Destaques

quinta-feira, novembro 19, 2009

Em queda livre, Palmeiras perde mais uma e dá adeus ao título

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Foi por 2 a 0 a nova derrota do Palmeiras na reta final do Brasileirão. No estádio Olímpico, a partida foi bem diferente no primeiro tempo, antes do primeiro gol do Grêmio, em relação ao que aconteceu na segunda etapa.

A derrota para o Grêmio mostrou que a vizinhança são-paulina estava muito mais confiante no Palmeiras do que eu, tamanha fanfarra provocada por cada tento marcado pelos gaúchos. Teve até fogos de artifício no fim da partida. Não era para tanto.

O resultado mostra também um Palmeiras em queda livre, trabalhando para não se classificar para a Libertadores. O futebol apresentado novamente não seria suficiente para pleitear o título e pode nem ser suficiente para garantir classificação para o torneio continental de mais tradição.

Analisar o futebol apresentado pelo alviverde não resolve, porque a partida foi para lá de peculiar. Mas se o Grêmio tivesse motivo e interesse, poderia ter imposto pressão e emplacado uma goleada sem grande dificuldade.

Na primeira etapa, o jogo não teve grandes desequilíbrios, embora os mandantes tenham criado mais chances. Tudo até os 45 minutos, quando o Grêmio fez um a zero com direito a passo de capoeira do argentino Max Lopes. Ele levantou o pé até a quase dois metros de altura, mostrando toda sua elasticidade. Como o zagueiro Danilo estava longe, o árbitro Heber Roberto Lopes preferiu não marcar. Seria um lance mais polêmico se a infração fosse assinalada.

Aí veio o intervalo. Obina e Maurício discutiram, trombaram, e ameaçaram se estapear. Ameaçaram porque erraram a pontaria. Na volta para a etapa final, o homem do apito mandou ambos para o chuveiro mais cedo.

No sábado, André Dias e Hugo se desentenderam, mas levaram apenas o amarelo diante do Vitória. Wagner Mancini chegou a questionar na entrevista coletiva: "Se fossem dois jogadores do Vitória, será que seria só o amarelo?" Se fosse o Palmeiras, seria o vermelho, respondeu Heber Roberto Lopes na noite desta quarta-feira. E mais errado não está Leandro Pedro Vuaden que apitou a outra partida.

Não é por causa da arbitragem que o Palmeiras está fora da disputa pelo título, mas porque seu futebol se esvaiu pelo ralo durante a competição. No segundo tempo da partida do Olímpico, com dois a menos, mostrou aplicação na marcação e controle emocional que foi mais eficiente pela falta de disposição gremista do que pela eficácia da ação verde. É que com Marcão na defesa a emoção é garantida.

Mas tivesse mostrado esse nível de disposição em partidas como a contra o Fluminense, no primeiro tempo contra o Sport ou diversos outros jogos, a história poderia ser diferente.

Mas não foi.

A raiva das últimas rodadas já virou só tristeza.

quarta-feira, novembro 18, 2009

Odeio muito tudo isso

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Dentro do ônibus aqui em Dublin, vindo do Centro para a região do Phoenix Park, vi uma propaganda que me chamou a atenção. Uma conhecida cadeia estadunidense de fast food (não é a do palhaço Ronald nem a da cabana de pizza) anuncia um sanduíche com fritas mais refrigerante por 3,95 euros - cerca de 9 reais - com o seguinte slogan:

Make like a bandit! You'll feel like robbered us.
(Faça como um bandido! Você vai se sentir como tendo nos assaltado.)


Vem cá, eu posso ser chato (e sou), mas, levando em conta que as crianças são as principais vítimas dessas propagandas apelativas (e dessas porcarias fast food), isso aí não é glamourização do crime, não? Me parece a mesma lógica canalha do "levar vantagem". Seja ladrão, seja "esperto". Exagero meu?

A cerveja na faculdade e a hipocrisia

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Estou aqui em Londres fazendo um mestrado em Planejamento Urbano na London School of Economics. Antes disso, entre 2001 e 2006, estudei jornalismo na USP. Nas duas faculdades, como é evidente, a busca por uma cerveja pós-aula é imediata, praticamente universal.

Só que enquanto na USP a gente contava com as cervejadas organizadas pelo Centro Acadêmico e pela Atlética uma vez por semana - nao-autorizadas mas toleradas pela direção da unidade, a ECA - e pela venda ilegal de mé na lanchonete (a latinha vinha escondida num saquinho de papel), na LSE as coisas são um tantinho mais fáceis.

Basta sair do prédio e escolher entre o The Three Tuns, bar que financia o CA daqui, ou o George IV, pub que faz parte da lista oficial de lanchonetes e restaurantes da Universidade. Sim, a LSE tem um pub oficial e, olha só, lá os alunos podem tomar cerveja! Isso num país em que o controle à venda de álcool é coisa muito séria. Um dia, eu, do alto dos meus 27 anos, fui comprar whisky pra levar para o Brasil no mercado e não consegui, porque eu não estava com nenhum documento que comprovasse que eu tinha mais de 21 (ódio mortal ao mercado, eternamente).

Por que o consumo de álcool nas universidades - pelo menos em São Paulo, não sei como funciona em outros lugares - não pode ser tratado de maneira um pouquinho mais adulta? Por que quando queríamos organizar festas en USP, coisa que nunca deixamos de fazer, tínhamos que ouvir argumentos do tipo "universidade não é lugar de cerveja".

Sim, universidade é lugar de cerveja. É onde muitos adolescentes se educam para o álcool. Aprendem, num ambiente amigável e familiar (menos na Uniban), quais são os limites para a manguaça, se acostumam ao papel socializador do mé e ainda podem desenvolver suas idéias com mais, digamos assim, liberdade.

Tem como incluir no Manguaça Cidadão o direito sagrado à cerveja depois da aula?

Paulistânia é lançada em São Paulo

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A cerveja Paulistânia chegou ao mercado na terça-feira, 17, licenciada pela Bier & Wein, importadora e distribuidora de bebidas. A Pale Lager, do grupo das pielsen, foi apresentada à imprensa na segunda-feira, 16, em uma coletiva no Terraço Itália, da qual participou o Futepoca.

De cor dourada e amargor médio, é suave e agradável (essa parte eu percebi provando). Entre canapés e dois copos de Paulistânia, ficou claro que a aposta não foi por padrões muito marcantes para poder agradar a um público maior que entende pouco de degustar (como eu), mas mesmo assim ela vai muito bem. É difícil imaginar uma comparação da marca com as do último teste cego do Futepoca, mais ou menos suas concorrentes. Mesmo assim, pelo tipo de produto, deve disputar bem.

Foto: Divulgação

Os 12 rótulos sortidos com fotos de São Paulo

Produzida pela Di Conti, a mesma que faz o Contini em Cândido Mota (SP), a Paulistânia não quer ser a cerveja apenas dos bebedores de São Paulo, mas traz 12 modelos de rótulos com fotos colhidas nos arquivos do jornal O Estado de S.Paulo que retratam a capital paulista da década de 30 em diante. Da prova de grande prêmio automobilístico no Jardim América em 1936 ao bonde no Viaduto do Chá, chegando até a avenida Paulista de 1983.

As bolachas (ou porta-copos) trazem informações sobre São Paulo. Na que trouxe para casa (ops, nem sei se eu podia ter trazido), o recado é sobre a travessia de 5,5 quilômetros no Tietê entre a ponte da Vila Maria e das Bandeiras que, segundo a nota, poderia ser tão tradicional quanto a corrida de São Silvestre – isso se o rio ainda fosse um rio.

São oferecidas apenas garrafas de 600 ml com custo estimado em R$ 4,90 para mercados e lojas e R$ 7,90 para quem se aventurar a degustá-la em um bar ou restaurante. Diferentemente de outras marcas que apostam em vários tipos de cerveja, a Paulistânia tem apenas a Pale Lager (ou Lager Premium, como consta no rótulo).

O primeiro lote teve 35 mil garrafas produzidas e, em três meses, se a aceitação for a esperada pela empresa e garantir escoamento da produção, a promessa é lançar o chope para ser distribuído em bares.

São dois tipos de malte e dois tipos de lúpulo – Saaz e Hersbrucker, ainda que eu esteja muito longe de saber identificar o que cada um deles faz exatamente.

Segundo explicou Cilene Saorin, mestre cervejeira e beer sommelier, a combinação de lúpulos traz aromas herbais e cítricos, o que é uma inovação no mercado nacional. A especialista ainda concedeu uma breve aula particular sobre cerveja que vai render um post a parte em outra hora.

Para Tatiana Spogis, Gerente de Marketing e Treinamentos da Bier & Wein, as escolhas que levaram a cerveja oferecida levaram em conta a necessidade de se fomentar educação e cultura cervejeira no país. Já a opção dos rótulos sortidos foi a de tornar as garrafas um meio de comunicação e até dar assunto para a mesa do bar.

Marcelo Stein, diretor da empresa, conta que o lançamento de uma marca própria era um projeto desenhado desde a criação da importadora, há 16 anos, mas realizado apenas agora. A opção foi por uma cerveja que tivesse condições de ganhar mercado entre consumidores brasileiros que começam a se aventurar por cervejas mais elaboradas.

terça-feira, novembro 17, 2009

Cansado da vida, cansado de tudo? Tome uma...

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Vitoria, saudosismo e inversão de papéis

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Por Moriti Neto

O comentário chega atrasado, pois não assisti São Paulo x Vitória no sábado. Convidado para um casamento, passando um calor danado e esperando ansiosamente pela festa (que foi regada a muita cerveja, diga-se de passagem) só consegui ouvir alguns lances e saber do resultado por meio de um MP3, que não permitia transmissão de boa qualidade.

