Destaques

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Imperador se atrasa e diretoria pode rescindir seu contrato

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Crise no São Paulo! O Imperador da Manguaça aprontou das suas e pode ter seu contrato rescindido no Morumbi. A história começou nessa manhã, quando o jogador chegou às 9h28 par ao treino das 9h. Segundo o Uol Esportes, ele desceu do carro, se trocou correndo e foi para o Reffis descalço. Pouco depois, apareceu perto do gramado onde o time treinava, mas decidiu ir embora.

Para completar o serviço, no estacionamento do CT, Adriano ameaçou um fotógrafo: "Se você tirar mais uma foto, eu te arrebento aqui mesmo". Ele ficou alguns minutos conversando com o superintendente do clube, Marco Aurélio Cunha, e foi-se.

Cunha contou aos repórteres que Adriano “estava chateado com um problema pessoal e queria ir embora”. Segundo o dirigente e porta-voz sãopaulino, o ocorrido foi o seguinte: o jogador estava em um show e, quando o seu motorista foi buscá-lo, acabou batendo o Porsche Cayenne de Adriano. "Ele estava alterado com isto", disse Cunha.

A direção do São Paulo parece não ter digerido bem o ocorrido. O vice-presidente tricolor, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, afirmou que irá tratar do assunto em uma reunião ainda nesta noite. Perguntado pelo Uol Esporte, o cartola não descartou “demitir” o Imperador. "Não temos uma definição e, por enquanto, nenhuma hipótese foi descartada. Vamos nos reunir hoje à noite e analisar o caso. Não gostamos do que aconteceu", acrescentou.

Marco Aurélio Cunha também demonstrou insatisfação: "Estamos ajudando o Adriano, até mais do que ele está nos ajudando, Mas isto precisa ser recíproco. Os dois lados precisam se ajudar. O Adriano tem esse tipo de dificuldade de relacionamento. Ele está aqui justamente por tudo que aconteceu na Europa".

Além de Adriano, Borges e Hugo também se atrasaram para o treino. Segundo o Uol, os dois chegaram às 9h22 “com cara de sono e bocejando”.

O Imperador já tinha pisado na bola ontem, quando foi o único atleta da delegação tricolor a desembarcar da viagem de volta da Colômbia sem a camisa preta pólo do clube, conforme orientação da diretoria.

Com informações do Uol Esporte e do IG

Os brucutus precisam ser banidos do futebol

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Tenho lido as opiniões dos aqui companheiros blogueiros sobre a violência dentro das quatro linhas: a tese do cartão azul, do Olavo; a discussão sobre a agressão covarde do brucutu Martin Taylor, do Birmingham, que quase aleijou o Eduardo da Silva, do Arsenal.

Esse é um assunto que me faz refletir. E, refletindo, me dá raiva.

Raiva da violência. Por isso, eu contesto aqui tanto o burocratismo da proposta do companheiro Olavo, quanto a condescendência do post do companheiro Anselmo. Chamar de “pernada” aquele ato brutal, covarde, grotesco, mais próprio de um animal do que de um jogador de futebol, é decepcionante, caro Anselmo. E ficar propondo cartõezinhos azuis é apenas burocratizar a coisa, para dizer o mínimo.

Lembram daquele jogadorzinho do Bangu (cujo nome não me dou ao trabalho de pesquisar) que quebrou o joelho do Zico?

Por essas e outras eu fico com o Marcão, que num comentário ao post do Anselmo, citado acima, disse: “Para assassinos como esse, flagrado por fotos e câmeras de TV de diversos ângulos, só há uma medida possível: o banimento definitivo do futebol. Por muito menos (muito menos mesmo!), o goleiro Rojas foi obrigado a encerrar a carreira”.

É utópico, isso que o Marcão diz. Mas expressa indignação, e isso é importante. O Fernando Calazans, da ESPN Brasil e de O Globo, também costuma expressar sua ojeriza aos brucutus. Os brucutus precisam ser banidos do futebol.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Minha idéia ganha força

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Terça-feira, escrevi um post dizendo que o futebol poderia ter três tipos de cartão. Esse terceiro a ser introduzido, o azul (ou outra cor), teria um grau abaixo do amarelo e serviria para punir pequenas faltas disciplinares, como comemorações excessivas de gol, "ceras" não tão enroladas assim e por aí vai.

E agora, vejam vocês, o globoesporte.com traz uma notícia dizendo que em Portugal um dirigente local pretende adotar uma idéia parecida. Rui Mâncio, diretor da Federação de Futebol da Ilha da Madeira, defende a adoção do cartão azul nas categorias de base. A punição teria fins educativos: seria aplicada aos jogadores que usam palavrões em campo.

A discordância entre a proposta de Mâncio e a minha é justamente essa. Eu não vejo ser necessário banir o palavrão do futebol; pelo contrário, considero as palavras feias integrantes essenciais do ludopédio. Mas ambas as idéias se encontram num ponto crucial: o cartão azul de Mâncio também estaria abaixo do amarelo, com dois azuis gerando o atual cartão da advertência.

Chegaremos lá?

Obama, Hillary e a apelação eleitoral

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Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa-Afiada, escreveu que Barack Obama está mais à esquerda do que Hillary Clinton. Chico de Oliveira, sociólogo e capa da edição da Fórum de abril de 2007, acredita que as diferenças entre os candidatos democratas não são tantas assim. Está em artigo na Folha de S.Paulo desta quinta-feira, 28.

"Ele é tão parecido com a Hillary, com seu terninho correto que faz par com o tailleur da ex-primeira-dama, quanto o PT com o PSDB", escreveu o ex-petista que, apesar do apoio a Heloísa Helena no primeiro turno de 2006, terminou o pleito com críticas severas ao comportamento do PSol.

À parte o tom provocativo que a afirmação possa conter, parece que Oliveira concorda com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel que, em entrevista a Pedro Venceslau (na próxima edição da Fórum), declarou que petistas e tucanos são donos dos dois partidos de centro-esquerda do Brasil.

O que mais chama atenção sobre o artigo é que o sociólogo considera apenas a parcela democrata da disputa. Uma questão de escopo, é claro, mas que parece recair sobre parte dos analistas. Ocorre que o outro lado da briga de novembro pela Casa Branca, o dos republicanos, já em John McCain como indicado.

A maioria dos analistas parecem já tem certeza de que Obama será seu adversário. Outras lideranças republicanas começam a reclamar que, caso se confirme como primeiro candidato negro a vencer as prévias e primárias, será protegido pela mídia, como, acusam, vem acontecendo. A mídia ficaria temerosa de "parecer racista" a cada crítica feita.

Retórica. E também um aviso de que a campanha com Obama não será imune ao baixo nível. Mesmo porque, mulheres também são alvo de discriminação. A discussão sobre as diferenças entre o preconceito contra negros e contra mulheres só funciona na mesa de bar, porque é um falso debate.

Reprodução
Obama em trajes quenianosDois exemplos mostram isso mais claramente. Primeiro, a foto de Obama em trajes tradicionais do Quênia, de onde veio seu pai (já falecido), divulgados na terça-feira, 26. A publicação da imagem foi atribuída aos rivais democratas e a republicanos. As roupas foram apresentadas como características de muçulmanos.

Outro exemplo é ainda mais tosco. A NBC "confundiu" Obama com Osama. As aspas justificam-se porque uma imagem do terrorista mais procurado do mundo, comandante da enfraquecida rede Al Qaeda, foi exibida no fundo da tela, enquanto o apresentador Chris Matthews, do Hardball, falava sobre o candidato negro.

O vídeo está aqui:

A rede de TV desculpou-se, afirmou tratar-se de um erro. Acidental ou não, dá idéia de que, se preconceito racial "não pode", o religioso está liberado.

Também está no Revistaforum.com.br

Peru, Redondo e Cacetão

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O programa Pontapé Inicial, da ESPN, teve como convidado especial, na manhã de hoje, o veterano Chico Anísio. Profundo conhecedor de futebol, o humorista, que começou a carreira como comentarista esportivo, contou que seu pai foi o responsável por profissionalizar o futebol no Ceará, citou de memória formações arcaicas do Palestra Itália (hoje Palmeiras), Vasco da Gama e América-RJ, relembrou os lances da decisão da Copa de 1950 e, enfim, deu palpite sobre clubes, técnicos e goleiros.

Mas a melhor história surgiu quando o apresentador José Trajano conversava com Anísio sobre futebol de botão, paixão de ambos por décadas. Trajano contou que seu time particular se chamava Real Acarape, por causa de uma marca de cachaça, e o humorista revelou que o nome de seu time de botão era Fênix - e que, por anos a fio, teve sempre a mesma linha de ataque: Peru, Redondo e Cacetão. "Quando eu era adolescente, essa foi uma linha real de ataque, e muito famosa, do Ferroviário, que é o meu time no Ceará", esclareceu Chico Anísio.

Mas é óbvio que a escolha do insólito e obscuro trio para batizar os atacantes de seu time de futebol de botão tinha um propósito cômico. O humorista costumava narrar os jogos que disputava e, às vezes, comentava: "O técnico está errado em escalar o Cacetão à frente do Redondo. Se o Redondo abrir e o Cacetão vier de trás, é gol!". Ou então: "Olha lá, olha lá, o juiz botou o Cacetão pra fora!". Segundo Chico Anísio, essa brincadeira não ficava muito longe das narrações reais, na década de 1940, dos jogos do Ferroviário. Só podia ser no Ceará, mesmo...

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

"O bom da bebida é o boneco"

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Quem não conhece o Ceará provavelmente nunca ouviu a expressão "botar boneco". Num sentido mais restrito, significa "dificultar", "botar dificuldade". Por exemplo: você convida uma pessoa para alguma coisa e ela hesita, nega, fica colocando obstáculos. Daí você exclama: "-Deixe de botar boneco!". Mas, num sentido mais amplo, "botar boneco" significa mesmo "fazer palhaçada", "dar baixaria". Por isso, quem é brincalhão, desinibido ou sem-vergonha, mesmo, é chamado de "bonequeiro". Há um ditado cearense que sentencia: "o bom da bebida é o boneco". Ou seja, "se não for pra dar vexame, então nem compensa beber". Confira outras expressões cearenses ligadas ao consumo de álcool:

Merol = bebida alcoólica
Celular = garrafa plástica de cachaça 480 ml/ meiota (foto acima)
Papudim = pinguço (com barriga inchada característica)
Miolo de pote = conversa fiada/ papo de bêbado
Chêi dos pau = bêbado, embriagado, encachaçado
Melado = idem acima
Bêbo-bosta = bêbado inconveniente
Solto na buraquêra = perdido na noite (na putaria, na bebida etc.)

