Destaques

segunda-feira, maio 02, 2011

Osama Bin Laden ou Emmanuel Goldstein - tanto faz

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"Mais um instante e um guincho horrendo, áspero, como de uma máquina monstruosa funcionando sem óleo, saiu do grande televisor. Era um barulho de ranger os dentes e arrepiar os cabelos da nuca. O ódio começara. Como de hábito, a face de Emmanuel Goldstein, o Inimigo do Povo, surgira na tela. Aqui e ali houve assobios entre o público. (...) O programa dos Dois Minutos de Ódio variava de dia a dia, sem que porém Goldstein deixasse de ser o personagem central cotidiano. (...) Nalguma parte do mundo ele continuava vivo e tramando suas conspirações: talvez no além-mar, sob proteção dos seus patrões estrangeiros; talvez até mesmo - de vez em quando corria o boato - nalgum esconderijo na própria Oceania.

No mesmo momento, porém, arrancando um fundo suspiro de alívio de todos, a figura hostil fundiu-se na fisionomia do Grande Irmão, de cabelos e bigodes negros, cheio de força e de misteriosa calma, e tão vasta que tomava quase toda a tela. Ninguém ouviu o que o Grande Irmão disse. Eram apenas palavras de incitamento, o tipo de palavras que se pronunciam no calor do combate, palavras que não se distinguem individualmente mas que restauram a confiança pelo fato de serem ditas. Então o rosto do Grande Irmão desapareceu de novo e no seu lugar apareceram as três divisas do Partido, em maiúsculas, em negrito: GUERRA É PAZ; LIBERDADE É ESCRAVIDÃO; IGNORÂNCIA É FORÇA."

Trechos extraídos do livro "1984", de George Orwell (Inglaterra, 1949).

"Os ataques de 11 de setembro deram não só credibilidade e legitimidade ao presidente como também permitiram a ele renascer politicamente sem sofrer o custo político da mudança. 'Bush tornou-se um presidente integralmente legítimo, não só para governar, mas também para reinventar-se como político', afirmou Andrew Kohut, diretor do instituto de pesquisas Pew Research Center for the People. (...) Depois dos atentados, Bush definiu o terrorismo como principal inimigo da humanidade e condicionou qualquer apoio financeiro e diplomático dos EUA ao engajamento de outros países à guerra contra o terror. Bush propôs a substituição da 'contenção' e da 'dissuasão', princípios da Guerra Fria, pela realização de ataques preventivos, inclusive com armas nucleares, contra grupos terroristas ou Estados hostis aos EUA."

Matéria da Folha de S.Paulo de 8 de setembro de 2002, um ano após os atentados em Nova York (a íntegra está aqui).

"O anúncio da morte do fundador da rede extremista Al Qaeda, Osama Bin Laden, em uma operação das forças americanas, deverá fortalecer a imagem do presidente Barack Obama como líder, diz a imprensa dos Estados Unidos. (...) A morte de Bin Laden também poderá dar novo fôlego à popularidade de Obama, neste início de campanha para um segundo mandato na Casa Branca e no momento que enfrenta uma oposição acirrada do Partido Republicano, desde novembro passado no comando da Câmara dos Representantes (deputados federais). Analistas já preveem que as divergências partidárias no Congresso sejam colocadas de lado diante da vitória, assim como ocorreu logo após os atentados de 11 de setembro de 2001."

Matéria da BBC Brasil de 2 de maio de 2011 replicada pela Folha de S.Paulo (a íntegra aqui).

Lembrem-se todos vocês: "O GRANDE IRMÃO ZELA POR TI!".

Foto divulgada de Osama Bin Laden morto e outra dele vivo. Photoshop?

domingo, maio 01, 2011

Nos pênaltis, Corinthians vai para a final. Não deu para o Palmeiras no estadual

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O Corinthians levou, nos pênaltis, a vaga para a final do campeonato paulista, contra o Santos. Na semifinal em jogo único, o clássico entre alviverdes e alvinegros terminou empatado em 1 a 1 no tempo regulamentar, apesar de o time do técnico Tite ter atuado com um jogador a mais durante 65 minutos de partida, já que Danilo foi expulso.

A hora é de olhar para a Copa do Brasil.



Os gols foram marcados por jogadores que começaram a partida no banco de reservas. Leandro Amaro entrou no lugar de Valdívia, contundido, para recompor a defesa. William substituiu Dentinho, por opção (ou superstição) do técnico.

Nos 6 a 5 dos pênaltis, todos converteram dos dois lados, menos João Vitor, que perdeu quando já se alternavam cobranças decisivas. Fazia tempo que não via tanta gente bater bem as cobranças.

Mas foi a arbitragem quem roubou a cena. A cena, eu escrevi. Seja avermelhando a vida do zagueiro palmeirense, seja por causa do gol corintiano, em que a defesa tirou a bola em cima da meta. Ainda mais por causa da confusão do "sorteio armado" para escolher Paulo Cesar de Oliveira para comandar o apito.

Pessoalmente, até acho que a bola entrou e que a expulsão foi merecida – o vigor com que Danilo foi para cima de Liedson tornou irrelevante a altura com que o atacante corintiano mantinha o pé para a dividida. Luiz Felipe Scolari também teve de se retirar, e reclamou bastante. Ainda bateu boca com o treinador adversário e tudo.