Mas como é bom ter amigo fanático por futebol! Pude ver o jogo completo na noite de domingo, pois um camarada “exacerbadamente tricolor” gravou a peleja em VHS (valeu, Marcelinho!). Óbvio que a emoção não foi a mesma, o resultado era conhecido, mas saudosista que sou, tive a chance de contemplar a partida de maneira que lembrava a época dos VT’s completos, tão comuns em outros tempos.

Quanto ao confronto, com a presença de 55 mil pessoas no Morumbi, o São Paulo passou com tranquilidade pelo Vitória. Os 2 x 0 no placar não ilustram o que foi o jogo. O domínio dos donos da casa foi claro. Rogério quase não trabalhou. Hernanes, e principalmente Washington (ô, meu filho, vivo te defendendo como “homem de área” e tu perdes tantas oportunidades?) desperdiçaram vários gols,

O elenco tricolor pode não ser brilhante, mas é forte e equilibrado. O time não depende de super-craques. O conjunto se notabiliza. Para que se tenha ideia, Ricardo Gomes não tinha Dagoberto, Jean, Borges, Rodrigo e Zé Luís à disposição, além de Richarlysson, que estava meia boca, tanto que começou no banco. Hugo entrou no ataque, Adrian González na lateral-direita e Arouca atuou de primeiro volante.

No primeiro tempo, Hugo deveria jogar mais adiantado, mas insistia em buscar a bola no meio, deixando Washington isolado. A solução foi forçar jogadas ofensivas com os homens de meio e os laterais. Hernanes e Jorge Wagner eram as melhores opções. E com bom volume de jogo, numa sobra de bola, o São Paulo fez o gol com seu camisa 7.

Ainda na etapa inicial, em ato de estupidez cavalar, André Dias e Hugo tomaram cartões por trocarem safanões. Ambos estavam pendurados e ficam fora da próxima rodada. É verdade que saíram abraçados ao final da partida, o que não diminui a irresponsabilidade de desfalcar a equipe na reta final do campeonato.

Veio o segundo tempo e Hernanes, logo no início, criou bela jogada, cruzando na cabeça de Hugo, que definiu o resultado. Depois disso, o Vitória se lançou à frente e os são-paulinos tiveram mais liberdade. André Dias e Miranda puseram o ataque baiano no bolso e o meio campo tocava a bola com eficiência e velocidade. O time até subiu de produção nos 45 finais e só não ampliou pela noite pouco inspirada dos atacantes. Apesar disso, a torcida, que fez festa de dar gosto no Cícero Pompeu de Toledo, apoiou Washington, que saiu de campo aplaudido.

O São Paulo jogou bem, foi convincente. Mais do que isso: parece consciente de que precisa de muita aplicação para ganhar o título, pois Flamengo e Palmeiras estão na cola. O Botafogo, próximo adversário, é sério candidato ao rebaixamento. O Tricolor joga fora de casa e terá desfalques, mas uma equipe que almeja a conquista do sétimo título nacional não pode, nestas alturas, perder pontos para times tão fracos como o Alvinegro da Estrela Solitária.

O mais legal de tudo? O Time da Fé estava mal no começo do certame, chegou até a ficar perto da zona da degola, teve recuperação excelente e só depende das próprias forças para ser campeão, fato que espero ser confirmado pela história no dia 6 de dezembro. E é bom deixar de ser secador e passar a objeto de secação. Desde que as pragas – que são abundantes –, não peguem.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

segunda-feira, novembro 16, 2009

Ana Paula Oliveira reaparece em A Fazenda

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Recém-formada em jornalismo, a assistente de arbitragem Ana Paula Oliveira volta à mídia em um campo de atuação inédito para ela. Nada de protagonismo feminino no universo machista do futebol, nada de ensaios sensuais, fotos nuas, nem desfiles de moda e muito menos formas dissimuladas de chamar a atenção.

A bandeirinha integra o "elenco" do "programa" de TV da Record A Fazenda. São 14 atletas, cantores, atores ou quase celebridades.

A segunda edição do reality show rural (?!) apresentado por Brito Jr. promete um prêmio de R$ 1 milhão para o vencedor. Para levar a bolada e ficar o maior tempo possível sob holofotes é preciso encarar provas que simulam situações de uma propriedade rural, com direito a futricas, picuínhas e mexericos de toda sorte.

Fernando Scherer, o Xuxa, Sheila Melo, a ex-loira do É o Tchan, e outras figuras mais ou menos conhecidas participam.

Antes de tomar o caminho da roça – ou da fama – a auxiliar de arbitragem lançou um projeto de revista eletrônica esportiva chamada Livresporte. Trata-se, segundo consta, de um trabalho de conclusão de curso (TCC) da faculdade de jornalismo.

Isso quer dizer que o sonho de participar de uma copa do mundo está totalmente abandonado? Segundo ela, não. Em meio à crise por que passa a arbitragem brasileira, uma presepada como essa, que oficialmente remunera quem chama mais atenção do público, pode não ser tão grave. Mas é bem pouco provável que ela volta a bandeirar.

Zebra branquela

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Quando se enfrentam seleções europeias e africanas, a tendência é que a torcida geral caia sobre a representante do "continente negro" (expressão odiosa, mas não encontrei outra melhor). Por conta de todas as dificuldades sócio-econômicas pelas quais passam os africanos, pelo ineditismo de seus triunfos, e por aquele gosto por zebras que todos os amantes do futebol têm (desde que, claro, a vítima da zebra não seja o nosso time).

Fifa
Apesar de tudo isso, foi difícil não celebrar a vitória da Suíça, que ontem venceu a Nigéria por 1x0 e assim se sagrou campeã mundial sub-17.

Em primeiro lugar, pelo fato de que, nas categorias de base, as potências são os times africanos, e não os europeus. O título suíço de ontem foi apenas o terceiro da história da Europa no Sub-17 (os outros foram da URSS em 1987 e da França em 2001). Como comparação, a África tem cinco taças - é o continente mais bem-sucedido do torneio. A Nigéria é tricampeã, o que a faz como a maior força da categoria, ao lado do Brasil (campeão em 1997, 1999 e 2003).

O segundo elemento que faz com que a vitória suíça seja ainda mais épica foi o lugar da partida. A Suíça venceu a Nigéria jogando... na Nigéria! Sim, superando torcida e pressão de 60 mil nigerianos que lotaram o estádio de Abuja. Quem é campeão em tais circunstâncias merece aplausos.

E a campanha suíça foi irretocável. Três vitórias na primeira fase - inclusive sobre o Brasil - e, nos mata-matas, triunfos sobre Alemanha, Itália, Colômbia e a favoritíssima Nigéria na decisão.

O Mundial Sub-17 de 2011 acontecerá no México. O Sub-20 também se dará em terras latinas: a a Colômbia será a sede.

Adeus, De Nigris

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Uma notícia das mais surpreendentes marcou o início dessa segunda-feira. Morreu Antonio De Nigris, atacante mexicano que jogou no Santos em 2006 e que atualmente defendia o Larissa, da Grécia.

UOL
De Nigris tinha 31 anos e, a princípio, sua causa mortis foi uma parada cardíaca. É surpreendente ver uma pessoa de 31 anos (que não tenha nenhuma doença crônica) falecendo; mais ainda quando se trata de um atleta.

Falando dentro de campo, a passagem de De Nigris pelo Santos foi, no mínimo, folclórica. No português claro: ele não jogou porcaria nenhuma enquanto esteve na Vila. Entrou em campo poucas vezes e fez um gol - daqueles que, como diria Mauro Beting, "até minha vó fazia".


Reza uma lenda que sua contratação foi um equívoco. O Santos, na verdade, tinha como intenção adquirir seu irmão, Aldo de Nigris, que vivia melhor momento na carreira. Acabou trazendo Antonio e o que se viu foi uma piada.

De qualquer modo, força à família de De Nigris - ele deixou esposa e filha. E fica a dúvida de como o Santos repercutirá o falecimento. Será que teremos um minuto de silêncio na partida contra o Coritiba, no próximo domingo?

A hora dos "quase"

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Claro que começo pelo meu time. O Galo já abriu mão do título e está "quase" fora da Libertadores. Na realidade, em quinto, decide a sorte ou o azar contra o Inter no domingo no Mineirão. Depois pega o Palmeiras, no Parque, provavelmente para saber quem perdeu mais chances este ano e disputará apenas a Copa do Brasil e a Sul-americana. Para o título a disputa agora parece ser entre São Paulo e Flamengo.


Do jogo de sábado, contra o Coxa, pouco a falar. Foi uma partida equilibrada, até bonita, com dois times correndo e jogando bola. O Galo tomou o primeiro gol para variar numa falha da defesa, que deixou o Coxa fazer uma linha de passe e achar o atacante Rômulo livre para marcar. Empatou e o jogo foi pau a pau até Benitez fazer um pênalti bizarro e ser expulso. Pontos para o Coxa, que mereceu.

Nada a lamentar. Um time que era cotado pela maioria para o rebaixamento chegou a sonhar com o título, se conseguir uma classificação para a Libertadores pode comemorar. Se nem isso, ficará o estigma de quase de Celso Roth. Quase campeão por dois anos. O técnico mais "quase" dos últimos tempos. Só falta deixar essa vaga para o Cruzeiro. Pelo menos vai me render uma garrafa de uísque, já que alguém apostou comigo que o Galo ficaria atrás do Santos neste campeonato, o que não pode mais acontecer. A diferença de onze pontos não pode mais ser tirada nas três rodadas que faltam.

