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Destaques
sexta-feira, março 12, 2010
O patético desespero tucano
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quinta-feira, março 11, 2010
O cerco aos manguaças continua
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Ser um manguaça, no Brasil, está ficando cada vez mais complicado. Ter uma infinidade de estabelecimentos que oferecem bebida e um bom papo não significa, necessariamente, que você pode frequentar todos. Antigamente, o bebum podia selecionar seu reduto por questões ideológicas: sempre evitava bares com "aquela velharada tucana dos infernos" ou "aqueles estudantes petistas insuportáveis". A escolha podia ser futebolística: "como tem corintiano chato naquele buteco", "mas que barzinho bambi, não vou lá de jeito nenhum!" etc etc. Tinha aqueles que não bebiam em lugares que só vendiam Kaiser ou Nova Schin. Que não tinham nenhuma comida "segura". E outros que não suportavam bar com karaokê, ou muito iluminados, ou onde não vai mulher, ou muito lotado, enfim, havia critérios plausíveis e para todos os gostos. Hoje não há opção, há cerco. Exclusão.
Numa cidade do tamanho de São Paulo, buteco longe é problema. É caro chegar lá, o trânsito emperra e, se depender de transporte público, meia-noite é o limite. Por isso, os manguaças começaram a se afeiçoar por bares no caminho do trabalho ou de casa (e vice-versa). E nem sempre são bons ou agradáveis - apenas é menos complicado ir até eles. Essa é uma das exclusões. As outras começaram há alguns anos, com uma ofensiva conservadora que lembra regimes fascistas. Em 2008, o desgovernador de São Paulo, José Erra, digo, Serra (PSDB), proibiu o cigarro no bar. Não vamos discutir o mérito da questão, apenas concluir que, se tinha quatro bares no caminho do trabalho ou da casa para o pinguço, agora ele se obriga a ir só naquele em que é possível fumar sentado, na calçada (no meu caso, só conheço dois: o Gaspar e o da esquina da Benedito Calixto, ambos no bairro Pinheiros).
Não importa se o cachaça fuma ou não; com certeza, conhece muitos amigos (e principalmente amigas...) que fumam. E ficar levantando toda hora pra acender cigarro e interromper a conversa é, para citar o filósofo Emerson Leão, desagradável. Somando com as tradicionais idas ao banheiro, não há tempo para falar nada. E agora a seleção de bares vai ficar ainda mais trabalhosa. Além de ficar perto e de liberar a fumaça na calçada, vai ter que ser do tipo que não cobra porcentagem para o garçom ou que funcione no esquema self service (você vai até a geladeira e pega sua cerveja, como no saudoso Bar do Vavá). Porque a Comissão de Assuntos Sociais do Senado acaba de dar parecer favorável ao projeto de Marcelo Crivella (PRB) instituindo gorjeta de 20% para o garçom, após as 23h, em bares, restaurantes e similares. Ou seja: se você gastar R$ 50, por exemplo, vai ter que desembolsar mais R$ 10. O preço de duas saideiras.
Já saquei, o sistema quer nos obrigar a beber e fumar só em casa. De preferência, assistindo novela ou Big Brother. E, no país da piada pronta, a comissão que deu o tal parecer é de "Assuntos Sociais". Mas tá ficando cada vez mais difícil para nós, manguaças, se socializar...
Milan imita o Naviraiense
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Rooney, o destaque da partida. Esse vai dar trabalho na Copa . Ao fundo, o desolado goleiro Abiatti
Ops, é um pouco forçada a comparação, até porque há mais que um continente de diferença entre a Copa do Brasil e a Liga dos Campeões.
Defender tudo bem, mas desistir de ganhar não dá
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Jogo fora de casa, Libertadores, 2.600 metros de altitude, empate em 1 a 1. Aos 46 minutos do segundo tempo, com 3 de acréscimo já anunciados pelo árbitro, o visitante tem um escanteio pra cobrar. Bola na área pra ver se arranca um golzinho mágico, certo? Errado, pelo menos na estratégia do Corinthians de Mano Menezes. Jorge Henrique cobrou curto para Souza, que enrolou com a bola e jogou nas pernas do zagueiro para ganhar outro escanteio. E tome mais enrolação.