O Palmeiras até esteve melhor em mais momentos do jogo. A partida teve muitos momentos travados e tensos – especialmente no primeiro tempo – do que de bom futebol. Jogar melhor com um a menos no gramado é bacana, mas não ganhar, é chato. Ainda mais quando o adversário é o maior rival.

Vale citar que Valdívia e Cicinho sentiram contusões e foram substituídos. O lado bom disso é considerar que na reserva tem atletas que até podem funcionar numa emergência assim. Pensando no Brasileiro, que é longo, isso fica como notícia boa do domingo de péssimas novas.

O que não tampouco é legal é ter Luan como segundo atacante – embora ele tenha funções táticas relevantes, de marcação. Ele perdeu uma chance na cara do gol aos 10 do primeiro tempo. Mas não foi um desperdício em que quase foi gol. Foi uma coisa patética, um chute fraco, daqueles que até desanimam de ver. E é o que a torcida vem se acostumando a ver dele.

O fato é que não deu. E uma desagradável segunda-feira, 2, se anuncia.

São Paulo 0 X 2 Santos - Muricy mexe bem. E os craques decidem

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Nada de time reserva. Muricy Ramalho entrou com seus titulares para enfrentar o São Paulo, que tinha a vantagem da torcida e do campo, para tentar uma vaga na decisão do campeonato paulista. Ainda que o Tricolor tenha entrado com a proposta de acuar o Peixe, foi Neymar, depois de falha grotesca de Alex Silva, quem meteu uma bola na trave logo no início da partida. Mais à frente, Edu Dracena tentou imitar o rival e quase o São Paulo fez o gol.

A primeira etapa teve uma configuração curiosa: o time do Morumbi atacava mais pelo lado esquerdo da defesa alvinegra, com Jean e Ilsinho, mas também foi por ali que Léo chegou com perigo, exigindo uma boa defesa de Rogério Ceni. Mas foi jogando também pelo outro lado que os donos da casa, a partir dos 30 minutos, passaram a exercer muito mais pressão que o Peixe, fazendo uma blitz por oito minutos. Jean perdeu uma grande chance na cara do gol, quase reproduzindo um tiro de meta.

Se fosse uma luta de boxe, o São Paulo teria terminado a primeira etapa com leve vantagem por pontos. Mas Muricy mudou no intervalo. Colocou o zagueiro Bruno Aguiar e sacou o mais uma vez inoperante (ainda é o queridinho da torcida?) Zé Love. A ideia não foi recuar o time, mas sim avançar um pouco mais os laterais, os transformando em alas, e tomar conta do meio de campo, área de domínio tricolor até aquele momento. Em compensação, liberou mais os até então discretos Ganso e Elano para apoiarem Neymar.

Com menos de cinco minutos, Jonathan e Léo já tinham ido bem até  campo rival, e o São Paulo não conseguia mais atacar com tanta facilidade. Bruno Aguiar, jogando pelo lado direito, atuou muito bem, apesar de ter dado um passo errado que armou um contra-ataque sãopaulino. Mas difícil um zagueiro não falhar em um jogo tão movimentado.

O primeiro gol santista saiu graças a uma tranquilidade incrível de Paulo Henrique Ganso na área, depois de passe de Neymar. Ele conseguiu controlar e dar uma assistência primorosa para Elano marcar e voltar ao topo da artilharia do Paulista. O meia, aliás, que também fez gol contra o Tricolor na primeira fase da competição, conseguiu sua nona vitória na disputa (são só duas derrotas).

O segundo tento do Santos não tardaria, e com participação de um gigante veterano. Léo, que resistiu como pôde às investidas em seu setor no primeiro tempo e apoiou bem quando foi ao ataque, roubou a bola na intermediária e tocou para Ganso, que lançou Neymar. O atacante disputou corrida com dois zagueiros sãopaulinos, recebeu um toque de Xandão – e não caiu. Perdeu o ângulo para a finalização mas viu o companheiro Ganso chegando. Deu o passe e o Dez tocou com precisão para fazer o gol que desmoronou o rival.


A partir daí, o São Paulo tentou chegar com chuveirinhos sucessivos na defesa peixeira, com Rivaldo jogando a bola na área, tentando aproveitar a altura de Fernandão, que quase marcou. Antes disso, Neymar perdeu uma chance inacreditável sozinho diante de Rogério Ceni. Mas o santista tem créditos sobrando. E Muricy Ramalho, assim como fez à frente do São Caetano em 2004, eliminou o São Paulo do campeonato paulista. E o Santos, pelo segundo ano seguido, tirou o Tricolor nas semifinais do estadual, a quarta eliminação seguida da equipe da capital nessa etapa da competição.

A vitória traz mais confiança para a equipe, mas o desgaste também parece ser evidente. Desde que assumiu o Peixe, Muricy encarou cinco “finais”: contra o Cerro Porteño, em Assunção; Deportivo Táchira, no Pacaembu; Ponte Preta e América-MEX, na Vila, e São Paulo, no Morumbi. Já na terça, a partida de volta contra os mexicanos, em uma cidade a pouco mais de 200 quilômetros da Cidade do México. A força psicológica se consolida, mas a física aguenta?

sexta-feira, abril 29, 2011

Doutor, eu não me engano, o Ricky Martin é corintiano!

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Pois é, o portorriquenho, que recentemente saiu do armário, aparece nessa foto resgatada pelo Kibe Loco com a camisa de seu time de coração. Quem são os "bambis", mesmo?

quinta-feira, abril 28, 2011

Sempre ele

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Jogando pro gasto e economizando forças para o duelo de sábado contra o Santos, o São Paulo venceu o Goiás novamente pelo magro placar de 1 a 0, ontem, no Morumbi, e passou para a próxima fase da Copa do Brasil. O gol, assim como na primeira partida, em Goiânia, foi marcado por Dagoberto. Sempre ele!