Outro "quase" é o Palmeiras. Time que mais liderou o campeonato, mas que na reta final amarelou (ou ficou cor verde-limão-siciliano). Quem não consegue ganhar de um rebaixado Sport em casa não merece mesmo...

Agora, o problema é que dos dois com mais chances não torcerei para ninguém. Tenho "quase" ódio do Fla, por conta da roubalheira e os favorecimentos que sempre teve da arbitragem, além de ser péssimo exemplo em matéria de gestão. E tenho uma "quase" torcida para que o São Paulo não monopolize o título nesta década. Triste fim de campeonato.

Do lado dos rebaixados, já foram Sport, Náutico e Santo André. Resta uma disputa enorme entre Flu, Bota e Atlético-PR pela última vaga.

domingo, novembro 15, 2009

Internacional 3 X 1 Santos - Uma derrota que reflete a aposta errada

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O Santos fez um jogo com o Internacional que não surpreendeu nada quem vem acompanhando o time no Brasileiro. O visitante mostrou mais uma vez ser uma equipe desentrosada, sem esquema tático definido, um bando correndo em campo. Luxemburgo não conseguiu dar qualquer padrão ao time, passou o campeonato jogando com formações diferentes, ora com três, ora com dois volantes; com um atacante só, com dois, com três... E isso fica ainda mais evidente quando o adversário tem um padrão mínimo e um elenco com mais qualidade.

Portanto, o fato do Alvinegro ter saído da primeira etapa perdendo por 2 a 0 não foi algo inesperado. Poderia até ter sido uma diferença maior, caso o goleiro Felipe não tivesse feito três defesas difíceis. Antes do intervalo, um dado que revela bem o desarranjo peixeiro. O Internacional fez 17 faltas, enquanto o Santos cometeu apenas duas.

Uma análise apressada pode fazer com que o torcedor entenda que isso é corpo mole ou algo do gênero, impressão que sempre fica reforçada em caso de derrota, como se futebol dependesse apenas de “vontade”. Não foi o que aconteceu. Os alvinegros até correram, se esforçaram, mas quando não tinham a bola dominada sequer viam a cor da redonda. Na partida do primeiro turno entre os dois, aliás, em vários momentos o Peixe foi “colocado na roda” em plena Vila Belmiro e por pouco não saiu derrotado. Desta vez, não conseguiu fazer os gols porque o Colorado marcou em cima os homens mais criativos do Santos, que arriscavam em jogadas individuais e sofriam inúmeras faltas. Ganso quase não conseguiu respirar com Guiñazu na sua cola e Neymar e Madson corriam, invertiam posições, mas também penavam com a marcação adversária.

No começo do segundo tempo, o Santos assustou com uma bela jogada entre Kléber Pereira, Neymar e Ganso, que finalizou mal. O Inter respondeu com uma bola na trave logo no minuto seguinte e outra aos 8 minutos. Ainda assim, o Alvinegro conseguiu criar graças à postura do Inter, que recuou e passou a esperar em seu campo, abandonando a marcação pressão da etapa inicial.

O jogo seguia equilibrado quando aos 18 Luxemburgo colocou Jean no lugar de Pereira e Felipe Azevedo no lugar de Madson. E foi Felipe Azevedo quem tramou a jogada para Neymar fazer o gol aos 19, para assustar o Inter. Alecsandro teve a chance de matar a partida dois minutos depois, e perdeu.

Mas, como se fosse castigo por marcar o gol peixeiro, Neymar foi substituído por André aos 27 e o time voltou a jogar com dois atacantes pelos lados e um mais fixo na área. O resultado é que a equipe passou a render bem menos, criando muito pouco, e o Inter começou a restabelecer um relativo domínio, esfriando o Peixe.

D’Alessandro definiu aos 39, finalizando livre de marcação dentro da área. Exemplo de desorganização: sete jogadores santistas dentro da área e o meia colorado chutou sem problemas. Ainda houve tempo para Jean fazer o que sempre fez em sua carreira, perdendo uma chance incrível frente a Lauro.

No fim, quem jogou melhor a maior parte do tempo venceu. Mas os lampejos de Neymar, Madson e Ganso mostram o tamanho da aposta errada de Marcelo Teixeira no treinador mais caro do Brasil. Mais caro, diga-se, porque só o Santos pagaria o que paga por ele, senão provavelmente estaria desempregado ou recebendo bem menos em outro time. Um técnico que trabalhasse melhor com garotos e que armasse minimamente a equipe faria uma campanha bem melhor, dado que rivais que estão à frente do Santos não têm equipes tão melhores (ou nada melhores em alguns casos) que a de Luxemburgo. Perda de tempo, de dinheiro, apostas erradas e desperdício de talentos. Até quando vamos continuar assim?

sexta-feira, novembro 13, 2009

Cerveja torrada

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Você pagaria cerca de 14 mil reais (5 mil euros) por uma garrafa de cerveja que não poderia beber? Pois este será o lance mínimo, em leilão neste sábado, por uma long neck da cerveja alemã Lowenbrau de 72 anos (foto), recuperada quase intacta dos destroços do dirigível Hindenburg, que pegou fogo em Nova Jersey, Estados Unidos, em maio de 1937. "Ninguém vai querer beber isso. É bem provável que o gosto esteja bastante podre", alertou o auditor Andrew Aldridge - que subestima a sede e as ideias de bêbado de certos futepoquenses. Mas o mais legal é a saga da garrafa: ela foi encontrada por um dos bombeiros que ajudaram a apagar os restos do Hindenburg, que matou 38 pessoas e feriu outras 60 após uma explosão causada pelo hidrogênio que o fazia flutuar. O manguaça Leroy Smith achou seis garrafas no meio dos destroços e decidiu enterrá-las. Depois, presenteou cinco amigos e guardou uma consigo. Em 1966, passou o seu exemplar para uma sobrinha, esse mesmo que agora vai a leilão. Uma parte da cerveja evaporou e o rótulo está queimado, mas a marca ainda é visível. Outra garrafa, de um dos amigos de Smith, está hoje em exposição na fábrica da Lowenbrau, em Munique.

Teste Cego do Futepoca: Copa do Brasil

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O Futepoca tem o prazer de apresentar mais um Teste Cego de Cervejas. Nesta terceira edição, foram selecionadas marcas artesanais ou premium originárias de diferentes partes do Brasil. Com representantes do Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, foram testadas 10 amostras de nove marcas.

3º Teste Cego do Futepoca: Copa do Brasil


1. De novo, no bar
O bar era nosso. Devido ao sucesso na gestão dos copos da edição passada, a cerimônia do teste novamente foi o Espetinho da Villa, bar que serve, como sugere o nome, espetos. Não sei se pela gritaria ou se por causa do jogo entre Palmeiras e Goiás, todos os outros clientes haviam partido.

Foto: Brunna Rosa
Teste Cego Futepoca - Copa do BrasilMais uma vez, foi o proprietário do recinto, Alexandre, quem se encarregou da separação das amostras e até por consertar uma lambança da produção do evento – cometida por este ébrio avaliador e explicada mais adiante. Diferentemente das versões anteriores, foi o primeiro teste em que o paladar não foi influenciado pela fumaça de cigarro desde a implantação da Lei anti-fumantes no estado de São Paulo. Como ninguém tem paladar tão apurado assim, vai saber se isso fez diferença.

2. Sete sóbrios sedentos pra 70 copos
Em uma opção mais modesta, foram apenas sete avaliadores, sendo que um deles só conseguiu acompanhar a metade dos acontecimentos. O Espetinho da Villa novamente providenciou um copo por dose para cada ébrio. Novamente nas contas do DataFutepoca, foram 70 copos, dos quais apenas um se quebrou. Nossos intrépidos heróis foram:
Brunna, Carol, Glauco, Maurício, Nicolau, a minha pessoa e um convidado: o jornalista Maurício Stycer, em meio a uma entrevista sobre seu livro História do Lance!, também caiu na rede do Futepoca (logo a entrevista será publicada na nossa seção especial). O Nicolau testou apenas seis das 10 amostras.

Foto: Carol
Teste Cego Futepoca - Copa do Brasil
Carol

não aparece
na foto. De
baixo em
sentido
horário, o
cabelo ruivo
da Brunna,
o Glauco,
Maurício, seu
xará Stycer
(o entrevistado),
e a minha pessoa.
Todos só na água
entre uma
amostra e outra.



3. Só garrafa, muitos fornecedores
Mais uma vez o teste se concentrou em brejas em garrafas de vidro, mas as embalagens tinham volumes diferentes. Parte foi comprada em supermercados, parte na Tortula, único lugar em que encontrei algumas das concorrentes. Uma delas, a Bierland, de Blumenau-SC, veio pelo correio, numa gentil cortesia do fabricante.

4. Nove pielsen, sendo uma orgânica, e uma lager
O critério de seleção esteve muito relacionado ao que foi encontrado. Uma pesquisa prévia na internet e o conhecimento acumulado por um aprendiz de apreciador de cerveja amador (quanta modéstia).
São listadas abaixo as participantes na ordem em que foram oferecidas com o volume do vasilhame, validade e teor alcoolico.

Aqui cabe uma nota. Comprei duas Eisenbahn diferentes e só depois descobri isso alertado pelo Alexandre. A pielsen normal e a versão orgânica, chamada de natural, participaram por acidente, quer dizer, não tinha percebido isso, achei – eita! – que tinha mudado o rótulo. Pior, a Natural tinha data de validade vencida fazia 27 dias. Desculpas aos avaliadores e à fabricante.


