Destaques

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Agora nem Aécio nem Huck escapam

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A Resolução 432 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que torna mais rígidas as medidas contra motoristas embriagados, foi publicada no Diário Oficial da União ontem - e, por isso, já podem ser aplicadas imediatamente nas blitze de todo o País. Entre outras coisas, a Resolução prevê que, se o teor alcoólico do motorista estiver acima de 0,34 miligramas quando assoprar o bafômetro (ou seis decigramas por litro de sangue), além das penas administrativas, responderá a processo criminal, podendo pegar de seis meses a três anos de prisão, mais pagamento de multa e cassação da carteira de habilitação. Segundo matéria da Agência Estado, o novo limite de tolerância corresponde, em média, a seis latinhas de cerveja ou três doses de uísque.

Uma novidade é que, se o motorista negar o bafômetro, o fiscal poderá aplicar a autuação administrativa e preencher o questionário de "Sinais de Alteração da Capacidade Psicomotora", que será anexado à autuação. E o bebum irresponsável também poderá ser encaminhado à delegacia. O questionário apresenta informações como aparência do condutor, sinais de sonolência, olhos vermelhos, odor de álcool, agressividade, senso de orientação, fala alterada, entre outras características. Dessa forma, personalidades como o manguaça Aécio Neves (que foi flagrado dirigindo bêbado em abril de 2011 e recusou o teste do bafômetro) e Luciano Huck (que fez a mesma coisa em dezembro de 2012) não conseguiriam escapar impunes.

Curioso é que Huck, o "bom moço" que a Editora Abril já tentou insinuar como futuro presidente da República, foi cogitado recentemente para se candidatar nas eleições de 2014 pelo PSDB como vice na chapa de... Aécio! Dizem as más línguas que só falta definir o boteco para eles sentarem e selarem a parceria política (e etílica). Mas, dessa vez, para evitar flagrante no trânsito, parece que vão seguir o conselho da esposa do Luciano Huck e deixar a responsabilidade nas mãos de um taxista...




Guarani leva vantagem

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Deitando por terra a tese de que "não existe mais bobo no futebol", alguns clubes ainda querem pagar pra ver (e muito!) a ressurreição do ex-Imperador Adriano. Pelo o que parece, o alviverde de Campinas tem um trunfo...



(Crédito da imagem: Gol Contra/Facebook)

Mapa de Minas e outros 26 estados produtores de cachaças

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Quando alguém gosta de cachaça, e gosta de gostar da bebida, começa a querer saber o local onde a chambirra é plantada, colhida, prensada, fervida, fermentada e destilada. Torna-se curiosidade tão importante quanto conhecer a madeira que compõe os tonéis onde o precioso líquido descansa. Mesmo que, eventualmente, a "madeira seja aço-inox" (isso é detalhe).

O Mapa da Cachaça é uma plataforma colaborativa no ar desde 2011. Mas só descobri essa mídia social pouco socializante no fim do ano passado. Criada pela Paralelo Multimídia, a plataforma faz constar no mapa alambiques, destilarias e fábricas de cachaça industriais e artesanais – categoria sacramentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para salvaguardar as marvadas produzidas em escalas menores do que as industriais (as que verdadeiramente mataram o guarda, o padre e até passarinho que se aventurou a beber a água que aves não beberiam).

Falta muito para alcançarem cada rincão cachaceiro (refiro-me aos produtores, não me entendam mal) do país, mas é um grande começo e uma necessidade para o diagnóstico pré-implementação do Manguaça Cidadão.

Foto: Reprodução
Mapa com um tanto de produtores espalhados. Falta muito para alcançar todos os
rincões cachaceiros. Mas os alfinetes vermelhos marcam as que, modestamente, já tive
oportunidade de conhecer a fundo. Por sorte, o copo não era tão fundo...

Porque estive lá

Curioso, fui tentar cadastrar minha modesta adega (que está mais para despensa). Das seis que ainda não estão vazias, quatro já estavam devidamente mapeadas, com muito mais informações do que eu tinha sobre as danadas.

Registrei, então, duas molha-goela, singelas contribuições que permaneciam de fora do recenseamento. A Caranguejo (à esquerda), de Campina Grande (PB) e a Cachaça de Pirenópolis (GO), cidade histórica próxima ao Distrito Federal (abaixo, à direita). Antes de serem publicadas, as informações passam por moderação dos editores. Afinal, informação de bêbado não tem dono.

Além de diferenciações importantes e instrutivas (cachaça é diferente de aguardente composta, aquelas temperadas com canela, cravo, mel, cascas e sementes), há espaço para apontar madeira de descanso ou envelhecimento (uma coisa é uma coisa) e até cadastrar o fabricante e seu endereço.

É a partir desse endereço que se consegue, além de pesquisar por nomes, viajar por mapas do Brasil. Se você der sorte (ou azar) de pegar algum soluço do site e desembocar num Erro 404, vai receber, na testa, um: "Não aguenta bebe leite!"

Em clima de quem interage em mídias sociais e acha bonito, saí marcando "Já bebi" em todas as preferidas que encontrei. Ainda marquei muitas que nem sequer almejam o posto de mais queridas... E, no final, estava admitindo até as que despertam nenhum orgulho da experiência da degustação. Tem toda a gama de qualidades cadastrada por lá.

Modéstia às favas, em 20 minutos alcancei a primeira dezena de quatro estados. Em mais 10, passando por algumas das 42 páginas de listas das marvadas de Minas Gerais, foi fácil passar da segunda dezena. Nesse inteirim, conheci a Poesia, a Atrás do Saco, a Peladinha, Perseguida Ouro... Além de conhecer uma coleção de rótulos e músicas que não chegam aos pés do Som na Caixa Manguaça.

Vale o passeio. Mas dá uma sede danada.

terça-feira, janeiro 29, 2013

Jornalismo "fófis"

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Essa nova categoria de "jornalismo", descoberta e batizada pelo colega João Paulo Soares (do Blog Sem Governo), foi inaugurada nesta semana por Luiz Maklouf Carvalho, em sua matéria sobre o governador de Pernambuco Eduardo Campos para a Revista Época - confira um pequeno trecho aqui. O período mais revelador (ou seja, mais "fófis") da verve apaixonada de Maklouf é esse aqui:

"Campos (...) esporeia com o ritmo acelerado de sua fluência verbal, (...) o dorso ainda atlético de 47 anos também assoma, enfático. Seus translúcidos olhos verdes são, surrupiando um autor contemporâneo, como pássaros querendo voar para fora da cara. Campos é, sobretudo, olhos. Na beleza variante da cor, que fisga a atenção, e, principalmente, na mirada, no manejo que lhes sabe dar, ora águia, ora cobra, focados na sedução."

Sem comentários.


O Mestre: Cachaça não é tíner não

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Quando ouvia a clássica marchinha de Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro, Héber Lobato e Marinósio Filho, imortalizada no Som na Caixa Manguaça nº 51", "Você pensa que cachaça é água", sempre entendi, na letra, um teor de um "pres'tenção". Uma dose de toque amigo para manguaças profissionais buscarem uma hidratação mais convencional.

Ao assistir a "O Mestre", de Paul Thomas Anderson, ocorreu-me uma leitura um pouco diferente. Em vez de uma crítica a hábitos etílicos exacerbados do interlocutor, imaginei que para a marchinha um diálogo em grau mais professoral, um ensinamento para explicar a diferença entre cachaça e água. A distinção, entendam, está praticamente dada por uma questão de fonte dos recursos (alambique versus ribeirão), quase uma denominação de origem controlada (DOC, como em vinhos, espumantes, queijos e quetais).

