rainha encostar no nosso aerofólio. Para que isso não aconteça, Massa tem que deixar de ser "bundão" e botar pressão no pedal direito.

Eu quero meu ovo gema mole de volta!
Dias desses fui ao Boteco dos Pescadores, tradicional reduto etílico/cachaceiro da Zona Norte de São Paulo. Meu objetivo era traçar um contra-filé mal passado à cavalo. Como de costume, pedi ao garçom que tanto o bife como o ovo viessem mal passados. Qual não foi minha surpresa quando o cidadão mandou, assim, na lata: "Amigo, a casa não serve mais ovo mal passado. Você não assistiu o Fantástico?". Não. Eu não havia assistido ao Fantástico. Não tinha tomado conhecimento que a revista eletrônica semanal da Globo havia tornado o tradicional ovo com gema mole o inimigo público número 1 da saúde.

A Globo tem poder para eleger e derrubar presidentes. Mas nunca pensei que ela seria responsável pela extinção do ovo mal passado dos cardápios dos botecos brasileiros. Faço parte de uma legião de admiradores do popular "zóiudo". E sempre o consumimos assim, mal passado. Nunca vi ninguém cair duro depois de mandar uma gema mole com sal. Isso está me cheirando mais uma daquelas campanhas difamatórias e alarmistas. Portanto, aproveito o espaço para clamar pelo meu ovo com gema mole de volta! Espero manifestações. Levantem-se! Vamos lutar contra mais essa injustiça contra um dos patrimônios da gastronomia popular nacional!



*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

A "bronca" de Lula, a seleção de Dunga, o Chile e a Argentina

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Apesar da resposta mal-educada e estapafúrdia do goleiro Júlio César, parece que a bronca do presidente Lula deu certo. Ao contrário de outras apresentações, a seleção mostrou uma aplicação bem maior ontem contra o Chile. Mas claro que não foi só esse o fator determinante da vitória verde-amarela.

Dunga parece ter seguido uma lógica elementar para escalar o time que jogou nas Cordilheiras. Se você não tem alas que atacam e defendem com qualidade, você os torna laterais, com mais funções defensivas que ofensivas. Com isso, anulou o esquema de três atacantes feito por Marcelo Bielsa e, com um homem a mais na frente, não perdeu poder ofensivo.

Pontos positivos e negativos. Josué atuou bem na marcação, assim como o criticado Gilberto Silva. Anderson e Lucas continuam como boas opções, mas parece que Mineiro não vai vestir mais a amarelinha. Outro que também não deu pra entender porque atuou foi Kléber. Contesto sua posição de titular até no Santos, quanto mais na seleção. Coroou sua performance com a expulsão, merecida.

O Chile é uma equipe frágil, mas como poucos apostavam na vitória da seleção, Dunga ganha sobrevida. Noves fora, Diego jogou bem, Robinho idem, apesar de um pouco dispersivo, e Luís Fabiano não tem rivais na posição. Ronaldinho Gaúcho ainda deve.

*****

Quem também foi muito aplicado, mas em excesso, foram dois queridinhos nas bandas de cá. Valdívia foi expulso em um lance desnecessário e no sábado Carlitos Tevez quase afundou a Argentina em pleno Monumental de Nuñez, ao ser eliminado ainda no primeiro tempo.

Aliás, o empate da Argentina com o Paraguai foi uma partida bastante sofrível. A equipe paraguaia saiu na frente em um gol contra grotesco de Heinze. Ele, junto com Coloccini, não passou confiança em momento nenhum (tanto que saiu de campo) e ambos no mano a mano por pouco não comprometeram definitivamente a partida na primeira etapa. Mas o Paraguai desperdiçou a chance.

