Destaques

segunda-feira, outubro 19, 2009

Se já está ruim, deve piorar

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Por Moriti Neto

Eu avisei. No último post, escrevi que o São Paulo só mantinha a vice-liderança porque os adversários vinham brincando demais no Gangorrão 2009. E não foi preciso que deixassem de brincar tanto para que o Tricolor terminasse a rodada em quarto lugar e somente com um ponto o salvando de ficar fora da zona de classificação da Libertadores.

O Inter apenas necessitou empatar com o quase rebaixado Fluminense para, nos critérios de desempate, passar o time do Morumbi. Já o Atlético Mineiro bateu com justiça os tricolores, decretando a primeira derrota da equipe no Cícero Pompeu de Toledo nesta competição nacional e também saltando à frente na tabela. Aliás, não há muito que analisar do jogo contra o Galo, pois o comentário seria repetitivo, levando em conta o padrão adotado por atletas e comissão técnica nas últimas partidas, ou seja, jogadores sem concentração e técnico, além de posicionar a equipe equivocadamente, demorando a substituir. Washington é grosso, não tem habilidade, mas dentro da área dá trabalho e é, sim, goleador. Não à toa foi artilheiro de dois campeonatos brasileiros, inclusive como recordista de gols em uma edição (2004) pelo Atlético Paranaense, com 34 tentos. Na partida de sábado, era o homem que dava alguma canseira na defesa mineira. Após a saída dele, o ataque paulista, que já estava ruim, ficou absolutamente sem referência.

Falando nisso...

... Torcedores têm dito que Washington é caneleiro, que não serve para jogar no São Paulo etc. Bem, se alguém esperava o centroavante fazendo lindas jogadas fora da área ou mesmo o pivô outrora tão bem feito por Aloísio, analisou o atleta incorretamente. O homem é atacante tipicamente trombador e para que renda é necessário um posicionamento no meio da zaga adversária, esperando uma bola cruzada, uma rebatida do goleiro, enfim coisas típicas de matador de ofício. Se a torcida não percebe isso, passional que é, até perdoa-se. Mas direção e comissão técnica não entenderem é indesculpável.

No entanto há alguns pontos a ponderar. O atual grupo são-paulino é reclamão demais. Aí, inclui-se Washington. Ele, somado a Borges, Dagoberto e Hugo tornaram o ambiente péssimo desde o início do ano. Para a direção, a saída mais fácil foi demitir Muricy na tentativa de aliviar o clima. Não adiantou. A barra continuou pesada e, pela pressão interna, o time não consegue nem ter uma dupla de ataque titular com sequencia digna de avaliação.

E ao que tudo indica, a coisa deve piorar. Contratações, embora ainda não anunciadas oficialmente, estão bem adiantadas e os nomes vêm à tona em momento nada oportuno, numa reta final de campeonato e com um elenco já desgastado.

Comecei o texto mencionando o post anterior e termino da mesma forma. Nele, comentei que o São Paulo era carta fora do baralho na briga pelo título não por causa da diferença de pontos para o líder, mas pelo que vem apresentando. Observei, ainda, que os tricolores deveriam se preocupar com a vaga na Libertadores. Agora, com a embolação instalada na disputa, podemos imaginar a equipe, depois de largo tempo, jogando a Copa do Brasil. .


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Cachaça, cultura e história

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Como preveem Constituição Federal e Consolidação das Leis Trabalhistas, estou de férias. Isso explica o meu sumiço do cotidiano futepocal (muito provavelmente não notado pelos leitores, o que se justifica pela qualidade de quem manteve a rotina do blog esses dias). Ainda há mais uma semana de folga pela frente - que será destinada à resolução de pendências da vida pessoal. Mas falemos de coisas boas.


Grande parte desses meus dias da primeira semana de férias foi passada no município mineiro de Tiradentes. O nome sugere o que a cidade é: uma daquelas localidades históricas de Minas Gerais, "tipo Ouro Preto". Não é de todo errado pensar dessa maneira, mas é até possível dizer que há mais diferenças do que semelhanças entre os dois municípios. Afinal, enquanto Ouro Preto é grande e sede de uma universidade federal, Tiradentes mal supera os 5 mil habitantes e vive quase que integralmente em torno do turismo.

Turismo este que celebrei - e muito - nesses dias. E um dos passeios é o que me faz falar sobre a viagem aqui (senão acredito que logo um leitor me mandaria escrever um diário pessoal ao invés de ficar estragando o Futepoca com ladainhas da minha vida).

Fui conhecer, conduzido pelo ótimo Dalton, da Uai Trip, dois alambiques bem interessantes,
ambos na cidade vizinha de Coronel Xavier Chaves (que, para quem não sabe, é onde nasceu Mauro Beting). Um deles pertence a descendentes da família do próprio Tiradentes e produz a mardita exatamente como se fazia há séculos. A rusticidade do local é impressionante e encantadora. Trata-se de uma fazenda simples, que nem de longe lembra as "armadilhas para turista" que geralmente se encontra em lugares desse porte. Bagaços de cana, água corrente e equipamentos para a preparação da cachaça compõem o ambiente de maneira harmônica. O cheiro que domina o local é peculiar - tanto que chega a ser difícil de se descrever. Uma mistura de álcool, açúcar e cana moída, talvez.

Um dos seus donos, Zé Sérgio (homônimo de célebre ponta-direita ex-Santos e São Paulo da década de 1980), definiu bem o espírito do local: "aqui a gente faz cachaça pra beber. O que sobrar, a gente vende".

Lá saboreei a cachaça que leva o preciso nome de Século XVIII. É comercializada em duas variações, chamadas de 2002 e 2008, de acordo com sua data de engarrafamento. Na foto, brindo com minha namorada Dany antes de mandarmos ver uma dose da 2008.

Depois disso, rumamos para o alambique onde é produzida a cachaça Joaçaba. Clima bem diferente, mas igualmente interessante. Sai a simplicidade da fazenda dos parentes de Tiradentes e entra em ação um esquema bem mais profissional - embora seu proprietário (sujeito dos mais simpáticos, mas cujo nome me foge agora) enfatize que se trate de uma produção artesanal.

Desde a moenda da cana, o líquido segue por percursos distintos até que possa ser armazenado, "envelhecido" e, só aí, engarrafado e posto à venda.

Saí de lá com uma garrafa da Joaçaba do tipo prata. Ótima pedida.

Além das cangibrinas já citadas, adquiri em Tiradentes uma garrafa de pinga curtida em canela comercializada pela loja Confidências Mineiras.

Chama a atenção a imensa quantidade de referências que a região tem ao movimento da Inconfidência e também à cachaça. Em todo lugar que se vá por lá se encontra uma placa/estátua/nome de rua dedicada a um inconfidente e também um estabelecimento que venda aquela que matou o guarda.

O que me fez deixar a simpaticíssima cidade com uma inquietação: estaria o consumo da pinga atrelado às ideias revolucionárias? Seriam os inconfidentes capazes de tramarem sua revolução se a região onde habitavam não fosse tão propícia ao consumo da aguardente? Ficam aí as questões.

domingo, outubro 18, 2009

Serra, o pé-frio, ataca duas vezes no mesmo dia

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Ele já havia dado o ar de sua graça (sic) na final da Libertadores entre Cruzeiro e Estudiantes. Deu no que deu. Não satisfeito, voltou à carga em dose dupla neste domingo.

À tarde, foi ao GP Brasil de Fórmula-1, onde entregou o troféu ao vencedor Mark Webber. Na véspera, tudo havia dado certo ao combalido piloto brasileiro Rubens Barrichello: chuva na hora certa, pole position e seu rival Button em décimo-quarto. Uma sorte incomum em sua carreira. Hoje, com o dileto governador no autódromo emanando suas energias, Rubinho viu seu companheiro de equipe ganhar posições, teve o pneu furado e nada de uma chuvinha pra atrapalhar o título do britânico.

Mas Serra não se deu por vencido. Foi até o Palestra Itália ver seu Palmeiras jogar contra o Flamengo. O time sofreu sua primeira derrota em casa no Brasileirão, por 2 a 0 com direito a gol olímpico. Algo extremamente incomum, mas o sobrenatural de Almeida esteve do lado de José Serra. E não gosta nada dele...

Ainda bem que o tucano não quis assistir à final da Libertadores de futebol feminino, vencida pelo Santos. Com essa sorte, era capaz de reverter até o 9 a 0 a favor da equipe da Baixada...

Novo tropeço em casa: terceira oportunidade perdida

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O Palmeiras perdeu para o Flamengo por 2 a 0 em pleno Palestra Itália. A segunda partida em casa sem vitória, a segunda derrota consecutiva, a terceira partida sem vencer. A terceira oportunidade de abrir pontos de vantagem na tabela em relação aos concorrentes.

Depois da derrota do São Paulo para o Atlético-MG, havia espaço mais uma vez para uma disparada na tabela. O Inter ainda empatou com o lanterna Fluminense nas Laranjeiras por 2 a 2. Tudo, pela terceira rodada, ajudava e o Palmeiras não conseguiu aumentar os quatro pontos de vantagem que tinha antes do apito inicial sobre o novo segundo colocado alvinegro mineiro.

O Flamengo mantém nove partidas invico. Petcovic é um dos principais nomes dessa recuperação. Fez o primeiro gol no primeiro chute dos visitantes na partida deste domingo. Ainda fez gol olímpico creditado ao zagueiro Ronaldo Angelim.



O alviverde manda avisar que continua vacilando na ponta da tabela.

Se os cariocas continuarem assim, levam o título. O exagero da frase anterior tem explicação: ninguém a frente do rubro-negro, agora quinto, mostra tanta vontade de vencer, que dirá de levar o caneco.