O devaneio, inspirado pela aspiração de chegar ao bar, decorre de algumas das sequências do referido longa-metragem. A produção mostra a relação peculiar (lá de onde eu venho, o nome disso seria "doida de pedra") entre Freddie Queuel (Joaquin Phoenix) e Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffmann), livremente inspirado em Lafayete Ron Hubbard, fundador da Cientologia -- ideário que teve repetidos quinze minutos de fama em 2001, quando o galã Tom Cruise trocou sua então esposa Nicole Kidmann pela doutrina -- não foi assim tão simples, mas me falta informação para redator de coluna de celebridades.

Foto: Divulgação

No filme "O Mestre", Freddie Quell (e seu fígado) é interpretado por Joaquin Phoenix. C
oquetéis com itens como reveladores e fixadores de
filme. Espera-se que dublês tenham participado de cenas como as da foto


Ao caracterizar os personagens, o filme destila Dodd como um intelectual com talento para autoritário e ambição para messianismo. Queuel começa como um marinheiro traumatizado da Segunda Guerra Mundial, alcoólatra e viciado em sexo que perdeu um parafuso antes ou depois de cruzar o Atlântico dos Estados Unidos para a Europa. Ao voltar, exercita hábitos de adicto de estágio avançado -- de beber perfume e daí para baixo. Bem para baixo.

Em quatro sequências diferentes, a personagem manufatura coquetéis peculiares. No primeiro, em meio a um laboratório de revelação fotográfica de poses preto e branco, ele parece misturar sais de revelação com fixador, além de limão. E bebe. Depois, seu elixir vira suspeito de ser veneno, quando um camponês, colega na colheita de repolhos, não tolera a mistura não identificada e sucumbe.

Em outro trecho, antes de simular relações sexuais com uma escultura de areia na praia, o preparado leva água de coco e... tíner (!). Em outra, além de uísque e vodca, novos toques de tiner, agora filtrado (?!?!) em pão velho. E a mistura é apreciada pela dupla, embora o marinheiro indique que é capaz de fazer outras variações da verdadeiramente marvada, embora não repita a receita.


Foto: Divulgação

Na praia, a espera da volta para os Estados Unidos, um drinks (sic) de
água de coco e tíner, para rebater o calor. 

Assustado, fui ao Google.

Se o Sulfito de Sódio, componente principal de um dos principais reveladores P&B do mercado, também é usado como antioxidante e conservante de alimentos (não é tão tóxico, exceto para alérgicos ao produto). Tíner, por sua vez, que contém acetona ou butanona ou outros hidrocarbonetos, é solvente peculiar que pode produzir efeitos alucinógenos quando inalado, a exemplo do que acontece na cola de sapateiro. Não à toa, é vendido apenas a maiores de 18 no Brasil.

Não consegui ir além de referências a inalantes em fontes em português.

No caso do filme, vale ressaltar que, embora Lancaster Dodd tenha elementos claros de L. Ron Hubbard, há dúvidas sobre a existência de uma inspiração única para Quell, colocado como um anti-alterego do "Mestre", uma sombra impulsiva, animalesca e caricata. Mas uma corruptela reveladora do caráter...

Com essa informação, fiquei mais satisfeito de saber que, talvez, ninguém tenha chegado a degustar esse tipo de coquetel.

Ao mesmo tempo, e voltando ao clássico do cancioneiro popular brasileiro, foi a comparação a drinks com tíner e desinfetante que revi minha interpretação. Nessa perspectiva, talvez cachaça fique parecendo quase água. Na dúvida, melhor não arriscar.

segunda-feira, janeiro 28, 2013

O papel da imprensa na tragédia de Santa Maria

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Mais uma vez, Latuff diz tudo... Charge original aqui.

domingo, janeiro 27, 2013

Uma triste imagem da tragédia em Santa Maria

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Em 1997, no Clube de Regatas Santista, o Raimundos terminava seu show por volta das três horas da manhã, e apenas uma das cinco escadarias para a saída estava liberada. O excesso de pessoas e, consequentemente, de peso, fez os degraus cederem e o resultado do pânico que se instalou e do despreparo do clube foi um saldo de oito mortos e 63 feridos.

Não havia internet e só soube do acidente pela namorada de um amigo, que me acordou no dia seguinte com um telefonema angustiado. Ele havia ido ao show e ela não conseguia localizá-lo; o desencontro de informações fazia com que se pensasse no pior. Comecei a ligar pra outros amigos pra saber se ele havia dormido na casa de algum deles, já que não estava em casa. Como não havia nenhum telefone para informações, liguei para a redação do jornal A Tribuna. Ali, perguntei se tinham a lista de mortos e feridos, e havia somente a de óbitos. Perguntei pelo meu amigo, Kléber, e dei o nome, mas meu interlocutor falou que só iria ler a lista, e não conferi-la. Respirei fundo, àquela altura já com taquicardia, e pedi para ele fazer aquele favor. Não constava o nome na lista, e depois viemos saber que ele havia dormido na casa da madrinha.

Deivid Dutra / Agência Freelancer
Além de não haver internet, celular era artigo de luxo. Conhecia muitas pessoas que nem telefone residencial tinham. Hoje, a tragédia ocorrida em Santa Maria, que já conta mais de duas centenas de mortos e outros tantos feridos, repercutiu rapidamente em todo o mundo por conta das novas tecnologias. Mas estas também criaram uma cena típica de um filme de terror ou de catástrofe.

Foi ouvindo a Rádio Bandeirantes, no Domingo Esportivo do Milton Neves – aliás, nesse tipo de cobertura, as emissoras de rádio batem a internet e dão goleada nas TVs –, que escutei um depoimento chocante. Um tenente-coronel contou que, ao chegar no local da tragédia, viu a triste cena de vários corpos no chão, obstruindo que se chegasse até o fundo da casa noturna. Ao mesmo tempo, uma sinfonia macabra de sons de celulares, tocando de forma incessante melodias distintas, enquanto os bombeiros e o pessoal do resgate tentavam achar sobreviventes e remover os corpos. Os aparelhos tocavam no chão, nos bolsos e nas bolsas, sem parar. Mais tarde, um soldado pegou um dos celulares e viu 104 chamadas perdidas. Impossível não pensar e se comover com a angústia daqueles que buscavam notícias de suas pessoas queridas.

Nossos sentimentos a todos.

sábado, janeiro 26, 2013

Quando perder do Uruguai fez sentido

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Não, eu não estou afirmando que a derrota do Brasil para os uruguaios na final da Copa de Ouro dos Campeões Mundiais, em janeiro de 1981, foi uma armação. Assim como em 1950, nossos adversários ganharam na bola, e pelo mesmo placar de 2 a 1 (na foto ao lado, o goleiro e capitão Rodolfo Rodríguez levanta a taça). O título do post refere-se ao fato de que, há 32 anos, a vitória uruguaia representou um grande e justificado desabafo para sua população. É o que conta o ótimo documentário "Mundialito", exibido hoje pelo Canal Brasil. Trata-se de um exemplo crucial de como o futebol e política podem se misturar.

Em 30 de novembro de 1980, os uruguaios foram às urnas para votar, em plebiscito, se a ditadura militar poderia modificar a Constituição do país. Surpreendentemente, 57% votaram "não"! Pela primeira vez na História mundial, um governo ditador foi derrotado em um plebiscito que ele próprio organizou. Acontece que, temerosos pela truculência dos militares, os uruguaios não soltaram fogos nem foram para as ruas comemorar esse episódio fantástico. Calaram-se, apesar da enorme vontade de gritar contra a ditadura que os oprimia.