Muito criticado em suas primeiras temporadas no clube (apesar de ter sido titular e com participações importantes nos títulos brasileiros de 2007 e 2008), o atacante vive, de longe, sua melhor fase em quatro anos jogando pelo São Paulo. Desde o final do Campeonato Brasileiro do ano passado, tem sido fundamental.

Além de marcar um gol atrás do outro, fato incomum em sua passagem pelo Tricolor, ele ainda é um dos que mais dá assistências, que se desloca para puxar a marcação, que se movimenta em campo e que, acima de tudo, mostra aos companheiros que quer a vitória a todo custo. Não enrola, não some, não reclama. O oposto do que era antes.

E por que? Outro dia li, no tablóide Lance!, um texto interessante de Vitor Birner, em defesa do treinador Paulo César Carpegiani. Apesar de não ser nenhum "supertécnico" ou sonho de consumo de qualquer torcida, é inegável que ele mudou o São Paulo da água pro vinho (oba!). Nisso, concordo com Birner.

Dagoberto é um dos melhores exemplos dessa transformação (o surpreendente Carlinhos Paraíba é outro deles). O sãopaulino que assistiu a primeira partida contra o Internacional, em Porto Alegre, pela Libertadores do ano passado, ficou com vontade de surrar o time todo, mas especialmente Dagoberto. Jogou sem nenhuma vontade.

Prova de maturidade
O que ocorreu de lá pra cá? Ricardo Gomes, o homem errado na hora e no lugar errados, caiu. Sérgio Baresi segurou a bomba interinamente e nunca conseguiu ter autoridade sobre o elenco (mas teve o mérito de efetivar garotos como Lucas e Casemiro). Daí chegou Carpegiani. Que encrencou com Dagoberto logo de saída.

Quando o técnico chamou o atacante de "bobalhão" à beira do campo e em seguida disse em coletiva que não ia segurar o jogador se alguém quisesse comprá-lo, imaginei que Dagoberto ia sair no dia seguinte. Ou, então, bater boca com o técnico pela imprensa e ficar exilado no elenco, sem jogar. Mas não.

Ele só pediu perdão e disse que ia se empenhar mais. E fez justamente isso! Incrível como, em meio a tanta imaturidade de marmanjos boleiros, Dagoberto se tocou que sua carreira tinha chegado na bifurcação entre criar confusão e começar o declínio (como Carlos Alberto ou Adriano) e baixar a crista e jogar bola.

Para sorte dos sãopaulinos, de Carpegiani e do próprio Dagoberto, ele baixou a crista e, enfim, decidiu jogar a bola que - com toda a modéstia e limitação - sabe jogar. Esse time ainda não está afinado e, obviamente, bem longe daquele blablabla de "melhor elenco", "sempre forte", "favorito" etc etc.

Mas, perto da sonolência, displiscência, desinteresse e ausência de tudo de 2010, e pelo o que Carpegiani, Dagoberto, Carlinhos Paraíba e Rhodolfo vem fazendo, entre outros, a torcida tem muito o que agradecer. Mesmo se não conquistar troféu algum, a postura já é outra, totalmente diferente. Vai, São Paulo!

terça-feira, abril 26, 2011

Tristeza e ódio no futebol do inconsciente

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Engraçado eu ter feito ontem um post sobre insônia (abaixo) e, depois, sem vinho nem qualquer outro aditivo alcoólico, ter dormido muito bem e sonhado situações dignas de registro. O futebol foi o tema central do sonho, embora a bebida tenha sido citada na primeira situação. Talvez por ter iniciado minha carreira jornalística como repórter de esportes, foi nessa condição que meu inconsciente me jogou.

Cena 1 - A tristeza de Adriano
Eu era um repórter iniciante e tinha a missão de escrever sobre atletas de origem humilde que causam muitos problemas depois de ricos e famosos (os chamados bad boys). De cara, me mandaram procurar Adriano, o (ex) Imperador. O ambiente do sonho era um bairro de periferia, não chegava a ser uma favela, tinha ruas asfaltadas e calçadas, com casas muito simples. Adriano estava na casa de algum parente, uma tia ou algo do gênero. Eram umas 11 horas da noite, horário que tornava tudo estranho, e ele me recebeu na rua, descalço, de bermuda e com uma camiseta velha. Falou sobre a infelicidade da contusão atual, que o afastará do gramado por cinco meses, e depois passou a comentar seus problemas extra campo, como noitadas, bebedeiras etc. Falava baixo, quase inaudível e muito calmo, ou melhor, resignado. Havia uma tristeza indescritível em sua maneira de agir. Um conformismo, um fatalismo. Apareceram uns malandros num carro, com som muito alto, e gritaram qualquer coisa pra ele - acho que combinavam um programa para a madrugada. Adriano disse que ia.

Perguntei se não era melhor evitar mais confusões desse tipo e ele disse que o mundo dele funcionava assim: não se pode desprezar nem contrariar os antigos amigos, os parceiros. E que ninguém nunca ia entender isso, a não ser quem vinha de onde ele vinha. Depois, ele me deu uma carona de carro e, no caminho, parecia ainda mais triste e abatido. A última coisa que disse foi: "Droga é besteira. Mas a bebida é necessária. Ela 'dilata' a cabeça". Pelo o que entendi, o 'dilata' teria o sentido de abstração, de "desanuviar" o pensamento.

