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Andei um pouco sumido nas últimas semanas por conta de merecidas férias. Acompanhei à distância o que aconteceu no mundo do futebol, e por isso deixo a reta final do Paulistão por conta dos outros futepoquenses - o que posso falar, por ora, é que festejo a vitória do meu time sobre o Palmeiras e também o fato das semis do Estadual reunirem os quatro grandes. Claro que é legal ver uma ou outra zebra pintando, mas já era hora do Paulistão ter uma final entre dois de seus maiores clubes, o que não ocorre desde 2003.
Gostaria de chamar a atenção para outro assunto, falado en passant aqui no Futepoca e em outros lugares da mídia esportiva. Refiro-me à queda do Guaratinguetá. Juntamente com Marília, Guarani e Noroeste, o clube do Vale do Paraíba ficou entre os piores do Campeonato Paulista e jogará a A2 no ano que vem.
A queda de um time pequeno seria algo a ser considerado banal não fosse o 2008 do Guaratinguetá. No Paulistão do ano passado, o jovem clube terminou a primeira fase na liderança (à frente de todos os grandes) e sucumbiu perante à Ponte Preta nas semifinais. Talvez, se superasse a Macaca, engrossaria a rapadura alviverde de maneira mais concreta do que fez o time do coração de Luciano do Valle.
E a excelente campanha do ano passado levou os olhos da imprensa esportiva ao Guaratinguetá. Todos queriam saber o segredo do pequeno e novo clube. Como aquele humilde time conseguia superar os interioranos mais tradicionais e até mesmo os gigantes do futebol estadual e terminar o Paulistão nas cabeças?
Tal indagação fez dos dirigentes do Guaratinguetá figurinhas carimbadas nos programas esportivos. Respondendo a perguntas que mais soavam como um repertório de puxa-saquismos, os cartolas valeparaibanos falavam obviedades como "fazemos um trabalho bem feito", "pagamos salários em dia", "aqui o compromisso é respeitado" e por aí vai. Os jornalistas adulavam os dirigentes e repetiam de maneira incontrolada que o Guará era um exemplo a ser seguido, que a receita estava disponível a todos, bastava seguir, e etc...
Pois bem, quando chegar 2010 o Guaratinguetá estará jogando a segundona estadual. Deve ter havido algum motivo plausível para a queda - nenhum time vai de líder a rebaixado de um ano para o outro sem uma explicação coerente. Agradeço se alguém souber.
Mas, para mim, a principal lição que fica da queda do Guará vai para a imprensa esportiva: na hora de elogiar "planejamento e profissionalismo" de um time, aguardem uns dois ou três anos pra saber se a coisa realmente é boa ou foi fogo de palha. Só assim pra se ter certeza da "continuidade de um trabalho", pra reforçar outro chavão da área que tanto se gosta de dizer.



























