Destaques

quinta-feira, maio 14, 2009

Vigilância na internet e o AI-5 Digital

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Um conjunto de movimentos de defesa de direitos humanos, à comunicação e à educação promovem, nesta quinta-feira, 14, o Ato Contra o AI-5 Digital. Tudo acontece daqui a pouco, às 19h.

O protesto é uma tentativa de fazer pressão sobre a Câmara dos Deputados em oposição ao projeto de lei substitutivo de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) sobre crimes na internet, já aprovado pelo Senado. O texto promove vigilância absoluta na rede sobre práticas "suspeitas", algo amplo e vago demais.

Metade da blogosfera já anunciou a história:
Panóptico | Trezentos | Nosso Quintal | Apocalipse Motorizado | Altamiro Borges | Maria Frô | Trezentos | Xô Censura | O Biscoito Fino e a Massa | Vendedor de Bananas | Arquivo 68 | Comunidade Pes Brasil | Best Linux | Blog da Cidinha | Bodega Cultural | Clube de ideias

E a cobertura de sites e agências de notícias
PSL-Brasil | Pulsar Brasil | Ciranda da Informação independente | Correio da Cidadania | Revista Fórum | Vermelho

A produção inclui ainda o catunista Latuff.


Há sete anos, investiguei um pouco a ação do movimento StopCarnivore. O objetivo era lutar contra o sistema criado pelo FBI que faz uma triagem automática em busca de palavras. Dependendo do que alguém escrevesse no e-mail – termos relacionados ao terrorismo ou ao islamismo – iam para o funil da polícia. Em 2005, o tal Carnivore foi descontinuado, não exatamente por pressão dos ativistas em defesa do direito à privacidade, mas por ter métodos melhores de controle. O controle estava em pauta com mais intensidade desde 11 de setembro de 2001.

Na França, no fim de abril deste ano, o governo de Nicolas Sarkozy aprovou um projeto contra a pirataria. Instalou ainda um departamento especializado em policiar a internet. Virou o inimigo da internet por isso. Suíça – onde o terceiro maior partido é o pirata –, Espanha e Inglaterra têm suas leis e sistemas semelhantes que violam a privacidade. Da China e do Irã ninguém esperava nada diferente mesmo.

Mario Amaya
vigilantismo_amayaDebate brasileiro
O Ministério Público Federal vem promovendo audiências públicas sobre segurança, em uma posição favorável à criação de leis específicas para a internet. Debateu-se o armazenamento de logs pelos provedores e a mudança de legislação, além de exigir ajuda dos provedores.

O autor do substitutivo, Eduardo Azeredo, defende a medida e acusa críticos, mas deve estar preocupado, já que na busca simples de seu sobrenome, sobram referências negativas a respeito do projeto que, de tanto nome, é reapelidado de AI-5 Digital. Aloízio Mercadante, senador petista, foi convencido de que a lei é boa, apoiou veementemente, mas ficou sem o ônus da fama que coube ao tucano, que milita a favor de seu texto.

A melhor análise crítica do projeto que li ainda é de Ronaldo Lemos, criticando a generalidade, os exageros de considerar suspeitas práticas que podem ser perfeitamente legais – como compartilhar material publicado sob uma licença livre, como a usada pelo Futepoca, aliás – e desconhecimento a rodo. A conclusão dele é que, com tantos problemas, é melhor começar do zero a legislação. Outros críticos destacam o dedo da "indústria cultural", os intermediários entre produtores e o público, quer dizer, gravadoras e distribuidoras de entretenimento.

A obsessão por controle é preocupante. Um dia ainda escrevo sobre isso.

Flamengo 0 X 0 Inter ou Pra não dizer que só falamos de São Paulo...

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Dentre os jogos da rodada ontem, sem dúvida um dos mais – senão o mais interessante - era o duelo entre Flamengo e Internacional no Maracanã. O Colorado, time-sensação do momento, passa a enfrentar agora equipes bem mais fortes do que as que topou na Copa do Brasil e no Gauchão. Já o Flamengo, campeão estadual, precisa provar que pode ser competitivo também em nível nacional.

Com esses ingredientes, a partida atraiu 50.294 pagantes ao Maraca. Mas quem esperava um show do Inter, aproveitando contra-golpes com rapidez, viu o Flamengo dominar a maior parte do jogo. Se o time gaúcho na partida contra o Corinthians teve mais oportunidades de gol que o dono da casa, ontem foi o contrário. Não só teve que assistir aos cariocas terem a bola durante a maior parte do tempo como viu, no primeiro tempo, duas bolas na trave e uma defesa fenomenal de Lauro que evitaram a vantagem flamenguista.

Os rubro-negros foram de uma aplicação tática invejável, Cuca adiantou a marcação e tomou conta do meio-de-campo com uma formação de muita pegada no setor: Toró, Williams, Ibson e Kleberson. Eles foram responsáveis pela maioria dos desarmes da equipe, aliás, mais que o dobro de seu adversário: 47 contra 23. O trio ofensivo do Inter, D'Alessandro, Nilmar e Taison, foram praticamente anulados e os erros de passe eram frequentes no ataque gaúcho.



O bom Taison, pela direita, não conseguia reter a bola na frente e era o pior dos avantes colorados. E foi justamente nesse lado do campo que surgiram as jogadas agudas do Flamengo no primeiro tempo. Todas com Léo Moura, que apoiou muito bem e fez gato e sapato de Kléber, vulgo, Chicletinho, o lateral-esquerdo que mais masca do que joga.

No segundo tempo, Tite tentou fazer com que a equipe prendesse mais a bola no campo adversário e trocou Taison por Alecssandro, e D'Alessandro por Andrezinho. O Inter conseguiu melhorar muito pouco, e o Flamengo perdeu uma chance incrível com Kleberson (de novo, nas costas de Kléber). No final, foi Bruno quem salvou o Flamengo de uma injusta derrota, após chute de Andrezinho que bateu na trave.

O zero a zero mantém a vaga pras semis da Copa do Brasil em aberto, mas, sem Magrão e Bolívar, o Inter vai ter que jogar muito mais bola do que ontem pra superar o aguerrido e bom Flamengo. Elenco pra isso, tem. Promete ser um jogão.

Corinthians: 1 a 0 é bom, mas podia ter sido melhor

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O Corinthians foi melhor que o Fluminense durante os 90 minutos de jogo na noite desta quarta, no Pacaembu. Merecia melhor sorte do que o 1 a 0, que se é bom, poderia ser melhor.



No primeiro tempo, o Flu não viu a cor da bola. O Corinthians marcou em cima e trabalhava a bola com paciência e objetividade, o que às vezes falta. Já aos 10 minutos, Christian fez belo lançamento para Dentinho que saiu na cara de Fernando Henrique e chutou cruzado para fazer o único gol da partida. O atacante ainda meteu uma bola na trave pouco depois. Ronaldo ainda teve duas chances de ampliar, mas parou na boa atuação de Fernando Henrique.

No segundo tempo, o Tricolor voltou melhor e o Corinthians mais desanimado. O jogo ficou equilibrado e o Flu chegou a pressionar, tendo boas chances com Fred e Thiago Neves – este saiu na cara de Felipe mas chutou em cima do goleiro.

Mano Menezes trocou Dentinho por Morais e Douglas por Boquita, e a equipe melhorou. Já Parreira tirou Thiago Neves e colocou o excelente Conca, que está voltando de contusão, e sacou o atacante Michael para colocar Alan, mantendo o esquema.

O jogo ficou mais equilibrado, mas o Corinthians voltou a ter as melhores chances. Após bom passe de Ronaldo, André Santos chutou para mais uma defesa de FH. Morais e o centroavante fizeram boa tabela pela direita, mas a zaga cortou antes do chute do meia. Boquita chutou bem de fora da área e FH tirou com o pé.

E ficou por isso mesmo. O Corinthians agora pode empatar por qualquer resultado no Maracanã. Se fizer um gol lá, obriga o Flu a fazer três. Não levar gol em casa é uma boa vantagem, mas a classificação continua em aberto. Pelo que foi o jogo, podia ter sido mais. Faltou, talvez, vontade de atacar mais, especialmente no segundo tempo.

Destaque para o primeiro tempo de Dentinho, para a noção de posicionamento de Ronaldo, para a boa entrada de Morais e para a impressionante entrega de Alessandro, que correu o tempo todo e se tornou uma das principais opções para a saída de bola corintiana.

Do lado do Flu, o nome do jogo foi Fernando Henrique, comvárias defesas difíceis. Além disso, vi Fred mostrar inteligência e habilidade, jogando mais fora da área. Thiago Neves esteve apagado, mas Conca detonou. Queria ver jogando no meu time. Pena para o Flu que Thiago Neves deve sair em breve. Com Conca em forma e Leandro Amaral voltando de sua contusão, ia ficar um belo ataque.

Outros jogos

Se ainda está tudo em aberto entre Corinthians e Fluminense, no outro jogo da chave a fatura está quase liquidada. O Vasco goleou o Vitória em São Januário por 4 a 0, diminuindo muito as chances do time baiano. Mas é sempre bom lembrar que o Vitória enfiou 3 a 0 no Atlético MG na Bahia e depois recebeu de volta o chocolate em Minas. A história pode se repetir.

