Destaques

quarta-feira, outubro 23, 2013

Fazer coração com as mãos é para os fracos

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Fred, Neymar e Alexandre Pato: coração na mão é fácil, quero ver suar um no peito!
Edson Arantes do Nascimento, um dos brasileiros mais ilustres de todos os tempos, completa hoje 73 anos. "O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo", afirmou, certa vez, o genial húngaro (e já falecido) Ferenc Puskas. "Posso ser um novo Di Stéfano, mas não posso ser um novo Pelé. Ele é o único que ultrapassa os limites da lógica", concordou o holandês Johann Cruyff. De fato, todas as vezes que aparece um novo candidato a "rei" do futebol, como os argentinos Diego Maradona e Lionel Messi, as discussões e comparações acabam confirmando a superioridade de Pelé. O homem nasceu para ser especial. Um exemplo: de uns tempos pra cá, virou moda entre os jogadores comemorar gol fazendo um coração com as duas mãos (fotos acima). Pois Edson Arantes do Nascimento foi além. SUOU um coração:

Não, não é Photoshop! Foto de Luiz Paulo Machado (para a revista Placar) ficou famosa

Outras frases sobre o aniversariante do dia:

"Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola." - Armando Nogueira

"Eu pensei: '-Ele é feito de carne e osso, como eu.' Me enganei." - Tarciso Burnigch, zagueiro italiano que marcou Pelé na final da Copa de 1970

"Em Roma, o melhor jogador do mundo, Pelé, e um fã." - legenda de uma foto publicada pelo jornal inglês The Observer em 1966, mostrando o encontro do jogador brasileiro com o Papa Paulo VI

"Muito prazer, sou o presidente dos Estados Unidos. Você não precisa se apresentar." - Ronald Reagan, ao receber Pelé na Casa Branca


Leia também:










segunda-feira, outubro 21, 2013

Aos trancos e barrancos, rumo ao alívio final...

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No dia 10 de setembro de 2006, o Corinthians teve dois jogadores expulsos (César e Eduardo) logo nos primeiros 25 minutos de partida contra o São Paulo, no Morumbi. Mesmo assim, segurou o adversário por mais de uma hora de jogo e garantiu o empate sem gols - um feito heroico que ajudou a equipe alvinegra a se afastar da zona de rebaixamento. O São Paulo, do técnico Muricy Ramalho, terminou aquele clássico com inegável sabor de derrota, mas conquistaria o Brasileirão daquele ano. Seis anos depois, o Tricolor passa por situação inversa: vencendo por 1 a 0 em Salvador, perdeu os volantes Denílson (no primeiro tempo) e Maicon (no segundo), expulsos, e segurou a pressão do Bahia até o último apito do juiz. Com isso, o time, comandado pelo mesmo Muricy de 2006, chegou aos 40 pontos, 7 a mais que o Vasco, primeiro na zona da degola, e agora só precisa de mais duas vitórias e dois empates para afastar, com segurança, o fantasma da Série B.

O principal, nesta suada vitória, foi que o time conseguiu trazer a torcida de volta a seu favor. A brava resistência com dois jogadores a menos fez com que os brados de "time de guerreiros" ecoasse no novo estádio da Fonte Nova. Isso é importante nessa reta final, principalmente depois daquela atuação horrorosa na Vila Belmiro, apenas 18 dias antes, quando o São Paulo, apático e entregue, foi goleado por 3 a 0 sem esboçar qualquer reação. Muricy Ramalho realmente deve ter "espinafrado" o elenco depois daquele vexame. E funcionou! O time não toma gols há quatro jogos, o que, além de ser algo inédito nessa (tenebrosa) temporada, trata-se de um verdadeiro milagre! A defesa se acertou com Antonio Carlos e Rodrigo Caio, na formação ideal, e Tolói e Edson Silva, no desespero, tendo Paulo Miranda constante e em boa fase. No meio, ora Wellington ora Denílson dão cobertura para Maicon e Ganso. Este último mostra, enfim, um pouco do que pode fazer.

E assim, aos trancos e barrancos, o São Paulo segue sua tortuosa caminhada em busca do alívio de permanecer na Série A. Contra o Internacional, fora de casa, o time precisa pelo menos pontuar. Um empatezinho já seria bem vindo. Teremos, em casa, quatro chances para conquistar as duas desejadas vitórias: contra Portuguesa, Flamengo, Botafogo ou Coritiba. Fora, além do Inter, o time enfrentará Atlético-PR, Fluminense e Criciúma. Vamo, São Paulo!


sexta-feira, outubro 18, 2013

Futebol, poesia, cachaça e dois brasileiros geniais

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O menino Mané
O garoto Vininha
Manoel dos Santos, que teria nascido em 18 de outubro de 1933 (mas registrado em 28 de outubro), descendia de negros e índios fulniôs do sertão de Alagoas. Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes, nascido em 19 de outubro de 1913, tinha antepassados suecos e alemães, além de um avô baiano - e se intitulou, no "Samba da bênção", "o branco mais preto do Brasil". Mané, como era conhecido, revolucionou, com suas pernas tortas, o mais brasileiro dos esportes, o futebol. Vininha, como o chamavam os mais íntimos, foi um dos nossos maiores poetas populares e um dos responsáveis por modernizar o mais brasileiro dos ritmos musicais, o samba.

Vinicius, em 1958
Garrincha, na Suécia
Em 1958, Mané Garrincha e Vinicius de Moraes contribuíram para colocar o Brasil definitivamente no mapa. Como ponta da seleção canarinho na Copa da Suécia, Mané embasbacou o mundo ao entortar russos, galeses, franceses e quem mais aparecesse pela frente. Pela primeira vez, um time mostrou que era possível vencer no drible, na ginga, na arte. No samba. E, falando nisso, foi naquele mesmo ano que a poesia de Vinicius uniu-se à música de Tom Jobim em uma das canções mais importantes de todos os tempos, "Chega de saudade", que, em gravação de João Gilberto, inaugurou um novo jeito de compor, letrar, harmonizar, tocar e cantar nosso velho samba. Era a Bossa Nova, que influenciaria músicos e a música popular de todo o planeta.


Foi assim que esses dois brasileiros, produtos da nossa melhor mistura de três raças, colocaram o Brasil em um outro patamar, no esporte, na música e, em ambos os casos, na arte. Curiosamente, os dois também eram adeptos de outro de nossos mais célebres produtos nacionais, a cachaça (embora Vinicius preferisse o correspondente escocês/irlandês, o uísque). Infelizmente, foi o excesso de bebida que matou Mané de cirrose hepática e contribuiu para a isquemia cerebral e seus problemas decorrentes que acabaram por levar Vinicius. Outra curiosidade: o poeta torcia para o Botafogo do Rio, que tem Garrincha como maior ídolo.


Para celebrar os 80 anos de nascimento de um e o centenário de outro, segue o poema que Vinicius de Moraes fez para Mané, batizado com o apelido que imortalizou aquele que também era chamado "alegria do povo" (afinal, como diria o já citado "Samba da bênção", "é melhor ser alegre que ser triste"):

O ANJO DAS PERNAS TORTAS

A um passe de Didi, Garrincha avança 
Colado o couro aos pés, o olhar atento 
Dribla um, dribla dois, depois descansa 
Como a medir o lance do momento. 

Vem-lhe o pressentimento; ele se lança 
Mais rápido que o próprio pensamento 
Dribla mais um, mais dois; a bola trança 
Feliz, entre seus pés - um pé-de-vento! 

Num só transporte a multidão contrita 
Em ato de morte se levanta e grita 
Seu uníssono canto de esperança. 

Garrincha, o anjo, escuta e atende: - Goooool! 
É pura imagem: um G que chuta um o 
Dentro da meta, um L. É pura dança!

Saravá, Mané! Saravá, Vininha! Nós, os brasileiros de três raças, que sambamos e jogamos bola como vocês ensinaram, levantamos um brinde eterno!

Ela é... gaúcha!

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Dilma é disputada para fotos em visita ao Rio Grande
do Sul (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Pérolas da entrevista da presidenta Dilma a jornalistas na cidade de Novo Hamburgo, RS, no dia 11 de outubro.

