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quinta-feira, outubro 31, 2013

Viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014!

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POR MOUZAR BENEDITO*

Parece óbvia a pergunta, a Fifa, todos sabemos, já escolheu o tatu-bola que, coitado, recebeu um nome pra lá de infeliz, Fuleco. Ele está escolhido e pronto, não é?

Não, não é. O Fuleco é mascote da Fifa. Não vi até hoje o coitado ser tratado como mascote pelo povo. E o povo tem razão: não fomos nós que o escolhemos. Seus aparecimentos nos gramados são burocráticos e sem graça, sem aplausos, sem ganhar a simpatia de ninguém.

O Fuleco é mascote dos bastidores, da manipulação de grana, dos burocratas.

Saci, o mascote do povo
Tenho ouvido muita gente declarando apoio ao Saci para ser mascote. Mas mascote do povo, não da Fifa.

Deixemos que o Fuleco compareça aos estádios junto com estrangeiros e com brasileiros que têm grana pra ir lá. Nos bares, em casa, nas reuniões de amigos para assistir aos jogos, o Saci há de ser o escolhido e comemorado.

Nós o havíamos indicado, com um monte de justificativas. Relembro algumas:

- Ele é de origem indígena, tornou-se negro e “ganhou” o gorrinho mágico presente em muitos mitos europeus, então é uma espécie de síntese da formação do povo brasileiro, que é uma mistura desses três grandes povos, além dos orientais que vieram pra cá quando a figura do Saci já estava pronta.

- Ele é negro, como a maioria dos nossos jogadores de futebol, e essa negritude, num país que não superou o racismo, é importante como símbolo de uma luta por igualdade. É também perneta, o que representa outra bandeira de luta nestes tempos que se fala tanto de inclusão. Além disso é e pobre, não tem nem roupa, e mora no mato. Com três motivos para ser “infeliz”, ele é gozador, brincalhão, aprontador, divertido. Enfim, um brasileiro autêntico, dos bons.

- Ele é um ser libertário. Uma das lendas sobre a perda de uma das pernas do Saci é que quando se tornou negro ele foi escravizado por um fazendeiro e era mantido à noite, na senzala, preso a um tronco por uma perna, com grilhões. Uma noite, ele cortou a perna presa e fugiu: preferia ser um perneta livre do que um escravo de duas pernas.

- Hoje em dia fala-se tanto em ecologia, proteção e recuperação do meio ambiente... E aí está o Saci de novo, como protetor da floresta.

- Ele é popular, conhecido de todos os brasileiros, e existem desenhos dele feitos por um montão de gente, e até as crianças o desenham e se divertem com ele. Aí está um motivo para ele não ser o escolhido da Fifa: não dá lucro aos mercenários do esporte. Inventaram uma mascote (nada contra o tatu-bola) e registraram três nomes como marcas pertencentes à Fifa para depois anunciar a escolha e pôs os três nomes em votação pela internet, os três horrorosos. Nem ao menos tiveram a dignidade de deixá-lo com seu próprio nome, tatu-bola. Virou Fuleco.

- O Saci faz parte da nossa cultura popular e, se fosse “eleito”, seria assumido pela população, ao contrário do tal Fuleco, pra quem todo mundo torce o nariz.

Então, repito, vamos torcer para que se realize no Brasil uma bela Copa do Mundo, apesar da submissão do país à Fifa, e que a seleção brasileira jogue bonito e vença. Mas protestando contra a corrupção, contra os desmandos da Fifa, contra a mercantilização do esporte e contra tudo de ruim, todas as tramoias que tentam nos enfiar goela abaixo. E festejando o que tem de bom: a alegria do futebol bem jogado e bonito, a nossa riquíssima cultura, o nosso jeito de ser e viver.

Que a Fifa reine em outras plagas. Aqui é Saci!
O Fuleco estará nos estádios superfaturados da Copa? Pois bem, nas ruas, nas praças que queremos que continuem sendo do povo, festejaremos com o Saci. Que cada um o desenhe, pinte, faça escultura dele com sua arte e sua criatividade, não tem que ser “um” Saci oficial, imposto. Muitos cartunistas devem oferecer criações bem-humoradas do Saci Mascote, para serem usadas por quem quiser. Mas quem não quiser nenhuma delas pode desenhar, pintar ou esculpir seu próprio Saci, o Saci do seu grupo, da sua turma.

Os Sacis são democráticos. Ninguém vai pagar royalties em nome dele.

Enfim, viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Não nos submeteremos a nenhum império. Que a Fifa vá reinar em outras plagas!

*Mouzar Benedito, mineiro de Nova Resende, é geógrafo, jornalista e também sócio fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci). Confira seu blogue aqui

Romarinho gera 'protesto' com pinga, uísque e vodka

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Torcedores chamaram Romarinho de 'cachaceiro' (Foto: Renato Rodrigues/Lance!)
Revoltados com a baixa produtividade dos atacantes do Corinthians, torcedores fizeram um protesto inusitado em frente ao Centro de Treinamento Joaquim Grava nesta quinta-feira. Muitos estavam com nariz de palhaço, gritando contra Alexandre Pato (que perdeu pênalti na sequência de cobranças contra o Grêmio, em partida que eliminou o time da Copa do Brasil) e Emerson Sheik (que causou polêmica há algum tempo ao postar foto na internet dando uma bitoca em um amigo). Mas o alvo principal - e que mereceu maior produção no "protesto" - foi Romarinho, acusado de estar abusando das "baladas" paulistanas. Os torcedores levaram uma mesa repleta de garrafas de pinga, conhaque, uísque, vodka (e até Jurubeba Leão do Norte") e chamaram o jogador de "cachaceiro". Quer saber? Esse "aparato" deu a maior pinta de que o "protesto", na verdade, era tudo desculpa pra beber! Ou alguém acha que as garrafas foram carregadas - cheias - de volta pra casa?!?? Sei...

Antônio Carlos: o nome da reação

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Zagueiro chegou e já estreou com vitória
Mais do que o afastamento de Jadson e Osvaldo, a recuperação de Ademilson e Maicon e a confiança total em Rodrigo Caio e Ganso, a nova passagem de Muricy Ramalho como treinador do São Paulo, que já alcançou uma reação inacreditável em menos de dois meses (após um longo período de derrotas e vexames), ficará marcada por um nome: Antônio Carlos. O zagueiro chegou em  meados de agosto para preencher uma lacuna de emergência, pois o clube havia emprestado Rhodolfo ao Grêmio e afastado o medalhão Lúcio definitivamente, a pedido do técnico Paulo Autuori. Por isso, precisou recorrer às pressas, mais uma vez, ao empresário Eduardo Uralam - que já havia trazido Juan, Cortez, Carleto, Edson Silva, João Fillipe, Maicon e Aloísio. O negociante trouxe os zagueiros Antônio Carlos e Roger Carvalho (que recupera-se de cirurgia e ainda não estreou) e o atacante Welliton. Logo na estreia de Antônio Carlos, no dia 25 de agosto, o São Paulo derrotou o Fluminense por 2 a 1 - a primeira vitória depois de 12 rodadas e quase três meses sem resultado positivo no Campeonato Brasileiro. Bom sinal.

