Santos e Palmeiras
disputam amanhã o chamado “clássico da saudade”, referência ao
confronto que era um dos maiores do país na Era de Ouro do futebol
nacional, a década de 60. E, pelos desfalques de cada um e pelo que
os times vêm jogando, deve sobrar saudades mesmo. O Santos não vai
poder contar com Neymar e Montillo, em suas respectivas seleções,
além de Emerson Palmieri, Patito Rodríguez, Marcos Assunção e
Felipe Anderson. Do outro lado, o técnico Gilson Kleina do Verdão
não vai contar com Henrique, Vilson, Leandro Amaro, Souza, Valdivia,
Maikon Leite e Kleber.
Mas o clássico tem história, e é nela
que se pode confiar para que um bom jogo aconteça amanhã. A
primeira partida entre os dois data de 3 de outubro de 1915 e foi
realizada no Velódromo de São Paulo. Goleada alvinegra sobre o
então Palestra Itália por 7 a 0, com três gols de Ary Patusca,
dois de Anacleto Ferramenta, um de Aranha e outro de Arnaldo Silveira, autor do primeiro gol oficial da história do Santos. O
Verdão devolveria a humilhante goleada em 1932, com um 8 a 0 em uma
peleja na qual o Peixe terminou com nove jogadores, com dois gols de
Romeu Pelliciari, dois de Imparato III, além de anotações de Lara,
Sandro, Avelino e Golliardo.
Desde aqueles idos
tempos, foram diversos jogos entre os dois, alguns eliminatórios e
muitos que decidiram títulos mas que não eram finais propriamente
ditas, com exceção das partidas extras que definiram o chamado
supercampeonato paulista de 1959, com vitória do Palmeiras (ver
abaixo).
Abaixo, algumas das
partidas memoráveis desses dois gigantes do futebol:
Santos 7 X 6
Palmeiras (Rio-São Paulo de 1958)
Talvez a partida mais
emocionante entre os dois clubes e uma das maiores da história.
Dizem que cinco infartos ocorreram por conta daquela peleja, com três
reviravoltas no placar. No Pacaembu, 43.068 viram Urias marcar o
primeiro tento do jogo aos 18 minutos. A reação peixeira não
tardou e o menino Pelé, 17 anos, empatou para Pagão virar, aos 25.
Nardo empatou somente um minuto depois e o que se viu a partir daí
foi um atropelo santista até o final do primeiro tempo.
O time palmeirense era
inferior tecnicamente a uma equipe que tinha uma linha ofensiva
espetacular: Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe,
responsáveis pela histórica marca de gols no campeonato paulista de
1958. Foram 143 tentos em 30 partidas, 58 só do adolescente Pelé.
Após o empate, Dorval, Pepe e Pagão fizeram 5 a 2 ainda nos
primeiros 45 minutos.
Nesta matéria
do Esporte Espetacular, Zito conta que desceu para o vestiário
dizendo que eles tinham que marcar o maior escore da história, e
Pepe conta que o bicho, pago à época com o dinheiro da renda da
partida, já estava sendo separado para os atletas santistas. Mazzola
recorda que o goleiro Edgar chegou chorando ao vestiário, se
recusando a voltar para a etapa final. Oswaldo Brandão colocou Vitor
e o Palmeiras voltou outro depois do intervalo.
E em 18 minutos, um
motivado Verdão virou a partida pra cima do Peixe com Paulinho, de
pênalti, aos 16; Mazzola, aos 20 e aos 28, e Urias, aos 34. Um 6 a 5
que parecia sacramentar uma reação impossível, mas o impossível
não queria descansar naquela peleja. Pepe voltou a empatar aos 38,
de cabeça, e, aos 43, consolidou a última virada da partida.
Palmeiras 2 X 1
Santos (Campeonato Paulista de 1959)
O campeão Américo delira com o peixe (Palestrinos)
Como as duas equipes
haviam empatado na liderança ao fim do campeonato, foi necessário
decidir o título em uma melhor de quatro pontos. A série foi
iniciada em janeiro de 1960 e, depois de dois empates no Pacaembu nos
quais o time da Vila não contou com Jair e Pagão, no terceiro
confronto no mesmo estádio o Verdão faturou a taça. O jogo teria o
recorde de renda da história do Paulista até ali, com mais de três
milhões de cruzeiros arrecadados.
O 2 a 1 alviverde teve
gols de Pelé, Julinho e Romeiro e o Verdão saía de uma fila de
quase nove anos sem conquistar títulos, algo que incomodava a
torcida à época. O destaque do jogo foi o meia Chinesinho, que
havia chegado ao Palestra em 1958, vindo do Internacional, em uma
das transações mais caras do futebol de então. Mais tarde, foi
vendido ao Modena, da Itália.
Santos 2 X 2
Palmeiras (Copa do Brasil 1998)
O Santos não
conquistava títulos importantes desde 1984, mas vinha batendo na
trave após recuperar a sua autoestima no Brasileiro de 1995. Aquele
ano confirmaria o retorno santista às disputas de título, com o
time do técnico Emerson Leão terminando em terceiro lugar em três
competições: Brasileiro, Rio-São Paulo e Paulista, além de ter
vencido a Copa Conmebol.
A conquista que geraria outra
Já o Palmeiras de
Felipão era um time moldado à sua feição, com a dupla Paulo Nunes
e Oséas à frente e Alex e Zinho no meio, guardados por Galeano e
Rogério “Pedalada”. Após um empate em 1 a 1 no Parque
Antárctica, o Verdão passou à final contra o Cruzeiro com um 2 a 2
na Vila Belmiro, se classificando pelo critério de gols marcados
fora de casa. Marcaram para o Santos, que saiu da competição
invicto, Viola e Argel; para o Palmeiras, Oséas e o ex-santista
Darci. O título daquele torneio assegurou aos palmeirenses a vaga
na Libertadores do ano seguinte, quando se sagraram campeões
pela primeira vez.
Palmeiras 2 X 3
Santos (Campeonato Paulista de 2000)
Gol não tão bonito, mas precioso
Sem chegar a uma final
de Paulista havia 16 anos, o Santos disputava a segunda partida da
semifinal no Pacaembu contra o forte Palmeiras. Na primeira peleja,
no Morumbi, o Verdão chegou mais perto da vitória, mas um então
jovem Fábio Costa evitou que a partida saísse do zero a zero.
A segunda partida
também foi no estádio da Zona Sul e o Alviverde, que tinha a
vantagem do empate, conseguiu se impor ao marcar com Argel, aos 32 do
primeiro tempo, e Euller, aos 8 da etapa final. Aquela partida
disputada pela manhã, contudo, se tornaria histórica para os
santistas.
Com uma bela
finalização, Eduardo Marques diminuiu para o Peixe aos 23 e
Anderson Luiz empatou aos 32. O Palmeiras recuou buscando manter o
empate que lhe bastava e o Santos partiu para cima, sem muita tática
ou técnica. E, após um cruzamento de Robert, Claudiomiro dividiu
com Marcos e cabeceou para o gol, com a bola ficando limpa para Dodô,
caído, marcar o gol da virada. O Peixe do técnico Giba chegava à
final, a qual perderia para o São Paulo.
Santos 2 X 1
Palmeiras (Campeonato Paulista de 2009)
Fez a diferença o baixinho (Nilton Fukuda/AE)
O Palmeiras era
favorito nas semifinais do Paulista, havia feito a melhor campanha na
primeira fase, e o Santos era uma equipe em formação. Vágner
Mancini já aproveitava Paulo Henrique Ganso como titular e tinha
promovido naquela competição a estreia de Neymar como profissional.