Só que a oportunidade não tardaria a acontecer: justamente 1 mês depois, teve início no Uruguai a Copa de Ouro organizada pela Fifa, que ficaria conhecida como "Mundialito de 1981" e que reuniu, além do time da casa e do Brasil, Alemanha, Argentina, Itália e Holanda. Fazia 30 anos que a seleção uruguaia não ganhava nada e, simbolicamente, a decisão a confrontou com a vítima de seu título anterior, o Brasil. O novo troféu levou os uruguaios à loucura. E a vitória nas urnas, 40 dias antes, foi gritada nas ruar por milhares de pessoas, a plenos pulmões: "Se va acabar, se va acabar, la dictadura militar!"

No documentário, vários atletas dão depoimento, como o ex-gremista Hugo de León e o ex-santista Rodolfo Rodríguez. E também o nosso saudoso Sócrates, morto em 2011 por consequência do abuso de bebida alcoólica (o que justifica, nos marcadores, a inclusão da cachaça, completando o coquetel de futebol e política). Sócrates criticou no documentário a falta de consciência política de seus companheiros de seleção. Ele diz que comprava jornal para levar à concentração e separava o caderno de esportes, porque era a única coisa que os outros jogadores liam (enquanto ele lia o resto). Confira trecho com o Doutor:


Uma tarde e dois meias

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Em setembro de 2012, depois de longa "novela", o São Paulo acertou a contratação de Paulo Henrique Ganso. Fiquei feliz, claro. Mas, logo em seguida, no início de outubro, o meia Alex anunciou sua saída do Fenerbahçe, da Turquia, e avisou que voltaria ao Brasil. Fiquei chateado. Porque, com a contratação de Ganso, dificilmente o meu time se meteria no "leilão" por mais um grande jogador da posição. E porque, apesar do ex-santista ser muito jovem e ainda poder jogar muito mais tempo (e possivelmente dar grande retorno financeiro quando sair do clube), eu prefiro Alex. Sim: na minha seleção brasileira, o veterano meia, que encantou palmeirenses, cruzeirenses e turcos, seria titular absoluto. Mesmo ao 35 anos.

Neste sábado liguei a TV para ver sua reestréia no Coritiba, clube que o revelou, em um amistoso contra o argentino Colón. O jogo foi fraco e nem teve nada de amistoso: cinco expulsões. O Coxa perdia até os 47 da segunda etapa, quando Deivid cabeceou para definir o 1 a 1. Mas Alex, mesmo desentrosado, mostrou a velha categoria. Armou jogadas, ajudou a marcação e cadenciou o meio-campo com uma propriedade raramente vista em colegas brasileiros da posição. E ainda acertou duas bolas na trave, em cobranças de falta, e fez um incrível gol olímpico - que foi anulado (justamente) porque a bola fez a curva por fora da linha de fundo. Craque! É uma pena que mais esse veterano não terá uma passagem pelo São Paulo.



Ao mesmo tempo, no Morumbi, o São Paulo conseguiu manter aproveitamento de 100% no Paulistão, com o time reserva: 2 x 1 contra o Atlético de Sorocaba. E, curiosamente, a abertura do placar  foi feita pelo outro meia citado, Paulo Henrique Ganso. Foi seu primeiro gol com a camisa Tricolor. Porém, o festejado meia - que já chegou a ser considerado o melhor do Brasil - continua sem mostrar sua habitual categoria. Apagado, movimenta-se muito pouco e, sempre que é acionado, dá pequenos passes laterais e meio que se esconde. Tomara que seja mesmo um período passageiro, de readaptação depois de tantas lesões - e ainda ambientando-se no novo clube. Torço por ele e acredito que há grande chance de virar titular e protagonista. Mas, que ainda está bem longe do que sabe jogar, é inegável.



sexta-feira, janeiro 25, 2013

Santos bate Goiás e comemora título da Copa São Paulo

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O Santos faturou hoje a Copa São Paulo de Júniores ao vencer o Goiás por 3 a 1, o seu segundo título da competição – o primeiro foi em 1984. É o resultado do trabalho nas divisões de base que vem dando atletas ao time de cima há algum tempo e também conquistas como o campeonato paulista sub-20 no ano passado.

Garotos comemoram o título da Copa São Paulo
Mas o que é interessante na equipe campeã invicta é o gosto pelo toque de bola, com um meio de campo que não conta com aquele volante pesadão e pegador ou aquele outro tipo que corre, corre, corre (em geral, errado) pra marcar o rival. São marcadores mais ágeis e técnicos como Lucas Otávio e Leandrinho, que chegam bem ao ataque, e atletas criativos como Pedro Castro e Léo Cittadini.

Na defesa, a presença do bom e muito tranquilo, pra idade e pela posição, Jubal, e, na frente, quatro atacantes que tiveram importância em momentos diferentes da competição. Novamente, nada do centroavante fixo e pouco móvel (alô, André), mas sim jogadores (Neilton, Giva, Diego Cardoso e Stefano Yuri) que gostam de fazer as jogadas pela ponta e também vindo de trás tabelando, abrindo a defesa adversária.


Esse gosto pelo toque de bola e troca de passes já podia ser visto no ano passado, quando a equipe foi desclassificada pelo Desportivo Brasil nas oitavas de final. Não sei se foi fruto do “efeito Barcelona”, mas o fato é que se trata de um ótimo trabalho de Claudinei Oliveira, ex-goleiro (bom) que vi várias vezes atuar na Portuguesa Santista, inclusive na campanha que trouxe o clube à primeira divisão do campeonato paulista em 1996. Substituto de Narciso, o técnico foi campeão do Paulista Sub-15, em 2009, e do Sub-17, em 2010, conhecendo parte dos atletas do time atual.

Um título como esse em um torneio eliminatório tem o dado evidente de contar com a ajuda das circunstâncias, mas dá confiança para os garotos. Com o estilo trabalhado pelo treinador, dá esperanças ao torcedor de que os novos talentos venham mais adaptados ao espírito coletivo, burilados no que diz respeito a fundamentos básicos que andaram esquecidos nos últimos tempos. É esperar e ver quem vai se juntar a outros pratas da casa do time de cima como Neymar, André, Felipe Anderson e Rafael Cabral. Lembrando que, nos últimos anos, em geral foram os garotos da base os protagonistas de títulos na Vila Belmiro.

Já o Goiás, que chegou à final, usa outro método pra dar experiência a seus atletas. Em 2012, praticamente a mesma equipe que chegou à final hoje disputou a Série D do campeonato brasileiro pela Aparecidense, graças a um acordo entre os dois clubes. Entre os adultos, o time conseguiu três vitórias, um empate e quatro derrotas na competição.

PS: Parabéns à precavida organização da Federação Paulista de Futebol que, desta feita, reservou uma medalha para entregar a José Maria Marin...

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Corinthians: sem meio-campo fica difícil

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Romarinho jogou mal ou preguiçou?
(Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians)
O Corinthians recebeu a Ponte Preta nesta quarta-feira e perdeu por 1 a 0, novamente com sua escalação B puxando pra C. Dessa vez, Zizao não tirou nenhuma mágica das mangas de seu shen-i e o time, bastante desentrosado e com erros estranhos de escalação, não deu conta do recado.

Antes de começar, aponto minha própria contradição: como se trata de um time fadado a ser esquecido assim que os titulares entrarem em ação, faz pouco sentido analisar o trabalho coletivo e tem mais lógica pensar individualmente se cada jogador pode vir a ser útil no futuro. E mesmo assim, lá vou falar de tática.

