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sexta-feira, novembro 14, 2008

F-Mais Umas - Ecos de uma temporada

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CHICO SILVA*

O mais equilibrado e acirrado campeonato de F-1 das últimas duas décadas terminou. O choque de adrenalina das três voltas finais do GP do Brasil ainda é sentido pelos fãs da categoria. Timo Glock, o alemão que tomou a ultrapassagem que decidiu a temporada em favor de Lewis Hamilton, teria ou não facilitado as coisas para o primeiro campeão negro da história? Essa e outras discussões aos poucos vão se dissipando, assim como as nuvens negras que cobriram Interlagos naquele primeiro domingo de novembro. Mas uma coisa é certa: a Fórmula-1 fechou o ano maior do que começou. E tudo indica que 2009 será ainda melhor. Mas, antes da próxima corrida, o GP da Austrália, marcado para 29 de março de 2009, a coluna F-Mais Umas encerra 2008 com uma avaliação e as notas dos pilotos que participaram daquele que já pode ser considerado um dos mais emocionantes campeonatos da história da F-1. Semana que vem vou falar das equipes.

Lewis Hamilton (9,0) - O Barack Obama das pistas só não leva 10 porque cometeu alguns deslizes incompatíveis com a sua condição de campeão do mundo. O maior deles foi a batida besta na traseira de Kimi Raikkonen na saída de um pit-stop no GP do Canadá. Por pouco, também, não perde o Mundial ao abrir demasiadamente a porta para a ultrapassagem de Sebastian Vettel, a três voltas do final do ensandecido GP do Brasil. Mas, na soma final dos resultados, Hamilton, com méritos, se tornou o primeiro negro a conquistar um título mundial de Fórmula-1.

Felipe Massa (8.0) - Analisando friamente, a Ferrari tirou o título de Felipe Massa. A quebra de motor no GP da Hungria, quando liderava com folga a três voltas do final, e a incrível lambança com o "pirulito/ árvore de natal" no GP de Cingapura tiraram duas vitórias certas do piloto. Mas isso não exime Massa dos erros nas primeiras provas da temporada e da falta de combatividade em momentos chaves do campeonato, como nos GPs da Bélgica e da China. Mas, de toda a forma, o são-paulino fez uma temporada que o credencia como um dos favoritos ao título de 2009.

Robert Kubica (9,0) - Eis aqui o melhor piloto do ano. O conterrâneo do Papa João Paulo II fez milagres ao volante de um BMW notadamente inferior às rivais McLaren e Ferrari. Kubica só não foi mais adiante porque, no meio da temporada, sua equipe abriu mão do desenvolvimento do carro atual para começar a trabalhar no modelo 2009. Mesmo com a perda da motivação, Kubica se manteve vivo na disputa até o GP da China, o penúltimo da temporada. Em 2009, ele vem mais forte e louco para se tornar o primeiro polaco a conquistar um título mundial.

Kimi Raikkönen (6,5) - A nota baixa é pelo fraco desempenho na pista. Mas, fora dela, Raikkönen será sempre o piloto nota 10 desta coluna. Pelo jeito, o finlandês andou acelerando em outras pistas que não as de corrida. Teve até um bom início de temporada, o que levou à falsa impressão de que poderia chegar ao bicampeonato. Mas, do meio do ano em diante, foi disperso e, em algumas corridas, irreconhecível. Parece que sofria os efeitos da ressaca do título de 2007. Mas não se enganem. O iceman com vodca ainda tem muito biocombustível para queimar. Quem beber, viverá!

Fernando Alonso (7,0) - A sorte dos rivais é que a Renault só se acertou no final da temporada. Caso contrário, o destino do campeonato poderia ter sido outro. Quando teve um carro à altura, o espanhol marrento e mal humorado provou porque é o melhor piloto em atividade na categoria. Com duas vitórias, um 2º e um 4º lugares, foi o que mais pontuou nas quatro últimas corridas do ano. Como já acertou sua permanência na Renault, do amigo Flavio Briatore, Alonso vai ser osso duro em 2009. Não estranhem se faturar seu terceiro título mundial, feito que o poria ao lado de lendas como Ayrton Senna, Nick Lauda e o gênio Nelson Piquet.

Nick Heidfeld (6,5) - Todo início de temporada se ouve alguém dizer: "- Esse ano o Nick Heidfeld vai!". O problema é que nem ele sabe para onde. Heidfeld é até bom piloto. Não é qualquer um que marca 60 pontos em uma temporada de F-1. Em outras épocas, teve campeão do mundo com pontuação menor. Mas Heidfeld é aquele tipo que toda a sogra adora. É bonzinho e não faz mal para ninguém. Para complicar, ainda teve o azar de dividir a equipe com o ótimo e inspirado Robert Kubica. Heidfeld é mais um daqueles pilotos que vai se aposentar sem que ninguém se dê conta.

Heikki Kovalainen (5,5) - Com um companheiro de equipe desses, Hamilton não precisava de inimigos. O finlandês da McLaren não serviu nem para ajudar o campeão do mundo na sua batalha contra Massa e Kubica. Ao que tudo indica, Flávio Briatore tinha razão ao dispensá-lo da Renault no ano passado. E não me venham com a conversa de que a McLaren trabalhou inteiramente para Hamilton. Kovalainen é o "picolé de chuchu" da Fórmula-1. Será que o PSDB vai convidá-lo para dividir com Alckmin uma chapa nas eleições de deputado estadual/ federal em 2010? Mais insosso, impossível!

Sebastian Vettel (8,5) - Olho nesse cara! De toda essa geração alemã que veio no vácuo do fenômeno Schumacher, Sebastian Vettel é, disparado, o melhor. O alemãozinho com cara de moleque barbarizou ao volante da débil Toro Rosso. Aos 21 anos, entrou para a história como o mais jovem vencedor de uma corrida de Fórmula-1, o Grande Prêmio da Itália. Suas atuações lhe garantiram uma vaga na equipe principal da casa, a Red Bull, e determinaram a aposentadoria do principal piloto da RBR, o playboy escocês David Coulthard. Para completar o ano, por pouco não vira herói nacional ao tirar de Lewis Hamilton o quinto lugar em Interlagos e, com isso, dar a Massa o título mundial. Mas aí o compatriota Timo Glock estragou a brincadeira.

Jarno Trulli (6,5) - O italiano fez uma temporada mediana, compatível com o que a instável Toyota poderia lhe oferecer. Alternou bons resultados, como o pódio no GP da França, com abandonos e chegadas distantes da zona dos pontos. Apontado como potencial campeão do mundo quando chegou à Renault, na metade da década passada, Trulli vê o fim da linha se aproximar sem ter realizado grandes feitos na categoria. Tem lugar garantido para o ano que vem. Mas não deve chegar no primeiro ano da próxima década.

Timo Glock (5,0) - Esse alemão vinha realizando uma temporada apagada, tímida, quando a três voltas do final do GP do Brasil o destino lhe deu o papel de protagonista na decisão do título entre Felipe Massa e Lewis Hamilton. Ao ser ultrapassado pelo inglês a três curvas do final da prova frustrou a expectativa de 80 mil torcedores no autódromo e de milhões de brasileiros que acompanhavam a corrida pela tevê. A partir de então, mesmo sem querer e sem poder fazer nada, entrou para a galeria dos anti-heróis brasileiros da Fórmula-1. Era o cara errado, na hora errada e, sobretudo, no país errado.

Mark Webber (5,0) - Se pilotasse o que fala e reclama, esse australiano já teria sido campeão do mundo há tempos. O problema é que, de Fernando Alonso, ele só tem a marra. O talento está quase à mesma distância do país de onde veio. Tudo bem que o carro também não ajudou muito. Mas Webber fez muito pouco para melhorá-lo. Fez uma temporada apropriada ao seu melhor resultado no ano, o 5º lugar no GP da Austrália. Foi tudo que conseguiu.