Cena 2 - O ódio de Pingo
Na sequência de minha missão jornalística, fui atrás da molecada que ainda não tinha alcançado o sucesso. O local era outro bairro de periferia bem pobre, onde um grande clube (o uniforme dos garotos sugeria que era o São Paulo) mantinha um projeto para descobrir talentos. Não sei ao certo, mas parecia que a faixa etária era de 13 a 15 anos. O campo era precário e o treinador era um cara bem caipira, muito simples. Os moleques jogavam como náufragos que enxergam um navio de resgate, se atiravam na direção da bola como a última chance de sobrevivênvia possível. Quando perguntei ao treinador se tinha algum "problemático", ele disse que sim, e (não) por acaso, era o maior craque e mais talentoso. E estava de castigo, treinando separado. Era um rapaz alto e esquelético, muito mais magro que o santista Neymar. Seu nome era Augusto, ou Guto, mas no futebol era chamado de Pingo. Estava batendo bola sozinho, num campo esburacado e sem grama. Afastado do elenco por indisciplina.

Fui falar com ele e só o que recebi foram piadas, gozações e escárnio. O moleque era o ódio em estado bruto - de mim, do treinador, do clube, da sociedade, de tudo. Comportava-se como se fosse um delinquente. Ria sem parar, me sacaneando. Me chamava de "burguês". Mas tinha um controle de bola absurdo. Levantava a pelota na altura do joelho esquerdo e, com o pé direito, chutava forte para manter a bola no ar, girando. Quando decidia, chutava forte, mas não pra frente. Chutava para o alto e, a certa altura, a bola caía numa velocidade impressionante (algo como a "folha seca", do saudoso Didi). Depois de muito insistir, ele respondeu apenas que tinha herdado a habilidade do pai, que já tinha morrido. Não falou mais nada, virou as costas e se foi. Dias depois, vi a molecada disputando a decisão de um torneio, sob muita chuva. O time ganhou no sufoco, no fim da prorrogação, com um gol de um tal de Batista, sem querer (num escanteio, o goleiro adversário rebateu na nuca dele e a bola entrou). Pingo não havia sido relacionado nem para o banco. Soube mais tarde que, por isso mesmo, tinha abandonado definitivamente o clube.

segunda-feira, abril 25, 2011

A cura para a insônia de Stalin

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No livro "Um Stalin desconhecido - Novas revelações dos arquivos soviéticos", dos irmãos Zhores e Roy Medvedev (Editora Record, 2006), um capítulo discorre sobre a saúde do mandatário russo na década de 1940. Na época, ele vivia e trabalhava em uma propriedade ("dacha") próxima a Moscou, num bosque do distrito de Kuntsevo. E, para os apreciadores do fermentado de uva que passarinho não bebe, há um detalhe curioso da rotina de Iosif Stalin:

Dormia sempre em Kuntsevo, onde frequentemente recebia amigos e camaradas do Partido para "jantar", como costumava dizer. Importantes questões de governo eram decididas com frequência nessas reuniões. Grande quantidade de álcool era consumida, embora, segundo muitas testemunhas, Stalin bebesse apenas vinho georgiano, remédio por ele mesmo receitado para a insônia que o atormentava. Certos médicos, com efeito, recomendam o álcool como sedativo.

De fato, não só o vinho como também a cerveja tem feito muito marmanjo dormir em mesas de buteco por aí...

Que venham os clássicos!

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Os chamados "quatro grandes" clubes não tiveram muita dificuldade para vencer seus adversários nas quartas-de-final do Paulistão, em jogos únicos, e agora teremos dois clássicos nas semifinais: São Paulo x Santos e Palmeiras x Corinthians. Não vi os jogos do sábado, apenas os gols do santista Neymar, na Vila Belmiro (que despachou a Ponte Preta, por 1 a 0), e dos corintianos Liédson e Willian, no Pacaembu (que eliminaram o Oeste, por 2 a 1). Por isso, como não vi nem os melhores momentos dessas partidas, não tenho como comentá-las. Ontem, como agora tenho acesso a um canal fechado, pude ver tanto a vitória por 2 a 0 do São Paulo sobre a Portuguesa como a de 2 a 1 do Palmeiras sobre o Mirassol.

Sinceramente, eu esperava mais da Portuguesas. Seus atacantes foram facilmente anulados pela defesa tricolor, que estava desfalcada de Alex Silva e, com meia hora de jogo, também perdeu o cabeça de área Rodrigo Souto. Mesmo sem Lucas, machucado, a linha de ataque com Marlos e Ilsinho se alternando nas pontas deu resultado: o primeiro lançou Jean, que cruzou para Ilsinho fazer 1 a 0, no primeiro tempo. Na etapa final, Marlos deu lugar a Luiz Eduardo, que atuou como falso lateral direito, e a Lusa foi pra cima. Rogério Ceni fez um milagre em cabeçada a queima-roupa e, quase no fim, o São Paulo encaixou um belo contra-ataque e Ilsinho rolou para Dagoberto fechar o placar.