Esse é o símbolo do empate desta quarta-feira entre Corinthians e Independiente de Medellín, em Bogotá. Pela primeira vez nesse ano, a postura do time de Mano Menezes conseguiu furar o bloqueio de meu otimismo e me irritar profundamente.
O time foi para a partida fora de casa com uma estratégia declarada: não deixar o adversário jogar. Até aí, não sou entusiasta, mas respeito a cautela. Mas não sabia que também estava no pacote desistir de tentar ganhar o jogo.
A escalação já deixava clara a intenção. Com Alessandro machucado, Mano colocou Marcelo Mattos na lateral, coisa que nunca antes havia ocorrido. Aproveitou e sacou Tcheco do time e montou o meio de campo com Ralph, Elias, Jucilei e Danilo. Praticamente só volante. E o único meia ajudava a marcação, bem como o incansável Jorge Henrique.
Assim, o Corinthians passou boa parte do jogo tocando bola de lado, sem arriscar nada, e sem ser muito ameaçado pelos donos da casa. Cozinhou o jogo em fogo lento até que, numa jogada fortuita, uma bola desviada enganou Chicão e caiu no pé de César Valoyes, que abriu o placar para o Independiente, aos 30 do segundo tempo.
E essa é minha crítica a todas as retrancas do mundo: você se mata para evitar que as jogadas sejam construídas e pode ter 100% de sucesso nisso, mas tem coisas que não dá pra controlar. O atacante estava impedido? Foi por acaso que a bola enganou Chicão? Felipe quase defendeu? Pois é, essas coisas acontecem, especialmente quando você recua e faz o adversário jogar no seu campo.
Enfim, atrás no placar, Mano desfez sua barreira humana, colocando Morais no lugar de Mattos (Jucilei foi para a lateral) e Dentinho no lugar de Danilo (cansado). Para completar, sacou o inoperante Ronaldo e colocou Souza, que pelo menos corre. Percebam que eu não faço questão que Ronaldo corra. Ele pode muito bem jogar parado e fazer a diferença, mas o problema é que ontem não acertou nem passe de três metros. Faz parte, mas é bom o Gordo acordar.
O time acelerou, passou a jogar no campo do Independiente e chegou ao empate com um golaço de Dentinho, de fora da área, aos 40 minutos. Aí, o Timão foi pra cima pra virar, certo? Errado. Fiel a sua proposta de (não) jogo, segurou o empate até o fim, culminando com a palhaçada de JH e Souza nos minutos finais.
O time é líder de seu grupo na Libertadores, com 4 pontos. Tem uma vitória em casa e um empate fora, bons resultados. Mas é bom achar logo um jeito de jogar antes que o caldo entorne.
A hístória se repete?
No ano passado, no dia 12 de março, eu escrevia sobre vitória do Timão contra o São Caetano no Paulista. O clima era diferente, com a recente estréia de Ronaldo, que vinha fazendo gols e empolgando. O time ainda vacilava, sem encontrar uma formação ideal, mas parecia que as coisas estavam mais perto de se acertarem.
Por outro lado, após o empate contra o Santo André, na semana seguinte, o Maurício escrevia sobre a tendência do time de se contentar com pouco. O trecho a seguir mostra o clima do nobre autor então e também um pouco do meu hoje: “Entendo que o Mano Menezes tenha que ter cuidado e avançar passo a passo, na medida das pernas. Mas se não começar a puxar a responsabilidade da moçada de ganhar e bem os jogos, de mostrar que futebol se faz partindo pra cima e querendo o gol, vamos continuar patinando em jogos terríveis como este.”
Paradoxalmente, a mesma sensação é a que alimenta meu otimismo. Pois esse mesmo time que patinava numa excessiva preocupação defensiva, foi campeão paulista algumas semanas depois com belíssimas atuações nas finais, consolidando um jeito de jogar que foi o melhor e mais eficiente do país no primeiro semestre do ano passado. Espero que a coisa vá por esse caminho.