Antônio Carlos no Botafogo: de 2011 a 2013
O curioso é que o zagueiro, cria das categorias de base do Olaria, foi revelado profissionalmente justo pelo Fluminense, onde jogou de 2003 a 2005, até se transferir para o Ajaccio, da França. E o segundo jogo com a camisa do São Paulo (um bom empate sem gols, no Rio) aconteceu, também curiosamente, contra o Botafogo - time pelo qual chegou a atuar neste Brasileiro e de onde veio contratado. Depois de ficar fora da derrota por 2 a 1 para o Criciúma, Antônio Carlos voltou na derrota por 2 a 0 para o Coritiba, que fechou o 1º turno e selou a demissão de Paulo Autuori. Foi então que Muricy Ramalho retornou e confirmou o zagueiro como titular, emplacando mais uma vitória logo de cara, contra a Ponte Preta (1 x 0). E a estrela de Antônio Carlos começou a brilhar: fechou o placar na vitória contra o Vasco por 2 a 0, no Rio (quando o Tricolor finalmente saiu da zona de rebaixamento), e marcou mais duas vezes no importante 3 a 2 sobre o Vitória. Porém, contundiu-se e saiu do time nas seis partidas seguintes.

Repatriado em 2007, jogador não emplacou
Ontem, a primeira partida das quartas-de-final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional da Colômbia, no Morumbi, marcou o retorno do zagueiro. E que retorno! Antônio Carlos voltou a marcar dois gols em uma partida, que decretaram a vitória por 3 a 2 e salvaram o São Paulo de amargar um resultado muito ruim, depois de tomar dois gols bobos (um em falha dupla de Rogério Ceni e Rodrigo Caio e outro, ironicamente, em um erro do próprio Antônio Carlos, que cabeceou a bola para trás e deixou um adversário livre para marcar). Muricy Ramalho rasgou elogios ao zagueiro-artilheiro e deu a entender que, se continuar no comando do time, o atleta será titular e um dos homens de confiança em campo - tudo o que o caríssimo Lúcio, o maior fiasco da temporada, não foi. Interessante é que o próprio Antônio Carlos já viveu decepção semelhante ao ser repatriado da França pelo Atlético-PR, em 2007, e não emplacar. Chegou a ser capitão e campeão paranaense em 2009, mas, na primeira crise, foi emprestado ao Atlético-GO. Depois, novo empréstimo e posterior venda ao Botafogo. Onde este ano, sem chances, pediu para ser vendido. Para sorte de todos nós, sãopaulinos!

Gol nos acréscimos e título carioca de 2005
Aos 30 anos, Antônio Carlos é a peça que faltava na defesa, no estilo de Fabão e de André Dias, que também marcavam muitos gols. E põe a bola na rede geralmente quando o time mais precisa, nos últimos minutos, como ontem, contra o Atlético Nacional, aos 45 do segundo tempo (veja vídeo com os gols da partida abaixo), ou contra o Vitória, faltando três minutos para o fim do jogo (assista clicando aqui). E está aí mais uma curiosidade sobre o jogador: foi exatamente um gol nos acréscimos, aos 47 da etapa final, que consagrou Antônio Carlos no Fluminense, ao decretar o título carioca de 2005 (assista clicando aqui) - fato que, com certeza, contribuiu para sua transferência para a Europa naquele mesmo ano. Tomara que essa impressão se confirme e que o zagueiro possa traçar uma longa passagem pelo São Paulo. Porque Edson Silva já veio apenas para ser opção no banco e Paulo Miranda (que ontem cometeu um pênalti não marcado pelo árbitro ao puxar um adversário pela camisa) e Rafael Tolói (que falhou feio no primeiro gol do Internacional, no domingo, pelo Brasileirão - assim como em dezenas de ocasiões na temporada) não inspiram muita confiança. E Roger Cavalho, que ainda não estreou, é uma incógnita e tem contrato curto. Antônio Carlos tem perfil para ser capitão do time, quando Rogério Ceni finalmente aposentar as chuteiras. Por enquanto, o zagueiro já é o nome da reação do time de Muricy. Vamo, São Paulo!


quarta-feira, outubro 30, 2013

O celular é o melhor amigo... da cerveja

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Automação da produção caseira da cerveja, mediada pelo smartphone. É o que promete o Brewbot, um projeto que captou 114,3 mil libras por meio da plataforma de crowdfunding Kick Starter. Mais legal do que produzir a cerveja é poder monitorar o processo do celular. Enquanto todos pensarem que você está lendo e-mail, fazendo check-in numa mídia social nova ou só vendo as últimas do facebookson, seu foco estará em algo muito mais profícuo.

Foto: Divulgação
Receita sob controle do smartphone. Nunca um celular pareceu tão espertinho.

Cansados de tomar as versões mais ou menos sem graça das grandes multinacionais da área, no mundo todo a horda de interessados em cervejas caseiras cresce continuamente. Mais público anda disposto a provar fermentados caseiros, mas isso não quer dizer, necessariamente, sinônimo de precariedade. E a tecnologia pode ter um papel e tanto para facilitar a vida dos nanoprodutores.

Foto: Divulgação
Enquanto proliferam os aplicativos para patrulhar o consumo de bebidas, assim como o controle sobre os itens disponíveis na geladeira e outras formas de transformar a vida em um jogo, o conjunto para produzir ocupa o espaço de uma geladeira mais um frigobar. Ou de um frizer horizontal (foto). Inclui recipiente de inox e outro de madeira, com termômetros, tubos, válvulas e outros detalhes necessários para produzir cerveja caseira.

A empresa que desenhou o produto, chamada Cargo, é irlandesa. Pelo jeito, automatizar o processo é uma forma de garantir mais estabilidade ao resultado final. Dá para imaginar o produtor (e apreciador) sentindo que, depois de uma leva bem sucedida, alguma medida a mais, algum tempo de descanso a menos e a produção seguinte não tinha o mesmo quê. Acompanhar o show pelo celular pode ser uma saída.

Usando Arduíno, um conjunto de hardwares de automação open source, que permite fazer robôs e rotinas avançadas, eles montaram a parafernalha. Com isso, é possível dar comandos para aumentar ou baixar temperatura, quantidade de água etc.


Mas nem tudo é automatizado.

Como na receita do bolo da avó -- aquela em que as duas xícaras de farinha viram uma e meia a depender da umidade do pó; ou da forma como cachaceiros legendários conheciam a qualidade da branquinha com o tato, em vez do paladar -- há margem para toques humanos na dosagem e combinação de maltes e na distribuição do lúpulo.

Importante: até provem o contrário, o robô também é incapaz de degustar o produto.

Mais detalhes do produto em: http://www.brewbot.io/

Via FastCoDesign.

terça-feira, outubro 29, 2013

Alex, o 'língua de trapo', critica Roger 'chinelinho'

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Sydney, 2000: Alex (10) faz o
gol da vitória sobre o Japão e é
abraçado pelo reserva Roger
Depois de escancarar para o jornal Lance!, em agosto, que "quem realmente cuida do futebol brasileiro é a Globo" (leia e veja o vídeo aqui) - o que, apesar de ser uma obviedade, foi a primeira vez que um jogador teve peito pra dizer isso em alto e bom som (e a prova de que incomodou foi que o próprio presidente de seu clube, o Coritiba, rebateu a afirmação) -, o veterano meia Alex agora resolveu comprar briga com o ex-jogador e hoje comentarista Roger Flores, que trabalha para a SporTV. Em entrevista para a revista Placar (veja vídeo aqui), Alex detonou:

- Eu não vi ele [Roger Flores] falar de mim, ainda, porque eu tô jogando. Então não consigo e também não busquei informação. Mas eu vi o Roger, por exemplo, comentando os jogos do Fluminense. Pô, difícil, cara! Difícil. Porque a gente conhecia o cara, a gente sabia como que o cara se comportava no dia a dia, a gente sabia o tipo de jogador que ele era, a gente sabia até onde podia contar com o cara. Aí você vê ele na televisão. Ele tá batendo forte em alguns jogadores, tá batendo forte. Mas, coisas que de repente ele veja hoje, não tem o sentimento mais de jogador, porque ele não tem, ele perdeu, hoje ele tá do outro lado, ele não é mais vidraça, ele é uma das pedras, e fala com a mesma irresponsabilidade que os outros falavam, entendeu? E eu não tô falando de mim, porque eu não vi, entendeu? Como eu tô jogando, eu não sei se ele comentou jogo nosso ou não, porque também tô cagando, tô nem aí pra isso. Mas eu tô falando de jogos que eu tava vendo e ele tava comentando. Então fala-se com a mesma irresponsabilidade de um outro cara.