Eu vi jogadores do São Paulo sendo puxados pela camisa, dentro da área, pelo menos três vezes - mas o juiz ignorou. Creio que pelo menos um desses pênaltis poderia ter sido marcado. Quanto ao jogo do Palmeiras, Valdívia marcou um senhor golaço e, depois disso, o time tirou o pé e deixou o Mirassol empatar. No início do segundo tempo, o time se esforçou só um pouquinho e matou o jogo, em outro belo chute de fora da área, dessa vez de Márcio Araújo. Mas o que me chamou a atenção foi a generosidade da arbitragem com o palmeirense Danilo, que no primeiro tempo deu um chute na coxa de um adversário, sem bola e na pura maldade, e só tomou o amarelo. Pior: na segunda etapa, pisou a perna de outro adversário caído, perto da marca de escanteio e na cara do bandeirinha. E nem o segundo amarelo ele tomou.

Linha do tempo
Como hoje é dia 25 de abril, lembremos dois clássicos que vão se repetir nas semifinais, e que ocorreram há 18 anos e há quatro décadas, respectivamente:


Santos 1 x 0 São Paulo (Campeonato Paulista - 25/04/1993)




Corinthians 4 x 3 Palmeiras (Campeonato Paulista - 25/04/1971)

domingo, abril 24, 2011

Palmeiras ganha do Mirassol e pega o Corinthians

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Teve susto e gols de fora da área a classificação do Palmeiras para a semifinal do campeonato paulista. Depois de passar pelo Mirassol, no Pacaembu, por 2 a 1, o Palmeiras enfrenta o Corinthians na próxima semana. Do outro lado da chave, os favoritos também confirmaram as expectativas, e São Paulo e Santos decidem a outra vaga na final.

Os dois gols alviverdes saíram de fora da área, em belos chutes de Valdívia e de Márcio Araújo, um em cada etapa de jogo. Entre os tentos, houve o empate, marcado por Marcelinho, que entrou no lugar de Esley ainda no primeiro tempo para evitar uma eventual expulsão.

Luan cansou de perder gols. É bom Wellington Paulista ser melhor do que isso. Foram pelo menos três boas chances. Kléber criou bastante, fez a jogada do segundo gol. Valvívia também. Mas a turma da frente não acertava o passe e a pontaria ao chegar perto da área. Thiago Heleno e Cicinho ficaram fora, mas as ausências não foram decisivas.

A atuação foi boa, não brilhante. O time não apresenta grande evolução, mas aquela padrão amadurecido de um time de Luiz Felipe Scolari. Faz o torcedor ter confiança de que as coisas podem dar certo sem ser avassalador. Mas também inclui seus sustos.

O Corinthians foi o time que impôs uma das duas derrotas do Palmeiras na temporada. Nenhum dos dois times encanta, mas vai ser um clássico bom de assistir. Especialmente se o final for verde e feliz.

quarta-feira, abril 20, 2011

Santos 3 X 1 Deportivo Táchira - Alvinegro espanta zebra e avança na Libertadores

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Não eram nem 30 segundos do primeiro tempo e o Santos já havia chegado na cara do gol do Deportivo Táchira, na partida de hoje no Pacaembu. A marcação arquitetada por Muricy Ramalho tinha como objetivo exercer pressão no campo adversário, com os alas avançados, o meio e o ataque cobrindo os espaços. Solução quase natural, dada a disposição defensiva do rival, que entrou com cinco zagueiros, e também por conta da qualidade técnica da equipe da Venezuela.

Assim, aos 4 minutos, o Santos saía na frente com Neymar, em assistência do sempre inteligente e efeiciente Léo. Aos 12, o segundo veio com o avanço de Jonathan pela direita, depois de passe de Danilo. O domínio peixeiro seguiu até o fim da primeira etapa e o Alvinegro só se viu ameaçado uma vez, mas Rafael fez uma difícil defesa. Em alguns momentos, o time chegou a lembrar a magia daquela equipe do primeiro semestre de 2010, com trocas velozes, passes de primeira e jogadas individuais insinuantes. Uma delas, de Neymar, que chapelou o já “amarelado” zagueiro Zafra, lhe valeu um tapa no rosto. O árbitro viu, marcou falta, e não deu o segundo cartão por um lance que poderia valer a expulsão direta. Coisas de Libertadores.

No segundo tempo, veio a queda do ritmo. Ganso começou a aparecer um pouco mais, mas ainda tinha uma atuação discreta. Zé Eduardo, que jogou muito fazendo o pivô e puxando a marcação, não via seus companheiros de frente chegarem. Fora isso, o homem de frente alvinegro ia mal. Elano também jogava abaixo do esperado e Neymar apanhava. O Táchira começou a chegar com mais perigo e Rafael salvou uma cabeçada perigosa, mas não evitou o tento dos venezuelanos em uma magistral cobrança de falta de Chacón.

Aos 24 minutos, com o empate entre Colo Colo e Cerro Porteño, uma igualdade no placar tiraria o Peixe da competição. Mas o moleque chamou a bola para ele. Neymar dominou pela esquerda, passou por três marcadores e deu uma assistência linda para Zé Eduardo, sem goleiro, perder. Mas a bola sobrou para o cada vez mais decisivo Danilo, que fez valer a jogada de Neymar e fez o terceiro gol alvinegro.

Aos 34, Neymar sofre mais uma agressão, sem bola. O juizão deixa passar mais uma vez. Coisas de Libertadores, né? Tem quem goste, eu, não. Fora isso, o saldo da partida mostra um Peixe bem mais equilibrado emocionalmente do que no jogo contra o Colo Colo e, com a volta de Arouca, a equipe ganha muito mais consistência, tanto defensiva e ofensivamente já que a qualidade de passe no meio também é outra.

