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Por Moriti Neto
Eu avisei. No último post, escrevi que o São Paulo só mantinha a vice-liderança porque os adversários vinham brincando demais no Gangorrão 2009. E não foi preciso que deixassem de brincar tanto para que o Tricolor terminasse a rodada em quarto lugar e somente com um ponto o salvando de ficar fora da zona de classificação da Libertadores.
O Inter apenas necessitou empatar com o quase rebaixado Fluminense para, nos critérios de desempate, passar o time do Morumbi. Já o Atlético Mineiro bateu com justiça os tricolores, decretando a primeira derrota da equipe no Cícero Pompeu de Toledo nesta competição nacional e também saltando à frente na tabela. Aliás, não há muito que analisar do jogo contra o Galo, pois o comentário seria repetitivo, levando em conta o padrão adotado por atletas e comissão técnica nas últimas partidas, ou seja, jogadores sem concentração e técnico, além de posicionar a equipe equivocadamente, demorando a substituir. Washington é grosso, não tem habilidade, mas dentro da área dá trabalho e é, sim, goleador. Não à toa foi artilheiro de dois campeonatos brasileiros, inclusive como recordista de gols em uma edição (2004) pelo Atlético Paranaense, com 34 tentos. Na partida de sábado, era o homem que dava alguma canseira na defesa mineira. Após a saída dele, o ataque paulista, que já estava ruim, ficou absolutamente sem referência.
Falando nisso...
... Torcedores têm dito que Washington é caneleiro, que não serve para jogar no São Paulo etc. Bem, se alguém esperava o centroavante fazendo lindas jogadas fora da área ou mesmo o pivô outrora tão bem feito por Aloísio, analisou o atleta incorretamente. O homem é atacante tipicamente trombador e para que renda é necessário um posicionamento no meio da zaga adversária, esperando uma bola cruzada, uma rebatida do goleiro, enfim coisas típicas de matador de ofício. Se a torcida não percebe isso, passional que é, até perdoa-se. Mas direção e comissão técnica não entenderem é indesculpável.
No entanto há alguns pontos a ponderar. O atual grupo são-paulino é reclamão demais. Aí, inclui-se Washington. Ele, somado a Borges, Dagoberto e Hugo tornaram o ambiente péssimo desde o início do ano. Para a direção, a saída mais fácil foi demitir Muricy na tentativa de aliviar o clima. Não adiantou. A barra continuou pesada e, pela pressão interna, o time não consegue nem ter uma dupla de ataque titular com sequencia digna de avaliação.
E ao que tudo indica, a coisa deve piorar. Contratações, embora ainda não anunciadas oficialmente, estão bem adiantadas e os nomes vêm à tona em momento nada oportuno, numa reta final de campeonato e com um elenco já desgastado.
Comecei o texto mencionando o post anterior e termino da mesma forma. Nele, comentei que o São Paulo era carta fora do baralho na briga pelo título não por causa da diferença de pontos para o líder, mas pelo que vem apresentando. Observei, ainda, que os tricolores deveriam se preocupar com a vaga na Libertadores. Agora, com a embolação instalada na disputa, podemos imaginar a equipe, depois de largo tempo, jogando a Copa do Brasil. .
Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...