Primeira Lei da Política
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Lendo no Valor Econômico sobre uma possível chapa com Aloizio Mercadante (PT) para governador paulista e Paulo Skaf (PSB) como vice, um amigo jornalista comentou sobre o que, para ele, é a Primeira Lei da Política:
- Nenhum amigo é tão amigo que não possa virar seu inimigo; e nenhum inimigo é tão inimigo que não possa virar seu amigo.
O Santos e a arte do futebol
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Quem é o Naviraiense, perguntará o leitor ao saber da goleada de 10 a 0 que o Santos aplicou sobre o adversário na Vila Belmiro. É a mesma equipe que há poucos dias aguentou o time sensação do momento e perdeu apenas por 1 a 0, forçando uma partida de volta e comemorando como se fosse um título a ida para Santos.
Mas o destino às vezes é cruel, veja o exemplo da política. Se Geraldo Alckmin se sentiu vitorioso ao forçar um segundo turno contra Lula em 2006, provavelmente desejaria uma derrota logo de cara para não ter que passar pela humilhação de ter menos votos na segunda volta do que na primeira. Os jogadores do Naviraiense devem ter sentido o mesmo, refletindo que talvez tivesse sido melhor perder por dois a zero em Campo Grande para aliviar o sofrimento que viria depois.
Mas, como diriam os alemães, “Es muss sein!”, tem que ser assim! Os atletas conheceriam a praia, mas também se defrontariam com um time ávido, obsessivo por gols. Não só por gols, por espetáculo, por arte, por graça.
Há muitos times que conseguem goleadas contra adversários fracos ou desmotivados. Às vezes, nessas partidas legítimos pernas-de-pau se consagram marcando inúmeros tentos e até atletas que nunca marcaram fazem o seu. Difícil mesmo é manter um estilo de jogar, é encantar e, acima de tudo, respeitar o oponente como se ele fosse de fato um igual. Só grandes de verdade fazem isso. E o Santos fez.
E se Jorge Mautner já dizia que “quem segura o porta-estandarte tem arte, tem arte” o nosso artista-mor era Neymar. Desarmou, passou, deu assistência, tabelou, fez gols. Gol não, o sétimo do Peixe não era só um gol. Era uma improbabilidade física, um devaneio, uma epifania. Se existe algum grau acima de gênio, o garoto alcançou naquele momento, embora ele tenha feito parecer tão fácil desenhar o lance, tal qual um peladeiro de fim de semana na praia do Itararé.
Alguém que tenha conseguido chegar até aqui na leitura do texto deve estar pensando “mas que exagero!”. Santistas mesmo podem ponderar “melhor não ficar enchendo a bola dessa molecada, olha o salto alto...”. Aí devo invocar Manuel Bandeira, que dizia - ou gritava - em Poética: estou farto do lirismo comedido. Futebol quando é arte é feito para se admirar, para gozar, para sentir prazer. E se meu time faz isso, porque vou colher adversativas como “mas, porém, todavia...”. É preciso ser menos adversativo e mais assertivo com esse grupo que comemora cada feito com tanta alegria e desprendimento que um torcedor menos atento não conseguiria identificar no meio deles quem foi o autor do gol.
Se vierem títulos, ótimo, se não, vou mesmo assim ficarei feliz. Em 1995, desci a serra depois de sair do Pacaembu e fui comemorar na Praça Independência, em Santos, não um vice campeonato, mas o futebol que meu time jogou - e muito bem - durante aquele Brasileiro, com uma partida inesquecível. E é muito bom saber que viria um futebol ainda melhor do que aquele, como vi em 2002/03 e agora.
Técnico mesmo, de verdade, é aquele que olha pros seus jogadores, enxerga as características de cada um e pensa: qual o melhor jeito desse time jogar? Sai de cena e deixa os artistas brilharem, mesmo tendo o seu dedo em boa parte do que acontece, como é com um bom diretor cinematográfico. Não quer aparecer mais do que os atores e vibra com cada atuação dos seus pupilos. Como santista, agradeço a Dorival Junior por ser assim.