Na outra chave, a Ponte Preta e Coritiba empataram ontem em 2 a 2 em Campinas. Mau resultado para a Macaca, que levou dois gols em casa. E a partida mais esperada, entre Flamengo e Inter, terminou em 0 a 0. O Flamengo meteu duas bolas na trave e ainda obrigou Lauro a pelo menos uma defesa milagrosa, mas não resolveu. Não tomou gols em casa, mas vai ter que decidir no Beira Rio.

Reforços – O Corinthians anunciou hoje a contratação do volante Moradei, do Bragantino, que esteve no Parque São Jorge no esquecível 2007. É um bom marcador e só, vem para ser reserva de Christian caso se concretize a ida de Fabinho para o Fluminense. O outro nome comentado pelo pessoal da SporTV é mais interessante: o meia-atacante Edno, da Portuguesa. Bom de bola, seria uma excelente opção.

Ah, sim: uma matéria no Lance afirma que Andres Sanches foi à Inglaterra conversar como meia Deco, que está no Chelsea semmuito espaço depois da saída de Felipão. Ouviu que é quase impossível o jogador se livrar de seu contrato de três anos. A matéria diz também que o comentarista e ex-craque Neto disse na Band que Sanches andou conversando também com Assis, irmão e procurador de Ronaldinho Gaúcho. Enfim, acredite quem quiser.

quarta-feira, maio 13, 2009

Diário de uma quase ginástica

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Aos 43 anos, para lá da meia idade, começa-se a pensar em fazer alguma coisa para pelo menos diminuir os efeitos de décadas de cervejas, noites maldormidas, trabalho sentado ao computador...

A primeira fase é das mais chatas, médicos e exames.. Aliás, a classe, que só usa branco para torturar os pobres mortais, promete que se a gente seguir tudo que eles dizem seremos saudáveis. Se não dá certo, a culpa é nossa, fizemos algo errado. Quando o cara morre, nem pode voltar do além para reclamar pelas cervejas, os doces e os cigarros que teve de abdicar.

Mas voltando aos exames, depilam você no peito para colocar umas espécies de ventosas, corre-se na esteira, fazem-se exames de sangue, fica-se 24 horas com um maldito aparelho medindo a pressão apenas para provar que você não vai morrer no primeiro exercício.

Aprovado, vem o primeiro dia. Fichas são feitas, atestados apresentados, começa-se a programação. Bicicleta, musculação, esteira, abdominais. Músculos de que nem supunha a existência e que estavam bem quietinhos em seu lugar resolvem reclamar. Aguenta-se tudo pelo ideal de sáude. Menos que aquela senhora com mais de 50 anos humilhe você correndo mais na esteira ao lado... O coração vai a mil, você resiste um pouco, mas resolve reconhecer, humilhado, a derrota antes do enfarto.

O pior ainda estava para acontecer. Banho no vestiário masculino. Na entrada, tudo bem, não havia ninguém. Depois, quando você já está se enxugando no boxe, alguém do lado liga a água, que começa a respingar. Ok, é só sair e se secar lá fora.

Põe-se a roupa e na hora que vai pôr o tênis, o cara que estava no chuveiro, que você descobre que era um careca, para bem na sua frente para abrir o armário. Ok, é só virar o rosto e sair rapidinho. Mas antes de botar o pé para a fora ele ainda para na sua frente e começa a passar óleo ou sei-lá-o-quê em todo o corpo.

Realmente, é hora de sair correndo para tomar uma cerveja e esquecer o primeiro dia de tortura.

A melhor categoria de base do Brasil

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O site Olheiros fez um levantamento interessante sobre as categorias de base do futebol brasileiro. Utilizando um ranking que contabiliza resultados de diferentes competições, chegou-se à conclusão que o Internacional é o time mais forte no futebol de base nacional. Em segundo lugar vem o Cruzeiro, e o São Paulo fecha o pódio.

A equipe do Olheiros já esclarece que o ranking não tem a pretensão de discutir qual time forma mais ou os melhores jogadores. O levantamento é mais estatístico e "frio". Verifica-se como ficaram os desempenhos dos clubes, soma-se tudo de acordo com critérios pré-estabelecidos e aí tem-se um ranking.

A liderança do Internacional é explicada por conquistas importantes como a Copa Santiago, que o colorado sub-17 faturou no início do ano e cuja foto de comemoração estampa esse post. Além desse triunfo, pesam as boas campanhas no Campeonato Brasileiro Sub-20 (o Inter foi terceiro colocado no ano passado e vice-campeão em 2007) e títulos estaduais, como o Campeonato Gaúcho de Juniores obtido no ano passado.

O top 10 da lista é completo pelos seguintes times, em ordem de classificação: Grêmio, Fluminense, Santos, Corinthians, Figueirense, Atlético-PR e Atlético-MG.

Rankings sempre são controversos. Especificamente nesse caso, pode-se contestar o não-estudo de como as revelações do clube se saem no futebol profissional. Ainda assim, o levantamento é dos mais válidos. Principalmente por ter critérios sérios e disponíveis para a consulta de todos, diferentemente de outros que aparecem por aí.

Além do mais, será que dá pra discordar que Internacional, Cruzeiro e São Paulo estão entre os melhores times de base do Brasil? Nilmar, Rafael Sóbis, Guilherme, Breno e Jean não discordam.

Confira o ranking aqui e seus critérios aqui.

P.S.: dou um doce para quem achar em menos de 30 segundos a posição do Palmeiras na lista...

terça-feira, maio 12, 2009

Um sufoco para poder reafirmar: Marcos é O Goleiro

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Phjunkies/Flickr
Quando acabou, talvez o certo teria sido eu sair pela janela e responder ao vizinho de duas semanas atrás gritando:

– Marcos, Marcos, Marcos!

Merecia.

O Palmeiras tomou um sufoco durante os 90 minutos de jogo na Ilha do Retiro. A pressão do Sport começou aos dois minutos, seguiu aos oito, avançou aos 17, aos 27, aos 30... O mesmo no segundo tempo até sair o gol de Wilson, aos 36. Os dez minutos finais foram menos dramáticos do que eu imaginava, o que foi suficientemente trágico. Até Sandro Goiano deu passe para Paulo Baier quase marcar.

No total, se o Palmeiras mandou duas bolas perigosas em direção ao gol foi muito: retranca total e muito trabalho para Marcos. A decisão foi para os pênaltis.

Além de entrar com muita gente de defesa em campo, Vanderlei Luxemburgo tirou Diego Souza para pôr Willians, Keirrison para entrar Ortigoza e Mozart para a vaga de Souza. Tem uma dose de azar e de erro, mas se pode dizer que o treinador palmeirense acabou cavando a derrota no tempo regulamentar, porque foi depois de passar por Wendel que o volante recém-contratada chegou atrasado e saiu o gol. O azar continuaria nos pênaltis, já que Mozart ainda errou a primeira cobrança. Muito mais grave foi a saída do camisa 7, que significou abdicar ainda mais de jogar futebol e atacar. Vai ver que ele leu a bobagem que escrevi sobre tirar o Diego Souza. Ou teve um apagão.

Depois de desperdiçar a primeira cobrança, os zagueiros Marcão e Danilo e o lateral-esquerdo Armero, foram os batedores que converteram. Nenhum homem de frente para esse momento decisivo. No mínimo, é curioso. E claro que, nesse caso, as esperanças não poderiam recair sobre outro jogador.

"Com 36 anos, toda defesa é difícil, sempre dói alguma coisa", declarou O Goleiro à reportagem de TV depois do jogo. Desse jeito, ele pegou três dos quatro pênaltis batidos pelo Sport. Para mim, tá bom.

O Palmeiras deve sua vaga às quartas-de-final a Marcos. Luxemburgo deve também muita coisa – quiça seu emprego – ao camisa 12. Vale lembrar deste jogo e deste aqui também.

Poderíamos passar sem essas
Na coletiva – que costumo evitar de ouvir para não ficar revoltado com as perguntas à là levantador de vôlei –, o treinador preferiu criticar Guilherme Beltrão, vice-presidente do Sport que o chamou de decadente e arrogante, a comentar o jogo. Será que ele está mais preocupado com a estratégia para não ter que explicar para a mídia esportiva por que tirou Diego Souza do que com a tática em campo?

Beltrão realmente facilitou a vida de quem precisava motivar seu time. Mas para quem ganhou nos pênaltis, era melhor ter deixado o cartola falando sozinho. Ou deixado para a torcida responder com o tradicional: "E-li-mi-na-do!" Se ficar por aí, tudo bem. É complexo senão frágil transferir automaticamente a tensão entre as torcidas para esse tipo de comportamento.

Vale lembrar que não é o primeiro dirigente do clube de Recife com quem Luxemburgo troca farpas. Além de já já ter intercambiado recados "carinhosos" com o próprio Beltrão, Romero Monte Cunha, ex-diretor, só não foi agredido fisicamente pelo técnico em maio de 2008 porque foi contido por seguranças palestrinos. Teria sido patética a tentativa.

Empate
Depois de reclamar tanto, segue a contagem. Vanderlei Luxemburgo empatou o histórico de confrontos com o treinador do Sport, Nelsinho Baptista. Cada um tem agora 11 vitórias diante do outro, e 14 empates. Tem mais dois ainda este ano pelo campeonato brasileiro.