Como não matou o jogo, o time guarani deu o espaço para os argentinos no segundo tempo. Ao invés de marcar pressão, como fizera antes, o Paraguai preferiu esperar em seu próprio campo e Messi, em um lance de Riquelme, deu uma bela assistência para Aguero empatar. Por pouco não aconteceu uma virada, mas a inferioridade numérica se fez notar no fim do jogo. Ao Paraguai, faltou ousadia; aos argentinos, competência. Um empate de bom tamanho.

E o time de Alfio Basile completou a quarta partida consecutiva sem vitória nas eliminatórias. Se no papel tem jogadores admiráveis, quando a bola rola parece um time para lá de comum e não comove a sua própria torcida. Qualquer semelhança com outra equipe sul-americana é mera coincidência (ou não). Será que Cristina Kirchner deveria elogiar Robinho?

domingo, setembro 07, 2008

As crias de Enéas

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Embora o médico cardiologista Enéas Carneiro, célebre pelo bordão “Meu nome é Enéas”, tenha falecido em maio de 2007, sua presença se faz notar ao menos no cenário político de São Paulo. Seus seguidores mais notáveis são candidatos nas eleições paulistanas, mas, curiosamente, todos fora do Partido da República (PR), resultado da fusão do Partido Liberal (PL) com a agremiação que Enéas ajudou a fundar, o Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona).

Enéas apareceu na eleição presidencial de 1989, quando tinha parcos 17 segundos em cada programa do horário eleitoral. Mais tarde, em 1994, atingiria seu auge com o terceiro lugar na corrida presidencial, deixando pra trás figuras carimbadas da política como Leonel Brizola e Orestes Quércia. No entanto, sempre teve dificuldade em transferir sua popularidade para outros candidatos do seu partido.

A exceção é sua mais famosa cria, Havanir Nimitz (ao lado), que adotou de seu chefe o estilo algo agressivo e é detentora de um respeitável recorde: foi a deputada estadual mais votada da história de São Paulo e do país em 2002, tendo arrebatado 682.219 votos. Mas detém outra marca que não está em seu site. É provavelmente a parlamentar que tomou o maior tombo no espaço entre duas eleições. Saiu do Prona em 2005 e, candidata a deputado federal, com pouco espaço no PSDB em 2006, teve somente 10.517 votos, o que não a elegeria vereadora em São Paulo. Agora, foi para o Partido Trabalhista Cristão (PTC), que integra a coligação “Tostão contra o Milhão”, junto com o Partido Trabalhista do Brasil (PT do B). Talvez tenha aprendido que em partido pequeno é muito mais fácil cativar espaço quando se tem um certo nome. Aliás,seu jingle que utiliza a música da trilha de Rocky Balboa é um primor.

Outro “filhote” do doutor Enéas é Robson Malek. Aparecia no vídeo gritando e falando de forma ritmada como seu mentor, mas não convencia ninguém e parecia um padre de cidade do interior apresentando programa policial. Sua trajetória de derrotas é extensa. Ele tentou, em 1998, ser deputado estadual; depois, governador em 2002, sendo derrotado dois anos após em sua primeira tentativa de se eleger vereador. Em 2006, foi a vez de perder o pleito para o senado. Agora, mudou para o Partido da Mobilização Nacional (PMN), não grita mais, sorri como que libertado de um espírito maligno. Mas deve ser derrotado novamente.

Um pupilo, ou melhor, praticamente um “neto” de Enéas, foi recentemente alvo de uma representação da coligação de Havanir Nimitz. O PT do B e o PTC pediram a apuração de crime eleitoral e cancelamento de candidatura de Luciano Enéas Filho (PTN). O cidadão aparecia no horário gratuito imitando de forma descarada o falecido Enéas Carneiro, dizendo que ia “continuar a obra do pai”. Só que ele não é filho do ex-deputado. O pedido da coligação foi parcialmente aceito, o juiz auxiliar da propaganda da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo Claudio Luiz Bueno de Godoy proibiu o dito cujo de usar a imagem, a fala, o bordão ou qualquer referência gestual do fundador do Prona. Em sua defesa, o candidato diz que se referia a seu pai na propaganda, o ex-vereador Osvaldo Enéas.

