Destaques

quinta-feira, outubro 16, 2008

Blogueiros com Marta - o debate político na internet

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Em vista da intensa movimentação que vem acontecendo na blogosfera em função da campanha eleitoral paulistana, o Futepoca resolveu se posicionar de forma clara diante do atual cenário. O site dá seu apoio a Marta Suplicy na disputa eleitoral em São Paulo e lança o site Blogueiros com Marta, agregando outros titulares de blogue que tenham postura semelhante.

Assumir uma posição em eleições é algo absolutamente corriqueiro entre veículos da imprensa de outros países, como os estadunidenses, por exemplo. Aqui no Brasil, o Estadão já declarou seu apoio em editorial à candidatura Collor, em 1989, e Serra, em 2002, para citar dois exemplos; enquanto a revista Carta Capital apoiou Lula em 2002. Informação pode e deve ser tratada de forma honesta e transparente e o leitor, quando sabe de que lado está o site ou jornal que lê, pode julgar e ponderar melhor a respeito daquilo que consome.

Como é um blogue coletivo, dentro do Futepoca há visões de mundo diferentes e inúmeras divergências. Mas, em relação às opções que se colocam no segundo turno na capital paulista, há consenso em apontar a candidatura da ex-prefeita como a melhor opção para a cidade. Outros blogueiros que também entendem a questão da mesma forma já aderiram à iniciativa. Caso você tenha um blogue e queira participar, entre em contato pelo blogueiroscommarta@gmail.com. Se quiser divergir e debater, fique à vontade, o espaço está aberto.

José Dumont: "O bar é o grande ato politizador"

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Acabo de bater um papo arretado com José Dumont, um dos melhores atores do Brasil em todos os tempos. Falamos sobre o filme "O Homem Que Virou Suco" (foto ao lado), clássico de 1980 do diretor João Batista de Andrade, para uma reportagem da revista cearense Singular. Só que, papo vai, papo vem, e é claro que a conversa desembocou em...futebol, política e cachaça. E aí, lógico, eu falei do nosso glorioso Futepoca. "Que bacana, um nome muito apropriado", elogiou o Zé. "O bar é o grande ato politizador. Porque, se eu não escuto opinião, como vou mostrar a minha?", questionou, na seqüência. Por isso, Zé Dumont topou uma entrevista rápida para nossos leitores. Vamos a ela, então:

FUTEPOCA - As ações sociais do governo Lula representam alguma esperança, mudam alguma coisa para o Nordeste?
ZÉ DUMONT - O Lula faz o que pode, dá assistência. Mas o problema não é o governante, é o conceito que se tem para o país. O Brasil tem um presidencialismo de fachada, quem manda é o Congresso e o Senado. E nesses lugares só se faz negócio. Não quero generalizar, deve ter uns 50 ou mais que fazem um bom trabalho, mas o resto, lá, só faz negócios. É preciso fazer reformas, política, fiscal, tributária, do código trabalhista. Mas não essas que estão aí, não desse jeito. Aqui no Brasil só as grandes corporações se dão bem, tudo favorece o monopólio. O Brasil só é bom para o atravessador. As favelas chegaram a uma situação de barbárie. O governo tenta, atua, mas os camaradas que fazem as leis amarram tudo. Nossas leis são anacrônicas. Temos uma porcaria de tributação, uma péssima qualidade social. É só especulação, eles artificializam a economia. E dá no que dá, como estamos vendo. Mas, no Brasil, não é o caso de culpar o governo. A sociedade é que é culpada, porque não quer pensar nisso.

FUTEPOCA - Como mudar esse círculo vicioso?
ZÉ DUMONT - O Brasil tem reservas, tem uma natureza esplêndida, tem condições de virar primeiro mundo. Somos mestiços, resultado de três raças cruzadas, essa é a nossa grande vantagem. Falta pensar, mudar os conceitos. Quando fomos apresentar o filme "Os Narradores de Javé" ao presidente Lula (que, aliás, é meu trabalho predileto), pude conversar bastante com a Dilma Rousseff, que na época era ministra de Minas e Energia. Daí eu perguntei pra ela: "-Por que não se investe em energia solar, em energia eólica? Se unirem a inteligência do caboclo com a tecnologia, resolvemos a seca e a fome no Nordeste". Ela disse que há um plano e coisa e tal. Mas é tão simples! Acho que não se investe porque vai contrariar muitos interesses. Só pode ser. Repito: o país existe em função dos grandes conglomerados.

FUTEPOCA - E o futebol? Você torce pra que time?
ZÉ DUMONT - Gosto muito de futebol, acompanho, mas, na verdade, não torço pra ninguém. Tenho simpatia por dois times: o Treze de Campina Grande, que era o time do meu pai, Severino, e, por incrível que pareça, o XV de Jaú (risos). Não me pergunte por que, mas, quando cheguei a São Paulo, no início dos anos 1970, o XV de Jaú tinha um time bom, enfrentava bem os da capital. Tinha um uniforme branco, bonito. E todo time do Nordeste que vem jogar aqui no Sul e Sudeste eu torço a favor (risos). Tem que ganhar! Acho que o futebol é necessário. Se não tiver isso, vai ter o que? Eu joguei muita pelada na minha vida. Hoje, com 58 anos, não jogo mais. Lá em João Pessoa, no bairro de Mandacaru, joguei pelo Vera Cruz, pelo Globo e pelo Atlético. E fui até registrado na Liga Amadora, pela Portuguesa de Cruz das Armas, só que joguei pouco lá. Eu era lateral-direito, depois passei pra ponta-direita. Nunca fui muito bom, mas tinha noção.

FUTEPOCA - Como você analisa a situação do futebol brasileiro?
ZÉ DUMONT - A principal vocação do Brasil é o esporte. Só que é tão manipulado, falta apoio, é uma decepção. Acho estranhíssimo ter uma emissora só com direito de transmissão de um campeonato. É um desperdício de dinheiro, prejudica os clubes. Eu estou fazendo novela para uma emissora, no momento, e prefiro não entrar nessa discussão, pra não dar o que falar. Se a questão é política, não me meto. Mas é grana que os clubes deixam de ganhar. Desperdício.

FUTEPOCA - E a seleção brasileira atual? O que acha?
ZÉ DUMONT - A seleção tá bem, tá em segundo lugar. A obrigação de dar Ibope é que é uma coisa chata. Tem que ganhar toda hora, pra dar Ibope. O Brasil vai se classificar, vai ganhar, temos Ronaldinho, Kaká, um monte de craques. Não dá mais pra achar que no mundo ninguém aprende nada, que a gente sempre vai ser o melhor. É complicado isso.

FUTEPOCA - Qual é um jogador que você admira?
ZÉ DUMONT - O Rogério Ceni. Além de craque, tem postura. Ele deu outra dimensão para o São Paulo, é o mesmo que o Zico foi para o Flamengo. E ainda chuta muito bem, como os atacantes de antigamente. Devia dar aula para os atacantes de hoje (risos). E gosto dele também como gente, pela sua postura. Mas eu vi muitos craques na vida, fui ver o Zico jogar, o Romário. O Pelé eu vi só uma vez, de cima de uma mangueira, atrás do estádio, contra o Botafogo da Paraíba. Foi aquele jogo pouco antes de ele marcar o milésimo gol. É um gênio, um Leonardo da Vinci. Ninguém prestou atenção no que ele disse lá no Maracanã, sobre as crianças, sobre a educação. Se tivessem ouvido, a situação não estava desse jeito.

FUTEPOCA - E um técnico?
ZÉ DUMONT - Gosto muito do Muricy, do Luxemburgo, do Felipão, do Mano Menezes. Eles falam e pronto, o cara tem que obedecer. Não gosto de técnico que fica de conversa mole.

FUTEPOCA - Bom, pra encerrar o papo, faltou falar de cachaça...
ZÉ DUMONT - É verdade. Nós sempre tivemos essa cultura boêmia. O Juscelino Kubitschek, nosso grande presidente, gostava da boêmia, de cantar. É muito legal beber uma coisinha, cantar, dançar. Nesse país era pra todo mundo amanhecer na beira da praia, tomando uma cervejinha. Hoje eu não bebo, por questão de saúde, mas sempre gostei de uma cervejinha de vez em quando. O que tem que ter é limite, é educação. Eu sou da seguinte opinião: libere e tribute. A pessoa pode usar o que quiser, mas tem que regulamentar. Se o camarada tá embriagado ou drogado e comete um crime, tem que ter agravante. Se ficar viciado, tem que saber que o Estado não vai gastar um tostão com ele, vai ter que se virar sozinho. Tem que fazer leis muito duras. A cultura boêmia é legal, não a violência. A pessoa podia sentar lá no bar, jogar papo fora, dar uma namoradinha, cantar, compartilhar suas experiências com os outros, conhecer os outros. Mas não: hoje o sujeito discute e briga, dança e briga, bebe e briga, depois pega qualquer um ou qualquer uma que vê na frente e sai, usa e descarta. É por isso que ninguém bebe vinho no bar. O vinho estimula a conversa, o pensamento, a convivência. Já a indústria de cerveja transformou tudo num propósito só: é cerveja, briga, futebol, briga, sexo, briga, discussão, briga. Acabou com a convivência. Esse valor da violência, na nossa sociedade, foi criado para vender armas. O bar é o grande ato politizador. Porque, se eu não escuto opinião, como vou mostrar a minha? O que é preciso é beber um pouquinho, brincar um pouquinho, dizer besteira um pouquinho. Sem exagero.