A equipe de Vanderlei
Luxemburgo havia perdido a primeira
na Vila por 2 a 1 e saiu perdendo também no Parque Antarctica
logo aos 17, com Madson, um dos destaques daquela noite, marcando
para os santistas. No segundo tempo, Mauricio Ramos fez pênalti em
Neymar, sendo expulso, algo não muito incomum para o atleta. Kléber
Pereira converteu e a vantagem peixeira se ampliou.
O Verdão ainda
respiraria com um gol de Pierre, uma
falha monumental de Fábio Costa. A peleja teria ainda a
inusitada confusão entre Diego
Souza e Domingos, resultando na expulsão dos dois. O Santos foi
à final, mas perdeu a decisão para o Corinthians.
Santos 3 X 4
Palmeiras (Campeonato Paulista de 2010)
O coreógrafo Pablo Armero
Esse jogo já foi tema
de post aqui
e aqui.
O Santos vinha embalado com o belo futebol jogado pelo time de
Dorival Junior. Antes desdenhados pelo antigo técnico Vanderlei
Luxemburgo, Neymar e Ganso começavam a se destacar, ladeados por
Robinho e tendo como coadjuvantes André, Marquinhos e Wesley.
Pará fez o primeiro
aos 10 e Neymar fez aos 30. Dava pinta de que poderia ser uma goleada
alvinegra e o Peixe desperdiçava chances até que o aguerrido
Palmeiras empatou ainda na etapa inicial com dois gols de Robert,
feitos em dois minutos, aos 41 e 42.
No retorno, o Alviverde
conseguiu a virada com um gol de Diego Souza. Madson empatou aos 35
mas, em seguida, o time da casa ficou com um jogador a menos, Neymar
foi expulso depois de falta dura em Léo.
A (re) virada
fantástica palmeirense veio mais uma vez com Robert, que aproveitou
falha no meio de campo de Arouca e definiu a vitória. Mas o destaque
da peleja foi o lateral Pablo Armero dançando o que ficaria
conhecido mais tarde como “Armeration”,
uma resposta aos santistas que comemoravam seus gols com dancinhas à
época.
Na última
partida entre os dois, pelo Brasileiro de 2012, o Santos levou a
melhor: 3 a 1, em noite de homenagem a Joelmir Beting.
Se você é santista e quiser ver só vitórias do Peixe, clique aqui.
A entidade beneficente inglesa Mind, dedicada a questões ligadas à saúde mental, ouviu 2 mil pessoas e concluiu em um estudo que a tensão provocada pelo trabalho pode levar ao abuso no consumo de álcool e de outras drogas. Sim, claro, não há qualquer novidade nisso. Mas sempre é bom reforçar uma obviedade dessas com a chancela de um estudo sério, para que os patrões não condenem, maltratem ou demitam aqueles supostos "vagabundos", "bêbados" e "irresponsáveis" que não conseguem suportar o "pau alado" sóbrios - afinal, já avisava Chico Buarque, na letra de "Meu caro amigo": "Porque senão, sem a cachaça/ Ninguém segura esse rojão".
E, apesar dos diversos males causados pelo álcool, a manguacice, muitas vezes, serve como válvula de escape para coisa pior. O estudo alerta, por exemplo, que o ambiente de trabalho seria responsável por
7% dos pensamentos ligados ao suicídio, subindo para 10% nas pessoas com
idades entre 18 e 24 anos. Mais de um terço dos adultos ouvidos apontam o trabalho como o aspecto mais estressante, mais do que preocupações com o dinheiro e saúde. Por isso, 57% desses pesquisados não dispensam um ou mais drinques após o expediente e 14% afirmaram beber mesmo durante a jornada de trabalho ("Opa! Traz mais meia dúzia!").
Cigarro e remédios para dormir também são consumidos como maneiras de lidar com o problema, segundo o estudo - embora nós, futepoquenses, continuemos priorizando o buteco (onde fumar geralmente é proibido). Tanta pressão e vício levam muitos a desistir: 9% dos pesquisados já pediram demissão de algum trabalho alegando estresse e 25% admitiram ter vontade de fazer o mesmo. "Um entre seis trabalhadores vive quadro de depressão, estresse e ansiedade. A maioria dos administradores não se sentem capacitados para dar apoio", diz Paul Farmer, diretor da Mind.
Agora chega, que isso já está me deprimindo. Melhor pedir a saideira...
Sem Neymar e Monitllo,
que estão em suas respectivas seleções, e sem Cícero e Emerson
Palmieri, Muricy mudou mais uma peça no time do Santos: Miralles
voltou a atuar entre os titulares no lugar de André. Mas foi o
novato e artilheiro da Copa São Paulo de Juniores, Giva, o astro da
companhia que propiciou uma pobre apresentação à torcida. Ele fez
os dois gols da virada do Peixe sobre o Mirassol, na Vila Belmiro.
Apesar de ter tomado
uma bola na trave no começo, o time se portou bem, dominando as
ações, e Miralles conseguiu perder dois gols praticamente no mesmo
lance. Mas em um escanteio, o Mirassol marcou com André Luis, aos
20. Tudo bem que quando o nosso time toma gol temos o hábito de
tirar o mérito do rival e ver a falha de nosso defensores, só que
esse tento não deixou dúvida alguma sobre o vacilo alvinegro, uma
falha grotesca de marcação que permitiu ao atacante rival finalizar
sem ninguém para incomodar.
Após o gol tomado, o
Santos seguiu na toada de tocar a bola, muitas vezes sem
objetividade, e, na hora de um lance agudo como um passe mais longo
ou um cruzamento, entregava o ouro para o Mirassol. O empate veio no
fim da etapa inicial, em cobrança de escanteio na qual Giva fez seu
primeiro gol como profissional.
O segundo tempo seguiu
na mesma pasmaceira dos primeiros 45 minutos. O segundo gol de Giva
veio em um lance irregular, considerando-se que Patito Rodríguez
participou da jogada em condição de impedimento, aos 29. Felipe
Anderson, que foi uma nulidade durante quase todo o tempo, coroou sua
atuação com uma expulsão ridícula, depois ter retardado a
cobrança de uma falta já tendo o cartão amarelo. Pato também foi
expulso após entrada violenta e o time da casa teve que aguentar o
ensaio de pressão dos visitantes durante quase oito minutos com dois
a menos.
Mesmo sem quase meio
time titular, o Alvinegro manteve a regularidade: futebol fraco,
pouco objetivo e com somente alguns lampejos de um ou outro atleta.
Difícil de assistir e também de escrever a respeito. O Peixe é
vice-líder com 27 pontos e o Mirassol segue em seu namoro com a zona
do rebaixamento.
Tudo bem: a militância é primordial, a mobilização via internet imprescindível e Queimados, um município do estado do Rio de Janeiro. Mas ficou engraçado.
Gol na conta e cheio de marra (Ari Ferreira/Lance!Press)
Um Corinthians quase titular empatou jogo amarrado contra o XV de Piracicaba, no interior, na noite dessa quarta. Não foi um OXO, mas merecia. Acabou sendo um IXI - e com dois belos gols em chutes de fora da área, um de Emerson Sheik e outro de Diguinho.
Sheik entrou no segundo tempo no lugar de Guerrero, que pediu dispensa de um amistoso da seleção peruana para participar dessa e da próxima partidas - decisão que ele agora pode estar questionando intimamente. Emerson novamente entrou bem e criou jogadas perigosas, o que faltou no primeiro tempo. O gol ajuda a consolidar a mudança de fase. Deve ter ganhado pontos à frente de Romarinho como primeira opção para o ataque, até pela fraca jornada do garoto.