Pequeno resumo de uma quarta-feira gorda. Pelo Twitter
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@pvcespn Em Bogotá, Corinthians fez primeiro tempo seguro. Mas Ronaldo... Não está Bozzano, não...
@blablagol Ah... é contra o Navirainense? ... ... ... FODA-SE. O que está passando na Vila Belmiro é um show. Como foi contra o Corinthians
@AguiarESPN olha que irônico, o Santos tem mais gols do que o Naviraiense tem jogadores em campo
@michelleast Boa vizinhança é tudo: acordei com a gritaria? Gol de quem? Do Santos? Rsrs
Ponderação após o gol de empate do Corinthians contra o Independiente.
@mariliaruiz Mano mexeu bem no time porque escalou a retranca da retranca. Essa é a verdade...
@RodrigoBuenoESP Corinthians jogou para empatar, empatou. Flamengo jogou para vencer, venceu. Santos jogou para massacrar, massacrou. Fui!
Resumiu tudo. Gênio.
quarta-feira, março 10, 2010
Será que Belluzzo também quis culpar o elenco?
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Alexandre Lozetti, do Lance!, entrevistou na última sexta-feira o folclórico presidente do São Paulo F.C., Juvenal Juvêncio ("Não me acho folclórico. Às vezes falo coisas fora do diapasão" - defendeu-se, folcloricamente, o dirigente). Numa sala com ar condicionado congelante e odor de cachimbo apagado, segundo o repórter, Juvenal, o "intelectual", contou uma historinha interessante (se é verdade não se sabe) sobre o colega Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do Palmeiras:
- Em 2009, me perguntaram por que não ganhamos o campeonato. "Porque fomos incompetentes!". No dia seguinte o Belluzzo me telefonou: "Juvenal, você falou que o time é incompetente?". "Falei". Ele deu parabéns.
terça-feira, março 09, 2010
Do lanterna ao líder: sofrimento para vencer o último obriga Palmeiras a jogar de verdade
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Quando o garçom alviverde avisou que Lenny tinha feito 1 a 0 sobre o lanterna Sertãozinho na Arena Barueri, na noite de segunda-feira, 8, não hesitei:
– Ufa!
Era só o lanterna, é verdade. Mas duas derrotas seguidas não ajudam. De repente, parecia que perder para o último ia se tornar cina, depois da derrota para o Rio Claro. O Sertãozinho empatou e, de pênalti inexistente, virou para 2 a 1.
Cleiton Xavier por duas vezes desvirou e garantiu a vitória para a representação de Palestra Itália. Com gol aos 49 do segundo tempo. Tem técnico que ensinou que não é todo dia que o Xavier acerta. Mas quando o faz, salva.
O estádio Palestra Itália não pôde receber a partida no sábado porque o sofrível gramado estava alagado, mais ou menos como a rua Turiassu fica quando chove mais ou menos meia hora (é batata, não demora). A Federação Paulista de Futebol (FPF) concordou que o polo aquático não se joga na grama e transferiu a partida para segunda. Como o estádio do Palmeiras se prepara para receber a show do Guns N' Roses (hein?) desde domingo, o certame teve de ir à Arena Barueri, ex-sede do Grêmio Prudentino.
Mas parece que o técnico Antônio Carlos Zago gostou. É que a torcida anda impacientada e os jogadores, nervosos de atuar em casa sem conseguir resolver logo a fatura. Tanto assim, que o elenco seguiu via Castelo Branco, pagando todos os R$ 80 de pedágios pelo caminho, para Itu. Treinar para o clássico de domingo.
Depois de encarar e vencer sofridamente o lanterna, enfrentar o líder do campeonato, invicto há 11 jogos, é uma tarefa pesadíssima. Mas depois da partida entre Santos e Portuguesa, em que as duas equipes atuaram como time grande e protagonizaram um jogo e tanto, fiquei pensando.
O torcedor mais pessimista está pensando que, se para passar pelo Sertãozinho foi tão difícil, enfrentar o melhor ataque da competição exigiria uma retranca à lá Oswaldo de Oliveira – ou Carlos Alberto Parreira. E para perder de pouco.
Eu acho o contrário.