Vizinhança
Não sei se foi a memória dos corintianos da decisão da Copa do Brasil de 2008, mas a vizinhança esteve especialmente atenta ao jogo nesta terça-feira. No gol do Sport, a comemoração foi quase igual à vibração dos palmeirenses quando Marcos pegou o terceiro pênalti – isso na hora, porque os secadores permaneceram apreensivos nos minutos seguintes, enquanto os alviverdes estão gritando até agora. Mais uma vez os secadores trabalharam.

Teste cego de cervejas do Futepoca: Libertadores da América

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Depois de muito adiar, muito enrolar e muito cair de bêbado, finalmente o Futepoca foi capaz de realizar a:

O 2º teste cego do Futepoca – Edição Libertadores da América

A definição das concorrentes é análoga à competição continental, embora não tenha havido tempo para adquirir um exemplar de marcas dos países andinos e do Paraguai. Havia representantes do Brasil, Argentina, Uruguai e México. Não fosse a inserção da convidada da América do Norte, estaria mais para Copa Mercosul.

1. No bar
Nada de churrasco de amadores. O palco do teste cego foi o Espetinho da Villa, bar que serve, como sugere o nome, espetos. O Alexandre, proprietário do estabelecimento, se encarregou de servir as cervejas, tarefa pela qual o Futepoca é muito grato. Como alguns pediram queijo coalho e outros picanha no alho, quem bancasse o somelieur da breja e percebesse notas de leite e de condimentos cairia no descrédito. Isso sem falar em outros fatores, como fumaça de cigarro.

Foto: Paulo Macari

A ascensão da carne.

2. Dez bêbados, 100 copos
Diferentemente da primeira edição do teste, o número de avaliadores alcançou a incrível marca de 10 pessoas, o dobro do teste de outubro de 2008. Outra diferença foi a opção por um copo limpo por cerveja para cada pessoa. Incluindo os copos com água para os intervalos entre uma marca e outra. Fazendo as contas, o DataFutepoca estima em mais de cem copos usados (claro que eles podem ter sido lavados entre uma rodada e outras). Os jurados foram os convidados Paulo Macari, Paulo Junqueira e Débora, além dos autores Fredi, Marcao, Glauco, Brunna, Maurício, Nicolau e a minha pessoa. A Débora chegou no meio da prova e testou apenas as seis últimas da fila.

3. Só garrafa, um só fornecedor
Todas as marcas foram adquiridas em garrafas de vidro, embora em vasilhames de tamanhos diferentes. Como algumas marcas estrangeiras chegam apenas em certos tipo de embalagem, foi o mínimo de variação possível. Nada de latinha, portanto. A opção foi por adquirir todos os exemplares de um mesmo fornecedor, com exceção da Skol, introduzida de surpresa.


O carrinho de supermercado ficou escondido atrás de uma pilha de
achocolatados na hora de posar para os fotógrafos.


4. 9 pielsen e 1 lager
Entre as cervejas brasileiras, foram escolhidas as pielsen mais bens cotadas na versão anterior do teste, no critério normal. Em relação às hermanas, a margem para escolher foi menor, já que não há tanta variedade vinda da América Latina nos supermercados paulistanos – sobram belgas, holandesas, alemãs. Além da embalagem, descrita pelo volume, há ainda informações importantes como a validade e o teor alcóolico. Na ordem de apreciação, tivemos:

Cervejas:
1. Cerpa
2. Bavária Premium
3. Eisenbahn
4. Dos Equis
5. Patrícia
6. Pilsen
7. Isenbeck
8. Quilmes
9. Norteña
10. Skol
Vol.
355ml
355ml
355ml
355ml
1L
1L
1L
1L
1L
600ml
Validade
06/08/2009
24/08/2009
03/09/2009
06/10/2009
06/08/2009
03/08/2009
19/11/2009
15/06/2009
12/09/2009
-
Teor alc.
5,3%
4,8%
4,8%
4,5%
5%
5%
4,6%
4,9%
4,1%
4,7%


5. Meio copo e demora inescapável
A dose de cada marca para degustação foi mais generosa do que na edição anterior. Entre cada uma, água para quem quisesse fingir que limpava o paladar, e lá vinha a próxima. O intervalo entre os copos variou bastante, foi o preço de contar com um serviço profissional e muito cuidadoso com as amostras. Em plena véspera de feriado, o bar estava cheio e a trabalheira impedia que o Alexandre conseguisse escapar para cumprir sua nobre função de fracionar o líquido sagrado e levar até os ávidos jurados. Isso se acentuou no final da brincadeira, o que pode ter favorecido as últimas da noite.

Foto: Paulo Macari

"Notas de sabão".

6. Uma nota, com observações
O Futepoca chegou a estudar a realização de um processo licitatório para contratar urnas eletrônicas, mas logo veio a ressaca a suplantar a bebedeira e dar água numa proposta tão divertida. Uma cartela com espaço para dar notas em diferentes quesitos e uma média geral havia sido preparada, então, como plano B. Por conta de umas questões paralelas, (ou seria escassez de sobriedade?) elas não ficaram prontas a tempo. Isso recolocava o guardanapo como bloco de notas oficial do bom boteco. "Vai molhar tudo", vetou o Alexandre. A caderneta de bar foi substituída por folhas de papel convencional, algo estranho ao ambiente. Mesmo assim, alguns dos ébrios registraram anotações. Detalhes preciosos como "cheiro de sabão" e "aguada e doce; tubaína" fazem parte da documentação – disponível para auditoria, aliás.

Foto: Paulo Macari

"Ó, ó... discordo!".

7. Mistério
Novamente, nada de venda nos olhos. Os manguaças sabiam apenas que se tratava de um teste Libertadores, mas não sabiam exatamente quais seriam as marcas. E muito menos a ordem em que eram oferecidas. Apenas um dos analistas conhecia o conjunto de marcas, este que escreve.

8. O teste é cego, não mudo
Apesar do intertítulo politicamente incorreto, os constantes comentários pejorativos sobre os exemplares oferecidos e a troca de ideias podem ter interferido na aferição de notas. A quantidade de rasuras nas anotações indica que isso influenciou. Mas agora não adianta culpar o vizinho que falou mal da que você gostava.

Feitas as observações, vamos ao:

Resultado do Teste cego Libertadores do Futepoca

a) Eis as médias.


A normal é a aritmética sem reparos. A já consagrada média carnavalesca comprova o gosto médio dos mamados naquela noite, com mudanças apenas na sexta e sétimas colocações. Um terceiro recorte traz as médias excluídas as minhas notas (o único que conhecia o leque das degustadas), que mostra a mesma ordem. Quer dizer, não tem jeito.

b) Conclusão: dobradinha argentina. Quem diria que o pessoal gostaria tanto da Quilmes em detrimento de artesanais como Isenbeck, a segunda, e premiums como a Cerpa A medalha de bronze foi para a uruguaia Norteña. A primeira brasileira foi Bavária Premium, novamente surpreendentemente bem cotada.

c) Pela ordem. Mais uma vez a oitava cerveja oferecida é a vencedora. Além de estudar a possibilidade de jogar no bicho, a informação é relevante porque foi exatamente a posição em que, da outra vez, a vencedora foi apresentada. Coincidência? Entre as primeiras, a única que se deu relativamente bem desta vez foi a Bavária Premium. O gráfico mostra que há notas mais altas. O agrupamento das brasileiras no início e das argentinas no fim podem ter beneficiado as do outro lado do rio da Prata, mas seria exagerado reduzir o resultado ao posicionamento. O fato de a antepenúltima colocada ter sido a derradeira atesta que ainda havia resquícios de capacidade gustativa armazenada.


No gráfico, curvas completamentes diferentes entre os testes.
Aparentemente, a ordem não influencia tanto assim.


d) Validade. Desta vez o prazo de validade foi anotado. A suspeita de que o sabor se altera e se perdem propriedades foi o que estabeleceu esta exigência. Curiosamente, o menor prazo de validade era o da vencedora e o mais extenso, da segunda colocada. A segunda que mais demoraria para estragar segundo o fabricante foi a última colocada. Nada conclusivo, portanto, em relação à data expressa nas embalagens.

e) Teor de álcool. A variação de 0,9 ponto percentual na concentração alcoólica das marcas parece pouco conclusiva ao se analiser o resultado. A posição ficaria como apresentado abaixo. Se alguém conseguir desenvolver uma teoria...


Cervejas:
8. Quilmes
7. Isenbeck
9. Norteña
2. Bavária Premium
6. Pilsen
5. Patrícia
1. Cerpa
10. Skol
3. Eisenbahn
4. Dos Equis
Teor alc.
4,9%
4,6%
4,1%
4,8%
5,0%
5,0%
5,3%
4,7%
4,8%
4,5%



Foto: Paulo Macari

O desgaste tomava conta dos avaliadores. Muita concentração.


f) Passou de ano. A média geral foi de 6,1, um pouco superior à do teste anterior. O nível da Libertadores está tão próximo assim do campeonato brasileiro? Pode ser. Como equipes do porte de um Real Potosí participam da competição internacional e a escolha das cervejas excluiu a Paceña e marcas de outros países, é preciso relativizar as coisas. Seria precipitado dizer que as mais bem cotadas da região estavam à mesa. Nas médias individuais, o Glauco manteve-se como o mais ranzinza dos árbitros, seguidos por mim e pelo Frédi, que da outra feita empatara como o mais rigoroso. O troféu generosidade ficou com o Maurício, por um centésimo em relação ao Marcão, o mais bondoso da outra vez.