Nelson Ângelo Piquet (5,5) - Antes de mais nada, por favor, parem de chamá-lo de Nelson Piquet. Isso é quase uma heresia com o maior piloto brasileiro de todos os tempos - além de botar uma pressão brutal na cabeça do moleque. Galvão, faça o favor de chamá-lo de Nelson Ângelo, Piquet Jr, Piquezinho ou qualquer coisa do tipo. Dito isso, Nelson, como é chamado por seu engenheiro de pista, fez uma temporada típica de estreante. Alternou erros primários, como a rodada na Bélgica e a barbeiragem em Cingapura, com um inesperado pódio na Alemanha e um consistente 4º lugar na China. Tem tudo para evoluir em 2009. Mas sabe que, se não mostrar serviço, vai rodar.

Nico Rosberg (5,5) - Vamos dar um desconto, pois o filho do campeão Keke Rosberg teve nas mãos uma das piores Williams de todos os tempos. Algo incompatível com o passado de uma das equipes mais vitoriosas e tradicionais da história da categoria. Nico até se esforçou. Conquistou dois pódios, um 3º lugar na Austrália e um 2º em Cingapura, mas colecionou uma infinidade de quebras e abandonos. A Williams jogou água na gasolina da Petrobras, que, em 2008, comemora uma década de fornecimento de combustível para a equipe que deu a Piquet seu terceiro título mundial.

Rubens Barrichello (5,0) - Rubens Barrichello certamente será assunto desta coluna daqui a algum tempo. Ao que tudo indica, e por mais que relute, seu ciclo acabou. Final melancólico para um piloto que, durante alguns anos, carregou no cockpit a esperança de milhões de brasileiros ávidos por mais títulos mundiais. E esse peso parece ter vergado sua carreira. Para piorar de vez sua situação, a Honda lhe entregou uma verdadeira cadeira elétrica. De bom, mesmo, só o 3º lugar no GP da Inglaterra, quando o mundo despencou em Silverstone. Temporada para ser esquecida. Ao contrário do piloto, que, para o bem e para o mal, tem o seu nome gravado na história do automobilismo brasileiro.

Kazuki Nakajima (5,0) - Este é um sobrenome que está na memória dos fãs brasileiros mais velhos da F-1. Filho do lendário bração Satoru Nakajima, Kazuki, pelo menos, tem se mostrado menos trapalhão que o pai. Em sua segunda temporada na F-1, o Nakajima son não se envolveu em grandes acidentes e barbeiragens. Assim como Nico Rosberg, foi vítima da debilidade da Williams. Fechou o ano com 9 pontos na carteira. Parece pouco. Mas o carro também não permitiu muito mais do que isso.

David Coulthard (8,0) - Você pode estar estranhando a alta nota para esse playboy escocês que, na maioria das vezes, brincou de ser piloto de Fórmula-1. Mas é justamente por isso que ele a recebeu. Coulthard parece ter sido o último piloto à moda antiga da categoria. Era do tipo "perco a corrida, mas não a farra" - e o que viesse junto com ela. Mulherengo, biriteiro, bon vivant e querido por todos, o escocês vai fazer falta ao circo. Com ele se vai o que restava de romantismo, picardia e leveza em um negócio cada vez mais profissional e politicamente correto. E, conseqüentemente, cada vez mais chato.

Sebastien Bourdais (4,0) - Há quem diga que esse francês nascido numa cidade referência do automobilismo mundial, Le Mans, palco das míticas 24 horas, não é tão ruim quanto os seus resultados na temporada sugerem. Mas uma coisa é inegável: ele foi atropelado e engolido pelo companheiro de equipe, seu xará Sebastian Vettel. A superiodade do alemão foi tamanha que não há argumentos para defendê-lo. Fechou o ano com míseros quatro pontos, contra 35 de Vettel. Não é preciso dizer mais nada.

Jenson Button (1,0) - Ok, a Honda era uma desgraça. Tudo bem, ninguém contesta. Mas Jenson Button fez jus ao carro que guiou. Poucas vezes se viu um piloto tão desinteressado e apático quanto ele. E pensar que a imprensa inglesa um dia imaginou vê-lo campeão do mundo. Sorte deles que surgiu Lewis Hamilton para devolver a coroa da F-1 aos súditos da rainha. Pois, se fossem depender de Button, estariam mais perdidos do que o goleiro inglês Seaman naquele chute do Ronaldinho Gaúcho no Brasil e Inglaterra da Copa de 2002. Prova de sua fraqueza foi a superioridade imposta por Rubens Barrichello sobre ele, tanto em treinos como nas corridas. Um legítimo fracasso.

Giancarlo Fisichella (3,0) - O que dizer de um piloto que participou das 18 provas do campeonato e não marcou um mísero pontinho sequer? Pois esse foi o desempenho do italiano Giancarlo Fisichella na temporada 2008. Está certo que ele prestou serviço à pior equipe da temporada, a Force India, do milionário indiano Vijay Mallia, que, por não ter onde gastar seus bilhões de dólares (por que não manda um pouco pro Futepoca?!??!?), resolveu tirar onda na F-1, sob pretexto de divulgar sua imensa e miserável nação. Ao menos, quando teve chance, Fisichella mostrou que continua sendo o bom e velho piloto ruim de ultrapassar. Quando, por alguma razão, Massa, Hamilton, Kubica e Raikkonen disputavam posições com ele, a diversão era garantida.

Adrian Sutil (2,0) - Acho que nunca um nome foi tão adequado a perfomace de um piloto. Com o perdão do infame trocadilho, Adrian foi tão Sutil que poucos perceberam sua passagem pela temporada. Pudera. Das 18 provas do ano, este alemão conseguiu a proeza de abandonar, nada mais nada menos, do que 11. Das que conseguiu terminar, seu melhor resultado foi um 13º lugar no GP da Bélgica. E foi mais por abandonos dos adversários no dilúvio de SPA-Francorchamps do que propriamente por habilidade e méritos próprios. Só não fica com o título de marcha lenta da temporada porque Button conseguiu ser pior com um carro um pouquinho melhor.

Takuma Sato/ Anthony Davidson (sem notas) - Pois é. Alguém pode estar se perguntando: "- Quem são esses caras e o que estão fazendo aí?". Acredite: a dupla participou da temporada 2008. O inglês e o japonês disputaram as quatro primeiras provas do ano pela Super Aguri, equipe do nipônico e braço duro Aguri Suzuki, que, de 1988 a 1995, atemorizou seus adversários na F-1 - entre eles Nelson Piquet, Ayrton Senna, Alain Prost e até mesmo o destrambelhado Nigel Mansell. Mas problemas de patrocínio e a saída de um parceiro tiraram a equipe das pistas. Sua última corrida foi o GP da Espanha, disputado em abril, em Barcelona. Mas, das quatro corridas que participaram, nenhuma merece registro. O melhor resultado foi o 13º lugar de Sato no GP da Espanha, o que marcou o fim do sonho japonês da F-1.

Os troféus da temporada
Nelson Piquet (melhor piloto) – Robert Kubica
Ayrton Senna (revelação) – Sebastian Vettel
Satoru Nakajima (bração) – Jenson Button
Michael Schumacher (campeão) – Lewis Hamilton

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

Cigarro, cerveja e gordura garantem longevidade

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Assim como o inglês Buster Martin, a brasileira Olívia Franco da Silva (à direita) está comemorando seus 100 anos, hoje, em Alvorada (RS), com um cigarro na mão e um copo de cerveja na outra. Segundo o jornal Zero Hora, além de fumar e beber, a idosa segue uma dieta repleta de gorduras: não dispensa toucinho, torresmo e morcilha (espécie de lingüiça feita com sangue de porco). Outra semelhança com o centenário inglês Buster Martin é a prole de Olívia, 10 filhos. A anciã garante que nunca ficou internada em um hospital.

Especulações

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Ok, especulação é só isso mesmo, especulação. Mas não é em qualquer dia que leio que o Adriano pode voltar para o São Paulo (ou ir para Corinthians ou Fluminense) assim que a janela de transferência se abrir, em janeiro, e que Amauri, o atacante da Juventus que está metendo gol a três por quatro no Italiano, é são-paulino e quer jogar pelo time do Morumbi quando voltar da Europa.