Cervejas:
1. EisenbahnPielsen – Blumenau-SC
2. Colorado- Cauim – Ribeirão Preto-SP
3. Devassa – Rio de Janeiro-RJ
4. Bierland – Blumenau-SC
5. PetraAurum - Petropolis-RJ
6. Backer – Belo Horizonte-MG
7. BadenBaden – campos do Jordão-SP
8. Cerpa – Belém-PA
9. DadoBier – Porto Alegre-RS
10. EisenbahnNatural (orgânica) – Blumenau-SC
Vol.
355ml
600ml
355ml
600ml
500ml
355ml
600ml
355ml
1L
355ml
Validade
17/12/2009
28/11/2009
19/01/2010
01/03/2010
19/02/2010
03/12/2009
08/02/2010
28/10/2009
05/02/2010
02/10/2009*
Teor alc.
4,8%
4%
4,8%
4,5%
5%
4,8%
5%
5,3%
5%
4,8%




5. Copo meio cheio. Ou muito cheio
A dose a que foram submetidos os progressivamente embriagados avaliadores foram maiores do que em qualquer edição. Como eram menos numerosos, os copos vinham com pelo menos metade de sua capacidade ocupada. No caso da Dado Bier, veio até a boca – e ainda sobrou na garrafa.

Foto: Brunna Rosa
Teste Cego Futepoca - Copa do BrasilComo os intervalos foram mais regulares, ficou provado que isso não interfere no palpite da turma.

6. Formulário, três notas. Ou duas, ou uma
A produção das fichas de registro das notas pela primeira vez mereceu o nome. O modelo está aqui para as futuras gerações. Os guardanapos foram abandonados, mas o espírito se manteve como mostra a foto.

Fotos: Brunna Rosa
Teste Cego Futepoca - Copa do Brasil Teste Cego Futepoca - Copa do Brasil Teste Cego Futepoca - Copa do Brasil






Convidados a analisar aparência e visual, aroma e sabor e uma nota geral, quase ninguém investiu em tudo isso. Então, novamente ficamos com uma nota só para a análise. Mas há registros preciosos como "notas de manteiga", "gosto de tutifruti" e "derrubei o copo" são algumas delas.

7. Cadê os resultados?
A dinâmica foi a mesma. Nada de venda nos olhos, os avaliadores eram surpreendidos com copos sem identificação que ofereciam as cervejas em ordem definida pelo Alexandre. Apenas um dos analistas conhecia o conjunto de marcas, este que escreve.

Resultado do Teste cego Copa do Brasil do Futepoca

Cervejas:
1. PetraAurum- Petropolis-RJ (5)
2. EisenbahnPielsen– Blumenau-SC (1)
3. EisenbahnNatural(orgânica) – Blumenau-SC (10)
4. Devassa– Rio de Janeiro-RJ (3)
5. Backer– Belo Horizonte-MG (6)
6. Colorado-Cauim –Ribeirão Preto-SP (2)
7. DadoBier– Porto Alegre-RS (9)
8. Bierland– Blumenau-SC (4)
9. Cerpa– Belém-PA (8)
10. BadenBaden– Campos do Jordão-SP (7)
Média
8,3
7,9
7,6
7,6
7,3
7,3
7,1
6,9
6,9
6,8




Cervejas:
1. PetraAurum- Petropolis-RJ
2. EisenbahnNatural(orgânica) – Blumenau-SC
3. EisenbahnPielsen– Blumenau-SC
4. Devassa– Rio de Janeiro-RJ
5. Backer– Belo Horizonte-MG
6. DadoBier– Porto AlegreRS
7.Colorado-Cauim – Ribeirão Preto-SP
8. BadenBaden– campos do Jordão-SP
9. Cerpa– Belém-PA
10. Bierland– Blumenau-SC
Carnavalesca
8,4
8,0
7,7
7,4
7,4
7,1
6,9
6,8
6,8
6,6



Média normal é aquela em que se somam as notas e divide-se pelo número de avaliadores, todos com o mesmo peso. A carnavalesca é a consagrada na disputa de escolas de samba, em que a nota mais alta e a mais baixa são excluídas. Esta última se torna ainda mais necessária com a ausência de notas de um dos jurados em algumas das amostras.

Teste Cego Futepoca - Copa do Brasil Teste Cego Futepoca - Copa do Brasil Teste Cego Futepoca - Copa do Brasil














a) A vencedora inconteste, Petra Aurum. As duas variedades pielsen da Eisenbahn surpreendem ao revesarem-se na segunda e terceira colocação, porque não foram bem – para uma artesanal – nas duas outras edições. A Cerpa, vencedora da primeira edição, amarga até uma última colocação quando adotado o procedimento carnavalesco.

b) A vencedora foi a quinta oferecida, bem no meio. Rompeu-se a mística da oitava. A segunda e a terceira colocadas foram servidas como começo e encerramento dos trabalhos.

c) Bierland, gentilmente oferecida pelo produtor, foi a mais prejudicada quando a média carnavalesca entra em ação. Isso quer dizer que houve mais divergência nessa nota.

d) O troféu paladar-ranzinza ficou com o Glauco, titular do posto de mais rigoroso nas outras edições, com média de 6,5 para as geladas. O mais generoso na avaliação foi o Maurício, com 8,1.

e) Como era menos gente, parece ter havido menos influência entre os degustadores.

f) A média geral ficou em 8,3 contra 8,4 da carnavalesca, bem superiores às outras edições, quando a coisa ficou na casa do 6. Melhor qualidade ou maior generosidade?

quinta-feira, novembro 12, 2009

Palmeiras Robin Hood tenta, mas não impede rebaixamento do Sport

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O título pra lá de irônico é a elaboração de cabeça menos quente sobre o empate entre Palmeiras e Sport no Palestra Itália. O 2 a 2 não agradou a nenhum dos lados, já que o time permanbucano se juntou ao Náutico e está matematicamente rebaixado para a Série B.

Também foi péssimo para o Palmeiras. Com 59 pontos, o time empata com o São Paulo, fica dois na frente do Flamengo, mas aguarda, apreensivo, a conclusão da rodada do fim de semana. A sensação é de uma breve estada na liderança, quase uma despedida.

As chances de o desinteressado Vitória passar pelo time de Ricardo Gomes só não é menor do que a do rebaixadíssimo Náutico surpreender o Flamengo. Se o Atlético-MG vencer o Coritiba, o alviverde termina a rodada em quarto.

O time mostrou que não aguenta a pressão de participar da rodada por antecipação para atender aos interesses da TV. Não sabe lidar com isso. Na próxima semana, contra o Grêmio no Olímpico, a partida também foi antecipada. Contra o Santo André, também foi assim.

No segundo turno, contra Náutico, Santo André e Fluminense, a turma do G-4 dos pesadelos, foram três derrotas. Contra o Sport, que também mora por lá, de modo ainda mais definitivo do que o tricolor carioca, foi um empate. Se incluídos outros dois ameaçados, Botafogo e Coritiba, vale lembrar que o primeiro ainda será enfrentado na última rodada e o paranaense venceu o Palmeiras no jogo do carbono neutro.

Este desempenho digno de um verdadeiro Robin Hood do Brasileirão não é comportamento de time que disputa para ser campeão. Se tinha virado senso comum que é preciso vencer os "jogos de seis pontos", aqueles confrontos diretos com concorrentes ao caneco que trazem três pontos e virtualmente tiram outros três do rival, anote-se aí uma nova lição, ainda mais óbvia: vencer os times fracos é ainda mais importante.

É que a teoria do confronto direto leva em conta que a minha segunda e ululante premissa já era garantida por um escrete que quer a taça.



O futebol apresentado pelo time de Muricy Ramalho no primeiro tempo não é sequer de uma equipe que merece vaga na Sul-Americana. Na segunda etapa, foi futebol de quem, com um pouquinho de sorte, se classifica para a Libertadores.

E ainda teve a lambança de Elmo Alves Resende Cunha apitou por engano um impedimento – de fato inexistente – de Danilo no segundo gol do time da casa. Élder Granja dava plenas condições ao zagueiro. Mas o juizão não tinha nada que apitar. Os jogadores do Sport ficaram revoltados. Ao acertar, o cidadão conseguiu errar.

Neste aspecto, foi muito diferente do Carlos Eugênio Simon. Ah, mas o que o Palmeiras apresentou no primeiro tempo, foi uma continuação trágica do que havia mostrado na segunda etapa no Maracanã.

Resumo da ópera, os gols de Deyvid Sacconi e Danilo dão uma conotação de "empate suado", conquistado. Foi um desastre atenuado. Mas que continua a ser trágico. Wilson e Arce haviam marcado no primeiro tempo em jogadas rápidas e bem articuladas diante de uma defesa perdida.

Mais uma vez a estranha raiva por ocupar a liderança apenas pelo segundo critério de desempate. Será que exorcizando a fase resolve?

quarta-feira, novembro 11, 2009

Lucia Hippolito decreta: apagão é "culpa do Lula"

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Ontem, logo após o apagão, a primeira coisa que veio a minha mente foi: pronto, a imprensa terá notícia pelas próximas daus semanas. A segunda foi adivinhar quem diria primeiro que a culpa é do Lula.

Das rádios que funcionavam em São Paulo com a ajuda de geradores, a CBN fazia uma cobertura que contava basicamente com a ajuda dos ouvintes. "Parece que está voltando a luz na Vila Mariana... Ah, não, era alarme falso...", Parece que no Mato Grosso também está faltando luz", "parece que...", parrece que...", parece que...". Compreende-se a impossibilidade de se informar corretamente nesse contexto, são as contingências. O que não dá pra aceitar é o chute travestido de análise. E se tem alguém que consegue relacionar uma derrota da seleção com o presidente Lula, consegue relacionar qualquer coisa com qualquer coisa. É pau pra toda obra. Obra da oposição, claro.