Umbigo do mundo


Presidenta: (...) prenderam uma ativista do Greenpeace, que é brasileira, lá na Rússia...

Jornalista: Gaúcha.

Presidenta: ...eu tenho de interceder.  Ao mesmo... Eu, óbvio, que estou intercedendo, ela é...

Jornalista: Gaúcha.

Presidenta: ...cidadã brasileira.

Jornalista: Gaúcha.

Jornalista: A senhora manifestou, de... prontamente isso?

Presidenta: Olha, nós manifestamos para eles e aguardamos uma resposta.

Jornalista: Foi isso...

Presidenta: Óbvio que sim. Ela é uma cidadã brasileira e é minha obrigação.

Jornalista: Gaúcha.

Presidenta: Podia ser dos 27 da Federação.


Ex


Presidenta: O Hospital Universitário, que aqui está o prefeito, o prefeito que acabou de intervir na nossa entrevista, o prefeito Jairo Jorge, aqui, de Canoas.

Jornalista: É mania dele, como eu, de jornalista. presidente...

Presidenta: Ele é ex-jornalista.

Jornalista: Ele é jornalista.

Presidenta: Seu colega.

Jornalista: Jornalista nunca é ex, não é? Também tem isso.

Presidenta: Não, tem isso. Tem várias coisas que nunca é ex.

Jornalista: Eu tinha uma pergunta da economia, mas deixa eu lhe perguntar o seguinte...

Presidenta: Ex-mulher...

Jornalista: Ex-mulher é para sempre, ex-mulher é para sempre também, é verdade, ex-marido é para sempre.

Presidenta: Não tem sabe o quê? Ex-mãe.

Jornalista: Ex-avó.

Presidenta: Ex-avó não tem.


Divã


Jornalista: E a eleição, presidente?

Presidenta: A minha principal estratégia, nos meus 4 anos, é cuidar do governo. Eu tenho não só obrigação moral, eu tenho obrigação política, obrigação ética e obrigação com meu povo.

Jornalista: A senhora pensa na próxima eleição?

Presidenta: [Blá blá blá]

Jornalista: Mas a conversa com o Lula, ontem, foi sobre a próxima eleição.

Presidenta: [Blá blá blá]

Jornalista: Inclusive Eduardo e Marina?

Presidenta: Tudo... Não, nós conversamos, eu e o presidente Lula... Você está com fixação, meu querido. Esse rapaz está precisando de um divã político. (...) Não é psicanalítico, é político.

quinta-feira, outubro 17, 2013

Leituras de cabeceira Futepoca (1)

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Percorrendo sebos do Centrão e matutando sobre minha orientação filosófica de que "o propósito da vida é arrumar encrenca" (e, por extensão, de que "nada faz sentido e tudo está fora de controle"), selecionei quatro títulos que podem interessar aos futepoquenses, simpatizantes, manguaças, maloqueiros e malucos em geral:

Para os que querem entender a origem da encrenca:



Para os que já estão (bem pra lá de) encrencados:



Para os que ainda acham possível sair da encrenca:



Para aqueles que pretendem transcender a encrenca:



Missão: mais 3 vitórias e 2 empates em 9 jogos

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O São Paulo fez o dever de casa e ontem, no Morumbi, empurrou o bêbado na ladeir..., digo, bateu o lanterna e praticamente rebaixado Náutico por 3 a 0. Melhor do que isso: Corinthians, Bahia, Fluminense, Coritiba e Criciúma perderam e agora todos estão atrás do Tricolor - que, com 37 pontos (e duas vitórias a mais do que o alvinegro paulistano), chegou à 12ª colocação, 5 pontos acima do primeiro time entre os quatro que ocupam a zona do rebaixamento. O Vasco joga hoje e, se vencer, chegará só a 35 pontos. Considerando que o matemático Oswald de Souza estima um patamar mínimo bem maior, de 48 pontos, para que os times se considerem totalmente livres de cair para a Série B (o cálculo anterior era de 45), baseado no número expressivo de "concorrentes" à degola - atualmente, do 10º colocado pra baixo ninguém pode dizer que está salvo -, o São Paulo precisaria de mais 11 pontos, ou seja, pelo menos 3 vitórias e 2 empates nas últimas nove rodadas.

Só que nada é tão simples ou fácil como pode parecer. Na reta final, o time de Muricy Ramalho terá simplesmente cinco confrontos diretos na linha dos que hoje somam menos de 40 pontos: Bahia (fora), Portuguesa (em casa), Fluminense (fora), Criciúma (fora) e Coritiba (em casa). Os outros quatro jogos serão "pedreiras": Internacional (fora), Atlético-PR (fora), Flamengo (em casa) e Botafogo (em casa). Digo "pedreiras" porque dois deles querem garantir vaga na Libertadores - Atlético-PR e Botafogo - e os outros dois, a exemplo do São Paulo, ainda não atingiram a tal "zona de conforto" dos 48 pontos. Por isso, é fundamental que o Tricolor traga pelo menos 1 ponto de Salvador na próxima rodada, domingo. Depois de somar 7 pontos dos 9 disputados nas últimas rodadas (triunfos sobre Cruzeiro e Náutico e empate com o Corinthians), um empate com o Bahia já será, com trocadilho (in)voluntário, Vitória...


PINTURA DE GANSO - Tudo bem que vencer o combalido Náutico, e ainda mais jogando em casa, é mais do que obrigação não só para o São Paulo como para qualquer outro clube na competição deste ano. O time pernambucano praticamente jogou a toalha. Mas o melhor, na vitória de ontem, foi a consolidação de um padrão de jogo com defesa consistente (não tomou um gol sequer nos últimos três jogos), posse de bola no meio campo e liberação dos laterais para o ataque. E melhor ainda foi outra grande atuação de Paulo Henrique Ganso, que, com a confiança de Muricy Ramalho, vai enfileirando uma sequência de partidas primorosas. No lance do primeiro gol, de Ademilson, Ganso deu um passe de letra para Aloísio. E, aos 20 do segundo tempo, pegou a bola pela esquerda e foi costurando em diagonal até entrar na área do Náutico e marcar uma pintura de gol. Aplausos. Vamo, São Paulo!

América do Sul tem quatro cabeças de chave. Itália está fora e pode formar "grupo da morte"

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Bélgica, cabeça da chave e candidata a surpresa em 2014
Com a divulgação dos primeiros colocados do ranking da Fifa hoje, a Copa de 2014 já tem sete dos seus oito cabeças de chave definidos. A última pendência é saber se o Uruguai vai se classificar ou não na repescagem contra a Nova Zelândia; caso consiga, também comandará um grupo no sorteio das chaves do Mundial, que será realizado no dia 6 de dezembro.

A mudança de critérios para a definição dos cabeças de chave, adotando-se o ranking e não fatores tradição e desempenho nas últimas Copas, fará com que, pela primeira vez, a América do Sul tenha quatro países nessa condição: Brasil, país-sede, Argentina, Colômbia e, se obtiver a classificação, Uruguai. Os outros serão Espanha, Alemanha, Bélgica, 5ª no ranking, e Suíça, 7ª.

Assim, Itália e Inglaterra, além de Holanda (que só será cabeça-de-chave se o Uruguai não se classificar), poderão formar mais de um dos chamados "grupos da morte". Se a França confirmar sua vinda ao Brasil em 2014, pelo menos dois campeões mundiais cairão na mesma chave, mas, conforme o humor das bolinhas do sorteio, podem ser mais. Pelos critérios do sorteio, nenhum grupo pode contar com mais de um representante do mesmo continente, exceto a Europa, que terá no máximo duas seleções.

Na prática, o ranking já tinha sido utilizado como um dos critérios na Copa de 2010, mas não de forma absoluta, o que fez com que a Espanha fosse cabeça de chave a a França, então vice-campeã do mundo, não.

Sem luz, Santos fica no 0 a 0 com o Internacional na Vila Belmiro

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Everton Costa, que teve a bola do jogo (Ricardo Saibun/Santos FC)
Everton Costa, que teve a bola do jogo (Ricardo Saibun/Santos FC)
Indo ao Pacaembu no sábado para ver o Santos bater a Ponte Preta, foi possível perceber in loco algo que já era perceptível na TV. Thiago Ribeiro e Everton Costa, atacantes que jogam pelas pontas, têm mais responsabilidade em defender do que atacar. Contra o Internacional foi a mesma coisa. Ambos têm que acompanhar as descidas dos laterais e ficam mais na intermediária do que no campo ofensivo.