O pai de Luciano (na foto à esquerda, ao lado do então presidente do Prona) também foi criado no Prona e imitava em tudo o seu inspirador, segundo ele, incentivado pelo próprio Enéas. Foi eleito vereador em São Paulo em 1996, mas em 2002 saiu do partido brigado com seu criador. Candidatou-se a vereador em 2002, mas seu registro foi cassado e, adivinhem por que? O TRE avaliou que ele utilizou indevidamente a imagem de Enéas Carneiro, confundindo o eleitor. E não é que a história se repete como farsa?

sábado, setembro 06, 2008

Waldick Soriano: um manguaça de respeito

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Voltando a lembrar no blogue o saudoso Waldick Soriano, que morreu na última quinta-feira (dia 4) de câncer de próstata, reproduzo abaixo um testemunho impagável de Neil Son, do blogue Quase pouco de quase tudo:

Em uma de minhas vidas passadas, trabalhei em grandes gravadoras de discos. Uma das minhas primeiras tarefas era acompanhar Waldick Soriano em uma série de entrevistas e visitas a rádios do ABC paulista. Antes, é claro, coube também a mim, montar a agenda do cara, entrando em contato com todas as rádios, marcando os compromissos, confirmando tudo com o artista, etc. Finalmente, marquei com o Waldick de encontrá-lo às 8 da manhã de uma segunda-feira no lobby do glorioso Hotel Jandaia - São João, quase esquina com Barão de Limeira. Chego lá e o cara da recepção me diz: ‘Seu Waldick tá ali no boteco tomando café’. Atravesso a rua e fico pasmo ao constatar que o ‘café’ do nosso herói era o seguinte: três copos (três!) de caracu com ovo (casca e tudo), batido no liquidificador. Me disse: ‘três vezes por semana é isso: três copos que me garantem, três vezes por semana, dar três sem tirar!’ (...)

Outra história que encontrei foi a de Toinho de Zé Antonio, dono de um dos bares mais antigos e tradicionais da cidade de Sumé, na Paraíba, e fã incondicional de Waldick Soriano (na foto ao lado, aparece abraçado ao cantor). O admirador conta outra história sobre a predileção do recém-falecido pela manguaça: "Ele veio duas vezes para Sumé. A primeira não contou porque ele estava muito bêbado e sem fala, quem levou o show foi o Maurício Reis". No documentário que Patrícia Pilar fez com Waldick, o que mais aparece é copo na mão, como conta o pesquisador musical e colecionador Josué Ribeiro, do blogue Música Popular do Brasil, que foi conferir a obra no Ponto Cine, em Guadalupe, no Rio de Janeiro: "Com dez minutos de exibição, um estudante gritou: 'Vai pro AA, bebum!'. Daí por diante, em cada cena que Waldick entornava um mé, era aquele alvoroço. 'Larga o copo, tiozinho!', 'De novo, tio?'. Confesso que nada me distraiu, até mesmo quando um fã de Waldick, cheio de álcool até a tampa, dá seu depoimento, para diversão geral da platéia".

Pra encerrar o papo, antes de abrir mais uma cerveja, fiquem com uma frase de Waldick Soriano: "Digo sempre que cachaça e mulher não fazem mal a ninguém". Realmente, vai o homem, fica o mito. Ou o bafo! Salve, Waldick! E que no céu existam muitos butecos, cabarés e churrascarias para você cantar e seguir sua trilha etílica!