O Palmeiras tem uma chance de mostrar para cada palestrino que é e sempre será um time grande. Que merece respeito, antes de tudo, de sua própria torcida. E só jogando bola, enfrentando o líder como time grande e produzindo, junto do Peixe, um verdadeiro clássico – mesmo se for para perder – é que o time conssegue isso.
Mulher que bebe engorda menos
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Na pesquisa, cerca de 38% das mulheres (7,3 mil) afirmaram que não bebiam álcool, enquanto quase 6% bebiam moderadamente - ou seja, duas taças de 150 ml de vinho por dia. Outras 3% bebiam mais do que isso, cerca de 30 gramas de álcool por dia. Os pesquisadores afirmam que os resultados estavam associados a quatro tipos de bebidas: vinho tinto, vinho branco, cerveja e licor. O estudo afirma ainda que a melhor relação entre peso e consumo de álcool ocorreu com as mulheres que bebiam vinho tinto. Não vou deixar passar o grito de guerra: - Bora beber, mulherada!
O que é uno em essência a política não separa
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Casamento e pindaíba fazem idosos beberem mais
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O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo fez uma pesquisa com 1.563 pessoas de 60 anos ou mais e concluiu que, na capital paulista, 9,1% deles ingerem bebidas alcoólicas em excesso. Até aí, o índice nem é tão alarmante, mesmo porque muitos idosos ficam na mão de familiares inescrupulosos que os impedem de beber. Mas o índice dobra na análise do poder aquisitivo: 18,3% dos idosos da classe E, a mais miserável, são alcoólatras. A proporção vai baixando à medida que a grana vai subindo.
Na classe D são 13,6% os velhinhos chegados na cachaça braba; na classe C, 8,8% e na classe B, 3,1%. Mas volta a subir entre os ricos, que, naturalmente, tem mais dinheiro para comprar um goró: 7% dos idosos da classe A enxugam além da conta. Outro dado curioso é que, em relação ao estado civil, o levantamento revelou que o maior índice de alcoolismo está entre os casados, com 13% de velhinhos alcoólatras. Já entre os solteiros, o índice cai pela metade: 6,6%. Ou seja, falta de grana e casamento são os principais tormentos que levam a velharada a cair de cabeça na manguaça. E estamos falando essencialmente do público masculino, pois o índice de alcoolismo entre os homens idosos atinge 20%, enquanto, entre as mulheres, não passa de 3,1%. Como não sou mais casado, só a pindaíba me motivará no futuro...
Ê Globo, até quando?
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Já estou cansado de discutir a parcialidade da grande imprensa, mas esta foi um pouco demais.
Não tem responsabilidade? Como assim?
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Mas o que me deixou ainda mais perplexo, hoje, foi ler as seguintes - e inacreditáveis - informações no jornal Lance! (o grifo é nosso):
Segundo informações da Secretaria de Esportes e Recreação de Guarapuava, um laudo emitido pela Defesa Civil em janeiro permitia a realização de jogos no ginásio Joaquim Prestes. A polícia paranaense acredita que são remotas as chances de alguém ser responsabilizado pela morte do jogador.
- Fazendo uma análise da conservação do piso para a morte do rapaz, a gente não encontra um nexo - disse Maria Nysa Moreira, delegada responsável pelo caso.
Em nota oficial, a Prefeitura de Guarapuava se isentou de culpa no acidente.
Se isentou? Simples assim? Ninguém será responsabilizado? Não se encontra "nexo"? Como assim?!? Como assim??? Como assim?!!??!!? Hã?!???!!???
segunda-feira, março 08, 2010
Se chegar redonda, ele decide
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Por Moriti Neto
Duas vezes Washington. No estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, num campo que conhece bastante, pois foi artilheiro também por lá, como em tantos outros lugares, o centroavante confirmou, ontem, a vitória do São Paulo sobre a Ponte Preta.No primeiro gol, aos 14 minutos de jogo, de frente para o goleiro Eduardo Martini, ele chutou até fraco, mas a bola passou por entre as pernas do adversário. Coisa de quem pode não primar pela técnica, porém sabe, e muito, se posicionar na área.