Não é à toa que, com esse tipo de carga nas costas, a produção de Thiago Ribeiro baixou. Assim como não é coincidência que Claudinei Oliveira tenha elogiado Everton Costa, que perdeu a bola da partida contra o Colorado ao vacilar após receber passe de Montillo. Para o treinador, o ex-reserva do Coritiba e hoje titular do Peixe é “muito bom taticamente”. Leia-se, volta bastante pra marcar o lateral alheio.

Lembro que, quando Lucas foi para o Paris Saint-German, muitos comentaristas daqui elogiaram sua “evolução tática” por fazer o que fazem os atacantes do Santos. Os mesmos que elogiaram a disposição do meia-atacante sumiram quando seu futebol, que o levou para a França, marcado pela ofensividade, técnica, habilidade, desapareceu. Ninguém cogitou o fato de o desempenho dele ter caído em função de não contar com a mesma liberdade que desfrutava aqui.

Claro que, hoje, atacantes têm que marcar, mas precisam marcar até a entrada da sua própria área? Porque é isso que muitos técnicos, como Claudinei, obrigam seus atacantes a fazer. Uma jogada surreal do segundo tempo contra o Inter foi Neílton, substituto de Thiago Ribeiro, recuperar uma bola na intermediária e lançar Montillo no meio da zaga do Inter. Difícil perceber que alguma coisa estava muito errada? Mesmo precisando vencer, o comandante santista fez somente uma substituição.

Satisfeito com o empate? Tudo bem, o Peixe manteve o tabu de nunca ter perdido do Internacional na Vila, mas... E daí? Depois do apagão de 16 minutos aos 20 do período final, o Santos perdeu ao menos três oportunidades, chegou a fazer alguma pressão no rival também por conta da postura igualmente covarde do adversário, que também possui um interino no banco. Mas nem assim o comandante alvinegro mexeu no time para aproveitar o momento.

Não é cornetagem, é constatação. O Santos hoje joga pra não perder. Isso em todas as partidas. Com a volta de Montillo, aposta-se mais em uma bola parada ou em algum lance inspirado do meia, que agora tem jogado quase como nove. Só isso. Pior é imaginar que a postura deve ser a mesma até na próxima partida, contra o lanterna Náutico.

quarta-feira, outubro 16, 2013

EUA afundam Panamá nos acréscimos e salvam México. 21 seleções classificadas para o Mundial de 2014

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Muitas vezes jogos de eliminatórias ou as circunstâncias que os cercam podem ser mais dramáticas que um jogo de Mundial propriamente dito. Quem não viu pode não saber, e o desempenho na Copa da seleção de Felipão em 2002 deve ter apagado da memória de alguns que chegamos à última rodada com muitos (muitos mesmo) temendo a eliminação brasileira. E o algoz seria a poderosa Venezuela. Sim, já houve medo da seleção de Hugo Chávez. A seleção terminou em terceiro lugar, atrás de Argentina e Equador, e empatada em número de pontos com o Paraguai.

México vexatório à beira do caos
Não sei o que os mexicanos pensarão no futuro, mas certamente a lembrança das eliminatórias da Copa de 2014 deverão vir acompanhadas de uma série de palavrões. Na penúltima rodada do torneio, o México teve um confronto direto com o Panamá, equipe que nunca participou de um Mundial. E sofreu até os 40 do segundo tempo, quando Raúl Jiménez fez um golaço de bicicleta, fazendo 2 a 1 para os astecas.

Ontem, a missão mexicana era bater a já classificada Costa Rica fora de casa, para tentar ainda uma classificação direta ao Mundial. Era necessário também que Honduras perdesse para a eliminada Jamaica, o que não aconteceu: o jogo terminou 2 a 2. Pior ainda: o México foi derrotado pelos costar-iquenhos por 2 a 1. O periódico Estadio disse que o desempenho foi um reflexo da campanha na competição, “pouca ideia e muita ansiedade”, com a seleção “fazendo muito pouco com o passar dos minutos”.

Não há consolo para a tristeza dos panamenhos
A salvação veio com o incrível resultado da partida entre Estados Unidos, já classificado, e Jamaica. Não que os norte-americanos baterem os panamenhos seja exatamente uma surpresa, mas as circunstâncias em que ela se deu, sim. O 2 a 1 para o Panamá tirava os mexicanos da Copa e durante dez longos minutos os astecas estiveram eliminados. Mas os estadunidenses comandados por Jurgen Klinsmann foram atrás da virada, que aconteceu com dois gols. Um, aos 48; outro, aos 49 do segundo tempo.Em sua conta no Twitter, o ex-capitão da seleção do Tio Sam resumiu a rodada final da Concacaf: “"De nada Mexico". 
 
Os rivais do México chegaram a comemorar a peleja pífia, secando com a hashtag #PorUnMundialSinMéxico, tendência em vários países da América Central. Mas os barões da Copa e o setor de turismo no Brasil  torcem para que os mexicanos, que ganharam sobrevida e pegam a Nova Zelândia na repescagem, consigam achar o futebol perdido. Estima-se que pelo menos 50 mil visitantes do país venham a Copa, o que envolveria gastos em torno de US$ 215 milhões, quase R$ 500 milhões por aqui.

A repescagem entre os representantes da Concacaf e da Oceania acontecem nos dias 23 e 30 de novembro. Mais drama vem por aí.

21 seleções classificadas para a Copa no Brasil

Após a rodada de ontem, mais sete equipes garantiram a vinda ao Brasil, totalizando 21 seleções garantidas. Confira abaixo quem já tem vaga na Copa de 2014:

Brasil

Argentina

Chile

Colômbia

Equador

Costa Rica

Estados Unidos

Honduras

Alemanha

Bélgica

Bósnia

Espanha

Holanda

Inglaterra

Itália

Rússia

Suíça

Coreia do Sul

Irã

Japão

Austrália


Além do confronto entre México e Nova Zelândia, outro encontro na repescagem será entre Uruguai e Jordânia, em partidas que serão disputadas em 15 e 19 de novembro. Na Europa, Portugal, Grécia, Croácia e Ucrânia decidem a vaga em casa por conta de sua posição no ranking da Fifa, e esperam seus adversários entre França, Suécia, Islândia e Romênia. O sorteio que define os confrontos será na próxima segunda-feira (21) e as partidas serão nos dias 15 e 19 de novembro.

As partidas de volta das eliminatórias da África, com direito a cinco vagas, acontecem nos dias 16, 17 e 19 de novembro. Mas, com uma vitória no jogo de ida de 6 a 1 sobre o Egito, pode-se dizer que só uma catástrofe tira Gana da Copa no Brasil. Costa do Marfim venceu Senegal por 3 a 1 e Burkina Fasso bateu a Argélia por 3 a 2, em casa. A Tunísia empatou com Camarões em seus domínios por 0 a 0 e a Etiópia perdeu por 2 a 1 para a Nigéria.

terça-feira, outubro 15, 2013

O ódio que Rogério Ceni atraiu para si

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Ceni paga com juros e correção sua empáfia
Decidido a encerrar a carreira em dezembro (segundo reafirmou em abril), o goleiro Rogério Ceni jamais imaginou que esta seria a pior temporada enfrentada em 20 anos como profissional. Se pelo menos conseguiu chegar à semifinal do Paulistão e às oitavas-de-final da Libertadores no primeiro semestre, o São Paulo "desandou a maionese" completamente a partir de junho e, atualmente, vive talvez a pior fase de toda a sua história, ameaçado seriamente de rebaixamento no Brasileirão. No olho do furacão está exatamente Rogério Ceni, o capitão, o maior ídolo. Pagando todos os pecados de sua carreira, com uma sequência inédita de quatro pênaltis perdidos (inclusive o que daria uma crucial vitória sobre o rival Corinthians), criando caso com o ex-técnico Ney Franco, brigando inutilmente com juízes. Ceni pena, principalmente, por sua empáfia.