Outro que manteve bom nível foi Renato Augusto, por quem passaram as tramas mais lúcidas do ataque paulistano. Do outro lado, Danilo foi muito, mas muito discreto. No ano passado, ele já era dos jogadores com mais problemas para alcançar bom rendimento físico, o que só tende a se agravar. É preciso pensar em alternativas.
Os reservas em campo foram três: Danilo Fernandes no gol, Chicão na zaga e Romarinho no ataque. Os três por lesões dos titulares Cássio, Paulo André e Pato, ou seja, a intenção do Tite era botar força máxima e ganhar a peleja. No entanto, considerando o que se viu em campo, fiquei em dúvida se foi a melhor opção. Será que o grupo qualificado de reservas que tem o Corinthians não teria mostrado mais fome de bola, como foi contra a Barbarense no fim de semana? A letargia de Danilo e os maus desempenhos de Alessandro e Fábio Santos ajudam a fortalecer a tese.
O fato é que o Timão está agora na sétima posição desta interminável primeira fase do Paulistão, com 22 pontos - curiosamente, a apenas do terceiro colocado, o Santos. Tem tudo para se classificar nas seis rodadas restantes, mas precisa ganhar uns joguinhos. Desperdiçar essa folga da Libertadores pode criar um pepino.
Minha livre adaptação ao verso inicial da bela composição de Sérgio Natureza e Tunai, gravada por Elis Regina, tem como propósito exemplificar dois comportamentos observados, ontem, na vitória por 2 a 1 do São Paulo sobre o São Bernardo: Luís Fabiano comemorando discretamente o primeiro gol (depois de não ter comemorado ao marcar contra o Oeste, no domingo) e a alegria extravasante de Rodrigo Caio ao fazer o gol da vitória. Não sei se o "Fabuloso" está odiando as críticas da imprensa e da torcida, o técnico Ney Franco, a não convocação para os amistosos da nova "família Scolari", o monte de gols perdidos por ele em todos os jogos ou nunseiquelá nunseiquelá. Só sei que, para quem voltou fazendo juras de amor ao clube, não há justificativa plausível para não comemorar gols - principalmente quando a equipe enfrenta turbulências e os torcedores exigem vibração e raça. Exatamente o que demonstra o garoto Rodrigo Caio, que vai consolidando - com toda justiça - sua vaga no time titular.
Essa é a diferença. Não basta criticar o instável e despótico presidente Juvenal Juvêncio, as possíveis inseguranças e escolhas erradas de Ney Franco ou a postura injustificável de jogadores que afrontaram o treinador. O que está faltando, no São Paulo, é o time chamar a responsabilidade pra si, bater no peito e - mais do que tudo - vibrar! Um exemplo: o elenco de 2005, que nem era mais forte do que o atual e que, antes de vencer o Paulistão (e engatar a conquista da Libertadores e do Mundial), sofria pressão da diretoria, da torcida e da imprensa. Mas o torcedor se lembra dos gritos de incentivo ao time e da raça de Lugano. Do Cicinho comemorando um corte para a lateral como se fosse gol. Do Amoroso berrando "Vai, São Paulo!" ao estufar a rede do adversário. Aquele time conseguia ser aplaudido pelo torcedor mesmo em algumas derrotas. O contrário do elenco de hoje, que é vaiado até quando vence e lidera com sobras um campeonato.
Cadê a vibração no elenco autal? Está na molecada - e Rodrigo Caio é um bom exemplo. Ney Franco deveria se cercar desses jogadores que querem mostrar serviço como "soro antiofídico" contra as cobras criadas do elenco. Lúcio já passou seus primeiros 90 minutos no banco. Luís Fabiano está pedindo o mesmo.
O jogo - A partida em São Bernardo do Campo teve como ponto alto o primeiro tempo, quando as duas equipes se postaram de forma idêntica, com três atacantes, e partiram para o jogo aberto. Se eu fosse diretor do São Paulo, procuraria saber mais sobre Gil, ótimo ponta do Tigre, que tirou Tolói para bailar várias vezes. O Tricolor perdeu algumas chances claras até encaixar bela jogada de ataque: a partir de um corta-luz de Ganso, Jadson (jogando muito, como sempre) passou a Wallyson, que serviu na medida para Luís Fabiano pegar de esquerda, de primeira, e abrir o placar. Porém, num escanteio despretensioso, o volante Denílson (em péssima fase) foi tentar cortar e fez o gol contra que igualou tudo no estádio 1º de Maio. Na segunda etapa, os dois times voltaram com o freio de mão puxado e o jogo só melhorou quando Carleto fez o ótimo passe que culminou no gol de cabeça - e da vitória - de Rodrigo Caio. O São Bernardo foi pra cima e quase empatou, não fosse a boa atuação de Rogério Ceni. Agora, o time tem até 4 de abril para adquirir um padrão e voltar a jogar bem. Antes, porém, terá uma verdadeira prova de fogo contra o Corinthians. A ver.
Numa inversão de dois algarismos, o glorioso Clube Atlético Taquaritinga (CAT), de minha cidade natal, completou 71 anos no dia 17 março. E, a duras penas, tenta juntar os cacos de seu declínio no futebol paulista, após dois rebaixamentos seguidos, caindo da Série A-2 (a Segunda Divisão de fato), em 2010, e da Série A-3, no ano seguinte, além de ficar em último lugar na última divisão estadual, a chamada Série B (que, na prática, foi uma junção da quarta com a quinta divisões). Um jornal da terrinha informa que o time vai disputar novamente a Série B este ano, e que, pra isso, contratou o técnico Wilson Carrasco - ex-meia esquerda que fez sucesso na Portuguesa de Desportos, no fim dos anos 1970 e início dos 1980. Mas, além de montar uma equipe praticamente do zero, o treinador terá outros desafios, como a recuperação do estádio Taquarão (aquele que dizem ter sido construído em tempo recorde, e com 3 mil litros de pinga...). Na foto abaixo, Wilson Carrasco, o preparador físico e um dos atacantes contratados pelo CAT para a temporada deste ano vistoriam a "terra arrasada" que é, hoje, o gramado local.
Taquarão: aguardando ajuda da Prefeitura para disputa da Série B
Mas as notícias não são todas preocupantes. Alguns amigos meus - Angelo Marcelo Okada, Alexandre Varrone e Marcio Sala - resolveram arregaçar as mangas e estão participando diretamente da nova diretoria do CAT. Segundo eles, o ex-jogador Edmílson, taquaritinguense tetracampeão mundial com a seleção de Felipão em 2002 (tendo, inclusive, marcado um golaço), poderá assumir as categorias de base do clube. Ele possui uma Fundação em Taquaritinga, voltada às crianças carentes, parecida com a que é mantida pelo Cafu e a outra, do Raí e do Leonardo. No último domingo, aniversário do CAT, o prefeito de Taquaritinga, Fúlvio Zupani (PT), se encontrou na cidade do Guarujá com Julio Eduardo dos Santos, Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, e o presenteou com uma camisa do clube (foto abaixo) - que possui uma das combinações mais originais do futebol, pois, ao escolher originalmente as cores da bandeira da Itália, teve que trocar o branco pelo preto para evitar problemas durante a 2ª Guerra, quando o país europeu se tornou inimigo do Brasil (como lembrou Celso Unzelte nessa homenagem aqui). Aliás, Unzelte cantou o Hino do CAT, gravado em ritmo de forró e já lembrado pelo Glauco em um post.