Formigueiro que vitimou boleiro será exterminado

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A prefeitura de Presidente Prudente (SP), que cuida da manutenção do estádio Eduardo José Farah, prometeu acabar com um formigueiro que ficou famoso nesta semana. Na partida entre Oeste e Santacruzense, partida válida pela série A-3 do Paulistão, o lateral Marcos Paulo sofreu uma falta e acabou sendo "atacado" por centenas de formigas que estavam "morando" no gramado.

O resultado da lambança pode ser visto no vídeo acima. O atleta tentou primeiro resolver o problema em uma poça d'água. Ao perceber a inutilidade da sua atitude, foi pro chuveiro mais cedo, e depois retornou para o jogo.

"Com as chuvas, o gramado estava ruim, muito encharcado, e as formigas acabaram subindo. Sofri uma falta e como estava protegendo a bola acabei caindo com o peito no gramado. Na hora não senti nada, levantei e até ia bater a falta. De repente comecei a sentir o corpo inteiro formigar. Achei que estivesse tendo alguma coisa, um derrame. Quando olhei a camisa ela estava totalmente preta, cheia de formigas", disse o jogador em entrevista para o Lancenet!.

O árbitro quase deu cartão amarelo pelo fato do lateral ter tirado a camisa, mas o desculpou pelo inusitado da situação. Por muito pouco, o público não foi poupado de ver um striptease de Marcos Paulo. "Era muita formiga. Pensei até em tirar o calção, mas aí seria demais, né?", lembra. "Saí correndo para um chuveiro que tinha ao lado do campo. Até passaram éter na minha camisa. Mas só consegui me limpar mesmo no intervalo, dez minutos depois", descreve

O secretário de Esportes da cidade garantiu que o gramado será "envenenado". "Foi um fato isolado e bastante inusitado. Mas o funcionário responsável pelo gramado do estádio já foi orientado a jogar veneno no campo para acabar com os formigueiros de lá", explicou o secretário Edson Pelágio ao G1.

Entre pontapés e pancadas

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Kaká diz: "Não agüento mais receber tanta pancada". Quer que os árbitros façam alguma coisa. Seu clube, o Milan, reiterou as denúncias de perseguição. "Um jogador nunca faz duas faltas consecutivas em Kaká. Há um revezamento entre os jogadores, como se fosse uma estratégia planejada. Claro, os árbitros não vêem nada", dizem os rubro-negros milaneses.

Um dia antes, guardadas as proporções em todos os níveis, Vanderlei Luxemburgo dispara a mesma acusação sobre seu segundo atacante, o meia Valdívia. Nas contas do comandante palestrino, expulso na última partida contra o Rio Preto, primeiro foi o número oito, depois o camisa sete, e assim por diante até se cansarem de surrar El Mago.

O brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva, do Arsenal, tomou uma pernada do zagueiro Taylor, do Birmingham. Cordial, o agredido perdoou o assassino, o que justifica os termos gentis para com o britânico.

Minha perna dói só de olhar.



Assista:


A linha é completamente diferente do que propõe o Olavo. Mas tem coisas que precisariam ser repensadas.

Muito se falou aqui sobre Sandro Goiano, ex-Grêmio, hoje no Sport, e sobre Materazzi. Por mais que tenham suas funções táticas dentro de campo, são atletas de se notabilizaram por, digamos, excessos.

O que fazer para proteger os atletas vítimas da pancadaria e para diminuir o espaço do anti-jogo?

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Som na caixa, manguaça! - O retorno (Volume 16)

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OS BÊBADOS
Marcus Dias (na foto, com Isaac Cândido)

Isaac Cândido

Sábado
É o dia dos bêbados
E das moças católicas
Que vão para a missa rezar pra quem sabe encontrar algum
Bêbado
Aquele cara simpático
Quando não está estático
Sentado na mesa de um bar a tentar encontrar algum
Método
De burlar o estético
De furar o ilógico
E de tentar conquistar uma moça que não sabe nada dos
Bêbados
Aqueles caras exóticos
Que misturam os tópicos
E que promovem o riso que eu sempre tentei mas agora estou
Bêbado
Procurando meus métodos
Misturando meus tópicos
E tentando enganar os que não sabem nada de nada dos
Bêbados

(Do CD "Isaac Cândido", de 1999)

Por três tipos de cartão

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Cena 1: o jogador faz um gol e resolve extravasar na comemoração. Sai correndo em direção ao alambrado, o escala e vai comemorar junto com a sua torcida. Grita empolgado, e recebe de volta gritos também empolgados dos torcedores. Desce o alambrado e encontra, em seu retorno ao gramado, um juiz com um cartão amarelo na mão. É o que prevê a regra para comemorações desse tipo.

Cena 2: o atacante parte em velocidade pela ponta. Tenta olhar para a grande área à busca de um companheiro para quem centrar a bola; mas, antes que tenha tempo para raciocinar, recebe um carrinho de um zagueiro mais "disposto". A falta não é das mais violentas, mas interrompe um ataque perigoso. Como punição, o juiz saca um cartão amarelo ao agressor.

Isso não soa estranho, despropositado, ridículo? Não é insano punir pequenas falhas disciplinares com o mesmo rigor de entradas "agressivas, mas nem tanto"?

Tenho pensado sobre essas questões de uns tempos pra cá e acredito que uma boa saída seria a introdução de um terceiro tipo de cartão. Um cartão azul, verde, ou sei lá o quê, que estaria abaixo do amarelo e vermelho já existentes. Puniria comemorações extravagantes, "ceras" das não tão agressivas, reclamações com o juiz só um pouco arbitrárias...

Sei que esse tipo de discussão é fadada à brincadeira, e logo aparecerão sugestões mirabolantes para, de uma vez, dispersar o debate. Mas é bom que se lembre que reações irônicas também apareceram quando os cartões atuais foram sugeridos na década de 1960 - e, hoje, alguém consegue pensar no futebol sem o amarelo e o vermelho?

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

O dia em que o futebol quase me matou

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O senhor José Macia, mais conhecido como Pepe, completa hoje 73 anos. Nessa mesma data, há 21 anos, ele comandou o São Paulo contra o Guarani na decisão do Campeonato Brasileiro de 1986, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas (SP) - considerada a mais emocionante da história da competição. Não discordo, pois, se o futebol não me matou naquele dia, não mata mais. O Guarani era um timaço, capitaneado por Evair, João Paulo, Marco Antônio Boiadeiro e Ricardo Rocha. O São Paulo também era outra equipe de respeito, com a famosa linha de ataque Muller, Silas, Careca, Pita e Sídney. Por isso, o definitivo confronto entre Guarani e São Paulo pelo título do Brasileiro de 1986, no final de fevereiro do ano seguinte, prometia "pegar fogo". E pegou: logo aos dois minutos, o lateral Nelsinho marcou um gol contra e pôs o Bugre na frente do placar. Sete minutos depois, Bernardo empatou para o time da capital.

Eu ainda morava com meus pais, em Taquaritinga (SP), e assisti a decisão com meu pai, Chico, e meu cunhado Luís Antônio. A luz da sala estava queimada e a escuridão tornava a situação ainda mais dramática. Eu passei o jogo inteiro mudo, sem me mover, de tanta tensão. Quase não me lembro dos lances, só dos berros do meu pai (que contribuíam para me deixar ainda mais nervoso). Só há alguns anos pude rever o fim do segundo tempo, quando dizem que houve um pênalti não marcado para o Guarani, sobre o João Paulo. Revendo as imagens pela TV Cultura, posso dizer que houve, antes, um lance idêntico sobre o Pita, na área bugrina. Nos dois lances, nem os jogadores do São Paulo e nem os do Guarani reclamaram penalidade. E olha que era um jogo facinho pra sair confusão...

Bom, começa a prorrogação e eu quase ponho o coração pela boca. Pita fez 2 a 1 e, logo em seguida, Boiadeiro deixou tudo igual. Se fosse hoje, eu teria enfartado, sem exagero. Cada lance era uma agulhada no peito. Quando João Paulo pegou a bola no meio do campo, enfileirou os defensores são-paulinos e fez 3 a 2 (golaço!), quase morri. Acho que fiquei sem respirar, sem enxergar, sei lá. O pior é que, no desespero e no escuro da sala sem luz, nem meu pai e nem meu cunhado notaram. Passei uns minutos assim, meio morto. Aí aconteceu o milagre. O zagueiro Wagner Basílio, que tinha falhado no terceiro gol bugrino, pensava: "-Pronto, estraguei o trabalho de um ano inteiro!". Eram 14 minutos do segundo tempo da prorrogação! Nesse momento, o goleiro Gilmar gritou: "-Joga pro Careca, que ele resolve!".

O zagueiro deu uma bica, a bola passou o meio-campo, Pita pulou e resvalou de cabeça, a bola pingou dentro da área do Guarani e Careca, de primeira, mandou o petardo de perna esquerda: 3 a 3 (na foto do post, a comemoração). "-O hino do Guarani tocava nos alto-falantes. Era o último lance, o Aragão já olhava o relógio. Notei que meu marcador (Ricardo Rocha) estava olhando para a bola e não me viu. Bati com força, foi o gol mais importante da minha vida", contou Careca, há poucos dias, no programa Loucos por Futebol, da ESPN. Voltando no tempo, lembro que não comemorei. Continuei mudo, paralisado, passando mal. E o sofrimento piorou, pois a partida foi para os pênaltis. Só quando o São Paulo converteu a última cobrança e garantiu o título é que despertei. Mas tinha passado os 150 minutos com os músculos tensos, sem me mexer, e parecia que eu tinha levado uma surra. O herói, Careca, contou no Loucos por Futebol que sua mãe morava a umas dez quadras do Brinco de Ouro. "-Fui a pé até a casa dela mas, no caminho, tinha uns dez bares lotados de são-paulinos. Tive que tomar, pelo menos, uma cerveja em cada boteco", lembrou, rindo, o atacante.