'Não tive como retribuir' em lugar de 'Errei'
Mesmo entre sãopaulinos, há quem o considere arrogante e prepotente. Entre torcedores de outros clubes, então, nem se fale! O ódio que o goleiro atrai é unânime. Porque, além de falar besteira sobre os adversários - "Eles não têm estádio, têm que gritar aqui, né? Se eles tivessem estádio gritariam em outro lugar." (sobre a torcida do Corinthians)/ "Garanto que nem 50% das entradas são faltosas, nem 50%. Agora, que ele é o melhor jogador do Brasil não se discute. Mas em 50%, é simulação." (sobre o então santista Neymar) -, Rogério Ceni tem um defeito renitente: dificuldade em admitir que erra. Reparem que, ao perder o pênalti contra o Corinthians, ele diz: "Não tive como retribuir aos meus companheiros tudo o que eles se entregaram em campo." Belo exercício de retórica. Mas cadê as palavras "ERREI", "FALHEI"?

Gol esquisito do Palmeiras: 'Fiz o que pude'
Em 2008, no famoso "jogo do gás", semifinal do Paulistão entre Palmeiras e São Paulo, no Parque Antarctica, Léo Lima arriscou um chute do meio da rua e Rogério Ceni tomou um gol esquisito, perfeitamente defensável. E, pra (não) variar, disse que não falhou: "Fiz o que pude, mas não deu. A bola balançou demais, eu caí para um lado e ela foi para o outro." Bom, existem muitas outras ocasiões em que o capitão sãopaulino não assumiu seus erros. E talvez a mais emblemática delas, em 1999, tenha sido o estopim da fama de arrogante e prepotente - não só entre corintianos, palmeirenses e santistas, mas entre a maioria dos torcedores de todo o país. Porque, naquela ocasião, o goleiro defendia a seleção brasileira. E, num amistoso disputado contra o Barcelona, na Espanha, falhou "clamorosamente" (como diriam os antigos locutores) nos dois gols que tiraram nossa vitória, praticamente garantida:

Careca, em 97, com Roberto Carlos e Rivaldo

Questionado sobre as falhas, Rogério Ceni reclamou, sem qualquer modéstia: "Nao aceito ser chamado de culpado pelo resultado. Se os dois erros não tivessem originado os gols, teria sido umas das melhores atuações de um goleiro na seleção brasileira." No primeiro gol, quando soltou a bola no pé do espanhol Luís Enrique, Ceni afirmou impassível que a culpa foi da chuva e do vento. No segundo, quando "bateu roupa", "justificou": "Se a bola tivesse caído nos pés de um brasileiro estaria tudo bem." A falta de humildade pegou mal. O treinador do Brasil, Vanderlei Luxemburgo, já estava dando uma chance ao sãopaulino depois de ele ficar afastado da seleção por quase dois anos, sem clima com o técnico anterior, Zagallo, que não gostou de sua postura no episódio das cabeças raspadas na Copa das Confederações de 1997.

Foi ali, naquelas "justificativas" dispensáveis após as falhas contra o Barcelona, que Rogério Ceni começou a atrair o ódio generalizado que sofre atualmente. Tanta gente secando e torcendo contra deve contribuir, de alguma forma, com a energia negativa que vem pressionando o goleiro e favorecendo seus erros nessa crise do São Paulo - o que prejudica, por extensão, o time e seus companheiros. Nem assim, no entanto, o jogador desce de seu pedestal (imaginário). Parece que o universo conspira para novas falhas, como se elas fossem oportunidades de Rogério Ceni se redimir e demostrar um pouco de humildade publicamente, antes de fechar a cortina de sua carreira. Mas não. Cada falha acaba puxando nova postura infeliz do goleiro e, talvez por isso mesmo, novas falhas. Como diria Muricy Ramalho, "a bola pune"...

Vampeta já começou a beber antes da Copa, em 2002

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No programa "Bem, amigos" da SporTV, ontem à noite, em companhia do colega Cafu, o folclórico Vampeta revelou mais um episódio de sua manguacice nos tempos de jogador. Depois de confessar, em 2010, que bebeu muito "Tang" no avião, antes de protagonizar as célebres cambalhotas na rampa do Palácio do Planalto, durante recepção à delegação campeã no mundial do Japão e Coréia do Sul em Brasília, o velho Vamp contou que a própria convocação para a Copa já tinha motivado uma bela cachaçada:

- Em 2002, era muito mais difícil ser convocado do que hoje. Tinha mais gente boa para cada posição. Volante, concorrendo comigo, tinha o Juninho Pernambucano, o Mauro Silva. No dia da convocação, fui para um restaurante e nem quis ver o anúncio. Quando o garçom chegou pra mim e disse '-Parabéns!', eu só consegui dizer: '-Manda MAIS duas caipirinhas!'


Vampeta titular, nas Eliminatórias, em 2000 (primeiro em pé, à esquerda), com colegas que nem foram à Copa - Émerson Carvalho (nº 4, zagueiro da Portuguesa, à época), Antônio Carlos (nº 3), Flávio Conceição (nº 5), Romário (nº 11) e Alex (nº 9) - e outros que, como ele, foram para o banco de reservas na chegada do técnico Felipão: Rogério Ceni e Júnior (nº 6). Desse time, que bateu a Bolívia por 5 x 0, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, só jogariam o mundial como titulares Rivaldo, Cafu e Ronaldinho Gaúcho

Sete seleções se classificam para a Copa hoje

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A Bósnia vem aí?
A terça-feira reserva emoções fortes para torcidas de sete países que vão garantir sua passagem para o Brasil na rodada de hoje. Quatro equipes da Europa, duas da América do Sul e mais uma da Concacaf se juntam a outros 14 times classificados para a Copa de 2014.

Certamente a expectativa maior se relaciona com aquela que pode ser a primeira seleção estreante a assegurar a vinda para o Brasil. A Bósnia e Herzegovina bateu na trave em 2010, na repescagem, mesma fase na qual foi eliminada nas eliminatórias da Euro-2012. Em ambas as ocasiões, Portugal foi seu algoz. Mas agora a situação é mais tranquila. A ex-república iugoslava chega à última rodada com 22 pontos, a mesma pontuação da Grécia, mas a vantagem no saldo de gols é gigantesca: 23 contra 6. Assim, uma vitória simples contra a eliminada Lituânia, fora de casa, deve bastar. A Grécia enfrenta o saco de pancadas Liechtenstein, cujos melhores resultados são dois empates, diante da Eslováquia e da Letônia. Quem levar a pior entre os dois postulantes, já está garantido na repescagem.

A Rússia também tem vida aparentemente fácil, já que precisa empatar com o Azerbaijão, fora de seus domínios, para se classificar. Pode até mesmo perder, contanto que Portugal, que enfrenta Luxemburgo, não tire a diferença de sete gols de saldo que os separa. O destino do time de Cristiano Ronaldo parece a repescagem...

Os espanhóis também estão a um empate de vir ao Brasil e o adversário é a Geórgia, em Albacete. A França, segunda do grupo, precisa bater a Finlândia em casa e torcer pela improvável derrota da Espanha. Outra seleção tradicional, a Inglaterra, tem um ponto a mais que a Ucrânia e assegura vaga no Mundial se vencer a Polônia em Londres. Se empatar, fica em segundo e vai para a repescagem, pois o adversário dos ucranianos é San Marino, a pior seleção das eliminatórias do continente, tendo marcado um gol e sofrido até agora 46.

Uruguai e México devem ir para a repescagem

O Equador vai a Santiago enfrentar o Chile e ambos só precisam de um empate para vir ao Brasil no ano que vem. Isso deve empurrar o Uruguai para sua quarta repescagem consecutiva. A Celeste pega a Argentina em Montevidéu e precisa, além de contar com um vencedor na peleja dos Andes, bater os argentinos e descontar o saldo desfavorável em relação aos rivais. Improvável que o Uruguai não decida sua classificação com a Jordânia, depois de obter o quinto lugar.

México tem caminha difícil para chegar ao Brasil
Na Concacaf, a situação do México continua dramática. Os astecas vão até a Costa Rica jogar com a seleção local, já classificada, e, para conseguir a vaga direta, terão que vencer os donos da casa, que têm 100% de aproveitamento nos seus domínios. Além disso, precisam que Honduras perca para a lanterna e já eliminada Jamaica em Kingston.