Santos comemora alta do dólar para lucrar mais com porcentagem na recente transação de Robinho

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Aproveitando a pelada entre Brasil e Colômbia, a diretoria do Santos mandou um adEvogado atrás de Robinho e conseguiu que ele assinasse um documento comprovando que já tinha vínculo com o time da Vila Belmiro nos tempos da categoria sub-13. Isso caracteriza, para a Fifa, que o Santos é o clube formador do atleta. Assim, na recente venda de Robinho do Real Madrid para o Manchester City, por 42 milhões de euros, o alvinegro praiano tem direito a 4,5%. A expectativa da diretoria santista é que esta soma entre nos cofres em novembro. Por isso, a alta do dólar também foi comemorada pelos diretores, pois os valores repassados aos times formadores geralmente estão atrelados à moeda estadunidense. Há crises que vêm para o bem...

Brasil e Colômbia: terceiro zero a zero em casa

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Argentina, Bolívia e Colômbia. Três jogos em casa, três empates em zero a zero. Foram pouquíssimas chances de gol criadas pela seleção brasileira e pode-se dizer que a representação do país de Alvaro Uribe e das Farc só não levou mais perigo para violar a meta de Julio Cesar, o invicto em eliminatórias, por falta de um finalizador competente.

Foto: Divulgação CBF
Kaka na partida Brasil e Colômbia
De pé é mais fácil jogar


Kaká se dedicou, mas pelo jeito não é tão difícil marcá-lo. Um defensor entra para dividir e outro espera a sobra (ou para dividir com o que sobra) do melhor do mundo de 2007. Faltou ter para quem tocar e usar trocas de bola em velocidade. E cair menos, portanto.

Robinho pareceu ter ido para o sacrifício, entrado em campo sem condições de jogo. Então, para que entra em campo?

Elano procurou jogo, como em outras partidas. Ajudou Kaká, deu qualidade para o passe e para as viradas de jogo no meio de campo, pedidas pelo treinador. Sua saída na segunda etapa foi explicara por Dunga pela leitura de que o Brasil perdia no meio por falta de força, para dividir e ganhar no padrão trator.

Se não dá para discordar que o time perdia o meio de campo, Mancini mostrou que não era a resposta. Deixar a bola ser trabalhada por Gilberto Silva e Josué é uma temeridade. Lúcio e Juan fazem esse papel melhor.

E aí está o ponto: em vez de força, o time carecia velocidade, como pediram o capitão Lúcio e Kaká no fim do primeiro tempo. Não teve velocidade em contrataque, nem na retomada de jogo, nem em jogadas de ultrapassagem pelas laterais, nem em tabelas pelo meio.

Pela falta de descidas de Kléber e Maicon, deu a impressão de que a instrução foi diferente da última partida contra a Venezuela. Senão, o treinador teria que ficar se esgoelando para exigir de seus laterais idas à linha de fundo.

Aliás, entendi por que o lateral-esquerdo santista continua a ser titular de Dunga. O time precisa de alguém, nos flancos do gramado, que receba os passes-bisteca-mal-passada distribuídos pela dupla de volantes. E olha que Kleber nem foi tão mal na partida, comparativamente falando, é claro.

A contusão de Juan impediu que houvesse esperanças de o treinador tirar um volante para pôr outro meia, ou atacante.

Poderia ser pior. O Brasil continua em segundo lugar, graças à limitação prática do futebol argentino e das outras seleções. A derrota dos hermanos para os enlouquecidos e ofensivos chilenos mostrou que a goleada brazuca não foi tão tosca assim.

Mas é bem tosca a síndrome que se abala sobre os atletas de camisa amarela quando jogam no Brasil. A postura do time até foi menos ridícula do que contra a Bolívia, por exemplo. Mas ficou longe de uma boa apresentação em casa.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Serra, Microsoft e um acordo genial

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Serra e Steve Ballmer, presidente da Microsoft. Acordo bom pra quem? (foto de Milton Michida)

O governador José Serra e a gigante com instintos monopolistas Microsoft fecharam um ótimo acordo ontem, um exemplo de sagacidade e inteligência do presidenciável tucano. A empresa estadunidense vai disponibilizar, por meio de um site do governo estadual, um serviço e-mail grátis semelhante ao seu Hotmail, com a expectativa de abrir 5,5 milhões de contas para alunos e professores da rede estadual de ensino. Assim, poderão ser feitas contas de e-mail do tipo "numseiquelá@professor.sp.gov.br" e outros, sendo que a caixa de mensagens terá os mesmos 5 Gbytes para armazenamento do Hotmail.

O governo paulista diz que, caso a Microsoft não fosse tão caridosa, gastaria R$ 5 milhões para oferecer tal serviço. Como lembra Sérgio Amadeu , portais como o Hotmail vive de visitantes únicos e acessos, além de anúncios e links patrocinados. Nesse caso, não é a empresa que faz uma doação, mas sim Serra que está “doando” mais de cinco milhões de visitantes para o portal, além de milhões de acessos por mês. Quanto isso representará em ganhos para a Microsoft?

Mas, se era o caso de contratar empresas para fazer tal serviço, será que o Google, que oferece o Gmail com 7 Gbytes de armazenamento, ou o Yahoo, que tem caixa de mensagens com capacidade ilimitada, foram consultados ou instados a fazer tal “doação”?

Mas não se pode falar de Serra sem citar também o prefeito Gilberto Kassab. A administração municipal também firmou um protocolo com a Microsoft em outubro do ano passado, no qual a empresa cedeu licenças de software para os novos telecentros. Claro que, para fazer a atualização, a prefeitura no futuro terá de pagar, além de ser obrigada a gastar com o necessário incremento na configuração dos computadores.

Só pra lembrar, quando a prefeitura implantou o Plano de Inclusão Digital e fez os Telecentros à época da gestão Marta Suplicy, a opção pelo Software Livre foi feita não somente pela redução de custos, mas também pelo combate à tendência monopolista do mercado de softwares. Kassab e Serra deram um passo atrás e ajudaram a Microsoft a expandir seu domínio.

Futebol combate, mas também explora a pobreza

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Nesta quarta-feira, 15, véspera do Dia Mundial da Alimentação, A Liga Européia de Futebol Profissional lança a campanha Futebol Profissional contra a Fome. O lançamento acontece em Roma, na Itália, sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A medida é uma das iniciativas previstas para o dia que terá como temas os impactos das mudanças climáticas e da bioenergia para a produção de alimentos.

A data acontece em meio à crise financeira. Diversas autoridades, como o presidente do Banco Central sul-africano, Tito Mboweni, acreditam que a crise pode levar milhões de pessoas à pobreza em decorrência da desaceleração do crescimento econômico global.

Desde 2003, mais ou menos no mês de novembro, o brasileiro Ronaldo – outrora fenômeno e, até segundo aviso, gordo – e o francês Zidane comandam uma partida contra a pobreza. Em 2007, a equipe dos amigos de cada um disputa uma peleja no estádio La Rosaleda, em Málaga, Espanha. Apesar de ninguém querer saber, quem venceu foi a turma do francês. A arrecadação de ingressos é sempre revertida para o programa das Nações Unidas para o desenvolvimento.

Nem tudo é alegria
Apesar dos esforços para pôr o futebol a serviço do combate à pobreza, o esporte bretão também é foco de uma modalidade de exploração grave. Segundo estudo da ONG Culture Foot Solidaire jovens pobres da América do Sul e da África são vítimas de tráfico de seres humanos para a região da União Européia.

"Falsos agentes se oferecem para providenciar transporte e contratos na Europa a garotos que crêem que poderão ter bons resultados no futebol europeu e ser vendidos a algum clube por uma boa soma de dinheiro", explicou em 2007 o representante da ONG e ex-jogador da República de Camarões Jean-Claude Mbvoumin.

Foto:Divulgação Footsolidaire.org

Jean-Claude Mbvoumin, no lançamento da casa para o jovem boleiro
(numa tradução bem livre).


Segundo ele, depois de chegar à Europa e serem abandonados pelos "empresários", muitos não querem voltar, sem dinheiro ou um carrão. A organização cuida, desde 2000 na França, de jovens atletas africanos abandonados.


Traduzindo, este texto faz parte do Dia de Ação dos Blogues contra a pobreza.

terça-feira, outubro 14, 2008

"Não sou homossexual e está cheio de mulheres querendo casar comigo"

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A declaração que dá título a esse post foi proferida pelo prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) na sabatina do jornal Folha de S. Paulo. Ele fazia referência à campanha de Marta Suplicy, que questionava em uma peça de propaganda, já retirada do ar, se o alcaide "era casado e tinha filhos".

A condenação à conduta martista foi de uma quase unanimidade na mídia. Este Futepoca não fugiu à regra, sendo que tal prática, quando ainda não incorporada oficialmente pela campanha, foi rechaçada aqui . Depois de adotada, idem . Atitude equivocada dos petistas e que, sem dúvida, instiga o preconceito.

Mas o detalhe (que não é tão "detalhe" assim) é que a resposta do prefeito também é passível de condenação. Afinal, se não é homossexual, é só negar e pronto. O adendo que diz respeito às "mulheres que querem casar" com ele é uma forma machista e sexista de afirmar sua dita masculinidade. Lembra as pueris respostas a acusações de "veado" feitas na infância, respondidas com argumentos à altura do tipo "sua irmã não disse isso ontem à noite".