Aos 41, vem o segundo tento. Hernanes cruza da direita, Washington finaliza e Martini rebate. Mas centroavante que é centroavante não desiste e o artilheiro, quase sentado, se estira para tocar e concluir para as redes da Macaca. Isso, ao estilo que lhe é peculiar, com raça.
Etapa inicial e partida resolvida. Alias, graças também a Rogério Ceni, que pegou pênalti mal marcado para a Ponte Preta.
Com Jean e Richarlyson de volantes, Hernanes mais na organização, Cicinho de lateral (e não inventado no meio) o São Paulo jogou bem melhor do que contra o Oeste, com qualidade na saída de bola e nos cruzamentos. Assim, o técnico Ricardo Gomes, de volta ao banco de reservas após o acidente vascular cerebral que o afastou do comando da equipe desde o confronto com o Palmeiras, viu o time do Morumbi subir na tabela, indo à terceira posição na classificação.
O curioso é que a Ponte Preta sofreu com as conclusões, principalmente pelos erros do ex-corintiano Finazzi, que tem pouca técnica e está longe da média de gols de Washington, que para a alegria dos são-paulinos, matou a peleja e é o artilheiro do Clube da Fé na temporada. Com cinco tentos no Paulista e dois na Libertadores, o centroavante lidera a tábua de goleadores do São Paulo em ambos. Não dá para reclamar. Quando a bola chega redonda, o cara faz o que sabe. E decide.
Eu não gostaria de um Dia Internacional do Homem
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Bom, se a maioria pensa o contrário e está muito feliz e satisfeita hoje, com um sorriso nos lábios, como diria o finado Gonzaguinha, também sei que muitas partilham no todo ou em parte com minha visão e que sabem, para além disso, que a valorização da mulher é no dia a dia, e não em um só dia. Que a mudança de atitude é mais importante que meia dúzia de rosas e discursos demagógicos. Por que tantos beijos e parabéns se, no Brasil, as mulheres tem mais escolaridade mas ganham 72,3% a menos que os homens? Se as que tem nível superior ganham ainda menos? Se são excluídas de profissões ditas "masculinas"? Ou bem pior que isso: se no Brasil a violência contra a mulher aumentou quase 50%, entre 2008 e 2009? Tem rosas e parabéns que amenizem essa situação? Sei lá, tudo me parece ainda mais hipócrita e agressivo do que nas datas manjadas (e impostas) do calendário comercial - Dia das Mães, dos Pais, das Bruxas etc. Às mulheres, meu modo pessoal de expressar toda a gratidão e reconhecimento é justamente dizer que vocês são trilhões de vezes maiores e mais importantes do que essa data burocrática e banalizada. Todos os dias são seus. Enquanto, como disse Gilberto Gil, os homens seguem vivendo a ilusão de que ser homem basta e que o mundo masculino tudo lhes dá. Reverências sinceras a todas vocês.
Estadão 'militante' põe faca no pescoço de Serra
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Como o (des)governador de São Paulo, José Erra, digo, Serra, não sai mesmo da moita, o jornal Estadão, impaciente para dar início à sua incansável militância tucana, chamou o cabra na chincha em pleno editorial da edição de domingo, intitulado, com indignação indisfarcável, de "O candidato clandestino". Além de citar (e com isso reforçar) "a arrogância de lideranças políticas (José Serra e Fernando Henrique) que pressionam Aécio para aceitar a vice", o texto reconhece, com temor, que "o contraste entre a desenvoltura de longa data da operação Dilma e o tardio despertar da oposição para o imperativo de tirar Serra do lusco-fusco em que escolheu permanecer serviram até agora para debilitar eleitoralmente o governador".
E o Estadão ainda toca na delicada hipótese de Serra desistir de disputar a Presidência da República para tentar a reeleição em São Paulo, advertindo que "essa hipótese é desonrosa para o governador". O grand finale é faca no pescoço total: "A esta altura, ou ele (Serra) disputa o Planalto ou sai da vida pública. Como a sua escolha está feita, já passou da hora de ser coerente com ela. A oposição precisa de um candidato que vá para a batalha pela porta da frente" (parece pai chamando a atenção de filho!). A pergunta de Carlos Drummond de Andrade nunca foi tão apropriada: - E agora, José?