E foi assim que a brilhante Lucia Hippolito surgiu aos incautos ouvidos de quem ousava escutar a CBN. Estava ali a primeira a afirmar que "a culpa é do Lula", com uma argumentação de dar inveja a qualquer orador de boteco.

Primeiro, dizia do sofrimento que enfrentava na sua casa, no Jardim Botânico, bairro nada pobre do Rio de Janeiro. Uma sofreguidão ver o Morro Dois Irmãos, a Pedra da Gávea e o céu "num breu só", lamentava. Depois, começava a esbravejar que Lula tinha reduzido o IPI dos produtos da chamada linha branca, sugerindo de forma sutil que essa atitude seria uma das responsáveis pelo apagão.

"Como assim???", você deve estar pensando. Pois é, existem governos que fazem programas de substituição de geladeiras para economizar energia. Afinal, uma geladeira velha gasta mais que uma nova. Hippolito entende que é contrário. Deve ter informações exclusivas que lhe asseguram que o mundo está errado e ela está certa.

Outro aspecto interessante da fala é que ela, na sua casa "modesta" de um bairro nobre carioca acha que pode consumir energia elétrica à vontade. Mas os pobres, ah, essa gente... não tem direito de comprar uma geladeirazinha. Assim, eles causam apagão, será que essa gente não sabe disso??

Quando a apresentadora da CBN que conversava com a analista, talvez clamando pelo bom senso, explicou que o problema estava relacionado a Itaipu e longe, bem longe de estar ligado a um eventual pico de consumo, o telefone de Hippolito caiu. "Graças a Deus", pensei eu. Mas ela retornou, dessa vez com outro discurso, dizendo que era um absurdo o Brasil depender tanto de Itaipu, da energia hidrelétrica, que era preciso investir em fontes alternativas de energia e blablabla... Sempre responsabilizando o governo.

Essa mesma pessoa hoje falou que o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, "disse bobagens" na sua coletiva em que explicava o apagão. Simplesmente porque ele falou que o blecaute de agora não tinha nada a ver com o de 2001. No que ela, Hippolito, concordou, num lapso de sanidade. Mesmo assim, insistiu que ele falou bobagem. Quem quiser ouvir a fala de Hippolito, clique aqui e descubra o que ela quer de fato dizer.

Em tempo: pela manhã, no Bom Dia Brasil, Alexandre Garcia conseguiu ir mais longe e relacionar o problema da energia no Brasil com "os índios e o MST". Será que a auto-crítica dessa gente morreu? Ou seria um apagão eterno do bom senso?

terça-feira, novembro 10, 2009

Momento do mé: Marimbondo

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De volta ao Sabor do Picuí, como prometido, provei a Marimbondo, outra cachaça da Paraíba.

Ludmila Tavares
De Guarabira, também é branquinha, transparente. Bem mais fraca (42%), desce incrivelmente macia para uma chambirra sem ser envelhecida. Com o calor que estava no sábado, desceu abrindo espaço para o almoço (e a pimenta) que vinham a seguir. Não sei se foi a mesma que o Nicolau provou, só sei que a impressão foi completamente diferente.

O problema é que não consegui grandes informações sobre a danada. Nem foto, por isso a opção pelo inseto. A maior parte da agricultura no município está ligada à subsistência e não tanto à produção de cana de açúcar, embora exista outra da que passarinho não bebe produzida por lá, uma tal Donzela. Só que essa eu nem tenho ideia de onde encontrar em São Paulo.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Caso Uniban, CPI Gay, parlamentares guiam suas decisões através de suas religiões e a vida anda difícil...

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Ventos conservadores balançam o estandarte brasileiro. "Puta-Puta-Puta", ouviu a estudante Geisy Villa Nova Arruda. Pouco tempo depois, assistíamos a sua expulsão pela gloriosa cátedra Uniban, também carinhosamente apelidada de "UniTaleban", pelos blogueiros, internautas e tuiteros, que por sua vez estão infernizando a vida da instituição.

O resultado: na tarde desta segunda-feira, 9, a instituição recuou e revogou a expulsão de Geisy. O assunto é tão surreal que vale a pena ver as cenas do quase linchamento da estudante de turismo e ler a justificativa pitoresca da Uniban, para expulsar a aluna.

Sinceramente, neste caso, pouco me importa se a Uniban é uma fábrica de diploma ou se agora a estudante vai posar nua. O fato é que chegamos ao ponto da sociedade (uma parte, óbvio!) agredir e ser conivente com a barbárie pelo simples motivo do uso de uma minisaia!

É o retrato do cotidiano do país que exclui, criminaliza, marginaliza e agride a diversidade, seja ela qual for. Sem falar do machismo e da intolerância, cultivados com ardor... Enfim, um episódio que dá a dimensão do retrocesso de nossa realidade, e que dá nojo só de imaginar onde podemos chegar...

Mas voltando para o caso Uniban, outro ponto que me chocou é o histórico do “adevogado” da dita instituição, Décio Lencioni Machado, que atribuiu à postura da estudante Geisy Villa Nova Arruda a razão de sua expulsão da universidade. Ele que preside a Comissão de Legislação e Normas do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e é conselheiro da Câmara de Educação Superior.

Criado em 1963, o Conselho tem como objetivo traçar normas para organização do sistema de ensino de todo o estado, incluindo autorização para instalação de universidades públicas estaduais e municipais e são "escolhidos entre pessoas de notório saber e experiência em matéria de educação, observada a devida representação dos diversos graus de ensino e a participação de representantes do ensino público e privado". Para exercer o cargo, o conselheiro é remunerado: recebe gratificação por sessão plenária e de câmaras ou comissões permanentes.

Medo! Só rindo mesmo do ataque de fúria de Hitler sobre a comparação dos nazistas da Uniban e sua gente iluminada... Ou apostar na cobrança do MEC e da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.

E piora
E, como se não bastasse a demonstração de preconceito, fúria e machismo dos estudantes da Uniban (e a atitude da própria instituição), a psicóloga evangélica Rozangela Justino, conhecida por oferecer tratamento para curar os homossexuais – e receber censura pública do Conselho Federal de Psicologia (CFP) –, agora dedica seu blogue auxiliar seus irmãos a votarem “NÃO” na enquete que o Senado Federal criou sobre a aprovação do PLC 122/06, que criminaliza a homofobia no Brasil.

Rozangela alega no texto que “infelizmente, não podemos apoiar qualquer Projeto de Lei e nem lei pró-homossexualismo porque tais projetos de leis e leis têm finalidades políticas e econômicas, e na verdade não são para proteger e nem ajudar qualquer pessoa na condição homossexual, muito pelo contrário, é para impedir que sejam ajudadas, inclusive”. Ela ainda propõe criar a "CPI das Passeatas Gays”, “A CPI do Movimento Gay”. Segundo a "psicóloga", "assim, estaremos verificando o porquê do investimento do poder público neste movimento desconstrutor social e dos princípios cristãos, em detrimento de necessidades básicas do povo brasileiro".

E se engana quem acredita que uma manifestação como da "psicóloga" ou dos estudantes e membros da gloriosa academia unibanense não reflete ou são frutos da postura conservadora de nossa política. Na recente pesquisa "Como Parlamentares Pensam os Direitos das Mulheres?", realizada pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), que entrevistou 321 parlamentares, entre deputados e senadores foi constatado que a influência da crença religiosa nas decisões dos parlamentares está cada vez maior.

A maioria (60%) dos parlamentares considerar errado legislar a partir de pontos de vista de crenças pessoais, mas 38% dos legisladores admitem tomar decisões de acordo com os princípios de suas religiões. Mas, nossos parlamentares de tudo não são tão maus... A pesquisa também constatou que o Congresso está mais aberto a reivindicações femininas, especialmente em relação a direitos das mulheres no mercado de trabalho.

Obrigado por nos deixarem trabalhar, apesar do Brasil continuar sendo o país latinoamericano com menos mulheres no Parlamento - 8%.

Brincadeiras a parte, a pesquisa também trouxe um dado interessante sobre o aborto: 57% dos parlamentares defendem, por exemplo, que a legislação permaneça como está, permitindo a prática somente em caso de estupro ou de risco de vida para a mãe. Os demais se dividem em dois grupos: 18% defendem a descriminalização total e 15% são contra a interrupção da gravidez em qualquer caso. Apenas 8% não se posicionaram e 1% admite ampliar a legislação em alguns casos. Resumindo, o árduo trabalho de chamar para a discussão o tema para lá de polêmico não anda sendo em vão.

Mas a vida anda difícil...

Chamar de "ladrão vendido" pode? Simon não apita mais neste ano

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Luiz Gonzaga Belluzzo, economista e presidente do Palmeiras, mostrou mais uma vez que é mais torcedor do que qualquer coisa. Não se aguentou ao ver os erros da arbitragem de Carlos Eugênio Simon na partida entre Palmeiras e Fluminense. À lista de impropérios:

"Ele está na gaveta de alguém. Só dá para entender assim. Ele dar uma falta dessas (de Obina, no gol anulado). Ele deve estar fazendo favor a alguém. Não sei a que time, se quer tirar o time da Segunda Divisão. Ainda houve um pênalti vergonhoso no Danilo. O Sérgio Corrêa (presidente da Comissão Nacional de Arbitragem) não devia ter escalado esse vigarista, que vai para a Copa do Mundo. O cara assaltou o Palmeiras. É inacreditável."

"(Simon) fez um serviço para o Fluminense."

"Estou dizendo que o Simon é safado, um sem vergonha e crápula."