E se Kassab fosse homossexual, qual o problema? Talvez fosse isso que ele devesse responder. Ou, melhor, deveria dar uma resposta indignada ao jornalista que o questionou, dizendo não falar da sua vida privada porque esta não interessa (ou não deveria interessar) ao eleitor. Preferiu a saída de "macho", fez sua "defesa" para o eleitorado e colaborou com o preconceito.

E a imprensa "grande"? Essa, tão preconceituosa e que invadiu por demais a vida privada de candidatos outrora (lembram da Miriam Cordeiro em 1989?), tem o direito de fazer o que quiser. Hoje, a mídia é vestal, mesmo com um passado (e um presente) em que cansou de chafurdar na lama do preconceito, chamando políticos de analfabetos (ou insinuando), condenando divórcios – coisa que mulher "direita" não faz –, e que alimenta cotidianamente o desrespeito à diversidade em novelas e programas de humor.

Hoje, não sei o que causa mais asco, se a atitude em si ou se a repercussão que esta causou. O falso moralismo e a hipocrisia estão em alta nessas eleições.

Até o Kassab: da série separados no nascimento

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Sid, da série de animação Era do Gelo, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

No butiquim da Política - Olha o bolso!

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CLÓVIS MESSIAS*

Após a recente aprovação, na Assembléia Legislativa de São Paulo, do projeto que cria a taxa de inspeção veicular em todo o Estado, o pessoal aqui do butiquim pergunta se isso tem ligação com o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor) ou com os pedágios. Nada a ver. A cobrança da taxa ora aprovada deverá ser sacramentada por acordos a serem assinados entre as prefeituras e o governo estadual. E servirá apenas para analisar as condições do veículo. Por esse motivo, a arrecadação da nova taxa será distribuída metade para o Estado e a outra para as prefeituras.

Quanto ao IPVA, a matéria foi disciplinada pela Constituição de 1988 e pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) como imposto. Só que a lei perdeu efeito na sua originalidade, que era de distribuir a verba entre os governos federal, estadual e municipal. As prefeituras, com o dinheiro, asfaltariam ruas e tapariam os buracos. O Estado e o governo federal usariam suas parcelas na construção e manutenção de estradas. Porém, o IPVA, hoje, está disciplinado para ser distribuído 30% para a saúde, 12% para a educação e o resto para um caixa único, com os demais impostos.

Taxas, pedágios ou contribuições têm destinação específica; imposto segue apenas as regras da Constituição e da LRF. No frigir dos ovos, todos nós, freqüentadores do buteco, vamos continuar a pagar taxas, contribuições, pedágios e IPVA, sem que haja conflito legal. Essas matérias foram aprovadas pelos legislativos federal, estadual e municipal. Para o nosso azar, o vocabulário da Língua Portuguesa é vasto. Eles criam, nós pagamos.


*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

Expectativa para mais um Choque Rei decisivo

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Domingo será dia de mais um clássico decisivo entre Palmeiras e São Paulo, que ainda brigam pelo título do Campeonato Brasileiro. Será o quinto confronto entre os dois clubes neste ano. Até aqui, houve equilíbrio. O Alviverde venceu duas vezes nos Campeonato Paulista: uma goleada de 4 a 1, em Ribeirão Preto (SP), e um 2 a 0 no Palestra Itália (palco do jogo do próximo domingo), quando despachou o rival nas semifinais e abriu caminho para quebrar um tabu de 12 anos sem título estadual, contra a Ponte Preta. Já o Tricolor venceu a primeira partida semifinal do Paulistão por 2 a 1 (com um polêmico gol de mão do "turista" Adriano) e garantiu o mesmo placar na partida do primeiro turno deste Brasileirão.

O chamado Choque Rei é um dos confrontos mais equilibrados do futebol mundial. De 1936 para cá, Palmeiras e São Paulo se enfrentaram 276 vezes, com 92 vitórias do Alviverde (363 gols), 87 empates e 97 vitórias do Tricolor (372 gols). Em decisões, o duelo também é parelho: os palmeirenses levaram a melhor nos Paulistas de 1942, 1950 e 1972 e no Brasileiro de 1973. Os são-paulinos deram o troco nos estaduais de 1946, 1971 e 1992. Nos últimos anos, mais jogos decisivos acirraram a rivalidade. O São Paulo eliminou o rival em duas edições da Libertadores, de 2005 e 2006. Depois, como lembramos acima, o Palmeiras tirou o Tricolor do Paulistão deste ano. No momento, por estar dois pontos a frente e ter a vantagem de jogar em casa, o Alviverde surge como favorito, como alguns de seus próprios atletas admitem. Para o Tricolor, será a última chance de tentar alguma coisa nesta temporada. Por isso, a expectativa é de mais um grande jogo.

Marta Suplicy 'ligeiramente' perdida

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A estratégia de investir contra a vida pessoal de Gilberto Kassab (DEM), seu adversário na disputa em segundo turno pela Prefeitura de São Paulo, foi mesmo um tiro no pé para Marta Suplicy (PT). Após ser criticada publicamente até pelo ex-marido, a candidata, que é psicóloga e sempre defendeu a diversidade sexual, perdeu ontem um importante grupo de apoio neste segmento. Com tantos argumentos para politizar a campanha, Marta parece "ligeiramente" perdida, ainda refém de decisões desastradas de sua assessoria de marketing. E nas ruas paulistanas mostra-se ainda mais desnorteada, cumprimentando até "eleitor" inanimado. Confiram:

segunda-feira, outubro 13, 2008

Os manguaças e a crise financeira

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O comentário está na Carta Capital desta semana:

Perdas e ganhos
Interessante cálculo financeiro feito por um especialista (em ações e bebidas):

Se você tivesse invstido mil reais em janeiro de 2005 nos papéis da AIG, hoje teria 59 reais.

Se tivesse comprado mil reais em latas de cerveja, teria bebido bastante e, hoje, ao vender as latinhas, embolsaria 80 reais.

Tipos de cerveja 18 - As Oatmeal Stout

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Como muitas outras stouts (cervejas escuras produzidas com malte torrado ou cevada), as Oatmeal também são originárias da Inglaterra. Variantes das Sweet Stout, as Oatmeal Stout diferem destas por serem menos doces e por darem mais importância à utilização de aveia em detrimento da lactose. De cor muito escura, com sabor que mistura malte torrado e aveia, tem corpo espesso, devido ao uso deste último cereal e boa presença de gás. "Esse tipo de cerveja é bastante suave e pode dar a impressão de chocolate quente ou mesmo um café com natas açucaradas", diz Bruno Aquino, do site Cervejas do Mundo. A sua taxa de álcool varia entre os 4,2% e os 5,9% ABV. Exemplos: Broughton Scottish Oatmeal Stout, Anderson Valley Barney Flats Oatmeal Stout (foto) e St. Ambroise Oatmeal Stout.

Vitória inusitada

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Para não ser acusado de só aparecer nas vitórias, havia me penitenciado a não escrever sobre Flamengo e Galo no último sábado. Mas como não é sempre que se ganha de 3 a 0 no Maraca, de quebra com mais de 80 mil flamenguistas presentes, tentarei conter a euforia.


O jogo, na realidade, foi equilibrado em todo o primeiro tempo. A primeira melhor chance foi uma cabeçada na trave de Marcelinho Paraíba. Se entra, o jogo seria outro. Como foi tudo inusitado, o boliviano Castillo, que está no clube há uns seis meses, resolveu fazer seu primeiro gol pelo alvinegro. E acertou um daqueles chutes improváveis numa bola espirrada de uma troca de passes com Renan Oliveira.

Na seqüência, o volante Serginho do Galo teve uma bola no antebraço, que qualquer outro juiz marcaria penâlti para o Flamengo, ainda mais em casa. Paulo César de Oliveira não marcou... Daí o primeiro tempo terminou com certo sufoco do Fla, mas nada que assustasse.

No segundo, com a pressão rubronegra, o Galo passou a viver de contra-ataques bem feitos, provocando além dos gols pelo menos mais três grandes defesas do goleiro Bruno. Juninho praticamente assistia ao jogo.

Num desses contra-ataques saiu o segundo gol, numa arrancada do volante Serginho desde o meio de campo, fazendo assistência para Renan Oliveira marcar. No terceiro, o Flamengo já estava sem forças e poderia ter levado até mais.

Duas considerações finais, esse time do Fla mostra que não suporta bem a pressão. Por ter entrado depois em campo que os adversários na disputa do título, e depois de todos da ponta terem ganhado, jogou visivelmente nervoso. No primeiro tempo havia errado 21 passes contra 8 do Galo.

Segundo, a aposta do Marcelo de mandar os garotos para o campo deu certo, barrando, por exemplo, o sérvio Petkovic. Fora o goleiro Juninho, de 27 anos, o zagueiro Marcos e o lateral César Prates, os dois acima de 30, o resto do time era formado por jogadores vindos do júnior ou que não estavam tendo chance, casos de Elton e Castillo.

Destaque para Renan Oliveira, de 18 anos e o melhor em campo, e Serginho, volante de 22, duas esperanças de um futuro menos sofrido.

Quem dera o Galo jogasse assim todo o campeonato.

Com Kaká, sem Ronaldinho Gaúcho. Melhor assim.

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Tem gente que diz que quando o adversário é muito fraco não é possível fazer uma análise decente do time vitorioso. Discordo de tal tese, já que sempre é possível testar variações (ou não) e observar atuações individuais. Portanto, aos pitacos da goleada do Brasil sobre a Venezuela:

Kaká – já repararam que, se alguém no Brasil assistir a uma partida da Argentina em que Messi ou Riquelme não estejam presentes logo se fala que o time jogou desfalcado? Pois é, mas a seleção vinha atuando sem o melhor jogador do mundo e era como se o time estivesse completo. Não estava, e Kaká mostrou o quão imprescindível é hoje para a equipe. No primeiro gol, mostrou o arranque de sempre e uma capacidade de finalização que o faz “achar” gols como o que abriu a goleada brasileira. Por mais que viesse jogando bem, Diego não tem característica que o permita fazer algo semelhante. Com o atleta do Milan, a seleção é outra.