O Adriano pode não ter feito muito bem coletivamente ao São Paulo no início desse ano, além de ter sucitado galhofas da imprensa, mas a situação era bem específica. Eu gostaria de tê-lo novamente no time. Talvez menos pelo seu desempenho e mais por não querer vê-lo em um rival.

Sonho

Outro que podia vir (essa especulação só existe na minha cabeça mesmo) era o Washington, do Flu. O cara faz miséria sempre que joga contra o São Paulo, então melhor se juntar a quem não se pode vencer. Não é só isso, claro. Ele é um baita atacante. Esse é mais um motivo para minha torcida contra o Fluminense. Se o time cair, além de rolar um desmonte, me vingo pela eliminação na Libertadores e ainda vai acontecer uma justiça histórica, já que o clube nunca voltou à elite depois do rebaixamento sem virada de mesa.

Que ataque, einh?

Sem Denílson, o Palmeiras vai melhor. Sem Diego Souza, pior

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É mais um esforço de levantamento estatístico do Futepoca, o menor centro de pesquisas e levantamento de dados da blogosfera.

Foto: Phjunkies /Flickr
Quando Denílson está em campo no Brasileirão, o desempenho do Palmeiras conquista menos pontos. Nas seis partidas em que Denílson entrou como titular, o Palmeiras somou 10 pontos. Vale notar que em apenas duas delas ele ficou 90 minutos em campo. Entrar no segundo tempo é a profissão do atleta no clube da Barra Funda, já que foi opção em 19 partidas, nas quais foram somados 32 pontos (56%). Sem o jogador pisar dentro das quatro linhas – fato que ocorreu em sete jogos – nota-se o melhor aproveitamento, 19 pontos somados (90% do possível).


O meia Diego Souza é o inverso, mas não tão bom. Nas quatro partidas em que o meia estava suspenso, o aproveitamento alviverde caiu para um terço. Quando o atleta entra em campo, o desempenho melhora, 63%, resultado de 29 partidas em que entrou como titular e mais uma em que começou no banco, mas logo foi para o jogo.

O índice é quase o mesmo do chileno Valdívia. Nas 15 partidas em que atuou, foram conquistados 29 pontos, ou 64% dos possíveis. Sem ele, o time fatourou 56% dos pontos. Cabe uma ressalva. Até ele ser negociado para o mundo árabe, sua ausência representava poucas chances de bons resultados, foram cinco pontos em quatro partidas em que o chileno esteve suspenso ou servindo a seleção vizinha, quer dizer, 41%.

O que isso tudo quer dizer?
Leitor do Futepoca que Vanderlei Luxemburgo já foi, ele deve ter esses dados em mãos. O que quer dizer que vai pensar duas vezes antes de tentar Denílson no lugar de lateral ou de volante no segundo tempo, opção usada em cinco ocasiões e que representou seis pontos ganhos. Colocá-lo no lugar dos meias tampouco ajuda, o expediente não reverteu derrotas em três das quatro vezes em que entrou nas vagas de Diego Souza e Valdívia. Sobra como opção para o ataque. Nas quatro ocasiões em que entrou nos lugares de Alex Mineiro, Kléber ou Lenny (!), o Verdão somou oito pontos, 66% do total.

Isso pelas estatísticas. Porque sua entrada no jogo contra o Atlético (MG) e no empate com o São Paulo, fez muita diferença.

Ressalva
É preciso fazer uma ressalva aos dados. Denílson é reserva do time, em geral, entra quando a equipe precisa reagir ou reter a bola no campo de ataque. Em qualquer uma das hipóteses, o Palmeiras está fragilizado na partida, seja por precisar reverter um placar, seja por estar sofrendo pressão do adversário. Quando entra como titular, o atleta tem aproveitamente semelhante, o que mostra que ele não substitui a altura os titulares, ainda que já tenha atuado como meia e como atacante. Ainda assim, estatística também serve para espinafrar.

Também é preciso considerar a média de aproveitamento do Verdão em geral: 60% do que foi disputado em 34 rodadas. Ou seja, a variação nem é tão drástica assim.

Pierre
O levantamento vai além. Pierre, por motivo de contusão, ficou de fora por 15 partidas, entrou como titular em igual número e foi opção do técnico durante a disputa em 4. Quando está em campo, o aproveitamento do time é de 56% dos pontos disputados, o que representa 32 pontos ganhos. Quando esteve fora, foram adquiritos 29 pontos, com aproveitamento de 64%. Da 11ª até a 25ª rodada, quando o volante se recuperava, o Verdão teve o melhor aproveitamento da competição. Não dá para dizer que foi pela ausência do atleta, porque foi a fase em que Diego esteve melhor, assim como Alex Mineiro. Talvez por ter ficado de fora de tantos jogos é que esteja entre as maiores médias de desarme por partida do campeonato.

Martinez
Trazido por Caio Junior em 2007, Martinez em campo representa um aproveitamento de 65% dos pontos, incluindo os 20 jogos em que entrou como titular e as duas em que foi a campo no segundo tempo. Quando está fora, a média cai para 50%. Detalhe: contando as partidas em que atuou como terceiro zagueiro, a partir da 25ª rodada, o aproveitamento do time curiosamente caiu, apesar de a defesa ter se acertado – principalmente quando Roque Junior não está no gramado e à exceção de panes como a do jogo contra o Grêmio.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Semana de acessos

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As divisões inferiores do futebol brasileiro tiveram acontecimentos importantes nessa semana. A saber:

Mais um leão na elite

O Avaí, de Santa Catarina, é o segundo clube matematicamente promovido para a Série A do ano que vem (o primeiro eu não preciso dizer qual é, certo?). O Alvi-anil de Florianópolis conquistou o tão sonhado acesso na noite de terça-feira, ao vencer o Brasiliense por 1x0 (gol de Evando, ex-Santos, na foto).

O "tão sonhado" acima não é uma muleta textual, nem uma repetição do óbvio. É que talvez a torcida avaiana seja a que mais desejava o acesso. Por dois motivos: o primeiro é a síndrome do "quase" que atingiu o Leão nos últimos anos. O clube cansou de liderar ou ficar entre os primeiros na Série B e, na hora H, perder o acesso. Agora espantou essa zebra. E o outro motivo é a comparação com o maior rival, o Figueirense. Como comparativo, vale lembrar que o alvinegro disputa desde 2002, de maneira initerrupta, a Série A, o que acredito eu que deva ser um recorde entre os clubes de Santa Catarina. Se o Figueirense escapar do rebaixamento na Primeira Divisão, teremos um eletrizante clássico no ano que vem.

O técnico do Avaí é Silas, meio-campista ex-São Paulo e seleção brasileira. E como curiosidade, vale ressaltar que o acesso do Avaí pode registrar um "inchaço" de leões na Série A do ano que vem: Vitória e Sport estão na elite, a Portuguesa, que também tem o felino como mascote, luta para sobreviver, e o Bragantino ainda tenta o acesso. Com essa configuração, teríamos 1/4 dos times da Série A tendo o "Rei dos Animais" como mascote.

O campeão que viu o jogo pela TV

Na Terceira Divisão, um acontecimento de deixar de cabelos em pé os defensores dos pontos corridos. O Atlético-GO se sagrou, ontem, o grande campeão do torneio, quando estava... em casa! Sim, isso mesmo. O clube não precisou jogar para levantar a taça. Bastou assistir, no conforto da concentração, a derrota da Campinense-PB para o Rio Branco-AC por 2x1 para comemorar o título.

Uma conquista merecida - o Dragão sobrou em todo o campeonato e já havia passado perto do acesso em 2007 - mas um tanto quanto sem graça, reconheçamos.

Mas se por um lado o título está definido, sobrarão emoções na definição das outras três vagas de acesso à Série B de 2009. Todos - isso mesmo, todos - os outros sete times têm chances concretas de acesso (os quatro primeiros sobem). A Campinense-PB está praticamente lá, com seus 19 pontos, bastando apenas um ou dois para garantir a vaga. Quanto ao resto, tudo pode acontecer. Hoje, no jogo das faixas, o Atlético-GO pega o Brasil-RS no Serra Dourada e, fechando a rodada, o Guarani recebe o Duque de Caxias-RJ.