Deco: 'Como se ele treinasse.'
Alex, que jogou com Roger pela seleção brasileira nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, defendeu o também recém-aposentado meia Deco: "Aí ele [Roger] vem falar do Deco na televisão. Não dá pra falar dele. Quando o Deco jogava, a gente tinha de bater palma pra ele no fim do jogo”. Em abril deste ano, na SporTV, Roger afirmou que os jogadores do Fluminense “não treinavam muito e, por isso, erram muito passes”. Deco, que ainda não tinha pendurado as chuteiras, rebateu: “Como se ele treinasse muito”. Roger também disse, na TV, que o volante Edinho, do Fluminense, “precisaria de um [revólver calibre] 38 para matar uma bola”. A afirmação pegou tão mal que foi um jogador de outro time, Renato Abreu, que na época jogava pelo Flamengo, quem defendeu o colega criticado:

- Não costumo ver jogos pela TV, então ainda não vi o Roger comentando. Mas uma das maiores decepções que temos é quando ouvimos alguém que já jogou bola falando esse tipo de coisa [piada com o revólver calibre 38]. Uma coisa é o cara que nunca jogou bola, mas quem já esteve dentro das quatro linhas sabe como é difícil a nossa situação. Existem críticas construtivas, que temos que ouvir mesmo. Mas críticas direcionadas, como essa, incomodam. Assim como o domínio pode até não ser o forte de determinado jogador, o Roger também tinha suas deficiências. Ficamos surpresos quando acontece algo desse tipo com um cara que já jogou.

Roger no Timão: 'chinelinho'
Antes, em fevereiro, Roger já havia causado polêmica ao dizer que em estádio vazio fica mais fácil para jogador "dar migué": “O jogador tem posição em campo, mas naturalmente ele busca o espaço que sente mais à vontade. Mas com o técnico falando ali perto em um estádio sem a torcida, não dá para dizer que não ouviu” (leia aqui). Ou seja, presume-se que ele entendia muito bem e usava o "truque" quando jogava... E o curioso é que, em sua passagem pelo Corinthians, entre 2005 e 2008, Roger ganhou o apelido de "Chinelinho", pois vivia no Departamento Médico. Recentemente, a torcida do Corinthians até o comparou a Alexandre Pato, por um pênalti perdido nas cobranças contra o Figueirense, em 2005, que ajudou a desclassificar o Timão da Copa do Brasil. Sobre o apelido, Roger afirmou à Fox Sports (veja o vídeo aqui) que foi "um bobo" que inventou:

- Isso é uma das coisas que me fizeram estudar jornalismo. Acho que tem muito brincalhão falando de futebol, muita gente pouco preparada, que não sabe como as coisas acontecem dentro do time profissional. Foi um bobo que lançou isso aí, quando eu tava no Corinthians, quando eu quebrei a minha perna. E depois de quebrar a perna eu tive que acelerar pra poder voltar a jogar mais rápido, porque a gente ia disputar uma Libertadores. Eu tinha sido eleito o melhor jogador do campeonato em 2005 e aí, com essa aceleração, acontecem outros problemas. Se você não se recupera bem de uma lesão muito grave e volta antes do esperado, certamente você tem outros tipos de lesões, muitas vezes musculares. Isso aconteceu comigo e um bobo lançou esse apelido aí, que ele colocou em mim. Mas se você for contar, em pouco mais de dois anos que eu estive no Corinthians, eu fiz mais de 100 jogos.

Sem querer dar razão ao Alex ou ao Roger, a picuinha me parece remeter a uma questão maior: a tal liberdade de imprensa, que para muitos significa liberdade de achincalhar e ofender à vontade. Tudo bem, futebol é um assunto que, para o povão, não pode ser sisudo ou muito técnico. Logo, os comentaristas (que, para mim, são palpiteiros remunerados), em sua maioria, usam linguagem coloquial, descontraída e "de beira de gramado". No caso dos que são ex-jogadores, muitas vezes até chula (Neto, da TV Bandeirantes, é um dos que costumam extrapolar). Do outro lado, a maior parte dos jogadores de futebol também costuma ser "dodói" e refratária a qualquer tipo de crítica. Para mim, tudo se resume em "falar com propriedade". Se fosse pra falar que fulano não consegue "matar" uma bola, eu buscaria uma seleção de imagens comprovando isso. Se fosse pra falar que tais e tais jogadores não treinam, só acompanhando todos os treinos ou com fonte em on de alguém do clube falando. Caso contrário, é tudo palpite ou insinuação. Que dá margem para que muitos, como o Alex, contestem. Enfim, "quem fala o que quer ouve o que não quer".

segunda-feira, outubro 28, 2013

Juiz, Aloísio e Clemer dão vitória ao São Paulo

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Se a nova passagem de Muricy Ramalho como técnico do São Paulo tivesse que ser resumida em apenas uma característica, esta seria a capacidade de superação. Neste ano, tanto com Ney Franco quanto com Milton Cruz e Paulo Autuori, o time se abatia assustadoramente toda vez que tomava um gol. Se saía atrás no placar, fatalmente perdia o jogo. Agora, a postura é outra: o time luta, não desiste, não abaixa a cabeça. Nas últimas duas partidas, tomou muitos gols (5), mas conseguiu fazer mais (7). Ontem, em Caxias do Sul, o espírito "brigador" da nova "era Muricy" deu as caras novamente na vitória por 3 a 2 sobre o Internacional.

Mas deu as caras, também, o tal "apito amigo". Aloísio estava impedido no primeiro gol do São Paulo, mas nem o bandeirinha Luiz Antonio Muniz de Oliveira nem o árbitro Péricles Bassols se dignaram a invalidar o lance. E aos 32 minutos do segundo tempo Jorge Henrique sofreu pênalti mas o juiz marcou a falta fora da área, impediindo o que poderia ter sido o terceiro gol do Inter. Porém, os dois pênaltis a favor do São Paulo, ambos sobre Ademilson, foram marcados corretamente. E Aloísio, autor de todos os gols do Tricolor, converteu ambas as cobranças com maestria e mostrou por que deve preterir Rogério Ceni nisso.

Essa é outra característica da nova gestão de Muricy: Ademilson, Aloísio, Ganso, Reinaldo e mesmo Douglas têm se arriscado mais a invadir a área adversária driblando, o que favorece finalizações perigosas ou intervenções faltosas dos adversários. No mais, além do juiz e de Aloísio terem sido decisivos para mais uma importantee vitória sãopaulina, o técnico Clemer, do Inter, também colaborou - ao tirar do jogo o meia Alex na segunda etapa, justamente quando ele começou a aparecer com perigo no ataque, mandando uma bomba na trave e logo em seguida obrigando Rogério Ceni a fazer mais uma defesa complicada.

O São Paulo chegou a 43 pontos. Faltam mais 4 ou 5 para comemorar o milagre de escapar de um rebaixamnto que nunca na história esteve tão perto. Muricy vai merecer, com toda justiça, uma estátua no Morumbi. Vamo, São Paulo!


domingo, outubro 27, 2013

Pará, o gol contra mais rápido da História?