Movimentação do ataque – outra substituição que surtiu efeito foi a saída de Ronaldinho Gaúcho e a entrada de Elano. Dunga trocou um poste que ficava caído pela esquerda por um atleta com mais movimentação, que soube trocar de lugar com Robinho e confundir ainda mais a naturalmente confusa marcação venezuelana. Ganhou em pegada e velocidade.

Jogada treinada – como já dito aqui , o treinador da seleção preparou de fato a equipe, e ontem, graças a uma dessas jogadas, saiu o primeiro gol. Dunga treinou a retomada de bola com dois jogadores marcando o adversário próximo à intermediária, com possibilidade de armar o contra-ataque. Como tem um atacante que rouba muita bola (Robinho), deu certo.

Defesa – o Brasil tomou uma certa pressão da Venezuela em alguns momentos da partida, principalmente por conta da falta de ritmo de jogo de Juan e de um Gilberto Silva que oscilava entre achar que era um Dunga de 90 e um Falcão de 82. Kléber também falhou na marcação, mas acertou um lançamento no quarto gol depois de eras sem fazê-lo. Parece que aos poucos volta a ser alguém útil. Os santistas agradecem a Dunga.

F-Mais Umas - Massa, o aluno acidental

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CHICO SILVA*

Não sei se alguém notou, mas fiquei ausente na semana que passou. Culpa de uma agenda inconciliável. Volto a ocupar o espaço para tentar analisar o que se passou no GP do Japão, o antepenúltimo de uma temporada que vem se revelando a mais equilibrada dos últimos tempos da Fórmula-1. Felipa Massa pode negar, desconversar, jurar que não fez. Mas a imagem está lá, incontestável e inquestionável. Ao notar que perderia a posição e, muito provavelmente, o campeonato para o inglês Lewis Hamilton, o ferrarista não pensou meia vez. Para usar uma expressão comum dos pilotos, ele deu no meio da McLaren prateada do inglês. Certamente imaginou que este seria o único e último recurso que lhe restava para se manter vivo na briga pelo título. Massa poderia ser honesto e admitir sua real intenção naquela curva aos pés do sagrado Monte Fuji (foto acima). Mas sinceridade não é um bem de consumo desta Fórmula-1 moderna.

Massa não precisa se envergonhar do que fez. Ao tentar tirar do caminho um adversário direto na luta pelo título, ele entrou para um restrito clube do qual fazem parte lendas como Ayrton Senna e Michael Schumacher. Neste mesmo Japão, só que no autódromo de Suzuka, Ayrton Senna conquistou seu segundo mundial em 1990 ao jogar para fora da pista seu inimigo, Alan Prost (na foto acima, à esquerda, o brasileiro e o francês juntos). Na curva que precede o final da reta dos boxes, Senna forçou propositadamente a barra para provocar o acidente que lhe garantiu a conquista. Se alguém duvida, é só ir no Youtube e ver para crer. Como aqui no Brasil Senna é imaculado, quase ninguém se atreve a falar das pouco limpas manobras do tricampeão mundial.

Anos depois foi a vez de Schumacher mandar a ética para a caixa de brita. No GP da Austrália de 1994, o alemão deliberadamente atirou sua Benetton contra a Willians de Damon Hill, então seu único rival naquela temporada. Schumacher havia arrebentado a suspensão do seu carro ao chocar-se contra um dos muros do circuito. Hill vinha logo atrás e ao tentar ultrapassá-lo foi surpreendido com a manobra desonesta que garantiu a Schumacher o primeiro dos seus sete títulos mundiais. Três anos depois, o alemão tentou repetir a sacanagem. Só que dessa vez se deu mal. No GP da Europa, disputado no circuito espanhol de Jerez de la Fronteira, um desesperado Schumacher tentou tirar da competição seu oponente na batalha pela temporada 1997, o canadense Jaques Villeneuve (acima, à direita).

Porém, Schumacher é que foi parar fora da pista. Assim, o filho do lendário Gilles conquistou seu primeiro - e único - título mundial. Feito que o pai, morto em um brutal acidente em Zolder, na Bélgica, em 1982, nunca atingiu. Não queria falar nada, mas palmas para Nelson Piquet (à esquerda), que conquistou seus três títulos mundiais de forma limpa e honesta. Ou seja, sem precisar tirar ninguém do seu caminho. Pelo menos, não desse jeito...




*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

sábado, outubro 11, 2008

Os efeitos da crise no andar de baixo e no mundo da bola

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Conversando com um taxista no centro da capital paulista, pude perceber que os primeiros efeitos da crise mundial já começaram a atingir o andar de baixo da estrutura social brasileira. Calma, não estou falando de um efeito dominó da quebradeira estadunidense ou de consequências macro-econômicas para o país, mas sim do que vem acontecendo com o pessoal que trabalha junto à Bovespa, prédio localizado na rua XV de Novembro, na região central paulistana.

Com a histeria e a depressão (emocional e financeira) dos homens de terno da Bolsa, começaram a haver cortes de funcionários no local em que se grita mais do que em estádio de futebol. E, pelo relato do condutor, os primeiros atingidos foram os ascensoristas. Agora, o pessoal engravatado tem que apertar o botão do elevador se quiser se locomover dentro do edifício. Esse esforço hercúleo é recompensado com a economia de custos, obviamente.

Outro efeito foi a suspensão do convênio - em geral informal - com os taxistas locais. O motorista contou que a cada 15 dias o pessoal do ponto levava os recibos para receber o dinheiro das viagens de táxi do pessoal da Bolsa. Mas isso acabou sendo suspenso. Quem quiser pegar táxi, que tire do próprio bolso. De fato, consequências funestas para o bem-estar dos convivas da Bovespa.

*****

Mas a crise também gerou problemas (ou justificativas) no futebol brasileiro. No Botafogo  , por exemplo,  os salários estão atrasados dois meses, assim como uma premiação de R$ 150 mil pelo time ter entrado no G-4 a certa altura do campeonato. Mas, por conta da crise financeira dos EUA o clube aguarda que a situação se estabilize, para evitar que na hora de captar dinheiro no mercado financeiro sejam aplicados juros muito altos.

Já no Atlético (MG), a culpa por salários em atraso também cai nas costas da crise mundial. De acordo com Antônio Silva Passos, vice-presidente do conselho deliberativo, o clube tem a documentação pronta e assinada para obter recursos e saldar seus compromissos com jogadores e funcionários, mas, por causa da quebradeira estadunidense, os "bancos não querem ceder dinheiro. Infelizmente, numa hora muito ruim. A folha de pagamento quando pega um, pega todo mundo". Segundo ele,  "tem alguns atleticanos que estão doando cestas básicas [para os funcionários]. Eles estão recebendo pelo menos o necessário." E a culpa é da crise.... 
 

sexta-feira, outubro 10, 2008

Decomposição exponencial da espuma de cerveja

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No mundo das abobrinhas, está repercutindo a notícia de que, pela primeira vez, brasileiros foram agraciados com o Nobel da pesquisa esdrúxula (ou Annals of Improbable Research, publicação do humorista estadunidense Marc Abrahams). O arqueólogo Astolfo Araújo (à direita), da USP, e seu colega José Carlos Marcelino, do Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo, foram premiados "por demonstrarem que tatus são capazes de bagunçar sítios arqueológicos". O estudo é sério e foi publicado no periódico Geoarchaeology em 2003. (Piada interna impossível de reprimir: "-Astolfo! Que história é essa de tatu, Astolfo? Você ganhou o Nobel esdrúxulo por pesquisar tatu, Astolfo? Meu Deus! O que eu fiz de errado, meu Deus? Você não tem mais o que fazer, Astolfo? Você só me envergonha, só me envergonha! Não agüento mais, Astolfo! Assim não dá!!!)

Bom, mas fuçando na web para saber mais sobre o tal Nobel, descobri um trabalho de suma importância para o público manguaça, premiado em 2002. Arnd Leike, um físico alemão da Universidade Ludwig Maximilians, em Munique, usou espuma da cerveja para ensinar estudantes sobre a análise de dados experimentais. Para isso, utilizou três tipos de cerveja em seus experimentos: a Erdinger Weissbier, a Augustinerbräu München e a Budweiser Budvar. O cidadão encheu um caneco cilíndrico com uma garrafa recém aberta e então mediu a altura da espuma por 15 vezes em um período de seis minutos, produzindo gráficos (acima, à esquerda) a partir dos dados coletados. Ou seja: ele pesquisou a forma como a espuma da breja abaixa! O trabalho, essencial para a raça humana e batizado pomposamente de "Decomposição exponencial da espuma de cerveja", foi publicado pelo European Journal of Physics.

