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Até agora, o jogo mais emocionante em esportes coletivos que contaram com a presença do Brasil foi a partida contra a Hungria, no handebol feminino, disputada na madrugada de hoje. Claro que o massacre da seleção feminina de vôlei contra a Rússia, uma das favoritas, foi o resultado mais comemorado, mas o jogo das meninas do hand foi épico. 
Com uma atuação esplendorosa da central Anita Görbicz (à direita), a seleção húngara conseguiu terminar o primeiro tempo com 5 gols de vantagem, 17 a 12. Parecia tudo perdido e restaria às brasileiras apenas diminuir a diferença do placar desfavorável. Mas o treinador espanhol Juan Oliver acreditou e adotou o sistema 3-3, com uma marcação mais agressiva. Aí apareceu a estrela da brasileira Duda Amorim (abaixo, à esquerda), artilheira da equipe na partida e logo veio o empate em 17, algo impensável segundo as circunstâncias.
Daí pra frente, o Brasil permaneceu sempre atrás no placar, empatando de quando em quando. Mas, a três minutos do final, passou a frente e chegou a abrir vantagem de dois gols. Uma tensão anormal até o fim e, no último segundo, a Hungria conseguiu empatar em 28 a 28. Sabor de vitória para elas, mas o empate mostrou que a seleção tem potencial e pode até surpreender se conseguir manter o alto nível da partida de hoje.
As húngaras foram vice-campeãs olímpicas em 2000 em uma modalidade onde o domínio europeu é mais que evidente. Das 30 medalhas distribuídas até hoje no masculino apenas uma foi para um país de fora do continente: Coréia do Sul em 1988. Porém, é no feminino que as sul-coreanas mostram mais força. São dois ouros (1988 e 1992) e três pratas, incluindo a última edição dos Jogos, quando foram derrotadas na final pela Dinamarca (atual tricampeã mas que não conseguiu vaga para Pequim). E as orientais estão no grupo do Brasil junto com a Rússia, atual campeã mundial.
O grupo brasileiro é complicado, mas dá pra pensar em ficar entre as quatro classificados e pelo menos repetir a colocação de Atenas, sétimo lugar.


Amigos e amigas, volto a ocupar esse nobre espaço. Ainda pegando carona no Dia dos Pais, lanço aqui um desafio para os meus cinco leitores (seriam tantos assim?): gostaria de saber qual é, na opinião de vocês, a melhor dupla de pilotos pai e filho da história da Fórmula 1. Obviamente, os critérios de avaliação são subjetivos. É geneticamente impossível compará-los utilizando os métodos convencionais, pois correram em épocas diferentes e com carros muito distintos. Filho do melhor piloto brasileiro de todos os tempos, Nelsinho Piquet é o 13º herdeiro a seguir as aceleradas do seu genitor. O primeiro a ter algum sucesso foi o alemão Hans-Joachim Stuck (acima). Nos anos 1970, o filho do lendário Hans Von Stuck, um mito das corridas de montanha e piloto dos primórdios da F-1, até conseguiu alguns pódios. Mas ficou a léguas do seu velho.
Outro que ficou longe do pai foi David Brabham (à esquerda), filho do tricampeão Jack Brabham. Nos anos 1990, David fez duas temporadas, uma pela equipe que leva seu sobrenome (e que foi fundada por seu pai), e outra pela Simtek, que ficou macabramente famosa por ser a equipe de Roland Ratzemberger, o austríaco que foi deste para algum lugar na véspera do acidente fatal de Ayrton Senna, em Ímola, 1994. Melhor sorte tiveram Jacques Villeuneuve (abaixo) e Damon Hill, respectivamente filhos do maluco genial Gilles Villeneuve e do inglês bicampeão mundial Graham Hill.
Villeneuve e Hill Junior foram campeões do mundo ao volante da Willians nos anos 1990. Hill, inclusive, é até hoje o único campeão filho de campeão do mundo da história da F-1. Este colunista torce para que Nelsinho seja o sócio número 2 deste restritíssimo clube e aproveita a ocasião para fazer um brinde aos pais, pilotos ou não, que visitam esse blogue.