Ficha técnica
Guarani 3 x 3 São Paulo (3 x 4 nos pênaltis)
Data: 25 de fevereiro de 1987
Local: Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP);
Juiz: José de Assis Aragão;
Público: 37.370 pagantes;
Renda: CZ$ 4.222,000;
Guarani: Sergio Néri, Marco Antonio, Valdir Carioca, Ricardo Rocha e Zé Mario; Tosin, Tite, (Vágner) e Marco Antonio Boiadeiro; Catatau (Chiquinho Carioca), Evair e João Paulo. Técnico: Carlos Gainete;
São Paulo: Gilmar, Fonseca, Wagner, Basílio, Dario Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Muller, Careca e Sidney (Rômulo). Técnico: Pepe;
Gols: Tempo regulamentar - Nelsinho (contra, aos 2’) e Bernardo (aos 9’). Prorrogação – Pita (1’), Boiadeiro (7’), João Paulo (5’) e Careca (14’). Pênaltis - Dario Pereyra, Fonseca, Rômulo e Wagner Basílio para o São Paulo. Erraram pelo Gurani Boiadeiro e João Paulo (Tosin, Valdir Carioca e Evair acertaram).

domingo, fevereiro 24, 2008

Santos finalmente convenceu

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Parecia fácil. Jogando em cima do Ituano, com três atacantes, o Santos chegou rapidamente ao gol, com 9 minutos de partida. Logo em seguida, Wesley, em ótima jogada, quase amplia o placar. O domínio era absoluto e o Peixe dava mostras de que finalmente venceria de forma tranqüila. Mas, em uma jogada pela esquerda, apareceu Evaldo.

Reserva de Adaílton, que ficará longe dos gramados por seis meses, perdeu uma bola boba que originou, aos 18, o gol do Ituano. Dois minutos depois, perdeu outra bola grotesca no meio de campo, fez falta e foi expulso. Poderia até ter tomado apenas o amarelo, mas o vermelho não foi injusto. Um novo drama se avizinhava para o torcedor do Santos.

A partir daí, quem tentou jogar pressionando no campo adversário foi o time de Itu. Só tentou. O Santos conseguiu boas oportunidades jogando no contra-ataque, aproveitando os espaços nos lados do campo. O Ituano só ameaçou, pouco, na bola parada.

Na segunda etapa, Leão substituiu Marcinho Guerreiro, que fatalmente seria expulso, por Adriano. A equipe voltou com o ânimo redobrado e era o time da Vila Belmiro que parecia ter um a mais. Aos 8, o Santos, em grande jogada de Molina, chegaria ao segundo gol com Kléber Pereira.

A partir daí, um massacre. Betão marcou em lance pela direita de Molina e Kléber Pereira fez o quarto do Alvinegro e o quarto dele em duas partidas. Poderia ter sido seis ou sete, tal o volume de jogo e as chances criadas e desperdiçadas pelo Santos. Molina, que vinha jogando claramente pouco adaptado ao time, desencantou no segundo tempo, roubou bolas, quase fez um gol de placa e armou vários contra-ataques.

Ao fim da partida, uma torcida organizada do Santos pediu a saída do Leão. O motivo? Eles que expliquem, embora pareça um caso límpido de orquestração. Mas o resto do estádio passou a gritar o nome do técnico, abafando a minoria. Alento para o santista, e um pouco mais de paz para o treinador. Duas vitórias seguidas, contra adversários fracos, parece pouco, mas pelo que vinha se desenhando e pelo que os grandes vêm fazendo no Paulistão, não é desprezível.

Wesley

Wesley, 20 anos, atacante. Na partida contra o Cúcuta, em dois minutos fez duas jogadas de Robinho. Depois praticamente apagou. O locutor da televisão brincou que o atleta tinha feito mais do que o titular daquela ocasião, Quiñonez, em todo o primeiro tempo. Comentei que, na prática, o garoto havia feito mais do que ele mesmo em todas as partidas que entrou em 2007.

A primeira vez que o menino jogou foi em uma derrota do Santos para o São Paulo, pelo Brasileirão de 2007. Entrou outras três vezes, sempre pouco eficiente. Depois da partida contra o time colombiano, fez um gol contra o Guarani no meio de semana e chorou. Não de alegria, mas de alívio. Vinha sendo xingado pela torcida sempre que pegava na bola, e se sacrificava fazendo o quarto homem do meio campo, em uma função que Leão o adaptou.

Em 2002, quando Leão chegou ao Santos, trabalhou com Elano como quarto homem do meio, ora atuando na marcação, ora como atacante, só que pela direita. É bom lembrar que o jogador não vinha sendo sequer utilizado por Celso Roth, técnico anterior. Agora, parece tentar o mesmo com o Wesley, só que pela esquerda. E o moleque vem se desdobrando e evoluindo a cada partida.

Contra o Cúcuta, os microfones pegavam Leão incentivando o garoto. Bem, mas bem diferente da forma de “incentivo” que Wanderlei Luxemburgo utilizou com Dionísio, conforme narrou o Marcão aqui. Talvez esteja aí um dos segredos da evolução do menino. Que continue assim.

Desespero botafoguense

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Impressionante a reação do elenco do Botafogo-RJ após a derrota por 2 a 1 na final da "importantíssima" Taça Guanabara. Na sala de imprensa, quase todos os atletas choravam (literalmente) até que o presidente do clube, Bebeto de Freitas (foto), interrompeu as entrevistas e renunciou ao cargo em frente às câmeras. Não vi os lances polêmicos da partida, mas qualquer desconfiança de favorecimento ao Flamengo em decisões deve ser considerada, pelo histórico inegável de "apitos (mais do que) amigos". Porém, mesmo que chiem com razão, a proporção da hecatombe botafoguense parece muito exagerada. Afinal, ainda falta um turno do carioca, o time pode vencê-lo e dar o troco no Flamengo na decisão de fato, o clube está na Copa do Brasil e pode assegurar uma vaga na Libertadores de 2009 e, pelo bom futebol que vem apresentando, tem tudo pra fazer um ótimo Brasileirão. É fato que a revolta não tem a ver só com o jogo de hoje, mas com os prejuízos seqüenciais sofridos pelo Botafogo nos últimos dois anos (vide desclassificação da Copa do Brasil em 2007, com atuação "brilhante" da Ana Paula Oliveira). Mas daí ao elenco inteiro aparecer chorando e o presidente do clube renunciar em público, vai uma grande distância. Quando Bebeto ainda era técnico de vôlei e treinava o Olimpikus, de Campinas (SP), eu o entrevistei muitas vezes - e algumas em momentos de verdadeira tensão. Mas me parecia um cara tranqüilo, equilibrado. Pois é, a arbitragem brasileira conseguiu acabar com esse equilíbrio...

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Saci comia mais do que jogava

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Acredite quem quiser, mas essa foi a manchete do UAI, site do Estado de Minas para explicar porque o jogador Fabio Saci foi dispensado do Uberaba, lanterna do campeonato mineiro.
Veja em superesportes.com.br

No texto, dizia-se, "A saída do atacante Fábio Saci – dispensado pela diretoria por causa das altas despesas no hotel e a baixa eficiência nos gramados – obrigou o técnico do Uberaba, Ricardo Pinto, a mudar o esquema tático pela terceira vez no Estadual. Depois de se aventurar com seis jogadores no meio-campo (3-6-1) e de usar três atacantes na última rodada (4-3-3), o treinador escala dois atacantes contra o Atlético."

Nada que justificasse o título inusitado. Se a dispensa fará efeito, só se poderá ver amanhã, quando o Uberaba enfrentará o Galo às 18h30.

Manguaça inspirado

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Um cidadão de Utah, nos EUA, chamado Mark Easton, reclamou na prefeitura local que a casa que o manguaça do seu vizinho havia construído diante da dele era 50 cm mais alta do que a norma permitia e que, por isso, "destruía a visão das belas montanhas". A prefeitura então ordenou ao vizinho que rebaixasse o telhado. Meses depois, a prefeitura recebeu outra queixa de Mark Easton, dizendo que, ao reconstruir, o manguaça havia colocado novas janelas que ele realmente não apreciava. O pessoal da prefeitura foi ao local para averiguar, e fez as fotos que você vê aqui:


"Minha vida é que atrapalha a minha cerveja"

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Impagável essa entrevista do Zeca Pagodinho à Folha de S.Paulo:


FOLHA - O que acha do Zé da Feira [Eri Johnson], o sambista de "Duas Caras" inspirado em você?
PAGODINHO - As dificuldades de subir na carreira têm a ver comigo. É um cara que lutou, teve dificuldades, o vício da bebida, conheci várias pessoas assim.
FOLHA - O fato de ele ser alcoólatra não incomoda?
PAGODINHO - Mas eu não sou alcoólatra, não ando caído de bobeira na rua. Ele é inspirado, porra, não é o Zeca Pagodinho.

FOLHA - A cerveja não atrapalha a sua vida em nenhum momento?
PAGODINHO - Minha vida é que atrapalha a minha cerveja. Quando tô bebendo, tem sempre alguém pra falar comigo.

FOLHA - Você se irrita por sempre ser procurado para falar de cerveja?
PAGODINHO - Não, isso é porque tô no auge. Se tivesselá embaixo, ninguém lembrava de mim.

FOLHA - O que pensa sobre o projeto de tornar crime dirigir após tomar mais de duas latas de cerveja?
PAGODINHO - É certo. Fizemos o bloco da Cachaça; a letra do samba dizia que "volante com cachaça não combina, sou um cachaça, mas não sou burro". Fiz um outdoor "Se beber, vá de táxi". Já tão achando que levei uma nota dos táxis, do Detran, não levei porra nenhuma, levei sim uma luta pela vida.

FOLHA - Você dirige após beber?
PAGODINHO - Não, nem antes.

FOLHA - Você não dirige?
PAGODINHO - É porque tô renovando minha carteira, nunca dá, e pra não ficar me aporrinhando vou andando a pé, tem motorista, entro em qualquer carro, "me deixa ali cumpade".