"Adianta fazer protesto (à CBF)? A única coisa que pode se fazer é encher o cara de porrada depois de um assalto desse. O cara foi de má-fé. Ele já devia ter sido excluído do futebol."

"Ele fez de caso pensado (a anulação do gol de Obina). Eu que o encontre na rua, porque não tenho medo de ninguém. Tenho 67 anos e, se encontrar o Simon na rua, eu dou uns tapas no vagabundo."

Pode ter sido a gritaria do presidente alviverde, os repetecos do gol e do pênalti. Ou pode ter sido só bom senso. A CBF anunciou que Simon não apita mais neste ano. Agora, só na Copa? Segurem-se os sul-africanos.

A justificativa oficial foi a "repetição de erros cometidos durante a competição".

Quanta violência

Simon já foi chamado de covarde, pediu desculpas. Uma semana antes, Rogério Ceni acusou-o de perseguição.

Os gremistas também, que o diga o processado Eduardo "Peninha" Rômulo Bueno.

Em 2008, os reclamões foram os flamenguistas por um pênalti não marcado contra o Cruzeiro.

O Terra fez até um Top 10 dos maiores erros: Fluminense x Palmeiras ontem, Santos x São Paulo mês passado, Fluminense x Corinthians na Copa do Brasil, Ceará x Fortaleza no estadual deste ano, Grêmio x Internacional no estadual deste ano, Cruzeiro x Flamengo no Brasileirão de 2008, Botafogo x Atlético-MG na Copa do Brasil de 2007, Itália x Gana na Copa de 2006, Corinthians x Brasiliense na Copa do Brasil de 2002, Inglaterra x Suécia na Copa de 2002.

Alguém aí lembra de outros?

domingo, novembro 08, 2009

Garfado, Palmeiras entrega a liderança

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O Palmeiras foi derrotado pelo Fluminense no Maracanã lotado, deixando a liderança para o São Paulo. O alviverde teve um gol legal marcado por Obina e anulado por Carlos Eugênio Simon. Fred fez o gol que tirou o tricolor carioca da lanterna do campeonato.

O time visitante não jogou bem a ponto de merecer a vitória, especialmente no segundo tempo. Mas a falta inventada por Simon no gol de Obina deu contornos de injustiça ao resultado trágico da partida.

Enquanto Diego Souza não volta a ser posicionado bem perto da área adversária, ele segue rendendo menos. A defesa com Marcão continua dando emoções desnecessárias. Vagner Love precisa mais do que trocar a cor das tranças, precisa fazer gols.

Nas últimas sete partidas, o Palmeiras venceu um jogo, empatou dois e perdeu quatro. Não é trajetória de reta final de campeonato que se apresente. Agora, antes de o Palmeiras torcer por tropeços são-paulinos, precisa vencer seus jogos. E culpar a arbitragem pelo erro de hoje é simplismo a toda prova que pode, no máximo, expiar a raiva pós-rodada.

O desânimo que esse retrospecto vinha produzindo só aumenta agora pra este torcedor. Será que o time reage? Não é questão de matemática, é de futebol jogado dentro do campo durante o jogo.

Visão de longe: pintou o campeão?

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O resultado mais significativo deste final de semana, pelo Brasileirão, não foi a derrota do Palmeiras para o Fluminense, com a providencial ajuda de Carlos Eugênio Simon. Para mim, a consistente vitória do Flamengo sobre o Atlético-MG, fora de casa, foi o sinal mais claro de que pode estar pintando o campeão. O elenco da Gávea demonstrou que está com muita gana de erguer o caneco e provou para sua torcida, com uma atuação convicente, que "agora vai" nessa reta final. Uma vitória dessas dá muita moral. Apáticos, o São Paulo não tem time nem técnico para uma arrancada rumo ao título, o Palmeiras está em franca decadência e o Atlético-MG, mais uma vez, pipocou. E a tabela, na minha modestíssima opinião, favorece os cariocas.

Porém, na próxima rodada, acredito que nenhum dos quatro primeiros colocados terá dificuldade para vencer seus compromissos. O Palmeiras bate o Sport no Parque Antartica, assim como o São Paulo fará o dever de casa contra o Vitória. E Atlético-MG e Flamengo, mesmo jogando fora, vão atropelar os frágeis Coritiba e Náutico. Portanto, nenhuma alteração no topo.

A hora da verdade será mesmo a 36ª rodada. O Palmeiras terá um confronto complicado com o Grêmio, em Porto Alegre, e o São Paulo irá ao Rio de Janeiro enfrentar o Botafogo, podendo provar do mesmo veneno (arbitragem) que o alviverde provou contra o Fluminense. Minha aposta: líder e vice perdem. E o Atlético-MG empata com o Internacional. Por isso, acho que o Flamengo vence o Goiás e assume a ponta.

Na penúltima rodada, Atlético-MG e Palmeiras se enfrentam. Acho que os paulistas ganham. O São Paulo até pode vencer o Goiás em casa, mas o Corinthians entrega o jogo para o Flamengo - com o unânime aval de sua imensa torcida. Aí, na última rodada, o Botafogo vence o Palmeiras, o Atlético-MG vence o Corinthians, o São Paulo vence o Sport e o Flamengo bota a faixa no peito com uma vitória sobre o Grêmio, num Maracanã completamente lotado. Para glória de Andrade, Adriano e Petkovic.

Final: Flamengo campeão, 69 pontos; São Paulo vice, 68; Palmeiras terceiro, 64; Atlético-MG quarto, 63. Alguém aí tem outra teoria palpitológica?

Alívio

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Ontem, o Santos venceu o Náutico no Pacaembu por 3x1. Com a vitória, o time chegou aos 45 pontos - quantia que, segundo a maior parte dos analistas, livra qualquer time das possibilidades do rebaixamento.

Não que a queda tenha sido um temor real dos santistas em 2009 - diferentemente do ocorrido no ano passado, quando o Peixe acabou o primeiro turno do Brasileirão entre os quatro piores e flertou com a degola em muitas rodadas. Na verdade, neste 2009, a existência de mais times "dispostos a cair" fez com que o santista mais se irritasse com o futebol da equipe propriamente dito do que com qualquer possibilidade de queda.

De qualquer modo, é bom cumprir a cota de pontos e poder eliminar, de vez, o medo da degola.



E a partida em si até que foi divertida. O Náutico é realmente uma equipe frágil. Tanto que, no primeiro tempo, praticamente não ofereceu qualquer resistência ao Santos. O Peixe fez 1xo (num pênalti pra lá de mandrake) e poderia ter ido às redes mais vezes.

Veio a segunda etapa e Luxemburgo fez o óbvio: trocou os pífios Róbson e Jean por Mádson e Neymar. O banco a Neymar é até compreensível, já que o menino esteve com a seleção sub-17 até o início da semana e mal treinou no Santos. Mas quanto a Mádson... sim, ele estava numa decrescente, mas nunca, nunca que merece ficar na reserva de Róbson.

Com os dois baixinhos, o Santos entrou num ritmo interessante e parecia que iria golear o Náutico. Fez 2x0, mas, num contra-ataque, os pernambucanos tiveram um pênalti a seu favor (tão fajuto quanto o que beneficiou os santistas na primeira etapa, exemplo nítido de compensação) e diminuíram o marcador.

Quanto parecia que o Santos passaria um baita aperto - e deixaria de vencer após estar na frente, como fez contra Flamengo, Avaí, Internacional e São Paulo - Neymar resolveu mostrar porquê é um craque EM POTENCIAL (o caps é pra evidenciar que ele ainda não o é) e deixou tudo tranquilo. 3x1, vitória, 45 pontos e Série A em 2010.

Bastidores
Talvez tão importante quanto os 45 pontos foi o momento político que se passou na área onde os sócios do Santos ficaram ontem no Pacaembu. A partida de ontem foi a primeira após a oficialização da chapa O Santos Pode Mais, que, com Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues, lutará contra o grupo político de Marcelo Teixeira (que ainda não confirmou nem desmentiu sua candidatura) nas eleições do clube, que acontecem em 5 de dezembro.

Os oposicionistas estavam em maioria. E, na hora que o jogo já estava definido, entoaram com sucesso o canto "O Santos pode mais", que contagiou praticamente todos os que estavam na área dos sócios (com exceção óbvia dos que trajavam camisas da Rumo Certo, a chapa de Teixeira). Diferentemente do ocorrido em outros pleitos, Marcelo Teixeira parece estar em desvantagem. É esperar pra ver.

sábado, novembro 07, 2009

Didi, um brasileiro

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"Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!". Os versos de Carlos Drummond de Andrade são apropriados para descrever, hoje, a saudade que um conterrâneo sente a milhares de quilômetros da cidade mineira. Cleidimar Magalhães Silva, 27 anos, tem apelido e profissão bem brasileiros: Didi, jogador de futebol. Mais especificamente atacante, e ainda mais especificamente do CFR Cluj, time da Romênia já destacado aqui neste blog. Mas não se trata apenas de mais um brasileiro perdido nos confins do futebol. Didi é ídolo na cidade de Cluj-Napoca, na Transilvânia, por ter ajudado o clube a vencer o primeiro campeonato nacional de sua história. E disputou a Liga dos Campeões da Europa, contra times como o inglês Chelsea, que era treinado por Luiz Felipe Scolari, e o francês Bordeaux, obtendo a gloriosa façanha de vencer o Roma na Itália, em setembro do ano passado.

Nesta entrevista para o Futepoca, segue mais um pouco da vida desse itabirano simples, filho de um motorista aposentado e uma dona-de-casa (tem quatro irmãos), que deixou o Brasil há sete anos. Em busca de seu sonho.