É inevitável pensar que, se Adílson Batista tivesse tido uma postura um pouco mais ousada na primeira partida do Alvinegro contra o Deportivo Táchira,na Venezuela, sua história poderia ter sido menos triste no clube. Mas são águas passadas e hoje, definitivamente, o Santos é outro time.

Lei Seca é prejudicial à saúde!

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A esdrúxula e incongruente imposição de Lei Seca pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, durante a Virada Cultural, no fim de semana, teve como efeito colateral um problema de saúde muito pior do que possíveis ressacas. Segundo o portal IG, em materinha intitulada "Vinho químico é o crack das bebidas", a proibição da venda de bebidas pelos estabelecimentos comerciais legalizados durante o festival de eventos públicos que atravessou todo o sábado e domingo fez com que milhares de ambulantes clandestinos oferecessem ao público "uma perigosa mistura artesanal de etanol (o mesmo vendido em postos de gasolina), pigmento e doçura similar à groselha e corante". De acordo com a reportagem, "com 96% de álcool, bebida apreendida em São Paulo é altamente tóxica e compromete fígado e cérebro".

Mais de 17 mil litros (!!!) do chamado "vinho químico" foram apreendidos. A bebida era oferecida em garrafinhas (foto acima) com valores entre R$ 1,5 e R$ 10 - um convite tentador aos milhares de manguaças que se viram privados de beber enquanto se divertiam. Segue o texto do IG: "O que assusta é a quantidade elevada de etanol, que representa 96% da mistura. Esse índice supera o teor alcoólico de bebidas fortes como a cachaça, que tem de 38% a 54% de álcool no Brasil. A graduação máxima permitida por lei, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é de 54%. (...) Se comparada a outras bebidas, a discrepância é ainda maior. Vodca e uísque variam o teor alcoólico entre 40% e 50%. Um vinho de verdade apresenta em torno de 12%, enquanto uma cerveja pilsen, o tipo mais consumido no país, contem entre 4,5% e 5% de álcool". Uma médica ouvida pela reportagem classificou a mistura como "uma bomba".

Pois é, moralistas de plantão (ou pior que isso: políticos moralistas de plantão). Proibir não resolve, quando as pessoas querem consumir, sempre vai ter alguém querendo ganhar dinheiro em cima. O problema não é proibir, é controlar, fiscalizar, acompanhar, punir excessos e prestar assistência. Moralistóides como Gilberto Kassab só conseguem regredir o Brasil ao início do século passado, quando a Lei Seca foi adotada nos Estados Unidos e, como consequência, criou uma das quadrilhas mafiosas mais notórias de todos os tempos, além de matar milhares de pessoas com bebidas da pior qualidade e procedência desconhecida - porque, óbvio, ninguém deixou de beber! É o que acontece agora, com o tal "vinho químico". Essa é a política de saúde (moralista e irresponsável) da maior cidade da América Latina.

Tipos de Cerveja 65 - As Trappiste

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As cervejas trapistas não são propriamente um estilo, já que podem ser englobadas nas Abbey Dubbel ou Abbey Tripel ou mesmo nas Quadrupel, conforme a marca e o exemplar. "No entanto, sendo este o meu estilo preferido e dadas as limitações impostas a uma cerveja para que possa utilizar o selo trapista, decidi separá-las para ter um pouco mais de espaço para falar delas", explica Bruno Aquino, do site português e parceiro Cervejas do Mundo. "As ordens trapistas tiveram origem no mosteiro cisterciense de La Trappe, França. A sua influência alargou-se a muitos outros países europeus, tendo posteriormente surgido novos mosteiros que seguiam as restritas regras desta ordem religiosa", acrescenta.

Segundo Aquino, em 1997, 8 abadias trapistas - 6 da Bélgica (Orval, Chimay, Westvleteren, Rochefort, Westmalle e Achel), 1 da Holanda (Koningshoeven) e 1 da Alemanha (Mariawald) - fundaram a ITA (International Trappist Association), para definir as regras e proteger o nome do uso abusivo por parte de outras marcas. Para isso, a associação criou um selo que só pode ser utilizado pelos produtos que seguem os critérios estabelecidos e que sejam elaborados por monges trapistas, sejam queijos, cervejas ou vinhos. Por isso, as marcas mais indicadas para quem quer apreciar uma legítima cerveja trapista são: Orval, Chimay Blue, Westvleteren Abt 12, Westmalle Tripel, Achel 8 Blond e Rochefort Trappistes 10 (foto).

terça-feira, abril 19, 2011

Quando os partidos decidem mudar de nome...

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Cerveja, papo de buteco e quadrinhos de qualidade

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Pra quem curte uma boa arte em quadrinhos e valoriza o trabalho nacional, repassamos aqui o convite do nosso colaborador e amigo Luciano Tasso: "dia 29 de abril, às 19 horas, na Livraria HQMix, que fica na Praça Franklin Rossevelt, 142 - Centro - São Paulo (11) 3259-1528, vai ter o lançamento de uma HQ que eu fiz e uma editora se interessou em publicar (não sei como!). Estarei lá bebendo cerveja e encontrando quem quiser e puder ir. Aquele abraço". O lançamento, "Automatic Kalashnikov 47", ou simplesmente "AK-47" (foto da capa à esquerda), é definido pela Editora Annablume como "uma comédia urbana surreal. Na grande e sufocante cidade, seres bizarros trafegam oprimidos, vivenciando o espetáculo do absurdo. Em algum ponto deste caos, a história de Kramer, um detetive autônomo, torna-se o motivo condutor de uma inteligente narrativa capaz de entrelaçar um caso de tráfico de armas, fanatismo religioso e as impagáveis conversas de boteco, palco de análises políticas e psicológicas necessárias para o fluxo da vida". É por isso que, para os chegados aqui do Futepoca e boêmios do bairro Pinheiros e adjacências, o encontro de possíveis cenários parecidos com um extinto bar da rua Fradique Coutinho e de personagens similares aos que o frequentavam NÃO será mera coincidência...