FOLHA - Continua irritado com o ministro da Saúde [que propôs que artistas não anunciassem bebida]?
PAGODINHO - Não, não é um cara de bobeira não, sabe o que faz. Mas tem que ter um projeto mais de educação do que punição. Aí vai prender, e qualquer dia essa porra vai virar só grade.

FOLHA - E a reclamação dos gays que não gostaram da tradução de "happy hour" para "hora alegre" em seu comercial da Brahma?
PAGODINHO - Falei pros caras que ia dar problema, mas eles mandam. Não tinha a intenção de ofender. Eu me dou bem com todo mundo, tem uma porrada de veado que vem aqui em casa, cada um na sua, eles pra lá, eu pra cá. Quem quer dar dá, quem quer comer come, cada um viva a sua vida.

Garoto-propaganda inusitado

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(Post totalmente editado após o comentário do Marçal, do Furacão.com. Valeu, Marçal!)

A mais impressionante marca do futebol brasileiro atual é do Atlético-PR. O time conseguiu 12 vitórias consecutivas no Campeonato Paranaense e assim superou recorde histórico obtido em 1949, quando, por isso, o rubro-negro foi apelidado de Furacão. Parabéns à equipe comandada por Ney Franco!

Para falar sobre a histórica sequência de vitórias do Atlético-PR, acessei o site do clube atrás de mais informações. Qual não foi minha surpresa ao deparar com o seguinte banner:


A princípio, achei que o atleta da foto fosse o Dagoberto, atualmente no São Paulo. O atleticano Marçal alertou que não se trata do atacante, mas sim de um modelo contratado pela agência de publicidade responsável pela campanha.

OK, impressão corrigida. Mas ainda assim insisto: o cara parece demais com o Dagoberto, não? E faz sentido um time aprovar um modelo que é a cara de um ex-jogador que teve saída das mais traumáticas do clube? Sei lá.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Paço de São Bernardo, DEM, morte, mistério

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O cenário político em São Bernardo (SP), na região do ABC (berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), continua agitado. Depois que a chapa governista para as eleições municipais deste ano implodiu, com a desistência do deputado estadual Orlando Morando (PSDB) de ser vice de Maurício Soares (PSB), para ter candidatura própria, outro fato agita os bastidores. Na quarta-feira (20/02), Adelmo Campanholo (na foto, à direita), ex-vereador de Santo André (SP), caiu (ou pulou) do 17º andar do Paço Municipal, um abaixo do gabinete do prefeito William Dib (PSB). Detalhe: de acordo Nelson Campanholo, primo da vítima, Adelmo estava tentando voltar à política e, por isso, teria travado seu último diálogo com Raimundo Salles (DEM), secretário de Comunicação da Prefeitura de São Bernardo e pré-candidato a prefeito em Santo André (na foto, à esquerda). Logo após a conversa, caiu (ou pulou) para a morte. A família diz que Adelmo tinha depressão crônica, mas não encontra explicação plausível para o fato. Na Prefeitura, a assessoria de imprensa nega que a vítima tenha ido ao Paço com a intenção de falar com o prefeito Dib. Entre boatos e hipóteses, segue o mistério.

Futepoca no IBest, um passo a passo

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Quem lê o Futepoca sabe que precisa votar no IBest. Sabe também que ainda não votou e nos deve essa. Então, antes de continuar, você, cara leitora, caro leitor, vai parar pra votar.

Tudo muito fácil, em três passos.

1º. Cadastro
Clique aqui.

Coloque seu nome, nome de identificação, e-mail, repeteco de e-mail e o texto que aparecer na imagem pra provar que você é gente boa.

2º. Conte até dez
Um, dois, três... Pronto, chegou no seu e-mail uma mensagem de confirmação. O remetente da mensagem e info arroba premioibest e o assunto da mensgem é "Confirmação de cadastro". Clique onde está escrito "CLIQUE AQUI".

3º. Conte até dez de novo
Uma nova mensagem do mesmo repetente com assunto "Cadastro" confirma o e-mail e a senha, gerada aleatoriamente, que você vai usar. Tem lá outro "CLIQUE AQUI" para fazer o login. Uma dica pra facilitar a vida antes de clicar é selecionar a senha de acesso, apertar Ctrl+C. Aí, quando chegar na página do Prêmio IBest, é só digitar seu e-mail e, no campo da senha, apertar Ctrl+V.




4º Vote no Futepoca!
É a mais fácil e prazeirosa da sequência. Bom, pelo menos para nós. Contamos com seu voto.

Vote, vote, vote



Conheça a nossa chapa.

O novo talento da música de protesto brasileira

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A música popular brasileira sempre contou com excelentes canções voltadas para a temática político-social. Desde engajados mais "puros" como Geraldo Vandré, passando pelo talento de Chico Buarque, Vinicius, Zé Ketti e inúmeros outros.

Mais recentemente, Gabriel, o Pensador, por pouco não foi preso por ter feito uma música em que se dizia feliz, pois havia matado o presidente (o mandatário à época era Fernando Collor, mas pode-se aplicar a tantos outros, de acordo com o gosto do freguês) e os Paralamas do Sucesso tiveram problemas por conta da música "Luiz Inácio (300 picaretas)". Mundo Livre S.A., Chico Science e, lá fora, Bersuit Vergabara, Mano Chao, cada um a seu estilo, mantiveram viva a chama da música com crítica a, enfim, tudo que está aí.

Mas agora surge um novo talento, diferente de todos estes. Trata-se de Ednaldo Pereira que, com sua letras contundentes e uma batida eletrônica empolgante, passa seu recado de forma direta para quem estiver à disposição de ouvir. Além disso, no clipe, ele trata da questão da desigualdade, das crianças (atendendo à mensagem de Pelé no milésimo gol) e também dos idosos. Exemplo de pronúncia de inglês e primor de sensibilidade social. Clique no vídeo e confira. É um novo fenômeno da MPB ou não?

Futepoca faz o chapão do IBest

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Agora que você já seguiu o melhor passo-a-passo para votar no Futepoca na categoria Blogs - Esportes no Prêmio IBest, pode aderir à nossa chapa. São muitos candidatos. Então, aí vai a lista, com direito à justificativa e tudo.


Ana Paula Oliveira

Ela ainda não nos ofereceu link nem agendou entrevista, mas a mais citada auxiliar de arbitragem do Futepoca merece nossa campanha. Tem autor que nem acha ela bonita (eu, por exemplo, não posso opinar). Mas a musa dos gramados merece seu voto nas em três categorias em que concorre: Afinidades - Mulher, Afinidades - Personalidades e Lazer - Futebol.

Acesse | Vote de uma vez nas três categorias



Luiz Nassif On Line
Ainda que alguns dos autores do Futepoca não sejam tão simpáticos ao economista, jornalista e violinista, Nassif protagonizou uma disputa com Reinaldo Azevedo, ex-República, ex-Primeira Leitura na categoria Blogs - Política. Atualmente com coluna e blogue na Veja, Azevedo solta os cachorros em qualquer um que faça uma ressalva positiva sobre alguma ação do governo federal ou de qualquer lado próximo da esquerda. O voto em Nassif vale ainda pelo especial que ele vem publicando, atualmente com 13 capítulos, sobre a história recente da publicação semanal segmentada para a classe média conservadora ao extremo da Abril.

Acesse | Vote



Papo de Homem
Os parceiros do Futepoca disputam em Blogs - Variedades. A idéia de uma revista de comportamento que inclui todo tipo de assunto – até futebol, que é a nossa parte – foi tão bem sucedida que os caras têm 5 mil leitores de feed. A gente chega lá, com muito arroz com feijão.

Acesse | Vote




Blog do Rovai
O editor da revista Fórum fez campanha pelo Futepoca. Mas não é só uma troca de indicações. Ele concorre com o Nassif. O blogue discute política e seus bastidores, mas também fica alerta em manifestações racistas e homofóbicas que se fazem por aí, além de discutir a concentração midiática.

Acesse | Vote



Revista Fórum
A publicação inspirada no Fórum Social Mundial disputa em Cidadania - Política. A versão na internet da Fórum, que vai muito além da impressa mensalmente, conta com uma recém-criada coluna de blogueiros independentes, uma seleção da produção de um monte de gente que escreve sobre o que precisa de um ponto de vista mais à esquerda.

Acesse | Vote



Palmeiras Todo Dia
Os torcedores de outros times vão reclamar, sem se dar conta de que se trata de um parceirão do Futepoca, que tem também como parceiros blogues de outros times. O PTD merece nosso apoio pela mobilização de torcedores promovida.

Acesse | Vote





Indique seus candidatos. Tem muita categoria e pouca memória pra lembrar de todos.

Ipatinga, o destaque negativo

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Como acompanho sempre, vou procurar dar mais informações sobre Minas e o campeonato mineiro no Futepoca, não apenas sobre meu Galo.

Nariz de cera explicativo à parte, a grande decepção deste começo de campeonato nas Alterosas é o Ipatinga. Em 5 partidas, perdeu 4. Tem apenas 3 pontos e ocupa a vice-lanterna.

A administração que se dizia moderna, mandou o técnico embora depois de 4 rodadas. Não resolveu muito. Ontem, mesmo com a mudança, perdeu de 2 a 0 para o Guarani de Divinópolis.

Para quem não conhece o campeonato, 5 rodadas podem parecer pouco, mas equivalem praticamente à metade da primeira fase, que tem 12 times e 11 jogos, todos contra todos em turno único. Daí saem 2 rebaixados e 4 times que disputam semifinais e finais. O Ipatinga está com um jogo a mais que os outros.

Se não se recuperar logo, em breve o Tigre estará na primeira divisão do Brasileiro e na segunda em Minas...

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Palmeiras: péssimas notícias do 1 a 1

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Depois de sair na frente no placar com Diego Souza, com direito a passe de letra de Alex Mineiro, o Palmeiras cedeu o empate ao Rio Claro, em belo gol de Chumbinho. Depois, para piorar, esboçou aceitar um sufoco do arqui-rival do Velo Clube.