O pênalti desperdiçado por Vagner Love no fim do jogo não mudaria nada. Não tinha nesta partida os 7 desfalques da derrota para o Náutico. Tinha uma marcação eficiente ao meio de campo palmeirense sem cruzamentos eficientes.

Esses apagões de fim de temporada incomodam ao extremo. Bora jogar bola!

Futebol pangaré da Irlanda é política de Estado

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Como o colega De Marcelo comentou em um post que fiz há algum tempo, o futebol horroroso da República da Irlanda, que empatou em 0 a 0 com a seleção de Montenegro na última partida das eliminatórias e está praticamente fora da Copa da África do Sul (disputa repescagem com a França), é mesmo política de Estado. Depois da placa que fotografei em Dublin, com proibição do jogo de bola pela prefeitura numa área pública, vejam outra que flagrei num parque em Limerick, no interior do país:


Ps.: Nesse dia a cidade estava lotada por causa de uma partida de rúgbi entre o time do Munster, local, e o de Treviso, italiano. Quer dizer, futebol não pode, mas um bando de marmanjos musculosos se agarrando, tá beleza...

sábado, outubro 17, 2009

Aproveite quando alguém mandar você tomar no...

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sexta-feira, outubro 16, 2009

Crueldade com os animais

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Ontem à noite, passando em frente a uma loja de animais de estimação, aqui em Dublin, pensei ter visto na vitrine algumas garrafas de cerveja. Quando a ficha caiu, parei, voltei e confirmei: eram garrafas de cerveja mesmo, só que para cachorros! Mas minha alegria pelo o que entendi ser um gesto nobre da raça humana para com seus ditos melhores amigos passou para a decepção quando li, no rótulo, que não é alcoólica. Que nível de crueldade...

O senador que perdeu a noção

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Não, a foto não é uma montagem. O dileto parlamentar desfilou com essa sunga vermelha no Senado por conta de uma "brincadeira" feita pela ex-BBB Sabrina Sato, do programa Pânico, alusiva a super-herois. Sem mais comentários da minha parte.

Um guia da cerveja funciona como guia de viagem

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O título do post poderia ser outros dois:

Um dia eu ainda experimento todas essas cervejas

ou

Na próxima encarnação, quero nascer Michael Jackson




No caso deste segundo título, cabe logo uma explicação. O assunto aqui é o livro Guia ilustrado Zahar de Cerveja, da editora Zahar, assinado pelo especialista inglês no fermentado de grãos homônimo do rei do pop. Aqui tem uma entrevista do cidadão para provar que é verdade e aqui, um trecho em PDF.

A obra reúne informações para quem aprecia e quer dar os primeiros passos no amplo e rico universo das cervejas artesanais – que vão muito além das pilsen – ou lagers internacionais, para escrever como o autor.

É marca e tipo para muito post da incansável e instrutiva coluna Tipos de Cerveja. Além de fotos do processo de produção, de copos, colarinhos, garrafas e rótulos. Se Michael Jackson degustou todas as cervejas de que trata, a repetição de seus passos pode ser considerada uma missão de vida.

O guia inclui uma lista de tipos de cerveja, dicas de como harmonizar as variedades da bebida com diferentes pratos e tipos de culinária – com muitos parágrafos dedicados à indiana – e uma seção enorme com as cervejas de cada país produtor.

Do Brasil, o destaque vai todo para a Eisenbahn, de Blumenau, onde ocorre a Oktober Fest até dia 18 deste mês – se alguém quiser me mandar uma passagem, eu vou cobrir pro Futepoca com prazer. Da Argentina, por exemplo, vêm três: Antares, Barbaroja e a do Buller Pub.

A obra é divertidíssima, porque explica em letra de forma o processo de conversão de grãos em malte que, moído, é diluído em água quente para formar o mosto. Com lúpulo e leveduras nas condições e tempos certos, temos a cerveja em toda a sua variedade e complexidade. Ele apresenta para leigos como este bebedor a função do lúpulo e da composição do malte.

Foto: Reprodução


Outros efeitos
Em outras palavras, desde que comecei a ler, toda mesa de bar inclui uma sessão de "Cerveja também é cultura". Muito instrutivo (o livro, o livro).

Resulta também uma baita sede. Mas também dá vontade de partir para o supermercado comprar uma leva de marcas de tipos diferentes. Isso sem falar na inclusão da Bélgica como destino de viagem para quando eu ganhar na Mega-Sena.

Elogio à levedura
O livro começa com uma verdadeira ode à levedura. O elogio aos fungos que decompõem em álcool grãos transformados em malte é comovente.
A fermentação é a ação das leveduras ao se propagar. Pode-se cultivar uma linhagem de leveduras, mas seus ancestrais vieram da selva. Elas são organismos vivos, e descem dos Céus mais suavemente que a chuva, sem que as notemos. Multiplicam-se aos milhões. São uma força vital prolífica, potende, poderosa e, ainda assim, furtiva. Seu toque etéreo inspira a massa do pão a crescer, conjura os odores sensuais do queijo, garante um gosto picante aos picles e ao vinagre e confere um atraente poder de sedução ao vinho e à cerveja.
Depois, vem uma descrição do que é a vontade de tomar uma:
Há momentos em que umm cálice de vinho ou um copo de cerveja vem à mente e nada pode substitui-lo. Não é uma questão de sede ou necessidade de álcool. Pode ser bem agradável matar a sede com cerveja, mas a água é mais eficaz. Se o álcool é necessário, a cerveja é a escolha mais fraca, posicionando-se em terceiro lugar, atrás dos vinhos e destilados. Quando alguém tem vontade de um cálice de vinho ou de uma caneca de cerveja, o cérebro gradualmente percebe o desejo como um sussurro. Aos poucos, o volume aumenta, criando uma reverberação suave por todo o sistema nervoso. De início é como uma massagem prazerosa, depois se torna obstinada. Você está nas mãoes de uma autoridade superior que não admite argumentos. É um desejo, e o trem não pode sair dos trilhos. Seu destino é um encontro com a bebida.
E aí, alguém se identificou?

Promoção

Como a editora Zahar ofereceu um exemplar ao Futepoca para a resenha e outro para seus leitores, lançamos uma promoção.

O exemplar do livro vai para quem apresentar o melhor e mais convicente elogio à cerveja que pretende tomar na próxima sexta-feira, 23 de outubro, quando se encerra o prazo para participar. Em outras palavras: o melhor motivo para tomar uma.

Serão aceitas apenas respostas via Twitter enviadas ao Futepoca (@futepoca). Então, é o melhor elogio à cerveja com poder de síntese, o primeiro quesito da escolha. Originalidade e tamanho da sede também serão considerados pela banca avaliadora dos membros do Futepoca. Aliás, parentes dos ébrios autores evidentemente estão previamente desclassificados, bem como colaboradores.

O resultado sai quando o coletivo estiver sóbrio o suficiente para se lembrar do que decidiu no dia anterior. Isso deve ser lá pelo dia 27 de outubro.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Sem senso de oportunidade, covarde e apático: resta algo para o Tricolor?

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Por Moriti Neto

No Campeonato Brasileiro, em uma das competições mais divertidas dos últimos tempos – pelas surpresas que é capaz de propiciar – virou rotina, ao menos nas últimas rodadas, os times da ponta de cima da tabela perderem pontos para os que estão embaixo. E é mesmo por isso – e só por isso – que o São Paulo ainda não deixou a vice-liderança.

E os resultados, sejam da última ou da próxima rodada, não mudam em nada uma análise fria e objetiva sobre o Tricolor do Morumbi. O time, que em certo momento deu pinta que ia decolar, teve chances de sobra para encostar no Palmeiras ou até assumir a primeira colocação na tabela, no entanto os últimos cinco jogos mostraram que não tem cara nem vontade de campeão.

As exibições contra Santo André, Corinthians, Náutico, Coritiba e Flamengo foram pautadas pela apatia dos jogadores ou covardia do técnico. Quando os adversários eram os chamados pequenos, a equipe não demonstrou nenhuma aplicação enquanto esteve com 11 em campo (no estranho confronto com o Timbu, o Tricolor só passou a atuar melhor após perder dois atletas). Em resumo, parece que os jogadores não levaram as disputas a sério como se fossem capazes de resolvê-las a qualquer tempo. Não são.

Já no enfrentamento com os grandes (não somente Corinthians e Flamengo, mas também o Palmeiras) Ricardo Gomes deixou evidente o temor em mexer na equipe. A falta de ousadia ficou clara na demora em modificar o ritmo lento do time, fosse ele causado pela acomodação ou por ineficiência técnica/tática.

No último jogo, contra o Rubro Negro Carioca, a covardia são-paulina traduziu bem a condição de quem não ambiciona o título. Depois de fazer 1 x 0, os tricolores recuaram e aceitaram a pressão constante dos flamenguistas. Eu não voltaria a cobrança do pênalti batido por Petkovic e defendido por Rogério, porém isso não muda o fato de que o São Paulo, pela retranca adotada, merecia perder. Em situações como aquela, enfrentando, fora de casa, adversário em franca ascensão e com torcida reconhecidamente inflamada, tal postura é um chamado para a derrota.

Comparado ao restante dos clubes, o elenco tricolor é bom, tendo só como equivalentes o Alviverde de Parque Antártica e o Internacional. É a base tricampeã de 2008 somada a bons reforços (se considerados os atuais parâmetros técnicos/futebolísticos). O que falta, então? Simples. Falta aquilo que sobrava nos anos anteriores: consciência das limitações e garra para buscar objetivos. Espero que reste algo para alcançar a Libertadores, porque com tanta ausência de senso de oportunidade num campeonato tão embolado, ainda que o líder perca outros jogos, o título já era.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Futebol e o aquecimento global

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Uma partida de futebol emite de 25,4 a 30,5 toneladas de carbono. Os cálculos são do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Maxambiental, realizadora do CarbonoNeutro, feitos para a partida entre Coritiba e Palmeiras, pela 20ª rodada do campeonato Brasileiro deste ano.