Ébrio
Maurício
Marcao
Brunna
Nicolau
Paulo Junqueira
Paulo Macari
Débora
Anselmo
Fredi
Glauco
Geral
Média
6,9
6,9
6,7
6,6
6,0
5,9
5,8
5,4
5,4
4,7
6,1


g) Contaminação? A ansiedade etílica não foi contornada antes do teste, e mais da metade dos degustadores havia "contaminado" seu paladar com marcas que não participaram do teste. Surreal é a repetição do desempenho pifio da artesanal Eisenbahn, de Blumenau, adquirida ano passado pela Schincariol. O pessoal realmente não gosta da pielsen deles. Fez menos sucesso ainda a mexicana Dos Équis, a única lager, com ínfimos 2,7 pontos de média. Foi ela que mereceu a comparação com a Tubaína.

Discorda?

Enquanto o Futepoca estuda formas de criar outros testes cegos de cerveja, o que você achou? As cervejas argentinas são boas mesmo ou os avaliadores é que não regulam bem do paladar?

segunda-feira, maio 11, 2009

Brasil campeão sul-americano sub-17

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Ontem, o Brasil venceu a Argentina e conquistou o título do Campeonato Sul-Americano Sub-17. A vitória veio de um jeito que muita gente espera que aconteça num sonhado duelo entre as duas seleções numa decisão de Copa do Mundo: suada, sofrida, nos pênaltis.


O Brasil fez 2x0, com Zezinho e Philippe Coutinho; os argentinos empataram, com gols de Gonzalez e Espíndola, marcados respectivamente aos 21 e 42 do segundo tempo.

Assim, vieram as penalidades. Quando o sofrimento ocorreu de maneira superior à habitual nesse tipo de decisão. Para que se tenha uma ideia, foram nada menos do que nove cobranças de cada lado. Sinceramente, não me lembro de uma quantia tão elevada de batidas em um jogo tão importante (em um menos decisivo, lembro de um Palmeiras x Inter de Limeira pelo Paulistão de 2001, quando se não me engano teve gente que até cobrou duas vezes).



Com a conquista, o Brasil celebra o título e uma hegemonia impressionante no sub-17 continental: são oito títulos em 10 campeonatos disputados. Assustador, não?

Agora os meninos se preparam para o Mundial que será disputado na Nigéria nos meses de outubro e novembro. Além do Brasil, representarão a América do Sul os argentinos, uruguaios e colombianos. Para ver a listagem completa das seleções já classificadas, clique aqui.

De olho na redonda - o bom, o inusitado e o ruim da primeira rodada

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O Brasileirão 2009 começou e já dá pinta de ser mais equilibrado do que o do ano passado, porém, com a promessa de melhor nível técnico pela amostra do fim de semana. Só o golaço de Nilmar contra o Corinthians já valeria a rodada por ser um daqueles tentos fantásticos desde o nascedouro: o lançamento de D'Alessandro, a matada do atacante e o verdadeiro desfile que ele promoveu passando por seis adversários culminando com um toque sutil. Já referenciado aqui por outro golaço e reivindicado para a seleção brasileira antes do início do campeonato, já está mais do que na hora de Dunga dar uma atenção maior ao avante.




Gol improvável

E se teve golaço, houve também a presença do imponderável na primeira rodada. Só isso pra justificar o gol de empate do Barueri contra o Sport, na ilha do Retiro. Bola mais que caprichosa...



Mais público

Na abertura do Brasileirão 2008, a média de público por partida foi de 12.197 pagantes. Agora,
foi de 14.083, a maior da era dos pontos corridos, sendo que o maior público foi o da partida entre Grêmio e Santos, com 44.528 pessoas, graças à promoção de Dia das Mães que permitiu o ingresso livre de mulheres. Já considerando somente os pagantes, o clássico no Mineirão entre Cruzeiro e Flamengo foi o campeão: 24.564 pagantes.
O menor público da rodada ficou por conta da partida entre Santos André e Botafogo, no Bruno José Daniel: 1 939 testemunhas.

Apito tosco da rodada

O absurdo da arbitragem na rodada aconteceu justamente no na peleja do ABC paulista. Wilson Souza de Mendonça não viu a penalidade escandalosa cometida por Pablo Escobar no botafoguense Túlio Souza.

Nilmar vence o Corinthians no Pacaembu

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“Alguém tinha que ter feito a falta no Nilmar”, clamava meu pai após ver pela primeira de incontáveis vezes na noite desse domingo o golaço do atacante. A derrota para o Inter por esse gol a zero marcou a reestréia do Timão na Série A e foi a primeira derrota do time no Pacaembu neste ano.

A partida que marcou a reestréia do alvinegro na Série A, um prato cheio para o marketing fazer uma festinha, foi atropelada pela praticidade de Mano Menezes, que anunciou desde quarta-feira que pouparia titulares. No entanto, não imaginava que seriam tantos: apenas Christian e Felipe entraram em campo. No meio do segundo tempo, Mano lançou Dentinho e Alessandro, mas não foi o bastante para reagir.

Pelos melhores momentos, o Inter dominou o primeiro tempo, com chances de ter ampliado. Na segunda etapa, o Corinthians teve mais chances, mas não tão boas assim, fora uma boa jogada de Lulinha na ponta direita que Alessandro bateu fraco para o gol.



Reservas – Do time que jogou, o Ricardo do Retrospecto gostou da atuação do volante Jucilei, recém chegado do J. Malucelli, a filial corintiana no Paraná. O jogo deu mostras de que o time precisa de reforços para o banco. Mas não chega a ser tão definitivo. Poucos times tem a possibilidade de ter reservas na mesma altura para todas as posições – talvez só o São Paulo, se tiver. Mas as contratações de alguns jovens, como Jucilei, mostram que o pessoal está preocupado com isso e com a possível saída de jogadores na janela do meio do ano. Falta bastante, mas eu focaria num zagueiro (Jean e Escudero não...), num lateral-direito (já que Mano parece não gostar do pouco aproveitado Diogo) e num centroavante para o lugar de Souza. No mais, eu buscaria um meia para ser titular e um atacante para disputar com Dentinho e Jorge Henrique. Se possível, para levar a vaga de um deles.

Para poucos – O Timão sentiu na pele como é enfrentar um craque. Segundo a Folha, Nilmar recebeu 15 bolas no jogo, deu sete dribles, seis passes e apenas uma finalização. Segundo ouvi por aí, driblou diretamente quatro defensores corintianos e passou por oito na jogada do gol. Driblou mais um quando deu o passe para D’Alessandro deixar Tayson na cara, em jogada desperdiçada pelo garoto. Resumindo, Nilmar fez basicamente duas jogadas na partida: uma decidiu o jogo, a outra poderia ter ampliado. Dunga, você viu?

Copa do Brasil – Agora, resta ver se o “investimento” corintiano de jogar com os reservas vai valer a pena no confronto com o Fluminense pela Copa do Brasil, nesta quarta, no mesmo Pacaembu. Flu que venceu o São Paulo, no Rio, por 1 a 0, com um belo gol (em outra rodada seria chamado de golaço, mas o de Nilmar subiu a média) do meio-campo Maurício. O Tricolor carioca fez boa partida e dominou o São Paulo, que só conseguiu pressionar no final do jogo. Achei curiosa a movimentação de Fred, que jogou bastante fora da área, quase como um meia-atacante.

Ao fim, um bom empate para o Santos

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Um empate fora de casa com um time que é tido como um dos favoritos do campeonato e tem a melhor campanha da Libertadores pode não ser um mau resultado. Mas o Santos mostrou ontem as mesmas virtudes e também as deficiências que o levaram ao vice-campeonato paulista. E, se não quiser depender de atuações individuais de alguns de seus jogadores acima da média (o que não ocorreu contra o Grêmio), terá que contratar.

A primeira etapa no Olímpico foi dominada pelo Tricolor gaúcho. Com todos os seus titulares, o interino Marcelo Rospide seguiu no 3-5-2 adotado por Celso Roth e conseguiu pressionar o Santos jogando principalmente pelas pontas. Criou mais chances, mas não marcou. Kléber Pereeira, pra variar, perdeu chance incrível diante do goleiro Vítor, em ótima enfiada de Paulo Henrique Ganso.

Vágner Mancini alterou o jeito do time jogar depois do intervalo. Prendeu um pouco mais os laterais avançou a marcação no meio-de-campo, com Roberto Brum e Germano mais presentes no campo adversário. Assim, passou a dominar as ações e forçou o até então 100% Rospide (quatro vitórias em quatro jogos) a fazer uma alteração pouco usual para quem joga em casa e quer a vitória: ele substituiu o atacante Jonas pelo volante Túlio (aquele mesmo, ex-Botafogo e Corinthians) para tentar recuperar o meio de campo.

Ainda assim, o Grêmio não conseguiu equilibrar o jogo, mas fez seu gol. O capitão e zagueiro Rever veio à frente e, aproveitando a falha de cobertura no lado direito (algo quase rotineiro nas partidas do Santos) marcou. Mancini tentou manter o esquema com três homens mais à frente e um quarto que vem de trás, mas trocou as peças: substituiu o apagado Neymar por Molina e tirou Paulo Henrique para a entrada de Maikon Leite. E foi o colombiano, em uma bela cobrança de falta, que garantiu o empate peixeiro.