Campanha Manguaça Cidadão por banheiros públicos

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Uma das coisas mais comuns e desagradáveis, nos grandes centros urbanos, é passar por uma parede ou calçada completamente mijada, com o forte odor característico. Quando a cerveja filtrada aperta na bexiga, o manguaça não pensa duas vezes em desaguar na primeira árvore, muro ou mesmo no meio da rua. É uma coisa muito feia, geralmente obra dos marmanjos - tem mulher que também faz, mas, por questões físicas ou práticas (ou por vergonha, mesmo), em muito menor quantidade. Mas não é privilégio do Brasil, não. Na foto acima, à esquerda, vemos uma placa anti-mijão nos arredores da estação de trem de Pádua (Padova), na Itália. Um amigo que esteve lá (e fez a foto) me disse que o cheiro, no local, é absolutamente insuportável. À direita, vemos um aviso similar numa rua de Amsterdã, na Holanda.

Aqui no Brasil, esse tipo de folga provoca reações desesperadas da população, como a pichação num muro de Salvador, Bahia (à esquerda), e o cartaz numa árvore no subúrbio do Rio de Janeiro (abaixo, à direita). Contudo, apesar de saber que a maioria dos que fazem isso é mesmo sem educação, também sei que tem gente que recorre à prática condenável pura e simplesmente por não encontrar um banheiro para se aliviar. Hoje, não é todo dono de buteco que permite a um não-cliente, que está passando pela rua, usar o WC. Tem a opção dos shoppings, mas não tem shopping em todo lugar nesse país. Conclusão: falta banheiro público!

Esse é um tema que ninguém fala nas campanhas eleitorais. E é um serviço público de primeira necessidade (porque necessidade todo mundo "faz"). Proponho, então, mais uma campanha complementar ao Manguaça Cidadão: banheiro público já! Por ruas mais limpas e menos fedorentas! E pela manguaça responsável, cidadã e consciente!

sexta-feira, setembro 05, 2008

Mico Olímpico: quem ama cuida

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A decisão foi polêmica. Mas saiu o vencedor da promoção Mico Olímpico. à pergunta "Qual foi o maior mico brasileiro ou internacional da Olimpíada de Pequim 2008?", Elton Simomukay, de Ponta Grossa-PR respondeu:


O simpático mico foi retirado do blogue de Roni Chittoni

Um provérbio chinês diz que antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-lhe a pescar e a brasileira Fabiana Murer comprovou que com a vara alheia não se consegue pescar nenhuma medalha.Inconformada com o roubo da sua vara pessoal deveria aprender que quem ama cuida.
Ele ganhou um exemplar do Almanaque Olímpico SporTV, dos jornalistas Marcelo Barreto e Armando Freitas. Leva ainda um par de ingressos assistir Viagem ao Centro da Terra – o Filme. Todo o material será enviado pelo correio.O par de ingressos válidos de segunda a quinta-feira para qualquer cinema do país em que o filme estiver passando, exceto o Cinemark Iguatemi (São Paulo), Grupo Araújo (confira as salas aqui), Grupo Estação (Rio de Janeiro) e salas vips do Cinemark Cidade Jardim (São Paulo).

Os bilhetes são uma cortesia do parceiro Guia da Semana. O livro é cortesia da própria SporTV.

Campanha sobre DST/Aids mira público de buteco

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Meu colega de faculdade Eli Fernandes envia ao Futepoca um trabalho interessante desenvolvido em Campinas, que tem muito a ver com as propostas sociais do nosso projeto Manguaça Cidadão. Lá, o Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids produziu descansos de copo com imagens e material informativo para uso de camisinha como prevenção ao vírus HIV (foto acima). "O objetivo é atingir especificamente o público dos bares", afirma Eli, um butequeiro contumaz. O material está sendo distribuídos entre proprietários e gerentes de butecos do Centro, do bairro Cambuí e de Barão Geraldo (distrito que abriga o campus da Unicamp). "Queremos provocar a reflexão das pessoas de uma forma não invasiva. Os descansos proporcionam um mínimo de informação e chamam a atenção para o serviço público", observa Eli.

Taí uma idéia: o Manguaça Cidadão poderia atuar, também, na prevenção de DST/ Aids. O "beneficiado" pelo programa poderia se comprometer a carregar materiais desse tipo para o buteco, por exemplo. E cabe registrar aqui outra frente de combate da campanha campineira, destinada aos locais de venda de alimentos. O alerta para uso de camisinha falando em lingüiça (foto à direita) tem tudo a ver com a fama daquela cidade (e de seus habitantes)...