Muito mais pesada para o ambiente do que a derrota para o Palmeiras, a maior parte das emissões (21,2 toneladas) está relacionada a transporte e geradores de energia elétrica usados por emissoras de TV para assegurar a transmissão durante quatro horas. No transporte estão incluídos os ônibus que transportam os jogadores, torcedores e jornalistas dentro da cidade. O voo dos paulistas e do árbitro valeram 3,9 toneladas, enquanto a iluminação do estádio e outros gastos de eletricidade – incluindo do hotel – foram apenas 0,2 toneladas, o mesmo emitido pelo lixo orgânico produzido.

Karinna Paz/Flickr
A compensação calculada demandou o plantio de 150 árvores, mantidas por pelo menos oito anos, no município de Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba.

Fazendo as contas
Considerando-se que o campeonato tem 380 partidas, são 9,5 mil a 11,5 mil toneladas de carbono por temporada. Se tiver queima de fogos, dá-lhe pás e enxadas para plantar, por todo o país, 1.200 árvores. Como elas precisam ser mantidas por oito anos e cada árvore demanda uma área de 2 mil centímetros quadrados (na proporção de 2 mil árvores por hectare), cada temporada repovoaria 6 mil metros quadrados de mata por ano.

Para fazer comparações futebolísticas que tanto agradam boletins sobre desmatamento de florestas, isso é 60% de um campo de futebol se consideradas as medidas máximas permitidas pela International Board (120 m x 90 m), quer dizer, metade do campo mais onze metros da outra metade. Bom, se as contas fossem com templos do futebol que usam a medida mínima, (90 m x 45 m), precisaríamos de um campo e meio repleto de árvores.

É relativamente pouco por temporada, ainda mais considerando-se que isso teria de ocorrer em regiões próximas ao local dos jogos. É preciso esclarecer antes que alguém tenha a ideia de sacrificar uma arena por temporada com o plantio de árvores para compensação.

Outras contas
Quando um jogador consegue um drible num espaço muito curto, o Armando Nogueira gostava de comparar à área ocupada por um guardanapo. Era um exagero retórico. Mas pensar em um drible no espaço ocupado por uma árvore de programa de compensação de carbono é mais plausível. É um quadrado de 45 cm – uma toalhinha, não guardanapo. Vale lembrar que a bola tem 22 centímetros de diâmetro.

O mais importante é que, em todas as pesquisas que fiz, concluí que dribles curtos emitem menos carbono do que falta por trás.


Este post faz
parte da
mobilização
global do
Blog Action Day.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Classificação da Argentina faz Maradona ter seu dia de Zagallo

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Brasil, Paraguai, Chile e Argentina estão na Copa do Mundo da África do Sul. O Uruguai vai à repescagem contra um representante da Concacaf. A seleção de Diego Armando Maradona venceu a Celeste Olímpica por 1 a 0 em Montevidéu, com gol de Bolatti aos 40 do segundo tempo. Com o resultado, veio a classificação, o que permitiu ao treinador ter seu momento de Mário Jorge Lobo Zagallo, xingando jornalistas que o criticaram até a sétima geração. Só que sem o mesmo pudor.

"Tem que lutar até a morte. Porque eu amo a Argentina e a levo no coração. Não me importa o que digam os jornalistas. A la p... que los pariu! Rouco, na saída do vestiário, disse: "pedi que explodissem e explodiram, deixaram tudo". Dedicou a conquista aos que estiveram com ele e a ninguém mais. à imprensa, insistiu. "Que la chupen y que le siguen chupando". Está que vuela Maradona, y no sólo a Sudáfrica...

A diferença em relação a Zagallo não envolve apenas as palavras. O então treinador da seleção brasileira ordenou aos críticos que o deglutissem em 1997, após a conquista da Copa América na Bolívia. A única referência em vídeo que encontrei foi um funk com o tema "Vão ter que me engolir".

O que é melhor: engolir Zagallo ou ir à pqp e seguir "chupando"?

Voltando ao jogo atual...
Diego está que voa, diz o Olé. O drama não nem metade do que se previa – ou do que se secava. É que o Equador perdeu para o Chile de Marcelo Bielsa em Santiago por 1 a 0. Assim, bastava não perder para os argentinos irem à Copa. O atacante uruguaio Forlan perdeu chances de estragar a festa. Já Maxi Pereira acertou até um soco.

Já o Brasil, empatou com a Venezuela em Campo Grande em 0 a 0. De nada adiantou deslocar o horário do Jornal Nacional, suspender capítulo da novela das 19h, dividir o Jornal Nacional em duas partes. A seleção não conseguiu fazer um gol sequer. A volta dos titulares não fez diferença.

Os comandados de Dunga precisam mostrar que o time não está na descendente depois de alcançar o auge em 19 partidas sem perder. Em novembro, tem amistoso marcado contra a Ingleterra.

Diego Tardelli ganhou mais pontos. O xará Souza não deve voltar a ser convocado. E Ramires parece contar com muita boa vontade de Dunga, que por sua vez saber que o titular é Elano.

Classificados
Das 32 seleções que participam da Copa de 2010, 22 estão definidas. São elas:

América do Norte - Estados Unidos e México (Costa Rica e Honduras disputam a repescagem: enquanto o governo for golpista, vai Costa Rica!)

América do Sul - Brasil, Paraguai, Chile e Argentina (Uruguai disputa repescagem com quem perder na Concacaf, provavelmente Honduras: Vai, Uruguai!)

África - África do Sul, Gana e Costa do Marfim (falta definir três outras vagas entre os duos Camarões e Gabão, Tunísia e Nigéria e Argélia e Egito)

Ásia - Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão e Austrália, aquisição do continente asiático assegurada pela Fifa em 2005 (Nova Zelândia e Bahrein disputam o jogo de volta da repescagem em 14 de novembro: vai Bahrein!)

Europa - Inglaterra, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça, Sérvia, Itália, Espanha e Eslováquia (faltam quatro vagas divididas em um mata-mata entre os oito melhores segundos colocados, o que inclui a França, Portugal, Irlanda e atá a Bôsnia).

Palermo, dos pênaltis errados, virou santo

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A Igreja Católica tem muitos santos cuja vida casta e exemplar ocorre depois de uma conversão, um momento de redenção de uma vida devassa das mais distintas práticas pecaminosas.

São Paulo era, antes, Saulo, um caçador sanguinário de cristãos. São Francisco de Assis era rico de família avarenta, mas abriu mão de tudo. E por aí vai.

A Argentina, correndo o risco em uma grande conspiração tramada por Uruguai e Equador – que são Brasil nas eliminatórias – além do Chile, apela ao mais improvável dos neobeatificados no universo do futebol.



Marcelo Sottile escreve:

Diego: não bata o Rolls Royce. A partir do seu talento como jogador, você reclamou ser o técnico da seleção para encerrar a obra, para lustrar seu nome. Não para comper a coroa. Pense bem em suas decisões, busque lucidez no mais profundo do seu ser. Você não é um ladrão que rouba conhecimento dos outros. Você não será menos Maradona por escutar, por aceitar uma sugestão, por pedir ajuda. Não permita que a Argentina fique fora do Mundial. Não suportaríamos este tremendo fracasso. Até agora, Deus jogou do seu lado. (...) Palermo abriu-lhe uma porta para você se esquivar do outro final.


A matéria do Olé está aqui.

Palermo é o mesmo atacante que conseguiu, em pelo menos duas feitas, perder três pênaltis em uma mesma partida. Para refrescar a memória:

Contra o River Plate: "dedicate a otra cosa, papa", escreveu o autor da publicação no Youtube.


Colômbia 3 x 0 Argentina


Claro que o atacante do Boca Juniors não é só pênaltis errados. Ele também faz gols. É o imortal. Mas é divertido ver o desespero alheio.

terça-feira, outubro 13, 2009

Quando a necessidade fez o craque

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Na biografia de Garrincha, Ruy Castro diz que o jogador, quando criança, disputava peladas num campinho de terra todo esburacado, à beira de uma vala cheia de espinheiros. Quem derrubasse a bola ali teria que se cortar todo para buscá-la. Por isso, além de compensar a deficiência das pernas tortas, Garrincha tinha que driblar os adversários mais os buracos, para não torcer o pé, e controlar a bola de modo que não despencasse pela perigosa pirambeira. Segundo seus colegas de infância, ele foi o único que desenvolveu a técnica de fazer todo esse malabarismo simultâneo, o que teria contribuído de maneira decisiva para sua futura (e extraordinária) habilidade com a bola.

Pois bem, fuçando pela net, assiti uma reportagem com o Sócrates em que ele conta a origem de sua marca registrada, os toques de calcanhar. Segundo o ex-jogador, o motivo foi a falta de preparo físico. "Quando eu me tornei profissional, eu tinha que jogar o jogo inteiro. E eu não tinha físico pra, naquela situação, usar a mesma coisa que eu usava no juvenil. Aí eu comecei a jogar com um toque só. E era de calcanhar, de bunda, de joelho, do que desse", relembra o Doutor. "Porque ninguém podia encostar em mim, eu era um esqueleto. Se me dessem uma ombrada, me jogavam na arquibancada". Pois é, mais um caso em que a necessidade impulsionou a genialidade.

Sócrates fazendo sua jogada característica contra o rival São Paulo

Uruguai e Equador são Brasil nas eliminatórias

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Nesta quarta-feira, 14, uma combinação de resultados pode tirar a Argentina da Copa do Mundo. Basta Uruguai e Equador vencerem suas partidas que os hermanos podem cancelar suas passagens para a África do Sul e guardar o passaporte.