No primeiro tempo, se o Palmeiras esteve longe de ser brilhante, não foi mal. Foram irritantes os recuos para o goleiro Marcos que, sem alternativas de saída de bola fáceis, optava por chutões. O autor do gol verde procurou jogo, mas não salvou o time. No segundo, Denílson entrou em campo já depois do empate, e conseguiu apenas algumas faltas no campo de ataque. Só não foi mais do que o Valdívia na segunda etapa porque o chileno sofreu um pênalti, desperdiçado por Alex Mineiro. Os laterais jogaram mal e o conjunto beirou a apatia na etapa final. As mexidas do técnico Vanderlei Luxembrugo não surtiram efeito.

O pênalti, que me pareceu bem marcado, batido por Alex Mineiro foi forte, mas não tão bem colocado. Os méritos da defesa são todos do goleiro.

Maledicentemente, arrisco-me a dizer que Edu Marangon deu um nó tático em Luxemburgo. Conseguiu um empate. Para um time na zona de descenso depois de uma série de derrotas, não é ruim.

Com esse grau de regularidade, que não consegue manter o ritmo de um tempo a outro, fica complexo para o Palmeiras.

FUTEPOCA EXCLUSIVO - "Pelé me driblou antes de marcar o primeiro gol como profissional"

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7 de setembro de 1956. Os times do Corinthians de Santo André e do Santos perfilados antes do jogo. Assinalados: à esquerda, o volante Schank, e à direita, um menino de 15 anos, Pelé. (Foto: Antonio M.Manias/ Reprodução: Luciano Vicioni)


Antonio Schank Filho, 74 anos (foto abaixo), dá aulas de futebol para garotos de 7 a 16 anos no Ipec (Instituto Palestra de Ensino e Cultura), em São Bernardo do Campo (SP). Provavelmente, nenhuma dessas crianças sequer imagina que aquele senhor participou de um evento histórico e crucial para o esporte mundial: a primeira partida de Pelé como profissional, em 7 de setembro de 1956, no extinto estádio Américo Guazelli, em Santo André (SP). Schank era o volante do time adversário, o Corinthians de Santo André, que foi derrotado por 7 a 1. Na época, Ary Fortes descreveu o primeiro gol do Rei da seguinte forma no jornal A Tribuna, de Santos: ‘‘Tite com lançamento já na área a Pelé. Em meio de vários defensores contrários, atirou Pelé com sucesso, passando a pelota sob o corpo do guardião Zaluar’’. Mas vejam, na entrevista exclusiva, que a história não foi tão simples assim:

FUTEPOCA - Quando o senhor começou a jogar futebol?
Antonio Schank Filho - Com 14 anos, em 1948, no juvenil do São Caetano, um time que já não existe e não tem nada a ver com o que está aí. Depois, em 1951, fui para o juvenil do Nacional, na capital. Fomos campeões paulistas da categoria naquele ano, derrotando o São Paulo na decisão. Foi 2 a 1, no Pacaembu.

FUTEPOCA - Foi lá que o senhor se profissionalizou?
Schank - Sim, mas fiz apenas algumas partidas e depois fui para o Juventus. Joguei o Paulistão de 1954 e o do ano seguinte pelo time da Mooca. O Oberdan Catani, em fim de carreira, era o nosso goleiro.

FUTEPOCA - E depois, como o senhor foi parar no Corinthians de Santo André?
Schank - O Palmeiras estava querendo me contratar, mas eu quebrei a perna e fiquei três meses parado. Daí me emprestaram para o Corinthians de Santo André, entre 1955 e 1956.

FUTEPOCA - E aquela partida, a primeira do Pelé como profissional, o senhor se lembra de detalhes?
Schank - Sim, lembro muito bem, joguei a partida inteira. O Pelé era um menininho franzino, entrou no segundo tempo, no lugar do Del Vecchio.

FUTEPOCA - O senhor se lembra do lance do primeiro gol do Pelé?
Schank - Lembro. O Hélvio, zagueiro do Santos, disputou um lance de cabeça e a bola sobrou no meio-de-campo para o Pelé. Eu era volante e fui o primeiro a dar combate. Ele me driblou, depois passou por um de nossos zagueiros e entrou na área. O Zaluar, goleiro, tentou se jogar nos pés dele, mas o Pelé tocou a bola entre suas pernas. Bonito gol.

FUTEPOCA - O talento do moleque chamou a atenção do senhor, naquele momento?
Schank - Não, ele era muito menino. Eu nunca poderia considerar que ele se tornaria o melhor jogador de todos os tempos.

Ficha técnica
Corinthians de Santo André 1 x 7 Santos
Amistoso/ 7 de setembro de 1956
Estádio Américo Guazelli (Santo André-SP)
Juiz: Abílio Ramos
Renda: Cr$ 39.910,00
Corinthians - Antoninho (Zaluar); Bugre e Chicão (Talmar); Mendes, Zico e Schank; Vilmar, Cica, Teleco (Baiano), Rubens e Dore. Técnico: Jaú.
Santos - Manga; Hélvio e Ivan (Cássio); Ramiro (Fioti), Urubatão e Zito (Feijó); Alfredinho (Dorval), Álvaro (Raimundinho) e Del Vecchio (Pelé); Jair e Tite. Técnico: Lula.
Gols: Alfredinho (30), Del Vecchio (32), Álvaro (36), Alfredinho (41), Del Vecchio (61), Pelé (81), Vilmar (86) e Jair (89).

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Diego Cavalieri, Arouca, negócios e futebol

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Segunda-feira ouvi (não lembro se na ESPN-Br ou na Sportv) que o Palmeiras e o Fluminense estariam interessados na troca de Arouca por Diego Cavalieri. Não sei se o negócio se concretiza. Mas matéria da Agência Estado das 20:39 (ontem) dá conta de que a transação é iminente: "O Palmeiras tem até sexta para registrar Arouca na Federação Paulista de Futebol, a fim de que ele jogue o Estadual. O time carioca precisa nesta quarta-feira de uma liberação do Palmeiras para que Diego jogue a primeira fase da Libertadores". No Uol, a última informação foi publicada às 4 e meia da tarde de terça-feira (anteontem), e era: "Na reserva, Cavalieri diz desconhecer interesse do Fluminense".

Todo mundo sabe, até este ignaro que vos fala (vide artigo na revista Papo de Homem de um mês atrás, no item Fluminense), que o Tricolor carioca está desesperado à procura de um goleiro há meses, pois corre o sério risco de perder a Libertadores precocemente porque não tem sequer um, já que Fernando Henrique (sic) e Diego não dão um goleiro, e portanto não têm a mínima condição de jogar uma Libertadores.

Mas a pergunta óbvia é: vale a pena pro Palmeiras abrir mão de um goleiro jovem, que já deixou de ser uma promessa e é uma realidade, em troca do Arouca? Na montagem do time alviverde, a comissão técnica estaria optando por Marcos (um goleiro dos maiores, mas em fim de carreira) em detrimento de Diego, que poderia preencher a posição por anos a fio. Já vi o Arouca jogar, é um segundo volante muito interessante, qualificado, que sabe o que fazer com a bola (e eu, que fui mal acostumado com Elano e Renato, sei o que digo)... Mas Cavalieri por Arouca, se for concretizado, me parece um negócio tipicamente luxemburguiano, pra resumir.

Tenho lido muitas críticas e especulações sobre o imbróglio Leão (Santos) x Wagner Ribeiro x Traffic etc [este é um assunto que merecerá um post à parte], mas curiosamente ninguém fala do Palmeiras, que segue num caminho promissor a curto prazo, mas preocupante. É importante observar que o Palmeiras metido com Luxemburgo e Traffic pode até conseguir um título este ano, mas as conseqüências dessa parceria são imprevisíveis. É um castigo merecido, aliás, essa situação a que chegamos: a de se conformar que futebol é um negócio e ponto. Estão acabando com o futebol.

Corinthians lança bicho de pelúcia e cerveja

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O Corinthians continua lançando mais e mais produtos com sua marca. Já foram, até agora, camisa roxa, carro de corrida, canal de TV e a camisa “Eu nunca vou te abandonar”, além de outros projetos como o Fiel Torcedor. Agora, a atenção se volta para públicos distintos: crianças e manguaças.

Em entrevista hoje no Jornal da Tarde, o vice-presidente de marketing do Timão, Luís Paulo Rosemberg, anunciou que o clube irá “adotar uma cerveja e um refrigerante”. Os produtos não terão o nome do Corinthians, mas serão “a bebida do corintiano”, explicou o economista, que, segundo o JT, exibe as duvidosas credenciais de ter sido “auxiliar de Delfim Netto no Ministério da Fazenda no final da ditadura” e ter trabalhado na criação do Plano Cruzado. Um energético também será lançado, o Powerbar.

O time também fez uma parceria com a fábrica de brinquedos de pelúcia Happy Town lançando o “Amigo Fiel”, linha com mais de 20 tipos de bichos de pelúcia com o uniforme do Timão. Segundo o site do Corinthians, são diversas opções de personalização, como perfumes, sons, acessórios como óculos, sapatos etc. Adianto que não gostei muito do tigrinho aí da foto, mas não sou público-alvo desse esquema.

Ele anunciou também que vão modificar o escudo do time, deixando apenas uma estrela e a palavra “Fiel” (“Todo conrintiano vai querer ter e Fiel no peito”) e que a Nike vai fazer camisas mais baratas para os torcedores mais pobres “que não agüentam pagar R$ 190 por uma camisa” (apoiado).

De fato, são muitas e muitas ações de marketing. Delas, só fiquei sabendo objetivamente de resultados positivos da camisa “Eu nunca vou te abandoar”, que vendeu mais de 100 mil camisetas, segundo o Rosemberg, superando qualquer expectativa.

Tenho muitos pés atrás com essas coisas, não sei avaliar as medidas e não tenho confiança de que os caras estejam baseando as ações em algum tipo de planejamento mais profissional. Ações semelhantes de outras diretorias (vide o Batismo Tricolor, já que o Corinthians também terá seu batismo...) não foram pra frente.

Se der certo, o que para mim quer dizer o clube consolidar novas e significativas fontes de renda além de TV e venda de jogadores, pode ser realmente uma mudança importante na forma de administração de clubes no Brasil. Mas é difícil confiar nessa “nova” diretoria (incorporo crítica do Glauco a post anterior de minha autoria), tão intimamente ligada ao que de pior aconteceu com o Corinthians. Fica a torcida por dias melhores.