O principal problema é o meio-campo, sem um meia criativo que seja. Nesta peleja, Tite trocou Nenê Bonilha, que fez as vezes de meia centralizado contra o Bragantino, e colocou William Arão, volante marcador. Caiu para Guilherme, ex-Portuguesa, a responsa de armar o time pelo meio, auxiliado por Giovanni na direita. Não deu certo e Romarinho ficou isolado no comando do ataque, que não é a sua. Aqui, uma pergunta sobre Little Romário: ele jogou mal porque estava isolado ou ficou isolado porque jogou mal e preguiçosamente?

O erro de esalaçaõ supra-citado é o seguinte: Tite coloca um lateral-direito (Welder) na lateral-esquerda, outro (Guilherme Andrade) improvisado de volante e usa um meia de origem (Edenilson) no lado direito da defesa. Três improvisos que poderiam ser um só, com Edenilson ajudando a armação. Possivelmente ajudaria mais o coletivo, mas é provável que Tite prefira que o meia/lateral treine onde ele deverá ser aproveitado quando necessário – o que deveria preocupar os outros dois, que passam a ser opções mais distantes.

Mesmo com tudo isso, ainda se construíram algumas chances de gol. A Ponte, no entanto, teve as melhores, perdidas por responsabilidade de seus atacantes e com boa ajuda de Danilo, goleiro que periga ganhar de Júlio Cesar a condição de reserva imediato de Cássio.


Tite deu uns minutos a mais para Léo, bom atacante recém-chegado aos profissionais. Não fez grandes coisas e ficou meio largado na ponta esquerda, distantes que estavam sempre os quatro da frente.

O gol da Macaca veio no finalzinho. Numa jogada meio perdida no canto da área, Felipe – que é um zagueiro menos pior do que eu temia – e deu um tranco um atacante da Ponte que para mim (e para o Felipe) foi ombro a ombro, mas o juiz entendeu que foi nas costas. Desnecessário, de todo jeito.

O estreante da noite, Gil, não foi mal. É rápido e bom por cima, mas precisa de ritmo de jogo. Ficaria melhor ao lado de Chicão, zagueiro que faz melhor a saída de bola e que ficará um mês fora por contusão. Problema.

A próxima premiere deverá ser de Renato Augusto, talvez já no próximo jogo. Pode ajudar esse meio-campo.

Osvaldo, "o cara"

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Mais uma vez, devo iniciar uma análise de jogo do São Paulo com "guardadas as devidas considerações sobre a fragilidade do adversário". Ainda assim, a convincente goleada de 5 a 0 sobre o Bolívar, no Morumbi, pelo jogo de ida da pré-Libertadores, teve diversos "heróis". Ney Franco, muito corajoso ao botar Paulo Henrique Ganso no banco e apostar (certeiramente) em Aloísio na ponta-direita; Luís Fabiano, que voltou a ser convocado pela seleção brasileira e marcou dois gols (apesar de mais um cartão amarelo bobo no fim do jogo); o agora quarentão Rogério Ceni, com três belas defesas e um gol; Jadson, que está voando baixo nesse início de temporada, com dois gols em dois jogos. Mas o melhor em campo, sem dúvida alguma, foi Osvaldo. Com a saída de Lucas, ele agora é "o cara" no ataque do São Paulo.

Primeiro, abriu o placar com um golaço de perna esquerda (após belo passe de Jadson), deixando o goleiro boliviano atônito. Depois, no segundo tempo, retribuiu a assistência para Jadson marcar o quarto e sofreu o pênalti que originou o quinto gol, de Rogério Ceni. Atuação perfeita, impecável, nota  10. E o que mais me impressionou foi que, aos 37 minutos do segundo tempo, depois de correr sem parar todo o jogo, Osvaldo ainda estava dando piques de 40 metros atrás de bolas na linha de fundo... Monstro. O preparo físico do camisa 17 salta aos olhos, principalmente se comparado a figuras sonolentas, desatentas e improdutivas como Ganso. Cañete, mais uma vez, entrou na ponta-direita no final e mostrou disposição. Bem como Casemiro, que está com fome de bola. Bons sinais. Que venha o jogo de volta.


Neymar brilha e Renê Júnior rouba a cena em vitória do Santos

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Em uma partida na qual Neymar brilhou mais uma vez, marcando, dando assistências e fazendo lances vistosos, o Santos mostrou mais entrosamento e alguns jogadores começaram a se mostrar mais adaptados à camisa alvinegra. Cícero combinou com o Onze peixeiro no primeiro tempo, deu e recebeu passe, assim como Montillo, que deu um presente para o ainda hesitante André não marcar.

Neymar: um chapéu diferenciado (Reprodução)
Mas o destaque dos 3 a 0 do Peixe sobre o Botafogo não foi um dos homens de frente, e sim o volante Renê Júnior, que também causou ótima impressão em suas outras duas partidas. Mesmo quando a equipe se arriscou à frente e abriu a retaguarda, ele não permitiu que os botafoguenses ameaçassem a zaga santista. No jogo, seus números são excelentes: foram 12 desarmes e 52 passes certos, sem nenhum errado. Teve seu nome gritado em sua primeira peleja na Vila, e deixa a situação de Adriano, que ainda não renovou seu contrato, um pouco mais difícil.

Mais uma vez apagado, André deu lugar ao argentino Miralles no segundo tempo e, também mais uma vez, o reserva marcou. Muricy insiste com o garoto não somente para dar ritmo de jogo a ele, mas também porque é um atleta querido pelos companheiros. Rafael puxou aplausos para o nove quando este foi substituído e a torcida, até então impaciente, atendeu ao apelo. Mas a paciência, do torcedor e do técnico, tem limites... 

Abaixo, os gols e o inusitado chapéu de Neymar no centroavante botafoguense Nunes.



quarta-feira, janeiro 23, 2013

Fluídos vitais

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No livro "Assessora de encrenca" (Ediouro, 2006), a produtora Gilda Mattoso, última companheira de Vinicius de Moraes, conta alguns episódios sobre o poeta. Em 1980, pouco antes de morrer, Vinicius foi operado de hidrocefalia. Ao saber do ocorrido, o escritor Fernando Sabino protestou:

- Não pode ser! Vinicius não bebe água. Talvez seja uma uísquecefalia...


terça-feira, janeiro 22, 2013

Escolhas de Felipão apontam para time mais estático

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Felipão gesticula ao explicar seu objetivo: resgatar
o futebol-bailarino (Silvia Izquierdo/AP)
Feita a primeira convocação, podemos começar a afinar as cornetas contra Felipão. O resumo da ópera das escolhas do veterano treinador é exatamente o envelhecimento da equipe, trazendo de volta jogadores mais "experientes", no caso, Ronaldinho Gaúcho, Luiz Fabiano, Júlio César e Fred.

Começando pelo gol, a volta de JC é meio estranha. O goleiro saiu da Inter de Milão e foi para o pouco expressivo Queens Park Rangers, o que indica que os grandes clubes não se interessaram por seu futebol. Enfim, não vi o cara jogar pra avaliar e a posição estava meio em aberto mesmo.

As mudanças mais estruturais acontecem do meio para a frente. Felipão sinaliza que seu time vai ter um centroavante mais pesado e mais preso dentro da área. Uma mudança em relação ao time leve que vinha sendo tentando por Mano Menezes, com muita movimentação. Vamos ver como funciona.

Achei estranha a troca de Kaká, que jogou bem e vinha se entendendo com Neymar, por Ronaldinho Gaúcho. O meia do Atlético fez um bom Brasileirão, é fato. Mas não sei se o bastante para apagar o mau desempenho que teve nas convocações mais recentes.

A coisa complica também por questões de estilo: Gaúcho no Atlético nem finge que vai tentar marcar alguém. A pressão no ataque é feita por Bernard e Guilherme, nas beiradas, enquanto o lento meia fica livre. Na Seleção, Neymar e, sei lá, Lucas não farão este papel nem a pau – e nem devem se sacrificar tanto para isso, ainda que eu ache fundamental que todo o time tenha um papel na recomposição defensiva.