Depois de vencer o Peru com ajuda da arbitragem – gol impedido nos acréscimos – a seleção comandada por Diego Armando Maradona precisa vencer em Montevidéu para garantir a vaga. Se empatar, tem que torcer contra um milagre operado pelo Equador contra o Chile em Santiago que compensasse os quatro gols a menos de saldo que o país de Rafael Correa tem em relação à Argentina, já que haveria empate em número de pontos.

Agora, se a Argentina perder do Uruguai e o Equador vencer o Chile, adeus Argentina na Copa.

Então, o Futepoca, pela pilhéria, pela chacota e pela troça, adere à campanha do Blablagol:

De repente é aquela corrente pra frente



Vai Uruguai! Vai Equador!

segunda-feira, outubro 12, 2009

Palmeiras vacila e perde nova oportunidade de disparar

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Todos os quatro primeiros colocados estão dando sopa para o azar no campeonato Brasileiro. Quem confirmou a tendência foi o líder Palmeiras, chacoalhado nos Aflitos pelo Náutico por 3 a 0.

Antes, o São Paulo perdeu para o Flamengo no Maracanã com direito a choro por pênalti e cobrança repetida. O Inter avançou um ponto, em casa, contra o Atlético-PR. Já o Atlético-MG perdeu o clássico contra o Cruzeiro por 1 a 0.

Se ninguém quer levar o caneco, o campeonato vai ficando parado do lado de cima da tabela. As seis primeiras colocações se mantiveram na mesma ordem. O problema para o Palmeiras é que, na próxima partida, o Palmeiras enfrenta o Flamengo, embalado por Petcovic e com a volta de Adriano. Os cinco pontos de vantagem são confortáveis só enquanto os adversários diretos não avançam, o que não vai acontecer a toda hora.

Desfalques como Diego Souza e Armero, nas seleções, mais Vágner Love, Edmilson e Obina, expulso e suspensos respectivamente na última partida, pesaram. Vale lembrar que Maurício Ramos está contundido e Pierre é a ausência lamentada pelo resto do campeonato.

Sete dos 11 titulares – restaram Marcos, Cleiton Xavier e Figueroa, que conquistou a posição há poucos jogos. Se o elenco já não era tanta coisa, sem sete dos que mais jogaram, o escrete que vai a campo fica limitado.

A equipe de Geninho foi mais eficiente e pôs fogo na disputa para se livrar do rebaixamento. Cláudio Luiz abriu aos 6 do primeiro tempo e Bruno Mineiro, em jogada de Carlinhos Bala, ampliou no fim da primeira etapa. O mesmo Bruno Mineiro fechou a goleada aos 17 do segundo tempo. Foram dois gols de bola parada, com direito a bobeada de marcação. Só que o Náutico jogou melhor, deixando pouco espaço para os visitantes.

Willians não foi bem para substituir Diego Souza – que foi nulo, aliás, contra a Bolívia. A zaga com Maurício, Danilo e Marcão mostrou-se frágil (Marcão é dureza). O ataque... Bom, no próximo jogo talvez haja alguma coisa para se falar sobre o ataque.

O problema dessa toada no campeonato é que ela me lembra a edição do ano passado, mas o cenário era mais trágico.

Tem tempo para voltar a jogar, com a volta dos titulares. Mas precisa voltar a jogar.

Seleção brasileira perde invencibilidade e mantém tabu contra Bolívia

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O Brasil perdeu para a Bolívia por 2 a 1 em La Paz. Todos os jogadores, mais o técnico Dunga foram unânimes em afirmar que a culpa foi da altitude.

Diego Souza jogou nada. Tardelli, no segundo tempo, correu. Ramires, Maicon e Daniel Alves devem ter ganho pontos com Dunga por se mostrarem aplicados trabalhadores, mesmo no nível das nuvens.



Perder para a Bolívia em La Paz por 2 a 1 é ruim. Aceitar que toda a culpa foi da altitude, é pior. Ter de ouvir Galvão Bueno elogiar Ricardo Teixeira por ter sido o único presidente de federação sul-americana a se posicionar contra partidas na altitude, é muito pior.

Pelo menos não foi de seis. Também não é ruim Dunga não virar referência como técnico invicto por tanto tempo no comando da seleção. Se o Fora Dunga! é mantido apenas por esporte, isso também não quer dizer que seja o técnico dos sonhos.

Na última partida das eliminatórias, o Brasil enfrenta a Venezuela com Kaká e Luís Fabiano em Campo Grande. Se tivessem jogado os titulares, a seleção teria feito muito melhor? Tenho dúvidas...

sábado, outubro 10, 2009

Sozinho. Na mesa do bar. 19 anos

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o que dizer de um copo de cerveja
a não ser vidro e cevada?
pode haver outras coisas, todos sabem
mas não sei por que não há de não ser

um maço de cigarros e um isqueiro
um cinzeiro e cinzas de cigarro
passa um homem, uma mulher e um carro
mas não passa de bobagem o que passa

um monte de carne disforme
uma pequena porção de carne pensante
que pensa a esmo
e eu mesmo não tenho a mim
(mesmo?)

poesia concreta em linha reta?
e a curva da parábola, onde fica?
seja pai, seja filho, seja outro
seja cerveja
ou esteja onde estiver o verbo

não concordo
nem pago a conta

(Bar 1+1, Avenida Francisco Glicério, 14/12/1993)

sexta-feira, outubro 09, 2009

Experimentando as Ale inglesas

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A degustação aconteceu já há uns três meses mas, como só agora recebi as fotos, relato minhas impressões sobre três marcas das cervejas do tipo Ale inglesas. Todas tem cor de uísque e sabor bem forte e acentuado, uma delícia. A primeira delas, Fullers London Pride, com 4.7% de teor alcoólico. Fabricada pela Fuller Smith & Turner Plc, junta o amargo do fermento com um leve sabor de ervas e malte. Trata-se de uma Pale Ale (ou seja, com qualidade de fermentação Ale e de malte Pale). Na mesma linha, a Shepherd Neame's Spitfire Premium Bitter, feita pela cervejaria mais antiga da Grã-Bretanha, a Shephard Neame, mescla o amargor com um acento entre a amêndoa e o amadeirado. Muito boa, 4.5% de álcool. Da mesma cervejaria, experimentei, por último, a Bishops Finger Kentish já é de um outro tipo, Strong Ale, pois tem 5.4% de teor alcoólico. Realmente, parece uma mistura de destilado (uísque ou rum) com cerveja. Foi a que mais gostei. Não é bebida para encher a cara, mas sim para acompanhar uma comida especial. Talvez frutos do mar, sei lá, vai de cada um. Mas aconselho: experimentem.

O Galo não quer o título. O Bota não será rebaixado

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No jogo de ontem entre Botafogo e Atlético, os cariocas foram tão superiores no primeiro tempo que nem tem do que reclamar. Marcaram muito, tocaram bem a bola e definiram a partida fazendo três gols em trinta e poucos minutos. No Galo, o apagão só acabou na segunda metade, mas já era muito tarde. O time perdeu a chance de chegar ao segundo lugar, o que não é aceitável para quem quer ser campeão.


O que ficou claro é que o time sente demais as ausências de Tardelli (na seleção) e Éder Luís (machucado). Mas sentiu mais ainda a falta de Carlos Alberto, que não é nenhum craque, mas marca muito e corre o jogo inteiro. Ontem, entrou o Coelho, visivelmente fora de forma, e nada fez.

Já o time do Botafogo mostrou grande evolução. Não tinha ainda visto jogar o atacante Jobson, que me impressionou muito bem. Corre muito, dribla bem e é objetivo. Como disseram que é um jogador novo, parece ter futuro. Mas o que ficou claro para mim na partida de ontem é que o Botafogo não irá cair se mantiver o futebol mostrado. Não apenas pelas vitórias sobre Goiás e Galo, dois times na ponta de cima do campeonato, mas muito mais pela aplicação e o futebol mostrados.

Objetivos - Desde o começo do campeonato vinha esquematizando minha cabeça de torcedor em metas. O primeiro era fugir do rebaixamento, o que foi conquistado com a vitória sobre o Barueri e o time chegando a 47 pontos. Agora resta torcer por uma vaga na Libertadores, já que pelo futebol mostrado ontem esse time parece não ter condições de chegar ao título. O clássico contra o Cruzeiro na segunda-feira é decisivo.

Lembrança de outro gol olimpíco tomado por Rogério Ceni

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Quem viu o gol olímpico tomado por Rogério Ceni na partida contra o Coritiba pode não se lembrar, mas outro Marcelinho já havia feito obra semelhante contra o arqueiro tricolor. Na Copa Bandeirantes de 1994, torneio que dava uma vaga para a Copa do Brasil (sim, à época, para se classificar não havia ranking da CBF que eterniza os participantes), o Corinthians pegou o time reserva do São Paulo. O Alvinegro venceu por 2 a 0 e Marcelinho Carioca fez um belo tento cobrando um escanteio pela direita com a parte externa do pé. Diferentemente do gol do meio de semana, essa bola foi no primeiro pau. Confira abaixo.

Sufoco para empatar do Avaí: por pouco Palmeiras não perde de 4

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O trabalho de secar o Palmeiras foi muito bem realizado por são-paulinos e está claro que o campeonato segue sem definição. Ainda mais com a atuação decisiva do técnico Dunga e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que mantém rodadas do campeonato paralelas às convocações para a seleção. Mas isso já estava previsto e reclamar agora não resolve.

O Palmeiras manteve os cinco pontos de vantagem sobre o São Paulo, segundo colocado, ao empatar com o Avaí por 2 a 2. Os catarinenses imprimiram um sufoco ao líder, que jogava em pleno Palestra Itália.

Depois de abrir 2 a 0 no placar, o Avaí não segurou a pressão do Palmeiras, mas perdeu duas chances de gol sem goleiro e teve dois outros anulados corretamente por impedimento.