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Na noite do domingo (26), o Coritiba superou o Grêmio por 4 a 0 no Couto Pereira, resultado que afastou a equipe paranaense da zona da degola. Mas o que chamou mais atenção na partida foi o gol contra de Pará, um belo sem pulo que foi para as redes de Dida. Detalhe: em apenas  15 segundos de jogo. Veja abaixo:



Daí veio a dúvida, seria esse o gol contra mais rápido da História? De acordo com o Zero Hora, é o mais rápido em campeonatos brasileiros. Quanto ao registro mundial, não encontrei nenhuma fonte muito confiável, mas a RedeTV diz que o tento teria sido marcado aos 36 segundos, em um jogo na Polônia. Ou seja, Pará estaria ganhando...



Em Copas do Mundo, Gamarra marcou um tento contra aos 3 minutos na peleja Paraguai e Inglaterra, o mais veloz dos Mundiais. Muito distante do ala gremista...

Esperamos ainda a confirmação oficial da exata dimensão desse feito histórico. Ainda assim, pessoalmente acho esse gol do zagueiro Cléberson, do CSA, mais plástico que o do gremista. E olha que saiu em 20 segundos de jogo, no campeonato alagoano de 2012, belo feito também.



sábado, outubro 26, 2013

Palmeiras, matematicamente, de volta à Série A

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Com uma camisa amarela que lembra a da seleção brasileira de 1974 ou de 1978, o Palmeiras garantiu, matematicamente, o cabalístico número de 69 pontos ganhos na Série B do Campeonato Brasileiro. Matematicamente o time garantiu que fica entre os quatro primeiros da competição, ascendendo de volta à Série A, de onde nunca deveria ter saído.

Matematicamente, porém, é a segunda vez que todo palmeirense pensa, sente e fala essa frase: "volta à Série A de onde nunca deveria ter saído". Mas saiu em 2003 e em 2013. Que nunca mais se repita.

À esquerda, a camisa nova, em clima de "Pátria Amada, Palmeiras". À direita, uma réplica do uniforme do escrete canarinho de 1974. Não quis comparar a 10 de Rivellino com a de Valdívia, porque não compensa nem a piada.

Foram 343 dias matematicamente rebaixado, desde o empate de 1 a 1 com o Flamengo em 18 de novembro de 2012, até este 0 a 0 com o São Caetano, neste sábado, 26 de outubro de 2013. Realmente, precisa jogar os seis certames que constam na tabela. Moralmente, precisa assegurar o título da competição -- aliás, essa é a única forma moralmente tolerável de subir de volta.

Só que a Série B não acabou.

Para 2014, ano da Copa do Mundo, o Palmeiras vai precisar de muito mais do que uma camisa amarela para lembrar uma seleção. Vai ter de trocar muitos dos integrantes do elenco, perder a característica de time de Série B e melhorar o nível do elenco. Ainda que o campeonato principal esteja em um nível sensacional, há significativamente mais sustância nos times da parte de cima da tabela da Série A do que a demonstrada pelo Palmeiras em 2013.

Mas esses já são temas para outros dias. Por ora, comemore-se, comemore-se.

Em tempo: Lembro-me de ouvir Roque Citadini, corintiano, comparar a comemoração da volta com a do regresso de um primo da prisão. Fez isso em 2003, contra o irmão palmeirense e em 2008, ante si próprio.

Não é nada disso. É menos do que a Copa do Brasil de 2012. Nem título é. Mas tem que festejar.

sexta-feira, outubro 25, 2013

Salvem as pedras!

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Nenhum beagle sofre a tortura da água mole que bate até que fura!


quinta-feira, outubro 24, 2013

Ciência do óbvio: dinheiro e poder estragam as pessoas

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Um vídeo com mais de 1 milhão de acessos - somente em inglês, sem legendas/ clique aqui -, intitulado "Money on the Mind" ("Dinheiro na mente"), lista algumas conclusões de uma série de estudos feitos por psicólogos da Universidade da Califórnia sobre como as pessoas de diferentes classes sociais se comportam em situações em que se deve tomar uma decisão ética ou moral. O resultado comum é que, quanto mais dinheiro ou poder as pessoas têm, maiores são as chances de:

- Não parar para pedestres passarem;
- Comer comida que deveria ser de crianças;
- Trapacear em jogos de tabuleiro;
- Achar que têm direito a coisas que na verdade são privilégios;
- Não ajudar outras pessoas.

Ou seja, segundo o estudo, "os indivíduos da classe alta se comportam de forma mais antiética do que os indivíduos da classe baixa". E mais: o comportamento de pessoas que não são ricas ou poderosas muda em experimentos em que elas são colocadas numa posição de maior status. "Fica bastante claro por que não é desejável uma sociedade com grandes disparidades sociais. O dinheiro fode com a cabeça das pessoas", resumiu o camarada Lineu Holanda, que desencavou o estudo.

Dá o que pensar quando lembramos, por exemplo, do (malfadado) movimento "Cansei" (foto acima), de 2007, espécie de "protesto" da elite "pela ética", a "moral" e os "bons costumes" - postura reeditada recentemente por atrizes globais que fizeram fotos como se estivessem "de luto". O estudo nos remete também à campanha "moralizante" que nossa imprensa despeja diariamente - e maciçamente - sobre o povo, "contra a corrupção". Contradição? Pensando bem, é até óbvio...

Uma noite, dois goleiros (veteranos)

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"Um dia da caça, outro do caçador." Eis que, num prazo exato de dez dias, Rogério Ceni foi do inferno (ao perder um pênalti e desperdiçar a vitória no último minuto do clássico contra o Corinthians) ao céu (fazendo pelo menos seis milagres e outras duas defesas difíceis na partida contra o Universidad Católica, no Chile, que garantiu o São Paulo na próxima fase da Copa Sul-Americana). Muitos críticos e torcedores estão considerando a atuação de ontem como uma das melhores de toda a carreira do goleiro, comparável à da decisão do Mundial de 2005 contra o Liverpool.  Pelo o que ouvi do veterano e consagrado comentarista Claudio Carsughi, na Rádio Jovem Pan, o São Paulo teria levado uma goleada histórica do Universidad Católica não fosse o "muro" Rogério Ceni, como ele o classificou. Mesmo com tantas defesas fantásticas, o time de Muricy Ramalho tomou três gols e só venceu porque o atacante Aloísio também estava em noite inspirada - fez dois gols e deu passe para mais um, de Ademilson (Welliton fechou a conta em 4 x 3). Aos 40 anos, Ceni quer encerrar a carreira em dezembro, ao fim desta temporada.


Curiosamente, na mesma noite, outro goleiro veterano também viveu momento histórico. Mesmo que as cobranças de pênaltis dos corintianos Danilo, Edenílson e Pato tenham sido absurdamente péssimas (bem piores, por exemplo, que as quatro últimas perdidas por Rogério Ceni este ano), Dida, 39 anos, pegou as três e classificou o Grêmio para a próxima fase da Copa do Brasil. Foi simbólico, por dois motivos: 1) Dida, no fim dos anos 1990, destacava-se justamente como insuperável "catador" de pênaltis (e, ao contrário de ontem, defendia chutes muito difíceis); 2) O goleiro já havia praticamente encerrado a carreira e disputava partidas de futebol de areia quando, em maio de 2012, "ressuscitou" na Portuguesa, onde teve ótima passagem, a ponto de despertar o interesse do Grêmio (algo parecido com o que ocorreu com o atacante Edmundo, resgatado do Nova Iguaçu pelo Figueirense, em 2005, o que possibilitou sua volta ao Palmeiras e ao Vasco). A vitória na sequência de pênaltis contra o Corinthians pode não ter sido pela competência de Dida. Mas ele merece esse tipo de consagração, antes de se despedir dos gramados.