'Com todo o respeito'?!??
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Tentando descobrir o que tinha acontecido na rodada do Paulistão no final de semana, sintonizei o programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, bem no momento em que o apresentador Flávio Prado (foto) dizia o seguinte:
- Imperador da favela! Imperador da favela! E o Adriano ainda quer disputar a Copa. O Dunga não vai tomar uma providência? E a disciplina? O Ronaldinho (Gaúcho) também é baladeiro, mas é diferente, a balada dele é em Milão. A do Adriano é na favela da Chatuba! Com todo o respeito...
domingo, março 07, 2010
Portuguesa 1 X 1 Santos - o melhor jogo do Paulista
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Quem assistiu ao empate entre Santos e Portuguesa viu o melhor e mais emocionante jogo do campeonato paulista. Poucas vezes a expressão “tudo pode acontecer” deixou de ser um mero chavão de locutor e se materializou de forma tão clara em 90 minutos nos quais foram criadas inúmeras chances de gol para cada lado.
A Lusa entrou em campo com a proposta de jogar no contra-ataque e, para isso, jogou com três zagueiros e somente um atacante no ofício. Ao contrário de outros rivais do Santos que tentaram sem sucesso marcar o time da Vila Belmiro no seu próprio campo, os rubro-verdes ficaram atrás e resolveram povoar o meio de campo para que pudessem roubar a bola e sair rapidamente para o ataque. No primeiro tempo, deu certo, e aos 14 a Portuguesa chegava ao 1 a 0.
Com o Santos voltando de forma lenta para a marcação e Roberto Brum e Wesley batendo cabeça no lado direito da intermediária peixeira, Dorival Junior mexeu aos 35 da primeira etapa, tirando Brum e fixando Wesley na lateral, colocando Marquinhos em campo. O meia passou a revezar a armação – e também a marcação na meia – com Ganso.
Na segunda etapa, o Santos voltou elétrico e empurrando a Lusa pra trás. Mesmo assim, o time da casa não deixava de levar perigo nos contra-ataques e criou ao menos três grandes chances durante o tempo complementar. F ábio, o goleiro rubro-verde, vivia uma grande tarde e mesmo com um volume impressionante de jogadas ofensivas santistas, parecia ao torcedor ser um daqueles dias em que a bola não entra mesmo.
Com Zé Eduardo no lugar de André e Madson fazendo a ala esquerda no lugar de Pará, o Alvinegro tinha apenas um volante, Arouca, e meias ofensivos nas laterais. A ousadia do técnico santista foi recompensada e Zé Eduardo marcou aos 44, em um lance com sete jogadores de linha da Portuguesa dentro da grande área.
Se a sequência de vitórias foi quebrada, a invencibilidade perdura. A se destacar na partida, um coadjuvante que brilhou pela entrega e também pela capacidade de marcar todas as tentativas de contra-ataque luso. Arouca se desdobrou em campo, marcou em velocidade, conduziu a bola à frente e teve uma atuação daquelas que incentiva o resto do time a correr também. Discreto, foi fundamental ontem e já se torna peça fundamental para Dorival Junior.
Por outro lado, André, com atuação apenas razoável, se perdeu no primeiro tempo ao sofisticar de forma desnecessária alguns lances, como já havia feito na peleja contra o Paulista. É bom jogador, tem muito a evoluir, mas não pode achar que joga mais do que sabe, até porque sua técnica é nitidamente inferior à de seus companheiros de ataque (o que, aliás, não é nenhum demérito). A entrada e o gol de outro coadjuvante que sempre entra bem, Zé Eduardo - lance de raça e não de técnica -, devem fazer o garoto acordar.
sábado, março 06, 2010
Adolf Obama ou Barack Hitler - para quem reclama da mídia brasileira
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Os conservadores nos Estados Unidos estão em guerra declarada contra o presidente Barack Obama. Desde que assumiu, em 2009, o democrata (não confundir com os democratas daqui) promove investidas para aprovar um programa público de saúde. Não está claro se o projeto cria um Sistema Único de Saúde para os gringos ou se faz um arremedo disso, mas o objetivo é garantir acesso a tratamento por parte das pessoas que não tem o que no Brasil seria chamado de convênio médico.