Os problemas

O Santos ainda carece de reforços nas laterais. Luisinho já deixou claro que não tem condições de ser titular e Triguinho é esforçado, melhorou de rendimento, mas ainda assim não é o ideal. Sem reforços nessas duas posições, difícil imaginar o Alvinegro tentando voos mais altos no campeonato.

domingo, maio 10, 2009

Palmeiras estreia com susto, fosso, vitória e um aviso

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O Palmeiras estreiou com vitória sobre o Coritiba no Palestra Itália de virada. Os visitantes saíram na frente diante de um time sem cinco titulares no primeiro tempo. No segundo gol, com os três principais homens de frente em campo, o time da casa garantiu os três pontos apenas aos 43 minutos do segundo tempo. Esse foi o susto.

O fosso foi uma cena meio bizarra. O camisa 8 Willians marcou o gol de empate do Palmeiras em cruzamento de Jeférson, por sua vez encontrado por um lançamento de Cleiton Xavier. Tão feliz ficou o cidadão com seu segundo gol com a camisa do clube que achou melhor tirá-la. Eu não entendo bem jogador que tira a camisa do time justo quando marca o gol, mas seria bobagem querer entender as pressões por que passa um atleta profissional. O fato é que tão empolgado que estava, e a camisa foi atirada em direção à torcida. Em qualquer estádio, isso significaria procurá-la atrás das placas de publicidade, no Palestra Itália isso quer dizer procurar no fosso que separa as arquibancadas do gramado. Cartão amarelo nele. Willians não terminaria o jogo, por contusão no púbis, deixando o time com 10, porque as três substituições já tinham sido feitas por Vanderlei Luxemburgo para reverter o erro de entrar com o mistão.

O aviso é mais ou menos conhecido. Os reservas do time paulistano serviam bem para vender os times do interior de São Paulo no campeonato estadual. Não garantem o bicho no Brasileiro. O mistão parece ter sentido mais a falta de Diego Souza e Cleiton Xavier do que de Keirrison, Pierre, Danilo e Marcos. Foi só quando os três primeiros da listinha citada foram a campo que as coisas progrediram. Até houve jogadas de perigo no primeiro tempo, mas não resolveu.

Mas Keirrison fez um gol depois de quatro partidas em branco. Viva!



Ressalva
Cabe ainda uma ressalva. Está claro que Luxemburgo considera Mozart um meia, embora ele ter mais história de volante. Considerando Wendel na lateral-direita, havia quatro volantes em campo (além desses dois, Jumar e Souza). Mais Marquinhos do que Willians era o meio de criação, enquanto Ortigoza era o atacante nato em campo. Defensivo demais para um time da casa.

Muito diferente de 2008, o Palmeiras começa a disputa sem fama de favorito. É que ano passado o alviverde vinha de um título estadual, este ano não. O treinador vem mais em xeque do que nunca, apesar de ainda conseguir pautar a mídia. E Diego Souza ainda corre risco de ser suspenso. Será um longo campeonato.

sábado, maio 09, 2009

O Brasileirão dos goleadores

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E o Brasileirão começa hoje. Muitos já criticaram, e com razão, o descaso da CBF com a competição, e mesmo o torcedor que ainda está com o time envolvido em outros torneios (Copa do Brasil e Libertadores) vai demorar pra se interessar de fato pela disputa. Ainda assim, é o campeonato mais importante – e longo – do país e vai monopolizar os papos de boteco do segundo semestre (ou alguém vai ficar comentando Copa Sulamericana no bar?).

A grande atração será certamente o desfile dos artilheiros. Curiosamente, três dos quatro atacantes da espezinhada seleção de 2006 estarão dando o ar de sua graça por aqui: Ronaldo, no Corinthians; Adriano, no Flamengo; e Fred, no Fluminense. Além deles, há os artilheiros da edição de 2008 que ainda estão no Brasil, Keirrison (segundo Nivaldo, apelidado de “Pipokeirrison” por palmeirenses da turma do amendoim); Kléber Pereira, o artilheiro dos gols perdidos, e o oscilante Washington, ainda em fase de aprovação no São Paulo.

Além deles, tem o rol dos “recuperados”, com Rafael Moura, o He-Man do Atlético (PR), e o renegado Diego Tardelli. Pedrão, goleador máximo do Paulista pelo Barueri, e os jovens Taison e Nilmar, do Internacional, também devem se fazer notar. Aliás, não é hora de dar uma chance a Nilmar não, Dunga?

Se tivemos edições do Brasileirão bem modorrentas nos últimos anos, pelo menos esses caras devem fazer a competição mais emocionante e talvez até consigam elevar a média de tentos do Brasileiro (no ano passado, foram 2,72 por partida, a segunda pior marca da era dos pontos corridos, só superando a edição de 2006). Ainda mais que, em função da crise econômica, a sangria da janela de transferência provavelmente vai deixar a maioria por aqui mesmo. Vibraremos com os gols deles e os xingaremos quando perderem chances absurdas (no meu caso, já estou bem acostumado a fazer isso com o Kléber Pereira).

Ronaldo?

E aí, quem vai ser o artilheiro do Brasileirão de 2009?

sexta-feira, maio 08, 2009

Mexicanos desistem e São Paulo passa às quartas da Libertadores sem jogar

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A cantada e decantada gripe suína vitimou os times mexicanos na Libertadores. Chivas e San Luis simplesmente desistiram da competição depois de São Paulo e Nacional do Uruguai terem enviado ofício à Conmebol se negando a disputar as oitavas no país "contaminado". Agora o Tricolor espera o adversário que virá do confronto entre Cruzeiro e Universidad do Chile. Ou seja, Cruzeiro.

Após vetar os jogos na terra de Zapata, a Confederação Sul-Americana de Futebol havia voltado atrás graças às garantiaas dadas pela Federação Mexicana de Futebol (FMF) de que a epidemia está controlada.

No ofício tricolor, segundo Uol, o clube brasileiro alegou que "o risco a que se expõem os atletas do São Paulo Futebol Clube e sua Comissão Técnica não configura mera suposição". Disse também que haveria problemas para o time voltar ao Brasil, já que teria que cumprir exigências das autoridades brasileiras, possivelmente uma quarentena. Não sabia que pessoas que voltam do México tem que passar por quarentena na volta ao Brasil. Talvez nem as autoridades sanitárias brasileiras saibam... A argumentação poderia ser melhorzinha, diretoria sãopaulina.

Depois que provocações baratas e bairristas fizeram um jogador mexicano tossir em um rival, parece que a tal gripe reforça mesmo preconceitos. Sarkozy chegou a sugerir que se proibissem voos da União Europeia para o México e o vice-ministro da Saúde de Israel, para evitar citar a denominação "suína" (o porco é considerado um animal impuro no judaísmo), sugeriu que a doença mudasse de nome para "gripe mexicana", parece que os hermanos da América do Norte vão sofrer mais com a discriminação do que com a doença em si.

Perguntar não ofende: porque ninguém sugere suspensão de voos e quetais para os EUA, já que comprovadamente diversos casos da doença na Europa - e um no Brasil - foram trazidos por gente que foi pra terra do tio Sam?

Atualização, 19h12: a Conmebol quer que a disputa das oitavas seja feita em partida única, nas casas de São Paulo e Nacional. Os mexicanos já avisaram que não topam, mas reviravoltas podem vir, já que esse imbróglio já teve inúmeras idas e vindas.

Pé redondo na cozinha - Um escriba da pesada

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MARCOS XINEF*

Parece mesmo que os grandes homens bebem muito. Este da história, por exemplo, tomou 18 doses de cachaças diferentes no dia em que o conheci, em meu bar. Além de ser um lutador incansavel e de um coração enorme, ele é um escrivão de policia. Bebe muito e tem como regra de vida o amor ao próximo e principalmente à sua família. O cara é de tal emoção e sinceridade que é o unico policial que já vi chorar em um dia no qual ocorreu uma tragédia com colegas seus na policia - mas não pelo fato de que a polícia seria prejudicada, e sim pelos dois pais de família que sairiam prejudicados com o ocorrido.

Um cara que ama e protege os dois enteados, o filho adotivo e a esposa como um leão. Essa história não é engraçada, como tantas outras que já contei, mas é real e, por isso, uma lição de vida, de como deveriam ser todos os grandes homens. E a nossa receita nasceu quando dei a ele um grill e ele me homenageou com meu prato mais famoso, o linguado ao molho de maracujá e vinho branco. Observação importante: a frase a seguir cabe justa na história acima: "Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos". Valeu, escriba!

LINGUADO AO MOLHO DE MARACUJÁ E VINHO BRANCO

Ingredientes:
1 posta de linguado de 300g
1 xicara de chá de açúcar
1/2 xícara de chá de vinho branco
1/2 xícara de chá de suco de maracujá concentrado
amido de milho
farinha de trigo
limão
sal

Modo de preparo:
Tempere o linguado com suco de limão e sal a gosto, passe na farinha de trigo e reserve. Em uma frigideira, derreta o açúcar até formar um caramelo, acrescente o vinho e o suco e deixe ferver bem. Depois, engrosse o molho levemente com amido de milho. Frite o peixe coloque em uma travessa cubra com o molho e sirva.