O Palmeiras sentiu a falta de Diego Souza e também de Maurício Ramos. Cleiton Xavier foi o homem da criação e Vagner Love foi bem, fez o primeiro do time, e várias vezes voltava para armar. Obina, substituído por Robert, vai perdendo cada vez mais espaço. E não só porque o atacante marcou o gol de empate, mas porque, desde que emagreceu, não conseguiu se reencontrar com as redes.

Impressionante que, no segundo tempo, no ímpeto de tentar empatar e depois virar o jogo, Ortigoza foi a campo no lugar de Souza. A saída desconcertou a equipe, que passou cinco minutos correndo sem rumo no gramado. Depois, o paraguaio cruzou na cabeça de Robert para o empate. Mas surpreendeu a função tática do volante.

Tropeçar em casa não pode. Mas acontece.

Para o próximo jogo, o time vai com ainda mais desfalques. Somam-se Edmilson, Obina e Vagner Love para enfrentar o Náutico nos aflitos.

quinta-feira, outubro 08, 2009

É campeão! É campeão!

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Calma, palmeirenses! Ninguém ganhou nada (ainda)! O título do post refere-se ao hino do glorioso Clube Atlético Taquaritinga (CAT), citado este ano pelo não menos glorioso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Talvez por isso (ou não), decidiram homenagear o Leão da Alta Araraquarense, pintando seu distintivo em um dos setores do estádio Morumbi. Os amigos Chico Rodrigues(corintiano) e Zé Luís Mirabelli (sãopaulino), taquaritinguenses como eu, estiveram ontem no camarote vip da Motorola e se surpreenderam com a modesta homenagem - algo mais interessante que o horrendo empate do time da casa com o Coritiba, por 2 a 2. Abaixo, Chico aponta a prova do crime.


Ah, e como bom corintiano, Chico atenta para a capa da revista que distribuíram para os sãopaulinos, algo, para ele, no mínimo suspeito:

O ocaso do futebol pernambucano

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A derrota de ontem do Sport para o Santos, diante de mais de 26 mil pessoas na Ilha do Retiro, deixou uma impressão muito forte de que o time pernambucano está quase na Série B. A equipe não foi inferior ao adversário, tanto que o goleiro Felipe fez três defesas extraordinárias, contudo também não fez por merecer a vitória ou mesmo o empate diante de um desarrumado Alvinegro.

Mas como um time que foi campeão da Copa do Brasil em 2008, campeão pernambucano invicto este ano e com uma participação razoável na Libertadores chega nessa situação? Os fatores e explicações podem ser diversos, mas um ponto é importante de se destacar: torneios eliminatórios como Libertadores e Copa do Brasil e estaduais na maioria das vezes não são um bom parâmetro para um campeonato longo como o Brasileiro.

Um exemplo disso é o iminente rebaixamento do vice-campeão da Libertadores de 2008, o Fluminense, e também a decadência corintiana. Neste último caso, em que pese a saída de três atletas (um deles que recebia muitas críticas nesse espaço aliás), o grupo mostrou-se frágil para a disputa de um torneio mais longo em que as suspensões e contusões aparecem com maior frequência do que nas competições do primeiro semestre e a tal da raça, da vontade, da garra que faz diferença em torneios eliminatórios não é suficiente para sustentar uma campanha inteira.

Quando se diagnostica um elenco que tem limitações, o técnico pede reforços. Foi o que fez Nelsinho Baptista, solicitando uma lista de atletas para a diretoria pernambucana, até mesmo para dar uma nova injeção de ânimo no grupo depois da eliminação da Libertadores. Não foi atendido na maior parte de suas reivindicações. Émerson Leão também pediu e não levou. Natural que a equipe, sem reforços à altura e com troca de comando constante, tenha caído tanto.

O Náutico no ano passado bateu na trave para não cair. Foi derrotado ontem pelo Internacional de Mário Sérgio e, na partida contra o São Paulo, mostrou um desempenho à altura de um rebaixado. Uma equipe que não consegue marcar contra um adversário que tem dois atletas a menos e toma um gol quando está com um a mais, jogando em casa, não pode aspirar muita coisa a essa altura. Juntando-se a isso a situação do Santa Cruz, desclassificado prematuramente na já encerrada Série D, o torcedor pernambucano não tem muitos motivos para comemorar.

Já na Série B, a situação das equipes do Nordeste também não é boa. Embora o Ceará esteja em quarto lugar, lutando para subir, na parte de baixo da tabela de classificação estão cinco times da região. Campinense, América-RN, Fortaleza, Bahia e ABC podem cair, sendo que apenas dois clubes nordestinos – ASA-AL e Icasa-CE asseguraram vaga na Série B em 2010. ruim para o Nordeste e para a diversidade do futebol brasileiro.

Atlético-MG lidera no uso de jogadores das categorias de base

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Estudo do parceiro Onde a Coruja Dorme aponta que o Atlético-MG é o time do campeonato brasileiro que mais aposta em categorias de base. São 52% dos atletas com origem no próprio Galo. O segundo colocado é o Atlético-PR, com metade, e Goiás com 42%.

Felipe Silva foi aos sites dos clubes da primeira divisão para avaliar.

No papel, ou melhor, no site, Sport e Santos têm as menores presenças de "prata da casa", com 9% e 17,5% respectivamente. O Peixe parece ser prejudicado por contar com um plantel virtual de 34 atletas.

O Corinthians é o paulista que primeiro aparece no ranking, em quarto no geral. Mais lenha para a lenda da mística do terrão. Entre os clubes do estado do governador José Serra, o São Paulo vem a seguir, com um terço do elenco, acompanhado de Palmeiras (26,5%) e Santo André (20,5%). O Barueri, por algum motivo, não está na lista.

Time - percentual - posição no campeonato à 28ª rodada
1. Atlético-MG - 52% - 4º colocado
2. Atlético-PR - 50% - 14º colocado
3. Goiás - 42% - 5º colocado
4. Corinthians - 40,5% - 10º colocado
5. Flamengo - 38,5% - 6º colocado
6. Grêmio - 38,5% - 7º colocado
7. Internacional - 34,5% - 3º colocado
8. São Paulo - 33,5% - 2º colocado
9. Vitória - 32,5% - 8º colocado
10. Fluminense - 27,5% - 20º colocado
11. Botafogo - 26,5% - 17º colocado
12. Náutico - 26,5% - 18º colocado
13. Palmeiras - 26,5% - 1º colocado
14. Coritiba - 26% - 15º colocado
15. Cruzeiro - 20,5% - 13º colocado
16. Santo André - 20,5% - 16º colocado
17. Avaí - 19% - 11º colocado
18. Santos - 17,5% - 9º colocado
19. Sport - 9% - 19º colocado

Não há relação direta entre posição e percentual de pratas da casa. Como todo clube brasileiro depende da venda de jogadores para fechar as contas, a estratégia de investir na base é até intuitiva. Mas não garante resultados automaticamente.

Usar a molecada é solução só na hora do aperto financeiro?

quarta-feira, outubro 07, 2009

Prova do Enem foi roubada na gráfica da Folha

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Essa é a manchete que ninguém deu, engraçado né...


Todas as notícias sobre o cancelamento do Enem fazem um ziguezague danado, culpam uma empresa terceirizada, falam das falhas na segurança no processo, mas não abrem pelo principal: "onde a prova foi roubada".

Ao que parece, pela apuração até agora da Polícia Federal, funcionários de uma empresa terceirizada que tinham acesso à gráfica pegaram as provas e tentaram ganhar uma grana vendendo para jornais. Em princípio, nenhuma conspiração do PIG contra o governo ou algo parecido.

Mas se for analisado o lado empresarial, fica claro que a falha de segurança ocorreu na Gráfica Plural, que pertence ao grupo que edita a Folha de S.Paulo. Ninguém vai cobrar a competência que eles cobram do governo o tempo todo? Ninguém vai exigir que a gráfica arque com os prejuízos de sua falha?

Ok, os organizadores da prova falharam na segurança, o governo foi incompetente etc...

Mas a gráfica da Folha terá de pelo menos imprimir as provas novamente de maneira gratuita, pois foi contrtatada por mais de R$ 30 milhões e falhou na segurança.

Se fosse um contrato com qualquer entidade privada arcaria com multas etc. E isso tem de ser cobrado agora. Chega de passar a mão na cabeça da imprensa (ou nos grupos empresariais responsáveis pelos veículos) quando ela erra.

Há sempre alguém contente

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O cancelamento do Enem é uma história ainda não bem digerida pelas autoridades e, principalmente, pelos estudantes brasileiros. Estes, que já vivem os doídos meses dos vestibulares, agora provavelmente terão que escolher entre uma ou outra prova, já que a nova data do Enem coincidirá com importantes exames.

Mas, confusões, à parte, há pelo menos uma pessoa que gostou e muito do cancelamento da prova. E registrou isso em vídeo, divulgado pelo mestre Emanuel na Futebol Alternativo. Até concordo com o rapaz, acho que estaria em euforia similar (mas sem as dancinhas) se fosse esse meu caso...



Pergunta que fica aos leitores: vocês já passaram por situações semelhantes? Já tiveram que perder clássicos e/ou jogos decisivos por conta de coisas incrivelmente menos importantes, como vestibular, trabalho, casamento (o seu ou o de outros), e por aí vai?

terça-feira, outubro 06, 2009

Delegado coloca foto em rótulo de cachaça e é afastado do cargo

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Mais um caso de perseguição aos manguaças aconteceu em São Paulo. O delegado Carlos Alberto Delaye, titular do 92º Distrito Policial, no Parque Santo Antônio, zona sul da cidade, foi afastado por ter colocado sua foto e o número da delegacia em garrafas de cachaça. A notícia é do jornal Agora SP.