Fúlvio Zupani (ao centro) e secretário Julio Santos (à direita)
Enfim, vamos torcer para que o CAT, pelo menos, possa ressurgir das cinzas. O clube viveu seu momento de glória entre 1982 e 1984, quando foi campeão da antiga Segunda Divisão do Paulistão e disputou a elite por dois anos. Tinha jogadores como o zagueiro Estevam Soares e o ponta-esquerda Edivaldo (já falecido, ex-Atlético-MG, São Paulo e seleção brasileira). Eu era garoto e, naqueles dois anos, entrava em campo com o time, em jogos contra Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro. Meu pai, Chico Palhares, foi quem idealizou e projetou o estádio Taquarão, em uma cratera onde a Prefeitura retirava terra para obras. Há exatos 30 anos, portanto, o CAT completava 41 anos em plena Primeira Divisão do Campeonato Paulista, fazendo bonito. Outro dia descobri, folheando o Almanaque do São Paulo que Alexandre da Costa publicou pela Abril em 2005, que o primeiro jogo do atacante Muller pelo Tricolor do Morumbi, como profissional, ocorreu justamente no Taquarão, pelo Paulistão de 1984. Que momentos como esse voltem a acontecer por lá, um dia! Vai, CAT!
Conforme antecipado aqui no Futepoca na semana passada, o Flamengo, que mais parece trabalhador em regime de escala (joga uma rodada e folga duas), está de técnico novo. Apesar de tudo indicar que o novo comandante seria o ex-técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, a realidade nua e crua é que o clube da Gávea não tem os 2 tostões furados necessários para contratar o 2º pior técnico que a seleção brasileira já teve (o pior foi o Leão). E, por isso, optou por um técnico cujos dois títulos que possui na carreira foram conquistados no forte futebol japonês, quando aqui já era madrugada e ninguém conseguiu ver. Agora é esperar para ver como Jorginho se sairá comandando um clube de massa - e pipoca.
Bola que será usada em treino do Vasco
O Vasco teve mais uma atuação tenebrosa no domingo e conseguiu a façanha de perder, em casa, para o inexistente Volta Redonda, por 1 x 0. Entretanto, tolos foram os torcedores que, mesmo após as declarações de dois de seus principais jogadores, dadas antes de domingo, não previram a derrota do bacalhau. Na quinta-feira passada, em entrevista coletiva, Wendel disse que “o ponto fraco do Vasco hoje é bola”! Gozado! E eu pensava que, para a prática do futebol, era necessário utilizar a tal bola... Se a FERJ autorizar o uso de bola oval no Campeonato Carioca, quem sabe o Vasco sai da lama?
Pescaria é muito menos chato que gol!
Se não bastasse a declaração de Wendel, o Febeavice (Festival de Besteiras que Assola o Vice Eterno) foi incrementado no dia seguinte, quando o atacante Eder Luis disse que “esse negócio de fazer gol é muito chato”! Pai do céu! Qual é mesmo o objetivo do futebol?!?!?? Pra quê serve mesmo um atacante??!?? Parece que, com a evolução da sociedade e do esporte, muitas coisas mudaram no mundo. Valores foram invertidos, tabus foram quebrados, regras foram alteradas. Mas uma coisa não mudou: o objetivo do futebol ainda consiste em deslocar um objeto esférico, mais conhecido como bola, através de um campo retangular, e colocá-lo dentro da baliza do time adversário. Ato conhecido como gol, principal atribuição de um atacante. E em São Januário um diz que o problema é a bola e o outro que o gol "é chato". Pobre Vasco...
Já o Botafogo antecipou a Páscoa e teve seu Sábado de Aleluia! O atacante Rafael Marques, depois de apenas 21 partidas , enfim marcou seu 1º gol pelo Glorioso. Aleluia! Foi o último da vitória por 4 x 0 sobre sobre o poderosíssimo Quissamã. Realmente, aquela tornou-se uma tarde/noite bastante atípica para o torcedor botafoguense. O time goleou, Seedorf jogou mal e perdeu gol feito, e Rafael Marques (o craque!), além de deixar o seu, deu assistência para outros dois gols.
E o Fluminense, que ainda não teve o seu Sábado de Aleluia, reza para que o ano passe rápido e o Natal chegue logo. Os dirigentes e Abelão já estão com as cartinhas prontas com o mesmo pedido para Papai Noel: um golzinho de Rhayner. Pode ser de pênalti, impedimento, mão, gol contra, enfim, de qualquer tipo está valendo. Um atacante que não marca um gol há 26 meses e ostenta a incrível marca de 3 gols na carreira deveria estar jogando no Clube Atlético Taquaritinga!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.
Agora é fato: do jeito que a coisa vai, Ney Franco não deve durar muito no comando do São Paulo. A vitória suada - e mesmo injusta - por 3 a 2 contra o Oeste de Itápolis hoje, no Morumbi, inaugurou a guerra declarada da torcida contra o técnico Ney Franco. Desde o primeiro tempo, o tradicional côro de "burro" ecoou forte no Morumbi, mostrando que, além de enfrentar oposição explícita de alguns atletas e ironias da diretoria, o treinador também terá que encarar guerra aberta da torcida. Quando chega nesse ponto, ou o time vira um Barcelona e começa a dar show, de um dia para o outro, ou a cabeça do técnico não demora muito pra rolar. Como a primeira hipótese é mais do que improvável...
Eu, de minha parte, não tenho nada contra Ney Franco. Não acho que ele seja pior do que os antecessores de 2010 pra cá - muito pelo contrário. Porém, na Ditadura Juvêncio, os técnicos já chegam ao clube sem poder. É nítido que Ney Franco nunca teria escalado Ganso como titular, em hipótese alguma, e que só o fez por pressão da diretoria. Lúcio é outro que chegou com status de titular, independente da opinião do técnico. Cobras criadas como Rogério Ceni (que afrontou o técnico num jogo no fim do ano passado quando contestou uma substituição), Luís Fabiano e o próprio Lúcio, como bem observou o Glauco no comentário de outro post, tornam o ambiente um campo minado para o treinador.
É fato, também, que o time não tem laterais que prestem. Isso é um absurdo num time do porte do São Paulo. E complica a vida de qualquer treinador. Em 2011, os técnicos tiveram que se virar com o horrendo Píris e o nulo Jean. De 2012 pra cá, Douglas é uma das maiores dores de cabeça que o São Paulo já teve: não marca, não ataca e deixa avenida para os adversários. Cortez, coitado, é esforçado. Só isso. E os volantes Wellington e Denílson não estão jogando NADA. Como um técnico, seja ele quem for, vai conseguir fazer omelete com ovos tão raquíticos? Mas, como sempre no futebol, fica mai fácil demitir um técnico do que o time todo. E o São Paulo terá que começar tudo do zero. De novo...
Fazia tempo que Sheik não jogava bem (Foto: Eduardo Viana/Lance!Press)
O Corinthians bateu, bateu, e bateu até que furou a violenta retranca da União Barbarense, vencendo por 3 a 0 a partida deste sábado, no Pacaembu. Os reservas Douglas e Jorge Henrique marcaram o primeiro e o segundo e Renato Augusto fechou a trinca com um belo toque por cima do arqueiro, anotando seu primeiro e merecido tento pelo Timão.
Tá certo que a Barbarense é forte candidata ao rebaixamento no já tecnicamente rebaixado Paulistão. Mas o time que foi a campo, com apenas 3 titulares, mostra um elenco pra lá de forte: Douglas, Romarinho, Sheik, Edenilson, Guilherme, Chicão e meu desafeto JH disputariam vagas em muito time titular do Brasil. Mais que isso: o pessoal entrou jogando forte, apertando e buscando a vitória, sem a preguiça que caracterizou o time “alternativo” em boa parte do segundo semestre do ano passado. Se mantiverem a pegada, seremos mais competitivos mesmo disputando campeonatos paralelos.