A ética do vinho

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Não são muitas as coisas que me comovem. Uma delas são as crianças. Eu acho incrível o que os pequenos são capazes de fazer com a gente. Pensei nisso quando comecei a ler um livro muito interessante que caiu nas minhas mãos, É Vinho! Naturalmente – Em defesa do vinho orgânico e natural (Boccato e Gaia). O autor, Luciano Percussi, dedicado apreciador por décadas, oferece a obra a seus netinhos Francesca, Chiara e Lorenzo, para que eles “um dia descubram que vinho é cultura”.


Falando assim, parece pouco, mas pense bem, é muito bonito: um avô, preocupado com a formação manguaça de seus netos, não quer vê-los crescendo de qualquer jeito, engolindo qualquer coisa, desperdiçando os dons que a natureza lhes deu de sentir prazer e maravilhar-se com os sentidos numa total (ou quase) indiferença em relação ao que ingerem... Eu, não sendo nenhum especialista em vinho, sinto que ganhei mais instrumentos para apreciar esse líquido sagrado que há milênios reúne as pessoas mais diferentes em fóruns adequados à degustação e ao debate. Coloco este livro ao lado de um filme que vi tempos atrás.

Percussi é bem minucioso. Aborda cada aspecto que pode ser de interesse a um principiante para adentrar essa incrível diversidade que é o mundo do vinho. A história, o plantio da uva, a vinificação, o tempo de cada coisa, a degustação. Seu texto é cheio de metáforas, como quando explica o trabalho de um enólogo comparando-o ao de um treinador de pugilismo: “A cada [atleta] dará um tratamento específico para que, dentro dos limites de cada categoria, possam tornar-se os melhores. Com o vinho acontece o mesmo. Os tempos e as temperaturas serão diferentes para cada tipo de vinho.”

O livro tem mesmo o sabor de uma boa história de avô. E é ilustrado por fotos belíssimas. Devo registrar aqui uma ressalva quanto à revisão; esta deixa muito a desejar, a obra merecia um maior cuidado neste quesito tão importante.

Parênteses ético

Peço licença para um parênteses, pois é de valores que se trata quando nos preocupamos em como os manguaças do amanhã vão apreciar seus bebes. Lembrei de uma passagem do perfil do Daniel Dantas, publicado pela revista Piauí, em que o banqueiro faz uma interessantíssima colocação sobre o vinho. O interesse está na síntese de como funciona a cabeça de um banqueiro. Cito aqui o trecho:

“Outro dia, num restaurante, insistiram que eu tomasse um vinho caríssimo”, disse. “Argumentei que seria um desperdício oferecerem um vinho daqueles a uma pessoa que não tinha paladar apurado para apreciá-lo. Aí, me sugeriram aprimorar o paladar.” Fez uma pausa e massageou a testa, parecendo refletir sobre o assunto. “Acho uma aporrinhação esse negócio de aprimorar paladar. Se consigo gostar de um vinho que encontro em qualquer lugar, porque vou arrumar meu paladar e só ter prazer quando tomar uma coisa rara, de altíssima qualidade? É um contra-senso. É muito mais fácil gostar de qualquer coisa. Depois, eu teria que comprar uma adega climatizada, e aí acabaria a luz, e tudo viraria um inferno.”

A lógica é perfeita, só que dentro de uma ética de resultados, que parece ser cada vez mais hegemônica, apesar da resistência de não poucos. Não estou defendendo os “vinhos caríssimos”, apenas quero clarificar um pouco o que é esse “contra-senso” na avaliação de Dantas. É a mesma lógica que inspira o Dunga a acreditar que o importante é ganhar a qualquer custo, jogando de qualquer jeito (e mesmo assim não ganha). Apreciar o bom futebol exige dedicação, não aceitar qualquer coisa, entender os lances e movimentos fundamentais que passam despercebidos e, também, perdoar o craque que arrisca o lance de arte e eventualmente perde uma jogada. Quem tem a qualidade como valor não se impressiona com firulas, coisas vistosas e sem densidade, sem sentido, mas também não pode suportar “qualquer coisa” que lhe dê um retorno quantificável. Assim é com a música, a literatura, o cinema e o vinho, entre tantas outras coisas.

Retomando, entendo a mensagem que Percussi lega aos netinhos de que “vinho é cultura” desse jeito: o vinho não é só uma bebida que agrada e embebeda, é um universo, exige conhecimento, dedicação para apurar o paladar e entender tudo o que está implicado ali. E, finalmente, tudo isso não serve para nada. É assim com tudo o que temos de mais precioso, não dá para submeter a nenhum critério de eficácia. É o campo da qualidade, do amor às coisas e às pessoas, do sabor singular e intraduzível, do valor em si.

Para quem se interessou, hoje, quinta-feira, 13 de novembro, vai ter uma sessão de autógrafos na Livraria Cultura (Loja de Artes, avenida Paulista, Conjunto Nacional), das 19h às 21h30.
PS: Não cheguei a mencionar a defesa que o autor faz das práticas orgânicas e biodinâmicas na produção do vinho. Mais um ponto para a ética!

É ela

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Na contramão do histórico nacional de baixa participação política das mulheres, e como o José Dirceu já havia especulado para o Futepoca, a ministra Dilma Rousseff (foto) deve ser mesmo a candidata do PT para as eleições presidenciais de 2010. Durante sua viagem oficial à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a possível candidatura: "Depois de mim, quero que o Brasil seja governado por uma mulher. E a pessoa certa é Dilma Rousseff", afirmou, segundo o La Repubblica. "Proporei ao PT de indicá-la como candidata. Mas vencer (a eleição) não será fácil. Na política, os cenários mudam rapidamente e ainda faltam dois anos", ponderou Lula. A atual ministra da Casa Civil ganhou moral depois de ter espinafrado, em frente às câmeras de TV, o senador José Agripino (DEM-RN), em maio deste ano. Mas e aí, será que ela vai aceitar a "indicação" do Lula? E se aceitar, ganha?

Um bar histórico, um filme e um lugar para morar

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Vivo na cidade de São Paulo há apenas quatro anos e, por ser um jeca tatu e não saber dirigir, ainda não sei muito bem determinados itinerários ou localização precisa de bairros e regiões. Também desconheço muitos locais que o paulistano aprende a conviver desde o berço. Prova desse meu desconhecimento da metrópole e de seus costumes históricos ocorreu quando, pouco depois que cheguei, a nossa querida eminência parda Carminha perguntou: "-Marcão, você ia no Bar Riviera?". Não, nunca tinha ouvido falar. "-Mas como você não conheceu o Riviera?", insistiu Carminha, incrédula. De fato, eu poderia ter conhecido: o folclórico bar (acima, à esquerda), aberto em 1949 na esquina das avenidas Consolação e Paulista, fechou as portas em fevereiro de 2006 - dois anos depois de eu aportar na terra da garoa. Mas perdi a chance de conhecê-lo "vivo".

Pesquisando na internet, fiquei sabendo que, entre as décadas de 1960 e 1970, o Riviera viveu seu período de grande efervescência revolucionária, festiva e etílica. Uma miríade de artistas, jornalistas, guerrilheiros, estudantes, boêmios, hippies e desocupados passava pelas suas mesas toda madrugada. Não era difícil esbarrar em Chico Buarque, Toquinho, Vinicius de Moraes, Chico e Paulo Caruso ou José Dirceu. O Riviera existia no térreo do Condomínio Anchieta (foto à direita) e, ao seu lado, havia outro bar agitado, o Ponto 4. Os clientes iam e vinham de um para outro e, às vezes, a polícia baixava e prendia todo mundo que estava na calçada, para ver se pegava alguém da luta armada. Dizem que o próprio delegado Sérgio Paranhos Fleury, do Dops, comandou pessoalmente algumas dessas ações.