E agora, José?

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Joice Oliveira/ Visão Oeste
Reportagem de Leonardo Souza, da Folha de S. Paulo de hoje:

A Receita Federal detectou notas fiscais frias emitidas por uma empresa fantasma e por outra inidônea para o PSDB e a campanha à Presidência da República em 2002 do tucano José Serra, no valor de R$ 476 mil, segundo a Delegacia da Receita Federal de Brasília, que suspendeu a imunidade tributária do partido e o autuou em aproximadamente R$ 7 milhões.A Folha obteve documentos sigilosos da auditoria nas contas tucanas e do auto de infração. A empresa inidônea é a Marka Serviços de Engenharia, que estava desativada desde janeiro de 1996 e pertence a Márcio Fortes, secretário-geral do PSDB (1999 a 2003) quando as notas foram emitidas. Em 2002, Fortes presidiu o comitê financeiro tucano nas eleições. (na íntegra, para assinantes).

Bom, vamos ver o que o bicudo chefe em São Paulo tem a dizer agora. Claro que vão chover no molhado: ainda segundo a reportagem, o secretário de Organização do PSDB, Eduardo Jorge, disse que a Receita Federal "está agindo 'de má-fé' e acusou o PT de estar por trás do vazamento da informação para desviar o foco do escândalo dos cartões".
Risível, não?

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Para não perder a viagem (literalmente)

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Folheando o Almanaque do São Paulo, que a Abril lançou em junho de 2005 (com fichas técnicas dos 4.353 jogos do clube até então), me deparei com um exemplo do quanto o futebol profissional brasileiro era precário quando foi instituído. Para fazer caixa, o São Paulo, já treinado pelo jovem Vicente Feola (foto), fez uma mini-excursão à Bahia e Pernambuco no final de 1937. Em 28 de novembro daquele ano, o time perdia por 4 a 3 para o Galícia, em Salvador, quando o juiz Dante Silva foi obrigado a encerrar a partida aos 40 minutos do segundo tempo. O motivo: o elenco e a comissão técnica corriam o risco de perder o vapor Araranguá, que partia naquele momento para Recife, próxima parada do clube paulista. Isso sim é que era "exemplo de planejamento"...

Trocadalho e/ou forçação de barra e/ou mau gosto

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Outra do Lance!, da edição de hoje, para análise em fórum apropriado:

Título: "NA ZONA, PEIXE TIRA VIRGINDADE"

Linha fina: "Santos perde para o Rio Preto, que nunca havia vencido na elite, e continua na zona de descenso"

46 finalizações e nenhum gol

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Raramente escrevo para justificar derrotas, até porque chororô não resolve nada.

Mas ontem foi inusitada a incompetência dos atacantes do Galo.

Ocorreram 46 finalizações e nenhum gol. O goleiro do Social disse que nunca trabalhou tanto na vida, mas deve esse seu momento de glória à falta de pontaria dos atacantes. Até porque a maioria dos chutes foi no meio do gol, onde ele estava. Quando não ia a suas mãos a bola batia na trave, jogador dentro do gol tirava em cima da risca.

Se existe consolo, é que poderia jogar mais 2 horas e nada aconteceria...

E, como sempre, quem não faz toma, o goleiro Edson, do Atlético, aceitou um chute que veio da intermediária. Alías o único que foi ao gol. Ele estava adiantado, o jogador adversário talvez nunca mais acerte um chute daqueles etc. Nada disso importa, o que vale são os 3 pontos perdidos e a constatação de que se não falhou o goleiro do Galo, pelo menos, não tem sorte, o que é fatal para a posição.

Para não dizer que não falo daquele outro time de Minas, o Cruzeiro suou para ganhar do Guarani de Divinópolis no sábado. O jogo estava 2 a 2 quase no final do segundo tempo, quando Wagner acertou um chute de fora da área. O meio de campo e o ataque do time estão bem ajustados, com Ramires e Wagner fazendo a diferença. Mas a defesa está tomando gols bobos, inclusive os dois do Guarani.

Curioso é que o atual técnico, Adilson Batista, era zagueiro.

Sharon Stone e o 11 de setembro

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Mais conhecida por atributos não-políticos consagrados no filme “Instinto Selvagem” (1992, direção de Paul Verhoeven), a atriz norte-americana Sharon Stone disse, em entrevista ao semanário “Laha” (editado pela revista árabe internacional 'Al Hayat'), duvidar da versão oficial dada pelas autoridades de seu país aos atentados de 11 de setembro de 2001.
"Nunca cheguei a crer na versão oficial dos atentados contra as Torres Gêmeas em Nova York e também não acho que as guerras do Afeganistão e do Iraque são são uma conseqüência direta deles”, afirmou ela, que fez uma visita recentemente a Dubai (Emirados Árabes Unidos). "Fico com medo quando me dou conta de que os meios de comunicação em meu país ocultam ou manipulam a informação" continuou.
Pelo que achei na internet sobre o tema, a atriz não disse qual seria a sua versão sobre os ataques. Mas é bem interessante tais declarações partirem de uma celebridade de Hollywood.

Uma pesquisa realizada pelo instituto Opinion Research Corporation, para a rede de TV "CNN" por ocasião do quinto aniversário do 11 de setembro, revelou que 45% dos 1.004 adultos entrevistados disseram acreditar que a administração de George W. Bush teve de "muita culpa" a uma "culpa moderada" pelos ataques.

Ótimas notícias do 4 a 0

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Desde maior de 2007 o Palmeiras não marcava quatro gols numa única partida. Na anterior, o adversário tinha um pouco mais de prestígio do que o Juventus, o palco era maio e o contexto prometia uma temporada e tanto (era o Flamengo, na estréia do Brasileiro, no Maracanã).

No sábado, os 4 a 0 sobre o Moleque Travesso em Ribeirão Preto foram ótimos porque:

- Aconteceu no seguinte à publicação, pelo Estado de S.Paulo, de uma entrevista de Vanderlei Luxemburgo afirmando que Valdívia não é craque por não saber fugir da marcação e das polêmicas pancadas que sofre, quer dizer, concordei com o técnico verde pela primeira vez em uns dois anos, mesmo sendo fã do Mago chileno.
- Denilson entrou em campo aclamado pela torcida e deu passe para o quarto gol.
- Os laterais jogaram bem e arejaram, ainda mais do que nas partidas anteriores, a criação de jogadas, como bem lembra a Folha, a bola foi carimbada por Leandro em três e por Élder Granja no outro gol contra o Juventus. Jogar pelas laterais em um time com dois meias bem acima da média do campeonato.
- Nenhum outro grande venceu. O São Paulo perdeu a invencibilidade, o Corinthians comemorou empate e o Santos está em antepenúltimo.

Claro que poderia ser melhor se não fossem os tropeços de até duas rodadas atrás, porque o time estaria entre os quatro. Sem exagerar na confiança, o time sobe na tabela.

Uma coincidência e o jogo do Timão

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Leio no blog do Juca Kfouri que serão lançadas camisetas "retrô" relembrando a passagem do doutor Sócrates no Corinthians. Paulo Velasco, publicitário que trabalha com Raí e pai da idéia, teria se impressionado ao ver, de passagem em Londres e Berlim, em "bairros jovens, descolados, camisetas de Che Guevara ao lado de camisetas com o rosto de Sócrates", e se associou à Topper para produzir as camisetas por aqui. Se coincidências querem dizer alguma coisa, ontem fui ao jogo com Andrew e Rebecca, um casal de artistas ingleses em temporada no Brasil, e Andrew fez exatamente a mesma associação entre o Sócrates e Guevara. E ele falou com aquele tom de cumplicidade de quem está dizendo uma coisa óbvia, tendo a confirmação definitiva em saber que o Doutor era assim chamado por ser médico, como o revolucionário argentino.

Sobre o jogo, o pouco que eu li por aí foi que o Timão e o Bragantino mereceram o 1x1. Não acho. Não vou falar de uma grande qualidade técnica, mas o Corinthians de fato dominou todo o primeiro tempo e boa parte do segundo, criou muio mais oportunidades e perdeu alguns gols fáceis. Se quem perde gols fáceis não merece ganhar, então vá lá, mas o Bragantino pouco fez além daquele golzinho que pegou o Corinthians meio disperso na volta do intervalo.

Pra quem tinha uma expectativa baixíssima, o time me convenceu de que será possível não fazer feio neste ano. E se o Lulinha se firmar como o bom jogador que merece ser, junto com o Dentinho, já terá sido um bom ano de reestruturação.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A Arena do Santos terá 52 mil litros de cerveja por jogo?

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Segundo matéria do Diário do Grande ABC, o secretário de Esportes de Diadema (SP), o ex-lateral-esquerdo do Corinthians Wladimir Rodrigues dos Santos, disse que a pedra fundamental para a construção da Arena de Diadema, que seria o novo estádio do Santos, está perto de ser lançada. “Ainda não temos um dia certo, mas fecharemos o contrato até o final de fevereiro. As reuniões que tivemos com a diretoria do Santos neste ano dão boas mostras de que está perto”, garantiu o secretário.

Se o projeto ultrapassar o plano do papel, que é onde ficam muitas das idéias de estádio já anunciadas para breve no Brasil, a Arena de Diadema terá capacidade para 40 mil pessoas e custará R$ 250 milhões. Se vingar, será decorrente de uma parceria iniciada em 2005 entre a Prefeitura de Diadema, o Santos e a construtora alemã Hellmich, que construiu o estádio (é tão bonita a palavra estádio!) em Gelsenkirchen, casa do Schalke 04, da Alemanha.

A matéria do Diário do Grande ABC traz um dado muito interessante sobre a Arena alemã. "os 15 restaurantes e 35 bares existentes no local [da Arena alemã] recebem, por jogo, 52 mil litros de cerveja enviados por um cano com cinco quilômetros de extensão que liga o estádio a uma cervejaria". Já pensou? Preparem-se, santistas!

PS: o companheiro Olavo, sempre alerta, me alertou para um fato preocupante. No Brasil, isso seria proibido. Ora, mude-se a lei!