Ele voltou, mas não vai marcar ninguém (Getty)
O resultado deve ser que os volantes vão ficar mais presos, perdendo um pouco da mobilidade e dos elementos surpresa que vinham aparecendo nos últimos jogos. Claro que o novo treinador vai imprimir sua marca, mas se é pra deixar volante preso não faz muito sentido convocar Paulinho, Ramires e Arouca.

O resultado do conjunto parece ser um time mais estático, com posições e funções mais fixas. Para o meu gosto, parece um retrocesso.


E o meu medo

Concordo com Felipão ao convocar Hernanes, mas discordo quando o técnico diz que o jogador é um meia mais ofensivo. Pra mim, ele é pode se tornar um baita armador, para jogar e marcar. Entraria no meu time como segundo volante, fazendo a transição da defesa para o ataque, cadenciando o jogo com seu bom passe, coisa e tal. Como meia, recebendo a bola mais à frente, me emociona menos.

Um elemento que Felipão teria levantado na coletiva é que poderia usar David Luiz como volante, posição em que ele já apareceu no Chelsea. Juntando isso tudo, começa a aparecer meu medo: Felipão vai meter David Luiz de terceiro volante e tentar me convencer que Hernanes é meia.

Não agora, mas mais pra frente, se e quando a coisa começar a apertar. Vai deixar dois zagueiros, dois laterais, David Luiz como volante limpa-trilho na frente da zaga, Paulinho e Hernanes de segundos volantes e estabelecer o “joga no Neymar” que foi tônica do Santos ano passado.

Foi mais ou menos o que ele fez em 2002, quando Edmilson era um zagueiro disfarçado de volante e Juninho Paulista não podia passar muito do meio campo – até ser substituído por Kleberson, caracterizando de vez os três volantes. Funcionou, dirão os otimistas. Sim, sem dúvida. A diferença é que, lá, Rivaldo e Ronaldo estavam voando, secundados por um Ronaldinho Gaúcho em ascensão. Resta ver como a coisa anda.

A lista dos convocados:

GOLEIROS
Julio Cesar - QPR (ING)
Diego Alves - Valencia (ESP)

LATERAIS
Daniel Alves - Barcelona (ESP)
Adriano - Barcelona (ESP)
Filipe Luís - Atlético de Madri (ESP)

ZAGUEIROS
David Luiz - Chelsea (ING)
Leandro Castán - Roma (ITA)
Dante - Bayern de Munique (ALE)
Miranda - Atlético de Madri (ESP)

VOLANTES
Paulinho - Corinthians
Ramires - Chelsea (ING)
Arouca - Santos

MEIAS
Ronaldinho Gaúcho - Atlético-MG
Hernanes - Lazio (ITA)
Oscar - Chelsea (ING)
Lucas - PSG (FRA)

ATACANTES
Luis Fabiano - São Paulo
Neymar - Santos
Fred - Fluminense
Hulk - Zenit (RUS)

segunda-feira, janeiro 21, 2013

Seleta novidade no Timão

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"Essa é campeã!" é uma proposta de slogan

Semana de novidades relevantes para a torcida corintiana, levemente ampliada nos últimos tempos por conta de seu novo ídolo. Depois da brilhante atuação de Zizao neste domingo, o trans-continental marketing alvinegro lança mais uma grande iniciativa.

Trata-se de uma parceria para lançar uma canjibrina oficial do Timão. Mas a boa notícia é que a manguaça será powered by Seleta, tradicional produtora de aguardente de cana de Salinas, em Minas Gerais, capital mundial da cachaça.

Segundo a Seleta, a Cachaça do Corinthians será envelhecida por dois anos em tonéis de umburana e terá 42% de teor alcoólico, "sabor suave e amadeirado" e "aroma agradável". Custará R$ 22 para o consumidor.

Desde já gostaria de convidar o companheiro Anselmo, degustador de cachaça mais experiente deste fórum, para avaliar o produto – desde que suas cores clubísticas não se sobreponham a seu compromisso com a imparcialidade de julgamento como manguaça.

Um lugar para Jadson

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Guardadas as devidas considerações sobre a tradicional fragilidade do time do Mirassol, a estreia do São Paulo no Paulistão 2013, no Morumbi, teve como saldo positivo não apenas a vitória por 2 a 0, mas principalmente a boa atuação do meia Jadson, deslocado para o setor direito do ataque, onde antes desfilava Lucas, hoje no Paris Saint Germain. A fracassada negociação com o ponta Eduardo Vargas, do Napoli, que acabou sendo emprestado ao Grêmio de Porto Alegre, abriu espaço para Jadson, que iria para o banco de reservas com a efetivação de Paulo Henrique Ganso como homem de armação no meio-campo.

Durante a fase de preparação para a nova temporada, o técnico Ney Franco chegou a testar um losango com Ganso e Jadson no meio e apenas dois atacantes, Luís Fabiano e Osvaldo. No jogo-treino contra o Red Bull Brasil, dia 16 (vídeo abaixo), o time titular, com essa configuração, não conseguiu produzir nada no ataque e perdeu por 2 a 0 no primeiro tempo, com duas falhas de Rogério Ceni (os reservas sãopaulinos conseguiram empatar e evitar o vexame na segunda etapa). Diante disso, Ney decidiu improvisar Jadson na ponta-direita e manter o esquema 4-3-3 que deu padrão de jogo ao time no segundo semestre de 2012.




E, ontem, Jadson não decepcionou. No primeiro gol do São Paulo, após uma excelente triangulação entre Luís Fabiano, Osvaldo e Ganso, Jadson apareceu livre na pequena área para estufar a rede, caso o camisa 9 não tivesse aparecido, ao seu lado, para finalizar antes. No segundo tempo, o Mirassol aproveitou o desentrosamento de Lúcio na zaga e a má atuação de Carleto na lateral-esquerda para dar um sufoco no adversário, mas Rogério Ceni se redimiu das falhas contra o Red Bull com três grandes defesas. Após a saída de Luís Fabiano, Jadson centralizou seu posicionamento, recebeu bom passe de Denílson e marcou um golaço ao dominar e virar em velocidade. Assim, ele parece render mais do que como meia clássico.


No mais, vale ressaltar a entrada de Cañete como outra opção na faixa direita do ataque. No dia em que o futebol brasileiro registrava os 30 anos da morte do gênio Mané Garrincha, o argentino acertou uma bola na trave do Mirassol em lance relativamente parecido com o do ex-camisa 7 da seleção brasileira contra os russos, na Copa de 1958 (mas, lógico, sem os dribles característicos do Anjo Torto). O reforço Aloísio também atuou bem e ajudou a segurar a bola no ataque, aliviando a pressão que o time sofreu no início do segundo tempo. Enfim, a insistência de Ney Franco em determinado padrão de jogo, mesmo com substitutos de características diferentes no ataque, dá a impressão de que é mesmo o caminho certo. Ganso ainda está muito aquém. Mas Jadson parece ter encontrado o seu verdadeiro lugar.

domingo, janeiro 20, 2013

Paulistão com cara de "vale a pena ver de novo". E Lula "trolla" o Palmeiras

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Ele, sempre
O campeonato paulista de 2013 começou com aquele gostinho de café requentado para pelo menos duas equipes grandes do futebol de São Paulo. O Santos estreou contra o São Bernardo com casa cheia a Grande São Paulo e bateu os anfitriões por 3 a 1. Com uma equipe desentrosada, foi Neymar que salvou a pátria mais uma vez. A partida contou com a presença do ex-presidente Lula, que assumidamente, como você vai ver na entrevista , estava lá para secar o Santos. Ao lado dele, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, torcedor do Peixe.