O Bar Riviera era o destino natural, também, do pessoal que saía do Cine Belas Artes (à esquerda), do outro lado da avenida Consolação - hoje reformado e rebatizado como HSBC Belas Artes. Aliás, a inauguração do cinema, em 1952, foi motivada, em grande parte, pelo movimento do boteco que já funcionava ali em frente há três anos. Bom, mas volto às minhas desventuras na Paulicéia desvairada: o mundo gira e eis que, recentemente, me mudo para um apartamento no ... Condomínio Anchieta! Sim, o prédio que abrigou o mítico Bar Riviera, cuja placa ainda está lá, pregada numa de suas gigantescas colunas de sustentação. Construído em 1941, o edifício guarda as cicatrizes de tantos moradores, freqüentadores e figurinhas do badalado - e extinto - boteco. A maioria das pessoas que passa na rua, assim como eu, há alguns anos (quando a Carminha me falou do Riviera), não faz a menor idéia.

E logo de cara já fico sabendo de uma novidade: o prédio e seu antigo bar inspiraram um filme, batizado provisoriamente de "Condomínio Jaqueline", que teve locações no velho Anchieta em junho deste ano e deve estrear nos cinemas no primeiro semestre de 2009. Além disso, o trabalho deverá se desdobrar em uma série de TV e em uma história em quadrinhos (acima, à direita), do ilustrador Papito. O filme, do diretor Roberto Moreira, conta a história de Tina, uma jovem vinda do interior (como eu) que tenta ser atriz em São Paulo e vai parar no tal Condomínio Jaqueline (ou Anchieta, que é, agora, onde também moro). Na trama, ela conhece outros jovens que batalham o futuro na metrópole e, juntos, freqüentam o bar Egotrip - arremedo do que foi o Riviera. O site do filme traz uma imagem da parte de trás do prédio, visto por quem sobe a Consolação. E aquela imagem dos quadrinhos, acima, é a mesma que vejo da sala do apartamento. Então é isso: interessante morar num local com tanta história. Pena que o bar se foi...

quarta-feira, novembro 12, 2008

Manguaças no Cinema: Vinnie Jones e a “Máquina Cruel”

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Algumas pessoas, mas não creio que muitas, devem ter visto o filme Golpe Baixo (The Longest Yard), estrelado por Burt Reynolds. Filmado em 1974, é a história de Paul Crewe, um ex-craque de futebol americano que vai preso (se bem me lembro, por dirigir bêbado e arrumar confusão) e é forçado pelo diretor da prisão a montar um time com os detentos para uma espécie de jogo-treino contra o time semi-profissional dos guardas da prisão. Os detentos começam a levar a coisa a sério e o jogo fica bastante tenso. O filme, que vi numa tarde dessas muito tempo atrás, é bem legal. Ainda me lembro dos torcedores gritando o nome do time dos presos (“Mean Machine”, cuja tradução literal seria “Máquina Cruel”, mas me lembro que a dublagem passou para “Máquina Quente”).

Algumas das pessoas que não viram o filme talvez tenham reconhecido a história. O motivo são duas refilmagens que foram feitas recentemente (uma em 2001 e outra em 2005). A mais conhecida e também a mais fiel à história original é a de 2005, com o mesmo nome, estrelada pelo comediante Adam Sandler e com Cris Rock no elenco. Sandler substitui Burt Reynolds como Paul Crewe e a coisa segue da mesma forma, mas creio (se não me falha a memória sobre o primeiro), com uma piadas mais toscas, bem ao gosto do comediante (nada contra, ficou engraçado). A cena final, inclusive, é igualzinha.

A outra é mais interessante para os manguaças deste fórum, por sua proximidade temática. Trata-se de Penalidade Máxima (Mean Machine, 2001), filme inglês que adapta a história para o significado que os ingleses dão para a palavra football. O personagem principal é o ex-craque inglês de futebol com os pés Danny Meehan, que enfrenta a mesma sina de sua contraparte estadunidense e sofre na mão do diretor da prisão. Meehan é interpretado pelo ator inglês Vinnie Jones, um grandalhão que você viu nos dois filmes do ex de Madonna Guy Ritchie, a saber Snatch – Porcos e Diamantes e Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (ambos entre os filmes mais legais que já vi). Nos States, fez 60 Segundos, roubando carros com Nicholas Cage e Angelina Jolie, e o Fanático no terceiro filme dos X-Men.

Comecei a pesquisar para esse post intrigado em como um filme como The Longest Yard teria ganho uma refilmagem e uma adaptação, mas alguns dados sobre a carreira de Vinnie Jones me mudaram a pauta. Descobri que o mal-encarado ator foi jogador de futebol profissional na Inglaterra, tendo defendido Wimbledon, Leeds United, Sheffield United, Chelsea, e Queens Park Rangers. Era um “soccer hard-man”, na definição do site IMDB (que tem tudo sobre todos os filmes do mundo – veja aqui a filmografia de Pelé).

No Blog de Bola, descobri que o cara era meia e Galês, chegando a defender a portentosa seleção de seu país. Jogou 177 partidas pela Liga e marcou 12 gols pelo modesto Wimbledon entre 1992-1998, que é o ano em que aparece pela primeira vez num filme (o já citado Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes). Era em campo tão temido quanto seus personagens nos filmes.

Seu nome, no entanto, ficou eternizado para o esporte bretão não por sua qualidade ou pela contribuição que deu à seleção de sua pátria, mas por um método de marcação pouco convencional que utilizou contra o craque inglês Paul Gascoigne, conforme vemos na imagem:

Olhando por sua carreira até então produtiva em filmes de ação, parece que Vinnie Jones fez bem em deixar o futebol. Não só para si mesmo, diga-se.

Pé redondo na cozinha - Eletric Shoes e a calabresa no pão italiano com cachaça de pinhão

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MARCOS XINEF*

Os meninos da banda Eletric Shoes and the Rock'n'Roll Forces começaram a vir aqui no Bar Casa do Gourmet, em São Bernardo (SP), por um acaso do destino (alcoólico, claro). Mas, desde o primeiro dia, meu sócio Bruno e eu percebemos que eles poderiam render boas histórias e que têm tudo a ver com o Futepoca, pois, além de beberem como gente grande, são todos loucos por futebol - sem falar que os "sapatos elétricos" (Eletric Shoes) poderiam vestir muito bem os pés redondos e inchados de pinga que batizam essa modesta coluna.

Bom, mas comecemos pelo vocalista, Thiago, um cabeludo e sãopaulino doente que não pode ouvir alguém falar mal daquele tal jogador que dizem ser bambi (ele fica louco, hehe). O batera Fernando, outro sãopaulino fanático, diz que deve a vida ao Zetti (foto à direita). O baixista e guitarrista Melete, figura muito conhecida na cidade e grande amigo da galera, torce somente pela nossa seleção. Mas se diz um grande jogador de futebol de botão.

Se fosse para resumir, diria que o som da Eletric Shoes é rock'n'roll da melhor qualidade, com humor acima da média, amizade garantida e número de risadas, incontáveis. A quantidade de cervejas por noite varia de 35 a 40, as doses de cachaça, de seis a dez, e o número de vodkas, de três a cinco. E o petisco preferido dos caras, o que me inspira a escrever esse post, é a calabresa seca apimentada, com cebola, no pão italiano e regada com cachaça de pinhão. Vamos à receita:

PETISCO ELETRIC SHOES COM CACHAÇA DE PINHÃO

Modo de preparo
Pegue 1 pão italiano (filão), corte a tampa no sentido horizontal, tire o miolo e reserve. Corte em fatias finas a calabresa extra-forte seca, refogue no azeite extra-virgem, com rodelas de pimentão, cebola e tomate. Jogue um pouco de molho shoyo, deixe reduzir e acrescente a cachaça de pinhão. Recheie o pão italiano e sirva.