Futepoca - Em que time você começou e se profissionalizou?
Didi -
No Valeriodoce Esporte Clube, de Itabira, onde comecei na categoria infantil, em 1997. Me profissonalizei em 2002, disputei a segunda divisão do Campeonato Mineiro e depois tive passagens por times da primeira divisão.

Futepoca - Quais times? Jogou sempre como atacante?
Didi -
Sim, sempre atacante. Pelo Uberlândia disputei o Brasileiro da Série C e, no mesmo ano, em 2003, joguei o Campeonato Mineiro pelo Social Futebol Clube, de Coronel Fabriciano. Fui a revelação e artilheiro do interior, voltei ao Valeriodoce e subimos para a primeira divisão. Daí fui emprestado ao Vila Nova de Nova Lima. Muitos times (risos). E depois disso disputei o Mineiro pelo Valeriodoce em 2004 e fui para o Santa Cruz, de Recife, disputar o Brasileiro da Série B.

Futepoca - Você se lembra de jogadores conhecidos com quem jogou nesses times? E técnicos?
Didi -
Joguei no Santa Cruz com o Iranildo, ex-Flamengo, e com o Carlinhos Bala. O treinador era o Péricles Chamusca, que tinha sido vice-campeão da Copa do Brasil com o Brasiliense.

Futepoca - Mas e depois, como é que você foi parar aí na Romênia?
Didi -
Em 2004, fui para Portugal, para um time da segunda divisão, e no ano seguinte fui contratado pelo Paços de Ferreira, time da primeira divisão. Fiquei três anos naquele país, até que surgiu essa aventura na minha vida, que era vir para um país de pouca expressão no futebol mundial, que eu só tinha ouvido falar na
Copa de 94. Mas as condições do contrato eram bem melhores que as de Portugal e resolvi arriscar. Acabou sendo o melhor momento de minha carreira. Cheguei em janeiro de 2007, tive oportunidade de ser campeão nacional e bi da taça romena.
.
Campeão na Romênia (à direita), com o CFR Cluj

Futepoca - Você disputou a Liga dos Campeões, um sonho para qualquer jogador. Estava na histórica vitória contra o Roma?
Didi -
Sim, tive oportunidade de jogar a Liga, mas nesse jogo, infelizmente, fiquei no banco os 90 minutos. Mas foi bacana pelo grupo e por ser uma vitória histórica. Joguei contra o Chelsea e Bordeaux.

Futepoca - E como foi essa experiência?
Didi -
Foi sinceramente única, não imaginaria jogar uma Liga dos Campeões depois de sair de uma equipe mediana de Portugal. Assim como não imaginaria chegar na Romênia e fazer história, pois o time tinha 100 anos e nem um título.

Futepoca - Qual era a equipe da segunda divisão de Portugal que te contratou? Eles compraram teu passe do Valeriodoce? Como foi essa transferência?
Didi -
Foi o Futebol Clube do Marco. Fui de passe livre, depois de um empresário ter me visto num jogo do Campeonato Mineiro contra o Cruzeiro, no Mineirão, e gostado do meu futebol. Ele me propôs jogar no Santa Cruz e, de lá, me levou para Portugal. Fui para o Clube do Marco, que estava fazendo um time para subir para a primeira divisão, e consegui fazer 12 gols em 24 jogos. Daí apareceu o Paços de Ferreira.

Futepoca - Você se lembra de alguma grande partida que fez nessa época?
Didi -
Em Portugal minha melhor partida foi contra o Sporting, time do brasileiro naturalizado português Liédson. Ganhamos de 2 a 0, em casa. Foi um grande jogo, pessoal e coletivo. Já aqui na Romênia, o jogo que marcou mesmo foi um que ganhamos de 1 a 0 do Pandurii, gol meu. Faltando 12 minutos para o jogo terminar, tive que ir para o gol, pois nosso goleiro foi expulso e tinham acabado nossas substituições. Tive duas saídas do gol e fiz uma defesa num chute de fora da área, recebi até prêmio a mais (risos).

Futepoca - Você deve ser um grande ídolo deles...
Didi -
O presidente esse dia me tratou como um herói (risos). Aqui sou muito respeitado pelos torcedores, onde vou sou bem recebido. Quando ganhamos o campeonato nacional, a cidade parou. Tinha mais de 15 anos que o título só ficava na capital, Bucareste, com o Steua, o Dínamo e o Rapid. E depois de três dias fomos ser campeões de novo, da copa romena.

Futepoca - E como foi tua adaptação na Romênia? A língua, o clima, a comida? Levou familia?
Didi -
Hoje já domino o idioma muito bem, é uma lingua latina com muitas palavras semelhantes ao português e ao espanhol. Tive a ajuda da minha esposa, Sandra. Estamos juntos desde 2001, e, na Europa, desde 2004. Depois veio o nascimento de minha filha, Giovanna, que vai fazer dois anos. A família se adaptou muito bem aqui. É uma vida tranquila, o país ainda é pobre, tem uma diferença de classe social. A comida já me acustumei, eles comem muito frango, porco. Tem umas comidas típicas deles que também são boas. Bebida, que eu saiba, não tem nada de especial. Eu prefiro uma cervejinha, principalmente no verão deles, que é muito forte e abafado, chega a fazer 40 graus.

Churrasco regado à cerveja mexicana Corona

Futepoca - E a cerveja daí é boa?
Didi -
Tem algumas marcas de cerveja deles, mas não gosto muito, prefiro uma cervejinha importada, como a mexicana Corona e a italiana Peroni. Não se comparam a nossa Skol.

Futepoca - Você falou que a Romênia é um país socialmente atrasado. Você acompanha a política daí? Lê alguma coisa, tem opinião? E sobre o Brasil, acompanha? O que acha do governo Lula?
Didi -
Olha, acompanho sim, alguma coisa. Não tem muitos anos que acabou o comunismo, então o povo ainda está começando a ter a noção da coisas. Sinceramente, de política, não entendo muito não (risos). Mas acho que o presidente terá muito trabalho pra fazer dessa nação um grande país europeu. Sobre o Brasil, tenho visto melhoria com o Lula. É um dos poucos países que não foram muito afetados pela crise mundial.

Futepoca - Pra encerrar, quais são os seus planos para o futuro? Fica na Romênia até quando? Gostaria de voltar a jogar no Brasil? Por qual time?
Didi -
Tenho contrato até 2010 aqui, mas tudo na vida tem momentos. Sou agradecido por tudo que fizeram por mim, mas acho que posso sair nesse fim de ano. Minha vontade e dos meus representantes é dar um pulinho no Oriente ou na Ásia. Tenho imensa vontade de voltar ao Brasil pra jogar, mas sei da dificuldade que é arumar um grande clube aí, por estar jogando num país não muito forte no futebol. Como sou mineiro, gostaria de ir para um time de Belo Horizonte.

Futepoca - Vai entregar? Galo ou raposa?
Didi -
Hahahahaha. Posso não, uai!

Futepoca - Então só me diz se teu time está com grande chance de ser campeão brasileiro...
Didi -
Hehehe. Está entre os candidatos. Mas tomara que o título possa ir pra Minas Gerais, o que só enriquece mais o meu estado.

sexta-feira, novembro 06, 2009

Quanto menos anúncio do governo, mais escândalos publicados

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É na Argentina.

Um estudo aponta uma relação inversamente proporcional entre a soma do espaço dedicado à cobertura de escândalos de corrupção no governo e o volume de recursos aplicados em publicidade estatal para a empresa ao mês. A pesquisa Publicidade do governo e a cobertura da mídia sobre escândalo de corrupção mostra ainda que o número de furos cai e o de casos omitidos do noticiário aumenta quando há mais verbas publicitárias públicas na conta.

Assinado pelos economistas Rafael Di Tella (da Universidade de Harvard) e Ignacio Franceschelli (da Universidade de Northwestern), o estudo analisou as páginas de Clarín, La Nación, Página 12 e Ámbito Financiero, que representam 74% da circulação diária de jornal.

A soma das áreas dedicadas à denúncia de corrupção em relação à área total da capa do jornal gera o número de unidades de "capas de jornal".

"O tamanho é considerável: um aumento no desvio padrão na publicidade mensal do governo (260 mil pesos de 2000) está correlacionado à redução da cobertura dada a um escândalo de corrupção do governo no mês em quase metade da cobertura, ou 37% do desvio padrão em nossa medida de cobertura na capa", conclui o texto.

Eles ainda analisam a ocorrência de furos e omissões. Furo, para o estudo, é a primeira notícia que um veículo publica sobre um escândalo. Omissão é a ausência de cobertura sobre um escândalo descoberto por outra publicação. A relação entre essas variáveis e a publicidade é parecida: quanto mais verba investida, menos escândalos descobertos e mais omissões. E vice-versa.

O estudo aponta que insistir em escândalos de corrupção significa aumento da circulação. A conclusão é que há um modelo em que os jornais enviesam a cobertura a favor do governo em troca de mais publicidade apesar de isso representar queda de receita advinda de circulação.

Embora o estudo não tente estabelecer relação de causalidade, os dados sugerem que os joranis reagem a anúncios governamentais, e não o contrário.

O estudo lembra do histórico de retaliação empregado por governos latino-americanos e o uso da verba publicitária. Eles lembram casos em que o corte de anúncios foi usado como opção política no governo de Néstor Kirchner.

quinta-feira, novembro 05, 2009

FHC e Caetano: separados no nascimento

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A sacada foi do Rodrigo Vianna. Parece que, à medida que o tempo passa, um e outro se assemelham não apenas no gesto, na ideoologia, na capacidade de fazer murcharem as flores quando abrem a boca, mas também fisicamente.