Existe ainda um risco do México sequer conseguir a vaga para a repescagem, na qual o adversário será a Nova Zelândia. Isso acontece se o Panamá superar os EUA e os mexicanos perderem, descontando-se a diferença de três gols de saldo.

segunda-feira, outubro 14, 2013

Rogério Ceni é 'álibi' perfeito para Juvenal Juvêncio

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Ceni lamenta e rivais vibram: de ídolo a vilão
Sábio o ditado que observa que pênalti é tão importante que devia ser cobrado pelo presidente do clube. No São Paulo de 2013, que vive talvez a pior fase de toda a sua história, e por culpa indiscutível da desastrosa gestão do presidente Juvenal Juvêncio, o dito popular se encaixa com presteza. Depois de perder o quarto pênalti seguido na temporada, no último minuto do clássico contra o Corinthians, deixando escapar 2 pontos que valeriam ouro na luta contra o rebaixamento no Brasileirão, o goleiro Rogério Ceni deu mais um passo em direção ao abismo de ser considerado o maior vilão em caso de queda pra Série B. Porque muitos times caem pela falta de 2 ou 3 pontinhos salvadores e, por isso mesmo, tanto a torcida são paulina como (principalmente) os adversários vão apontá-lo como o grande responsável se a tragédia se confirmar. Ou seja, seria o "álibi" perfeito para livrar a cara do "criminoso" Juvenal.

É simbólico: Ceni é o maior ídolo da história do São Paulo, o capitão, o mais experiente e já anunciou sua aposentadoria justamente no mês de dezembro, correndo o risco de deixar como "legado" para o clube a inédita segunda divisão. E como, depois que Marcelinho Carioca pendurou as chuteiras,  ele passou a ocupar o posto de jogador mais odiado do Brasil, o rebaixamento faria a alegria de milhões de torcedores de outros times, notadamente dos corintianos, que hoje comemoram a desgraça de Ceni, no clássico, como se tivesse sido o gol da vitória. Sábio também foi o comentário de André Rizek na SporTV, após o 60º e último Majestoso da carreira de Rogério Ceni: "O pênalti, que para mim não existiu, foi péssimo para o goleiro do São Paulo. Porque o empate já era o resultado mais justo até ali, levando em conta que o Tricolor jogou melhor o primeiro tempo e o Corinthians teve as melhores chances na etapa final, e Ceni podia ter passado sem essa".

Cássio salta para fazer umadefesa antológica
De qualquer forma, três observações são pertinentes: 1) Ceni bateu o pênalti por ordem de Muricy Ramalho, porque continua sendo o atleta com melhor aproveitamento nos treinos (mas é outra coisa ter que converter numa situação real de jogo, com o estádio lotado, no último minuto de jogo e com o rebaixamento mordendo seu calcanhar); 2) Cássio merece todos os méritos, pois fez uma defesa antológica, saltando só no último milésimo de segundo, depois que o goleiro do São Paulo bateu na bola; 3) Muricy observou muito bem que o problema de Ceni está somente na cobrança de pênaltis, porque embaixo das traves segue fazendo uma temporada excelente (ontem fez mais duas grandes defesas, em chute de Romarinho e cabeçada de Paulo André). No mais, para mim, o empate não foi tão ruim. Eu estimava a conquista de 6 ou 7 pontos na sequência contra Cruzeiro, Corinthians, Náutico e Bahia. Ganhamos 4 e temos 6 em disputa.

O esquema com três zagueiros é o ideal, pois os laterais são fracos na marcação e ficam mais liberados no ataque. Muricy conseguiu arrumar a defesa, o que era mais preocupante (nos últimos jogos o time tem tomado poucos gols; mesmo contra Goiás e Grêmio, perdeu pela diferença mínima). Falta, agora, melhorar as finalizações. Com Luís Fabiano e Osvaldo em péssima fase, sobrou para os pouco eficientes Aloísio e Ademilson essa árdua tarefa. Welliton entrou no fim, ontem, e nada fez. Por isso, chegou a hora de Ganso, Jadson, Lucas Evangelista ou quem jogar no meio chamar a responsabilidade e arriscar mais no rebote, chutando de longe, como elemento surpresa. Missão espinhosa, pois parece que o mesmo nervosismo que bate em Rogério Ceni nas cobranças de pênalti atrapalha os homens de frente quando o time cria boas chances de "matar" o jogo. Enfim, sintomas de desespero que já vimos tantas vezes em times "grandes" que brigam para não cair.

Melhor pensar no pragmatismo: mais 4 vitórias e o "UFA!" tão almejado... Vamo, São Paulo! Vamos à luta, pois ainda há 30 pontos em disputa.


MALES QUE VÊM PARA 'BEM'- O  lamentável quebra-pau entre a torcida sãopaulina e a polícia, ontem, deve render - com justiça - punição para o Tricolor, provavelmente com a perda de mando de campo. Curiosamente, isso pode ser "benéfico" para o time de Muricy Ramalho (entre aspas, lógico). Porque, nessa péssima campanha no Brasileirão, das 12 derrotas sofridas, simplesmente 7 ocorreram dentro do Morumbi. Jogando em casa, com a pressão da própria torcida e a obrigação de partir para o ataque, o time se atrapalha mesmo quando faz boas partidas, como aconteceu contra o Grêmio, e se dá mal. Fora de casa, fechado atrás e partindo só no contra-ataque, obtém resultados importantes, como as vitórias sobre o Vasco (concorrente direto na zona da degola) e o Cruzeiro. Não sei onde o São Paulo mandaria os jogos, em caso de punição. Só sei que o Morumbi não tem sido aliado, nesse calvário. Pelo contrário.

domingo, outubro 13, 2013

Vai cair? Um post secador

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 POR Igor Carvalho*


No Brasileirão 2013, com autoridade, o Corinthians lidera o certame dos empates. Por doze vezes o alvinegro paulista saiu de campo sem perder ou vencer. O índice foi alcançado em apenas 27 rodadas, ou seja, quase metade dos jogos disputados pela equipe de Tite terminaram sem que houvesse um vencedor.

Desde que o campeonato passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, os maiores empatadores em números reais são a Ponte Preta de 2003 e o Botafogo de 2004, ambos com 18 placares iguais, quando a série A era disputada por 24 clubes em 46 rodadas. Portanto, ambos empataram 39% de suas partidas.

Desde 2005, o Brasileirão é disputado por 20 equipe. Nesse período, os maiores empatadores são Botafogo, Ceará e Flamengo, no campeonato de 2010, e o Palmeiras de 2011, todos com 17 empates. Com isso, as quatro equipes, em 44% dos jogos disputados, saíram de campo levando apenas um ponto para casa.

Com 12 empates e 11 rodadas pela frente, o Corinthians se coloca como candidato ao título de rei dos empates desde 2003.

Secador profissional em plena atividade
Vai cair?


Na era dos pontos corridos, em dez anos, apenas dois times terminaram o Brasileirão com mais empates e foram rebaixados. Opa, então a chance de o Corinthians cair é remota, certo? Provavelmente. Mas como quem seca nunca perde a razão, busquemos argumentos.

Quem eram esses dois clubes que caíram empatando mais?

O Fortaleza em 2006, com 14 empates, conseguiu 38 pontos, quando o campeonato já era disputado por 20 clubes. A equipe cearense terminou o certame em 18º lugar. O Vasco da Gama, que encerrou sua participação na 6º colocação, também empatou 14 vezes naquele ano.

Em 2007, pela primeira e única vez na era dos pontos corridos até o momento, clube do Parque São Jorge foi quem mais empatou no Brasileirão, 14 vezes. Justamente neste ano, com 43 pontos e na 17º posição, caiu o Sport Club Corinthians Paulista.

Ou seja, toda vez que o Corinthians termina o campeonato com mais empates, ele é rebaixado. Tabus devem ser respeitados, embora “existam para serem quebrados.”