Outra coincidência é que Rogério Ceni e Dida são dois dos maiores goleiros de sua geração - ao lado do ex-palmeirense Marcos, que os deixou no banco de reservas na Copa (e no título) de 2002. Dida profissionalizou-se no Vitória em 1992, aos 18 anos, quando já faturou o campeonato baiano (e no ano seguinte despontaria no cenário nacional ao sagrar-se vice-campeão brasileiro). Ceni, por sua vez, profissionalizou-se em 1993, ano em que conquistou a Libertadores, a Supercopa e o Mundial como reserva, e destacou-se como titular do "Expressinho" (time B) do São Paulo campeão da Conmebol, no ano seguinte. Hoje, ambos estão próximos da aposentadoria. Mas, debaixo das traves, ainda são capazes de fazer atuações memoráveis - outro dia Dida, por exemplo, fechou o gol na vitória por 1 x 0 do Grêmio contra o São Paulo, no Morumbi. Mais interessante ainda é que eles têm estilos completamente diversos, assim como diferiam do já aposentado Marcos. Prova de que o Brasil sempre foi capaz de produzir goleiros de primeira linha, na esteira do recém-falecido Gilmar dos Santos Neves. Parabéns, Ceni! Parabéns, Dida!

Cada um é para o que nasceu. Pato não é Loco Abreu

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Alexandre Pato cobra o último pênalti da disputa entre Corinthians e Grêmio, nas quartas de final da Copa do Brasil de 2013.



Sebastián Loco Abreu cobra o último pênalti na disputa entre Uruguai e Gana pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2010.



Interpretação curiosa da penalidade cobrada por Alexandre Pato.


quarta-feira, outubro 23, 2013

Leituras de cabeceira Futepoca (2)

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Voltando a visitar alguns sebos e livrarias, me peguei matutando sobre aquela frase do Adoniran Barbosa: "se quiser tirar de mim arguma coisa de bão, que me tire o trabaio, a muié não!" O pedido, declamado no início da gravação de "Conselho de mulher", é um daqueles dilemas recorrentes nas preocupações do manguaças trabalhadores (leia-se: empregados assalariados) na mesa do bar. Como parar de trabalhar? Qual o segredo para a aposentadoria, a liberdade e o ócio tão desejados? Vai daí, encontrei algumas "soluções"...

Profissionalize sua casa (com planilha para mesadas): 






Funde uma igreja e passe a sacola. Afinal, você não tem...



A melhor dica: crie um partido conservador/neoliberal



Fazer coração com as mãos é para os fracos

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Fred, Neymar e Alexandre Pato: coração na mão é fácil, quero ver suar um no peito!
Edson Arantes do Nascimento, um dos brasileiros mais ilustres de todos os tempos, completa hoje 73 anos. "O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo", afirmou, certa vez, o genial húngaro (e já falecido) Ferenc Puskas. "Posso ser um novo Di Stéfano, mas não posso ser um novo Pelé. Ele é o único que ultrapassa os limites da lógica", concordou o holandês Johann Cruyff. De fato, todas as vezes que aparece um novo candidato a "rei" do futebol, como os argentinos Diego Maradona e Lionel Messi, as discussões e comparações acabam confirmando a superioridade de Pelé. O homem nasceu para ser especial. Um exemplo: de uns tempos pra cá, virou moda entre os jogadores comemorar gol fazendo um coração com as duas mãos (fotos acima). Pois Edson Arantes do Nascimento foi além. SUOU um coração:

Não, não é Photoshop! Foto de Luiz Paulo Machado (para a revista Placar) ficou famosa

Outras frases sobre o aniversariante do dia:

"Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola." - Armando Nogueira

"Eu pensei: '-Ele é feito de carne e osso, como eu.' Me enganei." - Tarciso Burnigch, zagueiro italiano que marcou Pelé na final da Copa de 1970

"Em Roma, o melhor jogador do mundo, Pelé, e um fã." - legenda de uma foto publicada pelo jornal inglês The Observer em 1966, mostrando o encontro do jogador brasileiro com o Papa Paulo VI

"Muito prazer, sou o presidente dos Estados Unidos. Você não precisa se apresentar." - Ronald Reagan, ao receber Pelé na Casa Branca


Leia também:










segunda-feira, outubro 21, 2013

Aos trancos e barrancos, rumo ao alívio final...

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No dia 10 de setembro de 2006, o Corinthians teve dois jogadores expulsos (César e Eduardo) logo nos primeiros 25 minutos de partida contra o São Paulo, no Morumbi. Mesmo assim, segurou o adversário por mais de uma hora de jogo e garantiu o empate sem gols - um feito heroico que ajudou a equipe alvinegra a se afastar da zona de rebaixamento. O São Paulo, do técnico Muricy Ramalho, terminou aquele clássico com inegável sabor de derrota, mas conquistaria o Brasileirão daquele ano. Seis anos depois, o Tricolor passa por situação inversa: vencendo por 1 a 0 em Salvador, perdeu os volantes Denílson (no primeiro tempo) e Maicon (no segundo), expulsos, e segurou a pressão do Bahia até o último apito do juiz. Com isso, o time, comandado pelo mesmo Muricy de 2006, chegou aos 40 pontos, 7 a mais que o Vasco, primeiro na zona da degola, e agora só precisa de mais duas vitórias e dois empates para afastar, com segurança, o fantasma da Série B.

O principal, nesta suada vitória, foi que o time conseguiu trazer a torcida de volta a seu favor. A brava resistência com dois jogadores a menos fez com que os brados de "time de guerreiros" ecoasse no novo estádio da Fonte Nova. Isso é importante nessa reta final, principalmente depois daquela atuação horrorosa na Vila Belmiro, apenas 18 dias antes, quando o São Paulo, apático e entregue, foi goleado por 3 a 0 sem esboçar qualquer reação. Muricy Ramalho realmente deve ter "espinafrado" o elenco depois daquele vexame. E funcionou! O time não toma gols há quatro jogos, o que, além de ser algo inédito nessa (tenebrosa) temporada, trata-se de um verdadeiro milagre! A defesa se acertou com Antonio Carlos e Rodrigo Caio, na formação ideal, e Tolói e Edson Silva, no desespero, tendo Paulo Miranda constante e em boa fase. No meio, ora Wellington ora Denílson dão cobertura para Maicon e Ganso. Este último mostra, enfim, um pouco do que pode fazer.

E assim, aos trancos e barrancos, o São Paulo segue sua tortuosa caminhada em busca do alívio de permanecer na Série A. Contra o Internacional, fora de casa, o time precisa pelo menos pontuar. Um empatezinho já seria bem vindo. Teremos, em casa, quatro chances para conquistar as duas desejadas vitórias: contra Portuguesa, Flamengo, Botafogo ou Coritiba. Fora, além do Inter, o time enfrentará Atlético-PR, Fluminense e Criciúma. Vamo, São Paulo!


sexta-feira, outubro 18, 2013

Futebol, poesia, cachaça e dois brasileiros geniais

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O menino Mané
O garoto Vininha
Manoel dos Santos, que teria nascido em 18 de outubro de 1933 (mas registrado em 28 de outubro), descendia de negros e índios fulniôs do sertão de Alagoas. Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes, nascido em 19 de outubro de 1913, tinha antepassados suecos e alemães, além de um avô baiano - e se intitulou, no "Samba da bênção", "o branco mais preto do Brasil". Mané, como era conhecido, revolucionou, com suas pernas tortas, o mais brasileiro dos esportes, o futebol. Vininha, como o chamavam os mais íntimos, foi um dos nossos maiores poetas populares e um dos responsáveis por modernizar o mais brasileiro dos ritmos musicais, o samba.