*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Gíria manguaça deriva da cerveja

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Aproveitando a volta do bôemio Adriano (foto) ao Flamengo e ainda ressaqueado do roteiro etílico madrugada afora (conexão Gaspar-Espetinho da Villa-666-Padrogas com os camaradas Glauco e Luciano), descobri um interessante detalhe cervejístico na origem de um termo bem utilizado pelos manguaças:

birita
Origem: Wikcionário

Substantivo feminino - bi.ri.ta

cachaça, pinga, aguardente ou bebida forte

Etimologia
Do Inglês beer

Copa do Brasil: jogos pra lá de interessantes

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Começam na próxima terça os confrontos das quartas-de-final da Copa do Brasil (veja abaixo). Destaque para os jogos entre Flamengo e Internacional e Corinthians e Fluminense. Quem passar dá grande passo para a final e o título, como diria o Conselheiro Acácio.

Na outra ponta, Coritiba e Ponte Preta fazem o confronto dos improváveis, aquelas zebras que sempre dão colorido à CB, mas tiveram suas vidas facilitadas para chegar aqui pelos tropeços de Botafogo (contra o Americano-RJ) e Santos (contra CSA-AL), que poderiam estar fazendo esse confronto no lugar dos classificados. Mas Inês é morta. 

Vasco e Vitória fazem um confronto de times no mesmo nível, embora os baianos estejam na primeira divisão. O Vasco tem de aproveitar o primeiro jogo em São Januário e fazer o mesmo que o Vitória na fase anterior. Na Bahia, vai ser difícil ganhar.

Quase ataque cardiáco no Galo X Vitória

Ainda bem que venho fazendo check-ups e tomando remédio para pressão, senão não aguentaria o jogo entre o Galo e o Vitória, no Mineirão, na última quarta-feira. Depois do vexame no Barradão, de ter tomado de 3 a 0 e praticamente decretado a queda do Leão, o Galo entrou com ânimo e buscou os mesmo placar. Nos pênaltis, errou a última cobrança, o que decretou a eliminação. Foi bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por ter jogado bem, buscado o resultado e provado que o que aconteceu na Bahia foi um acidente. O ruim não preciso explicar para quem já teve time eliminado.

12/05

Ponte Preta X Coritiba             Moisés Lucarelli

13/05 

Vasco X Vitória                       São Januário         

Corinthians X Fluminense          Pacaembu

Flamengo X Internacional         Maracanã

Jogos de volta                                                    

19/05 

Coritiba X Ponte Preta  Couto Pereira

20/05  

Vitória X Vasco Barradão

Fluminense X Corinthians Maracanã

Internacional X Flamengo Beira-Rio

 

Manguaça evolutiva

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É sempre um prazer vagar sem rumo certo pela internet e achar preciosidades manguaças. Esse texto, do blogueiro Reinaldo José Lopes, do Visões da Vida, traz à luz alguns dos motivos evolutivos que fazem com que sejamos aprecisadores da marvada.

A primeira informação interessante é de que é normal que animais tomem a sua dosezinha de álcool, conseguida de maneira absolutamente natural (ao contrário do bichano aí ao lado), como resultado da fermentação de frutos. Afinal, açúcar e calor normalmente dão em fermentação, o que significa que álcool não falta na natureza. O exemplo do texto é o simpático musaranho-arborícola, um parente dos primatas que se alimenta do néctar fermentado de uma palmeira. O teor alcoólico da comida do bicho é de cerca de 4%, praticamente uma cerveja.

A outra descoberta que fiz nesse texto foi que 10% das enzimas do fígado humano servem para transformar o álcool em energia. O que significa que não é só a cerveja que merece ser chamada de pão líquido. Qualquer birita vira energia no nosso corpo. Isso me fez finalmente entender os manguaças que chegavam às seis da matina na padoca do Sr. Thalitão - também conhecido como meu pai - e pediam um café preto com pinga. E só. E precisa de mais o quê? Cafeína, açúcar e álcool eram o suficiente pra começar o dia, ou pelo menos pra aguentar a viagem de busão até o trabalho, que sempre era longe.

Claro que o efeito do álcool nos nossos cérebros, a embriaguez, também é um atrativo e tanto. Mas por esse tema Reinaldo quase passa batido, dizendo que é um efeito lateral da birita. Aí já não dá pra concordar. O tema certamente merece mais pesquisas - financiadas pelo Manguaça Cidadão? -, porque todos nós do Futepoca sabemos que sem cachaça, ninguém segura esse rojão.

quinta-feira, maio 07, 2009

O bom Corinthians - e o bom corintiano

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Mais uma vez, Ronaldo Nazário calou a boca dos críticos e classificou o Corinthians para as quartas-de-final da Copa do Brasil, marcando os dois gols da vitória sobre o Atlético-PR. Mas o post não é sobre a partida, deixemos a função com o Nivaldo e o DeMarcelo. Narro aqui a forma como vi (ou quase) o jogo. Eram sete e meia da noite quando a fome bateu, pois não tinha almoçado, e resolvi gastar meus únicos dez reais num salgado ou cachorro quente. Quando me encaminhava para a porta, o dono do apartamento entrou, esbaforido, e intimou:

- E aí, véio pinguço, vamo bebê? - e já foi sacando uma garrafa de vinho.

Buenas, desisti do cachorro quente e busquei o saca rolhas. O manguaça voltava de uma aula particular de latim (estudo necessário para seu trabalho de mestrado) e contou várias coisas interessantes que, posteriormente, pretendo reproduzir aqui no blogue. Mas, como era de se esperar, a garrafa não durou 50 minutos. Resolvemos descer para buscar mais uma "ampôla" e, no caminho, eu tentaria comer um salgado ou o que quer que fosse. Quando saímos do prédio na calçada da Avenida Paulista, porém, uma enxurrada de corintianos descia em direção ao Pacaembu.

- Ê, véio, que zona é essa? Tem jogo hoje? - perguntou o manguaça, que, apesar de ser corintiano, consegue ser mais alheio e desinformado de futebol do que eu.

- Tem sim, palestino. O Corinthians precisa só de um gol pra seguir na Copa do Brasil.

- Ah, então a gente tem que ver esse jogo! E comprar duas garrafas, não uma! Quanto cê tem aí?

Me lembrei do vinho de mesa argentino Santa Ana (foto), honesto, por R$ 9,88, e dei adeus aos projetos alimentícios. Mas fiquei me perguntando em que raio de lugar a gente ia assistir esse jogo, pois não há televisão no apartamento. Ou melhor, tem, mas está enconstada num canto, empoeirada e abandonada há séculos. Não perguntei nada: compramos as garrafas, um maço de cigarro e rumamos pra casa.

- Agora é rezar pra essa porcaria funcionar, senão a gente escuta pelo rádio - comentou o manguaça, dirigindo-se para o desgastado aparelho, que, de tão velho, é daqueles que tinham uma abertura para fita VHS, um videocassete acoplado (como a da foto à direita). Uma relíquia dispensada ali por algum habitante longínquo daquele apartamento, que chamamos hoje de "Lar de Repouso José de Anchieta", acostumados que estamos com nossa decrepitude.

Pensei que a televisão ia explodir assim que fosse ligado na tomada, mas resistiu bem e, ao toque do botão, apareceu uma mancha azulada no centro da tela, o negócio deu três engasgadas e apareceu uma imagem do Pacaembu bem chuviscada, em branco e preto e sem som. Dane-se, já era um milagre! O corintiano ainda tentou melhorar a coisa mas, a cada vez que mexia nos botões de troca de canal, a imagem sumia, o espectro azulado voltava e, dois minutos depois, ressurgia a chuvisqueira. Resolvemos deixar como estava. No mais, tínhamos som "ao vivo", pois a gritaria da torcida, no Pacaembu, chegava até o recinto como se estivesse a uma quadra dali.

Mas não deu nem dez minutos de jogo (ou do que conseguíamos enxergar dele) para que o papo regado a vinho fosse retomado - e a TV, ignorada. O corintiano não tava nem aí pra coisa. Bebemos, fumamos, contamos nossos causos e, quando vimos, o jogo já tava no segundo tempo. Nisso, o manguaça levantou pra ir à cozinha ou ao banheiro e eu pude prestar atenção nuns dois ou três minutos de jogo. Vi o camisa 7 do Atlético-PR perder um gol incrível, na pequena área, e pensei que, se tivesse assistindo o jogo no Minhoca's, a bola teria entrado. Mas, na sequência, o Corinthians engatou um ataque e eu pensei, involuntariamente: "-Vai ser gol. E o palestino nem vai ver". Dito e feito: houve um passe até a entrada da grande área, um jogador corintiano dominou, cortou o zagueiro e bateu no canto. Não dava pra identificá-lo, mas, no momento em que deram um close no Ronaldo comemorando, o manguaça voltou pra sala e perguntou, espantado:

- Foi gol do Timão? Gol do gordo? - repetia, atônito.

- Foi sim. Filhodaputa, esse cara é foda! - respondi, resignado.

O corintiano não gritou, não comemorou e nem esboçou reação. Permanceu abismado, com os olhos esbugalhados, sem dizer palavra. E, pouco depois, o gordo sofreu um pênalti e marcou mais um gol, numa paradinha humilhante. Matei o último copo de vinho, apaguei o último cigarro e me despedi do manguaça.

- Vou dormir, véio. Fica aí com teu time, que tá jogando muito bem, e com o Ronaldo, que é mesmo "o cara".

Foi então que, mesmo antes do apito final, a TV enguiçou, o espectro azulado voltou na tela e o corintiano despertou do transe hipnótico.

- Vai, véio, vai dormir. E vaaaaiiii Curíntiaaaaaaaa!!!