Os reforços que jogaram foram bem ofensivamente, mas pecaram na marcação, exceção feita a Renê Júnior que, além de marcar de forma competente, deu um belo lançamento para Montillo perder aquele que considero sua terceira grande oportunidade de marcar desde sua estreia, no amistoso contra o Grêmio Barueri. Cícero e Arouca não foram tão bem na cobertura, assim como Bruno Peres (nada novo) e o estreante Guilherme Santos foram menos que medianos defensivamente.

Mas, reforços à parte, tem esse fora de série chamado Neymar. Ele fez um gol que, como já dito aqui, está se acostumando a fazer, tocando de forma precisa por baixo das pernas do defensor. Um lance incomum, que para o craque peixeiro está se tornando corriqueiro. Além disso, como disse o companheiro Edu, cavou uma expulsão do adversário e inúmeros cartões amarelos. Todos justos, embora o secador Lula discorde...



******

Já o Palmeiras também estreou com o gosto amargo do final de 2012. Não saiu do empate, em casa, contra um dos seus rivais na Série B, o Bragantino. O Verdão teve uma grande chance desperdiçada pelo atacante Barcos, que perdeu um pênalti. A equipe palestrina, aliás, foi "trolada" por Lula, que disse, a respeito da participação alviverde no Paulista: "Esse vai ser um campeonato paulista muito bom, porque todos os times estão reforçados. O Corinthians está melhor, o Santos está melhor, o São Paulo está melhor, os times do interior, o São Bernardo está melhor... Só falta o Palmeiras ficar melhor".


Zizao salva jogo chato do Corinthians em Jundiaí

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Olha o Zizao aí. (Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians) 
Aproximadamente às 17h15 deste domingo, um tremor atingiu o mundo. Não se tratou de falha tectônica, o explodir das primeiras bombas atômicas da terceira guerra mundial ou de mais uma barbeiragem do governo Dilma a ser denunciada pela implacável Veja. Foi o resultado de 1,5 bilhão de chineses pulando em uníssono para comemorar a brilhante jogada de seu conterrâneo Zizao, o Bruce Lee dos gramados.
O rapaz pegou a bola ainda no campo de defesa corintiano, tocou para Romarinho um pouco à frente, que devolve uma bola meio na fogueira. Com agilidade digna de Jackie Chan, Zizao concerta o passe e tira o primeiro zagueiro com um toquinho preciso. Avança dentro da área, ginga na frente do zagueiro e passa com a graça de um monge shao-lin. Com tranquilidade zen, ignora os três defensores que se aglomeram a sua frente e dá um passe preciso para o garoto Giovanni marcar. Golaço!
Utilizados todos os clichês que consegui pensar com a cultura chinesa, o fato é que a jogada de Zizao foi um dos poucos bons momentos de um jogo chato pra diabo entre Paulista de Jundiaí e Corinthians. Uma outra foi o bom passe do meia Mateus para o gol de empate da equipe da casa, de João Henrique. Ok, mais uma piada: para manter o equilíbrio das energias do universo, Zizao colaborou com o gol adversário ao dar um passe na fogueira para Guilherme Andrade.
De se aproveitar, Giovanni jogou bem pelo lado direito e fez mais que o gol. Seu lado foi o mais produtivo, com boas tabelas entre ele, Edenilson e Guilherme, ainda que nada muito incisivo. No fim do jogo, Tite colocou o menino Léo, recém-chegado do time da Copinha. Interessante dar chance para o pessoal da base pelo menos nesse time B/C do Timão.


Na falta dos melhores momentos, uma atuação chinesa em outro esporte com bola: 

sexta-feira, janeiro 18, 2013

Cerveja-do-pará

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Quatro anos depois, uma nova visita a Belém-PA demanda uma atualização da cena etílico-fermentada da região. A terra da Cerpa, vencedora do primeiro teste-cego de cervejas do Futepoca – realizado em longíqua época em que o Corinthians não tinha levantado o caneco de campeão da  Libertadores e, portanto, quando o mundo era mais divertido – tem novidades que passaram despercebidas aos olhos e copos dos ébrios autores do Futepoca

Foto: Futepoca

Em 2009, às margens do Guajará, nas barraquinhas do Ver-o-peso e em botecos afins, foram registrados momentos altos e baixos do consumo do fermentado de malte (e de cereais não maltados) na capital paraense.


Foto: Futepoca

Além da Cerpa Export, também conhecida como "Cerpinha", a cervejeira ainda trabalhava com a Draft (à direita), variedade mais leve, que levava o rótulo de "lager", para acompanhar e competir com selos igualmente aguados das concorrentes. Brahma Fresh e Glacial (da Schin) que apostavam, desde então, na necessidade de um produto mais refrescante para o calor, adequado à elevada umidade do clima equatorial. Tudo muito parecido com opções como Antartica Sub-Zero e similares, lançadas em outras regiões.

Foto: Futepoca

Em passagem por lá agora, em janeiro de 2013, ficou claro que o cenário está preservado. Duas imagens registram ofertas de cerveja em palcos bastante distintos, do ponto de vista socioeconômico.

Em uma barraquinha (foto à esquerda) em que parei para comprar água de coco (que, segundo diz a literatura, ajuda a recuperar da ressaca), as opções levinhas misturam-se a refrescos à lá tubaína, como um guaraná da própria Cerpa, e energéticos de eficácia duvidosa.



Foto: Futepoca

A outra paisagem (foto à direita) já inclui marca ligeiramente fora desse perfil, mas segue dominada pela devastadora presença de cervejas levinhas. A foto a gora é de um restaurante em um shopping center em Umarizal, bairro de classe média alta da cidade. Além da Antártica Cristal, parece haver toda uma preocupação com a iluminação, para fazer com que o líquido dourado pareça mais claro, mais aguado...

Refresco
 
A certeza de que cervejas leves dominam ainda mais soberanas no mercado belenense ganhou força ao conhecer a Tijuca, lançamento premium da Cerpa de novembro de 2011 , que recorre ao imaginário da capital fluminense ("A paraense mais carioca do Brasil") para comover bebedores mais abastados da cidade. Trata-se de uma versão mais saborosa do que as insossas concorrentes de fabricação mais massiva, mas realmente leve e com muito pouco corpo.

Refrescos também se parecem duas outras opções desse segmento premium (ainda mais caras) da Amazon Beer, que também já foi tema por aqui. A marca é produzida pelo grupo que detém o restaurante Manjar das Garças – situado no parque Mangal das Garças e também em um restaurante da Estação das Docas (100% #TuristaFeelings), tem quatro variedades. Duas delas, bem menos convencionais, vão além da lei de pureza alemã de 1516 (ou de 1952?) e incluem, além de água, malte, lúpulo e levedura, bacuri ou taperebá (caja manga, em outras regiões do país).

Enquanto Bacuri Beer é suavemente adocicada, a de taperebá é a base de trigo, mais encorpada. Ambas, inexoravelmente frutadas, remetem a guaraná e suco ao paladar que esperava se aventurar por sabores etílico-amazônicos mais selvagens... Mas são muito agradáveis. Seria preciso repetir a experiência ao sul do paralelo 1º para saber se é alterada a experiência gustativa. Duas outras opções da marca, uma pielsen e outra lager, completam a carta de opções.







Haja copo.

Em tempo: Cerpa Export e Draft continuam valendo a visita ao estado de Giovanni e Paulo Henrique Ganso.

quinta-feira, janeiro 17, 2013

A volta do boêmio

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"Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova inscrição..."

Voltei!