Vinicius, em 1958
Garrincha, na Suécia
Em 1958, Mané Garrincha e Vinicius de Moraes contribuíram para colocar o Brasil definitivamente no mapa. Como ponta da seleção canarinho na Copa da Suécia, Mané embasbacou o mundo ao entortar russos, galeses, franceses e quem mais aparecesse pela frente. Pela primeira vez, um time mostrou que era possível vencer no drible, na ginga, na arte. No samba. E, falando nisso, foi naquele mesmo ano que a poesia de Vinicius uniu-se à música de Tom Jobim em uma das canções mais importantes de todos os tempos, "Chega de saudade", que, em gravação de João Gilberto, inaugurou um novo jeito de compor, letrar, harmonizar, tocar e cantar nosso velho samba. Era a Bossa Nova, que influenciaria músicos e a música popular de todo o planeta.


Foi assim que esses dois brasileiros, produtos da nossa melhor mistura de três raças, colocaram o Brasil em um outro patamar, no esporte, na música e, em ambos os casos, na arte. Curiosamente, os dois também eram adeptos de outro de nossos mais célebres produtos nacionais, a cachaça (embora Vinicius preferisse o correspondente escocês/irlandês, o uísque). Infelizmente, foi o excesso de bebida que matou Mané de cirrose hepática e contribuiu para a isquemia cerebral e seus problemas decorrentes que acabaram por levar Vinicius. Outra curiosidade: o poeta torcia para o Botafogo do Rio, que tem Garrincha como maior ídolo.


Para celebrar os 80 anos de nascimento de um e o centenário de outro, segue o poema que Vinicius de Moraes fez para Mané, batizado com o apelido que imortalizou aquele que também era chamado "alegria do povo" (afinal, como diria o já citado "Samba da bênção", "é melhor ser alegre que ser triste"):

O ANJO DAS PERNAS TORTAS

A um passe de Didi, Garrincha avança 
Colado o couro aos pés, o olhar atento 
Dribla um, dribla dois, depois descansa 
Como a medir o lance do momento. 

Vem-lhe o pressentimento; ele se lança 
Mais rápido que o próprio pensamento 
Dribla mais um, mais dois; a bola trança 
Feliz, entre seus pés - um pé-de-vento! 

Num só transporte a multidão contrita 
Em ato de morte se levanta e grita 
Seu uníssono canto de esperança. 

Garrincha, o anjo, escuta e atende: - Goooool! 
É pura imagem: um G que chuta um o 
Dentro da meta, um L. É pura dança!

Saravá, Mané! Saravá, Vininha! Nós, os brasileiros de três raças, que sambamos e jogamos bola como vocês ensinaram, levantamos um brinde eterno!

Ela é... gaúcha!

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Dilma é disputada para fotos em visita ao Rio Grande
do Sul (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Pérolas da entrevista da presidenta Dilma a jornalistas na cidade de Novo Hamburgo, RS, no dia 11 de outubro.

Umbigo do mundo


Presidenta: (...) prenderam uma ativista do Greenpeace, que é brasileira, lá na Rússia...

Jornalista: Gaúcha.

Presidenta: ...eu tenho de interceder.  Ao mesmo... Eu, óbvio, que estou intercedendo, ela é...

Jornalista: Gaúcha.

Presidenta: ...cidadã brasileira.

Jornalista: Gaúcha.

Jornalista: A senhora manifestou, de... prontamente isso?

Presidenta: Olha, nós manifestamos para eles e aguardamos uma resposta.

Jornalista: Foi isso...

Presidenta: Óbvio que sim. Ela é uma cidadã brasileira e é minha obrigação.

Jornalista: Gaúcha.

Presidenta: Podia ser dos 27 da Federação.


Ex


Presidenta: O Hospital Universitário, que aqui está o prefeito, o prefeito que acabou de intervir na nossa entrevista, o prefeito Jairo Jorge, aqui, de Canoas.

Jornalista: É mania dele, como eu, de jornalista. presidente...

Presidenta: Ele é ex-jornalista.

Jornalista: Ele é jornalista.

Presidenta: Seu colega.

Jornalista: Jornalista nunca é ex, não é? Também tem isso.

Presidenta: Não, tem isso. Tem várias coisas que nunca é ex.

Jornalista: Eu tinha uma pergunta da economia, mas deixa eu lhe perguntar o seguinte...

Presidenta: Ex-mulher...

Jornalista: Ex-mulher é para sempre, ex-mulher é para sempre também, é verdade, ex-marido é para sempre.

Presidenta: Não tem sabe o quê? Ex-mãe.

Jornalista: Ex-avó.

Presidenta: Ex-avó não tem.


Divã


Jornalista: E a eleição, presidente?

Presidenta: A minha principal estratégia, nos meus 4 anos, é cuidar do governo. Eu tenho não só obrigação moral, eu tenho obrigação política, obrigação ética e obrigação com meu povo.

Jornalista: A senhora pensa na próxima eleição?

Presidenta: [Blá blá blá]

Jornalista: Mas a conversa com o Lula, ontem, foi sobre a próxima eleição.

Presidenta: [Blá blá blá]

Jornalista: Inclusive Eduardo e Marina?

Presidenta: Tudo... Não, nós conversamos, eu e o presidente Lula... Você está com fixação, meu querido. Esse rapaz está precisando de um divã político. (...) Não é psicanalítico, é político.

quinta-feira, outubro 17, 2013

Leituras de cabeceira Futepoca (1)

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Percorrendo sebos do Centrão e matutando sobre minha orientação filosófica de que "o propósito da vida é arrumar encrenca" (e, por extensão, de que "nada faz sentido e tudo está fora de controle"), selecionei quatro títulos que podem interessar aos futepoquenses, simpatizantes, manguaças, maloqueiros e malucos em geral:

Para os que querem entender a origem da encrenca:



Para os que já estão (bem pra lá de) encrencados:



Para os que ainda acham possível sair da encrenca:



Para aqueles que pretendem transcender a encrenca:



Missão: mais 3 vitórias e 2 empates em 9 jogos

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O São Paulo fez o dever de casa e ontem, no Morumbi, empurrou o bêbado na ladeir..., digo, bateu o lanterna e praticamente rebaixado Náutico por 3 a 0. Melhor do que isso: Corinthians, Bahia, Fluminense, Coritiba e Criciúma perderam e agora todos estão atrás do Tricolor - que, com 37 pontos (e duas vitórias a mais do que o alvinegro paulistano), chegou à 12ª colocação, 5 pontos acima do primeiro time entre os quatro que ocupam a zona do rebaixamento. O Vasco joga hoje e, se vencer, chegará só a 35 pontos. Considerando que o matemático Oswald de Souza estima um patamar mínimo bem maior, de 48 pontos, para que os times se considerem totalmente livres de cair para a Série B (o cálculo anterior era de 45), baseado no número expressivo de "concorrentes" à degola - atualmente, do 10º colocado pra baixo ninguém pode dizer que está salvo -, o São Paulo precisaria de mais 11 pontos, ou seja, pelo menos 3 vitórias e 2 empates nas últimas nove rodadas.

Só que nada é tão simples ou fácil como pode parecer. Na reta final, o time de Muricy Ramalho terá simplesmente cinco confrontos diretos na linha dos que hoje somam menos de 40 pontos: Bahia (fora), Portuguesa (em casa), Fluminense (fora), Criciúma (fora) e Coritiba (em casa). Os outros quatro jogos serão "pedreiras": Internacional (fora), Atlético-PR (fora), Flamengo (em casa) e Botafogo (em casa). Digo "pedreiras" porque dois deles querem garantir vaga na Libertadores - Atlético-PR e Botafogo - e os outros dois, a exemplo do São Paulo, ainda não atingiram a tal "zona de conforto" dos 48 pontos. Por isso, é fundamental que o Tricolor traga pelo menos 1 ponto de Salvador na próxima rodada, domingo. Depois de somar 7 pontos dos 9 disputados nas últimas rodadas (triunfos sobre Cruzeiro e Náutico e empate com o Corinthians), um empate com o Bahia já será, com trocadilho (in)voluntário, Vitória...


