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Estava em São Vicente quando li no tablóide Expresso Popular uma matéria sobre o clássico de ontem dizendo que Fábio Costa e Kléber Pereira eram os “caras” do Santos, que poderiam determinar a vantagem do time contra o Palmeiras. Quase profético, o texto relembrava como os dois foram fundamentais para a classificação santista às semifinais. E, ontem, decidiram de novo.
E deu certo. Um lindo passe de Diego Souza para Xavier, uma defesa que não conseguiu fazer a linha de impedimento e sai o gol de Keirrison. O Santos, que encurralava o Palmeiras no seu campo, teria que sair ainda mais e oferecer o contragolpe para o adversário. Poderia ser mortal.
Mas dez minutos depois de tomar o gol, aos 18, Kléber Pereira apareceria. Em uma cobrança de escanteio, o atacante vai se deslocando para trás, ficando sozinho na entrada da área, quando a bola chega nele. Chute preciso que muda a história da partida. Pereira fez o quinto gol na terceira partida seguida: todos os tentos decisivos. Como já escrevi outra vez , ele fica períodos sem marcar, perde muitas oportunidades em uma partida, mas ontem, quando teve sua chance fez. Vida de artilheiro é assim.
A balada continuou a mesma, o Santos acuando o Palmeiras, que trazia perigo nos contra-ataques se aproveitando do confuso sistema defensivo santista, que estreava André Astorga atrás. Foi ali que Fábio Costa, mais magro e atento depois da chegada de Manicni, começou a aparecer, com defesas importantes e saídas providenciais.
No início da segunda etapa, depois que os “caras” peixeiros já tinham dado o ar da sua graça, apareceram os “carinhas”. Neymar, sempre marcado por dois, três ou até quatro rivais, recebeu a bola de Roberto Brum, que errava muitos passes durante a partida até aquele momento. De costas para dois marcadores, girou, gingou, achou o espaço e bateu no canto direito de Marcos. Outro moleque, Paulo Henrique Ganso, fez uma bela jogada em cima de Fabinho Capixaba que incendiou a Vila Belmiro. Diga-se, aliás, que o meia marcou muito e correu o tempo todo em que esteve em campo.
Naturalmente, o Santos foi recuando e o Palmeiras se lançou ao ataque. Fábio Costa começou a aparecer mais, não só com defesas cruciais como também atuando praticamente como homem da sobra quando a equipe adiantava sua linha de marcação. Após o primeiro terço do segundo tempo, com um time inferior tecnicamente e com seus garotos no banco, sobrou para o Alvinegro o mesmo elemento que fez a diferença em favor do Palmeiras na quarta-feira: a entrega.
O contra-ataque santista só funcionou em um jogada em que o meia Robson encontrou Marcos fazendo uma grande intervenção, de resto, o Palmeiras pressionou, mas não chegou às redes. Um grande jogo, típico de decisão, e a expectativa de outros 90 minutos de nervos à flor da pele no próximo fim de semana.