Bom, mas tem gente se perguntando: " - Afinal, que diabo será essa tal cachaça de pinhão?". Vamulá: a receita, até agora, era segredo aqui do nosso Bar Casa do Gourmet, mas a galera do Futepoca merece essa iguaria por nós desenvolvida. Então, oooooolhoo no lanceee:

CACHAÇA DE PINHÃO DO BAR CASA DO GOURMET

Ingredientes
Pinga de boa procedência (de preferência uma mineirinha das boas, nada dessas tranqueiras que se compra por aí, tipo "gasolina de avião"), mais uma boa quantidade de pinhão cru.

Preparo
Em uma garrafa de 750 ml, acrescente primeiro os pinhões com casca (mais ou menos até a metade da garrafa), complete com a pinga. Agora vem a parte difícil da coisa: deixe-a curtir por no mínimo cinco meses em local escuro e úmido, com a rolha para baixo (garrafa de ponta cabeça), até obter uma coloração mogno e um sabor amadeirado, levemente frutado, sabor pinhão cozido.


Uma observação: essa pinga é usada como tempero do prato descrito nesse post, como diferencial, mas é para ser servida em qualquer ocasião especial. Se você não tiver paciencia de esperar e preparar, poderá encontrar todos os itens acima descritos e já em condição de serem (muito bem) degustados no Bar Casa do Gourmet - Rua Quirino de Lima, 198, Centro de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. Ponto de referência: venha pela Rua João Pessoa e vire à direita no Paint Ball War (do nosso querido amigo Mumu). Estamos no meio do quarteirão.

Abraços, até a próxima! E força no The BOBs!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Brasil é 110º em participação da mulher na política

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A BBC Brasil informa que um relatório do Fórum Econômico Mundial (FEM) aponta o Brasil como o 110º do mundo em participação política das mulheres em relação aos homens (no Congresso e no Executivo) - em uma lista de 130 países. Prova disso, como bem observou o blogue parceiro Donas de Si, é que as mulheres não representaram nem 30% das candidaturas nas últimas eleições (cota estipulada por lei), segundo levantamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um exemplo foi a região do ABC Paulista, berço político do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, onde, em sete cidades, não houve uma única candidata a prefeita, ao contrário de eleições anteriores.

No geral, segundo o FEM, o Brasil está apenas em 73º lugar no ranking que mede a igualdade entre os sexos. O relatório compara as oportunidades que mulheres e homens têm nas áreas de educação, saúde, economia e política. Na América Latina e Caribe, o Brasil é o país com o 17º melhor desempenho. A Argentina (24º no mundo) e Cuba (25º) são os países que mais promovem a igualdade entre os sexos na região. Já em comparação com os países emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), ficamos atrás da Rússia (42º no ranking) e da China (57º), mas superamos a Índia (113º). O relatório do FEM afirma que a Noruega é o país que melhor promove a igualdade entre os sexos, seguido por Finlândia, Suécia (que liderou o levantamento de 2007), Islândia e Nova Zelândia.

terça-feira, novembro 11, 2008

Governo francês quer clubes como empresas no futebol

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Seria a Lei Zidane? Ou a Lei Platini? Isso é um detalhe secundário e até improvável, mas o fato é que o governo francês apresentou um plano de 163 páginas que para transformar os clubes de futebol profissional em empresas. A legislação está prevista para sair em março de 2009, se tudo correr como pretende Nicolas Sarkozy. A notícia está no Valor Econômico (para assinantes).

No mês passado, Sarkozy anunciou que mandaria parar qualquer partida da seleção francesa em que o hino nacional fosse vaiado – no que foi duramente criticado por Michel Platini.

O cerne do projeto é implantar mecanismos de controle de gestão nos clubes, incentivar a construção de estádios privados e levar os times a funcionar como empresas. Clubes com dívidas serão impedidos de contratar novos jogadores, haverá limite de gastos e teto salarial para atletas contratados futuramente. A preocupação é com o crescimento do ordenado da turma da bola, que dobrou na França e cresceu 250% na Inglaterra.

Na parte de sanções aos clubes, a prática é bem diferentes das adotadas no Brasil, onde a Timemania foi a forma de se permitir arrecadar os recursos para pagar dívidas das agremiações com o INSS.

Tevê-dependência
O futebol francês é um dos que mais depende das cotas de TV na Europa, algo que lembra (com valores completamente diferentes) o que acontece no Brasil – com a diferença que, por aqui, a negociação de jogadores tem peso grande. Por isso, há medidas para melhorar os estádios e atrair mais torcedores. Eles ainda querem briga com a Comissão Européia, ao tentar restringir a cinco o número de estrangeiros de cada lado do campo.


O jornal faz uma comparação entre as receitas dos times da Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França. Os mais ricos são os ingleses, mas quatro clubes (Manchester United, Arsenal, Chelsea e Liverpool) detêm um terço dos 3,7 bilhõesde euros em dívidas, montante superior aos 2,3 bi de receita. Os italianos conseguem depender mais da cota da TV do que qualquer outro. Os alemães são os equilibrados que, proporcionalmente, mais faturam de promoção comercial (venda de patrocínio, de camisas e brindes, bem como do nome do estádio etc.). Na Espanha, 11 times caminham para a bancarrota.

Pelo jeito, não são só os brasileiros que sofrem com a crise. Mas que tipo de empresas seriam essas? O Blog do Santinha publicou ontem uma retrospectiva de dez anos da Lei Pelé e as divisões de base. O debate continua aberto.

O filho eterno e o futebol

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Em meio aos preparativos para minha viagem, enfiei na cabeça que não poderia abandonar as leituras em língua portuguesa sem me dedicar a O filho eterno, obra de Cristovão Tezza, altamente elogiado pela crítica e favoritíssimo aos prêmios que disputa. Até agora, levou o Jabuti e o Portugal Telecom.

É um baita livro. Não tenho a pretensão de apontá-lo como o melhor romance brasileiro do século até agora, como tenho lido por aí, mas surpreende pela crueza com que o personagem se expõe e pela ausência de julgamentos moralóides que parecem inerentes à situação descrita. O protagonista é um escritor fracassado - a inspiração é autobiográfica - e sustentado pela esposa que se vê às voltas com um filho com Síndrome de Down, Felipe. Mais que isso não vou escrever, deixo links para outros textos aqui e aqui.

O que me faz comentar o livro aqui é a relação do menino, já na idade adulta, com o futebol. Uma criança com Síndrome de Down não tem noção de temporalidade, e é com o futebol que Felipe aprende que o mundo não é previsível e que o tempo passa. Citando Idelber Avelar:

A imprevisibilidade do futebol vai dando a Felipe uma idéia de “futuro” e através do conceito de campeonato ele entende o de calendário. O encadeamento de jogos funciona como metáfora inteligível do devir, da passagem do tempo, mesmo que continue uma tremenda confusão sobre o que é Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores ou Campeonato Paranaense.

O livro é muito mais que isso e vale muito a leitura. Pra quem é apaixonado por futebol, essa é só uma razão a mais para o livro emocionar.

No butiquim da Política - Falta avisar Aécio e Lula

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CLÓVIS MESSIAS*

"Articulador pragmático", "determinado". Expressões como essas são usadas a respeito do trabalho que o chefe da Casa Civil do governo estadual de São Paulo está desenvolvendo com vistas às eleições futuras. Estou falando de Aloysio Nunes Ferreira (foto). No buteco, todos olham e comentam a tranqüilidade com que ele se movimenta. Recentemente, esteve na Assembléia Legislativa negociando com as entidades da Polícia Civil. Convocou para uma reunião o secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo, o presidente da Casa, deputado Vaz de Lima, e o líder do governo, deputado Barros Munhoz. Os tucanos conversaram por horas a fio. Aloysio está nadando de braçadas, em águas límpidas. Nada o perturba.

Nas últimas eleições, apoiou vários candidatos, de múltiplos partidos. Foi às ruas para apoiar o deputado Valdomiro Lopes, do PSB, à Prefeitura de São José do Rio Preto. Lá, foi para a praça principal, de bermudas, panfletar. Venceu. Em Santo André, ofereceu suporte ao também vitorioso Dr. Aidan, do PTB. Efetivamente, como dizem, não está brincando. Fala-se, ainda, que a composição de sua chapa já está completa: Aloysio para governador, pelo PSDB, Guilherme Afif Domingos para vice, do DEM, e Orestes Quércia, do PMDB, para senador ou com poder de indicar outro nome.