Depois de todo esse esforço, claro, Leike (à direita) bebeu toda a cerveja. Mas sua idéia e a do Astolfo nem chegam a ser as mais extravagantes do Annals of Improbable Research. A edição deste ano, por exemplo, premiou também Deborah Anderson, professora de ginecologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, que, em 1985, num estudo publicado pelo New England Journal of Medicine, comprovou que não só a Coca-Cola tem efeito espermicida como a Coca Diet parece funcionar melhor ainda. E o psicólogo Geoffrey Miller, da Universidade do Novo México, demonstrou, usando dados de 18 voluntárias, que dançarinas de striptease ganham mais dinheiro no pico de seu período fértil. O imprescindível estudo foi publicado pela revista Evolution and Human Behavior. Vejamos outras pesquisas fundamentais:

2001
O prêmio na categoria Medicina foi atribuído ao estadunidense Peter Barss, por seu relatório médico sobre os machucados provocados pela queda de côcos. Jack e Rexella Van Impe, de Rochester Hills, Estados Unidos, levaram na categoria Astrofísica pela descoberta de que os buracos-negros têm todos os requisitos técnicos para serem a localização do inferno.

2002
Karl Kruszelnicki, da Universidade de Sydney (Austrália), levou na categoria Pesquisa Interdisciplinar por fazer uma pesquisa sobre os fiapos de tecido aprisionados no umbigo. K.P. Sreekumar e G. Nirmalan (in memorian), da Universidade Agrícola de Kerala, na Índia, ganharam na categoria Biologia pelo seu relatório estimando a área total de superfície dos elefantes.

2003
Os australianos Jack Harvey, John Culvenor, Warren Payne, Steve Cowley, Michael Lawrence, David Stuart e Robin Williams venceram na categoria Física pelo relatório "Uma Análise das Forças Necessárias para Arrastar Ovelhas sobre Várias Superfícies". Já os cientistas Stefano Ghirlanda, Liselotte Jansson e Magnus Enquist, da Universidade de Estocolmo (Suécia), foram premiados pelo artigo "Frangos Preferem Humanos Bonitos".

2004
Os canadenses Ben Wilson e Lawrence Dill, o inglês Robert Batty, o dinamarquês Magnus Wahlberg e o sueco Hakan Westerberg comprovaram que os arenques se comunicam por meio de puns.

"Quem é esse aí?"

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Em Peruíbe, a eleição para a prefeitura foi vencida por Milena Bargieri (PSB), filha do ex-prefeito Gilson Bargieri. Até aí nada de mais, não fosse pelo fato de que a candidatura de Milena foi oficializada dois - isso mesmo, dois! - dias antes das eleições. 

O cabeça de chapa era Gilson, pai da agora futura prefeita. Ele conduziu toda a campanha mesmo sob a possibilidade de uma possível impugnação, já que as contas de sua administração na prefeitura (finalizada em 2004) estavam sob a mira do Tribunal de Contas. E, na sexta-feira anterior ao pleito, o golpe final: a Justiça havia determinado que Gilson não poderia mais ser candidato, então a coligação (que, além do PSB, envolvia mais oito partidos) deveria indicar outro nome. Milena foi a escolhida.

A substituição, ainda que de última hora, é prevista em lei. E a legislação determina outra questão que torna a situação ainda mais pitoresca - como não havia tempo hábil para a alteração da foto do candidato na urna eletrônica, quem digitou os números de Milena Bargieri deu de cara com Gilson na tela. Por isso a pergunta que dá título a esse post. Deve ter tido eleitor tomando um susto danado ao topar com a cara de Gilson ao invés da jovem candidata, de 30 anos. Mas é mais provável que tenha ocorrido o contrário. A militância do PSB, aliás, merece parabéns por ter esclarecido a situação aos eleitores a tempo.

Eleita, Milena disse que seguirá a proposta de administração apresentada pelo pai durante a campanha. Ela toma posse em 1º de janeiro, a não ser que, por motivos de força maior, seja obrigada a se ausentar por algum período - é que ela está grávida de oito meses e o intervalo da eleição até a posse é menor do que a licença-maternidade prevista em lei. Esperemos.

Coronel Ustra é responsabilizado por tortura

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A Justiça de São Paulo tomou ontem uma decisão que não parecia ser factível. Apontou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como responsável por atos de tortura praticados contra César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida. Eles foram presos em 1972 e torturados nos porões da ditadura.

Como a Lei da Anistia está aí, toda pimpona, para impedir que os responsáveis pela tortura no período da ditadura militar sejam punidos (há controvérsias aqui e aqui), a ação é meramente declaratória. Serve para que ele seja formalmente apontado como responsável pelas torturas que aconteceram sue seu comando.

Não é nada, não é nada, é coisa pra caramba num lugar em que muita gente, quando ouve falar em punição para torturadores, já manda um "mas tem que punir os torturadores de esquerda", como se a luta armada contra o regime tivesse torturado alguém.

Cabe recurso à decisão. Esperemos que todas as decisões sejam como esta e que possamos discutir um tema tão importante como adultos. Está na hora de perceber que sem punição, a tortura praticada pelo Estado continua, como vemos nas ações policiais por aí.

Marta, politize a eleição!

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Em 1994, durante a campanha presidencial, passava pelo Vale do Anhangabaú quando presenciei um diálogo entre um rapaz que tomava conta de uma barraquinha do PT e um transeunte. O pedestre provocador brincou: "De novo o Lula? Esse não vai ganhar nunca!". O petista respondeu, raivoso: "Claro que não vai. O povo é burro".

Pensei comigo que se os militantes tivessem essa atitude, Lula não venceria nunca mesmo. O tempo passou, o partido e seus adeptos mudaram, assim como a cena política. Mas quando vejo alguns e-mails circulando "culpando" a população por dar a vitória a Kassab no primeiro turno, o fantasma desse petista de 94 volta à minha mente.

Desnecessário dizer que existe uma carga de preconceito muito grande contra Marta Suplicy, por inúmeras razões. Também fica claro que a classe média paulistana, inclusive muitos daqueles que ascenderam à classe C, portam valores segregacionistas e que colaboram para perpetuar a desigualdade que ofende qualquer pessoa com o mínimo de sentimento de justiça social. Mas, para se vencer uma eleição, é preciso trabalhar com esses dados, só lamentar ou xingar não adianta. E não dá para dizer também que todos os eleitores de Kassab são preconceituosos ou elitistas e aí está o "X": saber porque essas pessoas votam nele.

O PT ganhou duas eleições municipais na capital paulista. Ambas graças, em grande medida, ao voto útil anti-malufista que trouxe parte da classe média para junto das candidatas do partido. Com a derrocada do malufismo, o PSDB e agora Kassab ocuparam o posto de opositores ao PT e, pior para Marta, o alcaide não carrega a enorme rejeição que o pepista Maluf sempre trouxe consigo.

Portanto, resta a Marta fazer algo que não foi feito no primeiro turno: tentar desconstruir a administração Kassab. Dizer que ele teve mais dinheiro à disposição na prefeitura é praticamente admitir que ele fez uma boa gestão, uma capitulação antes da hora. É preciso atacar os pontos fracos e que afetam o dia-a-dia da população. Um deles é o trânsito que se encontra nessa situação caótica também por conta dos parcos investimentos feitos no transporte coletivo nos últimos quatro anos. A gestão de Marta tinha um bom plano para a área com a construção de corredores em toda a cidade, que foi praticamente abortado pela atual administração. Por que não discutir isso? Porque aceitar a agenda imposta por Kassab com o lenga-lenga do investimento do metrô, algo que não vai representar melhora a curto ou médio prazo, algo que o paulistano exige ou deveria exigir?

Marta adotou jingles da campanha de Lula, mas poderia adotar também uma atitude que ajudou o petista a superar Alckmin no segundo turno em 2006. Ali, ele politizou o debate quando colocou em pauta a questão da privatização e encurralou o tucano. Por que não fazer o mesmo com Kassab, comparando as prioridades de cada uma das duas administrações – a antiga e a atual - e também cobrando dele posições tomadas como deputado federal e secretário de Celso Pitta? Mesmo que venha a perder, Marta estará dando uma contribuição importante a um processo eleitoral tão pobre em idéias e discussão política de fato.

*****

Em tempo. Assim como Marta foi alvo de ataques homofóbicos na eleição de 2000, agora Kassab também vem sendo vítima do mesmo tipo de expediente. Além de ser algo absolutamente condenável, é um tiro no pé de quem acha que isso hoje em dia ainda funciona.

Publicado originalmente no Blog do Rovai

quinta-feira, outubro 09, 2008

As "novas feras" de 1998

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Se tem um tipo de gente que acho sacana é aquele que, depois que algo se consolida, estufa o peito pra dar uma de profeta do acontecido. Ou, de outra forma: aquele que hoje em dia combate algo que era senso comum em determinada época e depois se revelou um fracasso, como que para dar uma de intelectualmente superior.

Justamente por odiar esse tipo de comentário, não o farei. Mas será tarefa difícil.

Toda essa introdução porque me foi apresentada, esses dias, uma capa que a revista Placar fez no ano de 1998. Com a manchete "As novas feras", a publicação elencava quatro jogadores que se destacavam no Brasileirão daquele ano. Os atletas foram chamados de "geração Luxemburgo" - numa referência ao então recém-empossado técnico da seleção brasileira - e, ao longo da revista, dizia-se que eram alguns dos fatores que faziam o Campeonato Brasileiro daquele ano ter um ótimo nível técnico, fundamental para que os torcedores esquecessem a até hoje traumática final da Copa da França.

Mas o fato é que nenhum dos quatro jogadores destacados por Placar acabou por ter uma carreira das mais impecáveis.