Luxemburgo é freguês de Nelsinho. E o Palmeiras do Sport

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Uma chapuletada. A primeira derrota no Palestra Itália na temporada foi no pior estilo. Um três a zero para o Sport, fora o baile.

Méritos de apostar nas bolas aéreas, o maior motivo de tensão do torcedor alviverde é a frágil zaga. O Palmeiras não mostrou volume de jogo nem conseguiu esboçar pressão. Pior, depois do primeiro gol, ficou perdido, fez um primeiro tempo de pesadelos

– Ah, o primeiro gol tava impedido – alguém pode lembrar.

Mas foi três a zero. Com dois gols de Roger, ex-Palmeiras. Que tristeza.

Freguesia
E Nelsinho Baptista venceu mais uma. Agora são 11 vitórias do injustiçado pelo Futepoca diante do badalado pela mídia Vanderlei Luxemburgo. O atual treinador do Palmeiras venceu oito.

O detalhe é que no jogo de ida do Brasileirão, na Ilha do Retiro, nove reservas do Sport fizeram 2 a 0. Agora, com os titulares, como visitante, foi 3 a 0. Faz sentido.

O consolo é que, na história, o time paulista leva vantagem. Só não ganha desde 2003, ano que eu prefiro esquecer.

Cruzeiro e Grêmio
Além da partida, o Palmeiras perdeu a segunda posição. O próximo jogo é que vai separar "os hômi dos minino", já que o segundo colocado enfrenta o terceiro. E o Verdão vai sem o ataque titular, suspenso.

Enquanto isso, o Grêmio ganhou licença para perder do Fluminense no Maracanã e deixar tudo como está. Ou abrir oito pontos de vantagem.

A estabilidade do Grêmio comparada com a irregularidade dos rivais explica a tabela.

Promoção Praga do Zé

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O Futepoca lança mais uma promoção. Agora, é a Praga do Zé.

Zedocaixao


Três pessoas vão levar um exemplar do livro Prontuário 666, da Editora Conrad. Para ganhar, é preciso mandar uma praga contra um time de futebol, uma torcida, um dirigente, a federação de futebol, o que quiser.

Vale todo tipo de manifestação: texto, poesia, vídeo, áudio, podcast, charge, desenho ou o que for.

Os sete melhores vão a votação popular no próprio Futepoca. É o leitor que vai decidir os três primeiros colocados, que ganharão um exemplar do livro cada.

Prontuário 666 é uma adaptação para os quadrinhos da saga do personagem Zé do Caixão, e se passa entre o filme Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver e o recém-lançado Encarnação do Demônio. Nesse período, ele ficou preso na Casa da Detenção de São Paulo, realizando experiências macabras com toda sorte de detentos. Os piores fascínoras tiveram que encontrar seus próprios medos e culpas diante do contato com o temido Zé.

Faça já sua praga e mande para nós!

Se precisar de inspiração, confira as pragas que o próprio Zé gravou para o Futepoca.

Vídeo contra os anti-corintianos.

Vídeo contra quem não prestigia o Futepoca e o Diplô.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Sucesso não garantiu a vida da Ulbra

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Um time de futebol é fundado. Logo em seu primeiro ano, conquista o título da segunda divisão local. Pula para a elite e, em três anos de disputa, mantém impressionantes 100% de aproveitamento, com o tricampeonato. Tal desempenho faz com que esse time tenha que continuar cada vez mais forte e ampliar sua trajetória, certo?


Errado.