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10 mandamentos para apreciar melhor a cerveja

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1 - Ela sai pronta da cervejaria: não pede, portanto, envelhecimento. Quanto mais jovem for consumida, melhor será seu sabor. Dura, em média, 90 dias;


2- Deve ser guardada em pé, em lugar fresco e protegido do sol, para evitar oxidação prematura;

3- Deve resfriar na geladeira sem pressa. Não coloque no freezer, pois a violência no congelamento prejudica a bebida;

4- Depois de gelada, deve ser consumida e jamais voltar à geladeira;

5- A temperatura ideal para saborear as do tipo pilsen é entre quatro e seis graus. Tomá-las "estupidamente geladas", como se diz, prejudica tanto a formação de espuma na cerveja quanto "adormece" as papilas gustativas, comprometendo o sabor;

6- Copos e canecas pequenos e de cristal são os ideais, pois mantém melhor a temperatura e a espuma. Evite canecas de alumínio, que, além de feias, tiram o prazer de apreciar o visual do líquido dourado;

7- Resíduos de gordura no copo são fatais para a bebida, acabam com o colarinho e liberam o gás carbônico, deixando o líquido meio choco;

8- Tomar cerveja sem colarinho é uma heresia. Dois dedos de espuma são ideais para reter o aroma e evitar a liberação do gás carbônico;

9- A espuma cremosa revela a persistência e bom estado da cerveja. Para aproveitá-la melhor, sirva derramando uma dose. Depois, espere baixar o colarinho. Em seguida, incline o copo até 45 graus, despejando o líquido devagar enquanto o colarinho sobe;

10- Com 90% de água, a bebida é hidratante. E com apenas três a cinco graus de álcool, como as do tipo pilsen, a cerveja estimula o metabolismo - pelo menos quando ingerida moderadamente. Além disso, é rica em vitaminas, carboidratos, proteínas e aminoácidos. Apesar disso, não engorda. É folclore associar o consumo de 80 calorias de um copo de 200ml com a formação de barriga. Os acompanhamentos gordurosos é que engordam.

(Fonte: site República da Cerveja)
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Lá vai Roth, lá vai o Grêmio

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O Grêmio anunciou ontem a demissão de Vagner Mancini, que comandava o time desde o início do ano. O técnico não estava fazendo o time decolar e também se envolveu com problemas no extra-campo. Para seu lugar, a diretoria do tricolor gaúcho agiu rápido e trouxe um técnico que já passara anteriormente pelo clube: Celso Roth.

É, ele mesmo, Roth. Aquele que seguramente é um dos técnicos mais odiados do Brasil. Já treinou Flamengo, Botafogo, Santos, Palmeiras, Goiás e, tirando raríssimas exceções, é desprezado por todos os torcedores desses clubes. Seu trabalho mais recente foi no Vasco, onde fez um ótimo início de Brasileirão no ano passado - quando foi elogiado inclusive por esse colunista - e depois viu seu time degringolar e até mesmo namorar a zona do rebaixamento.

Mas se tem um estado que já viu trabalhos bons de Celso Roth esse estado é o Rio Grande do Sul. Lá, em 1997, Roth teve sua primeira passagem por um clube grande - e que, para muitos, é a melhor de sua carreira. Ele comandou o Inter e montou o time que fez a melhor campanha do Colorado na década de 1990, com o terceiro lugar no Brasileirão e a revelação de nomes como Christian, hoje na Portuguesa. No ano seguinte, treinando o Grêmio, Roth mais uma vez ficou entre os oito melhores do Campeonato Brasileiro.

Acontece que esse fulminante início de carreira foi apagado pelos maus trabalhos de Roth e, hoje, sua contratação está longe de ser algo celebrado. O Grêmio terá dificuldades para engrenar um bom 2008. A contratação de Vagner Mancini já foi estranha - o técnico parecia inexperiente demais para fazer um bom trabalho num time com o porte do Grêmio -, sua dispensa também e a contratação de Roth, mais ainda. Boa sorte aos gremistas...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Poderia ser mais que empate...

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Se fosse se levar em conta a classificação da última Libertadores, Santos e Cúcuta fizeram ontem o jogo de mais elevado nível técnico desta primeira rodada do torneio sul-americano. Afinal, o terceiro e o quatro colocados de 2007 estavam em campo. Mas o que se viu é que tanto um como o outro estão bem longe das equipes que quase decidiram a Copa no ano passado. E o jogo foi sofrível tecnicamente.

Para se ter uma idéia do nível das mudanças em relação a 2007, dos atletas que disputaram a Libertadores como titulares no ano passado, apenas Fábio Costa, Adaílton e Rodrigo Souto estiveram em campo (Domingos era reserva). No jogo, o primeiro tempo foi equilibrado, sem muitas chances nem emoção. Jogo parado no meio e os adversários sem criatividade.

Na segunda metade da partida, Leão tirou o tosco Quiñonez e colocou Wesley. Nos dois minutos iniciais, deu quatro dribles pela esquerda e criou duas chances de gol. Fez mais nesse período que o equatoriano em todo o primeiro tempo. Aliás, fez mais do que ele próprio em todas as partidas que entrou quando Luxemburgo era treinador.

A partir daí, o Santos comandou as ações da partida, mostrando mais segurança na defesa e no meio, e não sofrendo pressão por parte do time da casa. Poderia até ter tido sorte melhor do que o 0 a 0, mas o árbitro anulou um gol legítimo de Kléber Pereira, naquele tipo de lance que nem dá pra falar do bandeira porque foi dificílimo mesmo. Mas, pra variar, o centroavante perdeu um gol cara a cara com o goleiro.

Os outros brasileiros

Flamengo e Cruzeiro também estrearam ontem. O primeiro empatou em 0 a 0 com o Coronel Bolognesei no Peru, enquanto o time mineiro faturou por 3 a 0 o boliviano Real Potosí. Concordo com a crítica do Lindomar, mas, como já havia dito em outro post, nem sempre a gente consegue acompanhar times de outros estados. Pra se informar sobre o Cruzeiro, recomendamos o Sou Cruzeirense. Mas se você quer saber mais detalhes sobre o jogo do Flamengo, acesse o Bla Bla Gol ou o Confio no Mengão Blogger.

A esquecida Copa do Brasil

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Tá certo que a maioria futepoquense só fala de Libertadores, mas para os torcedores de times que não têm adversários com nome em espanhol, começou a Copa do Brasil.

Falem o que quiserem, mas é campeonatinho interessante, principalmente pelos nomes inusitados dos times e pelas zebras que aparecem derrotando os favoritos.

Na primeira rodada, sem grandes surpresas, mas os jogos foram equilibrados. Das 16 partidas de um lado da chave, apenas Volta Redonda (contra Roma-PR), Vitória (contra Souza-PB) e Corinthians (contra Barras-PI) conseguiram eliminar a segunda partida. Lembrando que, pelo regulamento, se ganhar fora de casa por dois gols ou mais nas duas primeiras rodadas elimina-se o jogo de volta.

Destaque negativo para o Santa Cruz-PE, que conseguiu perder de 3 a 0 para o Fast (AM), o Guarani que perdeu de 3 a 1 para o Chapecoense. Veja todos os resultados e tabela aqui.

Corinthians lança canal de TV amanhã

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Como destaca o novo parceiro Vertebrais FC, entra no ar amanhã, dia 14, o Timão TV, canal do Corinthians pela internet. É uma das várias iniciativas de marketing criadas pela nova gestão.

O canal será tocado pela empresa DB4, de Diogo Boni, irmão do Boninho da Globo. A mesma empresa desenvolveu um site semelhante para o Flamengo. O site do time da Gávea já contabiliza 12 milhões de acessos e 430 mil cadastros, o que me parece bom.

A idéia é vender assinaturas do canal, que terá conteúdo exclusivo, como entrevistas, filmagem nas concentrações, treinos, cobertura das divisões de base e outras coisas. A mensalidade deverá ser de R$ 10,00, o que se não é muito, também não chega a ser pouco.
Na Europa, vários times (o Vertebrais cita Arsenal, Manchester, Barcelona e Real Madrid) ganham uma grana com serviços do tipo.

Na minha opinião de leigo intrometido, os times de futebol brasileiros deveriam investir em produtos para o pessoal de renda mais baixa. Camisetas, DVDs e outros trens que você gostaria de dar de presente pro seu pai alvinegro, com preços menos extorsivos. Mas, como todas as outras idéias lançadas, espero que dê certo e ajude a encher os cofres do Timão. Pelo menos, são iniciativas novas nos clubes.

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Palmeirenses pedem boicote a rádio em São Paulo

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Blogues de torcedores palmeirenses defendem que a torcida do clube boicote a rádio Jovem Pan AM, de São Paulo. O motivo foram declarações do narrador Rogério Assis e o comentarista Cláudio Carsughi na partida entre o time e o Guarani, no sábado, 9. A principal acusação é a de "perseguir" o meia chileno Valdívia, incluindo a incitação a violência dentro de campo.

O Só Palmeiras publicou uma lista de frases proferidas pela transmissão que sugeriam agressões contra o jogador. “Não quero incitar à violência, mas se eu fosse atleta do Guarani dava uma porrada no Valdívia”, teria dito o locutor.

Além disso, o Planeta Palmeiras relata um tópico de um fórum de discussão de torcedores na internet, o Palmeiras Todo Dia. Um conselheiro do clube, o ex-deputado federal Nelo Rodolfo, estaria veiculando na emissora de rádio um comercial com o hino do clube de fundo em que acusa o diretor financeiro Luiz Gonzaga Belluzzo de tentar impedir a transmissão de jogos do time pela Jovem Pan. Rodolfo é apresentador do programa Jornal Hora da Verdade da Jovem Pan.

A vinheta do boicote é "Sou Palmeirense, não escuto besteira", e o selo (ao lado) foi desenvolvido pelo mesmo Planeta.

Perseguição
O parceiro Observatório Verde vem municiando os torcedores com críticas à imprensa em geral, tendo como alvos prediletos Juca Kfouri, Vitor Birner e o Painel FC, da Folha de S.Paulo. Numa paródia ao que faz Paulo Henrique Amorim em seu Conversa-Afiada ao criar a figura do PIG – Partido da Imprensa Golpista, o Observatório trabalha com o Partido da "Imprensinha Gambambi".