O destaque do jogo foi Emerson, por dois motivos. Primeiro, jogou muito bem e participou dos dois primeiros gols. Se mexeu o tempo todo, criou boas jogadas com suas arrancadas e dribles e foi mais solidário. Segundo, pela declaração depois da partida. Feliz pelo bom desempenho, ele disse não estar em má fase e que s gols virão em breve. Mas o importante foi isso aqui: “Temos um treinador que prega igualdade, que dá oportunidade para quem trabalha. Quem está no Corinthians e conhece o Tite sabe muito bem que ninguém joga com nome. Para conquistar uma vaga, ele fala uma frase que às vezes não pega bem: 'Tem de ralar o bumbum no chão'. Se este é o caminho, é ele que vou seguir”
Pelo temperamento explosivo e perda de espaço recente, Sheik parecia ser um dos principais candidatos a criar uma crise de comando no vestiário. Se ele topar na boa a reserva e correr quando for exigido, fica mais difícil para outros caras criarem problema. Grande mérito de Tite essa condução do elenco.
A partida inaugurou uma sequência de cinco jogos com foco no Paulistão, culminando com o clássico contra o São Paulo. Curiosidade: logo depois do clássico volta a Libertadores. Ou seja, boa chance dos times usarem reservas ou tirarem o pé no jogo mais relevante do período. O pessoal do calendário da FPF mais uma vez está de parabéns.
“Você esteve duas
frente à frente do goleiro Renan [e não fez os gols]. Ele
levou a melhor?”
“Claro que não, meu
time ganhou de 2 a 1.”
Foi assim que um
espirituoso Neymar respondeu a uma das perguntas feitas por
jornalistas na saída do gramado da Vila Belmiro. Mais de uma vez,
também, o craque sugeriu, sorrindo, que “cada um cuidasse da sua
vida”, ao comentar um suposto atraso no treino de sexta, não
confirmado pelo Santos, mas ventilado por jornalistas ou por alguém
com interesse na venda do atleta.
De qualquer forma,
Neymar está voltando. Depois de duas semanas sem jogar por conta de
suspensão, voltou a apresentar jogadas plásticas, como um chapéu
em cima de Ademir Sopa, e também dribles desconcertantes sobre os
rivais. Sim, foi egoísta em algumas jogadas, especialmente no final
da partida, quando chegou a incomodar os torcedores na Vila Belmiro.
E a marcação do Guarani por vezes facilitou o trabalho, como no
segundo gol santista, quando Neymar roubou uma bola no meio de campo
e passou por dois adversários para dar uma assistência daquelas
paternais a André, que marcou.
Neymar poderia ter
jogado mais, mas foi melhor do que vinha sendo. Assim como Montillo,
que foi o melhor em campo não só pelo primeiro gol (seu segundo pelo time), uma bela
finalização após pedalar num contra-ataque armado por Arouca. Ele
também o “arco” da equipe, ora tentando bolas longas, ora
conduzindo a redonda até o campo adversário. Ainda fez por diversas
vezes a cobertura do lado direito, onde Bruno Peres, pra variar,
ofereceu verdadeiras vias expressas para o ataque bugrino.
Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
Aliás, foi pelas
laterais que o Guarani, após o zagueiro Tiago Pagnussat marcar seu gol em escanteio aos 13 do
segundo tempo, forçou as entradas na defesa peixeira. Em dados
momentos, a pressão campineira parecia que ia resultar em gol, já
que a vontade dos comandados do treinador Branco (sim, o
de 1994) parecia superior à dos santistas, que não tinham
nenhuma compactação entre ataque e defesa e chegaram a ficar no
mano a mano com o ataque adversário algumas vezes.
Quando a equipe
da Vila se postou para aproveitar os contra-ataques e jogar no (s)
erro (s) do Guarani, criou chances. Uma, duas, três... Como as que
Neymar não aproveitou diante do goleiro Renan, como lembrou o
repórter na saída da partida. A propósito, Renan é aquele mesmo,
convocado quando estava no Avaí por Mano Menezes em seu primeiro
jogo pela seleção, contra os EUA. Contratado pelo Corinthians em
2011, estava no Estoril de Portugal mas ainda pertence o Alvinegro da
capital paulista, que paga o
salário do arqueiro.
Não foi uma peleja
digna de nota, mas valeu por Montillo e pela volta de Neymar, que vai
desfalcar o Santos contra o Mirassol, dia 21, e o Palmeiras, dia 24,
porque estará na gloriosa seleção canarinha de Felipão. Mas não
valeu pela atuação irregular de André, que, apesar de marcar um
gol, continua jogando mal e teve que escutar a torcida aplaudindo
Giva, que o substituiu aos 24 da etapa final, em seu primeiro lance.
Hoje, o Santos dorme na
liderança da competição, embora possa acordar depois do fim de
semana na mesma quarta posição em que estava antes do jogo. E
seguimos em busca de um futebol melhorzinho...
O São Paulo passou mais um vexame na Libertadores ontem, perdendo na Argentina por 2 a 1 para o mesmo Arsenal (pior time do grupo) com quem havia empatado sofrivelmente na semana passada, em pleno Pacaembu. Dessa vez, a derrota nem foi o maior prejuízo - até porque, mesmo que pareça praticamente impossível, o Tricolor ainda tem chance de passar às oitavas-de-final pelas próprias pernas. O pior, para o time, foi constatar como o técnico Ney Franco está perdido, isolado e sem moral. Ao escalar três zagueiros pela primeira vez nos oitos meses em que dirige a equipe, desfigurou totalmente qualquer esquema ou tática. Libertadores é torneio de tiro curto, com partidas decisivas, onde não há lugar para testes. Os três zagueiros, que nunca tinham jogado juntos, bateram cabeça e falharam mais do que o habitual de quando atuam em dupla. O meio-campo praticamente não existiu, só observou. Os laterais reviveram os piores pesadelos da torcida. O ataque não rendeu. O time não jogou nada. E, com justiça, perdeu.
Rifado pelos atletas - O fracasso ao improvisar uma retranca contra um time fraco - e de segundo (ou terceiro) nível - queima os créditos que Ney Franco ainda tem com a torcida, que, em sua maioria, aprova o trabalho mostrado principalmente no fim do ano passado. Só que muito mais grave do que isso foram os sinais de que o técnico está perdendo o respeito do elenco. Ainda no Brasil, pouco antes de entrar no avião, Paulo Henrique Ganso rifou a cautela excessiva do treinador, que fez vários treinos secretos, ao entregar para um jornalista que não seria titular na Argentina. E isso porque no domingo, no clássico contra o Palmeiras, ele já havia saído xingando em altos brados, na cara do técnico, ao ser substituído. Situação semelhante aconteceu com Lúcio, ontem: saiu correndo para o vestiário e não olhou pra trás quando foi sacado, no segundo tempo, e nem esperou a equipe no vestiário, preferindo se isolar ostensivamente no ônibus.
Rifado pelo presidente - Para complicar ainda mais esse clima de isolamento, Ney Franco, que parece visivelmente nervoso, acuado e pressionado, se enrolou ao dizer que seu trabalho é "nota 10" em uma entrevista após o jogo contra os palmeirenses. Ao comentar a declaração, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, canelou dizendo que dá nota 8... Até quis consertar, observando que aumentaria a nota do técnico para 9, se o time ganhasse do Arsenal em Avellaneda. Como perdeu, o conceito do técnico deve ter baixado pra 7 ou 6, num esforço de otimismo. E o horizonte de Ney Franco se mostra ainda mais sombrio. Como liderar o Paulistão não vale nada para a diretoria, a bóia de salvação será uma - improvável - classificação para a próxima fase da Libertadores. Um time que em dois jogos não conseguiu vencer o medíocre Arsenal dificilmente vencerá o The Strongest em La Paz e o azeitado e embalado Atlético-MG na capital paulista.