Na imagem, o delegado aparece vestido à moda dos cowboys. Segundo ele, a foto foi tirada em visita à Festa do Peão de Barretos (SP). As garrafas trazem ainda a inscrição “Aqui o sistema é bruto”, slogan adotado por Delaye.

O delegado foi afastado por tempo determinado pela corregedoria da Polícia Civil, que irá apurar se houve infração disciplinar pelo uso do número da delegacia na garrafa de canjibrina. O delegado se defende dizendo que “não era pra vender”. “Foi um amigo meu que fez essa homenagem. Era apenas para distribuir para os amigos”, disse ao G1.

O Futepoca se solidariza com o nobre delegado na perseguição sofrida e faz votos de que o me ajude a “desbrutalizar” o sistema policial, nos moldes do método manguaça de solução de conflitos utilizado pelo presidente estadunidense Barack Obama.

"Fenômeno Lula" daqui cem anos

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A caminho do almoço, na rua do Comércio, dois transeuntes caminham em ritmo de pós-refeição e conversam em clima de bar. Enquanto os ultrapasso, escuto uma única frase jogada no ar e descontextualizada:

— Pode escrever: daqui 100 anos, as crianças na escola vão aprender com a professora sobre o "fenômeno Lula".

O que surpreende menos na profecia captada de orelhada:

a) O fato de Lula ser um fenômeno
b) O fato de, daqui 100 anos, ainda haver escola em um formato quase igual ao de 200 anos atrás
c) O fato de ser necessário escrever para a profecia ter relevância
d) O fato de o profeta da rua do comércio apostar em um prazo de um século para previsões que caberiam para daqui cinco anos
e) A ausência de atribuição de culpa ao presidente (porque, afinal, a culpa é do Lula)

Foto: Ricardo Stuckert/Pr



Presidente Lula
lancha, em 2005,
com crianças da
Escola Municipal
Pérola Gonçalves,
em Bagé (RS),
atendidas pelo
"Fome Zero na
rede escolar
do município"

Quem aposta em Mário Sérgio?

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O Internacional fechou a contratação de Mário Sérgio Pontes de Paiva para substituir o cada vez mais apagado Tite, que fez um trabalho pra lá de decepcionante no clube. O campeão do primeiro turno faz a segunda pior campanha no returno, só perdendo para o imbatível Fluminense no quesito. O Colorado tentou tirar Vanderlei Luxemburgo do Santos (o que não aconteceu, para tristeza deste que escreve), o que demonstra uma certa desorientação da diretoria, já que ele e o xerife têm características bastante distintas.

O primeiro desafio do treinador é resolver problemas de relacionamento, como destacou Gerson Sicca. Em entrevista, Mário Sérgio disse: “Eu não estou preocupado com a parte tática. Já vi muitas coisas dentro do futebol e o que eu acho é simples: no futebol tem que se resolver problemas de relacionamento, deixando o grupo sem nenhuma peça negativa, já está se dando um salto muito grande. A parte tática é apenas uma definição de padrão dependendo das características dos jogadores. Tem que haver uma mobilização entre os jogadores de dar o máximo”. Ou seja, mesmo tendo um elenco invejável, o ex-treinador se perdeu na relação com o grupo em algum momento. A pergunta é: Mário Sérgio é o cara que vai consegui recuperar o tal elã?

Sua primeira como experiência como treinador foi no Vitória, em 1988. foram 5 amistosos e 26 jogos oficiais pelo campeonato baiano, com 13 vitórias, 8 empates e 5 derrotas Tornou-se comentarista de televisão onde mostrou extremo conhecimento sobre futebol (quem não lembra de suas observações precedidas por Sílvio Luiz com seu bordão “conhece, porque já esteve lá”?). Seu sucesso na Band fez o Corinthians apostar no xerife como treinador em 1993. Fez a melhor campanha da primeira fase do Brasileirão daquele ano mas o Timão precisaria vencer um grupo de quatro equipes nas semifinais, com Vitória, Flamengo e Santos. Com uma única derrota para o clube baiano de Dida, Roberto Cavalo, Vampeta e Alex Alves; o Alvinegro ficou de fora da final vencida pelo Palmeiras. Mário Sérgio já tinha impressa a marca de retranqueiro.

De lá pra cá, foi comentarista de novo, teve passagens São Paulo, Atlético-MG, Atlético-PR, Vitória, São Caetano (não necessariamente nessa ordem), foi diretor de futebol do Grêmio e ressurgiu na vitrine do futebol com a campanha do Figueirense vice-campeão da Copa do Brasil em 2007. Porém, no Brasileiro e com o mesmo Figueirense, iniciou uma verdadeira via crucis com uma sucessão espetacular de insucessos.

Foi demitido do Figueira depois de um período em que obteve uma vitória, cinco empates e quatro derrotas. Assumiu o Botafogo depois da eliminação da equipe da Sul-americana contra o River, perdeu três jogos e viu Cuca voltar ao comando alvinegro. Foi para o Atlético-PR em 2008, onde estreou com goleada sobre o Ipatinga mas amargou quatro revezes seguidos não resistiu. Fecharia o ano como treinador do Figueirense, com uma campanha de cinco derrotas, quatro empates e uma vitória somente, sendo demitido a três rodadas do fim do campeonato contribuindo de forma decisiva para o rebaixamento do time catarinense. Faça as contas. Nesse período, em quatro trabalhos diferentes, três vitórias, nove empates e incríveis 16 derrotas.

O alento (ou não) para a torcida colorada é sua mais recente passagem, na Lusa. Entrou no lugar de Estevam Soares e obteve cinco vitórias, três empates e duas derrotas no Paulistão. Mas foi eliminado da Copa do Brasil pelo Icasa e desentendimentos com o meia Felype Gabriel com a diretoria selaram sua demissão. Mas deixou a Lusa em sexto lugar, em condições de disputar a classificação para a fase final do campeonato. Se melhorar um pouco o aproveitamento de 60% que Mario Sérgio teve na Portuguesa durante o Paulista, o Inter obteria a vaga da Libertadores, já que o time tem hoje 54% e o Goiás, quarto colocado, tem 56%. E, a bem da verdade, o Inter tem muito mais time do que os que o xerife teve em mãos nos últimos anos e essa é sua grande chance de voltar ao primeiro escalão dos técnicos brasileiros.

E aí, alguem aposta nele?

segunda-feira, outubro 05, 2009

Brasileiro econômico

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Estudo recente conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que cada brasileiro caminha, em média, 1.440 km ao ano - incluindo aí as atividades normais, as caminhadas e corridas a título de exercício e, principalmente, as saídas para o bar ou para buscar cerveja no supermercado e, depois, as seguidas visitas ao mictório. Pois então: paralelamente, outro estudo, feito pela Associação Médica Brasileira (AMB), apontou que o brasileiro consome, em média, 86 litros de cerveja por ano.

Ou seja, o brasileiro faz 16,7 km por litro.

(Fonte: Fundação Luciano Tasso/ FLT)

domingo, outubro 04, 2009

De virada, Palmeiras vence o time de Luxemburgo

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Em uma partida com lampejos de grande jogo e muito tempo de pelada de segunda categoria, o Palmeiras venceu o Santos na Vila Belmiro. Ou melhor, venceu o time de Vanderlei Luxemburgo por 3 a 1.

Quando o primeiro tempo terminou sem gols, não estava bom, mas nem tão ruim comparado ao que se vislumbrava quando o time da casa abriu o placar. O gol santista amadureceu com jogadas construídas por Madson, até que Luizinho marcou da entrada da área, aos 9. Depois, Kléber Pereira não alcançou uma bola por pouco. Mas, do meu ponto de vista, tudo melhorou. E muito.

O empate veio com Diego Souza, aos 18. A virada, aos 27 com Robert, que entrou na vaga de Obina. Depois, aos 31, Vagner Love aproveitou a sobra de um belo contra-ataque puxado por Cleiton Xavier que enfiou para Robert, com direito a grande bobeada da defesa.

No final da partida, o árbitro ainda foi protagonista de uma lambança. Neymar foi derrubado a um palmo da área. Primeiro, deu pênalti. Diante da reclamação dos jogadores palmeirenses, consultou o bandeira para marcar falta fora da área.

Os jogadores de frente do Palmeiras foram bem, mas apenas em alguns momentos. Bastou. Diego e Vagner Love foram decisivos. Figueroa cruzou para o gol de empate e mandou avisar que Wendel não volta, porque ele é o lateral capaz de fazer os chuveirinnhos que Muricy Ramalho tanto preza.

Com o futebol que apresentou até tomar o gol, o time fica longe de ter pinta de campeão. Depois de ficar atrás no marcador, acordou e foi objetivo ao extremo. Reação de gente grande. Mas também são coisas de clássico.

O mais curioso é ter a sensação de que, tão importante quanto manter os cinco pontos de vantagem na liderança do campeonato, é muito bom ter vencido Luxemburgo.

P.S.: O que aconteceu com o Goiás que tomou de 3 do Botafogo? E com o Grêmio, que empatou em 3 a 3 com o Sport no Olímpico?

As piores capas de disco - seleção internacional

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Depois das capas inacreditáveis de duplas sertanejas, mostramos abaixo três exemplos do nível que o mau gosto e a bizarrice podem atingir quando algum manguaça criativo decide ter uma ideia genial. Escolham a pior:

Alternativa A


Alternativa B


Alternativa C

sábado, outubro 03, 2009

Um senso de humor 'especial'

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Pra quem se assustou com o Serra Belzebu, um trecho macabro do perfil que a revista Piauí traçou sobre o tucano:

"Para Regina Faria, viúva do ex-assessor da presidência Vilmar Faria, Serra tem um senso de humor especial. Quando ela e o marido dividiram com ele um apartamento no Chile, Serra gostava, por exemplo, de dar sustos. Tanto que, quando ela estava grávida de sete meses, ele colocou uma cobra de papel na porta do banheiro. 'Quando entrei, a cobra caiu em cima de mim e eu tomei um tombo', contou."