Pois é. Se continuar jogando desse jeito, o Corinthians vai mesmo. Os adversários que se cuidem. E o meu fígado que segure as pontas...

Tipos de cerveja 35 - As European Strong Lager

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Segundo o site parceiro Cervejas do Mundo, a maior parte das cervejarias do planeta procura produzir uma bebida mais forte e alcoólica, baseada na lager normal. O efeito pretendido é obtido com o aumento da quantidade de malte e de álcool, o que, por outro lado, reduz a presença do lúpulo no aroma e no sabor. São facilmente distinguidas das Malt Liquors, que são apenas elaboradas com malte, o que dá um toque mais acentuado a este cereal. As European Strong Lager são bastante comuns e é um estilo que se encontra em franco crescimento. Exemplos: Carlsberg Elephant, Clipper City Heavy Seas Small Craft Warning (foto) e Tuborg Royal Danish Strong Beer (engarrafada pela Unicer, sob licença da Tuborg).

Ps.: Aguardem, para breve, o resultado do mais recente teste cego de cervejas do Futepoca, realizado em 30 de abril no glorioso Espetinho da Villa.

quarta-feira, maio 06, 2009

Duelos distintos definem a final da Champions League

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Os jogos que definiram os finalistas da Copa dos Campeões da Europa não poderiam ter sido mais diferentes. Manchester United e Barcelona vão a Roma no dia 27 deste mês depois de eliminarem Arsenal e Chelsea, respectivamente.

No duelo entre Manchester e Arsenal, não deu nem para o cheiro. Os Gunners bem que tentaram engrossar o primeiro jogo, que terminou 'só' 1 a 0 para o Manchester. No jogo de volta, no entanto, todo o apoio da torcida não fez qualquer diferença para o time londrino. Aos 11 minutos de jogo os Red Devils - que jogaram de azul, um horror - já ganhavam de 2 a 0, acabando com qualquer esperança de zebra.

Mas não tinha como, mesmo. O Arsenal ainda é um time em formação, e um dos jogadores que está fazendo a diferença na Premier League, o russo Arshavin, não estava inscrito na competição continental. Já o Manchester tem o Cristiano Ronaldo, o mala decisivo (fez 3 dos 4 gols do MU no confronto), além de Rooney e Van der Sar. O Arsenal pode vir a ser um time muito melhor na próxima temporada, com a completa adaptação de Arshavin, o craque Fabregas e Van Persie. Quem sabe no ano que vem?

Já o outro confronto não poderia ter final mais emocionante. Depois de um empate sem gols no jogo de ida, em Barcelona, o resultado estava em todo aberto. A vantagem do Chelsea de jogar em casa era anulada pelo fato que a equipe não conseguiu marcar fora de casa, a tarefa mais importante nesse tipo de decisão. Antes perder por 3 a 2, por exemplo, que empatar em 0 a 0.

Aos 9 minutos do primeiro tempo do jogo de volta, o Chelsea marcou um golaço com Essian e se fechou na defesa, usando os contra-ataques. O Barcelona não ameaçou seriamente o gol de Cech, apesar de ter o ataque de 100 gols com Messi e Eto'o (Henry estava machucado e não jogou). Mas aos 47 minutos do segundo tempo, quando a torcida do Chelsea já comemorava a classificação, Iniesta acertou um chute do meio da rua no ângulo e deu a vaga aos Blaugranas - que jogaram de amarelo, outro horror. Foi o castigo que Guus Hiddink merecia, pois colocou o time na defensiva depois de sair na frente e não mudou a postura nem quando o Barcelona perdeu Abidal, expulso em lance bastante polêmico.

Vão decidir o título europeu as duas equipes que estão jogando mais bola hoje no mundo. Só posso dizer que trabalho bem na hora da decisão... e já estou pensando na doença que vou pegar para poder assistir.

Melhor escola estadual de SP é a 2.596ª do país

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Alertado pelo camarada DeMarcelo, dei uma espiada na entrevista que a Folha de S.Paulo (argh) fez com Camilo da Silva Oliveira, diretor da melhor escola da rede estadual de São Paulo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a E.E. Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra (Grande São Paulo). Detalhe principal: ela foi apenas a 2.596ª no ranking geral do país (média 58,5, em 100 pontos). Não há melhor raio-x para o desmonte que o PSDB do (des)governador José Serra (foto) conseguiu fazer em terras paulistas. Para se ter ideia da discrepância, a melhor escola estadual do país, o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, mantido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), teve média 75,11 - ficando na 19º posição no ranking geral. Convenhamos que a diferença entre a 19ª e a 2.596ª colocação, não só pela gigantesca distância numérica, mas por tratar-se de estabelecimentos de ensino da mesma região (Sudeste), é pra lá de gritante. Pior ainda quando lembramos que São Paulo é o estado mais rico do Brasil.

Mas essas comparações nem a Folha e nem ninguém da "grande imprensa" se dispõe a fazer (pra variar). Pré-candidato assumido à Presidência da República em 2010, José Serra e seu governo catastrófico no estado de São Paulo continuam blindados pelos mais influentes meios de comunicação. Mas, de vez em quando, sai alguma coisa interessante. Como essa entrevista de Camilo Oliveira, diretor da escola de Tabão da Serra, que desabafa, com todas as letras: "O governo do Estado só me atrapalha". E prossegue: "Aqui é uma escola maldita, que vai contra os modismos de cada secretário. Depois da Rose Neubauer [gestão Mario Covas], em que as escolas perdiam aulas para treinamento de professores em horário de serviço, veio um que nem sabe o que é rol de conteúdos [Gabriel Chalita, gestão Geraldo Alckmin]. A escola, que já não funcionava, ficava uma semana em feira de ciências ou excursões para zoológico. Melhora o ensino? Vi que era fria e tirei a escola disso. No governo Serra, temos o terceiro secretário em dois anos e meio. Se o meu projeto dependesse do governo, estaria esfacelado".

E Oliveira diz mais: "O governo não tem a menor ideia do que fazer com as escolas. Deveríamos nos preocupar com o que realmente interessa, que é a aprendizagem dos alunos. Depois se acerta a burocracia. Hoje, os diretores ficam mais preocupados com as atinhas, e o aluno não tem aula. É uma inversão. É triste (...) esse caos em São Paulo". Questionado sobre o novo secretário paulista de Educação, o ex-ministro (de triste memória) Paulo Renato Souza, o diretor escolar já suspeita de suas intenções. "Ele [Paulo Renato] se tornou político. O problema é saber se o objetivo dele é eleger o Serra presidente ou melhorar o ensino. Se ele chegou apenas com visão política, as escolas vão seguir esfaceladas, sem conteúdos. Ele vai ser mais um". A Secretaria da Educação do governo Serra não respondeu as críticas.

Som na caixa, manguaça! - Volume 38

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TRIBUNAL DE BAR
(Herbert Vianna/ Bi Ribeiro)

Os Paralamas do Sucesso

Foi julgado, condenado, executado
Sem direito a apelação
Foi dissecado, comentado e açoitado
Pelas línguas no Leblon

Descontrolou-se porque algo estava errado
Mas ninguém deu atenção
E finalmente foi traído
E viu seu nome publicado num jornal

É o veneno que sai
É o veneno que sai
E te faz o pior entre os iguais
Nos tribunais de qualquer bar

(Do LP "Os Grãos", EMI Odeon, 1991)

Viva o Coalhada! Palmeiras vence o Sport

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Lancenet

Com um gol do atacante paraguaio Ortigoza de cabeça, o Palmeiras venceu o Sport por 1 a 0 na primeira partida das oitavas-de-final da Libertadores. Em cobrança de falta de Cleiton Xavier, o herói da classificação, o sósia do Coalhada, personagem do humorista Chico Anísio colocou o time paulista a um empate da classificação. Ortigoza sofreu a falta que deu origem ao tento palestrino e resultou no segundo cartão amarelo de Hamilton.



Escrevendo assim, parece pouca coisa. A vitória do alviverde na Ilha do Retiro na primeira fase da competição teve como destaques, de um lado, a aplicação dos visitantes e, de outro, o fato de que para o Sport o jogo não era de vida ou morte. Também por méritos defensivos do Palmeiras, o time da casa não conseguiu criar abafa na ocasião. Agora será tudo diferente.

Espero que Marcos saiba do que está falando e que o Palmeiras realmente tenha aprendido a jogar a Libertadores. Mas é claro que não basta saber o que é necessário, falta realizar.

Jogo
O jogo não foi simples, ao contrário foi uma luta de boxe repleta de estratégia e aplicação. O time entrou errado, com Pierre, Cleiton Xavier, Marquinhos e Diego Souza no meio e Keirrison e Willians no ataque. Bem ofensivo no papel, mas não funcionou.

O único reforço para as oitavas-de-final da Libertadores, foi Mozart, e nenhum reforço mais. Ele estreou no segundo tempo, no lugar de Marquinhos, praticamente perseguido pela torcida, ao mesmo tempo em que o autor do gol entrava no posto de Willians. A mexida, no papel, foi tirar dois meias-atacantes para colocar um atacante nato e um segundo volante. Nada de ofensiva no papel, mas funcionou melhor porque o paraguaio entrou bem.

No primeiro tempo, Keirrison havia mandado mais uma bola na trave. Diego Souza fez o mesmo, de cabeça. Talvez com mais tranquilidade, o placar pudesse ser mais favorável. De qualquer forma, a decisão iria para o Recife e é pedreira. E antes disso, ainda tem a estreia do time no Brasileirão, contra o Coritiba, o mesmo adversário de 2008.