Autores do Futepoca já se manifestaram diversas vezes sobre o comportamento da mídia, avaliada como sãopaulina pela maioria. Até o comentarista e blogueiro Mauro Beting, quando conversou com os manguaças no bar, admitiu o fenômeno sem explicar com clareza os motivos da preferência que atinge até um alviverde de berço como ele.

O estopim apontado pelos blogues parmeristas foram os comentários que incitariam agressões contra o jogador.

E aí? Perseguem o Valdívia pelo que ele representa para a meia-esquerda?


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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

O vinho e a barbárie

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Esses dias revi um documentário genial. Chama-se Mondovino.

O diretor Jonathan Nossiter chega próximo a cada personagem que compõe o complexo, apaixonado e conflituoso mundo do vinho. Temos o velhinho da Toscana que com um largo sorriso fala do vinho que produz como herdeiro de uma milenar tradição civilizatória: o vinho é o que alimenta os laços da comunidade, que rega as amizades e produz a festa. É o vinho contra a barbárie. Mas há também os produtores do Napa Valley, na California, em particular os megaprodutores da família Mondavi, que sonham um dia, quando já sentirem que a Terra é pequena, poder produzir vinho em Marte...

É na proximidade com essas pessoas que o filme realiza sua proeza, e desenha um dos retratos mais nítidos do meio cultural em que estamos mergulhados, ao qual damos o nome difuso de “sistema”. De um lado, uma diversidade enorme de pequenos produtores, em geral em idade avançada, e particularmente fortes na França, defende os chamados terroirs (os territórios vinícolas) e os vinhos feitos numa relação de intimidade entre o homem e a natureza, únicos a cada safra, e que ganham complexidade de degustação e personalidade em lentos processos de envelhecimento.

De outro, os seguidores da “filosofia” Mondavi, de produzir vinhos jovens, vibrantes e expansivos, de fácil apreciação pelo “bebedor comum”, mas sem a riqueza de aromas, cores e sabores dos vinhos mais “lentos”. Em vez dos territórios, que produzem sabores singulares em cada localidade, resultado do clima, do solo e do trato com as uvas, valorizam recursos tecnológicos que permitem homogeneizar a produção e, em tese, gerar o mesmo vinho em qualquer lugar do mundo onde cresçam uvas.


Os degustadores


Nossiter vai então desvendar os mecanismos que permitiram aos Mondavi tornarem-se o modelo de sucesso no mundo do vinho contemporâneo. Percebe-se como umas poucas pessoas acabam determinando o mercado vinícola mundial. Para começar, um degustador chamado Robert Parker, famoso por seu virtuosismo técnico, que tem influência direta nos preços internacionais. O preço da garrafa acompanha as notas dadas por Parker. Este homem gosta de vinhos jovens, de sabor vibrante, exatamente como os que são produzidos pelos Mondavi, e começou a dar notas baixas aos vinhos de Bordeaux e Borgonha, pelo menos desde os anos 1980.

Isso só não bastaria. Há um enólogo francês chamado Michel Rolland – que presta consultoria a mais de 300 produtores em todo o mundo, como os Mondavi e outros dentre os maiores. Ele é quem sabe produzir vinhos de notas altas. O filme acompanha Rolland em suas visitas às vinícolas, e o seu conselho é um só: “microoxigenação”. Seu bordão é “precisa microoxigenar este vinho”, e é curioso que todos os vinhos precisem da mesma coisa. Outro recurso que se difunde são as chamadas barricas de madeira jovem, que dão sabor de baunilha ao vinho. É também algo que valoriza (e uniformiza) os produtos ao redor do mundo.

Esse mesmo Michel Rolland será o principal consultor dos produtores argentinos e chilenos, que tanto cresceram no mercado mundial nos últimos anos. E muitos produtores mesmo nos rincões mais tradicionais começam a entrar na onda, e aproximar seus vinhos do chamado “gosto moderno”. E são eles que vão chamar os "resistentes" de "terroiristes", quando fazem campanha pelas práticas tradicionais e pela preponderância dos terroirs sobre as marcas.

Mas o que me parece mais belo (e terrível) neste filme é como ele mostra o que significa esse estabelecimento de um mundo dominado pelos interesses comerciais, que começa a se habituar e se moldar por um vocabulário publicitário (que chama de “filosofia”) e já não reconhece mais as coisas genuínas e complexas. Mais que isso, percebemos o quanto se deve compreender a uniformização, o já tediosamente chamado “pensamento único”, como a própria imagem do fascismo. O fascismo não é um regime de Estado nem um conjunto de práticas, é precisamente um estado de anulação do indivíduo em nome de uma massificação que avança subterrânea mas evidentemente e que se dissemina na exata proporção de sua simplificação do que seja o ser-humano, a vida e a cultura. “Fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer”, alertou Rolland Barthes, mostrando que não é na repressão, mas na proliferação que o verme se instala.

Mais que diversidade, valores ou o que quer que seja, perdemos é intensidade de vida, o contato com coisas insubstituíveis, que valem por si, pela experiência que proporcionam, e não pelo que são capazes de comprar. Lembrei muito de As Invasões Bárbaras, realizado pelo canadense Denys Arcand, selecionado em Cannes em 2003, um ano antes de acontecer o mesmo com o filme de Nossiter. Nesse filme, há uma geração (ali com os seus 60 anos), cuja intensidade estava no sexo e no pensamento livre, e a geração aos 30 anos, cuja intensidade se encontra na heroína e no “gerenciamento de risco dos investimentos em petróleo no mundo”.

É isso. Paro por aqui, recomendando vivamente a todos que assistam a Mondovino.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Humanos e líquidos direitos

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Desde já lanço a candidatura dele para patrono do Futepoca e símbolo da preservação dos direitos humanos, inclusive o de beber cachaça.

É notícia hoje das agências que a Justiça mandou soltar o catador de papel Reginaldo Pereira da Silva, preso por furtar uma garrafa de cachaça no valor de R$ 1,50.

Na realidade, ele foi condenado a oito meses e 16 dias de reclusão, como já passou sete meses preso, recebeu o direito à progressão para o regime aberto.

Embora a defensoria pública tenha pedido a absolvição por insignificância do delito, o juiz Adevanir Carlos Moreira da Silveira o condenou, alegando que “a atual conjuntura social está a exigir do Estado, aqui personificado no Poder Judiciário, resposta concreta à criminalidade que hoje grassa e que semeia perigosa crença na impunidade”.

Quer dizer, o catador virou exemplo para acabar com toda a criminalidade que existe no país...

Além do juiz merece um prêmio também o supermercado Pão de Açúcar, onde ocorreu o fato e que manteve a denúncia. Mesmo com o réu nem tendo saído do supermercado com a mercadoria, tendo sido preso antes por segurança , quando pedia para que outros clientes pagassem a bebida.

É desses exemplos que o Brasil precisa, né juiz, né Pão de Açúcar?

Eu, por meu lado, prometo, nunca mais comprar a marvada nesse supermercadinho.

Sem contar que, mesmo ganhando mal como ganha um catador de papel, sete meses por R$ 1,50 não é um pouco de mais?

Tevez já foi sanfoneiro

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E usava o sugestivo nome artístico de Ney. Reproduzimos acima a capa do LP gravado em dupla com Kety. Parece que tocavam cumbias.

Denilson e a produtividade. Não me venham com piadas fáceis

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Um resultado cala minhas reclamações? Em noite inspirada, Alex Mineiro fez os três da vitória sobre o Guarani, que só marcou um. Precisa mais para que Vanderlei Luxemburgo convença este torcedor alviverde de que é o melhor para comandar o elenco. Mas sigo esperando esse convencimento todo.

Juca Kfouri, concorrente do Futepoca no Ibest, chamou-o de "ex-melhor técnico do Brasil", com especial ênfase ao criticar a volta de Marcos cotra o Guaratinguetá, o que o comentarista considerou como falta de respeito ao que o goleiro representa para o Palmeiras. Foi temerário, mas seria muito pior deixar Marcos no banco de Diego Cavalieri, porque a tendência seria o veterano canonizado pela torcida, passados um ou dois anos, se aposentar ali, no banco. Teve gente que quis aposentá-lo. Tudo bem. Nem acho que a volta dele contra o líder do campeonato depois de uma sequência ruim tenha sido boa idéia, mas escrever isso depois não vale. Luxemburgo está apostando em quem tem muita moral com a torcida.

Contra o Guarani, Marcos voltou à normalidade, fez boas defesas. O time se deu bem.

Mas aí, tem Denílson, magoado com o ex-time São Paulo, recebido pelo departamento médico do Palmeiras, que assina contrato de produtividade, a exemplo de Leo Lima – e de outros atletas no Santos do mesmo treinador.

Denilson produtivo? Piada pronta para os que, como eu, não são fãs do ex-Flamengo, ex-Betis, ex-Bordeaux, ex-Al Nasr, ex-Dallas. Com tantos carimbos na carteira de trabalho, o maior vínculo é com o vizinho de centro de treinamento da Barra Funda, mas jogar bola pode resolver. Também ajuda tirar do ar o destaque: "Confira quem levou a Camisa Oficial do São Paulo Futebol Clube" de seu site.



"Não é um contrato de risco, mas de produtividade", avisou Luxemburgo na sexta, 8. "Ele só vai receber o total do salário se produzir bem e se jogar um determinado número de partidas. O fato de ele ter aceitado esse contrato mostra que está motivado e disposto a mostrar que pode dar um algo a mais." à Folha de S.Paulo, o atleta diz que quer fazer do Verdão trampolim para a lista de Dunga. Não é a primeira vez em que ele se convoca.

Ver uns dribles, mesmo que não tão produtivos como eu gostaria, não vai ser ruim. Porque, em uníssono, a crônica esportiva de jornalões, blogões até bloguinhos se acostumam a criticar o campeonato pela falta de qualidade. Mas também não salva a competição.

Para ser sincero, só tenho mais medo das eventuais narrações de Galvão Bueno, caso se ressuscite os temidos "Denilson neles" e "Pra cima deles, Denilson".