Uma amostra da arte de Luciano Tasso na HQ "Automatic Kalashnikov 47":

segunda-feira, abril 18, 2011

Lugano para baixinhos

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Depois da aula de Hernanes sobre como não reagir a um chapéu, o Futepoca retoma sua função didática para dizer às crianças: não façam isso que está no vídeo abaixo com seus coleguinhas nas peladas da escola ou da rua. Pode machucar, ainda mais se o adversário não estiver usando tornozeleira...



A cena medonha protagonizada por Lugano contra o ex-cruzeirense Wagner ocorreu no clássico entre Fenerbahçe e Gaziantepspo, pelo campeonato turco. Tido como provável "bomba atômica" prometida pela diretoria são-paulina, o zagueiro fez questão de mostrar seu arsenal bélico. A falta mereceu apenas o cartão amarelo, o que leva a crer que na Turquia o futebol deve ser quase outro esporte.

E alguns torcedores tricolores por aqui comemoraram o feito. Neste fórum, um tópico tem como título: "Imagina ele fazendo isso no Neymar ou no Valdívia. VOLTA LUGANO!!!".

Atacantes, tremei...

Vídeo via @dasslermarques.

Paulista tem finais definidas

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Os 10 jogos da tarde deste domingo definiram a ordem dos classificados para as finais do Campeonato Paulista e os rebaixados. Tudo isso com duas surpresas.


A primeira foi a ultrapassagem do São Paulo sobre o Palmeiras na disputa pelo primeiro lugar do turno. O Palestra, que liderou grande parte do campeonato, botou um mistão em campo e perdeu para a Ponte Preta por 2 a 1, de virada. Assim, bastou ao também mistão do São Paulo empatar com o Oeste em 1 gol para abocanhar a primeira colocação. Benefício mesmo tem pouco: a decisão é na casa do time de melhor campanha e só. Nem vantagem em caso de empate a melhor equipe leva.

Já a outra surpresa, bom, por essa ninguém esperava. A gloriosa Portuguesa de Desportos venceu por 1 a 0 um São Bernardo que lutava contra o rebaixamento e contou com o super-tropeço do São Caetano, derrotado por 2 a 0 pelo desinteressado Linense, que não ia nem cair nem se classificar. Uma conjunção dos deuses para a Lusa, que entrou pela primeira vez no G8, justamente quando importava. Valeu Lusa!

Os rebaixados são São Bernardo, Grêmio Prudente, Noroeste e Santo André. O ABC perde dois de seus três representantes na Série A do Paulistão. Já o Grêmio Prudente, clube sempre em movimento (atrás dos melhores acordos com as prefeituras), teve um destino merecido. Pelo menos foi o que constatei em rápida e inútil pesquisa no Twitter.

Os confrontos das quartas-de-final, que acontecem em jogo único no domingo de Páscoa, ficaram assim:

São Paulo x Portuguesa
Palmeiras x Mirassol
Corinthians x Oeste
Santos x Ponte Preta

Prometo fazer de tudo para levar meu pai ao estádio para ver São Paulo x Portuguesa. Se conseguir, conto aqui como foi.

quinta-feira, abril 14, 2011

Reação a tragédia de Realengo mostra-se exceção

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Uma tragédia ou crime bárbaro de grande repercussão é suscedido por uma onda de conservadorismo. Essa tendência era o que esperava este ébrio autor após tomar contato com as notícias terríveis do massacre na escola municipal do Rio de Janeiro em Realengo, na zona oeste da cidade. Passada uma semana do episódio trágico, o que se sucedeu como repercussão dominante foi o contrário.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sugeriu a proibição da venda de armas e munição no país. E que isso fosse decidido por um plebiscito, com votação de todo o eleitorado brasileiro. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e ministros da Justiça e dos Direitos Humanos, José Eduardo Cardozo e Maria do Rosário, foram atrás.

Quer dizer, não bastasse ter sido uma reação que pode ser considerada ponderada, sensata e não moralista, o instrumento para isso é um de democracia participativa.

E a proposta de realizar um plebiscito sobre o tema esquentou. Diferentemente do referendo de 2005, o formato envolveria uma consulta ao Congresso Nacional antes de vigorar. Quer dizer, o que o povo decidir depende da homologação do Legislativo. Até aí, tudo bem. O mais incrível é que os membros do governo de Dilma Rousseff concordaram harmonicamente até no tom da reação, defendendo a possibilidade de se rediscutir o tema.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, disse que a consulta pode, Arnaldo.

Mas a vitória do "não" na consulta popular de seis anos atrás deveu-se a uma reação dos setores mais conservadores da sociedade. Basta lembrar o nível dos argumentos da revista Veja à época. O governo de então, a começar por Luiz Inácio Lula da Silva, era favorável ao desarmamento. Mais, via a proibição como parte de seu programa para desequipar civis de armas de fogo.