O melhor de todos, com sobras, foi Vampeta. Ele jogou demais no Corinthians, tanto em sua primeira passagem, quando foi bi-campeão brasileiro pelo clube, quanto na segunda, quando foi campeão do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil em 2002 e carimbou seu passaporte para a Copa do Mundo daquele ano (cujo título foi comemorado com a épica cambalhota na rampa do Planalto). Mas sua carreira teve manchas que o impediram de ser consolidada como a de um "world class": a passagem pelo Flamengo, marcada pela emblemática e auto-explicativa frase "eles fingem que pagam e eu finjo que jogo" e o final triste, que incluiu participação no rebaixamento do Corinthians durante o Brasileirão de 2007.

Felipe talvez venha em segundo lugar nessa lista. Seu início de carreira foi fulminante. Apareceu no Vasco como um lateral-esquerdo rápido e habilidoso, e que ainda ia bem nas bolas paradas. Foi convocado para a seleção algumas vezes mas depois entrou num período de instabilidade que se mantém até hoje. Passou por inúmeros clubes - Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, Fluminense e alguns do exterior - e em todos eles foi marcado pela irregularidade. Alternava ótimas partidas com sequências de más atuações e períodos de inatividade causados por seguidas contusões.

Contusão, aliás, é palavra de ordem ao se falar da carreira de André. Apareceu para o mundo do futebol na metade da década de 1990 como destaque no gol do Internacional. Logo o compararam a outro arqueiro revelado no Beira-Rio, um tal de Taffarel. Foi para a seleção em 1997 e, no ano seguinte, dirigiu-se ao Cruzeiro, que procurava um substituto para Dida. E aí se iniciou o calvário do goleiro. Sucessivas contusões, em partes diferentes do corpo, o impediram de ter uma carreira consistente no clube azul. Voltou para o Inter e encerrou a carreira defendendo o Juventude. Vai para aquela lista de jogadores de quem não se sabe exatamente o que poderiam ser, dada a imensa quantidade de lesões.

Por fim, Fábio Júnior. Este teve um início de carreira meteórico. Seu Brasileirão de 1998 foi supremo - arrisco dizer que foi um dos melhores campeonatos que vi alguém fazer. Tanto que não foi surpresa quando o Cruzeiro o negociou por 15 milhões de dólares com a Roma, no final daquele ano. A partir daí, a carreira do centroavante degringolou. E olha que ele nem pode colocar a culpa nas lesões. Retornou ao Cruzeiro, foi para o Palmeiras, jogou no Atlético-MG e em nenhum desses times foi sombra daquele craque que pintava no segundo semestre de 1998. Hoje, já em fim de carreira, está no Bahia, onde ainda não jogou por pendências burocráticas.

Enfim, erros assim acontecem em todos os lugares do mundo. Aliás, digo mais: não dá para chamar isso de erro. É apenas um chute mal dado, digamos assim. E brincar de futurologia faz parte da maneira com a qual vemos o futebol.

As lições do "mestre" Luxemburgo a seu pupilo santista. E o árbitro.

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Dizem que Márcio Fernandes conversa cotidianamente com Vanderlei Luxemburgo. Talvez tenha aprendido com seu "mestre" como jogar fora de casa. Afinal, Luxa não tem retrospecto bom quando disputa partidas longe de seu domínio. Sua passagem em 2006 pelo time que o diga, quando não venceu nenhuma partida fora do estado de São Paulo durante todo o Campeonato Brasileiro. Ontem, Fernandes entrou com o mesmo time da última partida, à exceção de Fábio Santos, que entrou no lugar de Kléber. No entanto, a postura foi diferente.

Tomou um gol logo no início, desatenção comum nos últimos confrontos do Peixe, como nos jogos contra Goiás e Portuguesa. Mesmo tocando bem a bola, já que é característica de seus jogadores e da forma como a equipe é armada, o Alvinegro foi pouco incisivo durante boa parte dos 90 minutos. A bem da verdade, o time da casa também ameaçou pouco, mas teve a vantagem durante quase todo o tempo, o que permitiu que esperasse o Santos em seu campo e explorasse contra-ataques.

E onde Fernandes falhou? Se de fato ele conversa com Luxemburgo, devia saber que, para tirar a sobra de um esquema de três zagueiros, deve colocar mais um homem à frente. Fez isso aos 33 do segundo tempo, com a entrada de Tiago Luís. Substituição previsível, assim como a de Pará. Mas a entrada de Carleto no lugar de Fábio Santos mostrou o erro capital do treinador. Ele colocou o ex-são-paulino e cruzeirense para reforçar a defesa. O time, capenga, só atacava pela lateral direita com Wendel, enquanto o canhoto guardava a posição. Carleto, quando entrou aos 43 do segundo tempo, cobrou uma falta venenosa que quase empatou o jogo. Demonstrou, em um lance, que o treinador errou ao colocá-lo na reserva. De novo, o comandante alvinegro foi covarde fora de casa. Como seu mestre Luxa costuma ser.

O árbitro

Reza a lenda que quando um árbitro quer prejudicar uma equipe, não o faz em lances capitais. Ontem, Marcelo de Lima Henrique, em todos os lances duvidosos, apitava a favor do Grêmio. Todos. Quem quiser e tiver paciência, assista ao teipe da partida. Mas não se limitou a isso. No início da partida, deixou de dar uma falta em Kléber Pereira que poderia redundar até em expulsão do defensor gremista, além de uma oportunidade próxima à área. O jogo estava zero a zero.

No final, com a pressão santista, o cidadão achou por bem expulsar Fabiano Eller em uma falta em que ele sequer tocou no rival. Lance interpretativo, pode-se alegar. Mas o fato de ter deixado de marcar uma penalidade escandalosa a favor do Santos mostrou que a "interpretação" só pesou para um lado. Confesso que há tempos não sentia tanta raiva de uma arbitragem. Se todo homem de preto for "caseiro" (é o melhor que se pode falar do cidadão...) como este, explica-se o número de vitórias dos times da casa no campeonato.

Pra quem não lembra, o homem do apito de ontem é o mesmo que atraiu a ira de botafoguenses na final da Taça Guanabara contra o Flamengo. Também foi julgado pela Comissão Disciplinar do STJD, por não ter feito o relato correto dos fatos em campo que resultaram na denúncia do então treinador santista Cuca, após o jogo entre Vitória e Santos. O comandante do time teria supostamente xingado o árbitro.

Bairrismo

"A atuação do árbitro foi muito boa, nada a reclamar. Grêmio, favorito ao título do Campeonato Brasileiro". Foi assim que o "comentarista" Regis Nestrovski finalizou a sua participação televisiva após a partida no Olímpico da Sportv. De fato, as transmissões da emissora são curiosas pelo fato do profissional encarregado de comentar a partida ser local. E daí que eu, que sempre critico o egocentrismo paulista do pessoal de cá, caio do cavalo. O tal Nestrovski é de um tal bairrismo que envergonha qualquer pessoa que espera um mínimo de equilíbrio em um narração esportiva.

Um fórum na internet diz que o mesmo produziu a seguinte pérola durante uma partida do Juventude contra o Ceará, em Caxias do Sul. "Não sei se o time do Ceará está nervoso porque está aqui, que parece outro país, totalmente diferente do Ceará, é uma Europa que fala português, e os jogadores estão nervosos por causa disso... talvez porque aqui fez 3 graus esta noite e os jogadores não estão acostumados a este clima..."

Realmente falta critério pra conceder um microfone a determinadas pessoas...

Opa! O nome disso é treino

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Para quem é criticado por não ter jogadas em seu time, o treinador da seleção brasileira Dunga pôs o time para jogar pelas laterais no coletivo da Granja Comari. É o que narra Luciano Borges.

Seja com os laterais bem abertos ou com os meias fechando pelo meio para tabelar com os atacantes, a aposta é nessa modalidade de ação para vencer as defesas. Além de inverter o jogo, transferindo a bola de lado o tempo todo.

Bom, até eu que sou mais besta reclamei disso no último jogo contra a Bolívia, no Engenhão, junto da apatia crônica que de vez em quando volta a abalar a equipe canarinho desde os tempos de Carlos Alberto Parreira. A minha avaliação era de que o problema era técnico.

Jorginho, assistente, ficou ensinando jogador a cruzar ao mesmo tempo em que reclama que os adversários fecham as laterais para evitar jogadas de ultrapassagem, aquelas em que alguém tabela com o lateral na altura da grande área para permitir a jogada de fundo, em velocidade. Será que é mais fechado do que a entrada da área?

Bom, independentemente disso, é fato que treino é treino, jogo é jogo. E o time tinha ensaiado jogadas de bola parada, só não tentou conseguir faltas e escanteios.

Tomara que o time entre com o Daniel Alves na direira e sem o Kléber pela esquerda. Mas não deve ser isso a acontecer no domingo, contra a Venezuela, às 17h.

Adriano, convocado de última hora para o posto de Luis Fabiano, treinou como titular. Assim como Elano, ao lado de Kaká, em vez de Ronaldinho Gaúcho e Diego. Robinho também vai a campo. Será que vão cumprir o que o técnico mandou?

Foto: CBFNews

Adriano (centro) vai de convocado de última hora a titular?