Em sua defesa, Serra disse que não se lembrava que Regina estivesse grávida na ocasião. Cruz credo, pé de pato, mangalô três vezes!!!

Alvoreceu ou anoiteceu? Tanto faz

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Paulo Donizetti

Aposto uma Germana que em seu maxixe "Memórias conjugais" Paulinho da Viola refere-se ao "casal" João Bosco e Aldir Blanc. Depois de formar uma das duplas mais eternas da MPB, passaram quase duas décadas rompidos. Uma frase "lapidar" da música explica o que teria feito o rubro-negro João largar do vascaíno Aldir:
"Tenho asas, meu amor, preciso abri-las
Ao seu lado não sou muito criativa..."
Pois vale a pena (re)ver o reencontro dos dois no CD "Vida Noturna" (2005), no qual Aldir resolveu ele mesmo gravar suas poesias acompanhado de vários convidados. O velho chapa João Bosco está na boêmia "Me dá a penúltima".

O samba é bem batucado na gravação original de 1975 (do LP "Tiro de Misericórdia"). Aqui, ganhou uma levada mais leve, conduzido pela voz mais serena do Aldir. Vale gastar os três minutos.



Me dá a penúltima

João Bosco a Aldir Blanc
Eu gosto quando alvorece
porque parece que está anoitecendo
e gosto quando anoitece, que só vendo
porque penso que alvorece
e então parece que eu pude
mais uma vez, outra noite,
reviver a juventude.
Todo boêmio é feliz
porque quanto mais triste
mais se ilude.
Esse é o segredo de quem, como eu, vive na boêmia:
colocar no mesmo barco realidade e poesia.
Rindo da própria agonia, vivendo em paz ou sem paz,
pra mim tanto faz
se é noite ou se é dia.

Paulo Donizetti de Souza é parmerista por influência da nonna, dona Marcelina (1918-2007), uma sábia. Jornalista, apreciador da plataforma temática do site, não é candidato a nada, seu negócio é madrugada e seu peito é do contra.

sexta-feira, outubro 02, 2009

E o Rio vai ser sede olímpica em 2016

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O Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Chicago, considerada a principal adversária do Rio, saiu na primeira votação, sendo a menos votada. Tóquio foi eliminada na votação seguinte e o Rio de Janeiro superou Madri na grande final. Uma lavada: 66 a 32.

E aí, isso é bom ou ruim para nós?


Pude participar junto com o companheiro Maurício da elaboração do dossiê da pré-candidatura de São Paulo às Olimpíadas de 2012, que acabou derrotado pelo Rio (só uma candidatura oficial por país é permitida). Menos que a competição em si, a parte mais fascinante do projeto paulista – paulista mesmo, não paulistana, já que, como a postulação carioca, envolvia outros municípios da Grande São Paulo, além de Santos e São Sebastião - era a possibilidade de ver a cidade totalmente reformulada. Ali, se podia vislumbrar um Tietê navegável, o trem expresso do aeroporto de Guarulhos, um sistema de transportes remodelado e integrado com uma ampliação brutal do atendimento do transporte coletivo, em especial o metrô, e muitas outras mudanças positivas.

Isso tudo, além das instalações esportivas, fazia parte do chamado legado olímpico, aquilo que permanece depois que o evento acaba e se torna benefício permanente para a população local. E esse ganho para a cidade e para o país é determinante para a escolha do Comitê Olímpico Internacional: vale mais escolher um lugar em que seja possível realizar avanços em função dos Jogos, analisando-se a viabilidade dessas melhorias acontecerem de fato, do que optar por um local pronto e acabado. É bom para o marketing do Comitê e preserva a imagem do dito “espírito olímpico”.

Isto posto, vem duas questões interligadas que fundamentam boa parte das críticas aos Jogos no Rio. Primeiro, porque não se investem esses recursos para transformar as cidades mesmo sem os Jogos? Segundo, o país tem outras prioridades e deveria investir recursos em áreas como Educação, Saúde, programas sociais etc. e não aplicar recursos nas Olimpíadas.

É necessário considerar que os Jogos Olímpicos servem como um grande catalizador de investimentos. A realização de um evento com divulgação planetária facilita bastante a atração de parceiros para execução de projetos, além de ser mais fácil a obtenção de recursos de instituições e bancos nacionais e internacionais. Afinal, todo mundo tem interesse em ter seu nome associado às Olimpíadas.

E não são investimentos sem retorno. Segundo estudo da Fundação Instituto de Administração (FIA), a escolha do Rio como cidade-sede da Olimpíada de 2016 deve gerar mais de 2 milhões de empregos no Brasil até 2027. Os quase R$ 30 bilhões de recursos aplicados assegurariam 120 mil empregos por ano até a realização dos Jogos e mais 130 mil empregos anuais até 2027. Há também outros ganhos econômicos como no valor médio da massa salarial, aproximadamente 8% acima em relação ao que era antes dos Jogos em função da qualificação da mão-de-obra necessária. No total, cada US$ 1 investido, outros US$ 3,26 adicionais devem ser gerados até 2027.

Possibilidade de transformação

Ainda assim, os críticos podem perguntar: de que legado se fala se depois do Pan tudo ficou a mesma coisa no Rio? Primeiro, a comparação de um evento com o outro é absolutamente descabida. Apesar de ter sido legal ver os Jogos Pan-americanos no Brasil, é inegável seu caráter de competição esportiva de segunda categoria, já que na maioria das modalidades os países sequer enviam seus principais atletas. Já os Jogos Olímpicos são a principal disputa para quase todos os atletas, exceção feita ao futebol masculino, com uma capacidade de atrair atenção e investimentos, e necessidade de infraestrutura infinitamente maior, por isso os legados são incomparáveis.

Barcelona é o exemplo mais completo de uma cidade – e um país – que conseguiu usufruir de todas as vantagens de sediar uma Olimpíada. A transformação foi total, não somente em termos de modelo urbano como também foi decisiva para que hoje seja um dos destinos turísticos mais importantes do mundo. Região estagnada nos anos 80, é consenso de que não seria a mesma sem o evento de 1992. Seul também pode ter avanços como a despoluição do rio que corta a capital sul-coreana, e mesmo Atenas, que teve prejuízos com os Jogos principalmente em função das ameaças de terrorismo, apresenta atualmente uma infraestrutura de transporte totalmente nova e muito maior do que a que havia antes.

As condições estão dadas e as possibilidades de se obterem avanços permanentes em função do evento é enorme e impossível de ser desprezada. Inclusive os chamados ganhos intangíveis, que dizem respeito à autoestima da população (o afastamento definitivo do “complexo de vira-latas”) e o esporte ainda mais incorporado ao cotidiano dos brasileiros.

Mas, acima de tudo, é preciso garantir o controle social da organização dos Jogos, para evitar os inúmero problemas que envolvem esse tipo de evento, desde desvio de dinheiro (como em qualquer outro grande negócio em qualquer parte do planeta) e de finalidade assim como a exclusão e expulsão de pobres de áreas urbanas.

Está na hora da sociedade brasileira mostrar que é madura para fiscalizar a ação de políticos e dirigentes esportivos, exigindo a contrapartida já que um montante considerável de recursos públicos estará em jogo.

Mas agora, na minha opinião, é hora de comemorar o reconhecimento do Brasil frente ao mundo. Sim, podemos. Porque crescemos.

*****

Inegável que o projeto é bem acabado, o Rio e a mais bela das candidatas etc. Mas a força política do país, visto hoje de uma forma bem distinta do que há alguns anos foi decisiva, já que é preciso passar segurança jurídica e econômica para se constituir em sede olímpica. E nisso, o governo e a figura de Lula foram fundamentais. Nem Obama segurou "o cara".

São Paulo x Náutico: diversão e expulsões

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Por Moriti Neto

Não que Náutico e São Paulo tenham feito uma partida de gala, na noite da última quarta-feira, no estádio dos Aflitos, em Recife. Mas que que foi um jogo agitado, isso foi. Há um bom tempo não me divertia tanto com o futebol. E foram vários os motivos, além do óbvio, que foi a vitória do Tricolor.

Bem, um pênalti defendido por Bosco no início, um gol do adversário abrindo o placar, cinco expulsões, contando com o técnico Geninho, do Timbu, boa parte da contenda com dois atletas a menos e uma virada improvável fora de casa já seriam motivos suficientes para bom entretenimento. No entanto o que realmente pautou a diversão foi o fato de as equipes atuarem com homens a menos, deixando o campo “maior”. Num campeonato em que a marcação e as bolas paradas têm sido dominantes é interessante ver confrontos abertos, ainda que sejam causados por expulsões.

O jogo
Beirando a zona do rebaixamento, o horrendo time do Náutico sufocou o São Paulo no primeiro tempo inteiro. Aos seis minutos, Júnior Cesar fez pênalti em Patrick, mas na cobrança Bosco pulou no canto certo e defendeu o chute de Bruno Mineiro, que aos 13 não desperdiçou a nova chance que teve e abriu o placar.

Pouco tempo depois o São Paulo teve Junior Cesar, que levou cartão amarelo no lance do pênalti, expulso por reclamação. Com um a mais, os donos da casa dominaram as ações, arriscando em chutes de longe, mas sem direção.

Na segunda etapa, veio o empate são-paulino: Hernanes, em cobrança de falta que desviou na zaga adversária, aos 14. E Ricardo Gomes resolveu arriscar. Tirou o zagueiro Renato Silva e colocou Hugo. Depois, substituiu Marlos pelo garoto Oscar. E as trocas surtiram efeito. Mesmo com dez em campo, o São Paulo era melhor. Só que Richarlysson foi expulso após fazer uma falta e receber o segundo amarelo (o primeiro ele tomou por reclamação). Rodrigo entrou no lugar de Borges para recompor o setor defensivo e parecia que o caldo iria entornar.