PINTURA DE GANSO - Tudo bem que vencer o combalido Náutico, e ainda mais jogando em casa, é mais do que obrigação não só para o São Paulo como para qualquer outro clube na competição deste ano. O time pernambucano praticamente jogou a toalha. Mas o melhor, na vitória de ontem, foi a consolidação de um padrão de jogo com defesa consistente (não tomou um gol sequer nos últimos três jogos), posse de bola no meio campo e liberação dos laterais para o ataque. E melhor ainda foi outra grande atuação de Paulo Henrique Ganso, que, com a confiança de Muricy Ramalho, vai enfileirando uma sequência de partidas primorosas. No lance do primeiro gol, de Ademilson, Ganso deu um passe de letra para Aloísio. E, aos 20 do segundo tempo, pegou a bola pela esquerda e foi costurando em diagonal até entrar na área do Náutico e marcar uma pintura de gol. Aplausos. Vamo, São Paulo!

América do Sul tem quatro cabeças de chave. Itália está fora e pode formar "grupo da morte"

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Bélgica, cabeça da chave e candidata a surpresa em 2014
Com a divulgação dos primeiros colocados do ranking da Fifa hoje, a Copa de 2014 já tem sete dos seus oito cabeças de chave definidos. A última pendência é saber se o Uruguai vai se classificar ou não na repescagem contra a Nova Zelândia; caso consiga, também comandará um grupo no sorteio das chaves do Mundial, que será realizado no dia 6 de dezembro.

A mudança de critérios para a definição dos cabeças de chave, adotando-se o ranking e não fatores tradição e desempenho nas últimas Copas, fará com que, pela primeira vez, a América do Sul tenha quatro países nessa condição: Brasil, país-sede, Argentina, Colômbia e, se obtiver a classificação, Uruguai. Os outros serão Espanha, Alemanha, Bélgica, 5ª no ranking, e Suíça, 7ª.

Assim, Itália e Inglaterra, além de Holanda (que só será cabeça-de-chave se o Uruguai não se classificar), poderão formar mais de um dos chamados "grupos da morte". Se a França confirmar sua vinda ao Brasil em 2014, pelo menos dois campeões mundiais cairão na mesma chave, mas, conforme o humor das bolinhas do sorteio, podem ser mais. Pelos critérios do sorteio, nenhum grupo pode contar com mais de um representante do mesmo continente, exceto a Europa, que terá no máximo duas seleções.

Na prática, o ranking já tinha sido utilizado como um dos critérios na Copa de 2010, mas não de forma absoluta, o que fez com que a Espanha fosse cabeça de chave a a França, então vice-campeã do mundo, não.

Sem luz, Santos fica no 0 a 0 com o Internacional na Vila Belmiro

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Everton Costa, que teve a bola do jogo (Ricardo Saibun/Santos FC)
Everton Costa, que teve a bola do jogo (Ricardo Saibun/Santos FC)
Indo ao Pacaembu no sábado para ver o Santos bater a Ponte Preta, foi possível perceber in loco algo que já era perceptível na TV. Thiago Ribeiro e Everton Costa, atacantes que jogam pelas pontas, têm mais responsabilidade em defender do que atacar. Contra o Internacional foi a mesma coisa. Ambos têm que acompanhar as descidas dos laterais e ficam mais na intermediária do que no campo ofensivo.

Não é à toa que, com esse tipo de carga nas costas, a produção de Thiago Ribeiro baixou. Assim como não é coincidência que Claudinei Oliveira tenha elogiado Everton Costa, que perdeu a bola da partida contra o Colorado ao vacilar após receber passe de Montillo. Para o treinador, o ex-reserva do Coritiba e hoje titular do Peixe é “muito bom taticamente”. Leia-se, volta bastante pra marcar o lateral alheio.

Lembro que, quando Lucas foi para o Paris Saint-German, muitos comentaristas daqui elogiaram sua “evolução tática” por fazer o que fazem os atacantes do Santos. Os mesmos que elogiaram a disposição do meia-atacante sumiram quando seu futebol, que o levou para a França, marcado pela ofensividade, técnica, habilidade, desapareceu. Ninguém cogitou o fato de o desempenho dele ter caído em função de não contar com a mesma liberdade que desfrutava aqui.

Claro que, hoje, atacantes têm que marcar, mas precisam marcar até a entrada da sua própria área? Porque é isso que muitos técnicos, como Claudinei, obrigam seus atacantes a fazer. Uma jogada surreal do segundo tempo contra o Inter foi Neílton, substituto de Thiago Ribeiro, recuperar uma bola na intermediária e lançar Montillo no meio da zaga do Inter. Difícil perceber que alguma coisa estava muito errada? Mesmo precisando vencer, o comandante santista fez somente uma substituição.

Satisfeito com o empate? Tudo bem, o Peixe manteve o tabu de nunca ter perdido do Internacional na Vila, mas... E daí? Depois do apagão de 16 minutos aos 20 do período final, o Santos perdeu ao menos três oportunidades, chegou a fazer alguma pressão no rival também por conta da postura igualmente covarde do adversário, que também possui um interino no banco. Mas nem assim o comandante alvinegro mexeu no time para aproveitar o momento.

Não é cornetagem, é constatação. O Santos hoje joga pra não perder. Isso em todas as partidas. Com a volta de Montillo, aposta-se mais em uma bola parada ou em algum lance inspirado do meia, que agora tem jogado quase como nove. Só isso. Pior é imaginar que a postura deve ser a mesma até na próxima partida, contra o lanterna Náutico.

quarta-feira, outubro 16, 2013

EUA afundam Panamá nos acréscimos e salvam México. 21 seleções classificadas para o Mundial de 2014

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Muitas vezes jogos de eliminatórias ou as circunstâncias que os cercam podem ser mais dramáticas que um jogo de Mundial propriamente dito. Quem não viu pode não saber, e o desempenho na Copa da seleção de Felipão em 2002 deve ter apagado da memória de alguns que chegamos à última rodada com muitos (muitos mesmo) temendo a eliminação brasileira. E o algoz seria a poderosa Venezuela. Sim, já houve medo da seleção de Hugo Chávez. A seleção terminou em terceiro lugar, atrás de Argentina e Equador, e empatada em número de pontos com o Paraguai.

México vexatório à beira do caos
Não sei o que os mexicanos pensarão no futuro, mas certamente a lembrança das eliminatórias da Copa de 2014 deverão vir acompanhadas de uma série de palavrões. Na penúltima rodada do torneio, o México teve um confronto direto com o Panamá, equipe que nunca participou de um Mundial. E sofreu até os 40 do segundo tempo, quando Raúl Jiménez fez um golaço de bicicleta, fazendo 2 a 1 para os astecas.

Ontem, a missão mexicana era bater a já classificada Costa Rica fora de casa, para tentar ainda uma classificação direta ao Mundial. Era necessário também que Honduras perdesse para a eliminada Jamaica, o que não aconteceu: o jogo terminou 2 a 2. Pior ainda: o México foi derrotado pelos costar-iquenhos por 2 a 1. O periódico Estadio disse que o desempenho foi um reflexo da campanha na competição, “pouca ideia e muita ansiedade”, com a seleção “fazendo muito pouco com o passar dos minutos”.