Os planos de saúde geram distorções no atendimento e um superpoder às seguradoras de negar tratamento por questões descritas nas letras miúdas dos contratos.
A forma mais razoável de atacar uma proposta assim seria com argumentos, críticas, apontando contradições na proposta. Mas o jeito mais fácil é outro: comparar Obama a Adolf Hitler e o plano de saúde pública à eugenia e ao holocausto. Claro!
A revista Extra! e o Media Matters fazem levantamentos exaustivos do que a mídia – especialmente a neoconservadora – produz. E são inúmeras as recorrências, desde 2008 até agora, e com viés de alta.
Para os conservadores da terra do Tio Sam, colocar o Estado na função significa tirar poder das empresas para entregá-lo ao Leviatã. E um Estado maior é tudo o que essa turma não quer, seja por interesses econômicos pontuais, seja por ideologia, por acreditar que é mesmo um risco fazer o setor público crescer, nem que seja um pouquinho.
(Que conste, com George W. Bush o mesmo tipo de montagem foi feito, e muitas, muitas vezes.)
Com destaque para as TVs e rádios associadas à Fox News, são listados comentários e referências ao ditador nazista. Uma das mais surreais comparações foi assinada por Glenn Beck, um aspirante a político ultrarreacionário dos mais raivosos que tem certeza da existência de elos entre a o mandatário na Casa Branca e a Al Qaeda.
Quando Obama justificou a escolha de Sonia Sotomayor para a Suprema Corte – a primeira mulher de origem latino-americana – por levar inteligência e empatia ao tribunal, Beck não se aguentou. Ele foi pesquisar nos livros de história da Segunda Guerra Mundial para concluir que Hitler usou a "empatia" para decidir pela eutanázia de crianças com deficiência, "o que levou ao genocídio por toda parte". Simples assim. Mais adiante emendou: "Empatia leva você muitas vezes a decisões bastante ruins".
Mas onde isso toca o plano de saúde? Beck não preservou para isso sequer sua filha, que teve paralisia cerebral ao nascer. Segundo o comentarista, o tratamento que a filha receberia caso fosse aprovado o programa público de saúde de Obama seria igual ao dado pelos nazistas às pessoas com deficiência.
Cal Thomas, que escreve em diferentes jornais, também mostrou que tem talento para ficção. Sugeriu que as medidas apresentadas ao Congresso levariam o país pelo mesmo caminho que levou Hitler à Lei da esterilização – sem citar as normas semelhantes adotadas do outro lado de cá do Atlântico. Em outro artigo, escreveu que poderia ser dada carta branca a cientistas para promover estudos sem preocupações éticas como tinha Josef Mengele, o Anjo da Morte nazista.
De novo Glenn Beck, em outra ocasião, explicou que não queria comparar os dois líderes, mas pedia que o público lesse o livro Minha Luta, ou Mein Kampf no original, autobiografia de Hitler. Esta merece citação na íntegra:
– Se você lê isso (Mein Kampf) agora, vê que Hitler lhe disse o que ele ia fazer. Ele contou aos alemães. Vendeu mais do que a Bíblia. Os alemães leram Mein Kampf, mas o que fizeram? Não deram ouvidos. "Ah, ele não está falando sério." "Ah, ele só está dizendo para ganhar o público X, Y, Z." Todas as mesmas mentiras estamos dizendo a nós mesmos. "Não, isso é loucura. Ninguém realmente faria isso (as medidas previstas no programa de saúde dos democratas)". Eles enterraram suas cabeças na areia e, então, tornou-se tarde demais. Por favor, America, levem a sério o que este homem (Obama) diz.
Incrível como ele parece ter certeza do que diz. E a gente ainda reclama da mídia brasileira. Tem muito colunista que precisaria comer muito arroz com feijão (ou seria x-burguer com fritas?) para produzir ilações assim.