Sufoco, calor e garganta seca

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Por Moriti Neto


Noite quente. Jogo e cerveja também. A partida entre São Paulo e Grêmio, no estádio Olímpico, foi bastante movimentada, embora, em vários instantes, o corre-corre só tenha sido garantido por chutões para as áreas tricolores.

O começo do jogo até que foi promissor. O time do Morumbi pressionava a saída gremista e passava mais tempo no campo de ataque. A posse de bola paulista era muito maior do que a do adversário, mas justamente quando era melhor, a equipe tomou o gol numa falha grotesca da defesa. Aos 24 minutos, Douglas Costa levantou a bola e Rafael Marques, entre cinco são-paulinos, cabeceou sem dificuldades, fazendo 1 a 0 para o onze gaúcho.

Não demorou muito e o Tricolor Paulista, voltando a dominar o controle da redonda, empatou a peleja. Hernanes fez boa jogada pela ponta direita, cruzou de pé esquerdo e Dagoberto marcou. Eram 31 minutos e, curiosamente, a bola desviou em quem antes de entrar? Em Rafael Marques, autor do tento do Grêmio. Daí para frente, os goleiros Rogério Ceni e Victor praticamente não trabalharam na etapa inicial.

No segundo tempo, o ritmo mudou. Os donos da casa vieram dos vestiários com disposição de jogar ofensivamente e criaram duas chances aos 12 e aos 13. O São Paulo só respondeu aos 21. A partir de então, a coisa começou a ficar desesperadora. A geladeira de casa pifou e, na pressa de tomar as últimas cervejas que resistiam bravamente ao calor, não vi a jogada, aos 30, em que Jean teria feito pênalti em Fábio Santos.

Para aumentar a tensão, somando-se ao calor e à ausência da gelada, quando os são-paulinos equilibravam a situação, Borges, que entrara no lugar de Washington, foi expulso, aos 32. E repentinamente, o São Paulo ficou sem ataque, pois Dagoberto, um minuto depois, também tomou o vermelho. Coincidências nas exclusões: as duas faltas foram feitas no volante Túlio e tiveram alto grau de imbecilidade.

Paulo Autuori fez o óbvio e mandou sua equipe à frente. A pressão foi grande e Rogério praticou, ao menos, três defesas salvadoras. Eu, claro, batia na geladeira para descontar a tensão – não sei se com raiva da própria ou se pelo descontrole inexplicável de um time experiente, que disputa um título e tinha condições de virar o resultado. Enfim, creio que a bronca era multiplicada.

Aos 48, Jean levou o segundo amarelo. Apenas oito são-paulinos ficaram no gramado. O jogo iria até os 51. Até o apito final do juiz, o tempo foi de sufoco.

Com o empate fora de casa contra a equipe de melhor campanha como mandante, três atletas a menos e a liderança provisória do campeonato, o São Paulo saiu no lucro. Não posso dizer o mesmo. Sofri com o jogo e fiquei sem cerveja gelada.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Tipos de Cerveja 43 - As Schwarzbier

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Essa palavra, em alemão, significa simplesmente "cerveja preta". Não tem nenhuma conotação com a cerveja ser encorpada, leve ou complexa, apesar da tendência ser para exemplares que não dependem tanto do malte, como as Stout e as Porter - havendo, portanto, destaque para o sabor do lúpulo, o que lhes dá um certo caráter amargo, não presente nos outros dois estilos referidos. "São uma excelente escolha para os dias frios, já que são cervejas suficientemente complexas, saborosas e encorpadas para aquecer qualquer alma, e isto sem o caráter pujante e por vezes sobredimensionado das Porter e nas Stouts", opina Bruno Aquino, do site Cervejas do Mundo. Ele recomenda as seguintes Schwarzbier: Sprecher Black Bavarian (foto), Herold Cerny Lezak e Kulmbacher Monchshof Shwarzbier.

O dia em que Renato Gaúcho usou o São Paulo

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Aliviado com o empate que o São Paulo segurou em Porto Alegre contra o Grêmio, jogando os minutos finais com três a menos (partida que o Moriti Neto vai comentar com mais propriedade), recupero aqui um episódio curioso daquele que talvez seja o maior ídolo do tricolor gaúcho. Em 1994, Fernando Casal de Rey assumiu a presidência do clube do Morumbi com a difícil tarefa de manter um mínimo de dois títulos expressivos por ano. Tinha sido assim em 1991, quando o São Paulo venceu o Brasileirão e o Paulista; em 1992, com a Libertadores, o Mundial e, de quebra, o Paulista; e em 1993, com o bi da América e do Mundo, mais o bônus da Supercopa. Mas a geração comandada pelo técnico Telê Santana demonstrou cansaço e, em 1994, início da gestão de Casal de Rey, perdeu o tri da Libertadores em casa e só faturou uma Conmebol com o Expressinho, sob a batuta de Muricy Ramalho.

Em 1995 e 1996, o time não ganhou nada de útil. Por isso, em 1997, Casal de Rey prometia uma contratação de peso, para acalmar a torcida. E a bola da vez foi o veterano Renato Gaúcho, então com 33 anos, que chegou a ser apresentado à imprensa em 14 de fevereiro (foto acima). Só que o presidente sãopaulino não sabia que tudo não passava de uma provocação do jogador ao seu ex-clube, o Fluminense, que lhe devia dinheiro. Deu certo: três dias depois, o tricolor carioca saldou a dívida de R$ 1,1 milhão com Renato, que voltou pras Laranjeiras. Fernando Casal de Rey ficou com cara de tacho e, naquele ano, ainda veria o São Paulo ser vice paulista e da Supercopa. Em 1998, quando terminou seu mandato, conseguiu ver o clube campeão paulista. Mas amargou mais um vice, do Rio-São Paulo. Sem dúvida, um presidente sem sorte. E que ficou marcado pelo "mico" do Renato Gaúcho.

terça-feira, novembro 03, 2009

Preparação para a Copa de 2014

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Escolhida como uma das cidades-sede da Copa de 2014, Fortaleza, capital do Ceará, já começa a adaptar suas placas de trânsito para os turistas internacionais. Há dez anos, morei por um tempo na Varjota, território colado ao bairro Papicu (com a tônica na última sílaba, mesmo) - o nome que considerei mais "exótico", por assim dizer, quando aportei em terras alencarinas. Pois vejam na foto abaixo, com a Catedral Metropolitana ao fundo, uma sugestiva tradução para o inglês dessa localidade fortalezense...

Um empate, uma risadinha e os riscos

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Dentro de um avião era onde eu estava na hora do jogo de domingo. Não vi o empate entre Palmeiras e Corinthians e, em plena terça-feira, todos os comentários foram feitos.

O que vi do jogo foi um motorista de uma van com fone de ouvido soltando uma risadinha. Era o segundo gol corintiano que ele escutava. Só descobri o resultado uma hora depois.

Depois, agora há pouco, longe dali, no centro de São Paulo, um corintiano diz para dois palmeirenses:

– O Corinthians não quer nada no Brasileiro, por isso deixou empatar.

Pode não querer, mas jogou melhor do que o Palmeiras e só sofreu o empate aos 40 do segundo tempo.

Empatados em número de pontos, a liderança do campeonato é definida, após a 33ª rodada, no saldo de gols, já que no primeiro critério de desempate, número de vitórias, há igualdade.

Palmeiras, São Paulo e Flamengo tem três partidas como visitante e duas como mandante. O Atlético-MG é o inverso, duas fora e três em casa.

O Flamengo tem um adversário na zona da degola, três que devem ir à Sul-Americana e o "desinteressado" Corinthians. As aspas são pelo jogo de domingo.

O Atlético-MG é o único livre dos candidatos sérios ao rebaixamento. O pior na tabela é o Coritiba. Mas tem Palmeiras, Flamengo e Internacional pela frente, rivais pelo título ou pela Libertadores.

O São Paulo tem um no G-4 dos pesadelos e o Botafogo que luta para não ficar por lá. Nenhum adversário está na disputa pelo título. O restante mora, hoje, na Sul-Americana.

O Palmeiras tem dois rivais entre os últimos da tabela e o mesmo Botafogo que na mesma situação. Há ainda um que ainda briga pela taça ou, no mínimo, por vaga na Libertadores. Sobrou um na Sul-Americana.

Para mim, a trajetória dos atleticanos é a mais complexa no papel. A mais suave, no mesmo papel, seria a do Flamengo. O que o Palmeiras tem pela frente me parece mais difícil do que o que o São Paulo vê a seguir.

Contra Náutico e Santo André, o Verdão perdeu no segundo turno fora de casa. Não é uma conta favorável. Mas time que quer o título precisa vencer na reta final contra quem quer que seja.

À lista:

São Paulo
Grêmio (fora) só leva a Sul-Americana
Vitória (casa) só leva a Sul-Americana
Botafogo (fora) foge da degola
Goiás (fora) só leva a Sul-Americana
Sport (casa) G-4 dos pesadelos

Palmeiras
Fluminense (fora) G-4 dos pesadelos
Sport (casa) G-4 dos pesadelos
Grêmio (fora) só leva a Sul-Americana
Atlético-MG (casa) disputa o título
Botafogo (fora) foge da degola

Atlético-MG
Flamengo (casa) disputa o título
Coritiba (fora) no limbo entre degola e sul-americana
Internacional (casa) entre a Sul-Americana e a Libertadores
Palmeiras(fora) disputa o título
Corinthians (casa) já na libertadores

Flamengo
Atlético-MG (fora) disputa o título
Náutico (fora) G-4 dos pesadelos
Goiás (casa) só leva a Sul-Americana
Corinthians (fora) já na libertadores
Grêmio (casa) só leva a Sul-Americana

Quem me convence de que estou errado?