Tinha tudo preparado para minha estréia neste novo e nobre espaço. Não que eu seja um entusiasta admirador do são-paulino Felipe Massa. Até pelo contrário. Quem leu meu perfil sabe de quem sou fã, mesmo! Mas infelizmente já se vão 17 anos que Nelson Piquet Souto Mayor descalçou as sapatilhas e guardou a balaclava. De qualquer maneira, seria um bom começo no site, com um brasileiro vencendo pela sétima vez no travado e enfadonho circuito de Hungaroring. Até já me preparava para chamá-lo de Brasilring. Mas quando tudo parecia resolvido, eis que os fantasmas da pista magyar resolveram aprontar mais uma. A três voltas do fim, o até então confiável propulsor de Massa foi pelos ares, produzindo fumaça e lágrimas no rosto do piloto que estava prestes a colocar as mãos na liderança do championship (acima). Aliás, sou de um tempo em que piloto não chorava. Nem quando ficava preso entre as frágeis ferragens de outrora. Mas deixemos isso para lá. Em matéria de lágrimas, prefiro as de Jade Barbosa.
Voltando aos virabrequins, não é de hoje que o autódromo húngaro prega peças em pilotos que já se imaginavam ouvindo o hino no pódio. A primeira vítima foi Nigel Mansell. O arrojado e estabanado inglês passeava pelo circuito contando os minutos para mais uma vitória na temporada de 87. Até que, em um trecho intermediário, o Williams 5 começou a sambar feito bêbado em final de desfile de carnaval. No pit-stop, um mecânico descuidado não apertou a porca de uma das rodas do carro do bigodudo como o manual manda. Para desespero do inglês, o rival e desafeto Nelson Piquet (à direita) conquistou a segunda vitória consecutiva no autódromo húngaro, o primeiro de um país da extinta cortina de ferro a receber o milionário e capitalista circo da F-1. Na época, houve quem desconfiasse que Piquet havia dado uns trocados para o mecânico desastrado. Como isso nunca se provou, a história entrou para o folclore da categoria. A vitória na Hungria foi a plataforma do tricampeonato do maior piloto brasileiro de todos os tempos.
Em 2006, outro ilustre competidor passou por mico semelhante ao de Mansell. Então lutando pelo seu segundo título mundial, o marrento espanhol Fernando Alonso viu seu campeonato se complicar após um simples pit-stop. Contrariando a célebre máxima de Karl Marx, dessa vez "a história não se repetiu como farsa". Outro mecânico desatento não apertou como deveria uma das porcas da roda do Renault do asturiano. Com o carro descontrolado, Alonso abraçou a barreira de pneus. A prova, disputada sob chuva e coalhada de acidentes, dessa vez foi vencida por um inglês. Jenson Button (à esquerda) redimiu seus conterrâneos e faturou aquela que é até hoje sua única vitória na F-1. Se isso serve de consolo para o chorão Massa, Hungaroring não conseguiu impedir que Hill, Mansell e Alonso entrassem para o fechado clube dos campeões mundiais de F-1. Massa tem boas chances de conseguir sua carteirinha. Sorte dele que Hungaroring só tem uma vez por ano...
A exceção talvez seja o campeão mundial de 1982, Keke Rosberg (à direita). O ex-piloto da Fittipaldi e da Williams ostentava um belo e hoje fora de moda bigodão. Além da fisionomia, aparência e talento, os finlandeses têm outro gosto comum. Aliás, uma qualidade muito apreciada por este blogue: a manguaça. 
Sou Chico Silva, jornalista, santista, wilderista (alguém que é louco por Billy Wilder) e, acima de tudo e todos, nelson-piquetista. Aliás, devo o interesse no jornalismo ao Piquet (que aparece na foto, de branco, trocando "afagos" com Eliseo Salazar). E é engraçado: escrevi sobre quase tudo nessa vida, menos sobre F-1 - até o Futepoca me pôr na pista. Iniciei minha carreira no Lance!, em 1997. Depois passei pelo IG, um mês, e IstoÉ, sete anos, na qual atuei nas editorias de Brasil e Comportamento. Aí fui ver como era a vida do lado de lá do balcão. E nesse caso não era o do bar, infelizmente. Fiz assessoria para o ministro do Esporte nos Jogos Pan e Parapan-americanos e depois integrei a equipe de jornalistas que produziu o relatório oficial do governo federal sobre o Rio 2007. Ah, ia esquecendo um detalhe relevante: fui jurado da primeira edição do Boteco Bohemia de São Paulo, realizado em 2004. No Futepoca, não poderia omitir tal informação. Abraço a todos e até minha primeira coluna, nesta segunda-feira, com a análise do GP da Hungria!