“Mas o time é bom”. Verdade. No papel, o time é bom, mas não tem conseguido jogar bem faz muito tempo. Como disse Glauco Faria, em 2013 vivemos o “campeonato dos times medianos”. Não custa lembrar que, de um ponto em um ponto, o Corinthians ocupa a 12º posição, apenas quatro prontos à frente do Vasco da Gama, que é o líder da zona do rebaixamento, 36 a 32.

E aí, vai cair?

Igor Carvalho é jornalista, canhoto político, sãopaulino e bebedor de cerveja. Gosta mais de Victor Jara e Compay Segundo do que Beatles e Rolling Stones

sexta-feira, outubro 11, 2013

Educação neoliberal sem cortes*

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Foi uma (in) feliz coincidência ler a notícia bem às vésperas do Dia das Crianças, essa data comercial sem qualquer fundo histórico, que serve apenas para movimentarmos nossa indústria de brinquedos. Fez sentido.
Um pai divulgou, em sua conta no Facebook, a planilha de mesada dos filhos, de 6 e 8 anos. O cálculo para o recebimento do valor é feito da seguinte maneira: a mesada básica é de R$50, a cada “falta” da criança, um valor é descontado. As infrações computadas na planilha incluem atraso e reclamação para ir à escola, inglês e igreja, esquecimentos de várias ordens e desobediência. Ao fim de cada período, as faltas são computadas e o valor final é conhecido.

O pai afirmou que publicou a foto apenas para mostrar à família, que mora longe, a maneira que encontrou para passar valores (com ou sem trocadilho, essa fica à escolha do leitor) para os filhos. Como pouca gente sabe que o melhor mesmo é fechar as publicações no Facebook, o post viralizou e já ultrapassa os 100 mil compartilhamentos. Depois da fama instantânea, o pai em questão preferiu fechar o perfil na rede social.
Prefiro não citar nomes nem lincar a notícia aqui pois meu objetivo não é julgar uma atitude individual. É, sim, tentar desconstruir o pensamento geral de que o que esse pai está fazendo é educar. Pelo menos dentro do meu conceito de educar, não é.

O que está acontecendo nesta família, na minha opinião, é o contrário de educar. É a criação de pessoas que aprendem desde cedo que o dinheiro é o mais importante e que, para merecê-lo, devem seguir todas as regras. Quaisquer que sejam elas. Aprendem que suas opiniões não importam. Aprendem que existe sobre elas uma vigilância eterna. Aprendem que não existe flexibilidade e negociação no mundo.

Ok, eu entendo. Existe um apelo forte nesse tipo de estratégia de educação. Numa primeira olhada, a impressão é que há pais zelosos cuidando para que as crianças aprendam que as regras devem ser respeitadas. Há ainda a vantagem de não haver castigos físicos, o que, dada a propensão da sociedade em aceitar violência contra crianças, é sempre um avanço. Mas pra mim, continua sendo errado.

Uma das razões citadas pela família para explicar o método foi a intenção de educar as crianças a serem responsáveis com o dinheiro. Bom, essa alguém vai ter que me explicar. Não vejo qualquer relação entre educação financeira e cortes na mesada por motivos comportamentais. Na minha cabeça, quando os pais decidem dar a mesada, ela serve para que a criança tome decisões sobre o próprio dinheiro. Não é o caso. Nem entendo, aliás, por que crianças dessa idade já entraram no mundo do dinheiro. Parece-me que elas deveriam aprender conceitos de responsabilidade por meio de brincadeiras e de faz-de-conta. Algum educador pode me corrigir se eu estiver sendo muito conservadora.

Em segundo lugar, a impressão que esse método passa é que que não há acolhida dentro da família aos sofrimentos das crianças. Guardo viva a sensação física de desespero que era ser acordada pela minha mãe para ir para a escola (que continua acontecendo a cada vez que meu filho me acorda de madrugada). Não tinha nada contra a escola, mas acordar cedo sempre foi um suplício. Se uma criança sequer pode reclamar de que não gosta de acordar cedo, poderá reclamar do quê? Além disso, atrasos, nessa idade, são de responsabilidade dos pais. Que criança de 6 anos tem noção exata de quanto tempo pode levar em cada atividade matinal para que não se atrase? Perder a noção do tempo acontece com adultos com frequência. O que está sendo exigido dessas crianças é mais do que podem oferecer. Elas devem ter a oportunidade de errar e de entender as consequências desse erro (as consequências reais, não aquelas inventadas pelos pais). Como aprender de outra forma?

Lidar com dinheiro? (flickr.com/photos/criminalintent/)
Se isso é um problema, não é o maior, ou pelo menos não é o problema base aqui. Não bastaria trocar as faltas por outras, mais apropriadas para a idade. Isso porque crianças não podem ser subornadas para cumprir com as regras da casa. Elas devem, sim, entender os motivos por trás dessas regras. Mais do que isso, devem ter a oportunidade de questionar aquilo que não lhes parece certo. E, desse processo, nascem acordos. Eu não tenho como saber se isso aconteceu no caso dessa família, mas parece que não, dada a natureza autoritária da solução encontrada para conseguir obediência.

Um parêntese. Não tenho capacidade técnica para discorrer sobre psicologia, mas essa abordagem é behaviorista (não é não, esclarecimentos nos comentários). Assume que temos que buscar o comportamento ideal por meio dos estímulos certos. Bom, é inegável que essa abordagem dá resultados, crianças são facilmente treinadas para reagir da forma esperada a determinados estímulos. Isso está na base dessas ideias cruéis de que bebês devem ser deixados chorando no berço para aprenderem a dormir sozinhos. Depois de muito sofrimento eles aprenderão mesmo, mas quais as consequências psicológicas de abandonar uma criança em seu berço? Ou de punir cada erro com a retirada de dinheiro da mesada?

A outra crítica a esse processo é a da monetarização da educação. Embora sutil, acho que existe uma diferença entre tirar atividades prazerosas da criança e tirar dinheiro. Não que eu defenda castigos do tipo deixar a criança sem brincar com os amigos ou coisas semelhantes. Só estou pontuando uma distinção. Ao envolver o dinheiro, os pais estão dando um valor monetário para as atitudes dos filhos. Além dos problemas práticos dessa ideia – quanto vale cada falta? - há a questão conceitual. A colaboração dos filhos não deveria ser comprada, e sim ensinada. Ao pagar pela obediência, os pais livram-se dos problemas cotidianos, mas não educam com profundidade. O que acontecerá quando não houver o castigo ou a recompensa financeira? Acredito que a ênfase no dinheiro tire de foco o principal, que é ensinar como o mundo funciona.

Sei que choverão comentários do tipo “quero ver quando chegar a sua vez”. E é verdade, também quero ver quando chegar a minha vez. Ainda faltam alguns anos para isso acontecer, mas juro que estou curiosa para saber quais serão as minhas reações. Em relação aos acordos conjuntos com a criança, não tenho dúvidas: eles acontecerão. Já acontecem hoje, com um bebê de pouco mais de 20 meses.

Em relação à desobediência desses acordos, não sei. Sei, sim, que haverá muitos momentos em que vou querer tomar a alternativa mais fácil, que é exigir obediência “por bem ou por mal”. Quem sabe do futuro? Entretanto, tenho certeza de que não me gabarei de comprar a obediência do meu filho, ainda que isso aconteça. Terei vergonha. Tentarei explicar a ele que perdi a paciência, que agi errado, mas que estou buscando melhorar.

Tampouco quero dizer que essas crianças se tornarão monstros que só respondem ao estímulo do dinheiro. Crianças são muito mais complexas do que a maior parte de nós imagina. Aliás, cada vez mais acredito que os pais não têm o poder de moldar a personalidade dos filhos. Essa personalidade já existe desde o útero. O que acontece são estímulos positivos ou negativos, que atingirão cada criança de uma maneira diferente. É possível, inclusive, que essas crianças estejam sendo educadas pelo exemplo negativo, ou seja, que sintam-se tão compradas pelos pais que, apesar de se submeterem ao esquema (que remédio?), sabem que isso é errado. Não há como prever os resultados do exemplo dos pais. Não tem grupo de controle na educação dos filhos. Essa é, na verdade, a minha esperança.