O "futebol de macho" dos tempos de Chicão

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Foi pelo post do Frédi, ontem, que fiquei sabendo da morte do ex-volante Chicão (foto), titular do São Paulo na década de 1970, que assumiu a posição de Roberto Dias, outro que se foi recentemente. Longe de mim contestar sua violência em campo, eternizada pelo lance em que pisa cruelmente sobre a perna quebrada do meia Ângelo, do Atlético-MG, na decisão do Campeonato Brasileiro de 1977. Em divididas com Chicão, como diria o "China" Juarez Soares, "cada enxadada era uma minhoca". E se hoje condenamos a postura do palmeirense Kleber, não podemos aliviar a barra do ex-volante, agora falecido. Mas devemos contextualizar o futebol daquela época, muitas vezes considerado "pra macho". Não que hoje a violência seja menor, claro. Porém, vejamos o brilhante texto de Marcelo Rezende (aquele) e Mílton Costa Carvalho para a revista Placar, em 1980, sobre a decisão do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Atlético-MG. Foi o primeiro relato jornalístico do que que se dizia dentro de campo e, assim, começamos a entender que, se Chicão era "bandido", nenhum outro era "mocinho". Confiram, com grifos meus:

Começa a partida. O Flamengo parte para a primeira falta, prometida por Tita: um pontapé no joelho de Jorge Valença. Éder corre, Nunes também:

– Calma – diz Nunes – que aqui é o Maracanã e te meto porrada.

São três minutos e o Atlético desce para o ataque. Júnior acerta a perna de Chicão, que retruca:

– Não avança não, filho da ..., que vou te pegar.

(...)

Júnior balança a cabeça. Raul incentiva e protesta:

– Aqui não tem homem? Isso não é gol que se tome. Vamos entrar firme, dar porrada. Cadê os homens?

Corre a partida. Chicão manda pôr na roda, Chicão pega Zico, que reage:

– Olha aqui, se me pegar de novo eu te quebro. Vai pra...

Chicão coloca o dedo na cara de Zico:

– Sossega, guri.

(...)

Outro gol de Reinaldo – machucado, capenga, ele empata o jogo. Instala-se uma crise na defesa do Flamengo. Um xinga o outro, Zico grita:

– Agora vamos ganhar. Quero um time de macho. Nesta porra mando eu.

(...)

Reinaldo cai em campo – sente o músculo, faz cera, xinga a mãe do juiz.

José de Assis Aragão revida:

Quebro a cara desse moleque. Tá expulso!

Do túnel, Reinaldo adverte:

– Cuidado, vai ser gol! Faz a falta em Nunes. Mata ele, Silvestre!

Nunes invade, Silvestre hesita. João Leite grita:

Quebra ele, pega firme!

Gol de Nunes, o gol do título. Em seguida, Chicão é expulso. Palhinha, também:

– Tá satisfeito, seu juiz de merda? Você queria o Flamengo, não é mesmo?

Nunes ri:

– Calma, garotada, que agora é que a festa vai começar.

Zico emenda: – Vai tomar seu banhinho lá dentro e deixa o campeão dar seu baile.


(A íntegra está aqui)

Kassab, o católico evangélico

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Candidatos que buscam diversas linhas religiosas para angariar apoio não é propriamente uma novidade na política, seja aqui ou em qualquer outro país do mundo. Mas esta é a primeira vez que eu vi um candidato se "converter" em uma dessas incursões.

A Thalita indicou um post do blogue Sal com Pimentas, que retrata  uma visita do candidato à reeleição na capital paulista Gilberto Kassab (DEM) a uma vigília da Igreja Comunhão Plena, no ginásio da Portuguesa, em 29 de agosto. Ali, o prefeito "aceita Jesus" e se ajoelha no palco repetindo a cantilena do apóstolo Sérgio Lopes.



O site da igreja neopentecostal, fundada em 1999, até hoje destaca em sua primeira página o vídeo com a chamada "Prefeito Gilberto Kassab aceita Jesus durante a ministração do Apóstolo Sérgio Lopes". A igreja tem razoável penetração em São Paulo e já conseguiu eleger um deputado estadual, o pastor e diretor da rádio Musical FM Lelis Trajano (PSC). Segundo o parlamentar , Deus falou por meio do apóstolo Lopes para orientá-lo a se candidatar. "Todo trabalho político foi planejado por uma equipe de profissionais de comunicação preparada por Deus, para que o Pr. Lelis Trajano tivesse uma campanha fundamentada em propósitos sérios e relevantes", descreve sua página eletrônica.

Como já disse, conversar com lideranças religiosas e de outros segmentos da sociedade é papel de qualquer homem público, mas beira o ridículo quando o mesmo protagoniza uma cena de "conversão". Ainda mais quando o cidadão se diz católico e recebeu até homenagem do padre pop star Marcelo Rossi, o neopentecostal da igreja de Pedro. O que não se faz para ganhar uma eleição...

Leia também: Os cobiçados votos de Deus.

Palmeiras pára na marcação do Figueirense e devolve liderança para o Grêmio

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Mais raiva do que perder a liderança é não conseguir vencer uma equipe comandada por Mário Sérgio.

Foi um empate sem gols do Palmeiras com o Figueirense. E com uma clara piora do time alviverde depois da saída de Alex Mineiro para entrada de Evandro. Kleber, nervoso, deveria ter sido expulso por subir com o cotovelo aberto. Diego Souza jogou quando era meia, mas não quando foi deslocado para o ataque. Denilson não resolveu. Se resolvesse todo jogo seria titular.



Quando soou o apito final, sobrou assistir o Grêmio ampliar a vitória sobre o Santos. O alvinegro da Baixada foi valente e prejudicado pela não marcação de um pênalti claro no final do jogo. Mas quem não fez a obrigação foi o Palmeiras. O Grêmio volta a liderança. Na próxima rodada, o Palmeiras enfrenta o São Paulo, em um jogo difícil como todo clássico e pressionado por precisar vencer.

Mexidas erradas
Em Florianópolis, o Palmeiras começou bem o jogo, teve um gol anulado estranho, confuso demais para esperar que qualquer árbitro legitimasse no primeiro lance da partida. Depois, foi surpreendido por duas bolas perigosíssimas. Por isso, apesar da marcação dura e do grande número de faltas, não dá para chamar isso de uma retranca padrão. Os paulistas também criaram e tiveram Alex Mineiro dando agilidade para a troca de passes e Kléber assustando os zagueiros.

No segundo, Vanderlei Luxemburgo seguiu sua própria cartilha de pôr Evandro no lugar de Alex Mineiro para depois avançar com Denílson na vaga de Elder Granja. O camisa 8 caiu pela lateral direita e Denílson pela esquerda.

Não funcionou. A marcação do Figueirense melhorou, a inversão de Alex por Asprilla na marcação de Kléber evitou a expulsão de um dos três zagueiros do time da casa.

Lá atrás, desde que o volante joga improvisado de terceiro zagueiro, a defesa palmeirense melhorou. Com Roque Junior, fica mais tranquilo ainda. O que não quer dizer intransponibilidade, só uma defesa sólida, algo que a representação palestrina não via desde a saída de Henrique.

Em resumo, uma rodada para ser revertida. E depois esquecida. Não que seja fácil tendo pela frente nas próximas rodadas três dos cinco primeiros colocados do campeonato. E ainda o Goiás (líder do segundo turno) e Santos na Vila. Vai ter trabalho o time do Palmeiras, mas numa disputa como esta pode funcionar.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Goró salvou Tim Maia da Cultura Racional

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Outro dia estava numa livraria e comecei a ler alguns trechos da biografia de Tim Maia, escrita pelo Nelson Motta. Por curiosidade, fui direto ao trecho que fala sobre o envolvimento do cantor, músico e compositor com a tal Cultura Racional, na década de 1970 (na foto à direita, da época, aparece cantando e "pregando" para a platéia). A forma como ele tinha sido "fisgado" eu já sabia: no início de 1974, depois de tomar mescalina, Tim foi visitar o amigo Tibério Gaspar (parceiro do pianista Antonio Adolfo em clássicos como "Sá Marina" e "BR-3"). Enquanto esperava ele voltar do banho, achou um livro que estava por ali: "Universo em Desencanto".

Não se sabe se pelo efeito do alucinógeno ou se por ter nascido doidão, mesmo, Tim Maia mergulhou de cabeça na Cultura Racional. Visitou Belford Roxo, onde morava Manoel Jacintho Coelho, sumo sacerdote do Racional Superior, e saiu de lá vestido inteiro de branco. Em seguida, cortaria o cabelo, rasparia a barba e abandonaria o álcool, as drogas, a carne vermelha e o sexo sem fins procriativos. O resultado prático é que levou um chute da gravadora RCA e foi banido das rádios e dos programas de TV, afugentou seus fãs, perdeu dinheiro a rodo e enriqueceu Manoel Jacintho.

Não por outro motivo, Tim nunca mais tocou no assunto até sua morte, em 1998. Mas os dois discos que gravou entre 1974 e 1975, "Tim Maia Racional" (capa do vinil à esquerda), volumes 1 e 2, são verdadeiras pérolas. Eu, particularmente, adoro o som (e as letras bizarras) de "Bom senso", "Contato com o mundo racional", "Leia o livro Universo em Desencanto", "No caminho do bem" (da trilha sonora do filme "Cidade de Deus") e, principalmente, a baladona "O dever de fazer propaganda deste conhecimento", que sapeia o toque de piano de "Sing this all together", dos Rolling Stones, e tem um suingue de violão que deixa Jorge Benjor no chinelo.

Mas, afinal, como Tim teria caído fora dessa roubada? Com a palavra, Nelson Motta: "No dia 25 de setembro de 1975, Tim acordou com uma vontade louca de comer uma carne sangrenta, tomar um goró e fumar um baseado. Teve uma desiluminação e abandonou a seita no seu velho estilo, quebrando tudo. Voltou para o apartamento da Figueiredo Magalhães, tirou e queimou a roupa branca e, nu e furioso, foi para a janela e começou a gritar para a rua, em volume máximo, que seu Manoel Jacintho era um pilantra, um ladrão e um tarado que comia todo mundo. E convocou a imprensa para dizer que tinha sido enganado e roubado pelo ex-guru".