O deputado Adriano Diogo, do PT, entrou na conversa perguntando: "- E a reeleição do senador Romeu Tuma, do PTB?". Resposta sucinta: "- Depois de não ter conseguido eleger seu filho deputado ou vereador, não é mais cogitado". Outros partidos integram a frente, com o governo atendendo seus pleitos. Alberto Goldman, atual vice-governador, assumiria o governo do Estado e, depois, se José Serra for eleito presidente da República, seria nomeado ministro dos Transportes. Aí, um desavisado lembrou: "- Muito bem. Mas falta avisar o governador Aécio Neves, que já garantiu que não comporá chapa , e também o presidente Lula". Boa observação.

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

segunda-feira, novembro 10, 2008

A história de um refugiado político

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Hoje, dia 10 de novembro, o BlogCatalog incentivou uma "blogagem" coletiva a respeito do tema "Refugiados". Pra quem não sabe a definição, o Refugees United Brasil define, conforme convenção de 1951, que um refugiado é "toda pessoa que por causa de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo".
Bloggers Unite
Dentro desse entendimento, lembrei de uma matéria de outubro de 2003, que fiz para a revista Fórum  junto com o Nicolau desse mesmo Futepoca. Entre muitas histórias que ouvimos durante a reportagem, feita em um abrigo para migrantes na Baixada do Glicério, região central de São Paulo, conhecemos "Roberto", um refugiado político do confuso cenário colombiano. Reproduzimos abaixo a história dele, similar a de muitos outros refugiados em diversas partes do mundo que às vezes perdem sua identidade e nem sabem mais se tem algum lugar que possam chamar de "casa".

O companheiro

A população da Colômbia vive uma situação dramática. Vítima do narcotráfico, das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc), de governos de eficiência e honestidade questionáveis e da ingerência norte-americana, o país está em estado de guerra há mais de uma década. Essa situação, além de muitos mortos, produz refugiados para o resto da América do Sul. Perseguidos políticos que não sabem sequer a quem obedecer.

Essa dúvida não existe para Roberto (nome fictício), ex-funcionário do governo colombiano que havia sido deslocado para uma das chamadas zonas de distensão no sul, lugares em que as Farc têm controle administrativo tolerado pelo governo federal. Começou a ser perseguido por agentes do Estado quando descobriram sua militância política na esquerda. “Sofri ameaças de morte e voltei para junto da minha família em Córdoba”, relembra. Mas rapidamente foi encontrado e as ameaças passaram a ser feitas contra sua mulher e seus filhos. Decidiu ir embora.

Sua primeira parada não foi o Brasil. Fez contatos políticos com o Partido Comunista do Uruguai e conseguiu ficar lá. Não por muito tempo. Um mês depois e a visita do subsecretário de Estado norte-americano para a América Latina, Otto Reich, fez com que os camaradas de Roberto pedissem para ele ir, com medo de uma eventual investigação e represália por parte dos norte-americanos. “A esquerda latino-americana tem a solidariedade limitada pela necessidade”, filosofa. “Senti-me abandonado. Como me sinto ainda hoje.”

Restava o Brasil. Roberto tinha alguns conhecidos no país. Eles, porém, não puderam alojá-lo. Aqui, procura emprego, não para voltar à Colômbia, mas para ir a Cuba. Lá, segundo ele, talvez seja um dos únicos países em que seu ideal de justiça sobreviva. A volta para casa parece um sonho distante, sua luta política é a principal missão agora. “Abri mão de tudo. Vendi apartamento, carro e abandonei um padrão de vida confortável para enfrentar os inimigos da Colômbia.” Há um mês no Brasil, desde o período no Uruguai não entra em contato com a família.

Seus três filhos tiveram que deixar a escola, sua esposa não está mais empregada. A certa altura, mesmo reafirmando sua convicção, deixa transparecer dúvidas se realmente valeu a pena. Mas logo a indignação ressurge. “A história tem que ser reescrita. Não entendo como os brasileiros só podem pensar em cachaça e futebol. Precisamos pensar em um futuro melhor, com o ser humano em primeiro lugar”. Cansado, Roberto pede para parar a entrevista. “Hoje, meu país é meu inimigo”, conclui. Entre seus novos conhecidos, gente como ele, sem destino nem futuro certo, só é chamado pelo apelido de “companheiro”.

"Erros" decisivos

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Pelos jogos que acompanhei ou vi os lances nesta rodada, parece que os juízes estão sendo mais decisivos que muito atacante e goleiro por aí.


No caso do meu time, o Atlético-MG, o bandeira, não sei se se Carlos Berkenbrock /SC ou Alcides Zawski Pazetto /SC,  marcou um impedimento absurdo no que seria o primeiro gol do Galo. Marques estava marcado por um zagueiro e tocou a bola para o Castillo uns 2 metros atrás da linha da bola. O mais incrível é que Marques estava do lado do bandeira, na cara dele. O Galo acabou ganhando de 1 a 0, mas mesmo assim o erro foi absurdo.

No jogo Botafogo e Flamengo, em que acompanhei os principais lances, ficou claro o pênalti em cima do Jorge Henrique logo a 1 minuto da partida, o juiz não deu. O problema é que Marcelo de Lima Henrique já havia sido questionado anteriormente por um pênalti marcado a favor do Flamengo na final da Taça Guanabara deste ano. Mas absurdo mesmo foi a inversão do mando de campo, que era do Botafogo, tirando a partida do Engenhão com a desculpa de falta de segurança. Estranho para um estádio moderno e que recebeu jogo até da seleção brasileira.

Terceiro erro crucial, o pênalti para o Vasco contra o Santos. Revi o lance agora pela intenet e concordo com o camarada Glauco: nem falta foi, se aconteceu foi fora da área. Veja o lance aqui e a reclamação de Kléber Pereira, que provavelmente será punido pelo que falou.

O povo do Náutico também reclama de um pênalti não marcado contra o Coritiba, mas não vi e não vou opinar.

Sei que erros acontecem, mas andam acontecendo muitos ao mesmo tempo. Pior, favorecendo times do RJ que disputam vaga na Libertadores (Flamengo) ou o rebaixamento (Vasco). 

Pode ser só coincidência, claro que pode...

Corinthians campeão da Série B

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Ouvindo os fogos após a vitória do Timão contra o Criciúma por 2 a 0, no sábado, e a confirmação do título antecipado da Série B do Brasileirão 2008 (veja mais sobre o jogo aqui no Retrospecto Corintiano), meu pai, Manoel, vaticinou: "Essa festinha é só o começo, vai ter muita festa até 2010. Esse time vai ganhar tudo até o centenário. Eu conheço o Corinthians".

Eu confio no meu velho, mas acho que a coisa não vai ser tão fácil assim. É preciso ver o que a diretoria vai fazer com o elenco até o ano que vem. O time ainda tem muitas dívidas e está, segundo Andrés Sanches e cia., com dificuldades de caixa. Vai ser difícil que nenhum dos destaques seja vendido. A bola da vez é Dentinho, que estaria sendo oferecido ao futebol europeu. Tem que ver se os europeus estão com essa bola toda, depois da crise financeira. Agora, é esperar o ano que vem pra ver com que bola o Corinthians chega ao Paulistão.

E líder do ranking da CBF

Até o final do Brasileiro da Série A, o Corinthians está no topo do Ranking de Clubes da CBF. Hoje, o Timão é o segundo, com 1.938 pontos, atrás do Grêmio, que tem 1.978. Mas isso não contabiliza o assegurado título da Série B, que vale 40 pontos, e o vice da Copa do Brasil, que conta outros 20. Assim, o Timão já garantiu que fechará o ano com 1.998 pontos.