O time em questão é a Ulbra Ji-Paraná, da cidade homônima de Rondônia. A Ulbra, como todos sabem, é a Universidade Luterana do Brasil, que nasceu no Rio Grande do Sul e vai se expandindo para outros cantos do país. Em Rondônia inclusive. O futebol apareceu como bom meio de fortalecimento da marca e fez com que a Ulbra dominasse o estado e até conquistasse certa fama nacional, como o ocorrido nesse ano após eliminar o Santa Cruz da Copa do Brasil.

Mas os dirigentes da universidade declararam que, na ponta do lápis, o futebol profissional não estava valendo a pena. E anunciaram na terça-feira seu licenciamento do Campeonato Rondoniense. É um licenciamento por tempo indeterminado e há até a possibilidade que a Ulbra volte a jogar o estadual daqui a alguns tempos; mas o mais provável é que o time deixe realmente seus torcedores na saudade.

Caso realmente tenha dado um adeus derradeiro ao mundo do futebol profissional, a Ulbra de Rondônia encerrará aí uma trajetória de um time que, talvez, seja o mais vitorioso da história, em termos proporcionais. Quatro títulos, sendo três de primeira divisão, em quatro anos, não é pra qualquer um não.

Santos, Vitória e o equilíbrio do Brasileirão

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Ontem, Santos e Vitória fizeram uma partida na Vila Belmiro que mostrou uma certa inversão de papéis em relação à campanha de ambos no Brasileirão. Vendo a peleja, uma pessoa que não acompanha o torneio perguntaria, e com razão: mas qual dos dois estava no G-4 e quem estava na zona do rebaixamento? Prova do equilíbrio do Brasileirão em 2008.

O Peixe começou marcando pressão e, em 15 minutos, não só tinha marcado seu primeiro gol como Kléber Pereira já tinha perdido outras três chances claras. Aliás, KP é mesmo um atacante curioso. Desloca-se com facilidade e por isso cria muitas oportunidades de gol (como é a dura a vida dos aritlheiros...). Em média, desperdiça de duas a três pra marcar uma. Mesmo assim, é artilheiro do Brasileirão. Daí o irritado torcedor santista pode praguejar: “É, mas ele podia perder menos gols...”. Mas cada um é que o que é, se KP fizesse todos os gols que perde, certamente seria quase Pelé.

O domínio peixeiro vigorou durante todo o primeiro tempo de forma quase absoluta. O Vitória só chegou uma vez com Rodrigão. No segundo, a toada seguia a mesma, mas com a saída de Michael e a entrada de Molina, o Santos perdeu duplamente. Em marcação e em velocidade, já que o meia colombiano, ex-xodó da torcida, se mostrou omisso e dispersivo durante boa parte do segundo tempo. O Vitória passou a pressionar de forma esporádica, mas chegou com perigo duas vezes, exigindo grandes defesas de Douglas.

Mas Márcio Fernandes corrigiu isso com a entrada do estreante Pará no lugar de Cuevas. Aliás, um fato a se destacar do jogo de ontem foi o incrível número de impedimentos marcados de Kléber Pereira (um deles, erroneamente). Foram oito, mas o que pode evidenciar um certo desleixo do atacante e a tática do Vitória de adiantar sua linha defensiva, também mostra que o atacante não tem um companheiro à altura. Cuevas errou muito e apareceu pouco para receber a bola no ataque. Naturalmente, KP era a única referência ofensiva de qualidade, o que fez com que os lançadores sempre o procurassem.

O jovem treinador santista, junto com Serginho Chulapa e Nenê Belarmino, permanece invicto no segundo turno, com três empates e duas vitórias. É pouco para quem quer sair definitivamente da zona da degola, mas as três últimas partidas mostraram um time bem mais consistente, aplicado e marcando forte. Prova de que, se houvesse opções de mais qualidade antes, o Alvinegro poderia estar em situação menos intranqüila. Wendel e Bida entraram bem na equipe e Douglas ontem também passou segurança no gol. Mas a volta de Rodrigo Souto, com ânimo redobrado, foi fundamental para dar o toque de qualidade que o Santos precisava. Que continuem assim.