Com atletas afrontando o técnico publicamente e o presidente do clube afirmando que nem o Papa conseguiu garantia de ficar no cargo, há uma grande chance de o Coelho da Páscoa não encontrar Ney Franco no Morumbi para entregar sua encomenda...
Ps.1: Há que se considerar, em defesa de Ney Franco, que treinar o São Paulo, com Juvenal Juvêncio como presidente, não deve ser coisa das mais agradáveis. Aliás, para usar um termo do técnico Leão, deve ser bastante desagradável. Além desse episódio de nota 10 ou nota 8, o atual treinador já trocou farpas com o fiel escudeiro de Juvenal, João Paulo de Jesus Lopes, e dá mostras de que só escala (o inoperante) Ganso por pressão da diretoria, que pagou caro pelo jogador e o deseja na vitrine. Mais centelhas para esquentar o óleo sob a frigideira que embala Ney Franco.
Ps.2: Falando em Leão, ele se envolveu nessa semana em polêmica justamente contra o foclórico ex-patrão Juvenal Juvêncio. Primeiro, o cartola-mor do São Paulo afirmou que a segunda passagem de Leão pelo Morumbi foi "uma barbaridade" - no sentido pejorativo, mesmo. "A gente comete essas coisas assim. É um bom sujeito, mas não quero trazer mais ele, não", disse Juvenal à Fox Sports, em meio a gargalhadas. Aproveitando o Conclave que escolheu o Papa, Leão também resolveu brincar e disse que Juvenal deveria imitar Bento XVI e renunciar ao cargo.
Ps.3: Juro que esse post quilométrico acaba aqui! (se é que alguém teve paciência de ler alguma coisa...) Não posso falar em Emerson Leão sem citar um episódio nebuloso ainda não comentado pelo Futepoca, a revelação do presidente do Sport, Luciano Bivar, de que pagou para o volante Leomar ser convocado pela seleção brasileira em 2000. Lembro que, na época, a convocação pegou todo mundo de surpresa. Mas como Leão, técnico da seleção, tinha feito um belo trabalho no Sport pouco antes, e com Leomar como homem de confiança em campo, pareceu plausível. Agora, a batata assou. Leão disse que Bivar "devia ser preso". Mas não escapou de ser convocado pelo STJD, junto com Antônio Lopes, seu auxiliar técnico na época, para dar explicações. Outra pizza?
Um bom termômetro para saber se um campeonato de futebol tem algum prestígio são os comentários e gozações entre colegas de trabalho. Quanto mais se comenta mais se tem a sensação de que o torneio vale alguma coisa. E para minha surpresa, ontem, ao chegar no trabalho, se falava mais na sensacional vitória por 3 x 2 - e de virada! - conquistada pelo Resende sobre o Flamengo na noite de quarta-feira do que sobre a escolha do novo Papa. Foram duas “zebrassas”. Pra falar a verdade, o assunto em torno do Papa argentino já estava tão chato e repetitivo que acho que o Alex Silva (vulgo Pirulito), num momento de desespero, resolveu entregar o jogo para ver se o assunto perderia força na imprensa e, principalmente, nas redes sociais. E ele conseguiu! Falhou inúmeras vezes, deu uma de machão para cima do goleiro adversário e ainda arrebanhou seu companheiro de zaga, Gonzáles, que também falhou bisonhamente no lance do 1º gol do Resende. Meus sinceros agradecimentos ao Pirulito por nos dar uma opção de assunto para fazer piada!
Dorival quer embolsar um troquinho
Há também que se considerar outra hipótese para a trapalhada que foi o time do Flamengo em campo: Dorival Jr. quer ser demitido antes de julho. Explico: atualmente, o treinador recebe a modesta quantia de cerca de R$ 450.000,00 mensais, e seu contrato prevê uma multa rescisória no valor de R$ 1.500.000,00 (1,5 milhão!!!) caso seja demitido até 30 de junho de 2013. A partir desta data, ele passará a receber R$ 750.000,00 por mês, porém, sem multa por rescisão. Ou seja, uma diferença de R$ 300.000,00, mas sem a garantia do farto seguro-desemprego. Ele sabe que a diretoria atual considera absurdos estes valores, mas o mantiveram no cargo por falta de opção. E sabe também que o diretor executivo do Flamengo, Paulo Pelaipe, é entusiasta da contratação de seu pobre amigo desempregado, Mano Menezes. Portanto, é mais vantajoso sair agora, garantindo o “seguro”, do que ser demitido em julho e sair “sem nada”.
Dava pra pedir algumas saideiras...
Vamos fazer uma conta básica: se Dorival permanecer trabalhando até 30 de junho, receberá o montante de R$ 1.800.000,00 (1,8 milhão), o equivalente a 4 meses de salários. Se for demitido no final de de março, receberá R$ 1.950.000,00 (1,95 milhão), importância referente a um mês de vencimentos mais a multa, e sem trabalhar! E nós, assim como ele, sabemos que surgirá rapidamente outro clube disposto a contratá-lo, por valores exorbitantes. Será que a diretoria conseguirá suportar Dorival no comando do time até o meio do ano, correndo o risco de seu favorito, Mano Menezes, ser contratado por outra equipe?
Com Yoshi, vai ser difícil passar de fase
Mudando de pato pra ganso (mas sem relação alguma com Corinthians ou São Paulo): no Fluminense, Thiago Neves se machucou no treino de quarta-feira e a torcida reza para que ele NÃO tenha uma pronta recuperação. Já em São Januário, depois de mais uma conquista para consolidar o maior vice do mundo, o Vasco ainda reservou duas surpresas para sua torcida: a contratação do zagueiro Gabriel Paulista (quem???) e a regularização, depois de TRÊS meses, do lateral-esquerdo peruano Yoshimar Yotún (idem primeiro parênteses). Com a pinta de Super Mario Bros que o René Simões tem, não é de se estranhar que ele tenha contratado seu fiel escudeiro, Yoshi, para a equipe. E a piada da semana foi que Franz Beckenbauer gravou um vídeo parabenizando o Botafogo pela conquista da Taça Guanabara. Provavelmente, ele nunca escutou falar do Botafogo, e tampouco sabe o que significa Guanabara, mas fez um favor a seu amiguinho Carlos Alberto Torres.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.
Renato Augusto mandou bem. Pato marcou, mas saiu machucado (Foto: Reuters)
O Pacaembu e 33 mil pessoas novamente admitidas viram uma vitória tranquila do Corinthians sobre o Tijuana, do México, por 3 a 0 e gol mal anulado de Guerrero. A vitória sem sustos sobre um rival até então com 100% de aproveitamento ajuda a consolidar o novo esquema de jogo corintiano, com mais toque de bola e uma dupla de ataque letal.
O destaque do jogo foi Renato Augusto, cada vez mais entrosado com Danilo, Paulinho e Alessandro. Jogando pelo lado direito, as tabelas do meia novato com o camisa 2 e o 8 renderam dois gols, um de Pato e um de Guerrero. A segunda etapa começa com o Tijuana mais adiantado, pressionando para buscar o empate. Foram alguns chutes a gol até Tite reorganizar a marcação para anular a substituição feita pelo elegante Antonio R. Mohamed (assim que achar uma foto acrescento aqui). Depois disso, o Timão botou a bola no chão e a partida de novo no bolso, até sair o gol de Paulinho, em jogada ensaiada que começa com cruzamento de Renato Augusto, sempre ele.