Mas, por quê?
O que aconteceu? A sociedade mudou? Os conservadores estavam ocupados defendendo Jair Bolsonaro (PP-RJ), o deputado federal acusado de reiteradas manifestações de racismo e homofobia? Estavam combatendo o avançodos direitos civis de homossexuais? Não puderam defender prisão perpétua nem pena de morte porque o autor do crime já estava morto? Nem redução da maioridade penal, porque não era um adolescente?

A informação de que autor dos crimes teria relação com a religião muçulmana esboçou uma onda reacionária. Alguns comentários de blogueiros e tuiteiros ligados a evangélicos indicava que a questão poderia crescer. Ainda mais na semana em que a capa da supracitada revista falava da suposta presença da rede terrorista Al Qaeda no Brasil. Mas mesmo isso minguou.

O melhor que os setores conservadores conseguiram fazer com o episódio de Realengo foi apontar falta de segurança nas escolas. E defender a instalação de equipamentos como detectores de metal. Fernando Haddad deu ótimas declarações defendendo que as escolas tinham mais é que ser abertas à comunidade, que isso até ajudava a promover a segurança desse espaço.

Seja por ter tido resposta, seja pela conjuntura, as respostas moralistas não foram majoritárias nem mesmo na mídia convencional que adora um sensacionalismo.

Existencialismo de resultados

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Enquanto isso, nos corredores de uma instituição católica...

– Não dá pra levar essa vida a sério.

– Por quê?

– Ninguém vai sair vivo dela mesmo.

quarta-feira, abril 13, 2011

Palmeiras bate Santo André só com o necessário

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Por 2 a 1 o Palmeiras venceu o Santo André na primeira partida das oitavas de final da Copa do Brasil. Kléber marcou dois gols e conseguiu a façanha de perder dois pênaltis. Tudo num jogo só. Os tentos marcados foram justamente no rebote e no escanteio originado pela espalmada de Neneca, arqueiro do Ramalhão. Pelo feito inusitado de quem aspira a Palermo, o 30 alviverde foi o personagem do jogo.

O episódio mais inusitado da partida foi a bomba de gás lacrimogêo que invadiu (?) o gramado. O equipamento usado para dispersar manifestações por forças policiais não é regulamentado adequadamente pelas secretarias de segurança pública. Como uma arma não letal como essa foi parar no relvado, ninguém explicou. A partida ficou parada por cinco minutos logo que começou o segundo tempo.

A polícia diz que torcedores que tentaram invadir as arquibancadas sem pagar é que teriam atirado o aparato. A aquisição desse tipo de explosivo, porém, é restrito. A fumaceira pode ter sido gás de pimenta, que é de mais fácil acesso, mas vai entender?

O time fez mais ou menos só o necessário para vencer por um gol de diferença e voltar com vantagem para a partida decisiva. Para os traumatizados torcedores de 2004, quando o mesmo Santo André eliminou a equipe esmeraldina nas quartas da competição, o futebol apresentado foi bom por proporcionar a vitória. O Palmeiras pode perder por 1 a 0 ou empatar que l

Valdívia foi bem até ser substituído pelo estreante Wellington Paulista que, aos 27 anos, fez pouco. O meia chileno deu passe, toque de letra, driblou. E nada de sentir a contusão que o afastou por três semanas. A fase continua boa na representação de Palestra Itália. Poderia ter sido melhor, mas a vitória na partida de ida foi boa o bastante.

Deola fez três boas defesas, mas não teve o que fazer diante do levantamento em que o zagueiro Anderson apareceu sozinho para cabecear e marcar o gol andreense. Vacilo pouco comum na sólida defesa de Luiz Felipe Scolari. Se o time fez só o necessário, tampouco precisava tomar esse gol. Mas não precisa ser um problema, é só ganhar a partida de volta.

Dose cavalar

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Por Moriti Neto


Esta vem da Austrália. No dia 4 de abril, na cidade de Jiggi, o fazendeiro Steve Cibborn passou mais de 20 horas tentando salvar um cavalo até que encontrou a fórmula para operar um “milagre”.


O cavalo Diamond Mojo, de seis anos de idade e quase 500 kg, sofria com cólicas e, logo, estaria prostrado. Com receio de que o equino morresse de sede, Steve passou o dia inteiro colocando água na boca dele. Como se a medida não surtisse efeito suficiente para levantar o (quase) morto, o australiano decidiu recorrer a um outro líquido. Segundo declarações dadas pelo fazendeiro ao jornal local Northern Star, "era hora de abrir uma cerveja". "Foi aí que lembrei de um velho remédio. Você dá algo gasoso ao animal, ele arrota e a cólica começa a melhorar. Eu nem pensei se acreditava ou não nisso, mas resolvi tentar", contou.





Fazendeiro e cavalo felizes da vida com o poder regenerativo da cerveja

O fazendeiro descreveu que assim que o líquido começou a descer pela garganta do quadrúpede, ele arrotou e começou a se mover.


Ainda de acordo com o manguaça – antes que se duvide da sobriedade do escriba, refiro-me ao homem, não ao cavalo – ele passou a dar mais e mais cervejas ao bicho e, a cada garrafa, a melhora ficava mais visível. "Foi notável. Ele se levantou e está bem, Mojo é um cavalo especial", ressaltou o pinguço, para depois completar: “eu só parei de dar cerveja para ele, pois, caso contrário, me custaria uma fortuna".


Mais sobre equinos manguaças:


Guimarães Rosa e o cavalo que bebia cerveja