Só que o Náutico também teve sua cota de expulsões. O zagueiro Cláudio Luiz foi o primeiro a ir para o chuveiro mais cedo. E, aos 43, não viu Hugo, numa cacetada, marcar o gol da virada. E com passe de quem? Oscar. Ou seja, Ricardo Gomes, mais uma vez, deu sorte nas substituições (precisa mexer mais rápido no time nos clássicos, meu filho!). Os anfitriões ainda tiveram o meia Michel expulso e, aí, o time pernambucano, que parece louquinho para cair de divisão, não teve mais o que fazer.

Enfim, a vitória foi suada, com muita emoção e, curiosamente, o São Paulo passou a jogar melhor quando precisou de mais aplicação em campo por causa das expulsões.

Ah, não podia esquecer. Digna de nota, a atuação de Bosco, que após a polêmica no gol sofrido contra o Corinthians, fora a sempre pesada missão de substituir Rogério Ceni, defendeu demais e salvou o Tricolor Paulista. No final de semana, vale torcer pelo Santos.

Moriti Neto é o sampaulino postiço deste blogue, em substituição aos viajantes Thalita e Marcão

Mães de maio, Salve geral e os crimes

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Nesta sexta-feira, 2, a Associação de Amparo a Mães e Familiares Vítimas de Violência promete um protesto contra o filme Salva Geral, cuja estreia está marcada para o mesmo dia. Por tratar dos crimes de maio de 2006, o longa-metragem de Sérgio Rezende realizado pela Globo Filmes nasce polêmico e ambicionando o Oscar.

Reprodução do site


Como ainda não assisti, não sei se o filme exagera ou erra ou pisa na bola ao tentar narrar a história das "mulheres por trás" do mundo do crime. É claro que a polêmica e o protesto só fazem atrair mais atenção à produção, a exemplo do que Cidade de Deus – que também teve participação da Globo Filmes – provocou.

O primeiro dado é que o filme remete aos ataques do PCC. As ações da facção criminosa que se autointitula Primeiro Comando da Capital ou Partido do Crime realmente ocorreram em maio, mas foram sucedidas de cinco dias de execuções de moradores da periferia de São Paulo. A maior parte de jovens negros. Foram 493 mortes, muitas registradas como auto de resistência, prática usada com frequência, segundo organizações e pesquisadores de direitos humanos, para justificar execuções sumárias cometidas por policiais.

As mães de maio, que também é uma alusão às da Praça de Maio, garantem que não foram procuradas para contar suas histórias no longa lançado hoje. Muito diferente de um outro, um documentário, que pelo menos até pouco tempo, nem dinheiro para se finalizado tinha. Nem nome, nem data para estreiar. Dirigido pela jornalista Ali Rocha, foram colhidas entrevistas com mães de jovens assassinados para contarem o que aconteceu.

À época dos crimes de maio, Cláudio Lembo era governador, porque Geraldo Alckmin havia se afastado do cargo para disputar a Presidência da República (este link é obrigatório).

No manifesto que convoca a manifestação, elas lembram que dia 2 de outubro, há 17 anos, foi a data do massacre do Carandiru, quando 111 presos foram executados em operação policial. A Casa de Detenção passava por uma rebelião e, sob ordens do coronel Ubiratan Guimarães, a força policial entrou no Pavilhão 9. O caso também foi incluído em um filme (nem vou dizer a qual produtora estava vinculado).

Ao apontar ainda outros casos, o manifesto conclui pedindo o fim do "genocídio contra a classe pobre, a população indígena descendente e negra do Brasil".

Por outro lado, pode ser interessante o filme trazer o debate e refrescar a memória. Mas, mesmo sem assistir, é bem compreensível que pessoas que viveram o lado mais trágico de uma carnificina sintam-se mal ao saberem que outra história virou espetáculo e produto cultural – enquadrado na Lei Rouanet.


Mesmo assim, eu queria saber a opinião de quem já assistiu. E de quem não assistiu também.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Cancelamento do Enem, êta história mal contada

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Foi cancelado hoje o exame do Enem por conta de um suposto vazamento que teria ocorrido. Alguém teria ligado para a redação de O Estado de S.Paulo e oferecido as duas versões da prova em troca do pagamento de R$ 500 mil.


Estranho, por que alguém que quer vazar uma coisa dessas ligaria para um jornal? Seria para que esperasse o resultado e depois divulgasse a fraude?

Se é assim, louve-se a postura do jornal, que avisou ao ministro da Educação antecipadamente para que pudesse cancelar o exame. Mas mais uma vez a pergunta, por que alguém que tem isso em mãos vai oferecer a um jornal? Não sabe que jornal não paga por matérias, ainda mais esses valores? Ou paga e eu estou sendo muito ingênuo.

Uma segunda questão, a gráfica que imprimiu, a Plural, pertence ao Grupo Folha. Não dá para ser leviano e acusar a ninguém sem provas de nada, mas que essa história está muito estranha está...

Não acredito numa conspiração do chamado PIG a esse ponto, mas repito a pergunta, será que estou sendo ingênuo demais????

Rio olímpico, será que consigo ser contra os do contra?

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Nesta sexta-feira, 2 de outubro, o Comitê Olímpico Internacional se reúne em Copenhagen para definir a sede dos jogos de 2016. Nas incursões anteriores, para o evento de 2004 e 2012, o Rio de Janeiro não havia chegado tão perto de ser escolhido como agora.

De um lado, tem a turma que promove a história. Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu ministro dos Esportes, Orlando Silva, há o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito carioca, Eduardo Paes. Tem também o humilde Pelé e seus tropeços, mais o carisma de Paulo Coelho junto às esposas dos integrantes do COI.

Tudo para contrapôr à presença de Barack e Michelle Obama, no corpo a corpo por Chicago. A opção de apostar no boca-de-urna vem da estratégia londrina que arrebatou a Olimpíada de 2012 com Tony Blair, então primeiro-ministro, como cabo eleitoral.

Estratégias à parte, a mídia esportiva cai em peso contra a empreitada (1, 2, 3, e só não amplio a lista por preguiça) assim como alguns ex-atletas também, como Magic Paula. ONGs de direitos humanos do Rio de Janeiro, escoladas com o "legado" do Pan-Americano no Complexo do Alemão, estão apreensivas. Outra crítica é que o Brasil teria outras prioridades e, se pode fazer investimento para melhorar as coisas, não precisa esperar os jogos olímpicos para isso.

Fiquei pensando em como ser contra os do contra, sem ser necessariamente a favor dos primeiros. Sediar os jogos por ufanismo, não comove. "Porque é legal", pode ser mais interessante, mas acho que se pode melhorar na argumentação. Pensar no turismo pode funcionar também, mas depende de ter investimento... Os investimentos em infraestrutura podem ser bons, mas sem controle e preocupação com os impactos sociais, rende um monte de problemas para além de acusações de desvio de verbas e desperdício de dinheiro público.

Considerar a possibilidade de recuperação de áreas degradadas no Rio pode ser interessante, em vista de turismo e do que isso representa para a atividade econômica de uma região. Mas "revitalização" costuma vir acompanhada de políticas de seleção de moradores, seja por vias diretas de repressão, seja por indiretas, de expulsão por valorização decorrente de especulação imobiliária.

Em resumo, não consegui achar a fórmula. Alguém tem uma pista?

terça-feira, setembro 29, 2009

Reinaldo Azevedo para chanceler de Honduras

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Desde a leitura de O Alienista, do Machado de Assis, tomo um cuidado danado antes de tachar qualquer um de louco. Quem leu a história sabe que Simão Bacamarte funda um hospício e começa a internar todos a quem considera loucos, praticamente toda a cidade. Ao final, acaba com um único paciente, ele mesmo.


Pois não é que contra a condenação do mundo inteiro, da Organização dos Estados Americanos, OEA, da ONU, da União Europeia, o tal do Reinaldo Azevedo decide provar por A + B que o golpista em Honduras é o presidente deposto, que o golpe foi constitucional etc. Tudo isso com base em seu "amplo" conhecimento da Constituição hondurenha.

Faltou dizer que Estado de sítio, fim das liberdades individuais, fechamento de rádios e TVs, exército na rua batendo na população são medidas para "preservar" a democracia.

Seus delírios e o séquito de seguidores que repete suas bobagens são conhecidos. Também a sua desonestidade intelectual e incapacidade de conviver com o contraditório, pois não aceita nenhum comentário contrário ao que escreve em seu blog.

Mas, hoje, estrapolou. O gênio fez um texto em que baseado nos seus conhecimentos da Convenção de Viena, da Constituição Brasileira, do raio que o parta, afirmou que nenhum jurista conseguirá provar que ele não tem razão ao pedir o impeachment do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e, por que não, do presidente Lula. Clique aqui se tiver estômago.

Fora a megalomania de achar que sabe tudo sobre tudo, desfiar preconceitos o tempo todo, nunca se ater à verdade factual, agora o sabichão da Veja diz que só ele conhece direito e Relações Internacionais, contra a opinião do mundo inteiro. Chega a pedir, inclusive, que a OAB encampe sua campanha, já que lá não tem ninguém que entenda de direito para ter uma ideia tão genial.

Simão Bacamarte era honesto, internou-se e morreu em seu hospício. De Reinaldo não dá para esperar nenhum ato de honestidade, nem intelectual. Então, camaradas, o que acham de o presentear com o cargo de chanceler do governo de Micheletti. Aquele que vai provar para o mundo que o golpe não é um golpe. Será que o "governo de facto" aceita?