Por fim, uma pequena justificativa. Este post sobre criação de filhos está num blogue que não tem muita relação com maternidade ou paternidade. Mas na verdade tem sim. Apesar de ser encarada como uma questão privada apenas, a criação dos filhos é uma atividade política. Afinal, as crianças crescerão e participarão da sociedade. Acredito que, ao mesmo tempo que não devemos impor nossos pontos de vista a famílias que pensem diferente, é importante debater as maneiras de criar e educar. Elas refletem o que somos e o que seremos como sociedade.

*título involuntariamente dado pelo camarada Maurício, que comentou essa notícia no meu Facebook

Os números mostram: Brasileirão 2013 é o campeonato dos times medianos

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Muito tem se falado a respeito do Brasileirão 2013 ser um campeonato de times medianos (eu mesmo falei isso nesse post). A impressão geral ocorre porque, exceção feita ao Cruzeiro, todas as outras equipes oscilam demais no campeonato, o que confere uma certa estabilidade na tabela, com os mineiros à frente, o restante do G-4 fixo há algumas rodadas com revezamento de posições entre três times, e outros três há tempos no Z-4, com dois (São Paulo e Vasco) trocando de lugar na zona do rebaixamento há algumas rodadas.

Mas, se formos ao dicionário, vemos que o termo “mediano” se refere àquilo que está “colocado no meio, entre dois extremos”. Assim, se considerarmos os extremos como o G-4 e o Z-4, chegaremos à conclusão que, pelo menos até a 27ª rodada, esta é, sim, uma competição de equipes medianas.

A classificação atual traz o primeiro time fora do G-4, o Atlético-MG, com 39 pontos, somente seis à frente do São Paulo, primeiro fora da zona de rebaixamento. Se tomarmos como referência o Brasileiro de 2012, na 27ª rodada a diferença era bem maior: o São Paulo, 5º colocado, tinha 40 pontos, 14 à frente do Coritiba, 16º.

Quase todos podem chegar lá... embaixo.
Campeonatos anteriores também mostram uma distância grande entre o 5º e o 16º. Em 2011, o Fluminense tinha 44, e o Cruzeiro, 27. Em 2010, o Atlético-PR tinha 42, e o Avaí, 29. No Brasileirão de 2009, o Internacional tinha 44 e o Santo André, 28. Já em 2008, o São Paulo tinha 46, uma vantagem ampla para o Figueirense, que tinha 28. Se alguém tiver os dados da 27ª rodada de 2005 a 2007 (quando havia 20 clubes na 1ª divisão), a gente agradece.

Existe outro fator que dá a impressão ao torcedor de que os times em geral estão em um nível sofrível. Se descontarmos o Atlético-MG, que já está classificado para a Libertadores e não tem mais interesse pelo G-4, o sexto colocado, Vitória, está a cinco pontos do Vasco, primeiro da zona de rebaixamento. Enquanto isso, sua distância para o quarto colocado, Atlético-PR, é de oito pontos. Ou seja, na prática, existe um espectro de 15 equipes cuja realidade, hoje, está mais próxima da disputa contra o rebaixamento do que da perspectiva de se chegar à Libertadores. Todos estão em busca da sensação de alívio, e não do êxtase. Faz muita diferença par ao ânimo dos boleiros...

E, tomando-se em conta a pontuação da turma de baixo, todos esses times têm mesmo razão para se preocupar. Nos campeonatos analisados acima, reparem a pontuação dos times mais bem colocados na zona do rebaixamento em cada ano. Em 2012, o Sport tinha 27 pontos; no Brasileiro de 2011, o Atlético-PR tinha 27; em 2010, o Atlético-GO, 26; no ano de 2009, o Botafogo tinha 29, e, em 2008, a Portuguesa tinha 27. Todos abaixo do Vasco em 2013, que tem 32, e apenas o Botafogo de 2009 tem a pontuação atual do Criciúma, atual 18º colocado, com 29, os outros estão abaixo. A Ponte Preta, penúltima colocada atual, tem 26, mesmo aproveitamento do Atlético-GO de 2010.

Em suma, a atipicidade em termos de pontuação desse Brasileiro pode fazer a “nota de corte” do rebaixamento subir, superando os ditos 45 que os matemáticos costumam adotar como porto seguro para se manter na Série A, como o Marcão já alertou aqui. Aliás, essa projeção, em geral, já é dada anteriormente, alguém refez as contas com base no certame atual atípico?

Vendo pelo lado positivo, a competição ainda está aberta para uma arrancada de algum time que possa, primeiro, se sentir aliviado, e depois almejar algo, quem sabe, no G-4, que pode virar G-5 caso algum dos clubes de cima vença a Copa do Brasil, dando chances pra quem hoje tem como realidade a zona do perigo. Mas pode virar G-3 se um brasileiro vencer a Sul-Americana. Por enquanto, tirando os cruzeirenses, ninguém tem muito a comemorar no Brasileiro.

quinta-feira, outubro 10, 2013

Milagre dos 'santos' Muricy e Willian

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O grosso Douglas marca. Milagre!
Marcio Porto resumiu tudo em seu texto para o jornal Lance!: "Final: 2 a 0, para fazer qualquer cético rever conceitos." Quem acompanha o que escrevo aqui sobre o São Paulo sabe que estou entre os (mais) céticos e confesso: essa vitória contra o Cruzeiro, em pleno Mineirão, foi um milagre! Aliás, um empate já seria um feito heróico. Porque a discrepância entre as duas equipes nem precisa ser comentada, basta comparar suas campanhas. Os mineiros vinham de 12 jogos sem perder no campeonato, simplesmente 11 vitórias e 1 empate, com goleadas de 4 x 1 no Náutico e 4 x 0 na Portuguesa nas partidas imediatamente anteriores. São 58 gols marcados em 27 rodadas e 11 pontos a frente do segundo colocado. E o São Paulo foi lá e anulou o Cruzeiro com excelente marcação no meio e utilizando três zagueiros, que liberaram os laterais para o ataque - não por acaso, foram eles, Douglas e Reinaldo (apesar de o juiz ter anotado o segundo gol como contra de Everton Ribeiro) que decretaram a espetacular vitória do Tricolor. Palmas para o "santo" Muricy Ramalho, que ele merece.

Reinaldo e Ademilson: 2x0. Milagre!
Palmas porque ele teve a clarividência de botar o atacante Welliton no time aos 20 do segundo tempo, quando o Cruzeiro mais pressionava. A substituição abriu caminho para os dois gols. Palmas porque apostou em Ademilson, que teve participação decisiva no ataque - inclusive no lance do primeiro gol, rolando a bola para o chutaço de Douglas, que, guardadas as incomensuráveis proporções, lembrou o lance genial de Pelé ao tocar para Carlos Alberto fechar a goleada do Brasil sobre a Itália, na Copa de 1970. Palmas porque apostou em Maicon para dar cobertura à Ganso, que fez outra grande partida. Palmas porque voltou a utilizar, com sucesso, o esquema "híbrido" de três zagueiros, com Rodrigo Caio compondo o trio quando o time se defendia e indo ajudar no meio quando o São Paulo atacava. Muricy Ramalho merece crédito por esse resultado fantástico. Ele dever ter dado uma "espinafrada" no time, depois da vergonhosa atuação na goleada sofrida contra o Santos, há apenas uma semana. A disposição de ontem foi diametralmente oposta à daquele dia. Mas Muricy não foi o único "santo" no jogo épico contra o Cruzeiro.

Willian perde um gol feito. Milagre!
Assim como na importante vitória sobre o Atlético-MG no Morumbi, quando o lateral-direito Marcos Rocha perdeu um gol absurdamente "feito" na pequena área do São Paulo, o que poderia ter mudado o resultado daquela partida, o Tricolor contou com "ajuda" semelhante de um cruzeirense, ontem. No primeiro tempo, depois de um chute fulminante de Ricardo Goulart, o goleiro Denis espalmou nos pés de Willian, que, com o gol livre e aberto, pegou de canela e acertou a trave. Inacreditável! O histórico da competição comprova que, quando sai atrás no placar, o São Paulo nunca vence (geralmente perde). O gol do Cruzeiro obrigaria o time de Muricy a se jogar no ataque e abrir espaço atrás para o perigoso e eficiente time de Marcelo Oliveira. Portanto, temos que agradecer, também, ao "santo" Willian. Obrigado! E obrigado, Senhor, por ter tido piedade de nós, sãopaulinos (como pedi ontem, no fim do post que escrevi)! Pena que Ganso e Wellington tenham tomado cartão e não possam enfrentar o Corinthians. Mas espero que o esquema com três zagueiros e o ataque com Welliton e Ademilson sejam mantidos. Vai, São Paulo!