DataFutepoca
Pelos cálculos do DataFutepoca (DataBar teria mais apelo), são 35 partidas em que os treinadores se enfrentaram do banco de reservas. Foram 11 vitórias de Nelsinho Baptista, 10 de Luxemburgo e 14 empates. Ainda valeria a pena uma recontagem.

terça-feira, maio 05, 2009

Por que não bebo refrigerante

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O camarada Olavo vai achar que é perseguição, mas desde já esclareço que suas Coca-colas não estão entre os refrigerantes que foram testados e apresentaram a presença de Benzeno, uma substância cancerígena em testes.


Nada de alarmar, as doses são pequenas e na maioria dos casos dentro dos limites permitidos pela legislação, mas quem puder trocar drogas à base de açúcar (ou adoçantes) e corantes por, por exemplo, sucos naturais (não necessariamente de cevada), esta é a hora...

A Folha de S.Paulo de hoje afirma que sete refrigerantes têm substância a cancerígena benzeno, segundo o Pro Teste --Associação Brasileira de Defesa do Consumidor-- , que surge da reação de um conservante, o benzoato de sódio, com a vitamina C. Como não há regra para a quantidade do composto em refrigerantes, usou-se o limite para água potável: 5 microgramas por litro.

São eles a Sukita Zero, que tinha 20 microgramas, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Os outros cinco produtos estavam abaixo desse limite. São eles: Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita.

A Coca-Cola, responsável pela Fanta, afirmou, em nota, que cumpre a lei e que os corantes de bebidas são descritos no rótulo. Afirma, ainda, que o benzeno está presente em alimentos e bebidas em níveis muito baixos.

A AmBev, que fabrica a Sukita, informou à Folha que trabalha "sob os mais rígidos padrões de qualidade e em total atendimento à legislação brasileira".

O ébrio e o respeito ao princípio da propriedade

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Em 2008, senti-me sinceramente envergonhado pelo pouco caso do Brasil em relação ao centenário de um de seus filhos mais célebres, o escritor carioca Machado de Assis (foto) - seguramente, um dos maiores da língua portuguesa e da literatura mundial. Fora uma ou outra palestra, exposição ou exibição de obras suas adaptadas para o cinema ou teatro, a data, que merecia justa comoção nacional, passou em lamentáveis e brancas nuvens. Chateado com isso e aproveitando que no próximo 21 de junho completam-se 170 anos de seu nascimento, decidi render minhas próprias homenagens da forma como acredito que Machado mais apreciaria: relendo três de seus livros mais fascinantes, "Memórias póstumas de Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Dom Casmurro". O mais interessante em rever esses trabalhos, além do sarcástico bom humor e da absoluta avacalhação do ser humano e dos costumes sociais, é notar que, nas entrelinhas ou em capítulos aparentemente desconexos, o escritor encobriu pepitas que dificilmente encontramos nas primeiras leituras. Uma delas segue abaixo:

"Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona - um triste molambo de mulher - chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. Senão quando, indo a passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela.
- É minha, sim, meu senhor; é tudo o que eu possuía neste mundo.
- Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto?
O padre que me contou isto certamente emendou o texto original, não é preciso estar embriagado para acender um charuto nas misérias alheias. Bom Padre Chagas! - Chamava-se Chagas. - Padre mais que bom, que assim me incutiste por muitos anos essa ideia consoladora, de que ninguém, em seu juízo, faz render o mal dos outros; não contando o respeito que aquele bêbado tinha ao princípio da propriedade, a ponto de não acender o charuto sem pedir licença a dona das ruínas. Tudo ideias consoladoras."


(in "Quincas Borba", Capítulo CXVII - Livraria Garnier, 1891)

segunda-feira, maio 04, 2009

Quer saber? Eu gostei

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A imagem abaixo circula pela rede. Segundo consta, foi feita pela Nike, fornecedora de material esportivo do Corinthians, em comemoração ao título paulista de ontem.


Muitos santistas se iraram. Há os que propõem boicote à empresa e os que anunciaram que jamais comprarão nada da Nike até que apareça um pedido de desculpas oficial (imagino o quanto as ações da Nike devam ter caído depois dessas declarações).

Santista que sou, também triste com a perda do título, sigo em mão diametralmente oposta. Achei legal a imagem, e por dois motivos: futebol tem mais é que ter brincadeira; tô fora de fazer parte de uma cultura futebolística que não inclua a tiração de sarro como cláusula pétrea. 

O outro motivo é que ser alvo de uma zoação é algo que apenas traduz a sua grandeza. Sou de um tempo - que não faz tantos anos assim - que o Santos era motivo de piedade e compaixão por parte dos rivais. Lembro de quando torcedores dos outros times falavam, de coração aberto, que torceram pelo Peixe na final de 1995. E vocês não têm noção do quanto isso é danoso, do quanto dilacera a auto-estima de um torcedor. Por isso, fico muito feliz quando vejo provocações desse tipo, assim como me agradou ver na torcida corintiana faixas com os dizeres "7x1 eterno", numa alusão à tragédia de 2005.

Que o Santos faça, dentro de campo, algo que motive uma resposta à altura dessa provocação.

Cruzeiro campeão e a história se repete

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Não há novidade no título do Cruzeiro. Neste mesmo Futepoca o time azul já foi declarado campeão quando venceu a primeira partida das finais por 5 a 0, com mérito por ter um time melhor que o do Galo.


Na partida de ontem, que terminou 1 a 1, ocorreu o que sempre acontece. Se o jogo está um pouco mais difícil, marcam-se pênalties e jogadores do Galo são expulsos. Não estou reclamando da expulsão do Welton Felipe, que foi justa...

Podem dizer que é choradeira, e é mesmo. Mas não reclamei nada nos 5 a 0, achei a arbitragem correta. Ontem, foi controversa. Faz tempo que o Gaciba não atua bem. Os Perrela devem ser muito "carinhosos" com determinados árbitros.

Mas o que importa é que a derrota para os azuis criou nova crise no Galo, que acabou demitindo o Leão e vai começar o brasileirão do zero.

Gosto do Leão e nem um pouco de seu substituto, Celso Roth, mas o Leão vem cometendo erros sistemáticos, como manter time que é goleado e beneficiar determinados jogadores que não vêm atuando bem, como o goleiro, Juninho, e não dar chances ou ficar de birra com jogadores jovens de quem não gosta, como Tchô e Marcos Rocha. Sem contar que quer mandar mais que o presidente do clube.

Para ele, parece que aos amigos, tudo. De quem não gosta, ... A justificativa para manter seus preferidos é sempre o que produzem nos treinos, que só ele vê. Se quiser continuar como técnico terá de rever certas atitudes.

As cartas estão lançadas, torcerei como sempre, mas temo pelo meu Galo neste Brasileiro. 

Campeão! Invicto! É nóis! Corinthians!!!

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Senhoras e senhores, o Corinthians é pela 26ª vez campeão paulista, numa campanha digna de sua história: invicto, com brilho e garra nas semifinais e finais, superando os rivais em suas casas. Consolidou sua defesa ao longo da fase de classificação, a menos vazada do campeonato, e garantiu, com a incorporação do astro planetário Ronaldo ao elenco, lances de beleza ímpar, que marcaram a história do futebol nacional e viraram manchete em todo o planeta.

Todos os meus vivas ao Chicão – infelizmente fora da finalíssima, logo ele que levou a faixa de capitão por todo o campeonato e mais do que ninguém simboliza com sua raça e espírito esta vitória do Timão –, e ao Felipe – mesmo instável, brilhou e muito nos momentos decisivos. Minha alegria de ver Dentinho amadurecendo seu futebol e também belos gols do André Santos, que apesar de arrogante ainda pode render muita coisa boa ao futebol. Vivas ainda à presença marcante de Alessandro e Cristian, que apoiaram e deram corpo à equipe, assim como William, Douglas, Jorge Henrique, Boquita e tantos outros que lutaram conosco, por nós.

Mano Menezes consolida um retrospecto estatístico bastante positivo à frente do Corinthians, com mais de 60% de vitórias e apenas cerca de 10% de derrotas. A julgar que ele tem que trabalhar com o que tem – e o elenco, salvo exceções, está longe de ser genial –, a vitória estadual está aí para provar que, no cômputo geral, suas opções ao longo do campeonato estavam corretas. Soube aproveitar (e poupar) a presença de Ronaldo, soube se defender, soube virar jogo. No ano passado, liderou o Timão à final da Copa do Brasil, e pipocou. Agora mostra que aprendeu a lição e soube lutar com seu elenco por esse resultado de lavar a alma.

Para mim, como para muitos corintianos, essa taça vem pôr um ponto final à pior crise do Corinthians que eu tive o azar de presenciar. Não que o time – e mesmo o clube – esteja estruturado para jogar com consistência os próximos campeonatos – que dirá os próximos anos... Mas tínhamos um dever e o cumprimos. E com classe: in-vic-tos!

Agora é festejar, pra desopilar o fígado, depois respirar fundo e centrar o pensamento no próximo desafio. O Atlético Paranaense não vai facilitar nada pela Copa do Brasil. Mas o Timão é mais!!! É nóis!!!

PS:

E não é que o Fogão, que sumiu no Rio, foi querer participar da festa do Timão!