Interessante a mudança de estilo do time. Ano passado, os melhores momentos do Corinthians aconteciam com a marcação obsessiva na saída de bola adversária, encaixotando os pobres em sua zaga e controlando o jogo sem necessariamente ter a posse da pelota. Como isso cansa, volta e meia o time voltava e era pressionada, aproveitando a velocidade de Emerson, Jorge Henrique ou Romarinho para resolver o pepino. Era um time forte, mas que criava poucas chances de gol, e menos ainda trabalhando a bola. Durante o Brasileirão, a entrada de Douglas ao lado de Danilo deu mais fluência no passe, mas ainda eram poucas as tabelas, enfiadas e tal e coisa.
O novo time parece ter acrescentado de vez a cadência no repertório para controlar o jogo. Renato Augusto, Danilo e Paulinho tocam a bola com grande facilidade, com auxilio dos laterais e de um surpreendente Ralph, que mais adaptado à liberdade um pouco maior que ganha no novo arranjo vem acertando passes e viradas de jogo muito bacanas sem perder força na marcação. Assim, aparecem tabelas e jogadas bem tramadas, como as dos dois primeiros gols e outras. Pra completar, temos Pato e Guerrero com uma média de gols que o ataque alvinegro não vê faz um bom tempo, acostumado a ter Paulinho e até Chicão entre seus artilheiros. Quando azeitar o entrosamento e todo mundo estiver nos cascos fisicamente, tende a ser um time mais gostoso de ver que o do ano passado sem perder em eficiência.
Um ponto aqui é saber o que houve com Pato, que pediu pra sair lá pelos 25 do primeiro tempo. Segundo comentários do preparador físico, ele sentiu um desconforto muscular e a opção foi tirá-lo para evitar algum problema mais grave. Exames mostrarão amanhã o que pega, se é que pega alguma coisa. Seria uma pena o cara se machucar. Essa já foi a maior sequencia de jogos dele desde 2009, com 11 partidas, seis delas como titular, e quatro gols marcados. O que falta ainda é começarem a aparecer algumas jogadas daquelas que resolvem o jogo. Acredito que seja questão de tempo, entrosamento e segurança em suas condições físicas - o que seria bem abalado se rolar mais uma contusão agora.
O Velho Barreiro, digo, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, voltou a dar entrevista depois de molhar o bico. Referindo-se ao técnico Ney Franco, que afirmou, após o clássico contra o Palmeiras, que seu trabalho é "nota 10", Juvêncio soltou o seguinte (o grifo é nosso):
- O Ney, quando se deu 10, ele não foi ufanoso, ele foi razoável. A nota
dele é boa, é oito. Se for bem na Argentina, eu passo para nove -
declarou o manguaça, à rádio Fox Sports.
Melhor voltar pro bar... (O Juvenal não, dessa vez vou eu!)
Retomando nossa parceria para reproduzir conteúdos do excelente site português Cervejas do Mundo, trazemos o 70º tipo de cerveja descrito por eles: Black & Tan. O termo aplica-se a produtos em que a fábrica mistura, antes do engarrafamento, uma Ale escura com uma Ale mais clara ou mesmo com uma Lager. Por isso, não se trata de um estilo clássico ou convencional. "Foi, antes sim, o fruto da busca incessante das cervejeiras por criar produtos modernos e que estejam de acordo com as novas tendências, verificadas nos cafés e bares, onde é habitual as pessoas pedirem para misturar uma cerveja clara com uma cerveja mais escura", explica Bruno Aquino, do site Cervejas do Mundo. Ele recomenda, para experimentar, a Saranac Black & Tan, a Mississippi Mud Black & Tan ou a Berkshire Shabadoo Black and Tan (foto).
E o Vasco é campeão! Campeão dos vices! Em seu torneio particular, após muito esforço e brio de seus jogadores, o clube conquistou mais um vice-campeonato, dessa vez o da Taça Guanabara. Assim, reina absoluto no Brasil neste quesito. Parabéns, Vice da Gama! Parabéns também ao Botafogo, que bateu o Vice por 1 x 0 e conseguiu reverter a desvantagem pelo segundo jogo consecutivo, pois seus adversários, tanto da semi quanto da final, jogavam pelo empate. Mas o jogo foi feio. O Vasco entrou apenas para se defender e sair no contra-ataque, tática que havia dado no certo no confronto da semifinal contra o Fluminense. Já o Botafogo, apesar de não apresentar um futebol de encher os olhos, pelo menos mostrou disposição de atacar - e foi premiado com o bonito gol de Lucas, após envolvente troca de passes.
'Em briga de marido e mulher...'
Os vascaínos reclamam que o gol foi roubado pois, no momento do chute de Lucas, Vitinho estava em posição de impedimento. Pouco depois o Vasco marcou o que seria o gol de empate (e do título), mas o árbitro assinalou impedimento de Renato Silva no lance. Foi a gota d'água para o chilique de Bernardo, que bateu pezinho, fez biquinho, arrancou os cabelos, se jogou no chão e fez manha. Mas não foi o suficiente para convencer o bandeirinha, que manteve a marcação e garantiu o título do Botafogo. Entretanto, há que se relevar o comportamento do jovem jogador, pois, minutos antes, ele já havia brigado e “dado um tempo” na calorosa relação com Carlos Alberto, após este, ao invés de chutar, ter optado por driblar três adversários e devolver a bola para o primeiro, deixando-o então em impedimento. Que ninguém meta a colher!
Com furadeira, o 'brocador' não morre de fome
Sobre o Flamengo, não temos muito a comentar, pois o time continua curtindo suas longas férias e tentando reabilitar seu artilheiro “brocador”, que, após a renovação de contrato, não marcou mais. A diretoria já pensa em reduzir o salário do jogador, para ver se a seca acaba. Mas de fome ele não morre: com uma furadeira em mãos, certamente vai arranjar muito bico por aí. Até porque, caneleiro como é, de bico ele entende...
Jogadores ainda curtem os louros (e morenos)
Dizem por aí que o Fluminense ainda não se deu conta que o ano começou, pois os jogadores continuam curtindo os louros (e morenos também) obtidos no ano passado. Duas notícias de bastidores indicam os rumos do time das Laranjeiras. A primeira é que o time mais parece o Flamengo da era Ronaldinho: só badalação e nada de dedicação. A outra é que Abel está balançando, pois o Abramovich do Flu (leia-se Celso Barros) não está nada satisfeito. Aproveitando-se do momento, dias atrás o agente de Mano Menezes tentou emplacar seu cliente por lá. Além disso, Paulo Autuori está no mercado, e o preferido do Tio Celso, Renato Gaúcho, disse recentemente em entrevista que, após um duro ano sabático na praia de Ipanema, em breve voltará a trabalhar. A torcida tricolor provavelmente terá fortes emoções em breve...
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.
Hoje começa o conclave
para a escolha do novo papa. Claro que você já deve ter lido, visto
e ouvido especialistas explicarem a respeito das correntes de dentro
da Igreja Católica e de quais os favoritos para ocupar o Trono de
Pedro. Sem dúvida, um farto material para entender os mecanismos e a
estrutura eclesiástica pouco democrática e transparente, mas, tal
qual acontece no futebol, o colégio de cardeais pode ser uma
caixinha de surpresas. Para verificar isso, basta ver o que foi dito
sobre a escolha do sucessor de João Paulo II em 2005.
Ratzinger era um dos favoritos. Mas nem tanto
Como naquela
eleição, o conclave de hoje começa sem um favorito evidente. Mesmo
assim, havia os que despontavam. Esta
matéria do Terra, por exemplo, falava a respeito da missa
celebrada na Basílica de São Pedro antes dos cardeais entrarem na
Capela Sistina, ponderando sobre as chances daquele que comandaria a missa: “O cardeal decano, Joseph Ratzinger, um dos que estariam com
maior apoio, mas não o suficiente para ser eleito, comandará a
celebração.” A história mostrou que o apoio foi suficiente.