O Santos pragmático perdeu o bonde e a esperança após perder para o Coxa

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“Libertadores ficou difícil... A gente tem 36 pontos, tem que procurar vencer os dois próximos jogos em casa para se distanciar desse pessoal que está embolado no meio da tabela. Ficou complicado pensar em coisa grande, agora é vencer para se distanciar lá de baixo.”

Era assim que o atacante Thiago Ribeiro definia o atual cenário santista após a derrota para o Coritiba, no Couto Pereira. O depoimento remetia à declaração do capitão Edu Dracena depois de perder para a Portuguesa, praticamente jogando a toalha. “Fica muito mais difícil. A gente ia encostar com a vitória, Com a derrota de hoje, vai ser muito difícil de chegar no G-4.” Segundos depois, Souza, da Portuguesa, equipe que ainda está atrás do Peixe na tabela, falava que o seu time tinha que sonhar mais alto do que apenas fugir da zona do rebaixamento.

Júlio César comemora o gol do Coritiba (Foto Site Coritiba)
Júlio César comemora o gol do Coritiba (Foto Site Coritiba)
Não é possível mesmo se iludir, o Santos tem um time mediano, mas os medianos são a maioria no Brasileirão. O problema é que, sempre que teve oportunidade de chegar no G-4, o time vacilou. E os jogadores já assumem discurso de derrotados mesmo com a possibilidade de se ter uma vaga na Libertadores alcançando o sexto lugar na tabela – caso um dos que estão à frente vença a Copa do Brasil e o Atlético-MG permaneça na entre os primeiros.

Contudo, os atletas não acreditam. Até aí, eu também não, mas talvez não creiam porque o técnico também não acredite. É um tipo de postura que vai contaminando todos. Criticar o defensivismo quase obsessivo do treinador peixeiro não é só cornetagem, é verificar as partidas e constatar o óbvio: muitas vezes vai ser necessário jogar atrás, com cuidados defensivos etc etc, mas o que espanta é não ter nenhuma alternativa de ataque. Ou de contra-ataque.

“Ah, mas não tem substituto com as mesmas características do Montillo.” Verdade. Então muda-se o jeito de jogar, para que haja uma forma de atuar quando o meia argentino não tiver condições. Mas não é alterando a escalação de forma frenética que vai se adotar um padrão. Contra o Coritiba, o Santos entrou com três atacantes. Que não atacavam. Porque aqueles que estavam supostamente nas pontas tinham que marcar as descidas dos laterais. Para proteger os laterais santistas, Bruno Peres e Emerson Palmieri, fracos. Mas os laterais santistas não subiam. E, quando o time desarmava, não conseguia armar um lance. Porque não tinha quem armasse. Às vezes, também não tinha quem recebesse a bola.

Assim, o Santos ofereceu o campo de ataque a um time inferior tecnicamente, igualando a partida. Nem assim o Coxa, sete partidas sem vencer no Brasileirão, conseguiu marcar no primeiro tempo. Só o fez aos 16 da etapa final, em lance do lateral (bom) Vitor Ferraz pela direita, que cruzou para uma área quase deserta alvinegra, exceção feita a Edu Dracena, que não alcançou a bola. Júlio César não fez força pra marcar.  

E Claudinei apela para os garotos

Parcialmente derrotado, o técnico tirou Everton Costa e Willian José para colocar Giva e Neílton. Alteração tática mesmo foi tirar Arouca para a entrada de Pedro Castro, aos 38. Nada aconteceu. Aliás, um adendo em relação a algo que muitos torcedores santistas falam, criticando Claudinei sobre a não entrada de alguns jovens da base. Sem dúvida, esperava-se que mais meninos pudessem ganhar rodagem, e isso o treinador está fazendo menos do que deveria, levando-se em conta que há talentos que ainda não tiveram muitas chances. E Neílton, com imbróglio em sua renovação de contrato ou não, é muito mais efetivo que Everton Costa.

Mas também é preciso observar que alguns não estão correspondendo, e não adianta forçar a barra porque talvez não tenham condições mesmo ou precisem esperar mais para ganhar confiança e/ou recuperar seu futebol. Há muito tempo Giva tem entrado e produzido muito pouco, por exemplo, mesmo como titular. Contra o Coxa, nas duas oportunidades que teve de finalizar foi decepcionante, além de bolas bobamente perdidas. O lateral canhoto Emerson Palmieri é outro que tem extrema dificuldade para defender, e já entrou em campo em 16 ocasiões pelo Peixe. Não me lembro de nenhuma em que ele convenceu.

Temos que reconhecer que a base é boa, mas não é mágica. Não se criam Neymares em série, nem atletas que se firmam de forma imediata como profissionais. Preparar alguns dos jogadores mais promissores poderia ser a função de Claudinei, mas a água começa a subir e o técnico está pressionado. Se já é confuso, tende a se tornar um pouco pior, ainda mais em um momento em que o abismo, se não olha para ele e o time, já pisca de leve. Ou nem tão de leve.

quarta-feira, outubro 09, 2013

Indireta

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"Esqueceram" um frasco de álcool na minha mesa de trabalho. Com um copo...


NÃO vale a pena ver de novo...

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Liédson confere um dos três que marcou no massacre de 2011
No dia 26 de junho de 2011, o São Paulo se preparava para entrar em campo contra o Corinthians, fora de casa, com desfalque de seis titulares: os zagueiros Miranda e Rhodolfo, contundidos, o volante Casemiro, com febre, o atacante Lucas, convocado pela seleção brasileira para a Copa América, o lateral-esquerdo Juan e o volante Rodrigo Souto, suspensos. Sem alternativas, o técnico Paulo César Carpegiani fez várias improvisações com o que tinha no banco de reservas: o zagueiro Luis Eduardo foi preencher buraco na lateral-esquerda, o (então) meia Ilsinho foi deslocado para a lateral-direita, o garoto Bruno Uvini segurou a bomba na zaga junto com Xandão e o também garoto Rodrigo Caio, de 17 anos, fez sua estreia - na fogueira - para compor um trio de volantes junto com Wellington e Carlinhos Paraíba. Depois que este último foi expulso, ainda no primeiro tempo, o Corinthians iniciou a etapa final arrasador e enfiou 5 x 0 no São Paulo, para delírio dos mais de 30 mil torcedores alvinegros que lotaram o Pacaembu. Naquele ano, o time de Tite seria o campeão brasileiro.

Ricardo Goulart já fez 8 gols e vai 'babando' pra cima do S.Paulo
Hoje, 9 de outubro de 2013, o São Paulo se prepara para entrar em campo contra o Cruzeiro, fora de casa, com desfalque de três titulares: o goleiro e capitão Rogério Ceni, suspenso, o atacante Luís Fabiano e o zagueiro Antônio Carlos, ambos contundidos. Outros dois que também são escalados quando estão em condições, o zagueiro Rafael Tolói e o volante Denílson, seguem no estaleiro. Por isso, além de escalar o goleiro reserva Denis (que, na última vez que jogou, tomou um frangaço por baixo das pernas, na derrota por 1 x 0 contra o Milan, na Alemanha), o técnico Muricy Ramalho terá que recuar o volante Rodrigo Caio novamente para a zaga, remendar o meio com o (encostado) volante Fabrício e apostar em dois atacantes que não costumam jogar juntos, Aloísio e Ademilson. É assim que o Tricolor vai à Belo Horizonte enfrentar o líder absoluto do campeonato, 11 pontos a frente do segundo colocado, 58 gols marcados e vindo de uma sequência de 12 partidas invicto (11 vitórias e só 1 empate). O Cruzeiro é praticamente o campeão deste ano. E o Mineirão estará abarrotado...

OH, DEUS, TENDE PIEDADE DE NÓS!!!