Não há consolo para a tristeza dos panamenhos
A salvação veio com o incrível resultado da partida entre Estados Unidos, já classificado, e Jamaica. Não que os norte-americanos baterem os panamenhos seja exatamente uma surpresa, mas as circunstâncias em que ela se deu, sim. O 2 a 1 para o Panamá tirava os mexicanos da Copa e durante dez longos minutos os astecas estiveram eliminados. Mas os estadunidenses comandados por Jurgen Klinsmann foram atrás da virada, que aconteceu com dois gols. Um, aos 48; outro, aos 49 do segundo tempo.Em sua conta no Twitter, o ex-capitão da seleção do Tio Sam resumiu a rodada final da Concacaf: “"De nada Mexico". 
 
Os rivais do México chegaram a comemorar a peleja pífia, secando com a hashtag #PorUnMundialSinMéxico, tendência em vários países da América Central. Mas os barões da Copa e o setor de turismo no Brasil  torcem para que os mexicanos, que ganharam sobrevida e pegam a Nova Zelândia na repescagem, consigam achar o futebol perdido. Estima-se que pelo menos 50 mil visitantes do país venham a Copa, o que envolveria gastos em torno de US$ 215 milhões, quase R$ 500 milhões por aqui.

A repescagem entre os representantes da Concacaf e da Oceania acontecem nos dias 23 e 30 de novembro. Mais drama vem por aí.

21 seleções classificadas para a Copa no Brasil

Após a rodada de ontem, mais sete equipes garantiram a vinda ao Brasil, totalizando 21 seleções garantidas. Confira abaixo quem já tem vaga na Copa de 2014:

Brasil

Argentina

Chile

Colômbia

Equador

Costa Rica

Estados Unidos

Honduras

Alemanha

Bélgica

Bósnia

Espanha

Holanda

Inglaterra

Itália

Rússia

Suíça

Coreia do Sul

Irã

Japão

Austrália


Além do confronto entre México e Nova Zelândia, outro encontro na repescagem será entre Uruguai e Jordânia, em partidas que serão disputadas em 15 e 19 de novembro. Na Europa, Portugal, Grécia, Croácia e Ucrânia decidem a vaga em casa por conta de sua posição no ranking da Fifa, e esperam seus adversários entre França, Suécia, Islândia e Romênia. O sorteio que define os confrontos será na próxima segunda-feira (21) e as partidas serão nos dias 15 e 19 de novembro.

As partidas de volta das eliminatórias da África, com direito a cinco vagas, acontecem nos dias 16, 17 e 19 de novembro. Mas, com uma vitória no jogo de ida de 6 a 1 sobre o Egito, pode-se dizer que só uma catástrofe tira Gana da Copa no Brasil. Costa do Marfim venceu Senegal por 3 a 1 e Burkina Fasso bateu a Argélia por 3 a 2, em casa. A Tunísia empatou com Camarões em seus domínios por 0 a 0 e a Etiópia perdeu por 2 a 1 para a Nigéria.

terça-feira, outubro 15, 2013

O ódio que Rogério Ceni atraiu para si

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Ceni paga com juros e correção sua empáfia
Decidido a encerrar a carreira em dezembro (segundo reafirmou em abril), o goleiro Rogério Ceni jamais imaginou que esta seria a pior temporada enfrentada em 20 anos como profissional. Se pelo menos conseguiu chegar à semifinal do Paulistão e às oitavas-de-final da Libertadores no primeiro semestre, o São Paulo "desandou a maionese" completamente a partir de junho e, atualmente, vive talvez a pior fase de toda a sua história, ameaçado seriamente de rebaixamento no Brasileirão. No olho do furacão está exatamente Rogério Ceni, o capitão, o maior ídolo. Pagando todos os pecados de sua carreira, com uma sequência inédita de quatro pênaltis perdidos (inclusive o que daria uma crucial vitória sobre o rival Corinthians), criando caso com o ex-técnico Ney Franco, brigando inutilmente com juízes. Ceni pena, principalmente, por sua empáfia.

'Não tive como retribuir' em lugar de 'Errei'
Mesmo entre sãopaulinos, há quem o considere arrogante e prepotente. Entre torcedores de outros clubes, então, nem se fale! O ódio que o goleiro atrai é unânime. Porque, além de falar besteira sobre os adversários - "Eles não têm estádio, têm que gritar aqui, né? Se eles tivessem estádio gritariam em outro lugar." (sobre a torcida do Corinthians)/ "Garanto que nem 50% das entradas são faltosas, nem 50%. Agora, que ele é o melhor jogador do Brasil não se discute. Mas em 50%, é simulação." (sobre o então santista Neymar) -, Rogério Ceni tem um defeito renitente: dificuldade em admitir que erra. Reparem que, ao perder o pênalti contra o Corinthians, ele diz: "Não tive como retribuir aos meus companheiros tudo o que eles se entregaram em campo." Belo exercício de retórica. Mas cadê as palavras "ERREI", "FALHEI"?

Gol esquisito do Palmeiras: 'Fiz o que pude'
Em 2008, no famoso "jogo do gás", semifinal do Paulistão entre Palmeiras e São Paulo, no Parque Antarctica, Léo Lima arriscou um chute do meio da rua e Rogério Ceni tomou um gol esquisito, perfeitamente defensável. E, pra (não) variar, disse que não falhou: "Fiz o que pude, mas não deu. A bola balançou demais, eu caí para um lado e ela foi para o outro." Bom, existem muitas outras ocasiões em que o capitão sãopaulino não assumiu seus erros. E talvez a mais emblemática delas, em 1999, tenha sido o estopim da fama de arrogante e prepotente - não só entre corintianos, palmeirenses e santistas, mas entre a maioria dos torcedores de todo o país. Porque, naquela ocasião, o goleiro defendia a seleção brasileira. E, num amistoso disputado contra o Barcelona, na Espanha, falhou "clamorosamente" (como diriam os antigos locutores) nos dois gols que tiraram nossa vitória, praticamente garantida:

Careca, em 97, com Roberto Carlos e Rivaldo

Questionado sobre as falhas, Rogério Ceni reclamou, sem qualquer modéstia: "Nao aceito ser chamado de culpado pelo resultado. Se os dois erros não tivessem originado os gols, teria sido umas das melhores atuações de um goleiro na seleção brasileira." No primeiro gol, quando soltou a bola no pé do espanhol Luís Enrique, Ceni afirmou impassível que a culpa foi da chuva e do vento. No segundo, quando "bateu roupa", "justificou": "Se a bola tivesse caído nos pés de um brasileiro estaria tudo bem." A falta de humildade pegou mal. O treinador do Brasil, Vanderlei Luxemburgo, já estava dando uma chance ao sãopaulino depois de ele ficar afastado da seleção por quase dois anos, sem clima com o técnico anterior, Zagallo, que não gostou de sua postura no episódio das cabeças raspadas na Copa das Confederações de 1997.

Foi ali, naquelas "justificativas" dispensáveis após as falhas contra o Barcelona, que Rogério Ceni começou a atrair o ódio generalizado que sofre atualmente. Tanta gente secando e torcendo contra deve contribuir, de alguma forma, com a energia negativa que vem pressionando o goleiro e favorecendo seus erros nessa crise do São Paulo - o que prejudica, por extensão, o time e seus companheiros. Nem assim, no entanto, o jogador desce de seu pedestal (imaginário). Parece que o universo conspira para novas falhas, como se elas fossem oportunidades de Rogério Ceni se redimir e demostrar um pouco de humildade publicamente, antes de fechar a cortina de sua carreira. Mas não. Cada falha acaba puxando nova postura infeliz do goleiro e, talvez por isso mesmo, novas falhas. Como diria Muricy Ramalho, "a bola pune"...