Já a
revista Veja, em sua lista de onze favoritos, citava Ratzinger,
mas o alemão era praticamente um azarão: “Pouco antes da morte do
papa, seu nome começou a aparecer na lista de papáveis dos
vaticanistas italianos. Ratzinger, no entanto, tem muitos inimigos e
suas condições de saúde não são das melhores. Sua eleição
seria uma grande surpresa, resultado de um conclave particularmente
difícil”. O germânico Deutsche Welle, ao contrário, cravava
no primeiro dia do conclave, baseado na imprensa italiana, que a
disputa seria entre o cardeal alemão e o reformista Carlo Maria
Martini.
À época, dois
brasileiros apareceram entre os “papáveis”. Dom Cláudio Hummes,
então arcebispo de São Paulo e, mais próximo ao conclave, surgiu
Dom Geraldo Majella Agnelo, citado mesmo pelo Corriere
Dela Sera como possível “surpresa” na eleição.
Com quatro votações
apenas (são duas por dia), Joseph Ratzinger foi um dos papas
escolhidos de forma mais rápida. De acordo com o vaticanista
Lucio Brunelli, o principal adversário do alemão teria sido
Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, depois de Carlo
Maria Martini ter tido um mau desempenho na primeira votação. Mas o latino-americano teria desistido da disputa, pedindo a seus amigos mais próximos para não ser votado. Claro
que, como os resultados das votações em tese são secretos, já que
os cardeais que quebrarem o voto de silêncio têm como pena a
excomunhão, acreditar ou não nessa versão fica a critério de cada
um.
Bolsas de apostas
Cotação em tempo real
Como diria o
conselheiro Acácio, quem entende de aposta é apostador. Não é à
toa que foram eles que acertaram
a escolha de Ratzinger como papa, enquanto especialistas e
estudiosos em geral vacilavam para apontar o alemão como favorito
absoluto. A aposta no alemão pagava 2 para 1, enquanto atrás dele
vinham Carlo Maria Martini e Dionigi Tettamanzi, além do francês
Jean-Marie Lustige. Mais atrás vinham Claudio Hummes e o nigeriano
Francis Arinze.
A avidez pelas apostas
fez com que, no mesmo dia da escolha de Bento XVI, já se apontasse
quem seria o
seu sucessor. Paddy Power, negociador de apostas de Londres,
apresentava naquele dia um placar favorável ao italiano Angelo
Scola, que pagava 6 para 1, seguido por Christoph Schonborn (7 para
1), Oscar Maradiaga (7 para 1), Jorge Bergoglio (9 para 1), Francis
Arinze (10 para 1) e Dionigi Tettamanzi (25 para 1).
Seguindo a tendência
de olhar mais para as bolsas e sites de apostas, um estudo
publicado ontem pela Agência Jornalística do Mercado do Jogo
(Agimeg) mostram o arcebispo de Milão, Angelo Scola, como o favorito
para suceder Bento XVI, vindo depois o ganês Peter Turkson e
Tarcisio Bertone, atual secretário de Estado do Vaticano e inimigo
de Ratzinger. Já Dom Odilo Scherer aparece
em quarto na bolsa de apostas de Londres.
O brasileiro que quase foi papa
Lorscheider quese chegou lá
Reza
a lenda e os “vazadores” de votações dos conclaves que apenas
um brasileiro recebeu votos em uma eleição papal. Foi Dom Aloísio
Lorscheider, ligado à Teologia da Libertação, morto em 2007. De acordo com esta matéria
da Carta Maior, o cardeal recebeu votos daquele que seria eleito
João Paulo I, Albino Luciani, que foi recebido quando cardeal na casa do
primo de Aloísio, Ivo Lorscheider.
A morte do papa em pouco mais de um mês fez com que o nome do
cardeal gaúcho voltasse à tona, mas a reação
conservadora em marcha elegeu o polonês Karol Wojtyla, à época uma zebra.
Uma
curiosidade é que no filme O Poderoso Chefão 3, que mostra o
suposto (ou nem tanto) assassinato de João Paulo I, o nome de
Lorscheider é lido na apuração.
Perto do final da
partida, Felipe Anderson, que havia entrado no lugar de Montillo,
carrega a bola pelo lado direito do ataque. Sem opção de passe, nem
do lado, nem à frente, nem atrás, resolve tentar um passe longo no
meio do ataque santista. A defesa do Atlético de Sorocaba retoma a
posse de bola e Muricy grita com seu pupilo que ele devia ter
segurado a bola para gastar o tempo e assegurar a vitória.
O treinador não se
incomodou com o fato de o meia-atacante peixeiro estar sozinho.
Deveria dar bronca nos colegas dele. Mas não o fez. Pouco depois,
Patito Rodríguez, que havia entrado no lugar de Giva, recebeu bola
na esquerda. Sozinho, fez algumas firulas, sem ninguém se aproximar
dele. E foi o “desobediente” Felipe Anderson que apareceu ao
lado, recebeu e, de forma arredia, passou por dois adversários e
quase marcou o terceiro gol santista.
Felipe Anderson não é
um cracaço, mas se movimentou e apareceu pra receber, atravessando o
campo, quando o companheiro tinha a bola. Faltou muito isso para o
Alvinegro durante todo esse ano de 2013, e parece que Muricy se
incomoda mais se um atleta não segura a bola do que com o fato de
que ele não tenha opção de passe. Mesmo tentando compactar o campo
com uma linha de impedimento perigosa, na primeira etapa o Peixe
permitiu aos donos da casa o ataque fácil no meio da zaga e pelos
lados, onde a marcação em geral era feita no mano a mano. Menos
culpa dos laterais e muito mais da forma de jogar. O destaque sorocabano era Bruninho, habilidoso e rápido, mas que sumiu no segundo tempo.
Mas se o jogo alvinegro
não fluía, foi em dois contra-ataques capitaneados pelos dois meias
que caíam pelos lados que os visitantes fizeram dois a zero no tempo
inicial. Primeiro, com Montillo, que marcou seu primeiro gol pelo
Santos depois de uma jogadaça de Arouca, que saiu de trás, tocou e
recebeu de volta de Bruno Peres e cruzou para o portenho fazer. Quase
no fim do primeiro tempo, Cícero deu um belo drible no lado canhoto
e cruzou com consciência para André, até então apagado, marcar.
O Atlético fez o seu
logo no começo do primeiro tempo com Tiago Marques, uam bela cavadinha justamente depois de uma tentativa
malsucedida da defesa peixeira de desenhar a tal linha de
impedimento. Mas ficou ali. O Santos controlou a partida, dominou a
posse de bola e quase chegou ao gol em três ocasiões ao menos.
Montillo jogou talvez seu melhor jogo, deu um grande passe para André
desperdiçar e acertou outros bons passes. Sem Neymar, que tomou o
terceiro cartão amarelo contra o Corinthians, o argentino foi a boa
notícia da partida porque, de resto, o Santos mostrou uma falta de
contundência que irritou quem esperava um desempenho digno da
superioridade que um time tinha sobre outro no papel e nas contas
bancárias.
Valeu pela vitória,
dirão os mais otimistas. Sinceramente, uma vitória pela diferença
mínima contra o Sorocaba, que se ofereceu para ser sacrificado com
requintes de crueldade na etapa final, é algum feito que se preze? O
torcedor espera mais conjunto, mais futebol bem jogado, e também um
pouco mais de ímpeto ofensivo para superar um rival inferior técnica
e fisicamente como ocorreu hoje.