E (re)começo com o título e alguns trechos do maior clássico de Adelino Moreira, na voz de Nelson Gonçalves, como fundo musical. Por quê?

Buenas, no post anterior que escrevi para o Futepoca, há (quase) um ano e meio, terminei dizendo que ia "beber um vinhozinho" para espantar o frio, a chuva, a deprê pré-segunda-feira e, principalmente, a dor de cabeça pelos 5 a 0 que o Corinthians aplicou impiedosamente sobre o meu time, naquele 26 de junho de 2011. Pois é, a ressaca do tal "vinhozinho" custou a passar... Mas "o bom filho à casa torna" - ou seria "o bom bebum ao bar entorna"? - e aqui me reapresento, disposto ao (bom) combate.

"Boemia, sabendo que andei distante,
Sei que essa gente falante vai agora ironizar:
- Ele voltou! O boêmio voltou novamente.
Partiu daqui tão contente. Por que razão quer voltar?"

Acontece que o Futepoca, tanto quanto suas próprias "razões sociais" (futebol, política e cachaça), é um vício. Mais do que isso: é uma família. E em família a gente bebe, discute, briga, bebe de novo, se afasta, se reconcilia, discute mais um pouco, bebe, chora, dá risada, faz drama, bebe a saideira, conversa, se abraça e, muitas vezes, chega num acordo. Ou não (rs). No meu caso, não teve discussão nem briga nem drama. Só um afastamento, digamos, necessário. Mas, felizmente, temporário.

Porque, como diz o Gilberto Gil, na letra de outro clássico, "Back in Bahia":

"Por algum tempo, que afinal passou depressa, como tudo tem de passar
Hoje eu me sinto como se ter ido fosse necessário para voltar
Tanto mais vivo de vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá"

E porque um filho teu não foge à luta!

Voltei pra família Futepoca, cerrando fileiras novamente com Anselmo, Brunna, Fredi, Glauco, Maurício, Nicolau e Thalita. Agora me aguentem! (rs)

Beijos e abraços,
Marcão

Ps.1: A foto acima foi tirada pela - paciente, compreensiva e companheira - Patricia, no primeiro dia do ano, enquanto eu cantava e batucava na mesa da sala ao som de Benito di Paula, bebendo um Bicho Verde (Martini 40 ervas) misturado com caldo de pêssego. Sobrevivemos.

Ps.2: SOM NA CAIXA, MANGUAÇA:




A estreia do Santos em 2013: companhias melhores para Neymar

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No amistoso disputado no Pacaembu, ontem, o Santos apresentou parte dos reforços para 2013. Não puderam atuar Marcos Assunção, André Pinga e Nei, além dos veteranos em recuperação Edu Dracena e Léo, e Felipe Anderson, que está na seleção sub-20. Ainda assim, foi possível ter algum vislumbre do que a  equipe pode render no primeiro semestre, com um elenco mais robusto do que o de 2012.

Um tempo foi dos titulares e o outro foi dos reservas. O resultado foi o mesmo, dois a zero em cada etapa, mas as impressões foram obviamente distintas. No primeiro tempo, o Santos criou diversas oportunidades e, logo a um minuto Montillo quase marcou em belo lance de Neymar. Na prática, dentre os reforços, sempre o melhor será a manutenção do Onze peixeiro o maior tempo possível. Mas esse o torcedor já sabe que é fora de série, voltemos aos novatos...


Montillo, camisa dez e segunda estrela da noite, mostrou que pode se entender bem com Neymar. Fez tabelas e mesmo triangulações nas quais o avante André também participou. Mas o nove santista, mesmo puxando a marcação e dando toques de primeira, mostrou as mesmas limitações de 2012: pouca movimentação, tanto para se deslocar como para pressionar a saída de bola do adversário, além de falhas algo grotescas para um atleta do nível dele. Corre sério risco de ir para reserva.

Quem chamou a atenção foi o volante Renê Júnior. Tem boa velocidade, chegou bem ao ataque, tanto que deu o passe para Galhardo sofrer o pênalti, e se posiciona bem. Atuando à frente da zaga, liberou um pouco mais Arouca, pelo lado direito, e Cícero, pelo esquerdo. O ex-são-paulino, aliás, teve uma estreia discreta. Com Marcos Assunção bem fisicamente (em cobranças de falta e escanteios torcedores brincavam pedindo seu nome) e o retorno de Felipe Anderson, Muricy pode ganhar o tal do “problema bom”. Poderá formar em algumas situações um meio de campo com três volantes que sabem tocar a bola e chegar ao ataque (algo que Adriano, por exemplo, não faz) ou colocar um meio de campo mais ofensivo com Felipe Anderson e Montillo, por exemplo.

Entre os reservas, destaque-se a estreia de Gabriel ou Gabigol, o garoto de 16 anos e de mais de R$ 100 milhões e também o belo gol do irrefreável Bill, em um lance no qual tirou o zagueiro com o traseiro (rima involuntária). Já começa a ganhar entre a torcida um status meio semelhante ao que Obina tinha no Flamengo, uma troça misturada ao reconhecimento pelo esforço – que ainda não compensa a falta de técnica.


Já Victor Andrade, que atuou meio tempo e foi substituído por Gabriel, precisa por as barbas – que ainda não tem – de molho. Parte da torcida vaiou seu desempenho e a paciência com o atleta que parecia promissor já está diminuindo. Quem sabe a presença de veteranos no elenco não traga um aprendizado diferente do que ele tem tido até agora.

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Corinthians fora da Copinha: mau augúrio para 2013?

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Leandro, bom centroavante (Rodrigo Coca/Ag.Corinthians)
Comecemos afirmando um fato importante mas muitas vezes negligenciado sobre as competições de categorias de base: o mais importante não é ganhar, mas revelar jogadores. Lendo agora, parece claro que tal fato é ignorado por soar muito como discurso de perdedor. Enfim, o fato é que, mesmo sendo eliminado pelo Bahia no jogo desta quarta, temos alguns bons jogadores no time, especialmente no ataque.

O destaque é Léo, que era Leonardo no ano passado. Sem ter completado ainda 18 anos, o jogador é habilidoso, rápido e inteligente. Pecou algumas vezes por ser muito fominha, o que vale para as outras duas boas revelações do time: o centroavante Leandro, artilheiro com seis gols, e o também atacante Paulinho, habilidoso e ainda mais esfomeado.

Isto posto, entremos em searas mais míticas. Corintianos da minha faixa etária criaram um certo misticismo em relação ao desempenho do time na Copinha. Essa visão, reforçada pelo ano quase perfeito de 2012, deve ter começado com o ano de 1995, quando o Timão levou o Paulista em final sobre o Palmeiras e a Copa do Brasil em cima do Grêmio – sem contar o primeiro título da Gaviões da Fiel no Carnaval. O ano começou com a vitória na Copa SP, terceiro dos oito conquistados pelo Timão, maior ganhador do torneio. Olhando os outros seis títulos, vemos que a mística é bastante questionável.

Começa que os dois primeiros foram em 1969 e 1970, no meio da enorme fila alvinegra. Nada de bons augúrios aí – o que fica ainda mais grave em 69, com a morte do lateral-direito Lidu.

Tudo bem, a coisa pode ter começado com o excelente ano de 1995. Pulando esse, vamos para 1999, excelente ano, do bicampeonato do Brasileirão e de mais um título do Paulistão em cima do Palmeiras, com o tempero especial das embaixadinhas de Edílson.