Olha aí a manguaça ajudando a organizar as idéias e abrir os olhos de uma pessoa manipulada! O que a mescalina confunde, só o goró desanuvia...

Chicão, sentimentos contraditórios

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A primeira impressão foi a pior possível. A já descrita cena aqui por este escrivinhador de Chicão pisando no joelho de Ângelo, já caído na final do Brasileirão de 1977, disputada em março de 1978.

Depois vem a entrada no jogo do Brasil contra a Argentina, na Batalha de Rosário, na Copa de 1978, em que parou los hermanos, favoritos e jogando em casa, quando acabaram precisando da ajuda do Peru para chegar às finais.

Segundo entrevista dada à Gazeta Esportiva sobre esse jogo, Chicão declarou: “Eu só havia atuado meio tempo contra o Peru e meio tempo contra a Áustria. Saí jogando contra a Argentina no lugar de Cerezo porque o Coutinho queria mais pegada”. Diz que o principal pedido do treinador foi para que impusesse seu estilo, mas não fosse expulso. “Os argentinos pretendiam fazer aquela catimba de sempre e não conseguiram. Eu cheguei arrepiando e eles se encolheram”, conta Chicão, que logo no início da partida se estranhou com o artilheiro argentino Kempes, cujo desempenho foi fraco até o apito final.

Dois anos depois do vice-campeonato para o São Paulo, o volante, daqueles genuínamente xerifes, é contratado pelo Galo e torna-se um dos líderes do time que acabaria perdendo a final do Brasileiro para o Flamengo em 1980, num time em que jogavam Cerezzo, Reinaldo, Palhinha, Éder. Melhor falar, neste momento, de sua liderança em campo e um futebol de razoável para bom em times cercados de craques.

Chicão também passou por vários outros times, como Santos e Ponte Preta, mas sem o mesmo destaque dos momentos descritos acima.

Além de ser sinônimo de jogador extremamente viril, tem em seu currículo a passagem por decisões tão importantes para um jogador que nunca foi tão brilhante tecnicamente.

Mas tudo isso agora é história. Chicão, que tinha 59 anos, morreu de câncer nesta quarta-feira.

Manguaça-Cidadão: A torneira que jorra vinho na Itália

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Tudo não passou de um erro, mas foi tomado por milagre. Foi na cidade de Marino, sul de Roma (capital da Itália), da região vinícola das Colinas Albanas durante a abertura do 84ª Festival da Uva da cidade, o mais tradicional do país. O combinado era começar a jorrar vinho branco da fonte depois de uma contagem regressiva. Mas o goró foi pelo cano. Das residências.





Por que não erram assim no meu bairro?



Foto: Divulgação
Parecia um milagre, mas foi erro de um funcionário da companhia da cidade. O prefeito Adriano Palozzi (foto), partidário de Berlusconni, logo veio explicar. É que no chafariz da Fonte dei Quattro Mori, na praça do centro da cidade, deveria jorrar vinho branco de 3 mil litros posicionados para isso. Na hora H, um abençoado abriu o registro errado e mandou a bebida para as casas. Quem levou a fama foi a Virgem do Rosário, padroeira da festa.

O encanamento de bebida advinda de arranjos produtivos locais tem tudo a ver com o Manguaça-Cidadão.

terça-feira, outubro 07, 2008

Google lança o "email anti-bêbado"

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Mostrando uma inesperada preocupação com os ébrios, o Google acaba de lançar um dispositivo que impede que bêbados - e acredito que deprimidos, psicóticos e quetais também - enviem e-mails dos quais podem se arrepender depois.

O sistema é simples e engenhoso. Assim que ativado, o filtro pede que o internauta resolva 5 operações matemáticas em 60 segundos para que a mensagem seja liberada. O mecanismo já vem com o horário ajustado para funcionar nas noites dos finais de semana, mas pode ser ajustado de acordo com a preferência do bêbado. É possível ainda ajustar a dificuldade das contas que devem ser resolvidas.



O anti-bêbado já está disponível. Basta buscar a aba Labs, na área de configuração do Gmail.

Essa é provavelmente a primeira ação de um grande provedor de emails para ajudar os manguaças (que caberia muito bem dentro do Manguaça Cidadão). O Google definitivamente quer dominar o mundo.

No butiquim da Política - Com o segundo turno, as férias continuam

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CLÓVIS MESSIAS*

Férias brancas. A Assembléia Legislativa de São Paulo está com as portas abertas, mas em clima de nada acontecendo. Não está trabalhando. Semana passada foi aprovado um projeto criando a inspeção veicular anual que, entre outras coisas, prevê vistoria no chassi, para coibir a clonagem de veículos. Em resumo: outra taxa foi criada. A matéria passou praticamente sem discussão. Os prefeitos farão estas vistorias em seus municípios e cobrarão taxas pelos serviços. Todos aumentarão a arrecadação, prefeituras e o governo do Estado. E, mais uma vez, pagaremos a conta. O projeto ficou 15 dias em pauta, aguardando ser votado. Ele é de autoria do deputado licenciado e candidato a prefeito de Santo André, agora em segundo turno, Vanderlei Siraque (PT).

"-Aqui, até quando dormem, os parlamentares estão com os olhos bem abertos!", comentou um desavisado freqüentador do buteco. Bem, mas as férias continuam, uma vez que a eleição prossegue. Com o segundo turno também na capital, ninguém presta atenção no Legislativo. "-Vai ser aquela história de um olho no peixe e outro no gato", concluiu o tal desavisado no buteco. Dos 32 deputados que saíram candidatos a prefeito ou vice, cinco se elegeram: Antonio Carlos da Silva, do PSDB (à direita), que obteve 25.283 votos (50,44% dos válidos), em Caraguatatuba; Cido Sério, do PT, com 43.093 votos (43,02%), em Araçatuba; Dárcy Vera, do DEM, com 154.793 votos (52,04%) em Ribeirão Preto; Marco Bertaiolli, outro do DEM, com 103.439 votos (53,24%), em Mogi das Cruzes; e Mário Reali, do PT, com 133.893 votos (58,26%), em Diadema.

Outros quatro deputados vão para o segundo turno. Além do já citado Siraque, Orlando Morando, do PSDB, que concorre em São Bernardo do Campo; Sebastião Almeida, do PT (à esquerda), em Guarulhos; e Valdomiro Lopes (PSB), em São José do Rio Preto. Portanto, só 23 parlamentares estão voltando ao batente agora. Como cinco vão sair para assumir prefeituras, a composição da Assembléia Legislativa muda após estas eleições. Das eleições de 2006, os três primeiros suplentes da coligação PSDB-DEM já estão em exercício do mandato. Um deles é justamente Bertaiolli, eleito em Mogi, que ocupou o lugar do secretário municipal de Desburocratização da cidade de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM).

Os outros suplentes que tornaram-se deputados foram Eli Corrêa Filho, do DEM (à direita), que substituiu o secretário especial de Participação e Parceria do município de São Paulo, Ricardo Montoro (PSDB), e Gilson de Souza (DEM), ocupante da vaga deixada por Sidney Beraldo (PSDB), atual secretário estadual de Gestão Pública. Conforme determina a Constituição, Bertaiolli será convocado para substituir Dárcy Vera, como efetivo, mas deverá renunciar em seguida, abrindo espaço para Eli Corrêa se efetivar. Gilson de Souza, por sua vez, receberá a cadeira deixada por Antônio Carlos.

Já no caso dos dois deputados petistas eleitos prefeitos (Cido Sério e Reali), o primeiro suplente a assumir será o colega de partido e ex-deputado Fausto Figueira. Depois vem o suplente Francisco Brito, também do PT, recém-eleito prefeito de Embu. Ao optar por seu novo cargo, Brito abrirá espaço para a ex-deputada petista Beth Sahão (à esquerda), que não se elegeu prefeita de Catanduva. Todos esses suplentes serão convocados por meio de ato do presidente da Casa, deputado Vaz de Lima (PSDB), publicado no Diário Oficial. Quem optar por não assumir a vaga de deputado terá de apresentar termo de renúncia.


*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

Bento XVI volta a criticar o capitalismo

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Trata-se de um vermelho. Como já notado pelo Futepoca, o papa Bento XVI deu mais uma estocada no capitalismo. Em meio a uma dramática – para quem tem (tinha) dinheiro aplicado ali – crise nas bolsas, o Sumo Pontífice voltou a criticar o capitalismo e o individualismo.

"Agora estamos vendo, com o afundamento dos grandes bancos, que este dinheiro desaparece, que não é nada; se tratam de 'realidades de segunda ordem'"

Naturalmente que ele disse também que só a palavra de Deus é sólida.

Já o presidente Lula havia reclamado, no sábado, da especulação financeira sobre o Real que gerou prejuízos para grandes exportadores. "Nos Estados Unidos, a crise é um tsunami. Aqui, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar." Segundo fontes, o esqui não necessita de ondas.

Com onda ou com marola, a água é líquida. Então, dois dias depois, Guido Mantega e Henrique Meirelles divulgaram a Medida Provisória com medidas preventivas para o Banco Central intervir no mercado. À parte disso, queimou US$ 1,47 bi na segunda-feira. No total, já tinham sido US$ 2,5 bi. Hoje, mais US$ 1,37 bi. Mas a instituição promete recomprar depois.

Será que o Joseph Ratzinger tem alguma proposta de pacote para o Vaticano passar ileso pela crise financeira internacional?