A situação surreal não chegará nem a ser registrada, uma vez que a CBF só vai contabilizar os pontos no final do ano (a última revisão foi feita em 3/12/2007). O Timão será novamente ultrapassado pelo Grêmio, que deverá ganhar de 35 a 40 pontos pelo Brasileiro.

Um dado interessante é o critério utilizado pela Confederação. O ranking só considera as três séries do Brasileiro e a Copa do Brasil. Estaduais e continentais não têm influência. As três séries do Brasileiro são consideradas quase como um campeonato só: o campeão da Série A leva 60 pontos, o vice fica com 39 e assim por diante, tirando um ponto para cada posição. Já o título da Copa do Brasil vale 30 pontos, 10 a menos que o título da Série B, e o vice da Copa recebe os mesmo 20 pontos do campeão da Série C. Isso que é desvalorizar o próprio produto.

Quer ver?

Carla Dualib, neta do ex-ditador e sua beneficiária em diversos negócios no marketing do clube, recebeu convite para posar para a Playboy. Vi a notícia no Vertebrais FC. Pela foto não é possível avaliar todos os atributos da moça, de 38 anos. Será que ela está com essa bola toda?

Tipos de cerveja 21 - Southern English Brown Ale

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As Southern English ou "London Style" são mais escuras e doces que as variantes do Norte da Inglaterra. Trata-se de um estilo quase em extinção e que muitas vezes é confundido ou englobado por outros tipos de cerveja. Segundo Bruno Aquino, do site parceiro Cervejas do Mundo, o sabor é bastante complexo, característica da forte presença de malte e de frutos, apesar do volume alcoólico ser relativamente baixo: entre 2,8 e 4,2% ABV. Já o Daniel Yabu, do blog Doctor Beer, acrescenta que as Southern English Brown Ale têm baixo amargor de lúpulo e final moderadamente doce, deixando no paladar um gosto suave e maltado. As marcas recomendadas para quem quiser experimentar - e conseguir encontrar - são: Mann's Original Brown Ale, Dark Star Over the Moon e Wychwood Hobgoblin (foto).

Critérios subjetivos, situação subjetiva

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Essa foi enviada pelo companheiro de armas Diego Sartorato. Uma bizarra situação que aumenta a urgência de união dos biriteiros socialmente responsáveis. Manguaça Cidadão já!

domingo, novembro 09, 2008

De bandeja, o título é entregue

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Perder sem os dois principais jogadores de frente (Diego Sousa e Kléber) poderia até tornar a coisa menos grave. Mas foi em casa. E o Palmeiras não teve o menor traço de criatividade nem força ofensiva para marcar. Se no jogo de ida, o empate foi bom, se o Grêmio não conseguiu se impor, hoje no Palestra Itália o time de camisa verde limão-siciliano parecia acreditar que a vitória viria por algum motivo místico. Provavelmente de um pênalti ou de um cruzamento de Leandro para Alex Mineiro.

Esqueceram da marcação que não deixava os volantes da casa trocarem passes até a lateral. Quando Léo Lima virou armador que achava que poderia vencer em jogadas de arrancada, a defesa gremista comemorou. Quando Lenny virou a opção ofensiva, ficou claro o quanto o jogador consegue ser inútil. Sobrou desespero.

Para se ter uma idéia, bastava olhar para o cronômetro na primeira descida de Marcos para a grande área adversária, tentando o empate: aos 29 da segunda etapa. É que as bolas paradas foram o momento de maior perigo mesmo. Aos 48, com a bola em movimento, Marcos era centroavante.

Roque Junior não entrou em campo e uma pane na defesa foi suficiente para sair o gol gremista. Um cruzamento despretensioso de Tcheco foi ignorado por todos, até por Marcos, e a bola foi dormir no fundo da rede palestrina.

Note-se que o Grêmio criou mais condições de gol do que o Palmeiras.

Com o resultado, o escrete de Vanderlei Luxemburgo entrega a opção de ganhar o título de bandeja para os adversários. O Grêmio é segundo, a dois pontos do líder. O palmeiras caiu para quarto e tem, domingo que vem, o Flamengo no Maracanã pela frente. Dependendo do resultado de logo mais, pode virar quinto. Mais do que nunca depende que os rivais lhe devolvam o favor, o que a cada uma das quatro rodadas que faltam é menos provável.

A arrancada do São Paulo com quatro vitórias seguidas – com empurrão da arbitragem nas duas primeiras partidas da série – mostra que o Campeonato Brasileiro não tinha encontrado seu campeão por pura irregularidade dos candidatos. Pela falta de um time que vencesse partidas em sequência. Taí a derrota alviverde em casa para confirmar. Vale, porém, a nota: o time de Muricy Ramalho está há 13 partidas sem perder. A última derrota foi para o Grêmio, no Olímpico. A vitória mais recente, contra a Portuguesa, no Canindé, com gol da vitória aos 42 do segundo tempo.

Claro que o Tricolor Gaúcho pode reverter a vantagem de dois pontos que o separa da ponta na tabela. Mas a equipe de Celso Roth também padece do mal da oscilação.

Por que a vontade de empatar é maior que a de ganhar?

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Claro que, para o torcedor santista, restará a reclamação do pênalti pra lá de duvidoso que deu a vitória ao Vasco ontem. Mas, sinceramente, vendo a postura do time e se o próprio treinador alvinegro, ainda no gramado ao fim do jogo, se eximiu de comentar e reclamar da penalidade, não dá nenhuma vontade de falar contra o árbitro.

Todo mundo sabe o que é enfrentar o Vasco em perigo em São Januário e todos os fatores do campo e extra-campo que podem fazer a diferença em um momento assim. Afinal, o Santos foi campeão brasileiro em 2004 graças a vitória do clube carioca, na penúltima rodada, contra o líder Atlético (PR), o que garantiu sua permanência na primeira divisão. E o time da Vila, ao invés de tratar a partida como decisiva, só se deu conta disso depois de sofrer o gol. Já era tarde.

Durante todo o primeiro tempo e até metade do segundo o Santos jogou trocando passes, aceitando a pressão. As seguidas “contusões” de Fábio Costa durante esse período me deram nos nervos, um artifício típico de time pequeno. O Alvinegro, com mais time que o Vasco e podendo explorar o nervosismo alheio, se apequenou. Parecia mais importante e prioritário fazer o tempo passar do que aproveitar os buracos da defesa cruzmaltina. E as chances, como em uma oportunidade onde o Santos tinha quatro jogadores contra dois defensores vascaínos com Molina errando grotescamente o passe final, eram desperdiçadas.

E o Vasco, tão nervoso que Leandro Amaral chegou a chutar a bandeirinha em uma cobrança de escanteio, ao menos mostrava vontade. E com a vantagem no placar reconheceu sua inferioridade em relação ao Santos e se fechou, garantindo a vitória. Venceu quem teve ambição. O Peixe, como na partida contra o Palmeiras, não quis sequer tentar vencer. Talvez, quando precisar fazê-lo, tenha até perdido o hábito. De novo, após três partidas sem vitória, estamos preocupados.

*****

Virou moda jogadores quererem fazer média com ex-clubes, mesmo que nunca tenha havido uma identidade de verdade entre um e outro. O que eles não percebem é o quanto isso pode prejudicá-los e passar uma péssima impressão para os torcedores de seu clube atual.

Exemplo disso foram as juras de “amor e respeito” de Rodrigo Souto em relação ao Vasco, clube que o formou mas que não o valorizou, são de doer aos ouvidos do torcedor santista. Ainda mais com a pífia atuação do meia, que errou passes em profusão e deu contra-ataques perigosos a seu ex-time.

Claro que Souto é profissional e não dá pra falar em corpo mole, mas as suas declarações dão margem para o torcedor pensar bobagens. Se fosse um pouco mais inteligente com as palavras, passaria por essa situação de forma bem mais tranqüila...

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Pará entra no lugar de Wendel. Entra no lugar de Lima. Entra no lugar de Molina. Se é tão bom e versátil assim, por que não é titular? Ou na verdade ele não é nada disso e só entra porque o treinador é pouco criativo?