Até aqui, vamos bem. Mas depois vem 2004, quando o Timão foi salvo pelo então sãopaulino Grafite de um vexaminoso rebaixamento no Paulistão. A mística foi severamente abalada, mas o ano seguinte a revitalizou: novo título dos meninos e novo Brasileirão, com Tevez e Nilmar – e o saldo da parceria malfadada com a MSI. O último título comemorado no aniversário da capital paulista foi em 2009, quando levamos o Paulistão invicto e a Copa do Brasil, com show de Ronaldo.

O saldo é positivo para os supersticiosos: 3 anos ruins e 5 muito bons. Se avaliarmos que o feitiço, seja lá qual for, foi feito em 1995, fica 5 a 1. Não é pouco. Na dúvida,bato na madeira. E vou mudar um pouco o axioma do início do texto e torcer mais por vitórias da garotada.

terça-feira, janeiro 15, 2013

Supermercados ameaçam pubs britânicos

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Uma reportagem de Rodrigo Uchoa no Valor de ontem traz uma triste notícia para os tradicionalistas. Os lendários pubs britânicos, verdadeiras instituições culturais da terra da Rainha, vêm sendo substituídos por supermercados. De acordo com a Campaign For RealAle (Camra), uma associação de defesa dos direitos dos consumidores e dos pubs, mais de 200 deles foram transformados em filiais do estilo express de grandes redes desde 2010, sendo 50 só em Londres. A British Beer and Pub Association calcula que em 2001 havia 60,7 mil pubs no Reino Unido e, hoje, há 51,1 mil.

A maior rede britânica de supermercados, a Tesco, sozinha foi responsável pela “conversão” de 130 unidades. Para ela, a vantagem de comprar pubs é que eles já têm licença para venda no varejo de qualquer produto, reduzindo-se a burocracia, sendo que muitos contam também com estacionamento. Além disso, se o lugar tiver menos de 280 metros quadrados pode ficar aberto o dia inteiro nos fins de semana. Lojas de tamanho maior só podem funcionar seis horas no domingo.

O capital sempre disposto a acabar com a alegria
Mas, segundo a matéria, há outros motivos para a fragilidade financeira dos pubs. De acordo com o chairman da JD Wetherspoon, grande rede local, nos anos 70, 90% de toda a cerveja consumida no Reino Unido era vendida nos pubs e, hoje, esse número chega a 50%. O principal motivo da mudança seria a questão tributária: enquanto no balcão o cliente paga 20% de imposto sobre valor agregado, os supermercados vendem as cervejas com imposto quase zero.

Reação

Claro que, se envolve dinheiro e grandes corporações, o jogo é bruto. Roger Warhurst, da Camra, afirma aqui que "clientes e funcionários eventualmente ficam sabendo que um pub está fechando no último minuto, quando é muito tarde para articular uma campanha efetiva para salvá-lo.” Ele destaca também que há suspeitas de que estes pubs são deliberadamente levados à falência com gestão temerária, com o propósito de reduzir potenciais protestos da população local.

De acordo com o Guardian, a Camra está promovendo uma campanha para que o governo possa suprir as lacunas legais que permitem a demolição e a “conversão” de pubs em supermercados. "Em um momento no qual 18 pubs fecham toda semana, uma grande instituição britânica está sendo ferida. A menos que o governo tome alguma atitude para suprir essas óbvias lacunas na legislação, mais comunidades serão forçadas a desistir de seus pubs sem poder lutar”.

A eles, nossa solidariedade.

sábado, janeiro 12, 2013

Manguaça Cidadão: o uísque-de-quatro-patas

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Mais uma pro Manguaça Cidadão: cachorro-guia para bêbados.

Urge incluir no projeto de lei um programa permanente de treinamento de cães para ajudar não apenas o cego como também o manguaça.

O exemplo do vídeo não poderia ser mais eloquente.





quinta-feira, janeiro 10, 2013

Aplicativos para beber até cair

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O vício em eletrônicos ou mesmo na internet (ou no Facebook) é um problema grave, já foi tema de muito verso e prosa, mas não é o assunto aqui. Aplicativos e softwares simulam e brincam com o exercício e até os efeitos da bebedeira ou do consumo de outros entorpecentes variados.

O tema alcoólico e as trapalhadas dos embriagados flagrados por policiais, câmeras indiscretas ou notícias de veracidade duvidosa populam em colunas de tabloides e no noticiário bizarro. Também já transbordaram por estas mal-traçadas linhas em profusão (bota profusão nisso...).

O Futepoca adverte: desde o começo, "apenas ampliou o alcance do balcão" no que toca à conversa de bar. Mas jamais propôs aceitar brindes entre copos virtuais e coisas do gênero. Pelo direito ao bar, sem dirigir depois e com moderação (seja lá o que isso signifique).

A brincadeira começa com o aplicativo iBeer, que simula, em iPhone e Android, um copo de cerveja pilsen dentro do smartphone. O telefone esperto usa os sensores de movimento para sacolejar as imagens do líquido dourado e brincar de entorná-lo virtualmente, como demonstra o vídeo. Não mata a sede, mas rende performances inspiradas em stand-up show aos montes no escritório...

 

 Há variações semelhantes aplicadas ao uso de cocaína e de cigarro de maconha. É claro que há diversas outras versões da mesma coisa.

Outro efeito comum do uso concentrado de etílicos é alcançar aquele estágio conhecido em certos fóruns como "estágio nove", ou "fronteira final". Trata-se, segundo a literatura - nunca estive lá, juro -, da apresentação de sintomas específicos, bem depois da etapa alegrinha, da fase de debates acalorados, da sedutora, da valentona e até da aquietada... O caso aqui é o da condição em que a afeição, o carinho e os mais profundos e ocultos sentimentos afloram. Em geral, afloram para cima de qualquer um, para o lado ao qual o nariz estiver virado. Pode-se ver a manifestação disso por declarações como: "Cê tá ligado que eu te considero pra c..." Ou: "Você é meu amigo, cara, eu te amo, cara! Te amo!" E por aí vai.

Há poucos registros de pessoas que voltaram para contar o que acontece depois de tanto uso de goró. O que importa para este caso é que até mesmo isso tenta ser simulado via web.

O The Nicest Place on the Inter.net é praticamente uma rede social em que pessoas dos quatro cantos da mesa de bar, ou melhor, do planeta, compartilham vídeos de um abraço no Youtube. Não é o abraço corporativo nem o "free hugs".

A pedida é de um carinho. Mas, depois de "encher a cara" de iBeer, virtualmente bêbado (sic), o manguaça do simulacro pode querer desabafar, manifestar o quanto ele preza os seus sentimentos. Pode tentar isso pelas mídias sociais mais comuns, mas vai chegar uma hora em que tudo o que esse hipotético e sóbrio bêbado vai poder querer é um ombro amigo.



E nem os efeitos a longo prazo escapam da sanha digital por simular o entorpecimento desregrado e inconsequente. O "Espelho da Bebida", aprimorado pelo governo escocês - em uma iniciativa anti-Manguaça Cidadão - promete mostrar o efeito de longo prazo da bebida sobre o rosto de mulheres. A exemplo do que se pode fazer filtros para simular a idade ou uma corriqueira transmutação em zumbis, o aplicativo "engorda" e "envelhece" a imagem. Em dois ou três cliques.

Embora pareça sexista, a ideia foi apelar para a vaidade feminina no intuito de alertar para os efeitos duradouros do consumo de álcool acima dos patamares recomendados pelas autoridades de saúde da Escócia. Assim como os homens, elas também usam saias e andam afogando as mágoas cada vez mais, sempre de acordo com a visão governamental.

Fotos: Divulgação

Antes e depois.
















Até a ressaca é tema de aplicativos, seja para "calcular" o humor, seja para indicar modos para remediar a situação.

Com bebedeira virtual será o fim da bebedeira-arte, da bebedeira-moleque, da bebedeira-magia?